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LABORATÓRIO DE AVALIAÇÃO FÍSICO FUNCIONAL E IMAGINOLOGIA

FREQUÊNCIA CARDÍACA E FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA

FREQUÊNCIA CARDÍACA E
FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA

A avaliação fisioterapêutica é parte fundamental da prática do fisioterapeuta.


Ela é utilizada para garantir tratamentos seguros, individualizados e efetivos, uma vez
que respeita as características individuais de cada paciente. A avaliação consiste em
duas etapas principais:

 a anamnese, que envolve uma entrevista com o paciente e o


reconhecimento de informações como dados pessoais, queixas, histórico de
saúde, uso de medicações e tratamentos realizados; e
 o exame físico, que compreende a avaliação dos sinais vitais e a avaliação
das condições físicas e das condições funcionais do paciente.

O exame físico e a anamnese são partes fundamentais da avaliação


fisioterapêutica. Porto (2019) aponta que a avaliação dos sinais vitais, que é realizada
na etapa do exame físico, deve ser relacionada com os achados da anamnese, como a
presença de doenças associadas, os hábitos de vida, o uso de medicamentos, entre
outros fatores que podem interferir nos valores encontrados no exame físico.

AVALIAÇÃO DOS SINAIS VITAIS

A avaliação dos sinais vitais tem como objetivo fazer o levantamento das
condições globais do paciente, no sentido de buscar informações significativas que

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possam subsidiar a elaboração do diagnóstico cinético funcional e, ainda, a assistência


fisioterapêutica ao paciente. Ela engloba a análise da frequência cardíaca, da
frequência respiratória, da temperatura corporal e da pressão arterial (BARROS, 2016).

Essa avaliação deve ser realizada previamente a qualquer intervenção


fisioterapêutica, e, nesses casos, objetiva fornecer valores que servem de parâmetros
para o acompanhamento do paciente. Além disso, ela pode ser realizada em outros
momentos, por exemplo: antes e depois de qualquer procedimento que afete os sinais
vitais, como na realização de exercícios terapêuticos ou no uso de recursos de
eletrotermofototerapia; antes e após procedimentos cirúrgicos; a qualquer momento,
em caso de alteração das condições do paciente.

Além disso, na avaliação dos sinais vitais, o fisioterapeuta deve considerar que
muitas variáveis podem influenciar os valores encontrados, incluindo dor, estresse,
ansiedade e atividade física, e deve-se questionar o paciente sobre elas na anamnese.
Essas variáveis devem ser conhecidas pelos fisioterapeutas, além de ser necessária a
compreensão de como cada uma delas interfere nos valores de referência dos sinais
vitais. A seguir, são descritas, detalhadamente, as avaliações dos sinais vitais de
frequência cardíaca e respiratória.

FREQUÊNCIA CARDÍACA

A frequência cardíaca é definida como a medida da quantidade de batimentos


cardíacos que ocorrem no período de um minuto, sendo expressa em batimentos por
minuto (bpm). Ela pode ser mensurada de modo manual, por meio de monitores
cardíacos ou pelo eletrocardiograma (MATTOS, 2017). A mensuração da frequência
cardíaca por meios não manuais é mais acurada, porém é mais custosa e utilizada
apenas em ocasiões específicas, e não no exame físico de rotina.

O modo manual mais utilizado na prática clínica para análise da frequência


cardíaca é por meio da palpação da pulsação arterial periférica. Isso porque a
contração do coração cria uma onda de pressão, reconhecida como pulso, o qual pode
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ser sentido como uma sensação palpitante nas artérias periféricas. Por isso, diz-se que
a frequência cardíaca é, na verdade, o número de sensações pulsantes que acontecem
em um minuto, dando o valor da frequência cardíaca.

Conforme aponta Jensen (2013), qualquer artéria periférica pode ser usada
para avaliar a frequência cardíaca, mas a radial e a apical são as mais utilizadas, devido
ao fácil acesso. A Figura 1 retrata a aferição da frequência cardíaca por meio da
palpação da artéria radial.

Figura 1 - Aferição da frequência cardíaca pela palpação da artéria radial.

Outros locais que podem ser utilizados para a medição são: artérias braquial,
ulnar, poplítea, pediosa e tibial posterior. Além delas, em casos de emergência, indica-
se a medição dos pulsos das artérias carotídeas e femorais. Isso porque são vasos mais
calibrosos e mais próximos do coração e, por isso, fornecem dados mais precisos da
função cardíaca.

Acerca da técnica para aferição da frequência cardíaca, o paciente deve estar


sentado, de maneira confortável e com o antebraço supinado. O examinador deve
utilizar a polpa digital do dedo indicador e do dedo médio, os quais devem ser
posicionados lateralmente aos tendões dos músculos flexores (território por onde
cruza a artéria radial), pressionando a artéria de modo suave, até se sentir a pulsação.

Alguns cuidados são necessários na aferição. Conforme destaca Jensen (2013),


o examinador não deve utilizar o polegar, pois a pulsação do polegar pode interferir na
avaliação, e não deve pressionar firmemente a artéria, pois pode haver obliteração da

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pulsação. Ainda, a contagem deve iniciar de zero e deve ser acompanhada do uso de
cronômetro ou relógio de ponteiro.

Em relação aos valores de referência, a frequência cardíaca basal (de repouso)


deve se encontrar entre 60 e 100bpm. Valores encontrados fora dessa faixa indicam
alterações, podendo haver bradicardia, quando a frequência cardíaca se apresenta
menor que 60bpm, ou taquicardia, quando os valores são acima de 100bpm (MATTOS,
2017).

Deve-se destacar que a presença de quadros de taquicardia e de bradicardia


pode representar manifestações clínicas de doenças cardíacas ou extracardíacas.
Quadros de traumatismos, anemia, hemorragias, infecção, febre, dor e ansiedade
podem aumentar a frequência cardíaca, em virtude de demandas metabólicas
aumentadas. Ainda, o uso de medicamentos digitálicos e betabloqueadores, o
hipotireoidismo e a elevação da pressão intracraniana podem reduzir a frequência
cardíaca, causando bradicardia.

Além de essas alterações serem encontradas em situações patológicas,


quadros de taquicardia ou bradicardia podem indicar compensações fisiológicas do
organismo. Por exemplo, em atletas, é comum encontrar frequência cardíaca menor
que 60bpm, em virtude do condicionamento físico. Assim como manifestações de
taquicardia podem ocorrer fisiologicamente durante o exercício, na gestação e em
quadros emotivos. Outros fatores como alimentação, dor, idade e gênero também
podem interferir nos valores de referência da FC. Em relação à idade, por exemplo,
lactentes e crianças têm frequência cardíaca mais elevada, quando comparadas a
adultos. Em relação ao gênero, mulheres têm de sete a oito batimentos a mais por
minuto em relação aos homens.

Alguns sinais de alerta, além de alterações nos valores de referência, devem ser
de conhecimento do fisioterapeuta na aferição da frequência cardíaca. Jensen (2013)
cita que mudanças repentinas na frequência cardíaca e ausência de pulso são sinais de
alerta e podem indicar emergências médicas.

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Além de avaliar a frequência cardíaca, Lana et al. (2018) apontam que o


método de aferição do pulso radial ainda permite que o fisioterapeuta avalie o estado
das paredes arteriais (macias ou rígidas), o ritmo da pulsação (rítmico, arrítmico ou
disrítmico) e a força da pulsação (fraco ou forte).

FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA

A respiração se refere ao fornecimento de oxigênio para o corpo e os órgãos


vitais, ao mesmo tempo que se faz a eliminação de dióxido de carbono. Envolve o
movimento de inspiração e o movimento de expiração (JENSEN, 2013). Nesse sentido,
a frequência respiratória se refere à contagem do ciclo completo de cada inspiração e
expiração, durante um período de um minuto, sendo utilizada a unidade incursões por
minuto (ipm) (LANA ET AL., 2018).

Acerca dos valores de referência da frequência respiratória, Franco Junior


(2002) explica que, fisiologicamente, em adultos, a frequência respiratória é de 12 a
18ipm. Todavia, na literatura, são encontradas ainda pequenas variações em torno
desses valores de referência. Por exemplo, Lana et al. (2018) apontam que uma
frequência respiratória de 12 a 20ipm é considerada normal em adultos, conforme é
apresentado no Quadro 1. Esse quadro retrata também as variações de frequência
respiratória conforme a faixa etária, demonstrando os valores de referência com
valores aproximados.

Faixa etária Frequência respiratória

Recém-nascidos 44

Crianças (de 1 a 7 anos) 18 a 30

Pré-adolescentes 20 a 30

Adolescentes 18 a 26

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Adultos 12 a 20

Maiores de 65 anos 12 a 28

Maiores de 80 anos 10 a 30

Quadro 1 - Valores de referência da frequência respiratória. Fonte: Adaptado de Lana et al. (2018, p. 96).

Alterações nesses valores de referência podem indicar taquipneia, quando a


frequência respiratória é maior que 18ipm, podendo ser induzida fisiologicamente por
exercício físico, ansiedade, tabagismo, febre e anemia. As alterações podem também
indicar quadros de bradipneia, quando a frequência respiratória é menor que 12ipm,
podendo ser induzida por uso de sedativos e doença neurológica. Jensen (2013)
reforça que frequências respiratórias menores que 10 ou maiores que 32 ventilações
por minuto exigem avaliação médica imediata. O mesmo vale para alterações na
frequência respiratória menos intensas, mas acompanhadas de estridores, uso de
musculatura acessória ou cianose.
Em relação à técnica de aferição da frequência respiratória, ela deve ser feita
por meio da observação da respiração do paciente pelo examinador, sem, no entanto,
que o paciente perceba ou saiba que seu movimento respiratório está sendo analisado.
Isso porque a consciência de alguém estar avaliando a respiração pode alterar o
padrão respiratório e interferir na frequência respiratória. Considerando isso, orienta-
se que o examinador mantenha a posição de aferição da frequência cardíaca, como se
continuasse a avaliar o pulso, enquanto realiza a contagem dos movimentos
respiratórios.

Lana et al. (2018) reforçam que, na avaliação da frequência respiratória, pode-


se ainda avaliar a qualidade da respiração, a expansibilidade do tórax (precisa ser
simétrica) e a profundidade da respiração (superficial ou profunda). A medida da
frequência respiratória e essas outras medidas são úteis no acompanhamento de
pacientes com disfunções respiratórias agudas ou também crônicas, tanto no
acompanhamento da intervenção fisioterapêutica como nas fases pré e/ou pós-
cirurgias torácicas e abdominais. Isso porque elas permitem a observação detalhada
das condições vitais do paciente. Conhecer os sinais vitais de frequência cardíaca e

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frequência respiratória, a maneira correta de avaliá-los, os valores de referência e os


fatores que interferem nesses valores é primordial para que os profissionais tenham
segurança na realização da avaliação fisioterapêutica e, especialmente, na assistência
do paciente.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARROS, A. L. B. L. Anamnese e exame físico. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016.

FRANCO JUNIOR, A. Exame do tórax e pulmões. In: BENSEÑOR, I. M; ATTA, J. A.;


MARTINS, M. A. Semiologia clínica. São Paulo: Sarvier, 2002. p. 11-19.

JENSEN, S. Semiologia para enfermagem: conceitos e prática clínica. Rio de Janeiro:


Guanabara Koogan, 2013.

LANA, L. D. et al. Semiologia. Porto Alegre: Sagah, 2018.

MATTOS, W. Semiologia do adulto: diagnóstico clínico baseado em evidências. Rio de


Janeiro: MedBook, 2017.

PORTO, C. C. Semiologia médica. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019.

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