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Aprendizagem e Memória

Introdução:

No final do séc. XIX, Wundt criou o primeiro laboratório de psicologia


experimental. E para que a psicologia fosse considerada como ciência seria
necessário seguir algum modelo e método cientifico. Foi aí então que começou
o debate sobre o uso do estatuto de cientificidade das ciências físico-naturais.

Os físicos, que seguiam este estatuto, alegavam que para se tornarem


ciência como eles, era necessário seguir todos os requisitos do estatuto. São
eles:

1. A previsibilidade da ocorrência de fenômenos da natureza.

2. A transmissibilidade dos achados de pesquisa a outros


pesquisadores e a quantificação inequívoca do objeto de estudo.

3. A formulação de leis generalizáveis.

4. O uso do método experimental (científico).

E os psicólogos seguiram e criam justificativas que os tornariam capazes


de usar tal estatuto. Suas justificativas foram:

1. Para os psicólogos, o determinismo probabilístico, foi o


responsável por responder o primeiro tópico anteriormente citado.
Nele se entende que existe uma probabilidade de frequência
maior ou menor de certos comportamentos, diante de certas
situações.

2. Para o segundo tópico proposto pelo estatuto, os psicólogos


demonstraram que o uso do constructo e suas definições
operacionais (experimental e mensurada) e também a medida e o
grau de quantificação do objeto de estudo, eram as respostas.
Para esse grau de quantificação, foi proposto quatro níveis que
seriam capazes de mensurar a complexidade do estudo. Sua
complexidade significa o quanto suportam de equações
matemáticas.

Os níveis são:

I. Razão ou proporção (+)

II. Intervalar ou escalar


Complexidade
III. Ordinal ou hierárquico

IV. Nominal ou mensuração em categorias (-)

3. Para esta, a psicologia refuta dizendo que apesar de trabalhar


com a nomotética, ela busca se preocupar também com o grau
que a generalização causa assim, generalizando em uma escala
menor. Com isso a psicologia também usa a idiossincrasia como
elemento de estudando, observando a singularidade dos
indivíduos.

4. O s psicólogos demonstraram que controlam as variáveis


estranhas para que estas não interfiram no experimento.

Aprendizagem:

Definição: A aprendizagem é um processo pelo qual, modificações


duradouras ou relativamente permanentes ocorrem no potencial do
comportamento. Este potencial comportamental é decorrente da prática (ação).
O organismo adquiri um repertório a partir da prática (experiência). Dessa
forma, a aprendizagem se caracteriza pela modificação e aquisição de
comportamento.

Análise da definição de aprendizagem:

 Processo = conjunto de sucessivas mudanças.

 Aprendizagem = consolidação das sucessivas mudanças.

 Potencial do comportamento = comportamento aprendido.


“A prática demonstra a aprendizagem. Não é nela que se aprende
e sim na teoria”.

 Organismo = todos os seres (animal e humano).

 Aprendizagem → Processo → Produto

Constructo Procedimento Comportamento/ Desempenho

- O comportamento pode ser compreendido como, o produto da


interação do organismo com o meio. Esta interação poderá ser explicada pelos
processos cognitivos básicos (aprendizagem e memória).

- Postura biologizante: Considerar aspectos biológicos.

- Postura sociologizante: Considerar aspectos sociais.

 Aprendizagem ≠ Desempenho

- A aprendizagem poderá ocorrer e poderá não ocorrer


desempenho, esta afirmativa está baseada na ideia de que a
aprendizagem é dependente da prática, que é uma condição
necessária, sinequanon, mas não suficiente para que o
desempenho ocorra

- Desempenho é o comportamento. Só existe quanto se tem


sucesso (objetivo esperado). Toda vez que analisar o
desempenho perceberá que a aprendizagem está inserida.

 Aprendizagem ≠ Condicionamento

- A aprendizagem é diferente do condicionamento, visto que, o


condicionamento é um procedimento. Então os condicionamentos
clássicos e operantes não são considerados teorias da
aprendizagem.
Antecedente favoráveis ao estudo da aprendizagem: O estudo da
aprendizagem sofreu influência de diferentes áreas do conhecimento e de
diferentes escolas filosóficas. Vale destacar estes:

 Antropologia:

Sua contribuição reside no fato de que se estuda os seres humanos em


suas diferentes culturas. No âmbito da educação, a antropologia, poderia se
interessar pelo o que se costuma definir como educação comparada.

 Sociologia:

Sua contribuição está relacionada com a sociologia da educação. Nesse


sentido é necessário considerar os processos sociais que ocorrem em relação
ao ensino (escola) e à aprendizagem. Os processos sociais se referem as
formas pelas quais os indivíduos estabelecem relações sociais uns com os
outros.

 Biologia:

Sua contribuição está relacionada com os estudos desenvolvidos por


Lamarck e por Darwin. Cada um deles desenvolveu concepções acerca da
evolução a partir de leis próprias.

- Lamarck: Em 1809, publicou um livro denominada, FILOSOFIA


ZOOLOGICA. Nesta publicação, ele tenta explicar a evolução das
espécies, tendo desenvolvido dois resultados:

I. Lei do uso e desuso: é aquela segundo qual, um


órgão do corpo humano, se desenvolve a medida
em que este se torna cada vez mais utilizável e
necessário, o oposto também pode ocorrer.
Exemplos: o dente siso e o apêndice, que se
tornaram inúteis com a evolução.

II. Lei de transmissão hereditária dos caracteres


adquiridos: Complementa a lei anterior e define que,
as características adquiridas por uma espécie, em
função do uso e desuso, são adquiridas
hereditariamente.

- Darwin: Sua contribuição se dá a partir de sua publicação, a ORIGEM


DAS ESPÉCIES. Neste livro, ele defende a teoria das evoluções das espécies,
para ele quanto mais desenvolvida for a espécie maior seria a possibilidade de
se observar o comportamento aprendido (aprendizagem), o oposto também é
considerado.

 Empirismo lógico ou Positivismo lógico ou Neopositivismo

Essa escola voltada ao conhecimento, entendia que a ciência lidava com


uma linguagem redutível a observações diretas.

Para adeptos desta escola, o conhecimento cientifico resulta da


aplicação do método indutivo. O critério que valida uma teoria, era aquele
voltado a verificação e experimentação da hipótese, podendo confirma-la ou
refuta-la. Nesse sentido, uma teoria só seria considerada cientifica se pudesse
ser empiricamente comprovada. (Isso explica o estatuto citado lá no início).

o Conhecimento cientifico → Ciência → Linguagem → Observações


diretas

o Método Indutivo = p1+p2+p3+...+pn → Lei (observações diretas


levariam a criação de leis).

o Karl Popper → Crítica ao salto indutivo: O número de


observações diretas não garante a formulação de uma lei. (Não
se deve generalizar).

o Para ser empiricamente verificável, deve-se levar em conta a


probabilidade que nos leva a uma hipótese. Por isso, ela é um
elemento central do empirismo logico (verificável). É necessário
que a hipótese seja testada.

 Empirismo Britânico
Esta escola entende que o conhecimento é construído pela experiência
sensorial, isto é, aquela que é proveniente dos órgãos e dos sentidos. Este
conhecimento é construído pela experiência e revela a noção aristotélica de
tábula rasa. Segundo esta noção, o homem vem ao mundo como uma folha em
branco e nela serão inscritas impressões advindas da experiência.

Estudos Empíricos da Aprendizagem:

 A contribuição de Ivan Pavlov

J. B. Watson viu no modelo pavloviano, uma possibilidade de explicar a


aprendizagem. Considerando a possibilidade de utilizar tal modelo, para
explicar a aprendizagem, é necessário conhecer os elementos que o
compõem.

- Condicionamento clássico ou Pavloviano ou Reflexo-lógico

EÑC ---------------- RÑC

EC ---------------- RC

Nomes:

EÑC= Estímulo não condicionado ou incondicionado.

RÑC= Resposta não condicionada ou incondicionada ou reflexa (reflexo-


logica) ou autonômica-visceral ou não aprendida ou volitiva.

EC= Estímulo condicionado.

RC= Resposta condicionada.

+ = Princípio da Continuidade.

Exemplo explicativo do esquema: Em um experimento o pesquisador


utiliza um cachorro como objeto de estudo. Neste cachorro ele estimula a
necessidade de comer (fome), e a partir daí ele utiliza a carne (EÑC), para
fazer o cachorro salivar (RÑC), enquanto o pesquisador estimula o cachorro,
uma luz (EC), se acende, isso repetidas vezes. O resultado (RC), será a
salivação do cão ao ver a luz acender, sem haver mais a carne.

Obs.: o EC, é um estímulo neutro, até ser usado diversas vezes e se


tornar um estímulo condicionado. Ele recebe as características e propriedades
de um estimulo não condicionado, se tornando então um estímulo
condicionado. Ele se chama de condicionado justamente por ter passado
por um processo que sai do neutro e o fez receber as características do
estímulo não condicionado. Ex: A luz (um estímulo neutro), após
sucessivos ensaios recebe as características de um estímulo não
condicionado, como a carne. Virando então um EC. Outro exemplo é a
logo de uma lanchonete famosa (estímulo neutro), quando você vê, você
sente fome (RC), pois a logo remete aos lanches, que no caso é a comida
(EÑC), então assim a logo se torna um EC.

 A contribuição de Edward Lee Thordike

Foi o criador da Lei do Efeito, que segundo ele, era um princípio de


aprendizagem aplicável aos animais e aos homens. Esta lei afirma que as
ações que tem resultados positivos para aos animais e aos homens tendem a
se repetir enquanto, as ações com resultados negativos tendem a desaparecer.

Exemplo explicativo da lei: Thordike, pôs um gato faminto em uma caixa


(denominada por ele, caixa problema), onde havia uma alavanca para a saída
da caixa, o gato inicialmente, mia e arranhava a caixa, até o momento de
acerta a alavanca, com isso o resultado era a saída da caixa, para onde se
havia comida. O Thordike fazia esse experimento diversas vezes e observou
que com o passar do tempo, o gato demorava menos tempo para conseguir
sair, então Thordike chegou à conclusão de que isso era aprendizagem por
tentativa e erro.

Outro exemplo é um jogo de vídeo game, na primeira vez você demora e


tem dificuldade de jogar, mas após as primeiras tentativas você aprende e
começa a ir mais rápido no jogo até zerar. E se você for jogar de novo do zero,
já saberá tudo e irá zerar em menor tempo o jogo.
Outro exemplo é quando você move um sofá grande na sala, no início
tem dificuldade para mexer com ele, e depois de diversas tentativas você
consegue move-lo com mais facilidade e assim ter aprendido como mover da
maneira certa.

 A contribuição de Hermann Ebbinghaus

Sua contribuição girou entorno do método criado por ele, denominado


como sílabas sem sentido. O objetivo era estudar a memória sem que outro
processo cognitivo estivesse presente. As sílabas sem sentido se
caracterizavam como material que não exigisse dos sujeitos, experiências ou
associações previamente estabelecidas e ausência de familiaridade com o
material.

Para ele, quando a memória não pudesse dar conta sozinha do material
a ser memorizado, os sujeitos usavam associações, isto é, aprendizagem.

 A contribuição de Wolfgang Köhler

Sua contribuição foi feita com o seu trabalho que tratou sobre a ideia de
insight. Nos experimentos feitos por ele, os chimpanzés, conseguiam utilizar
elementos que estavam disponíveis em seu campo perceptivo. Eles então
usavam os elementos para alcançar os cachos de banana (que eram os
objetivos), isso é aprendizagem, que foi denominado como insight.

“A resolução súbita de problemas que não foi aprendida direta e


gradualmente por tentativa e erro (i.e., sem a ocorrência de sucessivas
respostas "malsucedidas") foi denominada por Köhler (1925/1999) de insight,
que supôs que o desempenho seria produto de um processo mental de
reestruturação do campo perceptual. ”

 Limites Biológicos na Aprendizagem

O estudo da aprendizagem é aquele que visa a formação, aquisição ou


modificação de comportamento a partir de algum procedimento. Entretanto,
não se pode pensar que conseguiremos ensinar qualquer coisa a qualquer
espécie.
Os limites biológicos na aprendizagem, busca esclarecer e explicar que
para se estudar a aprendizagem é preciso conhecer bem a espécie com a qual
se vai trabalhar.

Para que eu desenvolva o estudo da aprendizagem e conhecendo bem


a espécie com a qual vou trabalhar, terei que usar uma: situação experimental
passível de ser realizada pela espécie, oferecerei estímulos adequados,
esperando respostas adequadas e darei assim, reforçadores adequados.
Assim, podendo propor o mesmo ensinamento, porém, de forma diferente.

Em uma pesquisa eu posso trabalhar com duas espécies diferentes,


mas para fazer isso, preciso propor recursos adequados para as mesmas.
Pois, caso eu não faça isso, não terei a conclusão esperada e não terei assim,
a aprendizagem.

Ex: Posso ensinar um rato a apertar um botão, dando o os estímulos


adequados, tendo assim resultado. Porém, se eu propor o rato a bicar o botão,
não terei resultado, pois, esta prática não é potencialmente desenvolvida ou
existente no rato. (Isto está além de seu limite biológico).

Desta forma, eu não posso propor uma situação experimental que seja
um problema para o sujeito, porque, do contrário, não verificarei à
aprendizagem. O impedidor será o meio que utilizei para fazer o experimento.

Seligman mostrou e apontou que as leis gerais da aprendizagem, não


são tão gerais assim. Elas precisam respeitar os limites biológicos para que
haja aprendizagem. Ele categoriza três tipos de resposta:

o Resposta preparada: são aquelas que a espécie desenvolve e


desempenha com facilidade, porque as suas características
facilitam essa resposta. Ex: cachorro latir, gato miar, pássaro voar
e homem andar.

o Respostas despreparadas: são aquelas que desenvolvemos com


algum esforço moderado. Ex: Homem nadar e escalar, cachorro
sentar com algum comando e sinal,
o Respostas contra preparadas: são aquelas que as espécies são
incapazes de realizar, mesmo que haja esforço, a espécie teria
que violar uma regra da sua espécie e ele não faz isso. Ex:
Homem voar, cachorro miar ou falar e rato bicar.

- Outras informações sobre o Condicionamento Clássico:

 A generalização é um fenômeno onde o sujeito aprende a dar


uma mesma resposta para estímulos semelhantes. Ex: o neném
todo homem de pai, ou chamar todo animal de 4 patas de
cachorro (auau)

 Já o oposto da generalização, chama-se discriminação, onde o


sujeito aprende a dar uma resposta especifica para um único
estímulo dentre outros semelhantes. Ex: o neném reconhecer o
pai dentre outros homens.

 Também exista a extinção, que é quando a resposta aprendida


enfraquece e desaparece pois, não há mais ligação do estimulo
com a resposta e da resposta com a recompensa. Ex: o cachorro
para de salivar após sucessivas demonstrações da luz sem o
acompanhamento da carne.

 Já a recuperação espontânea, é quando o experimentador volta a


realizar o experimento de maneira correta e assim o objeto de
pesquisa relembra. Ex: a volta da carne quando a luz acende,
ocasionando novamente a salivação do cão.

 Existe também a sensibilização, é quando o sujeito responde de


maneira bem mais sensível a determinados estímulos. Ex: Sentir
muito forte o incomodo cheiro de um valão ao estar próximo a ele.

 Em contrapartida, existe a habituação, que é o fenômeno de


adaptação ao estímulo que antes era sensível. Ex: não se
incomodar mais com o cheiro do valão, por estar muito tempo
próximo a ele.
 Condicionamento Operante ou Skinneriano

É um procedimento que representa um tipo de aprendizagem


associativa. Skinner dirá que o Watson estava correto em suas afirmações, no
modelo em que fora adotado, pois refletia corretamente a noção de
aprendizagem. (Associação entre estímulo e resposta). Entretanto Skinner fará
uma crítica a excessiva importância dada por Watson aos estímulos.

Para Skinner, a valorização excessiva dada por Watson aos estímulos,


fazia com que, não fosse dada importância ao que vinha após a resposta. Sua
crítica dizia que no meio ambiente existiam inúmeros estímulos e todos eles
caracterizados como neutros, e que seria difícil saber qual deles assumiria as
características e propriedades dos estímulos não condicionados (EÑC),
transformando-se em estímulos condicionados (EC).

A partir disto Skinner dirá que o seu interesse irá se situar na segunda
parte. Isto pode ser observado da seguinte forma:

S ------------R

RESPOSTA → CONSEQUÊNCIA (Segunda Parte)

O esquema acima, mostra que a consequência é um elemento


importante para o Skinner. Isto porque os sujeitos agem para receber a
recompensa. Nesse sentido Skinner vai dizer que a recompensa terá um papel
fundamental para que o comportamento ocorra. Para ele, então, terá uma
função reforçadora.
Com base nesta ideia, Skinner olha para o trabalho de Thordike, a lei do
efeito, e então prepara todas as condições para formular o conceito de reforço.

Vale ressaltar que Watson trabalha com a noção de resposta, já Skinner,


trabalha com a noção de comportamento. Para ele o comportamento
representa o conjunto de pequenas respostas, pois, é mais complexo.

Skinner entende que o reforço é tudo aquilo que aumenta a


probabilidade de recorrência de uma resposta, considerando uma mesma
situação ou uma similar. A ideia de reforço exige que se considere algumas
características associadas a ele.

Skinner irá dizer que, quando o sujeito se comporta e não ganha


recompensa, ele irá se comportar de outra forma, para que a recompensa
chegue.

Outro aspecto importante relativo ao reforço, é que ele deverá vir


imediatamente após a resposta. Isto quer dizer que, o tempo entre a resposta e
o reforço deverá ser pequeno para que o sujeito forme o comportamento
(estabelece uma relação entre o comportamento ocorrido e a consequência,
que é o reforço).

- Condicionamento operante e os esquemas de reforçamento:

O Cond. Operante, conforme mencionado, revela a preocupação de


Skinner com um problema metodológico observado no modelo adotado por
Watson. A partir daí Skinner formula o conceito de reforço. A ideia de reforço
comporta a possibilidade, de se classificar o reforço a partir de alguns critérios.
Com tudo, trabalharemos com a função de reforço que considera o efeito que
cada um deles promove. Sendo assim, podemos classifica-los em dois grupos,
classificação quanto a natureza de reforço e quanto ao modo de aplicação.

 Classificação quanto a natureza de reforço:

A) Reforço Primário: é todo aquele que venha a satisfazer às


necessidades primárias (alimento, sono e etc.)
B) Reforço secundário é todo aquele que satisfaz necessidade
secundária, ou seja, elogios, dinheiro (ninguém come elogio, ninguém come
dinheiro). O reforço secundário sempre está associado a algum reforçador
primário, embora muitas vezes não se consiga saber qual é o reforçador
primário.

 Classificação quanto ao modo de aplicação:

A) Reforço Positivo: é quando eu dou alguma coisa que o sujeito gosta


e ele tende a reter e a manter. Então, ele vem logo após a um
comportamento e vai ter a função de fazer com que esse
comportamento permaneça. Ex: Petisco dado ao animal, será dado
após uma resposta. Cachorro sentar = Petisco dado.

B) Reforço Negativo: tem que ter muito cuidado para falar dele, porque,
na verdade, ele é bom. Por isso, ele é reforço. Então, não pode
confundir o nome negativo com um valor bom ou ruim. Reforço é
sempre bom. O aspecto negativo está relacionado ao fato de se
considerar um estímulo aversivo. Então, no reforço negativo, o sujeito
se comporta para que aquele agente aversivo presente no meio seja
removido (o efeito reforçador é o fato dessa coisa desagradável ser
removida). Ex: Tomar um remédio para a dor de cabeça. O remédio é
o reforço negativo e o agente aversivo é a dor de cabeça.

Outro elemento importante a ser falado é a Punição, já que este em


confundido com o reforço negativo. A punição é um elemento que deverá ser
considerado como algo ruim para o sujeito (organismo), tendo em vista que se
caracteriza como a introdução de alguma coisa desagradável (o agente
aversivo).

Para a aprendizagem e o uso do Cond. Operante, é mostrado que a


punição não forma comportamento. O sujeito apenas para de realizar um
comportamento indesejável enquanto ela (punição) está presente.
OBS: A punição é a introdução do agente aversivo. Já o Reforço
Negativo é a retirada do agente aversivo.

- Esqueças de reforçamento: modo como o reforço é aplicado para o sujeito


após o comportamento.

E aí, quanto ao modo de aplicação do reforço para o sujeito, eu posso trabalhar


com:

A) O número de respostas dadas pelo sujeito = Esquemas de reforço de


razão (considero o número de respostas)

a.1) Número de respostas fixo

a.2) Número de respostas variável

B) O tempo = Esquemas de reforço de intervalo (considero o tempo


entre as respostas)

b.1) Tempo fixo

b.2) Tempo variável

Dessa forma, tem-se a seguinte combinação de Esquemas de Reforço:

A) Esquema de Reforço de Razão Fixa

B) Esquema de Reforço de Razão Variável

C) Esquema de Reforço de Intervalo Fixo

D) Esquema de Reforço de Intervalo Variável


A) Esquema de Reforço de Razão Fixa: É quando estabeleço um número fixo
de resposta e dou para esse número fixo de respostas um reforçador. Então, a
cada uma resposta, eu posso dar um reforço. Eu posso estabelecer que o
sujeito dê 4 respostas para que eu dê um reforço.

B) Esquema de Reforço de Razão Variável: É quando o experimentador


estabelece um número variável de respostas para que ele dê o reforçador.
Dessa forma, posso estabelecer que a cada 3 respostas, eu dou o reforço; que
a cada 2 respostas, eu dou o reforço e a cada 5 respostas, eu dou o reforço.
Então, essa sequência 3-2-5 vai ser reforçada e o sujeito aprende. Por isso que
quando você tinha adestramento de animal em circo, você observava o animal
fazer uma série de coisas e o reforço era dado depois dessa sequência de
coisas.

C) Esquema de Reforço de Intervalo Fixo: É quando o experimentador


estabelece um tempo x para que ele dê o reforço para o sujeito. Assim, ele
estabelece que a cada 1 minuto o sujeito, respondendo ou não, ele vai ganhar
um reforçador. No entanto, o esquema de intervalo, que é o tempo, é ruim. Por
que? Porque ele faz com que o sujeito fique muito sem controle do seu
comportamento e da chegada da resposta.

Então, nesse caso, o experimentador estabelece que a cada 1 minuto, ele vai
dar uma bolinha de ração para o rato. Então, independentemente do número
de vezes que o rato pressiona a barra, ele vai ganhar o reforço a cada 1
minuto. E, lógico, que o experimentador para fazer isso, ele tem que ter um
objetivo. E, no geral, o que se observa é que o sujeito aprende a responder a
cada vez mais perto do término do tempo estabelecido. Então, com o passar
das tentativas, o sujeito (o rato), no início do período de 1 minuto, fica quase
que sem fazer nada. Vai chegando ao final do 1 minuto, o rato vai
pressionando a barra, pressionando a barra e é como se ele estivesse pedindo
para ganhar a bolinha de ração.
D) Esquema de Reforço de Intervalo Variável (não é legal): o sujeito não tem
o menor controle de quando vai ganhar o reforço. Por que? Porque não tem
regra nenhuma. O experimentador dá o reforço quando ele quer. Nessa
situação de esquema de reforço de intervalo variável, o experimentador dar o
reforço quando quiser. Isto leva a uma situação que é a situação do
Desamparo (descrição do Seligman).

O desamparo é uma síndrome que ocorre quando o sujeito não tem controle
nenhum do seu comportamento e de quando ele ganhará algum tipo de
recompensa (reforço) por aquilo que ele faz. Assim, é possível se ter exemplos
de situações sociais que as pessoas entram no desamparo.

Por exemplo: uma funcionária do lar que você paga quando quer, ou então,
você dar uma parte do salário dela, e diz para ela o seguinte: amanhã eu dou o
resto, e não dá. Em um outro dia, você dá mais R$ 50,00 e fica devendo R$
400,00, e diz o seguinte: na semana que vem, eu lhe darei o restante e não dá
nada (somente depois de 15 dias a sua funcionária do lar recebe mais uma
parte). Aí, já fechou o mês e você não acabou de pagar esse mês e não sabe
quando pagará o mês seguinte. E ela continua trabalhando normalmente, e não
sabe quando você pagará o restante ou não. Isso é esquema de reforço de
intervalo variável.

 Modelagem segundo Skinner

É uma técnica segundo o qual os organismos são treinados a


desempenharem respostas complexas, que são estranhas a sua faixa normal
de comportamentos. O comportamento é modelado por intermédio de uma
série de aproximações sucessivas, a partir de reforço sucessivo de certas
respostas e não de outras. Dessa forma, o experimentador obtém
gradativamente, o comportamento que deseja modelar.

Nos seres humanos, é importante ressaltar, o fato de que a técnica de


modelagem deverá respeitar certas condições ou características. Essas
características estão relacionadas as contingências de reforçamento (o
antecedente, a resposta do organismo e a consequência). Isso não quer dizer
que, a modelagem é uma técnica absoluta, ela deverá levar em consideração
diferentes condições para que o condicionamento ocorra.

Como exemplo de modelagem, temos a aprendizagem de um


instrumento musical, o violão. Inicialmente, o professor exige e reforça resposta
simples e um pouco erradas, para posteriormente, ao longo do tempo, passar a
não reforçar tais respostas, incidindo o reforço apenas nas respostas
desejadas, mais específicas e complexas. Do mesmo modo, se dá a
aprendizagem da escrita de uma língua, seja ela materna ou estrangeira, assim
como a aprendizagem de um esporte, como o futebol.

 Aprendizagem por observação e imitação de Bandura

Desenvolvido por Bandura, em 1960, com a Teoria da Aprendizagem


Social que, posteriormente foi denominada Teoria Social Cognitiva, em 1986.

Segundo essa teoria, os sujeitos aprendem comportamento a partir da


observação e posterior imitação de modelos sociais. Isto quer dizer que, as
pessoas aprendem observando e imitando importantes modelos sociais como
pais, amigos, professores, famoso e outros.

O desenvolvimento do trabalho de Bandura, está concentrado,


inicialmente, em dois conceitos básicos: a Aprendizagem Observacional e o
Estado Motivacional.

o Aprendizagem Observacional:

É um conceito que se caracteriza pelo fato do indivíduo aprender a partir


da observação de comportamento, podendo, eventualmente, imitar diferentes
modelos sociais.

Para Bandura a ideia de Aprend. Observa. Aponta 3 modelos básicos:

 Modelo Ao Vivo:

Se caracteriza pelo fato de um indivíduo observar e imitar o


comportamento de outras pessoas que estão em seu campo de visão. Ex:
Criança vendo o comportamento de um adulto que está no mesmo local. Não,
necessariamente, irá reproduzir o comportamento na mesma hora.
 Modelo Instrução Verbal:

Se caracteriza pelo fato de um indivíduo observar e imitar o


comportamento de outras pessoas a partir, da descrição detalhada de um
determinado comportamento realizado. Ex: Você escuta uma pessoa
descrevendo, detalhadamente, a ação de uma outra, então você resolve imita-
lo através desta descrição.

 Modelo Simbólico:

Se caracteriza pelo fato de um indivíduo observar e imitar modelos que


representem uma personagem real ou fictícia. Normalmente, esses modelos se
expressam em diferentes mídias como, televisão, música, jogos e outros. Ex:
Copiar as ações de uma pessoa famosa.

o Estado Motivacional

Caracterizado pelo fato de se considerar fatores internos e externos


como elementos determinantes para a aprendizagem social.

A ação de uma força intrínseca de caráter transformador, fará com que,


os indivíduos tenham a experiência de uma fora de recompensa, plenitude e
satisfação interna, que fará com que o indivíduo imite os modelos sociais.

o Modelagem segundo Bandura

O conceito, inicialmente, foi desenvolvido por Skinner. Com efeito, a


ideia de modelagem de comportamento também está na obra de Bandura.

Para Bandura a modelagem do comportamento representa a observação


e imitação de modelos sociais, levando em conta, três estágios:

 Atenção:

É um estágio e também um fator importante na imitação de modelos


sociais. É necessário evitar a influência de fatores que vem a prejudicar a
concentração do indivíduo em relação a observação e eventual imitação dos
modelos sociais. Também é importante considerar o fato de que quanto mais
interessante for o M.S., maior será a concentração dos indivíduos.
Bandura percebeu que, em geral, direcionamos mais a nossa atenção as
pessoas que convivem conosco, porque temos mais oportunidade de estarmos
com ela. Também percebeu que pessoas mais atraentes tem maiores chances
de serem observadas e modeladas (copiar o seu comportamento).

 Retenção:

É o estágio, que se caracteriza pelo fato do indivíduo reter uma


quantidade de informação suficiente que é proveniente do M.S., caso não haja
retenção necessária das informações ou características dos M.S será
necessário retornar ao estágio da atenção.

 Reprodução:

É o estágio, que se caracteriza pelo fato do indivíduo repetir, por


intermédio da prática, as características inerentes dos modelos sociais. Caso a
repetição não for feito com êxito, é necessário voltar ao estágio da retenção.

Com êxito fica:

Atenção → Retenção → Reprodução

Sem êxito fica:

Atenção ← Retenção ← Reprodução

Obs: A Motivação é importante tendo em vista que, o indivíduo tem que


se sentir motivado para a reprodução do Modelo Social. Nesse sentido, o
indivíduo será recompensado ou penalizado na medida em que imita modelos
sociais adequados e inadequados.

o Os efeitos da imitação

Os efeitos da imitação dos M.S., são de 2 tipos:


 Inibitório:

Se caracteriza quando, o indivíduo sofre algum tipo de penalização por


parte de pessoas que estão mais próximas a ele. Ex: A criança falou palavrão e
o pai brigou e ela não fez mais.

 Desinibidor:

Se caracteriza pela ocorrência de comportamentos que foram inibidos.


Isto fará com que o indivíduo se encoraje a reproduzir o comportamento que
fora inibido. Ex: Após não falar mais palavrão, a criança vê o pai falando
palavrão, então ela ganha coragem para falar palavrão de novo.

- Reforço Vicariante é um tipo de reforço que se caracteriza pelo fato do


indivíduo imitar um comportamento observado que teve sucesso. Ex: quando
uma criança aprende a usar o banheiro por conta própria porque ela viu seus
irmãos mais velhos fazendo o mesmo e sendo recompensados por isso.

Outro exemplo é quando uma criança come todo o seu jantar, a fim de
receber a sobremesa, porque ela viu sua irmã mais velha comer toda a refeição
e ganhar sobremesa.

(TODA A APRENDIZAGEM VISTA ATÉ AGORA, É CHAMADA DE


APRENDIZAGEM ASSOCIACIONISTA)

 Aprendizagem Cognitiva

A partir do questionamento a respeito do que estaria presente entre o


estímulo e a resposta, promovido por psicólogos que estavam interessados em
estudar o que existia entre essas duas categorias, caracterizando a metáfora
da “caixa-preta”, surgiu, no final da década de 60 do século XX, a Psicologia
Cognitiva.

No livro intitulado “Cognitive Psychology”, em 1967, Ulrich Neisser


apresenta as bases da Psicologia Cognitiva, de modo a questionar a maneira
pela qual os seres humanos percebem o mundo, e como se utiliza do
conhecimento para desenvolver diversas funções cognitivas como falar,
raciocinar, resolver situações-problema, memorizar e etc.

Com base na presença do Cognitivismo no âmbito da Psicologia,


expressada pela Psicologia Cognitiva, a concepção de aprendizagem foi
ampliada e passou-se a considerar a ideia de aprendizagem complexa, isto é,
um tipo de aprendizagem que envolve estratégias, regras e afins, em busca,
por exemplo, da solução de problemas.

A Psicologia Cognitiva passou a dar relevo à cognição, que se


transformou em um elemento primordial no processo de conhecer o mundo.
Assim sendo, diferentes teorias da aprendizagem passaram a ser consideras,
destacando os trabalhados de Ausubel, Bruner dentre outros de igual
importância.

No contexto da aprendizagem a partir da contribuição do Cognitivismo,


destacaremos os trabalhos de:

 David Ausubel:

Em 1963, desenvolveu uma teoria da aprendizagem denominada Teoria


da Aprendizagem Significativa, publicada no livro intitulado “The Psychology of
Meaningful Verbal Learning” (A Psicologia da Aprendizagem Verbal
Significativa). Para ele, o indivíduo apresentaria uma estrutura de
conhecimentos que estaria na base do processo de aprendizagem. Nessa
estrutura, seriam encontrados conhecimentos específicos denominados
subsunções, que permitem que o indivíduo dê significado a um novo
conhecimento que lhe é apresentado ou por ele é descoberto.

Ex: Você já sabe somar na matemática e esse seu ensinamento será


importante para um novo ensinamento futuro na matemática.
 Jerome Bruner:

Em 1966, publicou um livro intitulado “Uma Nova Teoria da


Aprendizagem”. Nessa publicação, Bruner considera que a aprendizagem é um
processo que ocorre internamente. Isto quer dizer que não depende de
variáveis do meio ambiente, das condutas das pessoas ou de fatores externos
àquele que aprende. Ela dá relevância à curiosidade do aluno e o papel do
professor como estimulador dessa curiosidade. Por essas características, a
teoria de Bruner é conhecida como a teoria da descoberta (aprendizagem
por descoberta). Nesse sentido, o aluno adquiriria o conhecimento por si
próprio.

Cada um deles contribuiu de modo a descentrar o conceito de


aprendizagem do modelo associacionista que caracterizou o estudo da
aprendizagem durante a primeira metade do século XX. Eram os primeiros
passos para se lidar com a metáfora da “caixa preta”.

Memória:

 OS ESTUDOS DE MEMÓRIA E O SEU DESENVOLVIMENTO

- DEFINIÇÃO: Em sentido amplo, memória é capacidade de adquirir,


armazenar e recuperar (evocar) informações disponíveis. Este processo poderá
se dar no cérebro (memória biológica) ou em dispositivos artificiais (memória
artificial).

1. O MODELO DE EBBINGHAUS: Estudo Das Sílabas Sem Sentido.

2. O MODELO DE ATKINSON E SHIFFRIN (final da década de 60):

Explicaram a memória em três níveis de armazenamento:

a) Armazenamento Sensorial: armazenamento relativamente limitado,


por um período breve de tempo
b) Armazenamento de Curto Prazo: armazenamento com capacidade
ainda limitada, mas com um período de tempo um pouco maior.

c) Armazenamento de Longo Prazo: é aquela que representa uma


capacidade grande de armazenamento de informação por um longo e talvez
infinito período de tempo.

Atualmente, os psicólogos cognitivos descrevem essas estruturas como


Memória Sensorial (MS) ou Icônica, Memória de Curto Prazo (MCP) ou
Memória de Trabalho e Memória de Longo Prazo (MLP). Elas não são mini
armazéns localizados em partes específicas do cérebro e que representam três
tipos diferentes de sistemas de memória, contendo características também
diferentes.

 A MEMÓRIA E SUA ORGANIZAÇÃO:

A memória possui três estágios (funções):

a) Codificação: refere-se a colocar alguma informação, de alguma forma


e em um primeiro momento, na memória, isto é, transformar um estímulo físico
(ondas sonoras, por exemplo, quando uma pessoa reconhece o nome de outra
que lhe foi apresentada pela manhã) que corresponde ao nome da pessoa
falado em um tipo de código ou representação que a memória aceita, e você
“colocou” essa representação na memória.

b) Armazenamento: em um segundo momento, a pessoa retém ou


armazena a informação (o nome) durante um intervalo de tempo (por exemplo,
o intervalo entre os dois encontros com a pessoa apresentada).

c) Recuperação: em um terceiro momento, a pessoa resgata (recupera)


a informação (o nome da pessoa) no momento do segundo encontro com a
pessoa que foi apresentada pela manhã.

- Memória Sensorial (MS): abrange o armazenamento inicial e


momentâneo da informação, ou seja, ela é constituída por estímulos de muita
curta duração, mas que podem, apesar disso, proporcionar informação que
requeira alguma resposta. Estes estímulos são armazenados na memória
sensorial, enquanto primeiro armazém de informação. A memória sensorial
abrange vários tipos de memórias sensoriais, cada uma delas relacionada com
uma fonte diferente de informação. Assim, existe a memória icônica, que reflete
a informação proveniente da nossa visão e a memória ecoica que armazena
informação proveniente dos ouvidos.

- Memória de Curto Prazo (MCP) ou Memória de Trabalho (MT) ou


operacional: recebe a informação que foi por breves momentos registrada na
memória sensorial e a qual precisamos atribuir um sentido de modo a tornar
possível a sua retenção a longo prazo. Constitui um armazém da memória no
qual a informação tem pela primeira vez um significado, embora a sua duração
de retenção ser curta. Todavia, este processo pelo qual memórias sensoriais
são transformadas em memórias de curto prazo não está completamente
esclarecido.

- Memória de Longo Prazo (MLP): constitui um armazém final de


capacidade quase ilimitada. Embora este tipo de memória tivesse sido
entendido como uma unidade, ela engloba diferentes componentes (módulos
de memória), onde cada um desses módulos está relacionado com um sistema
de memória distinto no cérebro. Por exemplo, no âmbito desta distinção,
podemos encontrar:

a) Memória Declarativa (Memória Explícita): representa a informação


factual, ou seja, a informação sobre as coisas. Pode ser subdivida em:
memória semântica (a memória do conhecimento geral e dos fatos do mundo);
e memória episódica (é a memória dos detalhes biográficos das nossas vidas
particulares, isto é, as nossas memórias sobre o que fizemos.

b) Memória Não-Declarativa ou Procedimental (Memória Implícita): diz


respeito à memória de experiências e hábitos. A informação sobre como fazer
as coisas é armazenada na memória procedimental. Difere da Memória
Declarativa porque não precisa ser verbalizada (declarada). É a memória para
procedimentos e habilidades como, por exemplo, a habilidade para dirigir, jogar
bola, dar um nó no cordão do sapato e da gravata, andar de bicicleta ou jogar
bola.

- Memória Autobiográfica: a recordação de eventos pessoais vividos no


passado constitui a memória autobiográfica, a síntese e a referência de nossas
histórias de vida. O ato de recordar envolve várias habilidades cognitivas,
desde aquelas que permitem lembrar um fato pessoal, como o caminho de
casa ao trabalho, até aquelas necessárias para escrever um livro contando a
história de uma vida.

 APLICAÇÕES DOS ESTUDOS SOBRE A MEMÓRIA

A IMPORTÂNCIA DA NEUROCIÊNCIA E DA NEUROPSICOLOGIA

o Memória na Amnésia:

Grande parte do que se sabe sobre a memória implícita foi aprendido


com pessoas que sofrem de amnésia ou perda parcial da memória. A amnésia
pode resultar de causas muito diferentes, incluindo danos acidentais ao
cérebro, derrames, encefalites, alcoolismo, choque eletroconvulsivo e
procedimentos cirúrgicos (por exemplo, a remoção do hipocampo para reduzir
a epilepsia).

Qualquer que seja sua causa, o principal sintoma da amnésia é uma


profunda incapacidade de lembrar eventos do dia a dia e, consequentemente,
de adquirir novas informações fatuais (amnésia anterógrada).

o TIPOS DE AMNÉSIA:

 Amnésia anterógrada

É a perda de memória para eventos que ocorrem posteriormente ao


acontecimento da doença, ou seja, é a deficiência em formar novas memórias,
como ocorre na doença de Alzheimer.

 Amnésia retrógrada
Nesta outra forma de amnésia ocorre o inverso da amnésia anterógrada,
porque a pessoa consegue se lembrar de eventos posteriores ao trauma, mas
não consegue se lembrar de eventos anteriores à doença (trauma).

 Amnésia global transitória

Nessa situação, a amnésia dura algumas horas, não ultrapassando um


dia, e a recuperação é completa. O indivíduo tem comportamento normal,
porém não retém nenhuma informação durante o episódio, ou seja, tem
amnésia anterógrada completa, permanecendo uma lacuna na memória dessa
pessoa depois da recuperação. A causa desse problema não está ainda
totalmente esclarecida, parecendo estar ligada à isquemia transitória afetando
as partes internas do lobo temporal. Essa patologia tem curso benigno, sendo
excepcional um segundo episódio.

 Amnésia psicogênica

A amnésia psicogênica é uma amnésia temporária que ocorre devido a


traumas psicológicos e pode ser tanto anterógrada (dificuldade para se lembrar
de fatos recentes) quanto retrógrada (dificuldade para se lembrar de fatos
anteriores ao trauma), a memória quase sempre volta dias após do começo da
amnésia, em raros casos, o paciente perde a memória de alguns "trechos" de
sua vida permanentemente. Em alguns casos, fotos e figuras ou até mesmo
ilustrações podem ajudar com que o paciente se lembre de certos fatos, ou até
mesmo evitar a sua perda.

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