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FASE 1

ANATOMIA CELULAR E HISTOLOGIA HUMANA I


CÉLULA

A célula representa a menor porção de matéria viva. São as unidades estruturais e funcionais
dos organismos vivos. A maioria dos organismos, tais como as bactérias,
são unicelulares (consistem em uma única célula). Outros organismos, tais como os
seres humanos, são pluricelulares.
pluricelulares
O corpo humano é constituído por aproximadamente 10 trilhões de células; A maioria das
células vegetais e animais têm entre
entr 1 e 100 µm e, portanto, são visíveis apenas sob o
microscópio; a massa típica da célula é um nanograma.
A célula foi descoberta por Robert Hooke em 1665. Em 1837,, antes de a teoria final da célula
estar
tar desenvolvida, um cientista checo de nome Jan Evangelista Purkyňe observou "pequenos
grãos" ao olhar um tecido vegetal através de um microscópio.. A teoria da célula, desenvolvida
primeiramente em 1838 por Matthias Jakob Schleiden e por Theodor Schwann,
Schwann indica que todos
os organismos são compostos de uma ou mais células. Todas as células vêm de células
preexistentes. As funções vitais de um organismo ocorrem dentro das células, e todas elas ela
contêm informação genética necessária para funções de regulamento da célula, e para transmitir
a informação para a geração seguinte de células.
A palavra "célula" vem do latim: cellula (quarto pequeno). O nome descrito para a menor
estrutura viva foi escolhido por Robert Hooke.. Em um livro que publicou em 1665, ele
comparou as células da cortiça com os pequenos quartos onde os monges viviam.
Cada célula do nosso corpo tem uma função específica.
específica Mas todas desempenham uma
atividade "comunitária", trabalhando de maneira integrada com as demais células
célul do corpo. É
como se o nosso organismo fosse uma imensa sociedade de células, que cooperam umas com as
outras, dividindo o trabalho entre si. Juntas, elas garantem a execução das inúmeras tarefas
responsáveis pela manutenção da vida.
As células que formamm o organismo da maioria dos seres vivos apresentam uma membrana
envolvendo o seu núcleo, por isso, são chamadas de células eucariotas. A célula eucariota é
constituída de membrana celular, citoplasma e núcleo.

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A membrana plasmática
A membrana plasmática é uma película muito fina, delicada e elástica, que envolve o conteúdo
da célula. Mais do que um simples envoltório, essa membrana tem participação marcante na
vida celular, regulando a passagem e a troca de substancias entre a célula e o meio em que ela se
encontra.
Muitas substâncias entram e saem das células de forma passiva. Isso significa que tais
substâncias se deslocam livremente, sem que a célula precise gastar energia. É o caso do gás
oxigênio e do gás carbônico, por exemplo.
Outras substâncias entram
tram e saem das células de forma ativa. Nesse caso, a célula gasta energia
para promover o transporte delas através da membrana plasmática. Nesse transporte há
participação de substâncias especiais, chamadas enzimas transportadoras. Nossas células
nervosas,, por exemplo, absorvem íons de potássio e eliminam íons de sódio por transporte ativo

Observe a membrana plasmática. Ela é formada por duas camadas de lipídios e por proteínas de
formas diferentes entre as duas camadas de lipídios.
Dizemos, assim, que a membrana
embrana plasmática tem permeabilidade seletiva, isto é, capacidade de
selecionar as substâncias que entram ou saem de acordo com as necessidades da célula.

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O citoplasma
O citoplasma é, geralmente, a maior opção da célula. Compreende o material presente na região
entre a membrana plasmática e o núcleo.
Ele é constituído por um material semifluido, gelatinoso chamado hialoplasma. No hialoplasma
ficam imersas as organelas celulares, estruturas que desempenham funções vitais diversas, como
digestão, respiração, excreção e circulação. A substância mais abundante no hialoplasma é a
água.
Vamos, então, estudar algumas das mais importantes organelas encontradas em nossas células:
mitocôndrias, ribossomos, retículo endoplasmático, complexo de Golgi, lisossomos
lisossomos e centríolos.
As mitocôndrias e a produção de energia.
energia. As mitocôndrias são organelas membranosas
(envolvidas por membrana) e que têm a forma de bastão. Elas são responsáveis pela respiração
celular, fenômeno que permite à célula obter a energia química
química contida nos alimentos
absorvidos. A energia assim obtida poderá então ser empregada no desempenho de atividades
celulares diversas.

Um dos "combustíveis" mais comuns que as células utilizam na respiração celular é o açúcar
(glicose).. Após a "queima" da glicose, com participação do gás oxigênio, a célula obtêm energia
e produz resíduos, representados pelo gás carbônico e pela água. O gás carbônico passa para o
sangue e é eliminado para o meio externo.
A equação abaixo resume o processo da respiração celular:
celu
GLICOSE + GÁS OXIGÊNIO GÁS CARBÔNICO + ÁGUA + ENERGIA

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HISTOLOGIA

O que é

A histologia é a ciência que estuda os tecidos do corpo humano. Os tecidos são formados por
grupos de células de forma e função semelhantes.

De forma simples podemos entender que a célula é a unidade fundamental do corpo, os tecidos
são a associação de várias células semelhantes, os órgãos são a junção de vários tecidos que
realizam uma determinada função, os sistemas são a união de vários órgãos (sistema nervoso,
linfático,
ático, esquelético, respiratório, tegumentar, circulatório, etc) e que a união de todos os
sistemas formam o organismo.

Os tecidos de nosso corpo podem ser classificados em tecido epitelial, tecido conjuntivo, tecido
muscular e tecido nervoso.

O tecido epitelial apresenta como características: ausência de espaço entre as células, ausência
de vascularização e grande capacidade de renovação celular. Sua função principal é proteger o
corpo contra a penetração de microorganismos, substâncias químicas e agressões
agressões físicas.

Ele se encontra recobrindo o corpo externamente (epiderme e córnea) e a superfície interna dos
órgãos ocos como o estômago, ouvido, nariz, pulmão, boca, útero, bexiga, etc. Além disso, ele é
o responsável pela formação de glândulas (fígado,
(fígado, pâncreas, glândulas salivares, etc).

Da combinação dessas características, temos os seguintes tipos de tecidos:


Epitélio pavimentoso dos alvéolos pulmonares,
pulmonares, proporcionando a hematose do sangue,
permitindo a passagem de oxigênio para as hemácias;

Epitélio
élio cúbico simples dos rins,
rins com função de absorção e secreção;

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Epitélio cilíndrico simples do intestino delgado,
delgado, efetuando a absorção do alimento digerido;
Epitélio estratificado pavimentoso,
pavimentoso, exercendo a função de proteção revestindo todo o nosso
corpo (a epiderme);

Epitélio cilíndrico pseudoestratificado e ciliado da traqueia e brônquios, desempenhando


função de proteção, remoção e eliminação de impurezas na via respiratória;
Epitélio de transição da bexiga,
bexiga, com função de distensão e retração (propriedade
(proprie elástica) de
acordo com o teor de urina armazenada.

Curiosidade: a epiderme, juntamente com a derme, forma o maior órgão do corpo humano (a
pele), com proporção média igual a 2m2 de área. A proximidade e a adesão entre suas células,
em consequência àss junções comunicantes, e mesmo pela presença de queratina, estabelecem o
primeiro bloqueio fisiológico contra agentes patogênicos (que causam doenças).

Epitélio glandular:: tecido especializado na síntese de secreções (hormônios, enzimas


digestivas e substâncias
stâncias como: suor, lágrimas, gametas e leite). Podem ser endócrinas, exócrinas
ou mistas.

Glândulas Endócrinas → hipófise, tireoide e a suprarrenal;


Glândulas Exócrinas → sudoríparas, sebáceas e salivares;
Glândulas Mista (anfícrina) → pâncreas, fígado e as gônadas.

O tecido conjuntivo possui espaço entre as células, é ricamente vascularizado, possui baixa
renovação celular e material intersticial (fibras colágenas, elásticas e reticulares), possui
também o líquido intersticial (local de onde as células retiram seus nutrientes e depositam os
seus resíduos). De origem mesodérmica, o tecido conjuntivo caracteriza-se
caracteriza se por preenchimento
dos espaços intracelulares do corpo e a importante interfase entre os demais tecidos, dando-lhes
dando
sustentação e conjunto.

Morfologicamente,
ologicamente, apresenta grande quantidade de material extracelular (matriz), constituído
por uma parte não estrutural, denominada de substância estrutural amorfa (SFA), e por outra
porção fibrosa.

Substância Amorfa: formada principalmente por água, polissacarídeos


polissacarídeos e proteínas. Pode
assumir consistência rígida, como, por exemplo, no tecido ósseo; e mais líquida, como é o caso
do plasma sanguíneo.

Fibras: de natureza proteica, distribuem-se


distribuem conforme o tecido, destacando-se:

Colágeno → fibras mais frequentes do tecido conjuntivo, formada pela proteína colágeno de
alta resistência (coloração esbranquiçada);

Elásticas → fibras formadas fundamentalmente pela proteína elastina, possuindo considerável


elasticidade (coloração amarelada);

Reticulares → fibras com reduzida


eduzida espessura, formada pela proteína chamada reticulina,
análoga ao colágeno.
Portanto, além da função de preenchimento dos espaços entre os órgãos e manutenção, toda a

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diversidade do tecido conjuntivo em um organismo desempenha importante função de defesa
de e
nutrição.

Os principais tipos em vertebrados podem ser subdivididos em dois grupos, a partir de uma
classificação considerando a composição de suas células e o volume relativo entre os elementos
da matriz extracelular: tecido conjuntivo propriamente dito (o frouxo e o denso), e os tecidos
conjuntivos especiais (o adiposo, o cartilaginoso, o ósseo e o sanguíneo).

Tecido Conjuntivo Frouxo Caracteriza-se se pela abundante presença de substâncias


intercelulares e relativa quantidade de fibras, frouxamente distribuídas.
distribuídas. Nesse tecido estão
presentes todas as células típicas do tecido conjuntivo: os fibroblastos ativos na síntese proteica,
os macrófagos com grande atividade fagocitária e os plasmócitos na produção de anticorpos.

Tecido Conjuntivo Denso Denominado ado de tecido conjuntivo fibroso, apresenta grande
quantidade de fibras colágenas, formando feixes com alta resistência à tração e pouca
elasticidade. É tipicamente encontrado em duas situações: formando os tendões, mediando a
ligação entre os músculos e os
os ossos; e nos ligamentos, unindo os ossos entre si. A organização
das fibras colágenas nessa classe de tecido permite distingui-lo
distingui lo em: não modelado, quando as
fibras se distribuem de maneira difusa (espalhadas); e modelado, se ordenadas.

Tecido Conjuntivo Sanguíneo (Reticular) Esse tecido tem a função de produzir as células
típicas do sangue e da linfa. Existem duas variações: tecido hematopoiético mieloide e tecido
hematopoiético linfoide.

Mieloide: Encontra-sese na medula óssea vermelha, presente no interior


interior do canal medular dos
ossos esponjosos, responsáveis pela produção dos glóbulos vermelhos do sangue (hemácias),
certos tipos de glóbulos brancos e plaquetas.

Linfoide: Encontra-se
se de forma isolada em estruturas como os linfonodos, o baço, o timo e as
amígdalas;
gdalas; tem o papel de produzir certos tipos de glóbulos brancos (monócitos e linfócitos).

O tecido hematopoiético (do grego hematos, sangue, e poese, formação, origem) é um tipo
de tecido conjuntivo responsável pela produção de células sanguíneas e da linfa, e se localiza no
interior de alguns tipos de ossos.
ossos Esse tecido é o precursor da medula óssea vermelha.

Durante a infância, grande parte dos


dos ossos do corpo possui esse tipo de medula; na fase adulta, a
medula vermelha é encontrada principalmente nos ossos pélvicos, no osso esterno, nas costelas
e na clavícula. Na fase embrionária, as células sanguíneas são formadas no baço e no fígado.

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A medula óssea é dotada de fibras reticulares e células-
células tronco medulares. Tais células são
multipotentes (ou pluripotentes), ou seja, podem dar origem aos diversos tipos de células
sanguíneas, e são descendentes das células-tronco
células embrionárias. As células-tronco
tronco embrionárias
são totipotentes, ou seja, não só dão origem às células sanguíneas, como a qualquer outro tipo
de célula do organismo.

A multiplicação das células-tronco


tronco produz tanto células-filhas
células filhas que se comportam como células
multipotentes, quanto células que se diferenciam
diferenciam em vários tipos de células do sangue. Numa
primeira fase dessa diferenciação, as células-tronco
células tronco dão origem a duas linhagens
celulares: células-tronco
tronco mieloides,
mieloides ecélulas-tronco linfoides. As células--tronco mieloides
originam as hemácias (glóbulos vermelhos ou eritrócitos), as plaquetas (ou trombócitos) e
os leucócitos (glóbulos brancos), tais como neutrófilos, basófilos, eosinófilos e monócitos. Já as
células-tronco
tronco linfoides dão origem aos linfócitos B e T

Tecido Conjuntivo Adiposo

O tecido conjuntivo adiposo é rico em células que armazenam


armazenam lipídios, com função essencial de
reserva energética. Em aves e mamíferos (animais homeotérmicos), auxilia na regulação térmica
(isolante), sendo distribuído sob a pele que constitui a hipoderme.
O tecido adiposo é um tipo de tecido conjuntivo especializado
especializado no armazenamento de gordura no
interior de células diferenciadas denominadas de adipócitos, servindo como:
-Reserva
Reserva energética durante os períodos prolongados de dieta, na falta de alimentos e após a
consumação do glicogênio estocado no fígado e músculos;
mús

- Auxílio na regulação térmica, atuando como proteção contra o frio, em virtude de sua
localização sob a pele;

- Envolvendo órgãos, como por exemplo, o coração, proporcionando acomodação ao


movimento de sístole e diástole, além de protegê-lo
protegê contra traumas mecânicos.

Tecido Conjuntivo Cartilaginoso

O tecido cartilaginoso, desprovido de vasos sanguíneos e nervos, é formado por células


denominadas condroblastos e condrócitos. O condroblasto sintetiza grande quantidade de fibras
proteicas, e com gradual redução de sua atividade metabólica, passa a ser denominado
condrócito.

Tecido Conjuntivo Ósseo

Bem mais resistente que o tecido cartilaginoso, o tecido ósseo é constituído de uma matriz
rígida, formada basicamente por fibras colágenas e sais de cálcio e vários tipos de células:
osteoblastos, osteócitos e osteoclastos.

Os osteoblastos são células ósseas jovens, existentes em regiões onde o tecido ósseo encontra-se
encontra
em processo de formação, originando os osteócitos que armazenam cálcio. Os osteoclastos, por
sua vez, são células gigantes que promovem a destruição da matriz óssea.

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Entre suas várias funções, este tecido possui uma importantíssima: unir e separar órgãos ao
mesmo tempo. Abaixo de todo tecido epitelial, deve haver, obrigatoriamente, um tecido
conjuntivo.

O tecido nervoso é sensível a vários tipos de estímulos que se originam de fora ou do interior
do organismo. Ao ser estimulado, esse tecido torna-se
torna se capaz de conduzir os impulsos nervosos
de maneira rápida e, às vezes, por distâncias relativamente grandes. Trata-se
Trata se de um dos tecidos
mais especializados do organismo animal.

O Sistema Nervoso é anatomicamente dividido em Sistema Nervoso Central (SNC), formado


pelo encéfalo e pela medula espinha; l e Sistema Nervoso Periférico (SNP), formado pelos
nervos e gânglios nervosos. Tais tecidos são compostos por neurônios e gliócitos (ou células
gliais).

Neurônios
Os neurônios são células responsáveis pelos impulsos nervosos, altamente especializadas,
dotadas de um corpo celular e numerosos prolongamentos citoplasmáticos, denominados
denominado
neurofibras ou fibras nervosas.O corpo celular do neurônio contém um núcleo grande e
arredondado. As mitocôndrias são numerosas e o ergastoplasma é bem desenvolvido. Os
prolongamentos do neurônio podem ser de dois tipos:

- dendritos (do grego déndron: árvore), ramificações que têm a função de captar estímulos,

- axônio (do grego áxon: eixo), o maior prolongamento da célula nervosa (varia de frações de
milímetro até cerca de 1 metro), transmite os impulsos nervosos.

Atuação dos neurormônios - Os neurormônios estão contidos em microvesículas presentes


nas extremidades do axônio. Quando o impulso nervoso chega até essas extremidades, as
microvesículas liberam o mediador químico para o espaço sináptico. O neurormônio, então,
combina-se com receptores moleculares presentes no neurônio que deverá ser estimulado (ou na
fibra muscular ou na célula glandular). Dessa combinação resulta a mudança na permeabilidade
da membrana da célula receptora, fato que desencadeia uma entrada de íons no interior
inte da célula
e a consequente inversão da polaridade da membrana. Surge, então, um potencial de ação que
gera, na célula receptora, um impulso nervoso.

O tecido muscular possui células especializadas para a contração. Sua função é permitir o
movimento, realizar
alizar a manutenção postural e a produção de calor. Ao contrário dos tecidos
citados acima, este não possui renovação celular.

O tecido muscular, originado do mesoderma (folheto embrionário), constitui os músculos, está


relacionado ao mecanismo de locomoção
locomoção e ao processo de movimentação de substâncias
internas do corpo, decorrente à capacidade contrátil das fibras musculares em resposta a
estímulos nervosos, utilizando energia fornecida pela degradação da molécula de ATP.

As células desse tecido são caracterizadas


caracterizadas pelo seu formato alongado, uma especialização é a
função de contração e distensão das fibras musculares, formada por numerosos filamentos
proteicos de actina (miofilamentos finos) e miosina (miofilamentos grossos).

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O grau de contração muscular segue,
segue, a princípio, dois fatores: o primeiro relacionado à
intensidade do estímulo e o segundo à quantidade de fibras estimuladas.

Dessa forma, somente ocorrerá contração quando o estímulo nervoso tiver intensidade suficiente
para desencadear em um número significativo
significativo de fibras, uma ação de contração mediada por
substâncias neurotransmissoras, emitidas nas sinapses neuromusculares (contato neurônio
músculo), sinalizando o deslizamento dos miofilamentos finos sobre os grossos.

Classificação dos tecidos musculares:


muscu

Há três tipos de tecidos musculares: tecido muscular liso, tecido muscular estriado esquelético e
tecido estriado cardíaco, cada um com suas particularidades.

- Musculatura lisa (necessariamente com contração involuntária, independente da vontade do


indivíduo): formada por células mononucleadas com estrias longitudinais. É presente nos órgãos
vicerais internos (esôfago, intestino, vasos sanguíneos e útero), responsável pelo peristaltismo.
- Musculatura estriada esquelética (contração voluntária, dependente
dependente da vontade do indivíduo):
formada por células multinucleadas com estrias longitudinais e transversais. Forma os
músculos, órgãos ligados à estrutura óssea, permitindo a movimentação do corpo.

- Musculatura estriada cardíaca (contração involuntária):


involuntária): constitui as células binucleadas do
miocárdio (musculatura do coração), unidas por discos intercalares que aumentam a adesão
entre as células. Fator importante para uma contração rítmica e vigorosa, mantendo a circulação
do sangue no corpo.

Um aspectoo interessante com relação às fibras musculares estriadas ocorre em ocasião ao estado
parcial de contratibilidade passiva, da ordem de milionésimos de segundos alternado entre as
fibras musculares. Processo que estabelece uma situação contínua para o tônus muscular
(diferente de definição muscular), auxiliando na estabilidade e postura corporal.

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ESTRUTURA DOS VASOS SANGUÍNEOS

Sendo o sangue conduzido por meio de um sistema (circulatório) intercomunicado através dos
vasos sanguíneos, estes necessitam de uma resistente coesão entre as células que os formam,
para que possam transportar com eficiência o fluido sanguíneo que percorre toda a dimensão
corpórea, levando ou recolhendo substâncias.

Contudo, sendo um sistema permeável, conferindo propriedades que permitem absorção e


difusão de elementos (soluto: íons, moléculas orgânicas e inorgânicas) e até mesmo micro-
micro
organismos parasitas (protozoários, bactérias e vírus) ou algumas formas de invertebrados
(larvas de nematódeos).

Neste sentido, o revestimentoo dos vasos confere importante funcionamento do organismo, seja
na distribuição de elementos que proporcionam as reações dinâmicas da homeostase, ou mesmo
conferindo proteção por meio do simples impedimento físico que dificulta contaminações e
processos infecciosos.

Dessa forma, a parede dos vasos (artérias, veias e capilares) é formada por camadas de células e
matriz intracelular, apresentando características particulares em função da resistência e esforço
sobre a superfície de suas estruturas.

Estrutura das Artérias e Veias:

As artérias e as veias possuem três camadas de tecidos distintos: internamente são constituídas
por células pavimentosas (achatadas) unidas por junções intercelulares. Adjacente a esta
camada, envolvendo as células, forma-se
forma uma camada ada de fibras elásticas e musculares (músculo
liso). E mais externamente, o tecido conjuntivo (rico em fibras colágenas) forma uma terceira
camada responsável pela manutenção e nutrição das células.

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Uma diferença entre as artérias e as veias está relacionada
relacionada à dimensão da camada intermediária
(músculo liso e fibras elásticas): mais espessura nas artérias e mais delgada nas veias, em razão
da capacidade de pressão em virtude das contrações sistólicas do coração. Além da presença de
válvulas nas veias, que não
ão permitem o refluxo sanguíneo quando o sangue retorna ao coração.

O sangue é composto por alguns tipos celulares que ficam imersos em um líquido composto
principalmente de água e algumas proteínas (albumina, globulina, fibrinogênio e protrombina).
Dentre
tre os tipos celulares, podemos citar os leucócitos, hemácias e plaquetas, que são, na
realidade, fragmentos de células chamadas megacariócitos.

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HEMACIAS

As hemácias,, também chamadas de eritrócitos e glóbulos vermelhos, são células circulares


responsáveis
veis pelo transporte de oxigênio pelo nosso corpo. Essas células apresentam a
característica de serem anucleadas quando maduras. Após perderem seu núcleo, elas adquirem
um formato bicôncavo, apresentando na porção central apenas uma camada fina. Seu diâmetro
é de aproximadamente sete micrômetros, mas podem aumentar de tamanho em pH sanguíneo
baixo.

Em uma mulher, a concentração de hemácias é de aproximadamente 4.700.000 por milímetro


cúbico, já em homens é de 5.400.000. Esses valores podem variar e muitas vezes estão
relacionados com exercícios físicos e o estado emocional.

O processo de produção de hemácias, denominado eritropoiese, ocorre na medula óssea


vermelha e é regulado pela eritropoietina, um hormônio produzido nos rins em indivíduos
adultos. A hipóxia
óxia (baixa concentração de oxigênio) é uma grande estimuladora da produção
desse hormônio. Em grandes altitudes, por exemplo, a eritropoietina é produzida em ampla
quantidade, iniciando assim um aumento na produção de hemácias.

É comum que esportistas treinem


treinem em locais de altitude elevada para que ocorra uma maior
produção de eritropoietina, assim a produção de hemácias aumenta e, consequentemente, sua
capacidade de transporte de oxigênio para os tecidos também se eleva. Isso faz com que a
pessoa tenha um melhor desempenho em competições como corridas e ciclismo. Alguns atletas
fazem uso de uma versão sintética desse hormônio, entretanto, a prática é considerada doping.

A hemoglobina, proteína que dá cor ao sangue e atua no transporte do oxigênio, é encontrada


encont
dentro das hemácias e é sintetizada durante a eritropoiese. No homem, a principal hemoglobina
encontrada é a hemoglobina A, que é composta por duas cadeias alfa e duas cadeias chamadas
de beta.

As hemácias são células que vivem em média 120 dias, depois depois disso são destruídas
principalmente no baço. Esse órgão tem forma oval e está localizado na porção superior
esquerda do abdome, abaixo do diafragma e atrás das costelas inferiores.

Quando ocorre decréscimo na síntese de hemácias, aumento na sua taxa de destruição, produção
de hemácias deficientes, perda de sangue ou ainda uma redução na produção de hemoglobina,
temos as anemias.. Dentre os principais tipos de anemia, podemos citar a anemia falciforme,
falciforme a
anemia ferropriva e talassemias.

A anemia falciforme é uma doença genética caracterizada pela presença de hemácias com
formato de foice, que possuem uma uma hemólise rápida e geralmente causam obstrução nos
capilares. Essa anemia, por ter causas genéticas, não é tratada com aumento de ferro na dieta.
Quem possui esse distúrbio, é resistente à malária, por isso ele é comum em áreas que possuem
alta incidência dessa doença.

Na anemia ferropriva acontece uma diminuição nos níveis de hemoglobina, que ocorre
geralmente em virtude de perda sanguínea ou carência nutricional. Os principais sintomas são
palidez na pele, falta de disposição, dificuldade de aprendizagem e falta de apetite.
ap Geralmente,

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o tratamento indicado é a ingestão de alimentos que contêm grande quantidade de ferro, como
carnes e folhas verde-escuras.
escuras.

A talassemia é uma doença genética que causa uma produção incorreta das cadeias da
hemoglobina. Ela pode produzir desde uma anemia leve até uma anemia severa, em que o
indivíduo precisará de transfusão de sangue por toda sua vida.

Leucócitos

Os leucócitos (também chamados de glóbulos brancos), assim como as hemácias, são elementos
figurados do sangue.. Essas células são formadas no adulto dentro dos ossos, na medula óssea
vermelha. Existem cerca de 5 mil a 10 mil leucócitos por milímetro cúbico de sangue em um
humano adulto.

Os leucócitos têm como principal função proteger nosso organismo contra patógenos e
organismos estranhos. Eles atuam fagocitando as partículas invasoras ou produzindo substâncias
que vão agir destruindo ou inativando essas partículas.

Podemos classificar os leucócitos de acordo


acordo com a presença de grânulos em granulócitos e
agranulares. Os grânulos são, na verdade, lisossomos, organelas especializadas na digestão
intracelular. Esses grânulos coram densamente quando submetidos à coloração hematológica
tradicional.

anulócitos, podemos citar os neutrófilos,, que são os tipos mais numerosos. Exibem
Dentre os granulócitos,
forma esférica e um núcleo geralmente trilobado. Essas células realizam fagocitose e possuem a
capacidade de deixar os vasos sanguíneos e penetrar nos tecidos, exercendo assim
assi a sua função
de proteção do organismo. O processo pelo qual os leucócitos conseguem atravessar a parede do
vaso sanguíneo e penetrar nos tecidos é chamado de diapedese.

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Os eosinófilos são células que também possuem grânulos e estão relacionadas com a fagocitose
fag
dos complexos antígeno-anticorpo.
anticorpo. Sua forma é esférica e o núcleo, bilobado. O número dessas
células é aumentado durante respostas a infecções parasitárias e reações alérgicas.

Os basófilos, outro leucócito granulócito, atuam liberando histamina e heparina, substâncias que
ajudam na dilatação dos vasos sanguíneos e na anticoagulação, respectivamente. Apresentam
forma esférica e núcleo irregular.

Os linfócitos são células agranulares muito abundantes no sangue, só perdendo para os


neutrófilos. Muito importantes no processo imunológico, essas células estão envolvidas com a
produção de anticorpos. Sua forma é esférica e o núcleo é grande e também esférico. Os
linfócitos podem ser divididos em dois tipos: linfócitos T e linfócitos B.

Os linfócitos T diferenciam-se
se dos linfócitos B em virtude do local onde ocorre a diferenciação.
Os linfócitos T diferenciam-se
se no timo, enquanto o linfócito B diferencia-se
diferencia se na medula óssea.

Os linfócitos T são divididos em duas classes: linfócito T citotóxico ou CD8, que atua
atu matando
células infectadas, e o linfócito T auxiliar ou CD4, que atua coordenando a resposta imunitária e
ativando células de defesa, como os Linfócitos B e macrófagos. Os linfócitos B diferenciam-se
diferenciam
em plasmócitos, que têm por função a produção de anticorpos.
anti

Os monócitos possuem um núcleo redondo ou reniforme e grande citoplasma. Eles tornam-se


tornam
macrófagos, células especializadas no processo de fagocitose de vírus, fungos e bactérias. Além
disso, são responsáveis pela destruição de células mortas e danificadas
danificadas no corpo.

O aumento ou diminuição de glóbulos brancos no sangue pode causar algumas doenças.


Chamamos de leucocitose o aumento significativo de leucócitos no sangue. Já a leucopenia
acontece quando ocorre uma diminuição nas taxas de leucócitos, sendo
sendo normalmente associada
a doenças virais.

Uma doença relacionada com os leucócitos é a leucemia,, um tipo de câncer em que há a


produção descontrolada de leucócitos que não se diferenciam e não são funcionais. O tipo de
leucemia está relacionado com o tipo de leucócito afetado.

PROTEINAS DO PLASMA SANGUÍNEO

O plasma sanguíneo corresponde à porção solúvel do sangue, apresentando água (ocupando


92% do volume) e considerável concentração
concentração de substâncias proteicas (com aproximadamente
7% do volume), entre as quais são classificadas as seguintes:

Fibrinogênio → elementos que atuam no mecanismo de coagulação.


coagulaç

Globulinas → fraçõesões que correspondem: aos anticorpos, agindo na defesa do organismo contra
as infecções; e as lipoproteínas que transportam lipídios, como o colesterol HDL (low density
lipoprotein), este que evita a formação de depósitos de ateroma na parede das artérias, sendo,
por isso, conhecido popularmente como o "bom colesterol".
co

Albuminas → proteína que auxilia a regulação


regulação do controle osmoregulador do sangue e
manutenção da pressão sanguínea, além de proporcionar a difusão de agentes hormonais e
ácidos graxos, sendo a mais abundante na composição do plasma.

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Contudo, o plasma também possibilita um importante meio para o transporte de elementos
figurados, como: as hemácias, os leucócitos e as plaquetas.

SISTEMA LINFÁTICO

VASOS LINFÁTICOS

O líquido extracelular após penetrar no sistema linfático (capilares linfáticos) chama-se linfa
Os linfonodos são órgãos pequenos, arredondados ou em forma de feijão, que estão distribuídos
ao longo do curso de vários vasos linfáticos. Existem grupos de linfonodos na axila, virilha
e pescoço, bem como em várias regiões profundas do corpo.
cor

A linfa penetra nos linfonodos através de vasos linfáticos aferentes, onde é lentamente filtrada
por estruturas denominadas seios. Após filtrada, a linfa deixa os linfonodos através do vasos
linfáticos eferentes. Os microorganismos e partículas estranhas (bactérias) que são retidos nos
linfonodos através da filtragem da linfa, são prontamente destruídos pelas células fagocíticas (os
macrófagos).

FUNÇÕES DO SISTEMA LINFÁTICO

Destruição de bactérias e remoção de partículas estranhas: remoção através


atrav dos fagócitos,
principalmente os macrógafos, que estão presentes nos linfonodos.

Respostas imunes específicas: participação da produção de anti-corpos


anti corpos que destroem as
substâncias invasoras.

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Retorno do líquido extracelular para a corrente sangüínea: as proteínas
proteínas que são deixadas pelos
capilares sangüíneos no líquido extracelular são devolvidos ao sangue através do sistema
linfático, uma vez que se estas permanecessem nos espaços extracelulares, a pressão osmótica
aumentaria muito.

ÓRGÃOS LINFÓIDES

Além doss linfonodos, existem vários órgãos linfóides, sendo eles o baço, o timo e as tonsilas.

Baço: é o maior órgão linfóide, localizado entre o fundo do estômago e o diafragma. Seu
tamanho aproximado é de cerca de 12 cm, todavia seu peso e tamanho variam de pessoa pes para
pessoa.
As funções do baço incluem produção de anticorpos, fagocitose de glóbulos vermelhos velhos e
partículas estranhas ao corpo. O baço atua como um filtro para a corrente sangüínea, muito mais
que os linfonodos para a corrente linfática.

O baçoo serve também, como um reservatório de sangue (embora com capacidade limitada de
200 ml).

Timo: é uma massa bilobada de tecido linfóide localizada abaixo do esterno, na região do
mediastino anterior. Ele aumenta de tamanho durante a infância, quando então começa a
atrofiar-se lentamente.

O timo confere a determinados linfócitos a capacidade de se diferenciarem e maturarem em


células que podem efetuar o processo de imunidade mediada por células. Há evidências de que o
timo também produz um hormônio que pode continuar a influenciar os linfócitos após eles
terem deixado a glândual.

Tonsilas: as tonsilas são massas pequenas de tecido linfóide incluídas na mucosa de


revestimento das cavidades bucal e faríngea.

As tonsilas palatinas (amígdalas) estão localizadas na parede póstero-lateral


lateral da garganta, uma de
cada lado. As tonsilas faríngeas se localizam na parede posterior da parte nasal da
faringe.Ambas as tonsilas atuam como uma defesa adicional contra invasão bacteriana.

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