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Resumo: através desta incursão procuramos apontar algumas chaves de leitura para
repensarmos o fenômeno do ateísmo, por ora vislumbrado a partir de uma de
suas principais bases teóricas no século XIX, qual seja, a filosofia de Ludwig
Feuerbach. Marcando sua distância em relação às demais críticas à religião,
cujo núcleo de interesses geralmente se desenvolvia ao redor da inexistência
de Deus, Feuerbach defende o reconhecimento de uma orfandade originária,
única possibilidade capaz de reconduzir-nos rumo à essencialidade do huma-
no. A religião é, nesse sentido, a principal forma de expressão desta essência,
sendo que seu objeto não é Deus, mas o próprio homem. Toda projeção é, por-
tanto, introjeção, a busca por uma interioridade perdida.
–––––––––––––––––
* Recebido em: 20.07.2016. Aprovado em: 09.08.2016.
** Doutor em Ciências da Religião pela PUC Goiás, Graduação em Filosofia, Teologia e
especialização em Psicopedagogia. É professor titular e coordenador do Programa stricto
sensu em ciências da religião da PUC Goiás. Pesquisa sobre Antropologia da Religião
e Ateísmos Contemporâneos.
*** Doutorando em Ciências da Religião pela PUC Goiás. Mestre em Filosofia (2014) e em
Música (2016), ambos pela UFG. Especialista em Sociologia da Religião pelo Centro
Universitário Claretiano. Graduado em Filosofia e em Teologia. Professor de Filosofia
na PUC Goiás e no Instituto de Filosofia e Teologia de Goiás (IFITEG).
A
o pensarmos acerca da religião, estamos diante de um fenômeno essencialmente
humano, ideia defendida pelo filósofo Ludwig Feuerbach logo na abertura de
seu ensaio A essência do cristianismo, publicado pela primeira vez no ano de
1841: “a religião repousa na distinção essencial entre homem e animal; os ani-
mais não têm religião. É bem verdade que os mais antigos naturalistas atribuíam
ao elefante, entre outras louváveis qualidades, também a da religiosidade; a re-
ligião dos elefantes, no entanto, pertence ao reino das fábulas” (FEUERBACH,
1988a, p. 43). Não obstante ser este um fator decisivo para a compreensão do
ser humano, inclusive de sua integração à comunidade dos outros, o itinerário
percorrido por Feuerbach faz ecoar um segundo elemento relativo a esta expe-
riência: o caráter antropológico da religião, ao mesmo tempo em serve de fun-
damento e caracterização do ente humano, também estabelece que o ponto de
partida para a crença não é outro que não a própria subjetividade. Nesse sentido,
o pensamento filosófico de Ludwig Feuerbach desenvolve-se em obediência a
um único fio condutor, norteado por seu irrevogável interesse em desmistificar a
teologia e, por ela, tudo o que pudesse se relacionar com o conceito de um Deus
todo-poderoso, fundamentum inconcussum de tudo o que existe.
Em sua incursão Feuerbach visa à valorização do homem como ente real e concreto,
como ponto de partida para sua própria compreensão, a despeito da existência
de um Deus no céu. Seu discurso firma-se como uma das principais críticas
contemporâneas à religião, servindo de base para o desenvolvimento de teses
como as de Nietzsche, Marx e Freud. Contudo, o fato de apontar um princí-
pio antropológico como origem de Deus não significa, a todo custo, sustentar
uma leitura ateísta do mundo. Muito pelo contrário. Caso compreendamos o
sentido da argumentação feuerbachiana veremos apresentada uma nova ma-
neira de conceber a religião e sua contribuição. Para Feuerbach é preciso que
o homem se lance na realidade, integralmente, da maneira que lhe é adequada.
Para isso, a própria filosofia deve ser repensada em sua relação com a religião.
É preciso que o futuro seja construído aqui e agora e não em um amanhã vin-
douro, vislumbrado apenas como uma promessa. Ora, isto implica não apenas
o rompimento com um modelo teológico com o qual a filosofia manteve-se
ligada, mas a releitura da própria filosofia como possibilidade de exercício da
religião. Conforme sugere Alice Aleixo (2009, p. 5) “não existe nisto qualquer
Mas em que, então, consiste a essência do homem, da qual este é consciente e na qual
a própria humanidade é posta em questão? Diz Feuerbach: na razão, na von-
tade e no coração. A razão existe para dedicar-se ao entendimento conceitual
do mundo, a vontade para desejá-lo e o amor para amá-lo. Esta é, em poucas
palavras, a essência do gênero humano. Razão, amor e vontade são perfei-
ções humanas, são os mais altos poderes, são, portanto, a essência absoluta do
homem enquanto homem e a finalidade radical de sua existência. Conforme
Feuerbach, seguindo esta articulação é possível chegarmos ao entendimento
da relação entre Deus e a essência do humano. Isso porque o ser absoluto, o
Deus do homem é a projeção de tais atribuições inerentes à natureza humana,
exteriorizadas e reconhecidas como objetividades detentoras de estatuto onto-
lógico. Enquanto o objeto sensorial está fora do homem, “o religioso está nele,
é mesmo íntimo (por isso um objeto que não o abandona como não o abando-
nam a sua consciência de si mesmo e a sua consciência moral), é na verdade
o mais íntimo, o mais próximo” (FEUERBACH, 1988a, p. 55). Nesta direção,
talvez seja de fato possível estabelecer alguma aproximação entre Feuerbach
e a filosofia agostiniana – assim como nossa epígrafe quis induzir. Afinal, em
ambos os casos a divindade é descoberta como elemento essencial ao homem.
No entanto, se, para Agostinho, trata-se de um reconhecimento a partir de
dentro, de um mergulho no mais profundo recôndito da própria consciência,
em se tratando da leitura feuerbachiana opera-se o movimento oposto. É a
partir de fora, da objetividade e exteriorização, que o homem reconhece sua
essencialidade. Isso porque
Por um lado Feuerbach não quer com sua análise negar o valor positivo oriundo da reli-
gião, já que se trata de um fenômeno mobilizador, com tamanho impacto sobre
a vida prática dos indivíduos. Por outro, não deixa de reconhecer os efeitos
negativos de uma concepção que retira do homem a sua carga de dinâmica e de
vitalidade. Até mesmo o conceito de verdade é recebido como produto de uma
exterioridade sobrenatural, que nada mais é que a própria essência do homem
projetada sobre si mesmo. O homem, que é a referência primeira deste movi-
mento, submete-se ao domínio do seu predicado2. O homem não está acima de
sua contemplação original, mas o contrário: ela o anima, determina e domina.
Daí que o real sentido do ateísmo para Feuerbach não é propriamente voltar-se
contra o sujeito dos predicados, mas contra os próprios predicados. O verda-
deiro ateu é aquele para o qual os predicados da essência divina – a bondade, o
amor, a verdade, a justiça – nada significam. Isso porque tudo o que atribuímos
a Deus é, na verdade, característica da própria essência do homem, embotada,
Outras interessantes pistas sobre a relação entre Feuerbach e a religião podem ser
obtidas em sua obra titulada Preleções sobre a essência da religião, de 1851,
em cujo desenvolvimento o autor constantemente se refere ao seu texto sobre
a essência do cristianismo. Entre outros aspectos, merece destaque o modo
como Feuerbach vai construindo sua argumentação, tomando como ponto
de partida o curso de sua própria vida enquanto professor e escritor3. Aos
poucos vai compondo o ambiente no qual seus principais conceitos relati-
vos à religião foram gestados, desde os primeiros sintomas de sua aversão
Noutras palavras, foi este o contexto germinal não apenas para obras como A essência
do cristianismo, mas do próprio amadurecimento da ideia de que o ateísmo
se firmava como único caminho revestido de sentido racional, ao contrário
da religião, aparentemente fadada ao fracasso da irracionalidade. Vale a pena
recordar que Feuerbach via-se inserido no contexto de uma Alemanha for-
temente abalada pelas disputas políticas, o que certamente também trazia
implicações sobre o ambiente intelectual – cujos ares do idealismo hegeliano
ainda pairavam entre os mais doutos. Não obstante, como relata o próprio
autor, a causa de seu recolhimento não poderia ser atribuída unicamente à
sua aversão à política, diz ele: “assim como eu vivia em constante oposição
interna com o sistema político do governo da época, da mesma forma eu havia
rompido também com os sistemas de governo espirituais, isto é, com as doutri-
nas filosóficas e religiosas” (FEUERBACH, 1989, p. 13). Mais que um descanso
para o corpo, uma oportunidade de revigoramento espiritual, quer dizer, do
que é relativo ao espírito e, desse modo, aos ditames da razão. Se por um
tempo Feuerbach considerou-se identificado entre aqueles que compartilha-
vam a crença comum em um Deus único e onipotente, tendo como elemento
catalizador a fé cristã, na medida em que se excluía não apenas do convívio
com a comunidade política e científica de sua época, mas também – e de ma-
Com o intuito de desenhar a sua crítica ao cristianismo – mesmo que, desta vez, em-
botada sob o disfarce de um ataque contra todo e qualquer sistema religioso –
Feuerbach novamente introduz a oposição entre os ditames da fé e da ciência.
De um lado, a razão, com sua lógica amparada pelos entes materiais. De outro,
a fé, aparentemente fadada ao universo das vãs abstrações:
A teologia baseia-se num princípio especial, num livro especial no qual ela crê
contidas todas as verdades necessárias e salvadoras para o homem, é por isso
estreita, exclusiva, intolerante, limitada; mas a filosofia e a ciência não se ba-
seiam num livro especial e só encontram a verdade no todo da natureza e da
história, baseiam-se na razão essencialmente universal, não na fé, que é essen-
cialmente particular (FEUERBACH, 1989, p.18).
Em termos mais genéricos, o mesmo se aplica quer seja ao deus cristão, quer a qualquer
outra forma de crença. Como ponto de partida, segundo Feuerbach, sempre
iremos enxergar o homem. Nesse sentido, cristianismo e idealismo se identifi-
cam, justificados, ambos, numa identidade sem natureza, um deus ou espírito
capaz de criar o mundo como fruto de sua inteligência e volição. Um deus,
porquanto, que assume características humanas, extrapolando-as, todas elas,
com sua grandeza e onipotência. Trata-se de um ponto de vista que pode ser
resumido na relação entre duas palavras: natureza e homem. Diz Feuerbach
(1989, p. 27): “o ser que para mim pressupõe o homem, o ser que é a causa ou
o fundamento do homem, a quem ele deve seu aparecimento e existência, não
é para mim Deus – uma palavra mística, indefinida e ambígua – mas a natureza
– uma coisa e uma palavra clara, sensível, indubitável”. Talvez haja aqui outro
elemento sobre o qual possamos discordar da avaliação imposta pelo autor das
preleções. A própria noção de natureza não pode ser considerada, de qualquer
modo, como um conceito livre de controvérsias e reinterpretações por parte
da tradição filosófica. Ainda que pretenda estabelecer uma ligação direta com
o âmbito do sensorial, este conceito não parece, por si só, esgotar o sentido
atribuído à noção de humanidade – especialmente haja vista na querela entre
natureza e cultura. De outro lado, também é necessário admitir que ao falar de
natureza Feuerbach parece apontar para o estreito vínculo entre a ideia de um
Deus criador e a própria essência do homem, compartilhando, ambas, de uma
mesma natureza. Tal intuição, na verdade, fundamenta a intenção que perpas-
sa, de uma ponta à outra, o raciocínio desenvolvido pelo autor, cujo objetivo
não é outro senão
[...] mostrar que o ente diante do qual o homem se coloca na religião e na te-
ologia, como um ser distinto dele próprio, é sua própria essência, para que o
homem uma vez que é sempre dominado inconscientemente só por sua própria
essência, faça no futuro, conscientemente, de sua própria essência, isto é, da
Ainda no que concerne ao ateísmo, Feuerbach toma parte numa antiga corrente de in-
terpretação da religião segundo a qual o medo7 está na origem da crença em
um Deus onipotente: “os antigos ateus e mesmo muitos deístas tanto antigos
quanto recentes declararam ser o medo, que nada mais é do que o aspecto
mais popular e mais evidente do sentimento de dependência, a mola-mestra da
religião” (FEUERBACH, 1989, p. 30). De fato, alguns autores da fenomeno-
logia da religião identificaram o medo como uma das primeiras experiências
suscitadas pela experiência do sagrado, entre os quais poderíamos destacar o
trabalho de Rudolf Otto, que entre outras definições, toma-o como mysterium
tremendum, isto é, o que faz arrepiar e tremer8: ‘qualitativamente’ diferente
Este medo perpétuo que acompanha os homens ignorantes das causas, como
se estivessem no escuro, deve necessariamente ter um objeto. Quando portanto
não há nada que possa ser visto, nada acusam, quer da boa quer da má sorte, a
não ser algum poder ou agente invisível. Foi talvez neste sentido que alguns dos
antigos poetas disseram que os deuses foram criados pelo medo dos homens, o
que quando aplicado aos deuses (quer dizer, aos muitos deuses dos gentios) é
muito verdadeiro (HOBBES, 1997, I, XII).
Nesse sentido, ao se refugiar sob a égide de uma religião o homem procura, na verdade,
uma forma de vencer o medo que lhe aflige; almeja encontrar um porto seguro
no qual esteja protegido, um refúgio que o acalente. Apenas nesse ambiente de
conforto “espiritual” converte o antigo sentimento de medo em algo novo, por
ora, a “libertação do perigo, do medo e da angústia, [...] o sentimento do ar-
rebatamento, da alegria, do amor e da gratidão” (FEUERBACH, 1989, p.33).
Isso, entretanto, de forma alguma significa estar consciente de sua essência,
pois, ao contrário do que parece, não é a ausência do medo, mas a sua presen-
ça, que incute a dependência em relação ao grande Outro – o que faz tremer.
Medo de que?, poderíamos perguntar. Ao que responde Feuerbach: medo da
natureza9. A religião é a resposta ao sentimento de dependência frente à natu-
reza, cujas forças avassaladoras atemorizam o homem. “Para escapar do domí-
nio da natureza, o homem inventou Deus, ou seja, um Ser cujo aniquilamento
é impossível. Deus é, portanto, a representação fantástica do domínio da von-
tade humana sobre a natureza e da completa satisfação dos desejos humanos”
(MONDIN, 1997, p. 145). Trata-se justamente do medo o sentimento que im-
pele a buscar segurança, neste caso a construção de um Deus todo-poderoso,
do qual apartar-se é motivo para novamente entrar em estado de fragilidade
e impotência. Este sentimento de dependência, segundo Feuerbach, é o único
nome e conceito universalmente certo para designar e explicar o fundamento
psicológico e subjetivo da religião. Vale a pena repetir: apenas um homem
fraco necessita de um Deus forte10.
Não obstante ser o medo, contudo, o impulso originário para a criação de uma divin-
dade à qual se reportar (note-se a mudança de eixo, neste caso o Criador tem
sua origem na criatura), trata-se de um movimento que simultaneamente co-
loca outro aspecto em jogo, desta vez relativo à morte, isto é, a dimensão da
Após termos percorrido alguns dos principais aspectos da interpretação que Feuerbach
dedica à religião, talvez seja oportuno indicarmos elementos que, em nosso
entendimento, podem contribuir para uma leitura crítica desse sistema filosó-
fico. Ao propor-se reduzir a teologia à antropologia, Feuerbach introduz uma
nova maneira de conceber a religião. Tal redução, contudo, não inviabiliza o
discurso teológico como uma válida fonte de conhecimento, haja vista que
uma compreensão mais aprofundada da natureza do homem apenas poderá se
originar do intercruzamento de perspectivas, do dilatamento dos limites que
separam as ciências umas das outras. Isso, notadamente, também não significa
de forma alguma diminuir a profundidade e o alcance da reflexão feuerbachia-
Abstract: through this incursion try to point out some reading keys to rethink the phe-
nomenon of atheism, for now glimpsed from one of its main theoretical foun-
dations in the nineteenth century, that is, the philosophy of Ludwig Feuerbach.
Marking its distance from the other criticism of religion, whose core interests
generally developed around the nonexistence of God, Feuerbach advocates
Notas
1 Cf. Zilles (1991, p. 112), “em resumo Feuerbach tenta uma nova hermenêutica da religião.
Pergunta: por que o homem produz religião? O que ela significa? [...] Diz que os símbolos
religiosos não são vazios, nem se referem a Deus, mas ao próprio homem. Religião é an-
tropologia. Tudo o que o homem fala acerca de Deus, através da linguagem religiosa, nada
mais é do que confissão de seus desejos, projetos e aspirações”.
2 Em outro lugar Feuerbach desenvolve que “a verdadeira relação entre pensamento e ser é
apenas esta: o ser é o sujeito, o pensamento é o predicado. O pensamento provém do ser,
mas não o ser do pensamento” (FEUERBACH, 1988b, p. 31). Trata-se da mesma relação
entre o estatuto ontológico do sujeito humano e a noção de Deus como sua predicação.
3 Urbano Zilles nos oferece uma interessante descrição desse movimento: “o jovem Feu-
erbach queria ser teólogo. Seu primeiro pensamento foi Deus. Desejava tornar-se pastor
luterano. Desde 1823 estudou teologia em Heidelberg. Através dos professores de dogmá-
tica interessou-se por Hegel e foi a Berlin. Num segundo momento voltou-se para a razão.
[...] Num terceiro momento Feuerbach distanciou-se de Hegel e dedicou-se ao homem. De
hegeliano transformou-se em ateu. [...] Quando Hegel afirma que a consciência do homem
sobre Deus é autoconsciência de Deus, Feuerbach responde que o ser absoluto, o Deus dos
homens, é seu próprio ser” (ZILLES, 1991, p. 103-104).
4 Cf. MERWE, Ludwig Feuerbach die antropoloog, 2011. Ver também CHAGAS, A religião
em Feuerbach: Deus não é Deus, mas o homem e/ou a natureza divinizados, 2014.
5 Há quem aponte os limites dessa avaliação: “nas suas afirmações sobre o cristianismo,
Feuerbach ignora totalmente as afirmações sobre a alteridade de Deus que, por isso, não se
sujeita simplesmente ao esquema da projeção do desejo. Ignora também que a teologia sempre
acentuou que, em seu discurso analógico sobre Deus, há mais diferenças que semelhanças.
Mas nem por isso deve-se menosprezar a crítica que ele faz da religião e do cristianismo.
Apesar das unilateralidades, propõe problemas ainda não resolvidos” (ZILLES, 1991, p.
117).
6 “Deus, nesta perspectiva é a autoconsciência do homem. O si mesmo: a essência de Deus
é a autoconsciência do homem. O homem afirma em Deus o que nega em si. O ateísmo é,
então, o caminho necessário para o homem redescobrir sua dignidade, reconquistando sua
essência perdida” (ZILLES, 1991, p. 106).
7 Cf. FEUERBACH (1989, p. 30), por exemplo, “muito conhecida é a expressão do poeta
romano: Primus in orbe Deos fecit Timor, o medo foi o primeiro que criou deuses no
mundo. Entre os romanos tem até mesmo a palavra medo, metus, o sentido de religião, e
inversamente tem a palavra religio, às vezes, o sentido de medo; por isso é para eles um dies
Referências
ALVES, Rubem. “Os nomes do vazio”. In. FEUERBACH, Ludwig. Preleções sobre a Essên-
cia da Religião. Tradução e notas de José da Silva Brandão. Campinas, SP: Papirus, 1989. pp.
7-10.
ALEIXO, Alice. Ludwig Feuerbach:um manifesto antropológico. Covilhã, Portugal: LusoSo-
fiaPress, 2009. (Universidade da Beira Interior)
ASSUMPÇÃO, Gabriel Almeida. “Sobre a fé: confrontando Kant e Feuerbach”. In. Kínesis,
vol. VI, n. 11, 89, jul, 2014. pp. 88-96.
CHAGAS, Eduardo F. “A religião em Feuerbach: Deus não é Deus, mas o homem e/ou a natu-
reza divinizados”. In. Revista Dialectus, ano 2, n. 4, jan/jun, 2014. pp. 78-91.
CHAGAS, Eduardo F. “A majestade da Natureza em Ludwig Feuerbach”. In. CHAGAS, Edu-