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AULA Nr.

03

PRÁTICA PEDAGÓGICA II – ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

O (Des) Prazer de Ensinar e Aprender: uma leitura pedagógica do pensamento de Rubem Alves

Clovis Filho, Léa Rodrigues e Mayra Ridan

A educação como descoberta da alegria de viver: amar, acordar, libertar e agir;

Diante da atual sociedade em que vivemos, onde o capitalismo dita as regras de todas as áreas possíveis, vem atingir
também a área do ensino, em que se visa eficiência e lucro e esquece-se da importância do prazer pelo ensino e
aprendizagem.

Rubem Alves faz uma boa distinção entre o Professor e o Educador, “advertindo-nos de que na realidade, na prática,
eles se encontram juntos, mesclados no profissional da educação”.

Para esse pedagogo “ o Professor trabalha sem interesse e sem prazer, apenas para obter um salário e usufruir dele”.

E constatamos com tristeza, que essa é uma realidade da grande maioria dos docentes de nossas escolas. Os
professores estão muito mais preocupados se o que vão receber de salário vai dar para suprir suas necessidades, do
que com a pessoa do aluno, se está ou não sendo lesado com esses descasos e falta de compromisso e
responsabilidade.

O Educador é aquele que abraça a causa com vontade, que tem paixão pelo que faz.... Ele busca motivar seus alunos,
construindo constantemente novos saberes e contagiando os alunos, descobrindo que há esperança e que é possível
transformar o azedo limão em uma deliciosa limonada.

A ideia central que Rubem Alves traz é a “linguagem, a fala ao lado do corpo”. “o corpo é primeiro livro que devemos
descobrir ;“por isso, é preciso reaprender a linguagem do amor, das coisas belas e das coisas boas, para que o corpo
de levante e se disponha a lutar.

A educação é um ato político, que exige reflexão, dentre elas, desenvolver a função crítica em que o questionamento
deve ser cada vez mais aguçado. E a função criativa, em que o educador se permite sonhar e buscar realizá-los, não
se conformando com o pronto e acabado, mais indo em busca do novo, do desejado e porque não do
aparentemente impossível?

A escola como lugar do prazer e da fala

Aqui o autor percebe que a escola desempenha o papel disciplinador, que transforma seres vivos em seres
autômatos. É interessante a analogia que ele faz com a história de Pinóquio...

“Aprender tem que ser como saborear uma comida gostosa e não ter que engolir uma comida deteriorada”.

Críticas e comentários

Rubem Alves recebeu críticas como: “idealista”, “romântico”, “saudosista”, “existencialista-cristão”, ao passo que
não respondeu as mesmas, mas parece não ter esquecido.....

Preocupado com o papel do saber e a desumanização das relações humanas, concorda em alguns pontos com
Walter Benjamin....
Benjamin distingue dois tipos de pedagogias: “a burguesia através da qual a criança é educada para ser herdeira dos
bens e do saber, e a proletária, através da qual a criança precisa aprender a ajudar seus pais a construírem outro
mundo, a saírem da sua própria condição”.

Exemplo de interdisciplinaridade é Rubem Alves, que em sua carreira quis ser: médico, pianista, teólogo. Mas
ensinar é realmente o que mais gosta de fazer, principalmente porque ensina o que gosta. E gosta de viver.

Referências Bibliográficas

ALVES, Rubem. Conversas com quem gosta de ensinar. São Paulo: Cortez Autores Associados, 1981.

GADOTTI, Moacir. Pensamento Pedagógico Brasileiro. São Paulo: Ática, 2000.

Htt://users.hotlink.com.br/fico/refl0052.htm

Verificando a aprendizagem

1) Caracterize o profissional educador e o professor, segundo Rubem Alves. sem.


Para Rubem Alves o professor é aquele que trabalha apenas pelo salário, não tem o prazer e o
interesse de ensinar. Já o educador é aquele profissional que tem paixão pelo que faz, motiva seus
alunos na construção do conhecimento, sente vontade e tem motivos para ensinar e transformar a
educação.

2) Qual o sentido da linguagem e da fala ao lado do corpo para a prática educativa?


O primeiro livro ao qual devemos descobrir é do nosso corpo, os sinais e expressões que realizamos
com ele e, a partir da prática educativa é preciso reaprender a linguagem do amor, das coisas boas,
para que o corpo se dispõe a levantar para lutar, e com a percepção crítica e reflexiva é possível
desenvolver esses conceitos

3) Cite e explique as 02 funções pedagógicas básicas do professor segundo Rubem Alves.


Função crítica: esta direciona para que os questionamentos se torne cada vez mais aguçado, diante os
desafios e problematizações.
Função criativa: se permite sonhar e buscar realiza-lo, onde se busca o novo e o mais desejado.

4) O que é necessário fazermos para que a escola seja um lugar de prazer para o educando?
É necessário que seja um ambiente harmonioso e acolhedor, onde o educando se sinta confortável e
parte daquele local. Tanto o professor como os membros da escola têm participação para que se
concretize esse espaço, pelas atitudes e, as relações constituídas auxiliam o aluno a ver com um novo
olhar, que preze pelo seu bem-estar e aprendizagem.

5) Discorra
“Hoje é necessário romper o divórcio entre a vida escolar o e prazer”...
Essa diz que é preciso juntar tanto a vida escolar como prazer, ambas estejam aliadas. A escola
também pode se tornar um ambiente de prazer, quando se gosta de ensinar, de adquirir novos
conhecimentos. As pessoas podem mudar esse conceito de divórcio e caminhar lado a lado, retirando
que a vida escolar não lhe permite ter o prazer.
“Ao contrário de uma prática de respostas, a escola deve ser prática de problematização.
Na escola você encontra respostas, mas também surgem muitos questionamentos. Pois a partir de
situações do cotidiano ou que se viu, instiga a curiosidade das pessoas, assim, o professor ajuda a
torna-las mais críticas, reflexivas e questionadoras perante aos fatos, no qual procuram por respostas
diante os desafios e problemas estabelecidos. Isso contribui para a formação de opinião, sendo um
modo de fazer com que o sujeito pense e instigue na construção do conhecimento.

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