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RESUMO

Envelhecer é um processo natural de cada indivíduo de forma particular que da -


se por mudanças físicas, psicológicas e sociais. Com o passar dos anos o corpo
do idoso pode ficar mais debilitado, o sistema músculo esquelético já não possui a
mesma força, resistência e velocidade que pode levar a fragilidade das
articulações e com isso diversas alterações e complicações. O presente estudo
teve como objetivo avaliar o efeito da fisioterapia aquática como recurso
terapêutico no equilíbrio do idoso por meio da estabilometria e baropodometria.
Trata- se de um estudo de abordagem longitudinal, quantitativa de caráter
intervencionista. A intervenção teve o período de duração de quatro semana não
promoveu resultado relevantes no equilíbrio do idoso, avaliado por meio da
plataforma T. plate, pelo exame físico de estabilometria e baropodometria. Pode
se sugerir que o tratamento de quatro semana é um tempo considerável curto
para melhora do equilíbrio.

Palavras Chave: envelhecimento, equilíbrio postural, hidroterapia, fisioterapia,


idoso.
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INTRODUÇÃO

A Organização Mundial de Saúde – OMS define como idoso o


indivíduo com 65 anos ou mais de idade para países desenvolvidos e 60 anos ou
mais para países subdesenvolvidos (1).

Envelhecer é um processo natural que caracteriza uma etapa da vida


do homem e dá-se por mudanças físicas, psicológicas e sociais que acometem de
forma particular cada indivíduo. É uma fase em que, ponderando sobre a própria
existência, o indivíduo idoso conclui que alcançou muitos objetivos, mas também
sofreu muitas perdas, das quais o quadro de saúde destaca-se como um dos
aspectos mais afetados (2).

Os idosos são mais propensos a doenças que alteram diretamente as


funções sensoriais, periféricas, sistemas neuromusculares e da função
esquelética. Com diabetes, aterosclerose, acidente vascular encefálico e
depressão. Essas acarretam limitações das atividades motoras em decorrência da
perda de massa muscular, flexibilidade, integridade esquelética, enfraquecimento
do sistema visual, maior impacto articular, menor amplitude de movimento e
alterações do sistema vestibular durante a movimentação. Com todas essas
alterações os idosos ficam mais propícios à desequilíbrio (3).

O controle do equilíbrio requer a manutenção do centro de gravidade


sobre a base de sustentação durante situações estáticas e dinâmicas. Cabe ao
corpo responder às variações do centro de gravidade, quer de forma voluntária ou
involuntária. Este processo ocorre de forma eficaz pela ação, principalmente, dos
sistemas visual, vestibular e somato-sensorial (4).

Com o envelhecimento, esses sistemas sofrem alterações e várias


etapas do controle postural podem ser afetadas, diminuindo a capacidade
adaptativa do sistema, levando a um aumento da instabilidade (3)

A prevalência de queixas de desequilíbrio na população idosa chega a


85%, com o envelhecimento. Fatores como à degeneração gradativa dos
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sistemas visual, vestibular, somático – sensorial, cardiovascular dentre outros,


contribuem para alteração do equilíbrio (5).

Os recursos mais modernos para avaliar alterações de equilíbrio é


estabilometria e baropodometria. A Estabilometria Trata-se de uma técnica de
avaliação do equilíbrio na postura ortostática, que consiste na quantificação das
oscilações ântero-posteriores e laterais do corpo, enquanto o indivíduo
permanece de pé sobre uma plataforma de força. O registro é feito pelo cálculo
instantâneo da sua posição, que corresponde à localização da resultante das
forças aplicadas na superfície em contato com os pés. (6) O exame
baropodométrico auxilia na avaliação da postura corporal. Sendo um exame
objetivo e quantitativo registra as pressões plantares sobre uma plataforma
composta de sensores. Esta avaliação visa mensurar e comparar as pressões
desenvolvidas nos diferentes pontos e regiões da planta dos pés. (7)

Diante disto temos a Fisioterapia como recurso de tratamento que é a


ciência que estuda, diagnostica, promove, previne e recupera pacientes com
distúrbios cinéticos funcionais intercorrentes em órgãos e sistemas do corpo
humano. Trabalha com doenças geradas por alterações genéticas, traumas ou
enfermidades adquiridas. Seu objetivo centra-se em preservar, manter,
desenvolver ou restaurar (reabilitação) a integridade de órgãos, sistemas ou
funções. Utiliza-se de conhecimento e recursos próprios como parte do processo
terapêutico nas condições psico-físico-social para promover melhoria de
qualidade de vida (8).

Dentre as especialidades da fisioterapia existe a fisioterapia aquática


que é regulamentada pelo conselho federal de fisioterapia e terapia ocupacional é
definida como o uso da água para tratamentos fisioterápicos, considerado um dos
recursos mais antigos na área da fisioterapia. Sendo este bastante utilizado para
tratamentos de pacientes reumáticos, devido às propriedades físicas e os efeitos
fisiológicos da água (9).
4

Os exercícios realizados na água favorecem a reabilitação, pois os


efeitos proporcionam menor estresse articular, aumento da circulação e facilidade
de se movimentar (10) A fisioterapia aquática utiliza técnicas como, por exemplo,
Bad Ragaz que utiliza as propriedades da água e tem como objetivo a
reeducação dos tônus musculares, relaxamento, fortalecimento muscular,
aumento da amplitude articular e restauração de padrões normais de movimentos
(11).

Com base nessas informações é possível que a fisioterapia aquática


possa interferir no equilíbrio dos idosos, e apresentar benefícios na evolução do
tratamento em determinadas patologias, evitando a permanência ou
desenvolvimento de disfunções músculo esqueléticas, possibilitando ao idoso
uma melhoria na sua qualidade de vida.
5

METODOS

Trata-se de um estudo longitudinal, intervencionista com abordagem quantitativa,


realizada em HOMER CARE, fica localizada em Avenida Expedicionários, 5526,
Montese, Fortaleza - CE. A coleta de dados foi realizada no período de setembro
e outubro de dois mil e dezesseis, o local foi escolhido por oferecer os recursos
necessários para a realização do estudo e melhor locomoção para os indivíduos.

A população foi indivídua com faixa etária de 60 a 80 anos de idade,


independentemente do sexo. A amostra foi de dois indivíduos que atenderam aos
critérios de inclusão. Foram incluídos, indivíduos hígidos com PA e glicemia
controlada, sem histórico de fratura recente e que não apresentaram vestilopatias,
foram excluídos aqueles que apresentaram contraindicação a fisioterapia
aquática.

Foi utilizado um questionário de avaliação em saúde e um exame físico a


estilometria onde foi avaliado o grau de oscilação de equilíbrio, foi utilizado para
este exame a plataforma de força do modelo T plate para análise estática do
movimento. Inicialmente os indivíduos foram submetidos a plataforma onde
permaneceram por 50 segundos olhando para um ponto fixo a três metros de
distância em postura ortostática, em seguida responderam ao questionário e logo
depois foram submetidos ao tratamento, que foi realizado no período de quatro
semanas com dois atendimentos semanais com duração de trinta minutos. Os
dois indivíduos foram submetidos ao mesmo protocolo de tratamento os
atendimentos de duas vezes na semana, por quatro semana com duração de 40
minutos. A fisioterapia aquática teve as seguintes atividades: caminhadas na
piscina, fortalecimento e alongamentos musculares e atividades para treinamento
do equilíbrio postural e flutuação com o método bad ragaz. Finalizando os
atendimentos foram novamente submetidos à plataforma para comparação de
antes e após o tratamento. A pesquisa teve risco mínimo dos indivíduos
apresentarem alergia ao cloro da piscina. Os participantes assinaram termo de
conscientemente livre e esclarecido e a pesquisa seguira as normas da resolução

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RESULTADOS

De acordo com os dados obtidos com os exames através da


estabilometria e baropodometria antes e depois do tratamento os dois idosos
submetidos ao programa de tratamento de fisioterapia aquática em quatro
semana não apresentaram resultados relevantes no equilíbrio.

Na avaliação inicial realizada em 20 de setembro de 2016. O paciente 1


identificado como A.F.R, sexo masculino. 68 anos de idade. Obteve os seguintes
dados. Desvio latero lateral com largura 8,6mm, desvio médio 1,9mm e
velocidade média 1,3mm. Desvio ântero – posterior com largura 12,4, desvio
médio 3,4 e velocidade 1,8. Índice de Chippaux 1 Smirak pé esquerdo 0,45 (Pé
plano) e Chippaux 1 Smirak pé direito 0,39 (Pé intermediário). Conforme o gráfico
1

O paciente 2 identificado como J.T.R, sexo feminino, 67 anos de idade


apresentou os seguintes resultados em Desvio latero lateral com largura 6,8mm,
desvio médio 1,1mm e velocidades média 1,6mm. Devio antero - posterior com
largura 9,7, desvio médio 1,8 e velocidade média 1,6. Chippaux 1 Smirak pé
esquerdo 0,62 (Pé plano) e Chippaux 1 Smirak pé direito 0,64 (Pé plano). (Gráfico
2)

Na segunda avaliação após o tratamento de quatro semana o paciente 1


apresentou o seguinte resultado em Desvio latero lateral com largura 13,8mm,
desvio médio 2,7mm e velocidade média 2,3mm. Desvio antero – posterior com
largura 14,9, desvio médio 2,4 e velocidade 2,4. Chippaux 1 Smirak pé esquedo
0,42 (Pé rebaixado) e Chippaux 1 Smirak pé direito 0,37 (Pé intermediário).
(Gráfico 3)

Paciente 2, Desvio latero lateral com largura 6,5mm, desvio médio 1,0mm e
velocidade média 2,0mm. Desvio antero-posterior com largura 15,8, desvio médio
7

3,4 e velocidade média 2,1. Índice de Chippaux Smirak esquerdo 0,62 (Pé plano)
e Índice de Chippaux Smirak direito 0,60 (Pé plano). (Gráfico 4)

Diante dos dados o paciente 1 apresentou Desvio latero lateral um aumento de


5,2mm de largura, 0,8mm de desvio médio e 1,0 mm de velocidade. Em Desvio
antero –posterio apresentou aumento de 2,5 na largura, em desvio médio houve
uma redução de 1,0 e velocidade média aumento de 0,6. Índice de Chippaux
smirak esquerdo reduzida 0,3 passando de pé plano, para pé rebaixando e Índice
de Chippaux smirak direito também houve redução 0,2 pé intermediário. (Gráfico
3)

O paciente 2 apresentou em Desvio latero lateral um redução 0,3 mm de largura e


0,1 em desvio médio e um aumento de 0,4mm em velocidade média. Desvio
antero –posterior apresentou aumento de 6,1 de lagura, 1,6 e desvio médio e 0,5
de velocidade média. Índice de Chippaux smirak esquerdo não apresentou
alterações e Índice de Chippaux smirak direito houve redução de 0,4 (pé plano)
(Gráfico 4)

Gráfico 1

Gráfico 2
8

Gráfico 3

Gráfico 4
9

DISCURSÃO

Segundo os resultados obtidos o programa de tratamento com a fisioterapia


aquática com duração de trinta minutos e dois atendimentos semanais durante
quatro semanas não apresentou alterações no equilíbrio dos idosos.

Segundo Douris et al (2003) (14) realizaram um estudo de um programa de


exercícios na água com doze atendimento (duas vezes por semana por seis
semanas) e apresentaram uma melhora significativa na força e no equilíbrio.
Possivelmente estes resultados ocorreram porque as respostas ao exercício físico
são mais evidentes nas primeiras semanas de aplicação. Na fase inicial,
predominam as alterações neurais e, na fase intermediária, as adaptações
musculares. Nos idosos, o aumento da força muscular é decorrente
principalmente das adaptações neurais e ocorre com maior magnitude nas
primeiras seis a oito semanas de treinamento (KOMI PV 1986) (12).
Já Ruoti et al (2000) apud Douris et al (2003) (13) relatam a eficácia da
fisioterapia aquática no equilíbrio. A atração molecular no meio líquido, quando
posta em movimento, gera uma resistência (viscosidade), que é responsável pelo
suporte oferecido aos idosos durante a fisioterapia aquática. Isso sugere uma
melhora do equilíbrio dentro da água, o que reflete em uma melhora em solo.
Além disso, é preciso determinar a frequência e a duração do tratamento e como
manter os benefícios obtidos ao término da intervenção. Assim, comprovar-se-á a
eficácia da fisioterapia aquática na recuperação do equilíbrio em idosos.
Com base nesses dados da literatura acreditamos que não obtivemos alterações
relevante com relação aos dados do equilíbrio devido ao tempo de aplicação da
técnica. O que sugerir que a fisioterapia aquática no tempo de quatro semana não
promove mudança no equilíbrio.
Na literatura, nos encontramos dois atendimentos que a fisioterapia aquática é
significativa na eficácia do equilíbrio do idoso. Lord et al (1993) apud Douris et al
(2003) diz que doze semanas apresentaram uma melhora significativa na força e
10

no equilíbrio. Ruoti et al (2000) apud Douris et al (2003) relata que é necessário


determinar um tempo de tratamento obter benefícios.
Nós resolvemos determinar um tempo menor. Para saber se esse tempo também
funcionaria e não funcionou. Quer dizer que tempo mínimo teoricamente pelo os
dados cinéticos seria de seis a oito semanas.
Com base nesta busca esse questionamento de quantas semanas seria, fizemos
nossa pesquisa.
Encontramos que quatro semanas, não gera resultado relevante, ou que talvez o
N não tenha sido suficiente. Porem os dois indivíduos não apresentaram
relevância é uma mera hipótese.
11

CONCLUSÃO

Concluímos que é necessário realizar novos estudos com N maior para


comprovar o tempo adequado para tratamento, segundo a literatura o tempo de
mínimo de tratamento para obter um resultado satisfatório é de 6 a 8 semanas.

Concluímos que quatro semanas talvez não seja o tempo suficiente para
mudança de equilíbrio.
12

Referências:

1. Organização Mundial da Saúde (OMS) BRASIL, 2005 -


DisponivelemHTTP://www.who.int/eportuguese/countries/bra/pt/

2. MENDES MRSSB. O cuidado com os pés: um processo em construção


[dissertação]. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina; 2000.

3. KONRAD HR, GIRARDI M, HELFERT R. BALANCE and Aging.


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4. GUCCIONE AA. Fisioterapia geriátrica. Rio de Janeiro: Guanabara


KOOGAN; 2002

5. GREVE P, GUERRA AG, Portela MA, portes MS, RBBELATTO JR.


Correlações entre mobilidades e independências funcional em idosos
institucionalizados e não-institucionalizados. Fisioter Mov 2007; 20(4):117-
24

6. GUYTON AC. Tratado de fisiologia médica. 7ª ed. Guanabara KOOGAN,


1997.

7. .D'ANDREA GREVE, J61IA M.; LEIVAS, T.P. - Baropodometria


Computadorizada - Parâmetros Normais. Movimentação, 5:3-4,1994.

8. COFFITOBrasil.1.DisponivelemHTTP://www.coffito.org.br/site/index.php/
fisiterapia.html>.Acesso em : 12 abr.2016.

9. RUOTI, R. G., MORRIS, D., COLE, A. J. Reabilitação aquática. São paulo:


manole; v.10, 2000.

10. TOVIN BJ, WOLF SL, GREENFIELD BH, CROUSE J, WOODFIN BA.
Comparison of the effects of exercise in water and on land on the
13

rehabilitation of patients with intra-articular anterior cruciate ligament


reconstructions. PHIS THER. 1994;74(8):710-19.

11. HARRIS R. (1963). Therapeutic pools. In Medical hydrology( s. Licht, ed.),


New Have: ELIZABETH LICHTDouris P, Southard V, Varga C, Schauss W,
Gennaro C, Reiss, A. The effect of land and aquatic exercise on balance
scores in older adults. J Geriatr Phys Ther. 2003;26(1):3-6

12. KOMI PV. Training of muscle strength and power: interaction of 27.
neuromotoric, hypertrophic, and mechanical factors. Int J Sports Med.
1986;7:10-5.

13. RUOTI, R. G., TROUP, J. T., BERGER, R. A. The effects of nonswimming


water exercises on older adults. J Orthop Sports Phys Ther. v. 19, n. 3, p.
140-5, 1994.

14. Douris P, Southard V, Varga C, Schauss W, Gennaro C, Reiss, A. The


effect of land and aquatic exercise on balance scores in older adults. J
Geriatr Phys Ther. 2003;26(1):3-6
14

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