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PROPOSTA 18 (Apostila de Redação)

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos


conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto
dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa
sobre o tema A persistência da violência contra a criança no Brasil,
apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos.
Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e
fatos para defesa de seu ponto de vista.

Texto 1
Pouco denunciada, violência contra crianças é enraizada na sociedade
brasileira
Há 2 anos, o garoto Bernardo, de 11 anos, foi assassinado no Rio
Grande do Sul, entre os suspeitos estão o pai e a madrasta. Em fevereiro, o
menino Alex, de oito anos, morreu após ser espancado seguidas vezes pelo
pai. Há oito anos, a pequena Isabella Nardoni, na época com 5 anos, foi
jogada do sexto andar de um edifício pelo pai e a madrasta. Esses casos de
violência contra crianças chocaram a opinião pública. Apesar da notoriedade
que ganharam, esses são apenas alguns poucos casos de um universo de
violência contra crianças e adolescentes.
No ano passado, o serviço de Disque Denúncia da Secretaria de Direitos
Humanos (SDH) da Presidência da República registrou 162 mil relatos de
violência física, psicológica e sexual contra crianças e adolescentes. Apesar de
crescente, o número de denúncias ainda é pequeno em comparação com a
realidade. Dados da Sociedade Internacional de Prevenção ao Abuso e
Negligência na Infância estimam que a violência doméstica atinja 18 mil
crianças por dia no Brasil.
São vários os motivos que explicam a dificuldade de mensurar a
ocorrência da violência, seja por meio de denúncias ou atendimentos na rede
de saúde. Entre eles está o fato de nem todos os casos serem denunciados,
nem sempre a vítima procurar ajuda e nem sempre alguns atos serem
considerados violência. Chantagem, humilhação, ameaças, beliscões e
xingamentos são alguns tipos de violência recorrentes, muitas vezes vistos
como normais.
Outro fator que leva à dificuldade de se conhecer o fenômeno é que, na maioria
das vezes, o autor da violência é alguém da família ou de confiança da criança.
Segundo dados da SDH, 70% das violações de direitos das crianças e
adolescentes são cometidas por algum familiar. O número traz, além de casos
de violência, registros de discriminação, trabalho infantil e negligência. Outro
levantamento mostra que metade dos atendimentos realizados por conselhos
tutelares têm os pais como autores da violação de direitos.
“A violência é um fenômeno histórico-social complexo e está presente
em nossa história desde o processo da colonização, passando pela escravidão
e pela sociedade patriarcal, em que a disciplina e o poder eram estabelecidos
pelo autoritarismo, pela força e pela violência física”, explica a coordenadora da
Campanha Nacional “Não Bata, Eduque”, Marcia Oliveira. Para ela, o uso da
violência por familiares como forma de impor a autoridade ainda é
culturalmente aceitável. “Muitos adultos não consideram esses tipos de
punições como ‘violência’”, afirma.
Uma das violências contra a criança e adolescente que também tem
apresentado números alarmantes é a de caráter sexual, como abuso,
exploração (com fins comerciais), aliciamento e pornografia envolvendo
crianças, entre outras práticas. Segundo um levantamento realizado pelo
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), metade dos casos de
estupro de crianças e adolescentes tem como autor pais, padrastos, amigos ou
conhecidos da vítima. O estudo, realizado a partir de dados coletados pelo
Ministério da Saúde, revela ainda que 70% das vítimas de estupro em 2015
tinham menos de 13 anos.
Disponível em http://www.promenino.org.br/noticias/reportagens/pouco-
denunciada-violencia-contra-criancas-e-adolescentes-e-enraizada-na-sociedade-
brasileira. Acesso em 30.set.2018.

Texto 2
Negar os direitos das crianças também é uma forma de violência.

Disponível em https://armazemdetexto.blogspot.com/2017/11/textos-de-portugues-para-
o-ensino.html. Acesso em 30.set.2018

Texto 3
Entra em vigor lei que proíbe castigo físico contra crianças e adolescentes
Lei da Palmada prevê tratamento psiquiátrico para pais que agredirem
filhos.
Entrou em vigor nesta sexta-feira (27.06.2014), com a publicação no "Diário
Oficial da União", a lei que proíbe pais de aplicar castigo físico ou tratamento cruel
ou degradante para educar os filhos. Chamada informalmente de Lei da Palmada,
ou Lei menino Bernardo, a nova legislação (Lei 13.010/2014) determina que os
pais que agredirem os filhos recebam orientação, tratamento psicológico ou
psiquiátrico, além de advertência. Estabelece também que crianças e adolescentes
têm o direito de serem educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de
tratamento cruel ou degradante, como formas de correção, disciplina, educação
ou qualquer outro pretexto.
Pelo texto, fica definido como "castigo físico" qualquer "ação punitiva ou
disciplinar aplicada com emprego de força física que resulte em sofrimento físico
ou lesão", enquanto "tratamento cruel ou degradante" é definido como aquele que
"humilhe, ameace gravemente ou ridicularize" a criança ou o adolescente.
A nova lei não impõe punição criminal para os responsáveis que praticarem
tais atos. Eles, porém, ficam sujeitos a serem encaminhados para programa oficial
ou comunitário de proteção à família, tratamento psicológico ou psiquiátrico ou
cursos ou programas de orientação. Podem também ser obrigados a levar a
criança para tratamento especializado e tomar uma "advertência", sem detalhar
como será tal punição.
Além dos pais, podem ser enquadrados parentes, servidores que cumprem
medidas socioeducativas ou por qualquer outra pessoa encarregada de "cuidar
deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los". Fica definido que cabe ao Conselho
Tutelar receber denúncias. A lei também determina a adoção de várias ações por
parte de órgãos públicos e escolas para coibir o castigo físico e o tratamento
humilhante.
Disponível em http://g1.globo.com/politica/noticia/2014/06/entra-em-vigor-lei-que-
proibe-castigo-fisico-contra-criancas-e-adolescentes.html. Acesso em 30.set.2018.

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