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REDAÇÃO

Prof. Franciellen Mendes


A linguagem dissertativa
• Adequação: A redação deve obedecer à norma culta escrita,
evitando-se repetições inexpressivas, gírias, vocabulário
impreciso...

• Clareza: Deve-se evitar ambiguidade e obscuridade.


• Concisão: Evitar redundâncias, prolixidade.
• Coesão: Evitar frases e períodos desconexos.
• Expressividade: Evitar as frases feitas, expressões comuns,
coloquiais..
• Impessoalidade: O texto deve ser escrito sem envolvimento
linguístico ou interpretativo da 1ª pessoa. Pense o assunto como
um “problema de determinado grupo ou indivíduo” e não como
algo que ocorre com o seu grupo ou você.
• SEM marcas de oralidade. A escrita deve priorizar regras da
norma culta
Como “impessoalizar” a linguagem do texto dissertativo-argumentativo?
Dica 1: Coloque o sujeito no plural para generalizá-lo:
Evite construir o discurso na primeira pessoa do singular (eu) e adote o uso da terceira
pessoa do plural (eles). Dessa maneira, você evitará elementos que possam atribuir
marcas de subjetividade em seu texto.
Veja os exemplos e compare:

Pessoal: Analisados os fatos, concluímos que...


Impessoal: Analisados os fatos é possível concluir que... (ou conclui-se que)

Pessoal: Acredito que o Brasil necessita... (eu acredito)


Impessoal: É notável que o Brasil necessita... (ocultou o agente)

Pessoal: Por meio de nossas ideias, procuramos demonstrar que


Impessoal: Por meio de ideias os indivíduos buscam demonstrar que...
Dica 2: Oculte o agente:
Para neutralizar o discurso e deixá-lo mais objetivo, opte, sempre que possível, por
ocultar o agente. Isso pode ser feito por meio de expressões como é importante, é preciso,
é indispensável, é urgente, já que elas não revelam o autor da ação:
É preciso tomar decisões para coibir a criminalidade.
É indispensável que as autoridades esclareçam os recentes casos de corrupção no país.
Como “impessoalizar” a linguagem do texto dissertativo-argumentativo?
Dica 3: Uso gramatical do sujeito indeterminado:
Não quer que o leitor identifique com exatidão quem é o agente da ação? Basta fazer
uso gramatical do sujeito indeterminado. Essa técnica pode ser utilizada quando, por
acaso, surgir alguma informação sobre a qual você desconheça a exata
procedência. Recurso utilizado na persuasão sem provas concretas.

Observe:
Aprende-se na escola a importância da leitura.
Acreditava-se que os militares instituiriam a ordem e o progresso no país.
Fala-se muito sobre a diminuição da maioridade penal.
Dica 4: Opte por um agente inanimado:
Outra maneira eficiente para impessoalizar a linguagem do texto é optar por um
agente inanimado, tira o foco sobre alguém específico e direciona para um cargo, um
grupo de pessoas ou uma posição social. Dessa maneira, a responsabilidade em
relação à ação será diluída. Veja os exemplos:

A diretoria da empresa elegeu um novo coordenador executivo.


Os deputados votaram um projeto de lei que vai de encontro aos interesses da
população.
As autoridades competentes devem garantir ao cidadão o direito de ir e vir.
Dica 5: Uso da voz passiva:
Na voz passiva, o sujeito da oração torna-se paciente, isto é, ele sofre a ação
expressa pelo fato verbal. Empregá-la é um recurso que contribui para a
impessoalização da linguagem, já que na voz passiva o sujeito poderá estar
oculto.

Observe os exemplos:
As novas descobertas sobre a cura para o câncer foram realizadas em
centros de estudo nos Estados Unidos.
Está sendo comprovada a importância da escrita à mão no processo de
aprendizado.

Dica 6: Priorize o uso de verbos no Presente do Indicativo:


Os verbos no presente do indicativo não priorizam o tempo verbal, de
forma que são aplicáveis em qualquer período ou época. Observe:

Entretanto, há aqueles que defendem uma educação integral e técnica,


ainda que não muito explorada na atualidade.
O QUE NÃO É ERRADO, MAS PRECISO EVITAR:
HOJE EM DIA
Quando se INICIA uma frase com “Hoje em dia” surge muitas
dúvidas, por exemplo: Hoje em dia quer dizer no período
Contemporâneo ou nos dias de hoje mesmo? Esse termo,
apesar de se referir ao tempo presente, deixa uma ideia
pouco fundamentada e vaga.
O uso de frases prontas pode prejudicar, e muito,
o desempenho da sua redação. Esse é momento de mostrar
a sua autenticidade, originalidade e pensamento crítico,
evitando clichês.
É PRECISO ATENÇÃO, EVITE:
Muitas sociedades, muitas pessoas, muitos países...
Outro grande problema de falta de repertório que aparece
muito nas redações. O uso de “muitas sociedades” ou “muitos
países” aparecem com o intuito de exemplificar – e isso
também não é muito legal. Vamos te mostrar como pode
acontecer:
A pergunta que não quer calar é: quais países? É preciso
nomeá-los. Sabemos, por exemplo, que a Indonésia é adepta
da pena de morte para traficantes de drogas. Os Estados
Unidos e a China também possuem essa medida para
determinados crimes.
Portanto, o importante aqui é dizer claramente quais países
ou sociedades que possuem determinadas ações.
É PRECISO ATENÇÃO, EVITE:
A sociologia defende que
Se você já usou essa frase, é melhor evitá-la agora
que você já sabe. Na verdade, não é
a Sociologia que defende, existem autores que são
entendidos no campo da Sociologia que tem essa
ideia. Por isso é importante citar o nome desse
autor para basear a sua ideia.

É sobre quem?
Seja específico.
Passe segurança!
É PRECISO ATENÇÃO, EVITE:
Especialistas afirmam
Quais especialistas? Quem são eles? Qual a
base teórica da pessoa que afirma esse tipo de
coisa? E em que contexto ela fez essa afirmação?
Essas perguntas servem também para quem
costuma usar “Há quem diga que…”.
É preciso creditar a fonte corretamente para não
correr o risco de falar algo equivocado ou se
apropriar indevidamente de uma ideia.
RESPONDA:
1. Ao analisar o texto dissertativo, qual a principal
característica da linguagem que ele possui?

2. Após identificar a característica fundamental, qual


efeito ela causa no texto?

3. O que é expressamente proibido no uso da


linguagem de um texto dissertativo argumentativo?

4. Se um colega pedisse um conselho sobre o que fazer


para melhorar a linguagem do próprio texto, o que você
diria?
PRÓXIMA AULA:
COMPETÊNCIA I
Demonstrar domínio da modalidade escrita formal da Língua Portuguesa
0 Não possui estrutura sintática, ou seja, a organização da frase não
tem sentido nenhum. Nesse caso a quantidade de desvios não faz
diferença.
40 Estrutura sintática deficiente, porém, possível de leitura e
compreensão.
+ Muitos desvios de escrita. Nesse caso ocorre um acúmulo de erros
graves (sintaxe e ortografia).
80 Estrutura sintática deficiente OU muitos desvios.
MUITOS desvios E/OU alguns erros graves.
120 Estrutura sintática regular e (+) alguns desvios.
ALGUNS desvios E/OU pontuais (poucos) erros graves.
160 Estrutura sintática boa e poucos desvios.
POUCOS desvios, APENAS 1 erro grave.
200 Estrutura sintática excelente E, no máximo, 2 desvios (independente
da natureza). NÃO admite erro grave.

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