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psicologia
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Nome do candidato
27.10.2019
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 04. José, 25 anos, iniciou acompanhamento com psiquiatra
há 6 meses, apresentando quadro psicopatológico de
rompantes de heteroagressividade, irritabilidade exacer-
01. Em relação ao Código de Ética do Psicólogo, é correto bada, gastos excessivos, muitos conflitos interpessoais,
afirmar: associados a momentos de desânimo profundo, tristeza
e automutilação. Para entendimento do caso, o psiquia-
(A) as sociedades mudam, as profissões transformam-
tra que o acompanha solicita que o psicólogo da equipe
-se e isso exige, também, uma reflexão contínua so-
realize uma Prova de Rorschach. O que o psicólogo deve
bre o próprio código de ética.
fazer, segundo a resolução no 9, de 25 de abril de 2018?
(B) ele se aplica apenas aos profissionais que atuam na
área da saúde, excluindo-se os psicólogos institu (A) Realizar a Prova de Rorschach, por ter sido solicita-
cionais. ção de um dos membros da equipe, sendo a função
do psicólogo aplicá-la.
(C) a missão primordial de um código de ética profissio-
nal é de normatizar a natureza técnica do trabalho. (B) Recusar-se a fazer a avaliação solicitada, pois 6 me-
(D) destina-se a limitar a discussão, pelo psicólogo, dos ses não é tempo suficiente para solicitar uma ava-
cerceamentos e interseções relativos aos direitos in- liação.
dividuais e coletivos, dando um norte a ser seguido.
(C) Explicar que a escolha do instrumento psicológico é
(E) as sociedades mudam, as profissões transformam- exclusiva do psicólogo e, caso o profissional acredite
-se, mas as condutas éticas são universais e por isso que ele seja um bom instrumento, ele será usado,
não se transformam. caso contrário não será usado.
07. De acordo com as novas categorizações no sistema (D) é uma atividade eminentemente colaborativa entre
do DSM-5, apresentadas por Gabbard (2016), qual dos terapeuta e paciente, através da qual o primeiro ofe-
transtornos a seguir NÃO foi incluído na categoria de- rece seu saber visando correções de pensamentos e
signada como transtornos relacionados a trauma e a es- crenças disfuncionais do paciente.
tressores?
(E) é uma atividade embasada por uma concepção teó-
(A) Transtorno de estresse agudo. rica e metodologias, que visam a explicação de um
fenômeno e a resolução de um problema emocional
(B) Transtorno de estresse pós-traumático. focal.
(C) a amnésia dissociativa envolve a ruptura de identi- (E) somente problemas emocionais relacionados a as-
dade caracterizada por dois ou mais estados de per- pectos de sua vida pregressa.
sonalidade distintos, os quais podem ser descritos
em algumas culturas como uma experiência de pos-
sessão.
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11. As unidades de terapia intensiva (UTI) destinam-se a 14. No que se refere à Psicologia Institucional, de acordo
pacientes em estado grave, exigindo assistência espe- com Guirado (2009), é correto afirmar que
cializada. Conforme Romano (2017), a atuação dos psi-
cólogos com pacientes internados na UTI deve levar em (A) a Psicologia Institucional tem como base amplos es-
consideração que tudos comportamentais, nos quais foram analisados
os padrões de comportamentos predominantes em
(A) os pacientes se sentem mais bem cuidados neste cada tipo de instituição.
ambiente, diminuindo significativamente a presença
de distúrbios psíquicos. (B) a prática do psicólogo poderá ter um caráter de Psi-
cologia Institucional se este profissional tiver acesso
(B) a equipe está propondo a melhor terapêutica possí-
aos diferentes grupos que compõem a instituição,
vel, portanto, estar na UTI é necessário e o psicólogo
em especial às equipes gestoras.
tem que convencer o paciente disso.
(C) não será possível acompanhamento psicoterápico à (C) a atuação da Psicologia Institucional pressupõe que
família deste paciente, uma vez que esta não tem o psicólogo tenha em mente o conjunto das práticas
acesso ao ambiente da UTI. em que está inserido, bem como as tensões que se
produzem entre os grupos na instituição.
(D) as demandas emocionais apresentadas por estes
são de ordem orgânica por conta das condições clí- (D) a Psicologia Institucional se coloca de forma contrá-
nicas graves e medicação, portanto, serão resolvi- ria ao atendimento individual, visto como uma forma
das com a melhora clínica. de rotular como doente o portador de um sintoma
que é da instituição, culpabilizando-o.
(E) fatores ambientais, tais como o barulho intenso do
ambiente da UTI e a privação do sono, podem afetar (E) a Psicologia Institucional é uma área específica de
sensivelmente o estado de humor do paciente. atuação da Psicologia e, como tal, deveria contar
com formação específica para profissionais que qui-
sessem dedicar-se a ela.
12. Em relação ao trabalho em equipe multidisciplinar dentro
do hospital, é correto afirmar, segundo Romano (2017):
15. Para Zimerman (2000), quanto à função de “continente”
(A) cada profissional tem seu lugar e deve ser aceito pelo
que o grupo exerce, é correto afirmar:
outro, com humildade, respeito e disponibilidade.
(B) deve haver uma hierarquia pré-definida entre os pro- (A) o enquadre grupal não se constitui como um “conti-
fissionais para que haja líderes e liderados. nente”, são apenas regras e limites que devem exis-
tir em qualquer relação psicoterapêutica.
(C) o paciente deve ser compartimentalizado para que
cada profissional atue individualmente. (B) cada paciente participante do grupo deve gradativa-
mente ir adquirindo a capacidade para ser continente
(D) todos da equipe devem saber tudo ou fazer tudo, não
não somente das próprias angústias como também
havendo diferenças entre si.
de seus pares.
(E) os diferentes profissionais devem ser competitivos
entre si, para que algum se destaque. (C) uma das funções mais importantes do grupoterapeu-
ta consiste na sua capacidade de rebater o intenso
jogo de identificações projetivas, nomeando-as para
13. Pensando na diferença proposta por Romano (2017) en- o grupo.
tre a atuação do psicólogo hospitalar e a do psicólogo no
hospital, cabe ao psicólogo hospitalar: (D) o grupo em si, como entidade abstrata, não deve
funcionar como um novo “continente” para os partici-
(A) intermediar a relação equipe/paciente, transmitindo pantes, pois isso se caracterizaria como uma depen-
para o paciente diagnóstico terapêutica e prognósti- dência do paciente ao seu grupoterapeuta.
cos definidos pela equipe.
(E) os grupos de natureza não terapêutica não denotam
(B) atuar no atendimento psicoterapêutico da equipe necessidade de serem “continentes” em nenhum as-
que desempenha um trabalho identificado como in- pecto, pois não se propõem a tratar algo.
salubre e penoso provocando-lhe sintomas orgâni-
cos e psíquicos.
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16. Quanto aos processos inconscientes que gravitam no 18. O espaço para atendimentos psicológicos em unidades
campo grupal, tomando como base as conceituações da de internação ou enfermarias tem diferenças quanto ao
teoria psicanalítica, conforme Zimerman (2000), é correto setting controlado e previsível, valorizado nas teorias clí-
afirmar: nicas e nos modelos de consultório. É um espaço não
privativo, quando os quartos são compartilhados, além
(A) as proto-identificações configuram-se por uma das da possibilidade de interrupções por familiares, procedi-
quatro modalidades: adesiva, especular, adictiva, mentos e por outros membros da equipe. Para Romano
imitativa. (2017), frente a essas peculiaridades do setting hospita-
lar, o psicólogo deve ser:
(B) dentre os processos inconscientes, ocorrem ansie-
dades que se manifestam por sensação de estreita- (A) intolerante com interrupções de colegas de quarto,
mento, como é o caso da dispneia suspirosa. por exemplo, estabelecendo claramente que um pa-
ciente não deve ouvir o atendimento do outro pacien-
(C) os mecanismos de defesa são distintos tipos de ope- te uma vez que este conteúdo é sigiloso.
rações mentais que têm por finalidade a ampliação
das tensões psíquicas internas. (B) flexível, porém, impondo suas regras de dias e horá-
rios para os atendimentos de seus pacientes confor-
(D) a ansiedade de desamparo surge como decorrência me identifique ser mais adequado para si.
dos conflitos edípicos, nos quais o superego ameaça
o indivíduo com severas punições, caso suas expec- (C) flexível, adaptando-se de forma inteligente e racional
tativas não sejam cumpridas. aos imprevistos deste setting, respeitando limites e
expondo os seus com cordialidade e respeito.
(E) no campo grupal, os processos identificatórios, pro-
jetivos e introjetivos, não costumam ocorrer de uma (D) compreensivo, priorizando atividades de outros
forma frequente e intensa. membros da equipe, que são mais importantes aos
pacientes neste momento do que as atividades da
psicologia.
17. A respeito de pessoas que apresentam episódios manía-
cos, Gabbard (2016) considera: (E) rígido em manter um setting controlado e previsível,
exigindo que nenhum outro membro da equipe inter-
(A) pacientes maníacos geralmente respondem bem ao rompa seus atendimentos.
tratamento que tem como abordagem inicial a psico-
terapia.
19. Ao retomar as principais ideias da Psicologia Institucional
(B) pessoas com transtorno bipolar, em fase maníaca, de Bleger e de Lapassade, Guirado (2009) afirma:
costumam apresentar boa capacidade de insight.
(A) para Lapassade, o psicólogo institucional deve as-
(C) a ameaça de sentimentos agressivos e persecutó- sumir a gestão dos grupos nas organizações, por ter
rios leva à necessidade de defesas maníacas para acesso a aspectos desconhecidos do que se passa
negá-los. nesses grupos.
(D) episódios maníacos são típicos de pacientes obses- (B) Bleger baseia-se na psicanálise de Lacan para pro-
sivos, que desenvolvem rituais e manias como tenta- por conceitos-chave de sua teoria, como o de sujeito
tivas de conter a angústia. do suposto saber.
(E) em uma perspectiva kleiniana, a abordagem do pa- (C) Lapassade propõe que, em sua atuação, o psicólogo
ciente maníaco consiste em propiciar a elaboração institucional deve propor uma escala de hierarquia
de aspectos ligados ao sadismo da fase fálica. de prioridades para as equipes que estiverem sob
seus cuidados.
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20. Ocampo e Arzeno (In: Ocampo, Arzeno, Piccolo e col., 22. Para Efron e cols. (In: Ocampo, Arzeno, Piccolo e col.,
2009) consideram que a entrevista inicial de um processo 2009), o uso de brinquedos no atendimento de crianças
psicodiagnóstico deva ser:
(A) deve ocorrer apenas na psicoterapia e não no pro-
(A) dirigida, pautada em questionário no modelo de cesso psicodiagnóstico, para preservar a neutralida-
anamnese, para que se tenha acesso a informações de do contato da criança com o psicólogo na avalia-
sobre o desenvolvimento do paciente da forma mais ção.
completa possível sobre o caso.
(B) constitui um recurso técnico valioso no psicodiagnós-
(B) semidirigida, em que, após a apresentação mútua, o tico, pois serve para deixar a criança menos ansiosa
psicólogo faz as perguntas que pautarão a entrevis- para o processo de avaliação que virá em seguida.
ta, dirigindo a atenção para os temas importantes e
configurando o campo psicológico da entrevista. (C) serve principalmente para checar se a criança intera-
ge com o psicólogo, se entende as regras dos jogos
(C) livre, em que o psicólogo desempenha o papel de propostos e se tem condições de respeitá-las.
observador, prestando atenção ao que lhe é relatado
e em como cada assunto é abordado. (D) é um instrumento técnico do psicodiagnóstico, pois
a atividade lúdica é a forma de expressão própria
(D) semidirigida, em que o paciente expõe suas ques- da criança, assim como a linguagem verbal é a do
tões e sua narrativa como desejar, até a parte final, adulto.
quando o psicólogo assume a técnica diretiva para
buscar preencher lacunas do relato. (E) é um recurso recomendado apenas para atendimen-
to de crianças em fase pré-escolar, pois, nas crian-
(E) dirigida, pautada em questionário especificamente ças mais velhas, deve-se favorecer o uso da lingua-
elaborado a partir de informações prévias sobre a gem verbal.
patologia, a constelação familiar e a idade do pa-
ciente.
23. Sobre a oitava e última crise do ciclo de vida – integrida-
de do ego versus desespero – Papalia, Olds e Feldman
21. A respeito da aplicação de testes psicológicos no proces- (2013), citando Erikson (1985), afirmam que os idosos
so psicodiagnóstico, Ocampo e Arzeno (In: Ocampo, Ar-
zeno, Piccolo e col., 2009) afirmam que (A) precisam adquirir um senso de integridade do self
pela aceitação da vida que tiveram para poder lidar
(A) testes projetivos gráficos devem ser evitados, pois com a aproximação da morte sem sucumbir ao
sua interpretação é subjetiva, o que faz com que eles desespero.
não sejam uma ferramenta confiável.
(B) podem evitar o desespero e ceder a integridade do
(B) testes projetivos gráficos podem ser aplicados, pre- ego quando percebem a vulnerabilidade e transito-
ferencialmente ao final do processo, para confirmar riedade da condição humana.
hipóteses levantadas por outros métodos.
(C) que tenham histórico de intenso sofrimento psíquico
(C) testes gráficos podem ser empregados, geralmente e/ou transtorno psicopatológico não apresentam re-
no início da bateria de testes, por serem menos an- cursos suficientes para enfrentar essa crise de modo
siógenos e por demandarem pouco tempo para sua satisfatório e alcançar a integridade do self.
aplicação.
(D) requerem pouco estímulo e engajamento em ativi-
(D) os testes diretamente relacionados à área de maior dades diversas quando suas funções corporais en-
conflito devem ser aplicados primeiro, para que se fraquecem, rendendo-se inevitavelmente ao deses-
possa rapidamente ter uma noção do quadro. pero.
(E) o processo psicodiagnóstico não deve se basear em (E) quando revisitam ou avaliam o passado tendem a
testes e, sim, em diversas entrevistas em que se in- deprimir e indicam chances menores de obter um
cluem, alternadamente, familiares do paciente. senso de coerência, significado e integridade.
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24. Considerando o desenvolvimento cognitivo do jovem 26. Com base no trabalho clínico com adolescentes, o psicó-
adulto e o conceito de inteligência emocional expandido logo David Elkind (1998, apud Papalia, Olds e Feldman,
por Daniel Goleman (1995, apud Papalia, Olds e Feld- 2013) descreveu atitudes e comportamentos que podem
man, 2013), pode-se afirmar que ser provenientes das incursões inexperientes dos jovens
no pensamento abstrato. Dentre eles, podemos citar:
(A) a inteligência emocional é definida como o oposto
da inteligência cognitiva, ou seja, jovens adultos não (A) prontidão emocional para absorver e respeitar as di-
podem ser bem-dotados em ambos. ferentes opiniões, assim como aceitar a diversidade.
(B) a observação de qualidades emocionais, como o oti- (B) suposição de invulnerabilidade, denotando uma es-
mismo, a motivação e a empatia em jovens adultos, pécie de fábula pessoal para a crença de que sua
influenciam o êxito exclusivamente nessa etapa da experiência é única e de que são especiais.
vida.
(C) genuinidade aparente, reconhecendo a diferença en-
(C) a capacidade de compreender, regular e processar tre expressar um ideal e fazer os sacrifícios necessá-
as informações emocionais, tanto de si mesmo como rios para viver de acordo com ele.
dos outros, é indicativo de inteligência emocional.
(D) tendência a conciliação, sugerindo maior disponibili-
(D) jovens adultos que apresentam quociente de inteli- dade para avaliar e refletir sobre as diferentes possi-
gência elevado tendem a manifestar baixa autoes- bilidades de resolução de um problema.
tima, isolamento, relações superficiais, bem como
ideação suicida. (E) revolta e impulsividade, indicando importante imatu-
ridade emocional para lidar com pessoas com quem
(E) a inteligência emocional bem desenvolvida elimina a se identificam.
possibilidade de rupturas do ego e desencadeamen-
to de transtornos de personalidade.
27. De acordo com o terceiro estágio do desenvolvimento
piagetiano, aproximadamente dos 7 aos 12 anos de ida-
25. “(...) Algumas pessoas de meia-idade podem participar de as crianças desenvolvem o pensamento lógico (Pa-
de uma maratona; outras ficam sem fôlego ao subir uma palia, Olds e Feldman, 2013). Sobre essa temática, é
escada mais íngreme. Algumas têm uma memória mais correto afirmar que
aguda do que nunca; outras sentem sua memória come-
çar a falhar. Alguns, como Gandhi, estão no auge da cria- (A) as crianças ainda possuem importantes dificuldades
tividade ou da carreira; outros começaram mais devagar para compreender as relações espaciais e de cau-
ou chegaram a situações-limite (...)” (p. 590). Sobre o salidade.
desenvolvimento humano na fase adulta, Papalia, Olds e
Feldman (2013) defendem que (B) comparado ao estágio anterior, as crianças indicam
avanços cognitivos discretos e pensamento abstrato
(A) corresponde a um período com poucas responsabi- presente.
lidades, pois em geral os filhos estão criados, a si-
tuação econômica estabilizada e os papéis sociais (C) o raciocínio dedutivo se desenvolve e se fortalece
reduzidos. durante esse período.
(B) a qualidade das relações sexuais se reduz significati- (D) a categorização inclui habilidades rudimentares, pois
vamente com o início da menopausa feminina e com as crianças ainda não conseguem identificar a rela-
as mudanças no funcionamento sexual masculino ção entre o todo e suas partes.
relativas à idade.
(E) as crianças utilizam operações mentais para resolver
(C) a resposta a situações estressoras pode ficar preju- problemas concretos, porque podem levar em conta
dicada e interferir na saúde por meio de um estilo de múltiplos aspectos de uma mesma situação.
vida pouco saudável, como uso excessivo de álcool,
tabaco e insônia.
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28. Segundo Simonetti (2018), o diagnóstico na psicologia 30. A respeito das orientações para ajudar as crianças a lidar
hospitalar é o conhecimento da situação existencial e com o fenômeno morte, segundo Abud e Zimmermann
subjetiva da pessoa adoentada em relação à sua doença. (In: De Marco, Abud, Lucchese e Zimmermann, 2012), é
Quanto ao diagnóstico reacional, o autor afirma: correto afirmar:
(A) é similar a um processo psicodiagnóstico, valendo- (A) elas precisam de explicações adequadas, utilizando
-se de testes psicológicos para determinar a posição termos vagos como ir embora, dormir e doença, evi-
do sujeito diante do seu adoecimento. tando assim aumentar a confusão.
(B) baseia-se no trabalho da psiquiatra norte-americana (B) excluí-las de cenas em que amigos e familiares se
Elisabeth Kubler-Ross e sobretudo corresponde ao encontram com as pessoas enlutadas, pois precisam
modo como a pessoa reage à doença. ser ajudadas a enfrentar e a lidar com a perda, sendo
protegidas do sofrimento.
(C) refere-se à coleta do maior número de informações
sobre o paciente, familiares e/ou acompanhantes, (C) observar para ver se a criança não associou magica-
possibilitando uma visão global das personalidades mente a morte a um comportamento ou pensamen-
e histórias de vida envolvidas. to seu. Caso isso ocorra, tentar conversar e mudar
esse tipo de raciocínio, se possível.
(D) é um resumo da situação clínica do paciente e deve
incluir o nome da doença, condição aguda ou crô- (D) não as motivar para que expressem ou nomeiem
nica, os principais sintomas, tratamento proposto, seus sentimentos verbalmente ou de forma gráfica
medicação em uso, aderência ao tratamento e prog- e motora. É fundamental respeitar o tempo de cada
nóstico. criança para que iniciem um trabalho de luto.
(E) constitui-se na construção de uma visão panorâmica (E) não devem ser excluídas do convívio com os familia-
da vida do paciente, enfatizando as áreas não direta- res que estão sofrendo, sendo encorajadas a assu-
mente relacionadas à doença, mas que influenciam mir papel de cuidado para com esses, auxiliando-as
e são por ela influenciadas. em seu processo de amadurecimento.
29. Considerando a temática da Psicologia Hospitalar descri- 31. De acordo com Lemgruber (In: Cordioli e col, 2008), de
ta por Simonetti (2018), pode-se pontuar como caracte- forma geral, as abordagens de Psicoterapias Breves Psi-
rística do diagnóstico transferencial: codinâmicas apresentam, entre outras, as seguintes ca-
racterísticas técnicas:
(A) observar o privilégio que a pessoa passa a desfrutar
após ficar doente, que pode ser de ordem material, (A) focalização em conflitos intrapsíquicos ou outros te-
afetiva ou psicológica. mas relacionados a conflitos interpessoais definidos
previamente no início da terapia.
(B) verificar sintomas como ansiedade, disforia, lamú-
rias, labilidade emocional, somatização e sentimen- (B) atenção dirigida para experiências passadas, viven-
tos de ambivalência. ciadas pelo paciente, inclusive os sintomas.
(C) mapear os pontos e conflitos que os pacientes depo- (C) ênfase na dimensão do “aqui e agora”, que não ne-
sitam em figuras frágeis do seu meio familiar. cessariamente é correlacionada ao passado.
(D) avaliar as relações que a pessoa estabelece a partir (D) terapeutas mais ativos, que estimulam o desenvol-
de seu lugar no adoecimento. vimento da aliança terapêutica não fazendo uso de
interpretações precoces.
(E) enfatizar principalmente a dualidade na relação entre
o paciente e o profissional de saúde. (E) por ter menor duração do tratamento, se comparado
ao tratamento psicanalítico clássico, não se deve fa-
zer uso da associação livre.
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32. “Como toda relação humana, a relação paciente-tera- 34. Para Cordioli e cols. (2008), independentemente da mo-
peuta propicia aos seus participantes uma completa dalidade de psicoterapia adotada, o paciente deve aten-
gama de pensamentos, fantasias e sentimentos. Assim, der a alguns pré-requisitos indispensáveis para participar
a contratransferência é, hoje, vista como parte legíti- de uma intervenção terapêutica. Dentre os pré-requisitos
ma da relação terapêutica”. Eizirik, Libermann e Costa descritos pelo autor, está a necessidade de
(In: Cordioli e colaboradores, 2008). A partir disso, pode-
-se afirmar: (A) apresentar algum problema ou conflito de natureza
aguda, que exija solução urgente.
(A) sob controle do terapeuta, a contratransferência
(B) possuir um bom desempenho ao longo de tarefas
pode ser parte importante das forças que conduzem
evolutivas, sem atrasos ou lacunas.
ao insight, à mudança interior e à maturidade, tanto
no paciente como no terapeuta. (C) apresentar funcionamento cognitivo preservado.
(B) a contratransferência tem origem nos conflitos neuró- (D) capacidade mínima de formar vínculo.
ticos não superados pelo terapeuta, contribuindo para
uma maior permeabilidade à transferência do paciente. (E) apresentar teste de realidade preservado.
(E) as reações de cada paciente diante de todo estresse (E) redução ou eliminação dos sintomas; diminuição de
a que está sujeito quando internado, as quais apre- déficits de funcionamento do Ego por meio do refor-
sentam sintomas e durações variadas, são denomi- ço de defesas consideradas adaptativas; melhora da
nadas “reação aguda ao stress”. autoestima.
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37. A dinâmica grupal é composta por um jogo de adjudica- 39. Má notícia é qualquer informação que afete de manei-
ção e de assunção permanente de papéis. Sobre os di- ra drástica e negativa a perspectiva do paciente sobre si
ferentes papéis descritos por Zimerman (2000), é correto mesmo e seu futuro. A respeito da comunicação de más
afirmar: notícias, De Marco (In: De Marco, Abud, Lucchese e Zim-
mermann, 2012) afirma que
(A) o papel de “Atuador pelos demais” é ocupado por um
paciente que recebe dos demais indivíduos a função (A) o diagnóstico deve ser comunicado ao paciente, in-
de executar aquilo que lhes é proibido. Nessas situ- dependentemente de seu estado, pois a informação
ações, o grupo costuma emitir duplas mensagens, é um direito do paciente.
encorajando e estimulando ou criticando as ações
deste integrante. (B) o diagnóstico deve ser informado inicialmente à família,
(B) o “Apaziguador” aparece com grande frequência no pois a comunicação de uma má notícia pode acarretar
grupo e costuma ser desempenhado pelo próprio danos à integridade física e psicológica do paciente.
terapeuta, que possui bons recursos defensivos e
(C) a negação de pacientes e familiares deve ser respei-
deve representar um bom modelo para os membros
tada por não influenciar diretamente a qualidade da
mais novos e inexperientes do grupo.
continuidade do cuidado.
(C) “Vestal” é um papel comum e muito saudável a todas
as estruturas grupais, pois o indivíduo nesta posição (D) a inexistência de protocolos para comunicação de
deverá assumir a importante função de identificar, más notícias dificulta o treinamento dos profissionais
compartilhar e favorecer o surgimento das ideias para essa prática.
inovadoras e criativas no âmbito grupal.
(E) o impacto da má notícia está relacionado à distância
(D) a posição de “Radar” deverá ser ocupada pelo tera- entre as expectativas do paciente e familiares e a
peuta, o indivíduo mais habilitado para ser respon- realidade médica da situação.
sável pela preservação e manutenção de conceitos
morais e ideológicos básicos vigentes na sociedade.
(E) o papel de “líder” jamais poderá ser ocupado pela
figura do grupoterapeuta que deve se manter de 40. A escolha do tipo de psicoterapia mais adequado para
maneira neutra para estimular o surgimento de uma cada paciente não deve ser ditada somente pela sinto-
liderança do tipo autocrática, entre os membros do matologia, síndrome ou quadro clínico. Assinale a alter-
grupo e que garanta a liberdade dos demais. nativa que apresenta, segundo Lemgruber (In: Cordioli e
cols, 2008), critério essencial na indicação de tratamento
com Terapia Focal.
38. Os grupos podem ser classificados de acordo com as fi-
nalidades a que se propõem. Sobre as diferentes classifi- (A) Motivação do paciente para a mudança.
cações, Zimerman (2000) afirma que
(B) Capacidade do paciente em identificar pensamentos
(A) o grupo de reflexão não possui alcance psicoterápi- automáticos.
co. Estes grupos só têm alguma eficácia quando os
integrantes estão engajados em uma tarefa única de (C) Falta de capacidade de visão psicológica.
reprodução e replicação de conceitos e conteúdos
didáticos aprendidos. (D) Dificuldade em estabelecer vínculos interpessoais.
(B) os grupos comunitários são utilizados na prestação (E) Capacidade do paciente de autorrevelação.
de cuidados primários, secundários e terciários à
saúde. Técnicos de distintas áreas podem ser trei-
nados para essa tarefa de integração e incentivo às
capacidades positivas, mantendo-se centrados na
tarefa e reconhecendo seus limites.
(C) nos grupos operativos, caberá ao papel do grupote-
rapeuta identificar e realizar intervenções de ordem
interpretativa dos fatores inconscientes inter-relacio-
nais que se manifestam ao longo do processo grupal.
(D) os grupos operativos, como de ensino-aprendiza-
gem, institucionais e de autoajuda, são abrangentes,
aplicam-se a diversas situações sociais, atendem ao
objetivo de aprendizagem e distinguem-se dos de-
mais grupos por não possuírem alcance ou resultado
terapêutico no campo psicológico.
(E) os grupos de autoajuda devem ser compostos so-
mente por pessoas portadoras de uma mesma ne-
cessidade. São grupos que não possuem compro-
vação de eficácia segura, pois são empregados sem
padronização e em situações de difícil controle.
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41. Rocha et al. (In: Serafim e cols, 2017) referem que, ape- 43. Rocca e cols. (In: Serafim e cols., 2017), ao citar um es-
sar dos avanços farmacológicos no tratamento da epi- tudo longitudinal realizado por Volkert et al (2016), com
lepsia, alguns pacientes continuam a apresentar crises, relação ao mapeamento cognitivo nos diferentes tipos de
sendo refratários à terapia medicamentosa. Nesses ca- Transtorno Afetivo Bipolar, afirmam que
sos, a indicação cirúrgica surge como uma terapêutica (A) déficits atencionais e mnésticos aparecem apenas
para o controle das crises, sendo necessária a avaliação durante as fases de mania e depressão, mas não
neuropsicológica pré-cirúrgica para estão presentes na eutimia.
(A) obter a localização do dano estrutural e funcional e (B) pacientes em mania apresentam tempo de reação
determinar a lateralização e localização de áreas ce- lentificado.
rebrais disfuncionais. (C) pacientes em fase depressiva apresentam prejuízos
no controle inibitório, que podem ser explicados pela
(B) identificar a capacidade cognitiva antes da cirurgia
própria característica da doença.
já que o aspecto mais afetado sempre é a função
executiva. (D) pacientes eutímicos apresentam déficits significati-
vos em memória operacional e memória verbal.
(C) certificar-se que não é uma epilepsia de lobo tempo- (E) as funções executivas não são afetadas durante as
ral, pois é a mais rara em casos de refratariedade. fases de depressão e mania.
(D) fazer diagnóstico diferencial entre as epilepsias rolân-
dica; mioclônica juvenil; lobo temporal ou lobo frontal. 44. De acordo com Ocampo e Arzeno (In: Ocampo, Arzeno,
Piccolo e col., 2009), a devolução da informação no pro-
(E) esclarecer o modo como ocorrem as crises, em que cesso psicodiagnóstico deve
regiões cerebrais e estruturais, bem como os aspec-
(A) começar pela exposição dos aspectos mais ansió-
tos cognitivos, sendo essa a única avaliação utiliza-
genos e seguir, depois, com os aspectos menos an-
da como medida pré-cirúrgica.
siógenos.
(B) centrar-se nos aspectos mais regredidos e doentes
para enfatizar a importância do tratamento a ser feito.
42. Yokomizo e Falcão (In: Serafim e cols., 2017) referem (C) ser realizada apenas com os pais, quando se trata
que a avaliação neuropsicológica dos idosos exige algu- de crianças com menos de cinco anos.
mas especificidades, como:
(D) ser realizada apenas com o adolescente, no caso de
(A) anamnese padrão, sem muitos detalhes, pois os idosos este ser o paciente trazido para atendimento.
têm dificuldades para se expressarem, e a utilização de (E) favorecer a integração de aspectos da identidade
uma bateria de testes previamente definida, auxiliando manifesta do paciente com aspectos de sua identi-
na rapidez da avaliação e entrevista devolutiva. dade latente.
(E) promover mudanças nas crenças centrais do pacien- (D) na fase negociadora, são exploradas as ideias do
te, por meio de enquadres empáticos e ativos, para paciente acerca da natureza de sua enfermidade,
que o paciente possa encontrar novas formas de negociando as dúvidas apresentadas, visando me-
lidar com o sofrimento advindo das lembranças da lhor adesão do paciente ao tratamento proposto.
situação traumática.
(E) na fase informativa, é importante consultar o pron-
tuário para acessar informações indispensáveis do
48. Com relação à hierarquia do desenvolvimento da an-
paciente, além de serem esclarecidas declarações
siedade, proposta por Gabbard (2016), uma das formas
fornecidas pelos familiares.
mais primitivas de ansiedade é:
(A) ansiedade do superego.
(B) ansiedade de separação.
(C) ansiedade de castração.
(D) ansiedade de desintegração.
(E) ansiedade antecipatória.
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