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Capítulo 1

Evolução e organização do
corpo (parte 2)
De acordo com os registros arqueológicos, desde muito tempo, o corpo humano
é objeto de estudo. A civilização do Antigo Egito, por exemplo, há cerca de 5 000 anos, já
desenvolvia técnicas para embalsamar e mumificar corpos, que eram armazenados em
sarcófagos. Em várias outras civilizações, também eram realizados estudos do corpo
humano por meio da observação de pessoas mortas ou da comparação da
semelhança delas com as estruturas anatômicas de outros animais, como
cachorros e cavalos. A área da ciência que tem como o estudo das estruturas e da
organização dos corpos é chamada Anatomia.
No passado, existiam barreiras éticas e legais para a prática desse tipo de estudo,
sendo passível de punição aqueles que fizessem análise dos órgãos internos por meio da
dissecção de corpos humanos.
Com os avanços dos estudos sobre a anatomia humana e o desenvolvimento de novas
tecnologias, como o microscópio, foi possível explorar o corpo humano com mais
profundidade. Foi assim que, no século XIX, os cientistas concluíram que a unidade
básica dos seres vivos era a célula e, assim, começaram a entender melhor a organização e
o funcionamento do nosso corpo.
Níveis de organização do corpo humano
A célula, como já vimos em anos anteriores, é a unidade básica de organização
estrutural e funcional dos seres vivos e é constituída de estruturas ainda menores
chamadas de organelas, que desempenham todas as funções vitais da célula.
Células e suas organelas
As células que constituem o corpo humano são todas eucariontes, e nele pode
haver até 100 trilhões de células, com tamanhos, formatos (ovais, achatadas,
alongadas, cilíndricas, em forma de cubo, estrela e disco, entre outros) e funções bem
variadas.
As organelas, conforme foi estudado anteriormente, são estruturas que realizam
funções específicas e estão distribuídas pelo citoplasma, mantendo o funcionamento
adequado das células. Encontradas em células animais, essas estruturas são as
mitocôndrias, os ribossomos, o retículo endoplasmático rugoso, o retículo
endoplasmático liso, o complexo golgiense, os lisossomos e os centríolos.
MITOCÔNDRIAS: produz energia
RIBOSSOMOS: realizam a síntese de proteínas
RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO RUGOSO: possui ribossomos nas suas paredes
externas e é responsável pela síntese de proteínas.
RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO LISO: auxilia em diversas reações químicas e
realiza a síntese de determinadas moléculas orgânicas(lipídios).
COMPLEXO GOLGIENSE: é responsável por armazenar, transformar e exportar as
substâncias produzidas no Retículo Endoplasmático Liso e Rugoso (REL e RER),
estabelecendo dessa forma, uma relação de interdependência.
LISSOSOMOS: sua função é digerir substâncias para célula, processo que ocorre
graça às inúmeras enzimas digestivas que contem.
CENTÍOLO: participa da divisão celular.
Diferenciação celular
Todas as células presentes no corpo humano são originárias de uma única célula,
o zigoto. A união de um espermatozoide com um ovócito, também chamada de
fecundação, é o procedimento responsável pela formação do zigoto. Após sua
constituição, ele sofre uma divisão, gerando duas células semelhantes que, por sua
vez, se dividem em mais duas células, e assim por diante. Em um momento da
divisão celular, há em média 100 células, as quais são denominadas células-tronco,
que possuem o mesmo material genético entre si. Essas células terão alguns de seus
genes ativados ou inibidos e passarão a sofrer o que chamamos de diferenciação
celular, dando origem a todos os tipos de células do corpo humano.
Após a diferenciação celular, as células passam a apresentar diferentes
tamanhos, formatos e quantidades de organelas em seu interior. Essas
características surgem como adaptação para exercer funções específicas no
organismo que está sendo formado. Depois de totalmente diferenciadas, as
células passam a dar origem somente a novas células semelhantes a elas.
Existem, aproximadamente, 200 tipos de células diferentes que formam o corpo
humano.
As células musculares estriadas têm formato alongado com alguns centímetros de
comprimento e apresentam a capacidade de se contrair. As células epiteliais têm formato
cúbico e constituem a epiderme, uma barreira que impede a passagem de
microrganismos e outros agentes externos para o organismo. Os neurônios são células
nervosas que têm um formato bastante específico, com prolongamentos que permitem a
construção de uma rede para a transmissão de impulsos nervosos por todo o corpo.
Todas essas células se unem às suas semelhantes e formam os tecidos que encontramos
em nosso corpo, dando origem aos órgãos.
Tecidos, órgãos e sistemas: organismo
Tipos semelhantes de células, quando se unem e desempenham uma mesma
função, são chamados de tecidos. Os tecidos são divididos em quatro grupos
principais: epitelial, muscular, nervoso e conjuntivo.
Tecido epitelial: é formado por células que se posicionam muito próximas umas das
outras, gerando uma espécie de barreira que reveste a superfície externa do corpo – a pele
–, as suas cavidades internas e outros órgãos, como fígado, pulmões, rins e intestino.
Tecido muscular: formado por células que possuem a função de se contrair e realizar os
movimentos do corpo e de diversos órgãos. Existem diferentes tipos de tecido muscular; os
principais formam os músculos esqueléticos, o coração, as estruturas do tubo digestório
(como o estômago) e os vasos sanguíneos.
Tecido nervoso: formado, em grande parte, por células que propagam, rapidamente,
impulsos nervosos por todo o corpo, permitindo uma eficiente rede de comunicação que
integra diferentes sistemas. Forma o encéfalo, os nervos e a medula espinal.
Tecido conjuntivo: também chamado de conectivo, esse tecido apresenta diversos tipos de
células que o subdividem em:
• tecido adiposo: formado, principalmente, por células que armazenam gordura com a
função de preenchimento, isolamento térmico e reserva de energia;
• tecido ósseo: forma o esqueleto, com função de sustentação e proteção de outros órgãos; é
composto de substâncias orgânicas e inorgânicas;
• tecido cartilaginoso: forma estruturas como a orelha e o nariz;
• tecido sanguíneo: compõe o sangue e é responsável pelo transporte de substâncias pelo
corpo.

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