Você está na página 1de 44

ARQUITETURA DA

INFORMAÇÃO E USABILIDADE

Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação


Claretiano – Centro Universitário
Rua Dom Bosco, 466 - Bairro: Castelo – Batatais SP – CEP 14.300-000
cead@claretiano.edu.br
Fone: (16) 3660-1777 – Fax: (16) 3660-1780 – 0800 941 0006
claretiano.edu.br/batatais

Meu nome é Marcela Bassoli. Sou Mestre em Ciência,


Tecnologia e Sociedade pela Universidade Federal de
São Carlos (UFSCar). Sou formada em Biblioteconomia e
Ciência da Informação também pela mesma instituição.
Durante o mestrado desenvolvi pesquisas voltadas para as
análises bibliométricas e tenho experiência na elaboração
de indicadores e análises de produtividade de Programas
Pós-Graduação. Atuo como consultora em Programas de
Pós-Graduação Strictu Senso desde 2014, e sou tutora do
Claretiano − Centro Universitário desde 2018.
E-mail: marcelabassoli@claretiano.edu.br
Marcela Bassoli

ARQUITETURA DA
INFORMAÇÃO E USABILIDADE

Batatais
Claretiano
2019
© Ação Educacional Claretiana, 2019 – Batatais (SP)
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer forma
e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na web), ou o
arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do autor e da Ação
Educacional Claretiana.

CORPO TÉCNICO EDITORIAL DO MATERIAL DIDÁTICO MEDIACIONAL


Coordenador de Material Didático Mediacional: J. Alves
Preparação: Aline de Fátima Guedes • Camila Maria Nardi Matos • Carolina de Andrade Baviera • Cátia
Aparecida Ribeiro • Elaine Aparecida de Lima Moraes • Josiane Marchiori Martins • Lidiane Maria Magalini
• Luciana A. Mani Adami • Luciana dos Santos Sançana de Melo • Patrícia Alves Veronez Montera • Simone
Rodrigues de Oliveira
Revisão: Eduardo Henrique Marinheiro • Filipi Andrade de Deus Silveira • Rafael Antonio Morotti • Rodrigo
Ferreira Daverni • Vanessa Vergani Machado
Projeto gráfico, diagramação e capa: Bruno do Carmo Bulgarelli • Joice Cristina Micai • Lúcia Maria de Sousa
Ferrão • Luis Antônio Guimarães Toloi • Raphael Fantacini de Oliveira • Tamires Botta Murakami
Videoaula: André Luís Menari Pereira • Bruna Giovanaz • Gustavo Fonseca • Luis Gustavo Milan • Marilene
Baviera • Renan de Omote Cardoso
Bibliotecária: Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11

DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

025.04 B323a
 
     Bassoli, Marcela 
           Arquitetura da Informação e usabilidade / Marcela Bassoli – Batatais, SP: Claretiano, 2019. 
               120 p.   
 
                ISBN: 978‐85‐8377‐596‐6 

        1. Arquitetura da Informação. 2. Usabilidade. 3. Tecnologia da Informação.  
        4. Ambientes informacionais digitais. 5. Ciência da Informação.  I. Arquitetura da Informação 
        e usabilidade. 
 
 
 
 
 
                                                                                                                                                            CDD 025.04 

INFORMAÇÕES GERAIS
Cursos: Graduação
Título: Arquitetura da Informação e Usabilidade
Versão: ago./2019
Formato: 15x21 cm
Páginas: 120 páginas
SUMÁRIO

CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................... 11
2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS............................................................................. 14
3. ESQUEMA DOS CONCEITOS-CHAVE................................................................ 20
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................... 20
5. E-REFERÊNCIAS................................................................................................. 21

Unidade 1 – INTRODUÇÃO E FUNDAMENTOS DA ARQUITETURA DA


INFORMAÇÃO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 25
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA.............................................................. 26
2.1. A ORIGEM DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO.................................. 26
2.2. A ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E CONCEITOS CORRELATOS........ 31
2.3. ESTADO DE PRÁTICA DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO.................. 34
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR................................................................. 37
3.1. A ORIGEM DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO ................................. 37
3.2. ARQUITERURA DA INFORMAÇÃO E CONCEITOS CORRELATOS ........... 38
3.3. ESTADO DE PRÁTICA DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO ................. 39
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS........................................................................ 40
5. CONSIDERAÇÕES.............................................................................................. 41
6. E-REFERÊNCIAS................................................................................................. 42
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................... 43

Unidade 2 – AVALIAÇÃO DA USABILIDADE E DA SATISFAÇÃO DO


USUÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 47
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA.............................................................. 47
2.1. A AVALIAÇÃO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO E DA
SATISFAÇÃO DOS USUÁRIOS................................................................... 48
2.2. A AVALIAÇÃO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO E DA SATISFAÇÃO DOS
USUÁRIOS.................................................................................................. 52
2.3. METODOLOGIAS E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO ............................ 59
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR................................................................. 65
3.1. O MODELO SERVQUAL............................................................................. 65
3.2. AMBIENTES INFORMACIONAIS DIGITAIS............................................... 66
3.3. METODOLOGIAS E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO............................. 67
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 68
5. CONSIDERAÇÕES.............................................................................................. 70
6. E-REFERÊNCIAS................................................................................................. 70
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................... 71

Unidade 3 – PROCESSOS E PRÁTICAS PARA APLICAÇÃO DA


ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 75
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA.............................................................. 75
2.1. AVALIAÇÃO DE ELEMENTOS DE ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO..... 76
2.2. A METODOLOGIA DE DESENVOLVIMENTO DE AMBIENTES
INFORMACIONAIS.................................................................................... 81
2.3. OS COMPONENTES DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO NA WEB.... 85
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR................................................................. 92
3.1. ACESSIBILIDADE E USABILIDADE DE AMBIENTES DIGITAIS................. 92
3.2. DESENVOLVIMENTO DE AMBIENTES INFORMACIONAIS DIGITAIS...... 93
3.3. SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO E CATEGORIZAÇÃO............................... 94
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 95
5. CONSIDERAÇÕES.............................................................................................. 97
6. E-REFERÊNCIA................................................................................................... 98
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................... 98
Unidade 4 – O CONSÓRCIO W3C E O GERENCIAMENTO
ELETRÔNICO DE DOCUMENTOS
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 101
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA.............................................................. 101
2.1. ELEMENTOS ESTRUTURAIS EM WEBSITES............................................. 101
2.2. O GERENCIAMENTO ELETRÔNICO DE DOCUMENTOS (GED)............... 106
2.3. ASPECTOS COMPLEMENTARES DA PESQUISA EM USABILIDADE DA
INFORMAÇÃO NO BRASIL........................................................................ 108
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR................................................................. 113
3.1. ELEMENTOS ESTRUTURAIS EM WEBSITES............................................. 113
3.2. O GERENCIAMENTO ELETRÔNICO DE DOCUMENTOS (GED)............... 114
3.3. ASPECTOS COMPLEMENTARES DA PESQUISA EM USABILIDADE DA
INFORMAÇÃO NO BRASIL........................................................................ 115
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 116
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................. 117
6. E-REFERÊNCIAS................................................................................................. 118
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

Conteúdo
A disciplina “Arquitetura da Informação e Usabilidade” visa
no contexto do curso compreender os fundamentos e as funções
dos processos de Arquitetura da Informação e Usabilidade dos
serviços nas unidades de informação. Assim, traz o conceito de
qualidade sob a ótica da usabilidade. Avaliação do atendimento
das necessidades e dos níveis de satisfação dos usuários. Mé-
todos e técnicas qualitativos para a medição e a avaliação das
condições de usabilidade. Princípios básicos da Arquitetura da
Informação. Metodologia e métodos dentro da Arquitetura da
Informação. Práticas de aplicação da Arquitetura da Informa-
ção. Processos de gerenciamento da informação. O profissional
da Arquitetura da Informação. A Arquitetura da informação em
ambientes informacionais digitais. Introdução e estudo dos con-
ceitos, tipologias, práticas e características da Arquitetura da
Informação e do relacionamento e interação homem-internet.
Constitui princípios de design e arquitetura da informação para
ambientes digitais. Apresenta o Consórcio W3C.

Bibliografia Básica
CAMARGO, L. S. A.; VIDOTTI, S. A. B. G. Arquitetura da informação: uma abordagem
prática para o tratamento de conteúdo e interface em ambientes informacionais
digitais. Rio de Janeiro: LTC, 2011.
HAYES, B. E. Medindo a satisfação do cliente: desenvolvimento e uso de questionários.
Rio de Janeiro: Qualitymark, 2003.
SOLOMON, M. R. O Comportamento do consumidor: comprando, possuindo e sendo.
Porto Alegre: Bookman, 2010.

9
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

Bibliografia Complementar
BRITO, J. F.; MATIAS, M. R. Biblioteca digital de teses e dissertações do ibict: uma
análise sob a ótica da arquitetura da informação. Revista ACB: Biblioteconomia em
Santa Catarina, v. 22, n. 2, p. 285-299, abr./jul., 2017. Disponível em: <https://revista.
acbsc.org.br/racb/article/view/1346/pdf>. Acesso em: 19 abr. 2019.
LEITE, B. P. C.; RIBEIRO, C. J. S. Contribuições da arquitetura da informação para o projeto
de um repositório institucional. Revista Informação na Sociedade Contemporânea,
p. 1-20, jun. 2017. Disponível em: <https://periodicos.ufrn.br/informacao/article/
view/12277>. Acesso em: 19 abr. 2019.
OLIVEIRA, H. P. C; VIDOTTI, S. A. B. G; BENTES, V. Arquitetura da informação pervasiva
[online]. São Paulo: UNESP, 2015. Disponível em: <http://books.scielo.org/id/6cn9c> .
Acesso em: 19 abr. 2019.
REIS, G. A. Centrando a arquitetura de informação no usuário. 2007. 250f.
Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) – Escola de Comunicação
e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007. Disponível em: <http://
www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27151/tde-23042007-141926/publico/
GuilhermoReisCentrandoArquiteturadeInformacaonousuario.pdf>. Acesso em: 19 abr.
2019.
SILVA, H. S.; VIEIRA, D. V.; LAZZARIN, F. A. R. A importância da arquitetura da informação
para fins de recuperação da informação nas perspectivas dos sistemas de navegação e
busca. Folha de Rosto, v. 3, n. esp., p. 85-95, 2017. Disponível em: <https://periodicos.
ufca.edu.br/ojs/index.php/folhaderosto/article/view/252/174>. Acesso em: 19 abr.
2019.

É importante saber
Esta obra está dividida, para fins didáticos, em duas partes:
Conteúdo Básico de Referência (CBR): é o referencial teórico e prático que deverá
ser assimilado para aquisição das competências, habilidades e atitudes necessárias
à prática profissional. Portanto, no CBR, estão condensados os principais conceitos,
os princípios, os postulados, as teses, as regras, os procedimentos e o fundamento
ontológico (o que é?) e etiológico (qual sua origem?) referentes a um campo de
saber.
Conteúdo Digital Integrador (CDI): são conteúdos preexistentes, previamente se-
lecionados nas Bibliotecas Virtuais Universitárias conveniadas ou disponibilizados
em sites acadêmicos confiáveis. É chamado "Conteúdo Digital Integrador" porque é
imprescindível para o aprofundamento do Conteúdo Básico de Referência. Juntos,
não apenas privilegiam a convergência de mídias (vídeos complementares) e a leitu-
ra de "navegação" (hipertexto), como também garantem a abrangência, a densidade
e a profundidade dos temas estudados. Portanto, são conteúdos de estudo obrigató-
rios, para efeito de avaliação.

10 © ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE


CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

1. INTRODUÇÃO
Prezado aluno, seja bem-vindo!
Iniciaremos o estudo de Arquitetura da Informação e Usa-
bilidade, por meio do qual você obterá informações úteis para
uma ampla atuação em sua futura profissão e para as atividades
complexas que virão.
Por isso, procuramos elaborar um conteúdo capaz de es-
clarecer fundamentos essenciais sobre a Arquitetura da Informa-
ção e Usabilidade, de modo que você, como futuro bibliotecário,
tenha subsídios para desenvolver atividades relacionadas a essa
área, bem como possa desenvolver um pensamento crítico e es-
tratégico diante das necessidades de estruturação de ambientes
digitais e de gestão da informação digital.
Aquele profissional que desenvolver competências e ha-
bilidades para a construção eficiente de estruturas digitais, que
atendam as reais necessidades dos usuários, terá vantagem
diante daqueles que não as desenvolverem.
Essa obra, então, tem como objetivo garantir a você condi-
ções de compreender os principais conceitos relacionados a essa
temática, sob a ótica da Biblioteconomia, mas também transi-
tando entre as áreas de Ciência da Computação e da Ciência da
Informação.
O que é Arquitetura da Informação? E usabilidade?
Primeiramente, podemos refletir: em quais contextos, até
aqui, nos deparamos com o termo arquitetura da informação?
Talvez, no decorrer do curso, você tenha o encontrado ao estu-
dar gestão da informação digital, sistemas de informação ou o
tenha visto apenas em outras situações, externas ao curso.
Juntos, veremos que esse termo está diretamente relacio-
nado à forma como a informação deve ser delineada e estrutura-

© ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE 11


CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

da para que seu acesso seja eficiente e responda as necessidades


dos usuários.
Para Camargo e Vidotti (2011, p. 44):
A arquitetura da informação é uma área do conhecimento que
oferece uma base teórica para tratar aspectos informacionais,
estruturais, navegacionais, funcionais e visuais de ambientes in-
formacionais digitais por meio de um conjunto de procedimen-
tos metodológicos a fim de auxiliar no desenvolvimento e no
aumento da usabilidade de tais ambientes e de seus conteúdos.

Juntos, analisaremos os aspectos teóricos pertinentes a


estruturação e funcionalidade de ambientes informacionais di-
gitais, e também os aspectos práticos do desenvolvimento desse
tipo de ambiente.
Vamos iniciar então, nossa jornada rumo à compreensão
dessa área do conhecimento! Você está preparado?
Nossa percepção sobre os ambientes digitais – sejam eles
sites, bases de dados, redes sociais etc. – e a forma como as in-
formações estão dispostas neles pode variar conforme os conhe-
cimentos que temos sobre informática, sistemas de informação,
acessibilidade, recuperação de informação e uma série de outras
particularidades.
Nesse sentido, quanto mais aprofundado forem os seus
estudos e conhecimento, maior e mais eficiente será a análi-
se profissional que você será capaz de fazer desses ambientes.
Ou seja, um bibliotecário que se depare com a necessidade de
aprimorar os ambientes digitais de sua unidade de informação,
mas que não tenha familiaridade com a área de arquitetura da
informação, possivelmente terá dificuldades de resolver os pro-
blemas de forma eficiente. Já o profissional que tenha esses co-
nhecimentos específicos poderá exercer essa função de maneira
eficiente e eficaz, tendo então, maior sucesso.

12 © ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE


CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

Na Unidade 1 dessa obra, você encontrará aspectos in-


trodutórios e os fundamentos essenciais sobre a Arquitetura da
Informação. Vamos analisar o surgimento dessa área, seus obje-
tivos iniciais e o relacionamento com outras áreas do conheci-
mento. Além disso, você encontrará o conceito de usabilidade, e
entenderá como ele está diretamente relacionado com a aplica-
ção de uma arquitetura da informação adequada.
A compreensão das origens e dos aspectos teóricos dessa
temática terá um papel chave no desenvolvimento do seu pen-
samento crítico e do seu desempenho na aprendizagem dos con-
teúdos mais aprofundados dessa área. É por isso que, ainda que
durante o decorrer desses estudos, você se depare com conhe-
cimentos específicos advindos de outras áreas da informação, é
essencial que você os compreenda bem antes de iniciar os pró-
ximos estudos.
Na Unidade 2 estão apresentados os conceitos diretamente
relacionados aos usuários desses ambientes informacionais digi-
tais, e também as suas necessidades. Você aprenderá como ava-
liar a usabilidade desses ambientes e a satisfação dos usuários,
sob a ótica dos estudos de usuários, bem como saber aplicar os
questionários e outros métodos avaliativos. E então, através des-
ses conteúdos, você será estimulado a analisar de maneira crítica
a eficiente esses ambientes digitais, e compreenderá que, assim
como em outros contextos relacionados à Biblioteconomia, os
serviços informacionais eficazes são aqueles que atendem às ne-
cessidades especificas dos usuários da unidade de informação.
Uma vez que compreendermos nas Unidades 1 e 2 os prin-
cípios básicos relacionados a Arquitetura da Informação e a Usa-
bilidade, veremos na Unidade 3 alguns processos e práticas para
a aplicação desses princípios, tanto num contexto geral, quan-
to sob a ótica da Biblioteconomia. Neste momento, espero que
você seja capaz de refletir sobre as dificuldades e limitações des-

© ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE 13


CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

sas atividades e da necessidade, às vezes inevitável, da criação


de equipes com profissionais de formações multidisciplinares
para uma boa execução desses projetos.
Na Unidade 4 nos aprofundaremos em assuntos relacio-
nados ao efetivo design desses ambientes. Compreenderemos
então, aspectos inerentes do desenvolvimento de ambientes di-
gitais, e por fim aprenderemos sobre o Consórcio W3C, o Geren-
ciamento Eletrônico de Documentos e outras particularidades
da Arquitetura da Informação e Usabilidade no Brasil.
Ao final dos estudos dessa obra, esperamos que você tenha
adquirido conhecimentos suficientes a respeito da Arquitetura
da Informação e Usabilidade, para que a sua atuação profissio-
nal seja diferenciada e completa. Tenha em mente, contudo, que
a internet e os ambientes digitais estão em constante mudança
e que você deverá estar atento a essas mudanças se quiser se
manter preparado para lidar com esses desafios.

2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS
O Glossário de Conceitos permite uma consulta rápida e
precisa das definições conceituais, possibilitando um bom domí-
nio dos termos técnico-científicos utilizados na área de conheci-
mento dos temas tratados.
1) Acessibilidade: a característica de facilidade de aces-
so, ou uso, de quaisquer ambientes (físicos ou digitais)
por qualquer pessoa em qualquer contexto (TORRES et
al., 2002 apud CAMARGO; VIDOTTI, 2011).
2) Arquitetura da Informação: área de estudo que visa
tratar os aspectos informacionais, estruturais, navega-
cionais, funcionais e visuais de ambientes informacio-
nais digitais (CAMARGO; VIDOTTI, 2011).

14 © ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE


CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

3) Arquitetura Web: tecnologias e princípios básicos


estruturais para o funcionamento de websites (W3C
BRASIL, 2019).
4) Banco de dados: uma coleção de arquivos que contêm
grande volume de dados e registros (que podem ser a
respeito de coisas, pessoas, lugares, instituições etc.) e
que proporciona fácil manipulação desses dados (BO-
NIATI; PREUSS; FRANCISCATTO, 2014).
5) Biblioteca digital: a biblioteca onde o acervo é dispo-
nibilizado em formatos digitais (CAMARGO; VIDOTTI,
2011).
6) Ciência da Computação: é a ciência que estuda o com-
putador. Se dedica a estudar o funcionamento físico e
lógico de um computador (VELLOSO, 2004 apud BO-
NIATI; PREUSS; FRANCISCATTO, 2014).
7) Ciência da Informação: campo científico que estuda
a coleta, análise, armazenamento, manipulação, clas-
sificação, recuperação e disseminação da informação
(BORKO, 1968 apud ROCHA; SOUSA, 2010).
8) Consórcio W3C: o Consórcio World Wide Web (W3C)
é um consórcio internacional no qual organizações fi-
liadas, uma equipe em tempo integral e o público tra-
balham juntos para desenvolver padrões para a Web
(W3C BRASIL, 2019).
9) CSS: é um mecanismo utilizado para descrever a apa-
rência dos elementos HTML, usado para determinar
estilos como cores, fontes e espaçamentos em páginas
da internet (W3C BRASIL, 2019).
10) Design: “[...] a concepção de produtos como forma de
resolução de problemas” (HIRATSUKA, 1996, p. 26).

© ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE 15


CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

11) Empatia: a capacidade de compreensão emocional de


um objeto, pessoa ou serviço (COOK; HEATH; THOMP-
SON, 2000; SAMPAIO et al., 2004 apud OLIVEIRA,
2013).
12) Engenharia de Usabilidade: área da computação que
estuda as especificações e desenvolvimento de soft-
wares visando à adequação as necessidades dos usuá-
rios (QUEIROZ, 2001 apud COSTA; RAMALHO, 2010).
13) Ergonomia: a área que estuda as interações entre hu-
manos e máquinas (MICHAELIS, 2019).
14) Formatos de marcação: também conhecidos como
metaformatos são formatos genéricos que podem ser
utilizados na elaboração de linguagens específicas sem
que haja necessidade de reinventar a sintaxe (W3C
BRASIL, 2019).
15) GED: Gerenciamento Eletrônico de Documentos ou
Gestão Eletrônica de Documentos, área da administra-
ção que visa armazenar, recuperar e manter a integri-
dade de documentos digitais das organizações (MACE-
DO, 2003).
16) Hardware: é o termo usado para fazer referência à par-
tes físicas dos equipamentos, no caso de computado-
res, são usados na entrada, processamento e saída de
informações (BONIATI; PREUSS; FRANCISCATTO, 2014).
17) HTML: é uma das linguagens mais utilizadas na pro-
gramação para o desenvolvimento estrutural de sites e
páginas na internet (W3C BRASIL, 2019).
18) IBICT: é o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência
e Tecnologia. Órgão brasileiro de informação, vincula-
do ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação,

16 © ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE


CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

que realiza estudos no campo da ciência da informa-


ção e temas relacionados (IBICT, 2019).
19) Interoperabilidade: a possibilidade de um determina-
do sistema seja ele digital ou não, de se comunicar de
forma transparente e eficiente com outro sistema (se-
melhante ou não) (W3C BRASIL, 2019).
20) Metodologia qualitativa: método de pesquisa que visa
compreender e interpretar comportamentos, padrões
ou fenômenos (ROCHA; SOUSA, 2010).
21) Metodologia quantitativa: método de pesquisa utili-
za técnicas estatísticas para o levantamento, análise e
mensuração de dados (ROCHA; SOUSA, 2010).
22) OAIS: Open Archival Information System, é um mode-
lo de referência de padrões arquivísticos de dados em
formato digital (THOMAZ; SANTOS, 2003).
23) Periódicos eletrônicos científicos: publicações seria-
das, de periodicidade definida, de acesso aberto ou via
assinatura, de artigos científicos (CAMARGO; VIDOTTI,
2011).
24) Procedimentos: as políticas, métodos, padrões e re-
gras pré-estabelecidos para o funcionamento das coi-
sas (STAIR, 1998 apud COSTA; RAMALHO, 2010).
25) Protocolo: para a ciência da computação, é uma con-
venção que determina as regras e procedimentos de
comunicação entre hardwares e softwares (W3C BRA-
SIL, 2019).
26) RDF: uma linguagem que tem por objetivo criar mode-
los simples de dados, por meio dos metadados, para
descrição conceitual e modelagem de informações em
sites (BREITMAN et al., [20-?]).

© ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE 17


CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

27) Recuperação da Informação: a área que lida com ar-


mazenamento de documentos e a recuperação de do-
cumentos (CAMARGO; VIDOTTI, 2011).
28) Repositórios Digitais: sistemas de armazenamento de
arquivos digitais. Seus arquivos podem ser pesquisa-
dos e recuperados para uso posterior. Um repositório
suporta mecanismos de importação, exportação, iden-
tificação, armazenamento e recuperação de arquivos
(THOMAZ, 2007).
29) SciELO: Scientific Electronic Library Online, é uma bi-
blioteca digital de livre acesso com publicações digitais
de periódicos científicos de diversas áreas.
30) Script: é um tipo de código de programação que não
precisa de pré-processamento para ser executado. É
frequentemente utilizado por navegadores na leitura
das páginas da Web (W3C BRASIL, 2019).
31) Semântica: o sentido das palavras e das interpretações
de seus usos.
32) Sense-making: no português, “criação de sentido”, é
uma técnica para aplicação de estudos qualitativos
que engloba o trinômio situação-lacuna-uso (PEREIRA,
2002 apud ROCHA; SOUSA, 2010).
33) Sistema informacional: é um sistema em que os ele-
mentos são os dados, e ao serem organizados, intera-
gem formando informações (BATISTA, 2004 apud CA-
MARGO; VIDOTTI, 2011).
34) Sistema: um conjunto de elementos que ao serem
organizados, interagem formando algo maior e mais
complexo (BATISTA, 2004 apud CAMARGO; VIDOTTI,
2011).

18 © ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE


CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

35) Software: é a parte lógica do computador, que con-


tém as instruções para o desempenho dos circuitos
eletrônicos de hardware, são os programas que fazem
os computadores funcionar (STAIR, 1998 apud COSTA;
RAMALHO, 2010; BONIATI; PREUSS; FRANCISCATTO,
2014).
36) Tangibilidade: característica de que algo pode ser to-
cado, mensurado, tangível.
37) URL: em inglês Uniform Resource Locator, e em portu-
guês “localizador padrão de recursos”; é o termo técni-
co atribuído para o que nós conhecemos como link, ou
endereço da internet (W3C BRASIL, 2019).
38) Usabilidade: é a característica que define a eficiência
do uso de uma ferramenta, ou objeto, na realização de
determinada função (TORRES; MAZZONI, 2004).
39) Usuário: qualquer indivíduo no contexto do uso de
ambientes informacionais e de serviços de informa-
ção. O cliente das unidades de informação.
40) Web Semântica: é a organização da informação digital,
de modo que seja legível a computadores e máquinas.
Um dos padrões utilizados para sua organização é o
RDF (W3C BRASIL, 2019).
41) XML: uma linguagem que fornece modos simplificados
e padronizados para a representação de informação.
Utiliza referências cruzadas e categorização hierárqui-
ca (W3C BRASIL, 2019).

© ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE 19


CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

3. ESQUEMA DOS CONCEITOS-CHAVE


O Esquema a seguir possibilita uma visão geral dos concei-
tos mais importantes deste estudo.

Figura 1 Esquema de Conceitos-chave de Arquitetura da Informação e Usabilidade.

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAMARGO, L. S. A.; VIDOTTI, S. A. B. G. Arquitetura da informação: uma abordagem
prática para o tratamento de conteúdo e interface em ambientes informacionais
digitais. Rio de Janeiro: LTC, 2011.

20 © ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE


CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

LIMA-MARQUES, M.; MACEDO, F. L. O. Arquitetura da informação: base para a


Gestão do Conhecimento. In: TARAPANOFF, K. O. (Ed.). Inteligência, informação e
conhecimento. Brasília: IBICT, 2006. p. 241-255.
OLIVEIRA, S. V. W. B. Gestão de serviços. Batatais: Claretiano. 2013.
ROCHA, E. C.; SOUSA, M. F. E. Metodologia para avaliação de produtos e serviços de
informação. Brasília: IBICT, 2010.

5. E-REFERÊNCIAS
ALBUQUERQUE, A. R. R.; LIMA-MARQUES, M. Sobre os fundamentos da arquitetura
da informação. Perspectivas em Gestão & Conhecimento, João Pessoa, v. 1, n. esp., p.
60-72, out. 2011. Disponível em: <http://www.periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/pgc/
article/view/10827/6075>. Acesso em: 19 abr. 2019.
AQUINO, M. C. Um resgate histórico do hipertexto? O desvio da escrita hipertextual
provocado pelo advento da Web e o retorno aos preceitos iniciais através de novos
suportes. Razón y palabra, v. 52, p. 1-15, 2006. Disponível em: <https://dialnet.
unirioja.es/servlet/articulo?codigo=2162419>. Acesso em: 19 abr. 2019.
BRASIL. Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia − IBICT. Sobre o
IBICT. 2019. Disponível em: <http://www.ibict.br/sobre-o-ibict-1>. Acesso em: 19 abr.
2019.
BONIATI, B. B.; PREUSS, E.; FRANCISCATTO, R. Introdução à informática. Frederico
Westphalen: Universidade Federal de Santa Maria, Colégio Agrícola de Frederico
Westphalen, 2014. Disponível em: <http://estudio01.proj.ufsm.br/cadernos/cafw/
tecnico_agroindustria/introducao_informatica.pdf>. Acesso em: 19 abr. 2019.
BREITMAN, K. et al. Publicação de dados governamentais no padrão linked data.
Rio de Janeiro: Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, [20-?]. Disponível
em: <http://www.w3c.br/cursos/dados-abertos/curso/Parte-2-Modulo-2-RDF.pdf>.
Acesso em: 19 abr. 2019.
COSTA, L. F.; RAMALHO, F. A usabilidade nos estudos de uso da informação: em cena
usuários e sistemas de informação. Perspectivas em Ciência da Informação, v. 15, n.
1, p. 92-117, jan./abr. 2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/pci/v15n1/06.
pdf>. Acesso em: 19 abr. 2019.
HIRATSUKA, T. P. Contribuições da ergonomia e do design na concepção de interfaces
multimídia. 1996. 164f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) –
Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal de
Santa Catarina, Florianópolis, 1996. Disponível em: <https://core.ac.uk/download/
pdf/30357658.pdf>. Acesso em: 19 abr. 2019.
MACEDO, G. M. F. Bases para a implantação de um sistema de gerenciamento
eletrônico de documentos – GED. Estudo de caso. 2003. 154f. Dissertação (Mestrado

© ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE 21


CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

em Engenharia de Produção) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia de


Produção, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2003. Disponível em:
<https://core.ac.uk/download/pdf/30366858.pdf>. Acesso em: 19 abr. 2019.
MICHAELIS. Dicionário brasileiro da Língua Portuguesa: ergonomia. 2019. Disponível
em: <https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/
ergonomia/>. Acesso em: 19 abr. 2019.
REZENDE, A. M. G. Hipertexto: tramas e trilhas de um conceito contemporâneo.
Informação & Sociedade, v. 10, n. 1, p. 1-12, 2010. Disponível em: <http://www.
periodicos.ufpb.br/index.php/ies/article/view/340/262>. Acesso em: 19 abr. 2019.
THOMAZ, K. P. Repositórios digitais confiáveis e certificação. Arquivística.net, Rio de
Janeiro, v. 3, n. 1, p. 80-89, jan./jun. 2007. Disponível em: <http://www.brapci.inf.
br/_repositorio/2010/05/pdf_fed0720dbb_0010726.pdf>. Acesso em: 19 abr. 2019.
THOMAZ; K. P.; SANTOS, V. M. Metadados para o gerenciamento eletrônico de
documentos de caráter arquivístico − GED/A: estudo comparativo de modelos e
formulação de uma proposta preliminar. DataGramaZero, v. 4, n. 4, ago. 2003.
Disponível em: <http://www.brapci.inf.br/index.php/article/download/7504>. Acesso
em: 19 abr. 2019.
TORRES, E. F.; MAZZONI, A. A. Conteúdos digitais multimídia: o foco na usabilidade
e acessibilidade. Ciência da Informação, v. 33, n. 2, p. 152-160, maio/ago. 2004.
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/%0D/ci/v33n2/a16v33n2.pdf>. Acesso em:
19 abr. 2019.
W3C BRASIL. Padrões web. 2019. Disponível em: <http://www.w3c.br/Home/
WebHome>. Acesso em: 19 abr. 2019.

22 © ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE


UNIDADE 1
INTRODUÇÃO E FUNDAMENTOS DA
ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO

Objetivos
• Conhecer e compreender a origem da área Arquitetura da Informação.
• Identificar e analisar as características dessa área do conhecimento.
• Identificar quais as áreas do conhecimento que se relacionam com essa
temática.
• Compreender a relevância atual da Arquitetura da Informação para a so-
ciedade e para a formação profissional do bibliotecário.

Conteúdos
• Panorama histórico e conceitos de Arquitetura da Informação de acordo
com a literatura científica da área.
• Os conceitos relacionados ao tema e a relevância dessa área na atualidade.

Orientações para o estudo da unidade


Antes de iniciar o estudo desta unidade, leia as orientações a seguir:

1) Não se limite ao conteúdo deste Caderno de Referência de Conteúdo;


busque outras informações em sites confiáveis e/ou nas referências bi-
bliográficas, apresentadas ao final de cada unidade. Lembre-se de que, na

23
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO E FUNDAMENTOS DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO

modalidade EaD, o engajamento pessoal é um fator determinante para o


seu crescimento intelectual.

2) Busque identificar os principais conceitos apresentados; faça resumos


destacando os principais pontos das unidades, e esclareça suas dúvidas
com colegas ou com o tutor da disciplina.

3) Não deixe de recorrer aos materiais complementares descritos no Conteú-


do Digital Integrador e mantenha-se atento às mudanças e às novidades
da área mesmo após finalizar os seus estudos.

24 © ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE


UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO E FUNDAMENTOS DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO

1. INTRODUÇÃO
Vamos iniciar nossa primeira unidade de estudo! Você está
preparado?
A sociedade como conhecemos e na qual estamos inseri-
dos, é chamada de Sociedade da Informação por razões específi-
cas. Lidamos em nosso dia a dia com uma avalanche de informa-
ções: seja no trabalho, na faculdade e até mesmo nos momentos
de recreação. O acesso e o uso dessas informações influenciam
diretamente nossos comportamentos, negócios, posicionamen-
tos políticos, crenças e ideologias.
No entanto, nem todas as informações chegam até nós da
mesma maneira, nem são compreendidas pelas pessoas da mes-
ma forma. Os conceitos de acessibilidade, usabilidade e recupe-
rabilidade são conceitos-chave para o bom aproveitamento do
potencial informacional que está disponível na atualidade.
Se nós, enquanto cidadãos dessa sociedade, valorizamos
as informações que nos são apresentadas de maneira confiável,
em formatos (sejam físicos os digitais) de fácil acesso e de fácil
manuseio, qual a nossa responsabilidade nessa organização, en-
quanto profissionais da informação?
A resposta para esse questionamento encontra-se pautada
na Arquitetura da Informação, que tem como papel influenciar
na estética dos sistemas de informação (e pense, por enquanto,
em todos os tipos de sistemas), bem como facilitar e agilizar o
acesso e uso dessas informações e desses sistemas.
Nessa unidade, vamos transitar entre as origens e etapas
de desenvolvimento dessa área de conhecimento, compreen-
dendo os aspectos históricos, teóricos e metodológicos que per-
meiam o surgimento dessa área e sua consolidação.

© ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE 25


UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO E FUNDAMENTOS DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO

2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA


O Conteúdo Básico de Referência apresenta, de forma su-
cinta, os temas abordados nesta unidade. Para sua compreensão
integral, é necessário o aprofundamento pelo estudo do Conteú-
do Digital Integrador.

2.1. A ORIGEM DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO

A história da Arquitetura da Informação se iniciou há mais


de cem anos, num movimento que envolveu diversas áreas, es-
pecialmente design, computação, ergonomia, usabilidade; e
suas práticas estão sendo disseminadas muito antes do termo
em si ser popularizado (CAMARGO; VIDOTTI, 2011).
Nessa obra, não temos a pretensão de apresentar de for-
ma detalhada todos os movimentos e estudos que resultaram
nessa abordagem para o tratamento de sistemas informacionais.
Contudo, existem alguns eventos e pesquisadores relevantes,
que precisam ser mencionados.
Inicialmente, é importante destacar que o termo “Arquite-
tura da Informação” foi popularizado em 1976, por Richard Saul
Wurman, e foi cunhado para descrever o tratamento da infor-
mação aliando ciência e arte, com a finalidade de facilitar o seu
acesso pelos usuários (CAMARGO; VIDOTTI, 2011; ALBUQUER-
QUE; LIMA-MARQUES, 2011).
Além disso, convém dizer que existem duas áreas que são
essenciais para o desenvolvimento da Arquitetura da Informa-
ção: a área de Design e, também, a Arquitetura (tradicional).
Nesse sentido, o Design contribui essencialmente por meio da
perspectiva do tratamento visual das informações, enquanto as

26 © ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE


UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO E FUNDAMENTOS DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO

concepções e noções de Arquitetura se relacionam ao desenvol-


vimento de projetos e construção de ambientes.
Há, na área de Design, um campo ainda mais específico,
que é bastante aplicado e aproveitado pela Arquitetura da In-
formação, que é o chamado design de informação. Sobre esse
campo, Camargo e Vidotti (2011, p. 23) afirmam que:
O design de informação, também conhecido como infodesign, é
uma área do design gráfico que visa tratar a informação visual.
O design gráfico estrutura e formata a informação visual, tra-
tando a relação entre imagem e texto.

Em relação à visão que Wurman tinha para as necessida-


des de organização da informação e para as características da
arquitetura tradicional, fica claro que,
Wurman via a arquitetura como a ciência e a arte da criação de
uma “instrução para organização de espaços”. Entendia os pro-
blemas de reunião, organização e apresentação da informação
com análogos aos de um arquiteto ao projetar um edifício que
serviria às necessidades de seus ocupantes [...]. A arquitetura
da informação seria uma expansão da profissão da arquitetu-
ra, porém aplicada a espaços de informação. (WURMAN, 1996
apud LIMA-MARQUES; MACEDO, 2006, p. 244).

Isso é claro, considerando como espaços de informação


tanto os catálogos de bibliotecas, quanto os bancos de dados e
sistemas informacionais digitais.
Durante a década de 1950, alguns estudos destacavam os
desafios relacionados ao grande volume de informações que es-
tavam sendo produzidas e publicadas. Vannevar Bush enquan-
to estudava a incapacidade da leitura e memorização de todo o
montante de publicações de uma área de pesquisa, imaginou e
descreveu o funcionamento de uma máquina que ele chamou de
Memex, que pode ser vista na Figura 1.

© ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE 27


UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO E FUNDAMENTOS DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO

Fonte: Bush (1945 apud HACKING HISTORY, 2019).


Figura 1 Memex.

O Memex, conforme previsto por Vannevar Bush, seria um


dispositivo eletromecânico de armazenamento de documentos,
por meio do qual, com o uso de códigos mnemônicos e de asso-
ciação (armazenados no próprio aparelho) diversos documentos
poderiam ser recuperados e acessados rapidamente com um
simples toque (BUSH, 1945 apud LARA-FILHO, 2003).
Por meio de uma variedade de mecanismos e alavancas,
os documentos e suas informações poderiam ser consultados e
então reagrupados formando o que Bush chamou de trilhas de
associação. Uma consulta de um assunto específico resultaria
na recuperação de uma série de documentos, e o pesquisador
poderia incluir comentários e estabelecer ligações entre esses
documentos, construindo essa trilha, que ficaria registrada para
consultas posteriores. Esse conceito é considerado o precursor
do conceito de hipertexto (BUSH, 1945 apud LARA-FILHO, 2003).

28 © ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE


UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO E FUNDAMENTOS DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO

Ou, em outras palavras, Vannevar Bush pensava,


[...] na necessidade de substituir os métodos existentes de dis-
ponibilização e recuperação de informações ligadas especial-
mente à pesquisa acadêmica, que eram lineares, por sistemas
de indexação e arquivamento que funcionassem por associação
de ideias, seguindo o modelo de funcionamento da mente hu-
mana (COHEN, 2000).

Mas, como bem pontuou Rezende (2010, p. 2),


[...] para a época, as ideias de Bush não passavam de sonhos,
projeções, utopias, uma vez que o estágio tecnológico daquele
período não fornecia respaldo suficiente para lhes sustentar o
voo.

Nos anos 1960, dentro dos limites de tecnologias dispo-


níveis, diversos dispositivos e protótipos foram propostos para
facilitar a interação entre o homem e os computadores. Surgi-
ram válvulas, circuitos integrados, até os transistores de silício e,
posteriormente, os sistemas de multiprogramação, sistemas de
multiusuários, sistemas de gerenciamento de banco de dados,
bibliotecas de software etc. (CAMARGO; VIDOTTI, 2011).
Camargo e Vidotti (2011) afirmam que foi depois da ampla
automatização dos sistemas de informação que a Arquitetura da
Informação foi mais valorizada.
Entre as décadas de 1950 e 1980 os sistemas de administra-
ção de banco de dados foram sendo implantados massivamente
e utilizados em grandes organizações para o aproveitamento de
seus recursos, numa forma de investimento que resultassem em
uma vantagem competitiva diante de seus concorrentes. Naque-
le momento,
Os sistemas começaram a dar altos custos de manutenção [...].
Por meio de estudos, a administração executiva verificou que
não havia lugar único de armazenamento de informações bási-

© ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE 29


UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO E FUNDAMENTOS DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO

cas de clientes, produtos, faturas e outras informações relevan-


tes, e, reconhecendo, então, a natureza crítica do problema de
dados, começou a construir um novo planejamento de sistemas
de informação nos anos 90 (BRANCHEAU et al., 1989 apud CA-
MARGO, VIDOTTI, 2011, p. 25).

O surgimento de computadores pequenos, ágeis e com


grande capacidade de memória, é datado de 1973, enquanto
é de 1975, o registro do surgimento das redes globais e locais
de computadores, bem como o uso de microprocessadores e
produtos inteligentes por sistemas. Ainda, nesse período, fo-
ram desenvolvidos os hardwares de baixo custo, as tecnologias
orientadas a objetos, os softwares de inteligência global e até a
conhecida rede neural artificial.
Outro importante conceito que surgiu nessa década é o de
Human-Computer Interaction (HCI) ou Interação Humano-Com-
putador (CAMARGO; VIDOTTI, 2011). Contudo, foi em 1981, que
Moran apresentou formalmente uma definição para a interface
de um sistema, na qual o usuário tem contato físico, perceptivo
ou conceitual com um sistema computacional ou parte dele. A
HCI ou a Interação Humano-Computador compreende o termo
estabelecido para definir esta nova área, cujo foco é não apenas
o desenvolvimento do projeto da interface em si, mas o estudo
direcionado de todos os aspectos relacionados a esta interação
estabelecida entre os usuários e os sistemas (MORAN, 1981;
PREECE et al., 1994 apud PRATES; BARBOSA, 2007).
Ainda na década de 1980, por conta do aumento significati-
vo da complexidade dos sistemas de informação utilizados pelas
organizações, foi quando a Arquitetura da Informação teve seu
espaço ampliado, especialmente, no que diz respeito ao controle
dessas interfaces e da necessidade de integração entre todos os
elementos dos sistemas computacionais. Nessa época, também,

30 © ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE


UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO E FUNDAMENTOS DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO

surgiram estudos focados na interação, ergonomia e projeto, en-


tre as ferramentas e os indivíduos (CAMARGO; VIDOTTI, 2011).
Com as leituras propostas no Tópico 3. 1., você pode
aprofundar os seus estudos a respeito do panorama histórico
do surgimento e desenvolvimento da Arquitetura da Informa-
ção. Antes de prosseguir para o próximo assunto, realize as
leituras indicadas, procurando assimilar o conteúdo estudado.

2.2. A ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E CONCEITOS CORRE�


LATOS

Até agora você pode compreender um pouco o desenvol-


vimento histórico dessa área do conhecimento. Mas, você já
consegue entender, como por exemplo, como a Ergonomia se
relaciona com a Arquitetura da Informação?
Por definição, ergonomia é:
1 Estudo científico da engenharia industrial, em conjunto com
anatomistas, fisiologistas e psicólogos, para estudar a relação
do homem com as máquinas em seu ambiente de trabalho. Até
a década de 1970 se voltava mais para a interação homem-má-
quina e atualmente é voltado para a interação homem-compu-
tador. 2 Adequação da tecnologia, da arquitetura e do desenho
industrial em benefício do trabalhador e de suas condições
ideais de trabalho (MICHAELIS, 2019).

Para Moraes (1994 apud HIRATSUKA, 1996) os estudos


acerca da ergonomia tiveram origem durante a 2ª Guerra Mun-
dial e estiveram sempre relacionados com as ações e os estudos
voltados ao desenvolvimento tecnológico.

© ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE 31


UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO E FUNDAMENTOS DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO

Ainda que haja mudanças nos tipos de conflitos existentes


dentro do sistema homem-tarefa-máquina ao longo dos anos,
um ergonomista,
[...] trata de estudar e propor melhorias para adequar novos
sistemas, formas de organizar o trabalho, controles automatiza-
dos, programas informatizados, produtos interativos, espaços
urbanos, às características físicas, psíquicas e cognitivas do tra-
balhador/operador/usuário/consumidor (MORAES, 1994 apud
HIRATSUKA, 1996, p. 5).

Assim, faz sentido que, neste período que marca o surgi-


mento dos primeiros sistemas computacionais, os métodos da
ergonomia tenham sido aplicados para os estudos de desenhos
desses sistemas informacionais, analisando e propondo melho-
rias desde a forma e disposição das peças de um teclado, até em
aspectos operacionais e sociais de seus usuários.
Tendo em vista os métodos ergonômicos, empresas com
as quais estamos familiarizados até hoje, como a Xerox PARC, a
Apple e outras, entraram no mercado de sistemas e tecnologias
digitais e começaram a desenvolver uma série de produtos pen-
sados de maneira direta para o uso individual, é claro que, com
capacidade de processamento e memória adequados às necessi-
dades e potencialidades dos hardwares da época, mas também
com telas, teclados e mouses adequados e pensados para os
usuários (CAMARGO; VIDOTTI, 2011).
Desde então, muitos esforços têm sido despendidos no aperfeiçoamento
de produtos computacionais e de seus softwares e, você pode notar,
dentre aqueles que mais utilizamos em nosso dia a dia, o quanto são
renovados, atualizados e aprimorados em uma frequência tão alta,
que por vezes não conseguimos acompanhar.

Mas, além das atualizações e modernizações dos produtos


e sistemas de que se utilizam de tecnologias digitais, a Arquite-

32 © ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE


UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO E FUNDAMENTOS DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO

tura da Informação está atrelada aos usos e consumos dos con-


teúdos existentes nesses sistemas. E, em relação aos conteúdos,
há outras duas áreas e conceitos que você precisa compreender
bem, são eles a usabilidade e a acessibilidade.
A usabilidade é a capacidade de um usuário utilizar um de-
terminado produto ou serviço de maneira eficiente, resultando
não apenas no alcance de seus objetivos como na satisfação sen-
tida por ele.
A usabilidade de um produto pode ser mensurada, formalmen-
te, e compreendida, intuitivamente, como sendo o grau de fa-
cilidade de uso desse produto para um usuário que ainda não
esteja familiarizado com o mesmo (TORRES; MAZZONI, 2004,
p. 152).

A acessibilidade está diretamente relacionada à usabilida-


de, mas mantém o direcionamento na diversidade de particula-
ridades da interação entre os usuários e os produtos, tanto no
que diz respeito às preferências de uso, quanto às limitações de
equipamentos, por exemplo (TORRES; MAZZONI, 2004).
A engenharia é outro termo estudado e utilizado em di-
versas abordagens da Arquitetura da Informação. Nesse contex-
to, a engenharia se assemelha à arquitetura em muitos aspec-
tos. A Arquitetura da Informação usa o termo engenharia para
representar
[...] a análise, projeto e desenvolvimento de recursos como
engenharia de software, engenharia da web e engenharia de
usabilidade. Porém, essas áreas se diferem da Arquitetura da
Informação pelo enfoque dado no produto, principalmente na
infraestrutura tecnológica (CAMARGO; VIDOTTI, 2011, p. 39).

© ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE 33


UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO E FUNDAMENTOS DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO

Com as leituras propostas no Tópico 3. 2., você pode


aprofundar os seus estudos a respeito da abordagem da usa-
bilidade e acessibilidade dos sistemas de informação. Antes de
prosseguir para o próximo assunto, realize as leituras indica-
das, procurando assimilar o conteúdo estudado.

2.3. ESTADO DE PRÁTICA DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO

Até o momento, você pode compreender algumas etapas


do desenvolvimento da Arquitetura da Informação como área do
conhecimento, bem como aos conceitos e termos que se rela-
cionam com esse contexto de estudos.
Mas você se sente seguro para explicar o que, de fato, es-
tuda um arquiteto da informação?
Para te ajudar nessa etapa, veremos algumas explicações
a esse respeito, sob as perspectivas de Rosenfeld e Morville
(2006), Wyllys (2000) e Macedo (2005) apud Albuquerque e Li-
ma-Marques (2011).
De acordo com os autores supracitados, as atribuições de
um arquiteto da informação, então, podem ser agrupadas em
quatro itens:
1) Delinear quais são a missão e a visão de um sistema
de informação, ponderando as necessidades da orga-
nização em si e as necessidades dos usuários desse
sistema.
2) Estabelecer quais funções e conteúdos que um siste-
ma de informação deve oferecer, sendo tanto produ-
tos e serviços.

34 © ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE


UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO E FUNDAMENTOS DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO

3) Definir os critérios de representação, classificação,


organização e recuperação das informações contidas
nesses sistemas de informação.
4) Prever e estabelecer formas de acomodar, no sistema
de informação, as mudanças futuras provenientes do
crescimento desse sistema.
Taylor (2004 apud CAMARGO; VIDOTTI, 2011, p. 90) afir-
ma que o arquiteto da informação “[...] investiga as necessida-
des de acesso e uso da informação para modelar interfaces para
que sejam funcionais e agradáveis ao usuário no deslocamento
navegacional”.
Um sistema de informação que integra dados, conteúdos,
informações, pessoas, procedimentos, hardwares, softwares
etc., tem por meio da Arquitetura da Informação, sua eficiência e
eficácia potencializados, já que a informação será analisada para
que seja armazenada, processada e distribuída como recurso útil
para os usuários (OLIVEIRA, 2013).
Além disso, conforme pontuado por Siqueira (2008 apud
CAMARGO; VIDOTTI, 2011, p. 42), é importante saber que:
[...] não é possível delimitar a arquitetura da informação ao
uso pragmático de tratamento de documentos, muito menos
restringi-la ao contexto da criação de sítios na internet. [...] A
aplicação da arquitetura da informação viabiliza a redução do
custo de acesso à informação, potencializando o seu valor para
o usuário.

Com base em sua experiência como usuário de uma série


de sistemas de informação, você consegue visualizar ações e mu-
danças nesses sistemas que agregariam valor nas informações
disponibilizadas por eles? Você consegue pensar em mudanças

© ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE 35


UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO E FUNDAMENTOS DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO

em interfaces de sites que melhorariam suas experiências e seus


usos?
A Arquitetura da Informação e seus profissionais, têm
como objetivo, então, integrar todas as características de um
sistema de informação, e a partir daqui vamos pensar exclusiva-
mente nos sistemas informacionais digitais, e aprimorar a expe-
riência e uso dessas informações pelos usuários e para a própria
organização.
Para concluir, Camargo e Vidotti (2011, p. 44), definem que
a Arquitetura da Informação, como área do conhecimento que
oferece
[...] uma base teórica para tratar aspectos informacionais, es-
truturais, navegacionais, funcionais e visuais de ambientes in-
formacionais digitais por meio de um conjunto de procedimen-
tos metodológicos a fim de auxiliar no desenvolvimento e no
aumento da usabilidade de tais ambientes e de seus conteúdos.

As leituras indicadas no Tópico 3. 3. tratam das ativida-


des inerentes dos arquitetos de informação sob as mais diver-
sas perspectivas e abordagens. Neste momento, você deve
realizar essas leituras para aprofundar o tema abordado.

Vídeo complementar ––––––––––––––––––––––––––––––––


Neste momento, é fundamental que você assista ao vídeo complementar 1.
• Para assistir ao vídeo pela Sala de Aula Virtual, clique na aba Videoaula,
localizado na barra superior. Em seguida, busque pelo nome da disciplina
para abrir a lista de vídeos.
• Caso você adquira o material, por meio da loja virtual, receberá também um
CD contendo os vídeos complementares, os quais fazem parte integrante
do material.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

36 © ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE


UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO E FUNDAMENTOS DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO

3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR


O Conteúdo Digital Integrador representa uma condição
necessária e indispensável para você compreender integralmen-
te os conteúdos apresentados nesta unidade.

3.1. A ORIGEM DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO

A evolução histórica da arquitetura da informação tem


muitas outras facetas além das abordadas nessa obra. Há deta-
lhes e uma série de informações aprofundadas disponíveis a res-
peito dessa evolução que podem ser úteis para uma compreen-
são mais ampla e efetiva dessa trajetória.
Nessa perspectiva, os textos a seguir apresentam essa li-
nha histórica, que pode elucidar e esclarecer eventuais dúvidas
e lacunas dessa temática.
• ALBUQUERQUE, A. R. R.; LIMA-MARQUES, M. Sobre os
fundamentos da arquitetura da informação. Perspectivas
em Gestão & Conhecimento, João Pessoa, v. 1, n. esp., p.
60-72, out. 2011. Disponível em: <http://www.periodi-
cos.ufpb.br/index.php/pgc/article/view/10827/6075>.
Acesso em: 20 abr. 2019.
• ADOLFO, L. B.; SILVA, R. C. P. A Arquivística e a Arquite-
tura da Informação: uma análise interdisciplinar. Aqui-
vistica. Net, Rio de Janeiro, v. 2, n. 1, p. 34-51, jan./jun.
2006. Disponível em: <http://www.brapci.inf.br/_repo-
sitorio/2009/11/pdf_39c36b8e5e_0006729.pdf>. Aces-
so em: 20 abr. 2019.
• OLIVEIRA, H. P. C; VIDOTTI, S. A. B. G; BENTES, V. Ar-
quitetura da informação pervasiva [online]. São Paulo:
UNESP, 2015. Disponível em: <http://books.scielo.org/
id/6cn9c>. Acesso em: 20 abr. 2019.

© ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE 37


UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO E FUNDAMENTOS DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO

3.2. ARQUITERURA DA INFORMAÇÃO E CONCEITOS CORRELA�


TOS

Os conceitos de usabilidade e acessibilidade são importan-


tes e complementares a área de Arquitetura da Informação. Os
estudos que analisam os sistemas de informação sob essa pers-
pectivam contribuem para que sejam alcançados resultados im-
portantes nas experiências de usos e consumo de informações
pelos mais diferentes tipos de usuários.
Os textos indicados a seguir apresentam essa linha de ra-
ciocínio, e podem elucidar e esclarecer eventuais dúvidas e la-
cunas acerca dessa temática.
• SOUSA, M. R. F. O acesso a informações e a contribuição
da arquitetura da informação, usabilidade e acessibili-
dade. Informação & Sociedade: estudos, v. 22, n. esp.,
p. 65-76, 2012. Disponível em: <http://www.periodi-
cos.ufpb.br/index.php/ies/article/view/13298/8210>.
Acesso em: 20 abr. 2019.
• VECHIATO, F. L.; VIDOTTI, S. A. B. G. Recomendações
de usabilidade e de acessibilidade em projetos de am-
bientes informacionais digitais para idosos. Tendências
da Pesquisa Brasileira em Ciência da Informação, v. 5,
n. 1, p. 1-23, 2012. Disponível em: <http://hdl.handle.
net/11449/114755>. Acesso em: 20 abr. 2019.
• BASSANI, P. B. S. et al. Usabilidade e acessibilidade
no desenvolvimento de interfaces para ambientes de
educação à distância. Renote, v. 8, n. 1, 2010. Dispo-
nível em: <https://www.seer.ufrgs.br/renote/article/
view/15180/8947>. Acesso em: 20 abr. 2019.

38 © ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE


UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO E FUNDAMENTOS DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO

3.3. ESTADO DE PRÁTICA DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO

Além dos conceitos complementares à área de Arquitetura


da Informação, há estudos que abordam diretamente atividades
e processos realizados pelos arquitetos da informação e profis-
sionais correlacionados.
Os textos a seguir tratam dessa temática, por isso, sugeri-
mos que faça a leitura desses artigos para aprofundamento des-
ses assuntos.
• OLIVEIRA, H. P. C. Arquitetura da Informação Pervasiva:
contribuições conceituais. 2013. 202f. Tese (Doutorado
em Ciência da Informação) – Programa de Pós-Gradua-
ção em Ciência da Informação da Universidade Estadual
Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Marília, 2013. Dis-
ponível em: <http://www.marilia.unesp.br/Home/Pos-
-Graduacao/CienciadaInformacao/Dissertacoes/olivei-
ra_hpc_do_mar.pdf>. Acesso em: 20 abr. 2019.
• SANTOS, R. F.; SILVA, E. F. O bibliotecário como arqui-
teto da informação: os desafios e as novas abordagens
no hodierno Contexto. Múltiplos olhares em Ciência
da Informação, v. 3, n. 2, p. 1-10, 2013. Disponível em:
<http://portaldeperiodicos.eci.ufmg.br/index.php/
moci/article/view/2116/1316>. Acesso em: Acesso em:
20 abr. 2019.
• ESPANTOSO, J. J. P. O arquiteto da informação e o biblio-
tecário do futuro. Revista de Biblioteconomia de Bra-
sília, v. 23-24, n. 2, p. 135-146, 1999-2000. Disponível
em: <http://www.brapci.inf.br/_repositorio/2010/02/
pdf_4968c6969b_0008279.pdf>. Acesso em: 20 abr.
2019.

© ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE 39


UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO E FUNDAMENTOS DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO

4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para
você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em
responder às questões a seguir, você deverá revisar os conteúdos
estudados para sanar as suas dúvidas.
1) A principal função da arquitetura da informação é influenciar:
a) Os conteúdos de livros e outros documentos.
b) A estética dos sistemas de informação.
c) O arquivamento de informações sobre a área de Arquitetura.
d) Na qualidade das informações disponíveis na Web.
e) A avaliação histórica da evolução do acesso a informação.

2) Qual das áreas do conhecimento listadas a seguir não estava envolvida no


surgimento da Arquitetura da Informação?
a) Computação.
b) Ergonomia.
c) Design.
d) Ciência da Informação.
e) Arquivologia.

3) Qual o nome dado ao “[...] estudo científico da engenharia industrial, em


conjunto com anatomistas, fisiologistas e psicólogos, para estudar a rela-
ção do homem com as máquinas em seu ambiente de trabalho” (MICHAE-
LIS, 2019)?
a) Ergonomia.
b) Infodesign.
c) Computação.
d) Sistemas de informação.
e) Usabilidade.

40 © ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE


UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO E FUNDAMENTOS DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO

4) Qual o nome dado a “[...] capacidade de um usuário utilizar um determi-


nado produto ou serviço de maneira eficiente, resultando não apenas no
alcance de seus objetivos como na satisfação sentida por ele”?
a) Ergonomia.
b) Infodesign.
c) Computação.
d) Sistemas de informação.
e) Usabilidade.

5) A definição de critérios para representação, classificação, organização e


recuperação das informações contidas em sistemas de informação são
atribuições específicas de qual tipo de profissional?
a) Bibliotecário.
b) Arquivista.
c) Museólogo.
d) Arquiteto da Informação.
e) Programador.

Gabarito
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões au-
toavaliativas propostas:
1) b. 3) a. 5) d.

2) e. 4) e.

5. CONSIDERAÇÕES
Chegamos ao final da primeira unidade, na qual você teve
a oportunidade de compreender a trajetória da área da Arquite-
tura da Informação. Além disso, você foi apresentado aos con-
ceitos importantes de usabilidade, acessibilidade e ergonomia.

© ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE 41


UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO E FUNDAMENTOS DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO

Você, também, pode aprender sobre as principais defini-


ções e caracterizações da Arquitetura da Informação e das atri-
buições do arquiteto da informação.
Na próxima unidade, você aprenderá os métodos de ava-
liação da usabilidade e da satisfação dos usuários dos sistemas
de informação.
Até lá! Bons estudos!

6. E-REFERÊNCIAS

Lista de figura
Figura 1 Memex. Disponível em: <https://2014.hackinghistory.ca/syllabus/wpid14-
wpid-bush-memex-lg1-jpg/>. Acesso em: 20 abr. 2019.

Sites pesquisados
ALBUQUERQUE, A. R. R.; LIMA-MARQUES, M. Sobre os fundamentos da arquitetura da
informação. Perspectivas em Gestão & Conhecimento, João Pessoa, v. 1, n. esp., p. 60-
72, out. 2011. Disponível em: <http://www.periodicos.ufpb.br/index.php/pgc/article/
view/10827/6075>. Acesso em: 20 abr. 2019.
AQUINO, M. C. Um resgate histórico do hipertexto? O desvio da escrita hipertextual
provocado pelo advento da Web e o retorno aos preceitos iniciais através de novos
suportes. Razón y palabra, v. 52, p. 1-15, 2006. Disponível em: <https://dialnet.
unirioja.es/servlet/articulo?codigo=2162419>. Acesso em: 20 abr. 2019.
COHEN, R. Criação em Hipertexto – performance e tecnologia. 2000. Disponível em:
<https://www.pucsp.br/~cimid/4lit/longhi/index.html>. Acesso em: 20 abr. 2019.
HACKING HISTORY. Memex. Disponível em: <https://2014.hackinghistory.ca/syllabus/
wpid14-wpid-bush-memex-lg1-jpg/>. Acesso em: 20 abr. 2019.
HIRATSUKA, T. P. Contribuições da ergonomia e do design na concepção de interfaces
multimídia. 1996. 164f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) –
Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal de

42 © ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE


UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO E FUNDAMENTOS DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO

Santa Catarina, Florianópolis, 1996. Disponível em: <https://core.ac.uk/download/


pdf/30357658.pdf>. Acesso em: 19 abr. 2019.
LARA-FILHO. D. O fio de Ariadne e a arquitetura da informação na WWW.
DataGramaZero, v. 4, n. 6, p. 1-13, 2003. Disponível em: <http://www.brapci.inf.br/
index.php/article/view/0000000768/887766e6ee2f28e5a99156a729c6569b>. Acesso
em: 20 abr. 2019.
MICHAELIS. Dicionário brasileiro da Língua Portuguesa: ergonomia. 2019. Disponível
em: <https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/
ergonomia/>. Acesso em: 20 abr. 2019.
REZENDE, A. M. G. Hipertexto: tramas e trilhas de um conceito contemporâneo.
Informação & Sociedade, v. 10, n. 1, p. 1-12, 2010. Disponível em: <http://www.
periodicos.ufpb.br/index.php/ies/article/view/340/262>. Acesso em: 20 abr. 2019.
TORRES, E. F.; MAZZONI, A. A. Conteúdos digitais multimídia: o foco na usabilidade e
acessibilidade. Ciência da Informação, Brasília, v. 33, n. 2, p. 152-160, maio/ago. 2004.
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/%0D/ci/v33n2/a16v33n2.pdf>. Acesso em:
20 abr. 2019.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAMARGO, L. S. A.; VIDOTTI, S. A. B. G. Arquitetura da informação: uma abordagem
prática para o tratamento de conteúdo e interface em ambientes informacionais
digitais. Rio de Janeiro: LTC, 2011.
LIMA-MARQUES, M.; MACEDO, F. L. O. Arquitetura da informação: base para a
Gestão do Conhecimento. In: TARAPANOFF, K. O. (Ed.). Inteligência, informação e
conhecimento. Brasília: IBICT, 2006. p. 241-255.
OLIVEIRA, S. V. W. B. Gestão de serviços. Batatais: Claretiano. 2013.
PRATES, R. O.; BARBOSA, S. D. J. Introdução à teoria e prática da interação humano-
computador fundamentada na Engenharia Semiótica. In: KOWALTOWSKI, T.;
BREITMAN, K. (Org.). Jornadas de atualização em informática. Rio de Janeiro: PUCRIO,
2007. p. 263-326.

© ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE 43


© ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE

Você também pode gostar