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Referencial teórico

Cyberbullying

O vocábulo inglês Bully significa “Valentão”, uma figura típica do agressor que persegue suas
vítimas na escola, colocando apelidos e fazendo-as passar por situações vexatórias, por meio
de agressões físicas e morais. O sufixo – ing acrescido ao termo bully é o que indica a condição
da prática de bullyin: Persistência e continuidade. O prefixo Cyber – vem da palavra cybernetic,
que se refere àquilo que tem relação com a internet.

O Cyberbullying é a pratica do bullying em ambientes virtuais, ocorre por meio de


comunicações virtuais e podem gerar grandes danos psicológicos. Pois o Cyberbullying
estende-se para além dos ambientes públicos de convivência, pois até mesmo em casa em seu
quarto a vítima pode receber mensagens ameaçadoras e ofensas em suas redes sociais.

Normalmente, o praticante do cyberbullying esconde-se atrás de perfis falsos das redes


sociais. As consequências dessas agressões podem desenvolver desordens psíquicas, como
depressão, síndrome do pânico, transtornos obsessivos compulsivos, transtorno de ansiedade,
transtorno bipolar entre outros.

De acordo com uma pesquisa realizada pelo instituto IPSOS, um em cada três pais a nível
mundial afirma conhecer uma criança na sua comunidade que é vítima de cyberbullying, o
estudo foi realizado em 28 países, conclui que a sensibilização está a aumentar a nível mundial,
um aumento de 9 pontos percentuais em relação a 2011. Embora a sensibilização global para o
cyberbullyin seja elevada (75%), um quarto dos adultos ainda nunca ouviu falar dele.
Globalmente, a maioria dos adultos (76%) considera que o cyberbullying é um tipo de bullying
fundamentalmente diferente que necessita de atenção especial dos pais e das escolas, além
dos esforços existentes para abordar o bullying em geral.

Bullying

Segundo Rudolf Dreikurs, “O desencorajamento é a raiz de todo mau comportamento”, essa é


uma de suas citações. Ele acredita que os alunos acreditam que eles não são aceitos e
geralmente fazem uma escolha equivocada de mau comportamento chamada de Quatro
Objetivos Equivocados de Comportamento: Atenção Indevida, Poder mal dirigido, Vingança,
Inadequação assumida. E é nestes casos de “Vingança” em que o bullying pode aparecer com o
agressor, pois as atitudes citadas são como uma criança malvada e que os coleguinhas não
querem estar por perto, essas atitudes segundo ele são a ponta do icerbeg, por baixo ele se
sente magoado, não se sente amado ou querido, não se sente bom o suficiente e acredita que
tem de se vingar machucando qualquer um que cruze o seu caminho.

Dan Olweus, um especialista escandinavo em bullying, define-o como a prática repetida de


atos malvados e nocivos com a intenção de magoar alguém que tem dificuldades de se
defender. O bullying é uma maneira equivocada de resolver um problema percebido ou real.
Pode ser um ato praticado em longo prazo para compensar o senso de inadequação. Quando
as pessoas acreditam que elas são boas o suficiente do jeito que são, elas não sentem que
precisam mais agredir. Mas, quando as pessoas sentem que são inferiores, elas tentam
resolver o problema, e às vezes o bullying é a resposta. Rudolf Dreikurs definiu isso como
“rebaixar alguém de forma a se sentir valorizado”.

O quadro dos objetivos equivocados esclarece o propósito do bullying. Alguns agressores


buscam atenção e reconhecimento. Eles estão usando o seu comportamento para dizer: “Olhe
para mim. Você não pode me ignorar. Eu sou o valentão por aqui. ” Chamamos esse objetivo
equivocado de atenção indevida. Outros agressores se comportam de maneira a adquirir
poder. Eles estão usando o seu comportamento para dizer: “Veja quão poderoso eu sou. Eu
sou o chefão e você fará o que eu digo. Posso fazer o que quiser e você não pode me impedir.
” Chamamos esse objetivo equivocado de poder mal dirigido. Outros agridem com o propósito
de pagar na mesma moeda ou de se vingar dos outros pelas suas mágoas. Esse objetivo
equivocado chama-se vingança. O comportamento está dizendo: “Estou magoado e você
pagará por isso. Vou fazê-lo se sentir tão mal quanto me sinto agora. Isso é justo. ”

Assim como todos os tipos de comportamentos, o bullying não acontece do nada. No bullying
existem o agressor, a vítima e, frequentemente, o espectador passivo. Cada um é afetado e
envolvido, mas de maneiras diferentes. Talvez a atitude primordial seja levar o bullying a sério,
acreditar que ele realmente exista e que as crianças precisam de ajuda. Muitas situações de
bullying acontecem debaixo do nariz dos adultos. Primeiro, os adultos devem estar alertas aos
sinais de que alguém está sofrendo bullying. O aluno que não quer ir à escola, que não usa o
banheiro até chegar em casa, que pede ou rouba dinheiro ou comida (para dar ao agressor),
que exibe sintomas físicos ou que tenta entrar na escola com uma arma escondida, de
qualquer natureza, está mostrando sinais de que está sofrendo bullying.

Em seguida, é importante que os adultos intervenham. Em vez de isolar somente o agressor, a


vítima ou o espectador passivo em uma situação de bullying, coloque todas as crianças no
“mesmo barco”. Realize uma reunião de classe, uma assembleia, uma roda de justiça
restaurativa ou uma reunião com todas as vítimas, espectadores passivos e agressores,
juntamente com os pais. Certifique-se de que todos tenham direito à palavra e a serem
ouvidos. Saliente que esse tipo de situação não será tolerado pela escola e que deve haver
soluções. Lembre as crianças de que elas têm o direito de se sentirem seguras na escola.
Escute todas as crianças envolvidas e assegure-se de que elas tenham a chance de falar. As
melhores soluções normalmente surgem das crianças. Não subestime a criatividade e a
habilidade delas de resolverem problemas, geralmente de maneira mais fácil e rápida que a
dos adultos.

Para nossa surpresa, as soluções mais simples são normalmente as que funcionam melhor:
lembrar as crianças de andar com seus amigos e instituir uma patrulha voluntária de adultos
nos corredores, banheiros e parquinhos. Às vezes, basta a presença de um adulto para reduzir
as situações de bullying. Ajude as crianças a responderem de maneira inesperada e criativa
quando são sujeitas a ameaça ou intimidação. Pode parecer inocente quando os pequenos
dizem: “O que você fala do outro define quem você é”, e isso é o suficiente para a intimidação
terminar. Transformações maravilhosas podem acontecer quando a criança convida o agressor
para jogar bola ou dividir um sanduíche ou se mostra amigável.
“Os efeitos benéficos de desenvolver o moral, oferecendo um senso de união e considerando
dificuldades como planos para compreensão e melhoria, em vez de objeto de provocação,
prevalecem sobre qualquer possível dano. ” -Rudolf Dreikurs

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
1. Visões Globais sobre o Cyberbullying. IPSOS disponível em:
https://www.ipsos.com/en/global-views-cyberbullying
2. O que é Cyberbullying.Uou. disponível em:
https://mundoeducacao.uol.com.br/sociologia/cyberbullying.htm
3. Nelsen, Jane, et al. Disciplina positiva em sala de aula 4a ed.. Disponível em: Minha
Biblioteca, (4th edição). Editora Manole, 2017.

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