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Processo Seletivo

programa de bolsas para cursos de especialização lato sensu – 2020

009. Prova Objetiva

psicologia

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Nome do candidato

RG Inscrição Prédio Sala Carteira

27.10.2019
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 04. José, 25 anos, iniciou acompanhamento com psiquiatra
há 6 meses, apresentando quadro psicopatológico de
rompantes de heteroagressividade, irritabilidade exacer-
01. Em relação ao Código de Ética do Psicólogo, é correto bada, gastos excessivos, muitos conflitos interpessoais,
afirmar: associados a momentos de desânimo profundo, tristeza
e automutilação. Para entendimento do caso, o psiquia-
(A) as sociedades mudam, as profissões transformam-
tra que o acompanha solicita que o psicólogo da equipe
-se e isso exige, também, uma reflexão contínua so-
realize uma Prova de Rorschach. O que o psicólogo deve
bre o próprio código de ética.
fazer, segundo a resolução no 9, de 25 de abril de 2018?
(B) ele se aplica apenas aos profissionais que atuam na
área da saúde, excluindo-se os psicólogos institu­ (A) Realizar a Prova de Rorschach, por ter sido solicita-
cionais. ção de um dos membros da equipe, sendo a função
do psicólogo aplicá-la.
(C) a missão primordial de um código de ética profissio-
nal é de normatizar a natureza técnica do trabalho. (B) Recusar-se a fazer a avaliação solicitada, pois 6 me-
(D) destina-se a limitar a discussão, pelo psicólogo, dos ses não é tempo suficiente para solicitar uma ava-
cerceamentos e interseções relativos aos direitos in- liação.
dividuais e coletivos, dando um norte a ser seguido.
(C) Explicar que a escolha do instrumento psicológico é
(E) as sociedades mudam, as profissões transformam- exclusiva do psicólogo e, caso o profissional acredite
-se, mas as condutas éticas são universais e por isso que ele seja um bom instrumento, ele será usado,
não se transformam. caso contrário não será usado.

(D) Explicar que a avaliação deve ser feita pelo médi-


02. O documento psicológico constitui instrumento de comu-
co e não pelo psicólogo, pois uma situação delicada
nicação escrita resultante da prestação de serviço psi-
como a heteroagressividade e automutilação exige
cológico. Segundo a resolução no 6, de 29 de março de
conhecimento que o psicólogo não possui.
2019, é correto afirmar:
(A) a confecção do documento psicológico deve ser rea­ (E) Explicar que em situações nas quais a vida de al-
lizada quando solicitada pelo usuário do serviço de guém está em perigo (heteroagressividade e auto-
Psicologia, sendo vedada a entrega dele para auto- mutilação), a avaliação deve, necessariamente, ser
ridades. realizada por dois profissionais.
(B) a(o) psicóloga(o) deverá adotar, na elaboração de
seus documentos, as técnicas da linguagem escrita 05. Com relação à compreensão psicodinâmica da esquizo-
informal, para ser acessível tanto a leigos como a frenia (Gabbard, 2016), é correto afirmar que
técnicos.
(C) o documento psicológico sistematiza uma conduta (A) não existe compreensão psicodinâmica possível,
profissional na relação direta de um serviço prestado uma vez que os fatores genéticos desempenham
à pessoa, grupo ou instituição. papel determinante no desenvolvimento da esquizo-
frenia.
(D) o relatório psicológico e o laudo são documentos que
necessitam da assinatura de dois profissionais para (B) é caracterizada por uma hipercatexia ou hiperinves-
certificar a confiabilidade. timento libidinal de representações objetais intrapsí-
quicas, e um retraimento social em relação às pesso-
(E) o documento psicológico é emitido quando o profis-
as reais do ambiente.
sional julgar necessário.
(C) como nas psicoses em geral, existe uma rejeição e
03. Segundo a resolução no 6, de 29 de março de 2019, a um subsequente remodelamento da realidade, tam-
diferença entre Relatório e Laudo é: bém explicado por um conflito entre o ego e o mundo
externo.
(A) apenas na nomenclatura, pois, na essência, é o
mesmo documento. (D) a insensibilidade ao estímulo e a hipervigilância são
(B) Laudo é para fins jurídicos e Relatório é para fins características comuns da personalidade pré-esqui-
clínicos. zofrênica, que repercutem na marcada dificuldade
em identificar estímulos relevantes.
(C) no Relatório, são feitas apenas as descrições literais
dos atendimentos para que possam ser acompanha- (E) os pacientes apresentam uma barreira rígida e muito
dos por quem solicitou e, no Laudo, consta a análise bem definida entre o que está dentro e o que está
do profissional. fora, porque os limites do ego estão hiperinvestidos
(D) o Laudo é resultado do processo de avaliação psico- no âmbito psicológico.
lógica e o Relatório não tem como finalidade o diag-
nóstico.
(E) o Relatório é uma descrição detalhada do trabalho
desenvolvido pelo Psicólogo e o Laudo é um parecer
sobre uma questão específica.
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06. “Quando pensamentos sexuais ou agressivos proibidos 09. De acordo com Cordioli e cols (2008), existem elementos
que podem levar a uma punição retaliatória ameaçam comuns a todas as psicoterapias. Dentre as principais ca-
emergir do inconsciente, a ansiedade sinal é ativada, o racterísticas, podemos citar:
que leva ao emprego de três mecanismos de defesa:
deslocamento, projeção e evitação” (p. 268). (A) a psicoterapia é realizada por um profissional capa-
citado, em um contexto terapêutico no qual o pacien-
Tal descrição apresentada por Gabbard (2016) diz respei- te acredita que o terapeuta irá ajuda-lo e confia que
to à compreensão psicodinâmica e formação do sintoma esse objetivo será alcançado.
(A) depressivo. (B) é um método de treinamento, realizado por um pro-
fissional especializado, com o objetivo de capacitar
(B) fóbico.
seu paciente a solucionar conflitos, problemas ou
(C) ansioso. transtornos.

(D) esquizotípico. (C) é um tratamento que pode adotar diversas con-


cepções ou modelos que utilizam-se do Insight
(E) delirante. como principal ingrediente de transformação da
personalidade.

07. De acordo com as novas categorizações no sistema (D) é uma atividade eminentemente colaborativa entre
do DSM-5, apresentadas por Gabbard (2016), qual dos terapeuta e paciente, através da qual o primeiro ofe-
transtornos a seguir NÃO foi incluído na categoria de- rece seu saber visando correções de pensamentos e
signada como transtornos relacionados a trauma e a es- crenças disfuncionais do paciente.
tressores?
(E) é uma atividade embasada por uma concepção teó-
(A) Transtorno de estresse agudo. rica e metodologias, que visam a explicação de um
fenômeno e a resolução de um problema emocional
(B) Transtorno de estresse pós-traumático. focal.

(C) Transtorno da adaptação.


10. A unidade de ambulatório integrada ao hospital tem o
(D) Transtorno de apego reativo. objetivo de atender pacientes para diagnóstico e trata-
mento, quando a internação não é necessária. Romano
(E) Transtorno de ansiedade generalizada. (2017) sugere que o psicólogo que atue no ambulatório
de um hospital proponha acompanhamento psicológico
àqueles pacientes que apresentam
08. A respeito da compreensão psicodinâmica dos transtor-
nos dissociativos (Gabbard, 2016), é correto afirmar que (A) dificuldade em encontrar outro local que ofereça
acompanhamento psicológico.
(A) tanto a repressão quanto a dissociação são meca-
nismos de defesa, e, em ambos, os conteúdos da (B) problema emocional principal estritamente ligado à
mente são banidos da consciência. sua patologia orgânica.
(B) o transtorno dissociativo de identidade envolve uma (C) dificuldades emocionais desvinculadas da sua pato-
incapacidade de recordar informações autobiográfi- logia orgânica.
cas importantes, geralmente de natureza traumática
ou estressante, que é incompatível com o esqueci- (D) problema emocional relacionado a situações de vul-
mento normal. nerabilidade social.

(C) a amnésia dissociativa envolve a ruptura de identi- (E) somente problemas emocionais relacionados a as-
dade caracterizada por dois ou mais estados de per- pectos de sua vida pregressa.
sonalidade distintos, os quais podem ser descritos
em algumas culturas como uma experiência de pos-
sessão.

(D) a amnésia dissociativa é o mais comum dos trans-


tornos dissociativos e pode ser facilmente diagnosti-
cada, uma vez que quase todos os pacientes nessa
condição relatam períodos de amnésia clássicos.

(E) a maioria dos especialistas concorda que um trauma


psicológico sozinho é suficiente para causar o trans-
torno dissociativo de identidade.

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11. As unidades de terapia intensiva (UTI) destinam-se a 14. No que se refere à Psicologia Institucional, de acordo
pacientes em estado grave, exigindo assistência espe- com Guirado (2009), é correto afirmar que
cializada. Conforme Romano (2017), a atuação dos psi-
cólogos com pacientes internados na UTI deve levar em (A) a Psicologia Institucional tem como base amplos es-
consideração que tudos comportamentais, nos quais foram analisados
os padrões de comportamentos predominantes em
(A) os pacientes se sentem mais bem cuidados neste cada tipo de instituição.
ambiente, diminuindo significativamente a presença
de distúrbios psíquicos. (B) a prática do psicólogo poderá ter um caráter de Psi-
cologia Institucional se este profissional tiver acesso
(B) a equipe está propondo a melhor terapêutica possí-
aos diferentes grupos que compõem a instituição,
vel, portanto, estar na UTI é necessário e o psicólogo
em especial às equipes gestoras.
tem que convencer o paciente disso.

(C) não será possível acompanhamento psicoterápico à (C) a atuação da Psicologia Institucional pressupõe que
família deste paciente, uma vez que esta não tem o psicólogo tenha em mente o conjunto das práticas
acesso ao ambiente da UTI. em que está inserido, bem como as tensões que se
produzem entre os grupos na instituição.
(D) as demandas emocionais apresentadas por estes
são de ordem orgânica por conta das condições clí- (D) a Psicologia Institucional se coloca de forma contrá-
nicas graves e medicação, portanto, serão resolvi- ria ao atendimento individual, visto como uma forma
das com a melhora clínica. de rotular como doente o portador de um sintoma
que é da instituição, culpabilizando-o.
(E) fatores ambientais, tais como o barulho intenso do
ambiente da UTI e a privação do sono, podem afetar (E) a Psicologia Institucional é uma área específica de
sensivelmente o estado de humor do paciente. atuação da Psicologia e, como tal, deveria contar
com formação específica para profissionais que qui-
sessem dedicar-se a ela.
12. Em relação ao trabalho em equipe multidisciplinar dentro
do hospital, é correto afirmar, segundo Romano (2017):
15. Para Zimerman (2000), quanto à função de “continente”
(A) cada profissional tem seu lugar e deve ser aceito pelo
que o grupo exerce, é correto afirmar:
outro, com humildade, respeito e disponibilidade.

(B) deve haver uma hierarquia pré-definida entre os pro- (A) o enquadre grupal não se constitui como um “conti-
fissionais para que haja líderes e liderados. nente”, são apenas regras e limites que devem exis-
tir em qualquer relação psicoterapêutica.
(C) o paciente deve ser compartimentalizado para que
cada profissional atue individualmente. (B) cada paciente participante do grupo deve gradativa-
mente ir adquirindo a capacidade para ser continente
(D) todos da equipe devem saber tudo ou fazer tudo, não
não somente das próprias angústias como também
havendo diferenças entre si.
de seus pares.
(E) os diferentes profissionais devem ser competitivos
entre si, para que algum se destaque. (C) uma das funções mais importantes do grupoterapeu-
ta consiste na sua capacidade de rebater o intenso
jogo de identificações projetivas, nomeando-as para
13. Pensando na diferença proposta por Romano (2017) en- o grupo.
tre a atuação do psicólogo hospitalar e a do psicólogo no
hospital, cabe ao psicólogo hospitalar: (D) o grupo em si, como entidade abstrata, não deve
funcionar como um novo “continente” para os partici-
(A) intermediar a relação equipe/paciente, transmitindo pantes, pois isso se caracterizaria como uma depen-
para o paciente diagnóstico terapêutica e prognósti- dência do paciente ao seu grupoterapeuta.
cos definidos pela equipe.
(E) os grupos de natureza não terapêutica não denotam
(B) atuar no atendimento psicoterapêutico da equipe necessidade de serem “continentes” em nenhum as-
que desempenha um trabalho identificado como in- pecto, pois não se propõem a tratar algo.
salubre e penoso provocando-lhe sintomas orgâni-
cos e psíquicos.

(C) intermediar a relação equipe/paciente, sendo o res-


ponsável por fazer valer os desejos da equipe em re-
lação à conduta clínica do adoecimento do paciente.

(D) intermediar a relação equipe/paciente, sendo o porta-


-voz das necessidades e desejos e intervir de forma que
os desencontros de informação sejam minimizados.

(E) ser responsável por realizar acompanhamento psi-


coterápico ao paciente e à família, portanto não tem
relação com membros da equipe.

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16. Quanto aos processos inconscientes que gravitam no 18. O espaço para atendimentos psicológicos em unidades
campo grupal, tomando como base as conceituações da de internação ou enfermarias tem diferenças quanto ao
teoria psicanalítica, conforme Zimerman (2000), é correto setting controlado e previsível, valorizado nas teorias clí-
afirmar: nicas e nos modelos de consultório. É um espaço não
privativo, quando os quartos são compartilhados, além
(A) as proto-identificações configuram-se por uma das da possibilidade de interrupções por familiares, procedi-
quatro modalidades: adesiva, especular, adictiva, mentos e por outros membros da equipe. Para Romano
imitativa. (2017), frente a essas peculiaridades do setting hospita-
lar, o psicólogo deve ser:
(B) dentre os processos inconscientes, ocorrem ansie-
dades que se manifestam por sensação de estreita- (A) intolerante com interrupções de colegas de quarto,
mento, como é o caso da dispneia suspirosa. por exemplo, estabelecendo claramente que um pa-
ciente não deve ouvir o atendimento do outro pacien-
(C) os mecanismos de defesa são distintos tipos de ope- te uma vez que este conteúdo é sigiloso.
rações mentais que têm por finalidade a ampliação
das tensões psíquicas internas. (B) flexível, porém, impondo suas regras de dias e horá-
rios para os atendimentos de seus pacientes confor-
(D) a ansiedade de desamparo surge como decorrência me identifique ser mais adequado para si.
dos conflitos edípicos, nos quais o superego ameaça
o indivíduo com severas punições, caso suas expec- (C) flexível, adaptando-se de forma inteligente e racional
tativas não sejam cumpridas. aos imprevistos deste setting, respeitando limites e
expondo os seus com cordialidade e respeito.
(E) no campo grupal, os processos identificatórios, pro-
jetivos e introjetivos, não costumam ocorrer de uma (D) compreensivo, priorizando atividades de outros
forma frequente e intensa. membros da equipe, que são mais importantes aos
pacientes neste momento do que as atividades da
psicologia.
17. A respeito de pessoas que apresentam episódios manía-
cos, Gabbard (2016) considera: (E) rígido em manter um setting controlado e previsível,
exigindo que nenhum outro membro da equipe inter-
(A) pacientes maníacos geralmente respondem bem ao rompa seus atendimentos.
tratamento que tem como abordagem inicial a psico-
terapia.
19. Ao retomar as principais ideias da Psicologia Institucional
(B) pessoas com transtorno bipolar, em fase maníaca, de Bleger e de Lapassade, Guirado (2009) afirma:
costumam apresentar boa capacidade de insight.
(A) para Lapassade, o psicólogo institucional deve as-
(C) a ameaça de sentimentos agressivos e persecutó- sumir a gestão dos grupos nas organizações, por ter
rios leva à necessidade de defesas maníacas para acesso a aspectos desconhecidos do que se passa
negá-los. nesses grupos.
(D) episódios maníacos são típicos de pacientes obses- (B) Bleger baseia-se na psicanálise de Lacan para pro-
sivos, que desenvolvem rituais e manias como tenta- por conceitos-chave de sua teoria, como o de sujeito
tivas de conter a angústia. do suposto saber.
(E) em uma perspectiva kleiniana, a abordagem do pa- (C) Lapassade propõe que, em sua atuação, o psicólogo
ciente maníaco consiste em propiciar a elaboração institucional deve propor uma escala de hierarquia
de aspectos ligados ao sadismo da fase fálica. de prioridades para as equipes que estiverem sob
seus cuidados.

(D) para Bleger, a intervenção do psicólogo institucional


deve ser focada especificamente nos grupos de pro-
fissionais que atendem a clientela da instituição.

(E) para Lapassade, burocracia é uma questão de poder


e opera pela divisão entre grupos de decisão e gru-
pos de execução, cabendo aos primeiros definir as
normas e a comunicação.

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20. Ocampo e Arzeno (In: Ocampo, Arzeno, Piccolo e col., 22. Para Efron e cols. (In: Ocampo, Arzeno, Piccolo e col.,
2009) consideram que a entrevista inicial de um processo 2009), o uso de brinquedos no atendimento de crianças
psicodiagnóstico deva ser:
(A) deve ocorrer apenas na psicoterapia e não no pro-
(A) dirigida, pautada em questionário no modelo de cesso psicodiagnóstico, para preservar a neutralida-
anamnese, para que se tenha acesso a informações de do contato da criança com o psicólogo na avalia-
sobre o desenvolvimento do paciente da forma mais ção.
completa possível sobre o caso.
(B) constitui um recurso técnico valioso no psicodiagnós-
(B) semidirigida, em que, após a apresentação mútua, o tico, pois serve para deixar a criança menos ansiosa
psicólogo faz as perguntas que pautarão a entrevis- para o processo de avaliação que virá em seguida.
ta, dirigindo a atenção para os temas importantes e
configurando o campo psicológico da entrevista. (C) serve principalmente para checar se a criança intera-
ge com o psicólogo, se entende as regras dos jogos
(C) livre, em que o psicólogo desempenha o papel de propostos e se tem condições de respeitá-las.
observador, prestando atenção ao que lhe é relatado
e em como cada assunto é abordado. (D) é um instrumento técnico do psicodiagnóstico, pois
a atividade lúdica é a forma de expressão própria
(D) semidirigida, em que o paciente expõe suas ques- da criança, assim como a linguagem verbal é a do
tões e sua narrativa como desejar, até a parte final, adulto.
quando o psicólogo assume a técnica diretiva para
buscar preencher lacunas do relato. (E) é um recurso recomendado apenas para atendimen-
to de crianças em fase pré-escolar, pois, nas crian-
(E) dirigida, pautada em questionário especificamente ças mais velhas, deve-se favorecer o uso da lingua-
elaborado a partir de informações prévias sobre a gem verbal.
patologia, a constelação familiar e a idade do pa-
ciente.
23. Sobre a oitava e última crise do ciclo de vida – integrida-
de do ego versus desespero – Papalia, Olds e Feldman
21. A respeito da aplicação de testes psicológicos no proces- (2013), citando Erikson (1985), afirmam que os idosos
so psicodiagnóstico, Ocampo e Arzeno (In: Ocampo, Ar-
zeno, Piccolo e col., 2009) afirmam que (A) precisam adquirir um senso de integridade do self
pela aceitação da vida que tiveram para poder lidar
(A) testes projetivos gráficos devem ser evitados, pois com a aproximação da morte sem sucumbir ao
sua interpretação é subjetiva, o que faz com que eles desespero.
não sejam uma ferramenta confiável.
(B) podem evitar o desespero e ceder a integridade do
(B) testes projetivos gráficos podem ser aplicados, pre- ego quando percebem a vulnerabilidade e transito-
ferencialmente ao final do processo, para confirmar riedade da condição humana.
hipóteses levantadas por outros métodos.
(C) que tenham histórico de intenso sofrimento psíquico
(C) testes gráficos podem ser empregados, geralmente e/ou transtorno psicopatológico não apresentam re-
no início da bateria de testes, por serem menos an- cursos suficientes para enfrentar essa crise de modo
siógenos e por demandarem pouco tempo para sua satisfatório e alcançar a integridade do self.
aplicação.
(D) requerem pouco estímulo e engajamento em ativi-
(D) os testes diretamente relacionados à área de maior dades diversas quando suas funções corporais en-
conflito devem ser aplicados primeiro, para que se fraquecem, rendendo-se inevitavelmente ao deses-
possa rapidamente ter uma noção do quadro. pero.

(E) o processo psicodiagnóstico não deve se basear em (E) quando revisitam ou avaliam o passado tendem a
testes e, sim, em diversas entrevistas em que se in- deprimir e indicam chances menores de obter um
cluem, alternadamente, familiares do paciente. senso de coerência, significado e integridade.

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24. Considerando o desenvolvimento cognitivo do jovem 26. Com base no trabalho clínico com adolescentes, o psicó-
adulto e o conceito de inteligência emocional expandido logo David Elkind (1998, apud Papalia, Olds e Feldman,
por Daniel Goleman (1995, apud Papalia, Olds e Feld- 2013) descreveu atitudes e comportamentos que podem
man, 2013), pode-se afirmar que ser provenientes das incursões inexperientes dos jovens
no pensamento abstrato. Dentre eles, podemos citar:
(A) a inteligência emocional é definida como o oposto
da inteligência cognitiva, ou seja, jovens adultos não (A) prontidão emocional para absorver e respeitar as di-
podem ser bem-dotados em ambos. ferentes opiniões, assim como aceitar a diversidade.

(B) a observação de qualidades emocionais, como o oti- (B) suposição de invulnerabilidade, denotando uma es-
mismo, a motivação e a empatia em jovens adultos, pécie de fábula pessoal para a crença de que sua
influenciam o êxito exclusivamente nessa etapa da experiência é única e de que são especiais.
vida.
(C) genuinidade aparente, reconhecendo a diferença en-
(C) a capacidade de compreender, regular e processar tre expressar um ideal e fazer os sacrifícios necessá-
as informações emocionais, tanto de si mesmo como rios para viver de acordo com ele.
dos outros, é indicativo de inteligência emocional.
(D) tendência a conciliação, sugerindo maior disponibili-
(D) jovens adultos que apresentam quociente de inteli- dade para avaliar e refletir sobre as diferentes possi-
gência elevado tendem a manifestar baixa autoes- bilidades de resolução de um problema.
tima, isolamento, relações superficiais, bem como
ideação suicida. (E) revolta e impulsividade, indicando importante imatu-
ridade emocional para lidar com pessoas com quem
(E) a inteligência emocional bem desenvolvida elimina a se identificam.
possibilidade de rupturas do ego e desencadeamen-
to de transtornos de personalidade.
27. De acordo com o terceiro estágio do desenvolvimento
piagetiano, aproximadamente dos 7 aos 12 anos de ida-
25. “(...) Algumas pessoas de meia-idade podem participar de as crianças desenvolvem o pensamento lógico (Pa-
de uma maratona; outras ficam sem fôlego ao subir uma palia, Olds e Feldman, 2013). Sobre essa temática, é
escada mais íngreme. Algumas têm uma memória mais correto afirmar que
aguda do que nunca; outras sentem sua memória come-
çar a falhar. Alguns, como Gandhi, estão no auge da cria- (A) as crianças ainda possuem importantes dificuldades
tividade ou da carreira; outros começaram mais devagar para compreender as relações espaciais e de cau-
ou chegaram a situações-limite (...)” (p. 590). Sobre o salidade.
desenvolvimento humano na fase adulta, Papalia, Olds e
Feldman (2013) defendem que (B) comparado ao estágio anterior, as crianças indicam
avanços cognitivos discretos e pensamento abstrato
(A) corresponde a um período com poucas responsabi- presente.
lidades, pois em geral os filhos estão criados, a si-
tuação econômica estabilizada e os papéis sociais (C) o raciocínio dedutivo se desenvolve e se fortalece
reduzidos. durante esse período.

(B) a qualidade das relações sexuais se reduz significati- (D) a categorização inclui habilidades rudimentares, pois
vamente com o início da menopausa feminina e com as crianças ainda não conseguem identificar a rela-
as mudanças no funcionamento sexual masculino ção entre o todo e suas partes.
relativas à idade.
(E) as crianças utilizam operações mentais para resolver
(C) a resposta a situações estressoras pode ficar preju- problemas concretos, porque podem levar em conta
dicada e interferir na saúde por meio de um estilo de múltiplos aspectos de uma mesma situação.
vida pouco saudável, como uso excessivo de álcool,
tabaco e insônia.

(D) o desempenho cognitivo apresenta uma queda im-


portante nesse período, marcada por empobreci-
mento das funções executivas e habilidade para re-
solver problemas práticos.

(E) a ansiedade em relação ao envelhecimento diminui,


uma vez que os adultos pouco valorizam os padrões
de juventude determinados pela sociedade.

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28. Segundo Simonetti (2018), o diagnóstico na psicologia 30. A respeito das orientações para ajudar as crianças a lidar
hospitalar é o conhecimento da situação existencial e com o fenômeno morte, segundo Abud e Zimmermann
subjetiva da pessoa adoentada em relação à sua doença. (In: De Marco, Abud, Lucchese e Zimmermann, 2012), é
Quanto ao diagnóstico reacional, o autor afirma: correto afirmar:

(A) é similar a um processo psicodiagnóstico, valendo- (A) elas precisam de explicações adequadas, utilizando
-se de testes psicológicos para determinar a posição termos vagos como ir embora, dormir e doença, evi-
do sujeito diante do seu adoecimento. tando assim aumentar a confusão.

(B) baseia-se no trabalho da psiquiatra norte-americana (B) excluí-las de cenas em que amigos e familiares se
Elisabeth Kubler-Ross e sobretudo corresponde ao encontram com as pessoas enlutadas, pois precisam
modo como a pessoa reage à doença. ser ajudadas a enfrentar e a lidar com a perda, sendo
protegidas do sofrimento.
(C) refere-se à coleta do maior número de informações
sobre o paciente, familiares e/ou acompanhantes, (C) observar para ver se a criança não associou magica-
possibilitando uma visão global das personalidades mente a morte a um comportamento ou pensamen-
e histórias de vida envolvidas. to seu. Caso isso ocorra, tentar conversar e mudar
esse tipo de raciocínio, se possível.
(D) é um resumo da situação clínica do paciente e deve
incluir o nome da doença, condição aguda ou crô- (D) não as motivar para que expressem ou nomeiem
nica, os principais sintomas, tratamento proposto, seus sentimentos verbalmente ou de forma gráfica
medicação em uso, aderência ao tratamento e prog- e motora. É fundamental respeitar o tempo de cada
nóstico. criança para que iniciem um trabalho de luto.

(E) constitui-se na construção de uma visão panorâmica (E) não devem ser excluídas do convívio com os familia-
da vida do paciente, enfatizando as áreas não direta- res que estão sofrendo, sendo encorajadas a assu-
mente relacionadas à doença, mas que influenciam mir papel de cuidado para com esses, auxiliando-as
e são por ela influenciadas. em seu processo de amadurecimento.

29. Considerando a temática da Psicologia Hospitalar descri- 31. De acordo com Lemgruber (In: Cordioli e col, 2008), de
ta por Simonetti (2018), pode-se pontuar como caracte- forma geral, as abordagens de Psicoterapias Breves Psi-
rística do diagnóstico transferencial: codinâmicas apresentam, entre outras, as seguintes ca-
racterísticas técnicas:
(A) observar o privilégio que a pessoa passa a desfrutar
após ficar doente, que pode ser de ordem material, (A) focalização em conflitos intrapsíquicos ou outros te-
afetiva ou psicológica. mas relacionados a conflitos interpessoais definidos
previamente no início da terapia.
(B) verificar sintomas como ansiedade, disforia, lamú-
rias, labilidade emocional, somatização e sentimen- (B) atenção dirigida para experiências passadas, viven-
tos de ambivalência. ciadas pelo paciente, inclusive os sintomas.

(C) mapear os pontos e conflitos que os pacientes depo- (C) ênfase na dimensão do “aqui e agora”, que não ne-
sitam em figuras frágeis do seu meio familiar. cessariamente é correlacionada ao passado.

(D) avaliar as relações que a pessoa estabelece a partir (D) terapeutas mais ativos, que estimulam o desenvol-
de seu lugar no adoecimento. vimento da aliança terapêutica não fazendo uso de
interpretações precoces.
(E) enfatizar principalmente a dualidade na relação entre
o paciente e o profissional de saúde. (E) por ter menor duração do tratamento, se comparado
ao tratamento psicanalítico clássico, não se deve fa-
zer uso da associação livre.

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32. “Como toda relação humana, a relação paciente-tera- 34. Para Cordioli e cols. (2008), independentemente da mo-
peuta propicia aos seus participantes uma completa dalidade de psicoterapia adotada, o paciente deve aten-
gama de pensamentos, fantasias e sentimentos. Assim, der a alguns pré-requisitos indispensáveis para participar
a contratransferência é, hoje, vista como parte legíti- de uma intervenção terapêutica. Dentre os pré-requisitos
ma da relação terapêutica”. Eizirik, Libermann e Costa descritos pelo autor, está a necessidade de
(In: Cordioli e colaboradores, 2008). A partir disso, pode-
-se afirmar: (A) apresentar algum problema ou conflito de natureza
aguda, que exija solução urgente.
(A) sob controle do terapeuta, a contratransferência
(B) possuir um bom desempenho ao longo de tarefas
pode ser parte importante das forças que conduzem
evolutivas, sem atrasos ou lacunas.
ao insight, à mudança interior e à maturidade, tanto
no paciente como no terapeuta. (C) apresentar funcionamento cognitivo preservado.
(B) a contratransferência tem origem nos conflitos neuró- (D) capacidade mínima de formar vínculo.
ticos não superados pelo terapeuta, contribuindo para
uma maior permeabilidade à transferência do paciente. (E) apresentar teste de realidade preservado.

(C) diferentemente do que ocorre nas reações transfe-


renciais, as manifestações contratransferenciais são
35. A psicoterapia de apoio é descrita por Cordioli et al. (In:
múltiplas e variadas, limitadas apenas pelas vicissi-
Cordioli e col 2008) como um modelo bastante utilizado
tudes da vida mental do terapeuta.
em momentos de crise ou descompensação temporária.
(D) os afetos contratransferenciais podem fazer com que São características desta modalidade:
o terapeuta deixe de interpretar tudo o que o pacien-
te poderia sentir e compreender, por posicionar-se (A) a elaboração de um plano de intervenção para me-
mais em relação à sua própria neurose. lhora da qualidade de vida de pacientes com lesões
e prejuízos cognitivos, por meio de uma avaliação
(E) em certas circunstâncias, o terapeuta pode reagir in- minuciosa das funções neuropsicológicas.
conscientemente pelo fato de determinado paciente
apresentar conflitos semelhantes aos seus, auxilian- (B) utilização da associação livre e análise da transfe-
do-o a compreender melhor o seu paciente. rência como principais técnicas de intervenção para
alcançar mudanças na personalidade.

(C) utilização acurada de respostas empáticas visando o


fortalecimento da aliança terapêutica.
33. As reações psicológicas, diante da necessidade de bus-
car ajuda de um serviço de saúde, variam imensamente (D) ênfase na obtenção de insights e utilização da livre
e dependem de inúmeros fatores. Segundo Lucchese (In: associação como principal recurso de intervenção.
De Marco, Abud, Lucchese e Zimmermann, 2012), é cor-
reto afirmar: (E) garantia de suporte e apoio à equipe de saúde volta-
da para atendimento a pacientes que necessitam de
(A) uma reação psicológica que é “esperada” não neces- atendimento emergencial em saúde.
sita de cuidado especializado, uma vez que assim
que o paciente recebe alta hospitalar deixa de apre-
sentar tais reações.
36. De acordo com Cordioli e cols. (2008), as Psicoterapias
(B) a tristeza, a desesperança e a preocupação são sen- de apoio têm como alguns dos seus principais objetivos
timentos esperados em qualquer paciente que en- (A) mapear as principais áreas de dificuldade na vida do
frenta uma doença grave, caracterizando quadro de paciente e descobrir suas causas; fortalecer as de-
Depressão Maior. fesas egóicas; redução ou a eliminação de sintomas
e queixas.
(C) a negação da realidade, frequentemente percebida
nas fases iniciais das doenças, é um recurso utiliza- (B) manutenção ou o reestabelecimento do nível de fun-
do pelo paciente para evitar sofrimento, devendo ser cionamento anterior a uma crise; melhora da autoes-
combatida através do acompanhamento psicológico. tima; redução ou a eliminação de sintomas; insight.
(D) a regressão constitui um mecanismo importante de (C) ajustamento social, instilação da esperança.
adaptação à doença e à internação, já que permite
ao paciente aceitar ser cuidado pela equipe médica. (D) correções de pensamentos e crenças disfuncionais
Tal reação nada tem de anormal. do paciente.

(E) as reações de cada paciente diante de todo estresse (E) redução ou eliminação dos sintomas; diminuição de
a que está sujeito quando internado, as quais apre- déficits de funcionamento do Ego por meio do refor-
sentam sintomas e durações variadas, são denomi- ço de defesas consideradas adaptativas; melhora da
nadas “reação aguda ao stress”. autoestima.

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37. A dinâmica grupal é composta por um jogo de adjudica- 39. Má notícia é qualquer informação que afete de manei-
ção e de assunção permanente de papéis. Sobre os di- ra drástica e negativa a perspectiva do paciente sobre si
ferentes papéis descritos por Zimerman (2000), é correto mesmo e seu futuro. A respeito da comunicação de más
afirmar: notícias, De Marco (In: De Marco, Abud, Lucchese e Zim-
mermann, 2012) afirma que
(A) o papel de “Atuador pelos demais” é ocupado por um
paciente que recebe dos demais indivíduos a função (A) o diagnóstico deve ser comunicado ao paciente, in-
de executar aquilo que lhes é proibido. Nessas situ- dependentemente de seu estado, pois a informação
ações, o grupo costuma emitir duplas mensagens, é um direito do paciente.
encorajando e estimulando ou criticando as ações
deste integrante. (B) o diagnóstico deve ser informado inicialmente à família,
(B) o “Apaziguador” aparece com grande frequência no pois a comunicação de uma má notícia pode acarretar
grupo e costuma ser desempenhado pelo próprio danos à integridade física e psicológica do paciente.
terapeuta, que possui bons recursos defensivos e
(C) a negação de pacientes e familiares deve ser respei-
deve representar um bom modelo para os membros
tada por não influenciar diretamente a qualidade da
mais novos e inexperientes do grupo.
continuidade do cuidado.
(C) “Vestal” é um papel comum e muito saudável a todas
as estruturas grupais, pois o indivíduo nesta posição (D) a inexistência de protocolos para comunicação de
deverá assumir a importante função de identificar, más notícias dificulta o treinamento dos profissionais
compartilhar e favorecer o surgimento das ideias para essa prática.
inovadoras e criativas no âmbito grupal.
(E) o impacto da má notícia está relacionado à distância
(D) a posição de “Radar” deverá ser ocupada pelo tera- entre as expectativas do paciente e familiares e a
peuta, o indivíduo mais habilitado para ser respon- realidade médica da situação.
sável pela preservação e manutenção de conceitos
morais e ideológicos básicos vigentes na sociedade.
(E) o papel de “líder” jamais poderá ser ocupado pela
figura do grupoterapeuta que deve se manter de 40. A escolha do tipo de psicoterapia mais adequado para
maneira neutra para estimular o surgimento de uma cada paciente não deve ser ditada somente pela sinto-
liderança do tipo autocrática, entre os membros do matologia, síndrome ou quadro clínico. Assinale a alter-
grupo e que garanta a liberdade dos demais. nativa que apresenta, segundo Lemgruber (In: Cordioli e
cols, 2008), critério essencial na indicação de tratamento
com Terapia Focal.
38. Os grupos podem ser classificados de acordo com as fi-
nalidades a que se propõem. Sobre as diferentes classifi- (A) Motivação do paciente para a mudança.
cações, Zimerman (2000) afirma que
(B) Capacidade do paciente em identificar pensamentos
(A) o grupo de reflexão não possui alcance psicoterápi- automáticos.
co. Estes grupos só têm alguma eficácia quando os
integrantes estão engajados em uma tarefa única de (C) Falta de capacidade de visão psicológica.
reprodução e replicação de conceitos e conteúdos
didáticos aprendidos. (D) Dificuldade em estabelecer vínculos interpessoais.

(B) os grupos comunitários são utilizados na prestação (E) Capacidade do paciente de autorrevelação.
de cuidados primários, secundários e terciários à
saúde. Técnicos de distintas áreas podem ser trei-
nados para essa tarefa de integração e incentivo às
capacidades positivas, mantendo-se centrados na
tarefa e reconhecendo seus limites.
(C) nos grupos operativos, caberá ao papel do grupote-
rapeuta identificar e realizar intervenções de ordem
interpretativa dos fatores inconscientes inter-relacio-
nais que se manifestam ao longo do processo grupal.
(D) os grupos operativos, como de ensino-aprendiza-
gem, institucionais e de autoajuda, são abrangentes,
aplicam-se a diversas situações sociais, atendem ao
objetivo de aprendizagem e distinguem-se dos de-
mais grupos por não possuírem alcance ou resultado
terapêutico no campo psicológico.
(E) os grupos de autoajuda devem ser compostos so-
mente por pessoas portadoras de uma mesma ne-
cessidade. São grupos que não possuem compro-
vação de eficácia segura, pois são empregados sem
padronização e em situações de difícil controle.

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41. Rocha et al. (In: Serafim e cols, 2017) referem que, ape- 43. Rocca e cols. (In: Serafim e cols., 2017), ao citar um es-
sar dos avanços farmacológicos no tratamento da epi- tudo longitudinal realizado por Volkert et al (2016), com
lepsia, alguns pacientes continuam a apresentar crises, relação ao mapeamento cognitivo nos diferentes tipos de
sendo refratários à terapia medicamentosa. Nesses ca- Transtorno Afetivo Bipolar, afirmam que
sos, a indicação cirúrgica surge como uma terapêutica (A) déficits atencionais e mnésticos aparecem apenas
para o controle das crises, sendo necessária a avaliação durante as fases de mania e depressão, mas não
neuropsicológica pré-cirúrgica para estão presentes na eutimia.
(A) obter a localização do dano estrutural e funcional e (B) pacientes em mania apresentam tempo de reação
determinar a lateralização e localização de áreas ce- lentificado.
rebrais disfuncionais. (C) pacientes em fase depressiva apresentam prejuízos
no controle inibitório, que podem ser explicados pela
(B) identificar a capacidade cognitiva antes da cirurgia
própria característica da doença.
já que o aspecto mais afetado sempre é a função
executiva. (D) pacientes eutímicos apresentam déficits significati-
vos em memória operacional e memória verbal.
(C) certificar-se que não é uma epilepsia de lobo tempo- (E) as funções executivas não são afetadas durante as
ral, pois é a mais rara em casos de refratariedade. fases de depressão e mania.
(D) fazer diagnóstico diferencial entre as epilepsias rolân-
dica; mioclônica juvenil; lobo temporal ou lobo frontal. 44. De acordo com Ocampo e Arzeno (In: Ocampo, Arzeno,
Piccolo e col., 2009), a devolução da informação no pro-
(E) esclarecer o modo como ocorrem as crises, em que cesso psicodiagnóstico deve
regiões cerebrais e estruturais, bem como os aspec-
(A) começar pela exposição dos aspectos mais ansió-
tos cognitivos, sendo essa a única avaliação utiliza-
genos e seguir, depois, com os aspectos menos an-
da como medida pré-cirúrgica.
siógenos.
(B) centrar-se nos aspectos mais regredidos e doentes
para enfatizar a importância do tratamento a ser feito.
42. Yokomizo e Falcão (In: Serafim e cols., 2017) referem (C) ser realizada apenas com os pais, quando se trata
que a avaliação neuropsicológica dos idosos exige algu- de crianças com menos de cinco anos.
mas especificidades, como:
(D) ser realizada apenas com o adolescente, no caso de
(A) anamnese padrão, sem muitos detalhes, pois os idosos este ser o paciente trazido para atendimento.
têm dificuldades para se expressarem, e a utilização de (E) favorecer a integração de aspectos da identidade
uma bateria de testes previamente definida, auxiliando manifesta do paciente com aspectos de sua identi-
na rapidez da avaliação e entrevista devolutiva. dade latente.

(B) anamnese detalhada com busca ativa de informa-


ções com terceiros, escolha de instrumentos ade- 45. Mazzieri e Gonçalves (In: Serafim e cols., 2017) abordam
quados a demanda, considerando as escalas, prin- a avaliação diagnóstica na dependência de substância
cipalmente as funcionais, e entrevista devolutiva destacando a entrevista e a aplicação de testes. A esse
extensiva a família. respeito, é correto afirmar que
(A) a entrevista possibilita a formulação de hipóteses e
(C) anamnese detalhada incluindo familiares e/ou cuida- a observação de formas de comunicação, devendo
dores é o suficiente para identificar hipótese diagnós- facilitar ao entrevistado a livre expressão de seus
tica de demências e já fazer a entrevista devolutiva. pensamentos, sentimentos e expectativas.
(D) anamnese padrão com ênfase nos primeiros anos (B) no âmbito hospitalar, uma entrevista psicológica
de vida para identificar possíveis traumas da infância deve evitar considerar aspectos multidimensionais
que possam estar contribuindo para as dificuldades para não despertar confusão nos relatos das várias
de memória atual; uso de bateria de testes padrão áreas do paciente.
para idosos e entrevista devolutiva. (C) faltam estudos para considerar que a avaliação neu-
ropsicológica pode indicar ou identificar alterações
(E) anamnese detalhada com o idoso e seus familiares, de ordem funcional ou lesional que interferem no
bateria de testes de memória, considerando que esta comportamento e na organização da personalidade.
função constitui a maioria das queixas, e entrevista
devolutiva apenas para o idoso. (D) na avaliação da personalidade, os testes projetivos
são instrumentos de respostas emocionais diferen-
ciados e devemos evitar seu uso já que podem trazer
à tona aspectos desestruturados, sendo mais indica-
do o uso de escalas.
(E) é importante, nas avaliações cognitivas com pacien-
tes dependentes de substâncias, atentar para a in-
toxicação, mas não considerar os efeitos residuais,
pois esses podem mascarar déficits ou apresentar
prejuízos superestimados.
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46. Rocca e col. (In: Serafim e cols., 2017), ao tratar sobre a 49. De acordo com Gabbard (2016), em relação à psicotera-
avaliação neuropsicológica no transtorno bipolar, referem pia individual com pacientes esquizofrênicos, é correto
que afirmar que
(A) as melhores avaliações clínicas são na fase maníaca (A) a fase final diz respeito ao momento no qual o psi-
ou depressiva, por mostrarem as dificuldades apre- coterapeuta considera a estabilidade da crise do
sentadas pelo paciente justamente com a interferên- paciente e o encaminha para a próxima fase que,
cia do humor. necessariamente, acontece em grupo.
(B) é importante avaliar os domínios cognitivos referen-
tes à velocidade de processamento, atenção, apren- (B) a fase intermediária é quando o paciente reconhece
dizagem visual, memória operacional e domínios que depende do seu terapeuta para se manter foca-
ligados a funções executivas, além de aspectos da do em seu tratamento e consegue identificar, devido
cognição social. à aliança terapêutica, os sinais que antecedem sua
crise.
(C) boa inteligência é um fator de risco proeminente para
disfunções cognitivas nos casos de transtorno bipolar. (C) a fase inicial é o momento no qual o foco é a esta-
bilização clínica dos sintomas, desenvolvimento da
(D) na eutimia não há prejuízo no reconhecimento de nojo
aliança terapêutica e o fornecimento de psicoeduca-
e medo na avaliação de reconhecimento de emoções
ção básica.
faciais em pacientes com transtorno bipolar.
(E) a avaliação neuropsicológica é importante para deter- (D) a fase intermediária é voltada para estimular o pa-
minar quais funções se apresentam deficitárias, mas ciente a recuperar suas habilidades sociais, perdidas
não possibilita identificar como os déficits podem in- no período de hospitalização, para que ele possa
terferir no manejo das demandas da vida prática. seguir para uma vida autogerida, sem depender de
familiares e amigos.
47. De acordo com Gabbard (2016), em pacientes com (E) a fase inicial é quando o paciente ainda apresenta
Transtorno de Estresse Pós-traumático, a psicoterapia agitação psicomotora, agressividade e sintomas pro-
dinâmica deve dutivos e o psicoterapeuta deve permanecer ao seu
(A) encontrar equilíbrio entre uma postura observadora e lado, sem confrontá-lo, para não piorar sua crise.
imparcial, que permita ao paciente reter informações
perturbadoras, e uma postura de encorajamento su-
ave, que ajude o paciente a reconstruir um retrato 50. De Marco (In: De Marco, Abud, Lucchese e Zimmermann,
completo do trauma. 2012) propõe uma divisão da entrevista em três fases,
com o objetivo de esquematizá-la. A respeito dessa ques-
(B) inicialmente ser somente acolhedora, sem emitir tão, é correto afirmar:
qualquer incentivo ou interpretação, afinal o paciente
já está traumatizado e o psicoterapeuta precisa ser (A) a fase de rapport é utilizada para fornecer informa-
a pessoa com quem seja possível falar sem interrup- ções sobre a saúde do paciente e o tratamento pro-
ções e/ou direcionamentos. posto, sendo pactuadas as condutas e orientações
(C) ser o ambiente no qual o paciente será confrontado sobre o profissional e o paciente.
em suas fantasias sobre a situação traumática que
(B) na fase resolutiva, são esclarecidas declarações for-
viveu, para que, caso aconteça novamente, ele te-
necidas pelo paciente e exploradas as ideias do pa-
nha condições de enfrentá-la na realidade, superan-
ciente acerca da natureza de sua enfermidade.
do o trauma inicial.
(D) focar nos sintomas de estresse vividos pelo paciente, (C) na fase de exploração, em caso de entrevista diri-
buscando alternativas que possam eliminar esses sin- gida/estruturada, os conteúdos a serem explorados
tomas e, assim, elaborar o trauma que os causaram. são totalmente predeterminados pelo profissional.

(E) promover mudanças nas crenças centrais do pacien- (D) na fase negociadora, são exploradas as ideias do
te, por meio de enquadres empáticos e ativos, para paciente acerca da natureza de sua enfermidade,
que o paciente possa encontrar novas formas de negociando as dúvidas apresentadas, visando me-
lidar com o sofrimento advindo das lembranças da lhor adesão do paciente ao tratamento proposto.
situação traumática.
(E) na fase informativa, é importante consultar o pron-
tuário para acessar informações indispensáveis do
48. Com relação à hierarquia do desenvolvimento da an-
paciente, além de serem esclarecidas declarações
siedade, proposta por Gabbard (2016), uma das formas
fornecidas pelos familiares.
mais primitivas de ansiedade é:
(A) ansiedade do superego.
(B) ansiedade de separação.
(C) ansiedade de castração.
(D) ansiedade de desintegração.
(E) ansiedade antecipatória.
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