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CURSOS DE GRADUAÇÃO
Sistemas de Informação – Prof.ª Ms. Carina Moraes Magri Mari, Prof. Marcelo M. Mari e
Prof. Ms. Henrique Vinicius Ramos e Silva
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
Batatais
Claretiano
2013
© Ação Educacional Claretiana, 2010 – Batatais (SP)
Versão: dez./2013
621.38 M285s
ISBN: 978-85-8377-114-2
CDD 621.38
Preparação Revisão
Aline de Fátima Guedes Cecília Beatriz Alves Teixeira
Camila Maria Nardi Matos Felipe Aleixo
Carolina de Andrade Baviera Filipi Andrade de Deus Silveira
Cátia Aparecida Ribeiro Paulo Roberto F. M. Sposati Ortiz
Dandara Louise Vieira Matavelli Rodrigo Ferreira Daverni
Elaine Aparecida de Lima Moraes Sônia Galindo Melo
Josiane Marchiori Martins Talita Cristina Bartolomeu
Lidiane Maria Magalini Vanessa Vergani Machado
Luciana A. Mani Adami
Luciana dos Santos Sançana de Melo Projeto gráfico, diagramação e capa
Luis Henrique de Souza Eduardo de Oliveira Azevedo
Patrícia Alves Veronez Montera Joice Cristina Micai
Rosemeire Cristina Astolphi Buzzelli Lúcia Maria de Sousa Ferrão
Simone Rodrigues de Oliveira Luis Antônio Guimarães Toloi
Raphael Fantacini de Oliveira
Bibliotecária Tamires Botta Murakami de Souza
Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11 Wagner Segato dos Santos
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer
forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na
web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do
autor e da Ação Educacional Claretiana.
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 9
2 ORIENTAÇÕES PARA ESTUDO.............................................................................. 11
CRC
Conteúdo––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
A teoria da informação focando o entendimento do conceito de comunicação,
como acontece, como quantificá-la e qualificá-la. A diferenciação entre dados e
informação. A informação como meio de se obter vantagem competitiva. O funda-
mento de sistemas de informação, a evolução dos sistemas de informação e sua
relação com a evolução das TICs (Tecnologias de Informação e Comunicação).
Segurança da informação e as aplicações de TICs em sistemas de informação.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
1. INTRODUÇÃO
Compete ao Caderno de Referência de Conteúdo de Sistemas
de Informação introduzir diversos assuntos que serão tratados pos-
teriormente e permitir, a você aluno, a percepção da interligação
entre eles. Por esse motivo, este conteúdo avançará sobre diversas
áreas do conhecimento; porém, o aprofundamento do estudo de
cada área não é o objetivo principal a ser alcançado.
Nosso estudo terá início com uma breve introdução à Teo-
ria da Informação, em que você terá a oportunidade de aprender,
10 © Sistemas de Informação
Abordagem Geral
Neste tópico, apresentamos uma visão geral do que será es-
tudado neste Caderno de Referência de Conteúdo. Aqui, você en-
trará em contato com os assuntos principais deste conteúdo de
forma breve e geral e terá a oportunidade de aprofundar essas
questões no estudo de cada unidade. Desse modo, essa Aborda-
gem Geral visa fornecer-lhe o conhecimento básico necessário a
partir do qual você possa construir um referencial teórico com
base sólida – científica e cultural – para que, no futuro exercício
de sua profissão, você a exerça com competência cognitiva, ética e
responsabilidade social.
O Caderno de Referência de Conteúdo de Sistemas de In-
formação (SI) tem caráter fundamental para formação do aluno.
Apresenta os conceitos teóricos de sistemas de informação a se-
rem discutidos durante todo o curso. Dentro desse contexto, você
terá a possibilidade de estudar os principais aspectos relacionados
Sistema Binário
É o sistema mais simples que usa notação posicional. Um
sistema binário possui apenas dois elementos, de forma que, em
um sistema numérico, tais elementos são representados por 0 e 1.
Uma grande vantagem do sistema binário é a simplicidade de suas
regras; no entanto, devemos reconhecer que a extensão da repre-
sentação dos valores nesse sistema é uma desvantagem.
Canal de Comunicação
Um canal de comunicação é qualquer sistema capaz de
transmitir informações. Para tanto, um canal de comunicação tem
em uma de suas extremidades um emissor, e na outra, um recep-
tor, sendo, portanto, direcional.
Em qualquer canal de comunicação, sua capacidade é defi-
nida como o valor máximo de transferência entre a fonte e o des-
tino, frequentemente em bits por segundo, em que comumente
chamamos de taxa de transferência nominal. Em um canal sem
ruídos, é sempre possível fazer que a transmissão se aproxime da
capacidade máxima do canal.
Nesse processo de comunicação, é importante destacarmos
a característica da redundância, que pode ser entendida simples-
mente como uma repetição dos dados, e sua causa é pelo excesso
de regras que confere à comunicação maior nível de certeza, ou
seja, ao comunicar a mesma informação mais de uma vez e, even-
tualmente, de maneiras diferentes, aumenta-se a garantia de que
a mensagem será percebida de modo correto.
Na Unidade 2, estudaremos a diferenciação entre os concei-
tos de dados, informação e conhecimento. Tais conceitos são fun-
damentais para sua aprendizagem.
Os dados são uma forma representativa e abstrata das coi-
sas ou fatos que compõem o nosso mundo. Dessa forma, podemos
dizer que o dado é uma representação, por meio de símbolos, de
algo real, que pode ser quantificável e qualificável. Então, quan-
do agrupamos letras e formamos palavras que representam um
conceito sobre algo do mundo real, temos um dado. É importante
destacar que um dado não traz um significado inerente, além da
representação que possui.
Glossário de Conceitos
O Glossário de Conceitos permite a você uma consulta rápi-
da e precisa das definições conceituais, possibilitando-lhe um bom
domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de co-
nhecimento dos temas tratados em Sistemas de Informação. Veja,
a seguir, a definição dos principais conceitos:
1) Autenticação: ato de estabelecer ou confirmar algo (ou
alguém) como autêntico, isto é, que reivindica a autoria
ou a veracidade de alguma coisa.
2) Batch: é um arquivo de computador (arquivo de lote)
utilizado para automatizar tarefas.
3) BI: Inteligência de negócios – refere-se ao processo de
coleta, organização, análise, compartilhamento e moni-
toramento de informações que oferecem suporte a ges-
tão de negócios.
Questões Autoavaliativas
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões
autoavaliativas sobre os conteúdos ali tratados, as quais podem ser de
múltipla escolha ou abertas com respostas objetivas ou dissertativas.
Responder, discutir e comentar essas questões, bem como
relacioná-las com a prática do ensino de Sistemas de Informação
pode ser uma forma de você avaliar o seu conhecimento. Assim,
mediante a resolução de questões pertinentes ao assunto tratado,
© Caderno de Referência de Conteúdo 31
Bibliografia Básica
É fundamental que você use a Bibliografia Básica em seus
estudos, mas não se prenda só a ela. Consulte, também, as biblio-
grafias complementares.
Dicas (motivacionais)
Este estudo convida você a olhar, de forma mais apurada,
a Educação como processo de emancipação do ser humano. É
1
1. OBJETIVO
• Relatar os conceitos da Teoria da Informação.
2. CONTEÚDOS
• Introdução à Teoria da Informação, tratando suas medi-
das, meios e codificação.
• Quantificação e medição de informação.
• Conceito de redundância e entropia.
• Introdução ao conceito de criptografia.
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Nesta unidade, convidamos você a perceber que, atualmen-
te, muito se tem falado sobre comunicações multimídias. Entre-
tanto, não podemos deixar de citar que tais mídias nada mais são
do que meios de comunicação.
Segundo Colin Cherry (1974), "comunicar-se" significa "associar-
-se", e, dessa maneira, pressupõe-se a formação de uma "organiza-
ção" quando ocorre uma comunicação ou a necessidade dela. Portan-
to, a comunicação é um fenômeno social, mesmo quando acontece
entre homem-homem, homem-máquina ou máquina-máquina.
Com isso, observamos que a humanidade criou inúmeras
formas e meios de comunicação, sendo inegável que esses novos
meios determinam modificações de comportamento da socieda-
de. Tais modificações têm cada vez mais um alcance global.
No passado, a escrita, o jornal impresso e os livros, poste-
riormente o rádio, o cinema e a televisão e, mais recentemente,
a internet podem ser citados como exemplos de novos meios de
comunicação que revolucionaram nossa sociedade.
Desse modo, a comunicação tem importância para o homem
desde os primórdios de sua história, porém, segundo Pignatari (2003),
foi a revolução industrial que fez emergir o crescente interesse pelos
problemas de comunicação e a necessidade de uma maior precisão
na emissão e recepção de mensagens. Assim, a busca pela precisão
na comunicação surgiu da necessidade de quantificar a informação.
5. QUANTIFICAÇÃO DA INFORMAÇÃO
Vamos nos deter na proposta da Teoria da Informação, a
qual nos apresenta que a informação mais simples é a escolha en-
tre duas possibilidades iguais; nesse sentido, podemos citar como
exemplo as dicotomias: sim/não, cara/coroa, ligado/desligado,
aberto/fechado, entre outras.
Tal informação é considerada como a unidade básica e uni-
tária da informação, sendo denominada binary digit, ou, simples-
mente, bit. Então, a menor informação que pode ser armazenada,
transmitida ou processada tem o tamanho de um bit, o qual é indi-
visível. Assim, quando utilizado o sistema binário para representar
a informação, essa unidade básica é representada por 0 ou 1.
De um modo matemático, se existem n possibilidades igual-
mente prováveis para uma determinada informação, a quantidade
de informação em bits será dada pela expressão matemática log2
N (lê-se: log de N na base 2).
Ao desejarmos informar a escolha de um objeto entre oito, com
a mesma probabilidade de escolha, teremos que a quantidade de in-
formação necessária para indicar a escolha é log2 8 = 3 bits. A solução
da expressão é encontrada da seguinte forma: 23 = 2 x 2 x 2 = 8.
Figura 2 Conversão da representação 2710 (27 na base 10) para a sua representação na base 2.
Figura 3 Conversão da representação 22610 (226 na base 10) para a sua representação na
base 8.
Valor do dígito 1 1 0 1 1
Ordem/Significância 4 3 2 1 0
Calculando:
4 3 2 1 0
110112 = (1 x 2 ) + (1 x 2 ) + (0 x 2 ) + (1 x 2 ) + (1 x 2 ) = 2710
110112 = (1 x 16) + (1 x 8) + (0 x 4) + (1 x 2) + (1 x 1) = 2710
110112 = 16 + 8 + 0 + 2 + 1 = 2710
Figura 4 Conversão da representação 110112 (11011 na base 2) para a sua representação
na base 10.
Kilobyte KB 10
2 = 1024 bytes
Megabyte MB 20
2 = 1.048.576 bytes
Gigabyte GB 30
2 = 1.073.741.824 bytes
Terabyte TB 40
2 = 1.099.511.627.776 bytes
Petabyte PB 50
2 = 1.125.899.906.842.624 bytes
Exabyte EB 60
2 = 1.152.921.504.606.846.976 bytes
Zettabyte ZB 70
2 = 1.180.591.620.717.411.303.424 bytes
Yottabyte YB 80
2 = 1.208.925.819.614.629.174.706.176 bytes
6. CODIFICAÇÃO
Anteriormente, vimos que as tabelas de correspondência
são um tipo de codificação e que, na Engenharia de Telecomuni-
cação, um dos mais importantes problemas é o de elaborar meios
eficientes de codificação da informação.
Logo, exemplificaremos uma situação: imagine que temos a
necessidade de criar mensagens com as letras entre A e H.
© U1 – Teoria da Informação 45
com e sem fio, além de ser muito utilizado pela Marinha, por meio
de sinais luminosos, como faróis ou lanternas.
Nesse sentido, o Código Morse é formado por um sistema bi-
nário com sinais de longa e curta duração. Graficamente, é comum
representar os sinais de longa duração por traços "-", e os de curta
duração, por ponto ".". As regras básicas para a codificação são: o
intervalo de um traço é igual ao intervalo de três pontos; o inter-
valo entre os sinais de uma mesma letra é igual ao de um ponto; o
intervalo entre os sinais de duas letras é igual ao de três pontos; e
o intervalo entre duas palavras é igual ao de sete pontos.
A codificação Morse para o alfabeto e os algarismos está
apresentada na Tabela 7:
AAAAABBBCD
Codificando a mensagem com o código de tamanho fixo, te-
ríamos um total de 20 bits, sabendo que a cada dois bits se inicia o
código de outra letra.
00000000000101011011
Entretanto, se codificarmos a mesma mensagem com o có-
digo de tamanho variado, teríamos um total de 17 bits, quando o
final do código de cada letra é identificado pela ocorrência de um
bit 1 ou a ocorrência de três bits 0.
11111010101001000
Verifica-se, então, que houve uma economia de bits no códi-
go. Tal economia tende a ser maior para alfabetos de mais carac-
teres (letras) e para quando a probabilidade de ocorrência para as
letras não forem igualitárias.
Um dos problemas da codificação de tamanho variável é que
a codificação do alfabeto é totalmente dependente do idioma a
ser codificado; por exemplo, as letras mais frequentes na escrita
do idioma inglês são diferentes das letras mais frequentes na es-
crita do idioma português.
Portanto, há diversas maneiras de produzir uma codificação
de tamanho variável. Talvez a mais famosa, ou utilizada, seja a co-
dificação de Huffman, proposta em 1952. Trata-se de um método
para codificar um texto para se obter uma compactação que seja
ótima dentro de certos critérios. A construção desse código foi de-
senvolvida por David Huffman, que utilizou a estrutura de árvore
binária, de forma a gerar um código binário.
O objetivo desse tipo de codificação é sempre conseguir
uma mensagem mais condensada, ou compactada, do que se utili-
zássemos um alfabeto com o código de tamanho fixo.
Cabe ressaltar que, em sistemas computadorizados, os al-
goritmos (programas) que permitem a compactação de arquivos
(Winrar, Winzip, entre outros) utilizam a lógica da codificação de
© U1 – Teoria da Informação 49
8. ENTROPIA
Outro conceito importante é o de entropia, que foi original-
mente formulado como a segunda lei da termodinâmica, a qual
enuncia: "a quantidade de calor na qual se transformou certa
quantidade de trabalho não pode mais ser inteiramente recupera-
da na mesma quantidade de trabalho originária"; ou seja, há uma
perda, um consumo irreversível de energia.
Essa perda parece indicar uma tendência da natureza, na
qual tudo tenderia a estados mais uniformes. Nesse sentido, se-
riam tais tendências entrópicas inerentes ao próprio sistema que o
levam a uma uniformidade térmica.
Por isso, o conceito de entropia, entendido como uma ten-
dência natural e universal que pode ser aplicado a outras pro-
priedades dos sistemas, também está presente nos sistemas de
comunicação. Como qualquer outro sistema, os sistemas de co-
© U1 – Teoria da Informação 51
9. REDUNDÂNCIA
Redundância na codificação
Como você pôde observar, a codificação binária baseia-se
em cadeias compostas de 0s e 1s; nesse sentido, se, durante a
transmissão da informação, um desses dígitos for trocado, haverá
a perda da informação transmitida, podendo tornar a mensagem
ininteligível ou não.
Isso dependerá do nível de redundância presente na pró-
pria mensagem. É possível aplicar técnicas que empregam o uso
de redundância na própria codificação para minimizar o efeito dos
ruídos.
Não obstante, os cálculos matemáticos existentes para se
determinar a redundância necessária na operação de um determi-
nado canal levam em consideração a probabilidade de que a infor-
mação não chegue ao receptor da mesma forma que foi emitida
pelo emissor.
Vamos analisar uma técnica simples de se obter redundân-
cia em códigos binários, ou seja, é possível identificar, com essa
técnica, um caractere informado erroneamente, possibilitando o
disparo de processos de recuperação da informação perdida.
Para isso, o método implica a duplicação de toda a informa-
ção transmitida, vinculando a capacidade de transmissão do canal
em, no mínimo, 50%, visto que toda informação será transmitida
duas vezes.
Uma das maneiras mais simples de se obter redundância em
códigos binários é a inserção de um bit de paridade. Essa técnica
consiste em adicionar um bit a cada caractere codificado informan-
do se o número de bits 1 é par ou é ímpar no código do caractere
em questão.
Como exemplo, imagine um código estruturado para infor-
mar números de zero a sete. Com a aplicação da fórmula adequa-
da, poderemos calcular que o tamanho do código binário para
© U1 – Teoria da Informação 55
10. CRIPTOGRAFIA
Dependendo da natureza sigilosa da mensagem, o emissor e
o receptor podem desejar que ela seja ininteligível para qualquer
outro elemento que tente captá-la. Para isso, a mensagem original
é embaralhada, codificada, de forma que somente o destinatário
possa entendê-la; a esse processo chamamos criptografia.
A criptografia é o meio de proteger as informações de acesso
não autorizado, estejam elas armazenadas ou em trânsito (sendo
transmitida).
Além disso, manter o código (tabela de correspondência) em
segredo é um tipo de criptografia, o qual denominamos código se-
creto; nessa situação, só o emissor e o receptor têm conhecimento
da tabela de correspondência.
É valido ressaltar que a criptografia foi e continuamente é
alvo de diversos estudos que buscam formas eficientes de garan-
tir o sigilo de uma mensagem. Em contrapartida, há estudos que
buscam maneiras de acessar tais mensagens sem ter autorização,
os quais estão no campo chamado criptoanálise. Foi a partir de
1949, com a publicação do texto Communication Theory of Secrecy
dessa chave de um para o outro pode não ser tão segura e cair em
"mãos erradas".
DECIFRAGEM
CIFRAGEM
MENSAGEM
MENSAGEM MENSAGEM
CIFRADA
MENSAGEM
MENSAGEM MENSAGEM
CIFRADA
DECIFRAGEM
CIFRAGEM
13. CONSIDERAÇÕES
Nesta unidade, tivemos uma breve introdução à Teoria da
Informação, de forma que nos tornamos capazes de entender o
esquema básico de transmissão de uma mensagem e os elemen-
2
1. OBJETIVO
• Distinguir o conceito de dados do conceito de informação.
2. CONTEÚDOS
• Dados e suas características.
• Informação e suas características.
• A sequência: dados, processo, informação e conhecimen-
to.
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Na unidade anterior, você pôde aprender como ocorre a
transmissão de uma mensagem, os elementos que compõem um
sistema de comunicação, a maneira que podemos codificar a in-
formação por meio de símbolos e como quantificamos uma infor-
mação.
Entretanto, a finalidade básica deste estudo é apoiar o apren-
dizado sobre como ocorre a comunicação, que é o objetivo prin-
cipal de qualquer sistema de informação. Portanto, devemos nos
preocupar em diferenciar alguns conceitos importantes ao enten-
dimento desse fato, como: "Dados e informação são sinônimos?",
ou "O que é conhecimento?", ou, ainda, "É a informação ou são os
dados que são transmitidos pelos canais de comunicação?".
© U2 – Dados, Informação e Conhecimento 69
6. INFORMAÇÃO
Depois de aprendermos o que são dados, prosseguiremos
nosso estudo com a compreensão do que é informação.
Quando um dado, ou um conjunto de dados, chega de algu-
ma forma a um receptor, este pode simplesmente reproduzi-lo, ar-
mazená-lo ou interpretá-lo. Ao interpretá-lo, isto é, ao interpretar
a representação do dado, o receptor atribui a ele um significado e
o compreende.
Dessa forma, ao compreender um dado, atribuindo a ele
significado, o receptor está adquirindo uma informação por meio
dele. No entanto, se o receptor não for capaz de compreender os
dados ou atribuir significado a eles, estes continuarão a ser so-
mente dados, sem que nenhuma informação seja adquirida pelo
receptor. Assim, inicialmente, podemos dizer que a informação é a
interpretação que o receptor faz dos dados.
Para que não tenhamos uma ideia limitada do que é infor-
mação, é importante perceber que esta pode ser adquirida sem a
presença de dados. Por exemplo, imagine que, ao sair de casa, você
perceba que está frio; assim, você acabou de adquirir tal informa-
ção, porém, sem saber os dados da temperatura. Experimentamos
outra situação similar ao sentirmos o sabor de um prato, uma vez
que tal sabor pode agradar-nos ou não, e a informação adquirida
pode ser de um prato gostoso ou ruim.
Portanto, concluímos que a informação pode ser adquirida
de formas diversas e que a aquisição por meio de dados é apenas
uma das maneiras de adquiri-la.
Percebemos, além disso, que há um fator subjetivo que é
empregado ao atribuir significado aos dados. Dessa forma, um
© U2 – Dados, Informação e Conhecimento 73
7. AQUISIÇÃO DE CONHECIMENTO
Conforme definimos anteriormente, os dados são objetivos
e, também, meramente sintáticos, pois são representados por
símbolos organizados estruturalmente; já a informação é objetiva-
-subjetiva e semântica, a qual necessita de certa interpretação do
receptor para existir.
Agora, definiremos conhecimento como a capacidade de fa-
zermos associações de conceitos baseados nas informações sobre
os objetos envolvidos. Podemos considerar que o conhecimento
está diretamente relacionado ao acúmulo de experiências, ou de
informações, de uma determinada pessoa. Tal conceito supõe uma
capacidade cognoscente do receptor da mensagem para que, ao
extrair a informação dos dados recebidos, possa associá-la a ou-
tras informações previamente adquiridas, formando novos concei-
tos ou relação causal, de causa e efeito.
A seguir, temos a representação de um modelo simples so-
bre a aquisição de conhecimento:
realidade dados informação conhecimento
observador
Dessa forma, fica evidente que é impossível transmitir co-
nhecimento, já que os dados são passíveis de transmissão em si,
podendo, eventualmente, ser interpretados e, assim, gerar infor-
mações, mas não conhecimentos. No entanto, é possível transmi-
tir dados processados de uma forma que facilite a aquisição de
informações esperadas, ou seja, conhecendo, previamente, a ex-
periência acumulada do receptor e a estrutura do conhecimento
que se espera ser adquirido por meio dessa mensagem, é possível
prever quais informações ele, provavelmente, extrairá.
© U2 – Dados, Informação e Conhecimento 79
8. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Confira, a seguir, as questões propostas para verificar o seu
desempenho no estudo desta unidade:
1) Diferencie, com suas palavras, os conceitos de dados, informação e
conhecimento.
9. CONSIDERAÇÕES
Nesta unidade, dedicamos algum esforço para entender a
diferença entre dados, informação e conhecimento. Tais concei-
tos são utilizados, no dia a dia, de maneira equivocada e, muitas
vezes, como sinônimos. Por isso, devemos ser capazes de discernir
quando os conceitos são utilizados de maneira incorreta e quando
utilizar cada um deles.
A compreensão do que é necessário para uma interpretação
dos dados, a fim de gerar uma informação, é importante para en-
tendermos o papel dos sistemas de informação dentro das empre-
sas e quais mudanças eles podem acarretar.
Outra questão importante é saber que o acúmulo de experi-
ências e de informações, bem como a capacidade de relacioná-las,
constituem a base do conhecimento, levando-nos a acreditar que
o processamento dos dados deve considerar a quem eles serão
apresentados.
Em uma organização, os sistemas de informação devem
atender a diversos tipos de usuários, com diferentes conhecimen-
tos. Portanto, eles devem ser projetados para transmitir a informa-
ção correta a cada finalidade.
3
1. OBJETIVO
• Compreender a importância da informação e de sua ges-
tão.
2. CONTEÚDOS
• Vantagens competitivas.
• Informação como vantagem competitiva.
• Informação estratégica.
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Agora que somos capazes de discernir sobre as diferenças
dos conceitos de dados, de informação e de conhecimento, con-
forme vimos na unidade anterior, podemos utilizar tal percepção
para compreender as técnicas necessárias para armazenar, distri-
buir, compartilhar e transmitir os dados, as informações e os co-
nhecimentos de uma organização de maneira adequada a poten-
cializar suas ações na busca pelos seus objetivos.
Atualmente, um dos elementos mais importantes que im-
pulsionam as atividades sociais e organizacionais é a aquisição de
informação e de conhecimento, que são os ingredientes básicos
para que pessoas e organizações possam realizar seus processos
de tomadas de decisão. Contudo, para o uso de modo estratégi-
co, é fundamental que a informação seja gerenciada de maneira
propícia à sobrevivência e à competitividade do indivíduo ou da
empresa. Para isso, os dados devem ser processados de modo que
a informação desejada e relevante esteja disponível no momento
oportuno.
A informação é importante, também, nas atividades ope-
racionais de uma empresa. Podemos citar como exemplos o ge-
© U3 – Gestão da Informação 85
Figura 2 DFD simples para análise do seu potencial representativo, segundo a notação de
DeMarco/Yourdon.
Satélite
Processar
Sinal do satélite
Dados do
Satélite Dados_proc_satélite
CONTROLAR Ativar_ processamento_ satélite
SISTEMA DE
DADOS DE VIGILÂNCIA
VIGILÂNCIA
Dados_proc_radar
Sinal do Radar
Radar
Ativar_ processamento_ radar
Processar
Dados do
Radar
Figura 3 DFD simples de um sistema em tempo real, segundo a notação de Yourdon, Edward.
7. A VANTAGEM COMPETITIVA
Para nosso estudo, podemos definir que a vantagem compe-
titiva é a vantagem que uma organização possui em relação a seus
concorrentes, conduzindo a organização a um estado de maior
participação no mercado ou de maior lucratividade, por ter seus
produtos preferidos pelos clientes.
Então, uma vantagem só será considerada competitiva se for
percebida pelo cliente. Podemos concluir, pois, que ela, provavel-
mente, está no produto ou em seu preço, fazendo-se presente de
maneira física ou apenas subjetiva, de forma que os compradores
preferem esses produtos em relação aos dos concorrentes.
© U3 – Gestão da Informação 95
Liderança em custo
A estratégia de liderança em custo baseia-se na eficiência de
processos e na economia de escala. O objetivo da organização que
usa essa estratégia é ter o menor custo dentre as organizações que
atuam no mesmo setor.
Para que essa estratégia seja implementada, é necessário
que a organização seja eficiente em todos os seus processos, por
Diferenciação de produto
A estratégia de diferenciação de produtos baseia-se em ofe-
recer aos clientes novos produtos, diferentes dos produtos (ou
serviços) já existentes no mercado, de forma que satisfaçam as
necessidades latentes dos consumidores ou que criem novos cos-
tumes e demandas.
Ao oferecer um produto (ou serviço) diferenciado aos consu-
midores, a organização minimiza os efeitos da concorrência, pois
o princípio da concorrência está na oferta de produtos similares.
Dessa forma, a organização passa a ser a única controladora da
quantidade ofertada ao mercado, visto que os concorrentes ofere-
cem produtos diferentes.
Nessa estratégia, o papel dos sistemas de informação é
identificar novos produtos ou modificações almejadas pelos con-
sumidores. Dessa forma, tais produtos (ou serviços) serão mais
adequados ao uso desses consumidores.
O Google é uma empresa que pode ser citada como exem-
plo de utilização dessa estratégia, pois está sempre introduzindo
novos produtos e serviços a seu serviço de buscas, como o Google
Maps (maps.google.com.br), por exemplo.
© U3 – Gestão da Informação 107
13. CONSIDERAÇÕES
Nesta unidade, tivemos oportunidade de compreender que
a criação de vantagens competitivas permite que as organizações
aumentem ou mantenham uma posição sustentável no mercado,
de forma que elas podem ser obtidas de diversas fontes, sejam
internas ou externas à empresa, de natureza estática ou dinâmica.
Além disso, pudemos aprender que os sistemas de gestão da
informação permitem ler adequadamente os ambientes empre-
sariais e suas informações, e que há poucas dúvidas quanto aos
benefícios que a gestão de informação pode proporcionar ao pla-
nejamento estratégico das empresas e quanto à sua potencialida-
de de criação de vantagens competitivas. Nesse cenário, no qual
4
1. OBJETIVOS
• Conhecer os conceitos da Teoria Geral dos Sistemas e dos
Sistemas de Informação.
• Identificar e classificar os Sistemas e os Sistemas de Infor-
mação.
2. CONTEÚDOS
• Introdução à Teoria Geral dos Sistemas.
• Evolução dos Sistemas de Informação.
• Classificação dos Sistemas de Informação.
• Sistemas de Informação Especialistas – SE/SA.
• Sistemas de Informação Transacionais – SIT.
• Sistemas de Informação Gerenciais – SIG.
• Sistemas de Apoio à Decisão – SAD.
116 © Sistemas de Informação
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Na unidade anterior, tivemos a possibilidade de compreen-
der a importância da gestão da informação nas organizações, tan-
to para o seu funcionamento, quanto para a geração de vantagens
competitivas.
Além disso, conhecemos qual é o papel das tecnologias da
informação e comunicação e dos sistemas de informação nessas
organizações.
Sistemas Batch
Os sistemas batch foram os primeiros sistemas a serem im-
plementados, na década de 1960, com o objetivo de processar da-
dos de forma sequencial.
Sistemas On-line
Os sistemas on-line são sistemas em que as informações es-
tão sempre atualizadas e disponíveis, ou seja, no momento em
que há uma alteração nos dados, ela é realizada imediatamente
e os dados alterados tornam-se disponíveis para serem utilizados.
Os sistemas on-line geralmente são criados para automatizar
processos de negócio, permitindo aos seus usuários executarem
de transações no momento exato em que são solicitadas, permi-
tindo, ainda, a execução concorrente dessas transações com da-
dos compartilhados. Os sistemas on-line precisam implementar
controles de transações que evitem que os dados sejam manipu-
lados indevidamente por mais de um usuário ao mesmo tempo,
gerando dados inconsistentes ou indesejados.
© U4 – Sistemas de Informação 127
Sistemas Especialistas
Sistemas especialistas são aqueles projetados para atender
a uma determinada aplicação limitada do conhecimento humano,
da mesma forma que um especialista dessa área. É comum relacio-
narmos sistemas especialistas a sistemas de automação.
Data Warehouse
A partir da evolução e aprimoramento dos sistemas de apoio
à decisão, criou-se um paradigma diferente para armazenamen-
to e tratamento de dados mantidos originalmente pelos sistemas
de informação transacionais. Esse novo paradigma originou uma
nova interpretação que recebeu o nome de Data Warehouse.
Data Mart
O Data Mart são bancos de dados departamentalizados. De
fato, podemos enxergar o Data Mart como um Data Warehouse
de uma das unidades de negócios e/ou departamentos de uma
organização. Tais bancos de dados podem suportar estruturas de
dados relacionais ou multidimensionais.
Por isso, o foco de um Data Mart compreende a satisfação
da necessidade de informação da unidade de negócio organiza-
cional à qual se refere, podendo ter seus dados coletados do Data
Warehouse da organização ou diretamente dos sistemas de infor-
mação transacionais da própria unidade de negócio.
Da mesma maneira que no Data Warehouse, os dados de-
vem passar por um processo de integração para serem coletados e
consultados de modo apropriado. Entretanto, o propósito do Data
Mart é menor, uma vez que ele é um repositório mais compacto
para que os dados possam fornecer informações mais imediatas.
Alguns autores sugerem que o Data Mart seja, também, uma
fonte de informação aos Data Warehouse, isto é, que o Data Mart
seja uma etapa intermediária na migração dos dados dos sistemas
de informação transacionais de uma unidade de negócio para o
Data Warehouse da organização.
Data Mining
O Data Mining, também chamado de Mineração de Dados,
é um processo de análise de um conjunto de dados com o objeti-
vo de descobrir padrões interessantes e que possam representar
informações úteis, ou seja, é o processo de extrair informações
válidas, previamente desconhecidas e de máxima abrangência,
baseado nas grandes bases de dados. Portanto, o Data Mining é
Text Mining
O Text Mining, também chamado de Mineração de Texto, é o
nome dado às técnicas de análise e extração de dados a partir de
textos ou frases. Alguns dos objetivos da aplicação de técnicas de
Text Mining são a descoberta de conceitos, padrões e tendências,
além da classificação e sumarização automatizada de documentos.
O Text Mining surgiu inspirado no Data Mining, que é uma
forma de descobrir padrões em bases de dados estruturadas. O
Text Mining, por sua vez, procura extrair o conhecimento útil de
textos não estruturados e semiestruturados, como artigos científi-
cos, textos simples, documentos de organizações, páginas da web
etc. Certamente, as técnicas de Text Mining podem ser aplicadas
para solucionar o problema relatado na questão, que se baseia na
extração de informações úteis das bases de dados de reclamações
sobre os serviços de atendimento.
As técnicas de Text Mining vêm sendo utilizadas em áreas
de grande relevância, como biomédicas, publicidade e segurança.
Na área de segurança, por exemplo, os governos de alguns países
vêm utilizando as técnicas para rastrear as atividades de organiza-
ções criminosas, por meio da análise de mensagens trocadas pela
internet. Já na área de publicidade, as técnicas são vastamente uti-
lizadas pelos programas de afiliados como o adwords, do Google,
que seleciona os anúncios mais relevantes a serem exibidos com
base no conteúdo da página web, que é analisado usando técnicas
de Text Mining.
7. BUSINESS INTELLIGENCY
O conceito ligado ao Business Inteligency (BI) é extrair de um
banco de dados as informações que possam auxiliar os gestores
em uma tomada de decisão eficiente por meio de ferramentas es-
pecíficas.
Em certos momentos, o conceito de Business Intelligence
confunde-se com os inseridos no Data Warehouse. Contudo, o
Business Intelligence refere-se apenas às ferramentas de consulta
que permitem a extração de informações relevantes ao processo
de tomada de decisão.
© U4 – Sistemas de Informação 159
CRM e ERP
Agora, convidamos você a recordar que os sistemas ERP são
sistemas voltados para o controle e acompanhamento das rotinas
internas da empresa. Tal ênfase pode fazer a empresa deixar de ser
competitiva se ela não tiver outras ferramentas que a possibilitem
perceber o ambiente e responder a suas necessidades, uma vez
Figura 12 Integração da cadeia de suprimentos via SCM e sua interatividade com o ERP e
CRM.
© U4 – Sistemas de Informação 167
.
Figura 13 Visão estratégica do BSC.
Gabarito
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões
autoavaliativas propostas:
2) d.
3) V, F, V, V.
14. CONSIDERAÇÕES
Nesta unidade, tivemos a oportunidade de conceituar o que
é um sistema e quais são os seus componentes, fazendo a relação
direta com os sistemas de informação.
Vimos que os sistemas de informação podem ser classifica-
dos de diversas formas, como, por exemplo, quanto à forma de
processamento e ao nível organizacional.
5
1. OBJETIVOS
• Conceituar a Tecnologia da Informação e Comunicação
(TIC).
• Conhecer o histórico da evolução tecnológica.
• Compreender as mudanças sociais que foram ocasiona-
das pela evolução tecnológica.
• Relacionar a abordagem das tecnologias atuais, com os
cenários futuros de aplicação e utilização das tecnologias.
2. CONTEÚDOS
• Evolução das TICs.
• Uso e Aplicação das TICs.
• E-commerce (B2B e B2C).
• E-business.
174 © Sistemas de Informação
• E-government.
• EAD.
• WEB 2.0.
• Impactos sociais das TICs.
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Com o estudo da unidade anterior, você teve a possibilida-
de de conhecer um pouco mais sobre os sistemas de informação,
sua classificação de acordo com seus objetivos e algumas de suas
aplicações.
Nesta unidade, estudaremos como a evolução tecnológica
propiciou o melhor desenvolvimento dos sistemas de informação
e sua aplicação em novas áreas de atuação humana. Além disso,
identificaremos as relações entre os sistemas de informação e a
aplicação das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs),
sua repercussão e as mudanças de costumes ocasionadas pelo seu
uso.
O homem, desde os tempos mais remotos, tem a necessi-
dade de comunicar-se. Nesse sentido, a troca de informações, o
registro de fatos e o expressar das ideias e emoções foram fatores
que incentivaram a evolução das formas de comunicação. Por isso,
atualmente, a comunicação faz-se cada vez mais presente em nos-
sas vidas.
Vale ressaltar que é por meio dos sentidos que os seres hu-
manos conseguem obter informações e, assim, adquirem contato
com o meio ambiente possibilitando a transmissão e o recebimen-
to de mensagens de outros viventes ou não. Quanto à troca de
mensagens, esta permite ao homem formar uma teia social ou
formular ideias coletivamente, desde as mais simples até as mais
complexas.
Inicialmente, sons e gestos eram utilizados para transmitir
mensagens entre os homens, de maneira que, com o tempo, a
fala, os símbolos gráficos e a escrita cumpriram esse papel.
Temos de considerar, também, que a escrita ocupa um lugar
especial na capacidade de comunicação humana, pois foi o primei-
ro método de comunicação assíncrono, além de ter possibilitado
a perpetuação da história e do conhecimento por meio de livros e
documentos redigidos.
© U5 – Tecnologias da Informação e Comunicação 177
Evolução da telecomunicação
A era da telecomunicação foi iniciada em 1844, quando Sa-
muel Morse transmitiu a primeira mensagem por uma linha tele-
gráfica entre Washington e Baltimore utilizando o Código Morse. A
partir de então, a telegrafia foi o único meio de telecomunicação
por mais de 30 anos.
Até que, em 1876, Graham Bell apresentou ao mundo o te-
lefone. Tal invento revolucionou a maneira que a telecomunicação
era feita, em primeiro lugar, por não necessitar da utilização de um
código específico para isso, pois usava algo que já era de domínio
das pessoas: a fala; e, em segundo lugar, por ocorrer sem a neces-
sidade de estações especiais para tal operação.
Outro marco da evolução da telecomunicação foi a invenção
do transmissor por ondas de rádio em 1895, por Gugliermo Mar-
coni. Obviamente, esse tipo de transmissão foi aproveitado para
aprimorar o telégrafo e o telefone, tornando-os, em alguns casos,
independentes de fios. Ademais, foi utilizado em diversas outras
formas de telecomunicação, como o rádio, televisão, rádio de co-
municação, satélites etc.
6. INTERNET
Até aqui, você teve a oportunidade de estudar a evolução
dos computadores e das telecomunicações. Agora, verificaremos
o que ocorreu quando houve a união entre computador e internet.
No final da década de 1950 e início da década de 1960, pes-
quisadores utilizaram linhas telefônicas para que computadores
pudessem realizar troca de dados.
Em resposta ao lançamento do satélite russo Sputnik, em
1957, foi criada, pelo departamento de defesa dos Estados Uni-
dos, a Advanced Research Projects Agency (ARPA). Como alterna-
tiva a uma rede de computadores centralizada no pentágono, foi
lançada, em 1969, a ARPANET, que interligava os departamentos
de pesquisa da ARPA sem qualquer tipo de centralização.
Pouco tempo depois, nas décadas de 1970 e de 1980, a AR-
PANET estendeu-se para fins militares, de maneira que apenas os
pesquisadores que possuíam trabalhos relativos à defesa tinham
autorização para se conectar à rede. Foi apenas na década de 1990
Claretiano - Centro Universitário
184 © Sistemas de Informação
E-commerce
Uma das primeiras formas de explorar a internet economica-
mente foi o provimento de acesso à rede. Entretanto, esse merca-
do foi dominado por grandes empresas, visto que, para isso, eram
necessários grandes investimentos.
Dessa forma, a possibilidade de manter e alavancar as re-
lações comerciais pela internet é vista, desde seu início, como o
grande potencial da rede. Inicialmente, as organizações estiveram
presentes na internet por meio de páginas estáticas, cujo objetivo
© U5 – Tecnologias da Informação e Comunicação 185
Business-to-Business – B2B
O business-to-business, ou B2B, refere-se a toda transação
comercial entre duas empresas por meio da internet. Essa modali-
dade tem sido cada vez mais utilizada pelas empresas, sendo res-
ponsável, atualmente, por uma parcela relevante das transações
de vendas mundiais.
A integração dos sistemas de informação das empresas que
fazem parte da cadeia de suprimentos tem incentivado o cresci-
mento do B2B, pois a troca eletrônica de dados pela Gestão da Ca-
deia de Suprimentos – SCM permite a simplificação dos processos,
conferindo agilidade e proporcionando redução de custo.
Além disso, outra forma em que B2B ganha força é nos lei-
lões de compras. Essa modalidade funciona da seguinte forma:
uma organização implementa em uma área de seu site um comér-
cio eletrônico que publica todos os produtos e as quantidades que
deseja comprar. Assim, os fornecedores que desejam oferecer a
venda, com posse da especificação, lançam seus preços no siste-
ma, e, à medida que as propostas são inseridas no sistema, é in-
formado a todos os interessados qual o valor da menor oferta re-
cebida. Dessa forma, os interessados têm a possibilidade de fazer
novas propostas abaixo do valor informado pelo sistema.
A Figura 5 exibe um site de B2B de um distribuidor de pro-
dutos de informática, no qual apenas as revendas constituídas le-
galmente e cadastradas no sistema podem comprar suas merca-
dorias.
Business-to-Consumer – B2C
O business-to-consumer é o e-commerce relacionado com os
processos comerciais entre uma empresa e um consumidor final
do produto por meio da internet. As lojas e shoppings on-line são
os seus maiores representantes.
Nesse tipo de processo, para possibilitar a transação, o siste-
ma de venda deve ser capaz de fornecer dados abundantes sobre
o produto, de maneira que o consumidor possa adquirir todas as
informações necessárias para efetuar a compra, sem que seja pre-
ciso a interação direta com um representante da empresa.
Os sistemas de B2C estão ganhando importância nos resul-
tados das empresas, pois caso o consumidor decida não comprar
determinado produto pela internet, ele pode consultar as caracte-
rísticas e o preço, bem como dirigir-se à loja física para realizar a
compra.
Imagine que um cliente esteja interessado em comprar um
aparelho televisor de última geração. Ele pode acessar lojas na
internet, para verificar os modelos disponíveis, as características
desejadas, a média de preço, e em que lugar ele pode encontrar
o preço mais baixo. Após todas essas consultas, pode dirigir-se a
uma loja física da loja virtual visitada, para efetuar a compra, ou,
ainda, visitar uma loja física e utilizar a oferta de uma loja virtual
para estabelecer parâmetros para a negociação. Diante dessa situ-
ação, temos, como exemplo, a loja virtual das Lojas Americanas,
representada na Figura 6.
E-business
É comum haver uma confusão entres os termos e-commerce
e e-business. Em geral, há um consenso de que eles têm o mes-
mo significado, embora o e-business englobe todas as atividades
de uma organização integradas por intermédio de sistemas de in-
formação que possuem a internet como meio de comunicação, e
o e-commerce seja apenas o comércio realizado pela internet, ou
seja, somente uma parte do e-business.
No e-business, podem ser incluídos sistemas de B2B, B2C,
CRM, SCM e gerenciadores de conteúdo, ou seja, muito mais do
que no e-commerce. Todavia, as duas grandes áreas do e-business
são o e-commerce e o e-service. Na categoria de e-service, estão
todos os serviços prestados via internet, como o internet bank, site
de busca, agências de informação on-line, ou, ainda, a pesquisa de
preços e produtos.
Algumas das vantagens proporcionadas pelo e-business são
a integração transparente dos sistemas e a agilidade de obter in-
formações relevantes ao negócio em tempo real (on-line).
E-government
Muitos governos têm utilizado a internet para diversos fins
no conceito de e-government, incluindo as utilidades que visam
prover um conjunto de serviços e acessos oferecidos pela adminis-
tração pública aos diferentes atores da sociedade por meios ele-
trônicos.
Dessa forma, o e-government pode acontecer entre as ges-
tões públicas, entre a administração pública e o mundo empresa-
rial e, por fim, entre o governo e os cidadãos em geral.
Em um primeiro estágio, o e-government visa prover o co-
nhecimento à sociedade, com ênfase no uso das tecnologias de
informação internamente, para informatizar as operações gover-
namentais. Além disso, ele realiza a disseminação seletiva de fatos
ao cidadão, como notícias, downloads de documentos, formulá-
rios e links.
No Brasil, um exemplo dessa utilização é a consulta e emis-
são de certidão negativa de débito, ou de regularidade do CPF. Na
Figura 8, podemos conferir o exemplo de um site divulgando notí-
cias de interesse dos cidadãos.
EaD
Falaremos, agora, sobre algo que estamos vivenciando de
modo efetivo, ou seja, algo que você está, neste momento, reali-
zando: a Educação a Distância.
As novas Tecnologias da Informação e Comunicação têm
ocupado vários papéis na sociedade atual. Ao ensino, elas têm
propiciado grandes avanços, desde a automatização de tarefas ad-
ministrativas até o apoio ao processo de aprendizagem. A junção
das novas tecnologias multimídias com as possibilidades ofereci-
das pelas telecomunicações e a internet tem revolucionado a for-
ma como o conhecimento é disseminado na sociedade, especial-
mente, com a Educação a Distância (EaD).
Apesar do grande destaque que a EaD tem recebido ultima-
mente, ela não é uma atividade nova. O esforço de levar conheci-
mento a pessoas distantes é realizado há muito tempo, tanto que
alguns se confundem com o aparecimento da própria escrita. Tais
esforços sempre foram potencializados com a evolução dos meios
de comunicação, como, por exemplo, a imprensa, e da telecomu-
nicação, como o rádio, a televisão e, recentemente, a internet.
© U5 – Tecnologias da Informação e Comunicação 193
Web 2.0
O termo Web 2.0 referencia-se ao conjunto das novas tec-
nologias utilizadas na web e faz alusão a uma segunda geração de
aplicações baseadas na World Wide Web, que reforçam o conceito
de troca de informação e de colaboração entre os internautas por
meio de sites e serviços virtuais.
Dessa forma, o conceito de Web 2.0 é formulado por muitos
autores com significados diferentes. Uma boa definição foi elabo-
rada por Tim O’Reilly, em seu blog, por meio de oito características
das aplicações da Web 2.0. Veja:
Figura 11 Site camiseteria.com que utiliza com maestria os conceitos da Web 2.0.
Figura 13 Site de imobiliária que utiliza o GoogleMaps para indicar a localização de seus
imóveis.
9. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A constante evolução das Tecnologias de Informação e Co-
municação resulta em inúmeras mudanças sociais. Diante dessa
definição e dos assuntos discutidos nesta unidade, sugerimos que
você procure responder, discutir e comentar as questões a seguir.
1) Quais as vantagens e desvantagens desse desenvolvimento tecnológico?
10. CONSIDERAÇÕES
Nesta unidade, pudemos perceber a grande evolução das
Tecnologias da Informação e Comunicação, que ocorreu, especial-
mente, no século 20. A utilização de tais tecnologias ocasionou
grandes mudanças na sociedade, criando novas formas de relacio-
namentos econômicos e sociais.
O aparecimento da internet foi o fator mais relevante para
revolucionar, mundialmente, os costumes, potencializando práti-
cas já existentes e possibilitando a aparição de novas.
Nesse contexto, o ensino a distância é umas das práticas que
se beneficiou com o avanço das Tecnologias da Informação e Co-
municação, pois, nessa área, acontece grande parte da exploração
potencial desse tipo de recursos.
É na internet, também, que está ocorrendo uma mudança
importante na forma em que produzimos conhecimento e com-
partilhamos informações. As tecnologias da Web 2.0 têm possibili-
tado a colaboração entre usuários distantes geograficamente sem
a necessidade de uma coordenação rígida das atividades.
11. E-REFERÊNCIAS
Lista de Figuras
Figura 1 ENIAC em 1946. Disponível em: <http://www.longrangehunting.com/images-
articles/ballistics-1.jpg>. Acesso em: 8 ago. 2012.
Figura 2 Mulheres operam o ENIAC. Disponível em: <http://www.computermuseum.li/
Testpage/ENIAC4.GIF>. Acesso em: 8 ago. 2012.
Figura 3 Microcomputador Osborne. Disponível em: <http://www.digibarn.com/
collections/systems/osborne1-r2/CIMG0886.JPG>. Acesso em: 8 ago. 2012.
Figura 4 Satélite Sputnik. Disponível em: <http://img405.imageshack.us/
img405/7789/11ssmm6.jpg>. Acesso em: 8 ago. 2012.
Figura 5 Site de distribuidor de produtos de informática que atende a revendedores.
Disponível em: <www.aldo.com.br>. Acesso em: 8 ago. 2012.
Figura 6 Site da loja virtual americanas.com. Disponível em: <www.americanas.com.br>.
Acesso em: 8 ago. 2012.
Figura 7 Site de leilão virtual MercadoLivre. Disponível em: <www.mercadolivre.com.br>.
Acesso em: 8 ago. 2012.
Figura 8 Exemplo de utilização do e-government disseminando notícias. Disponível em:
<www.mpas.gov.br>. Acesso em: 8 ago. 2012.
Figura 9 Site de pregão on-line do governo do estado de São Paulo. Disponível em: <www.
bec.sp.gov.br>. Acesso em: 8 ago. 2012.
Figura 10 Software Moodle, AVA de código aberto. Disponível em: <www.moodle.org>.
Acesso em: 8 ago. 2012.
Figura 11 Site Camiseteria.com, que utiliza com maestria os conceitos da WEB 2.0.
Disponível em: <www.camiseteria.com>. Acesso em: 8 ago. 2012.
Figura 12 Serviço Google YOUTUBE. Disponível em: <www.youtube.com>. Acesso em: 8
ago. 2012.
Figura 13 Site de imobiliária que utiliza o GoogleMAPS para indicar a localização de seus
imóveis. Disponível em: <www.sapeimoveis.com.br>. Acesso em: 8 ago. 2012.
© U5 – Tecnologias da Informação e Comunicação 207
6
1. OBJETIVOS
• Conhecer os conceitos gerais sobre a Gestão de Projetos.
• Identificar as dificuldades práticas que podem ser evita-
das com a gestão correta dos projetos.
• Conceituar o desenvolvimento de um Sistema de Infor-
mação como um projeto.
2. CONTEÚDOS
• Introdução à Gestão de Projetos.
• Dificuldades e restrições à execução do projeto.
• Gerenciamento de Projetos.
• Ciclo de vida de um projeto.
• Áreas de conhecimento da Gestão de Projetos.
• Erros comuns no Gerenciamento de Projetos.
210 © Sistemas de Informação
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Até o momento, você teve a oportunidade de estudar sobre
as Tecnologias da Informação e Comunicação, os sistemas de infor-
mação, bem como sua relevância e utilização pelas organizações.
Todo esse estudo tem o objetivo de prepará-lo para desenvolver
sistemas de informação dentro do escopo adequado e com pleno
entendimento das necessidades do usuário.
Dessa forma, continuaremos com uma breve introdução à
gestão de projetos, visto que um software e diversas outras ativi-
dades dos profissionais de sistemas de informação são desenvolvi-
dos por meio de projetos.
Os profissionais da área de sistemas de informação estão
constantemente envolvidos, direta ou indiretamente, em projetos,
de forma que não são raras as oportunidades em que tais profis-
© U6 – Introdução à Gestão de Projetos 211
5. PROJETO
Segundo o Guide to the Project Management Body of Kno-
wledge (PMBOK), publicado pelo Project Management Institute
(PMI), "um projeto é um empreendimento temporário que tem
por finalidade criar um produto, serviço ou resultado único" (2000,
p. 94).
Caracterizamos um projeto como temporário porque ele
possui início e término, não é um esforço contínuo e acaba quando
os objetivos são atingidos. Quando se tornar claro que os objetivos
do projeto não serão ou não poderão ser atingidos, ou ainda quan-
do não existir mais a necessidade do projeto, ele é encerrado. Um
projeto é único porque o produto ou serviço resultante é diferente
dos obtidos anteriormente.
Um projeto é um empreendimento não repetitivo, caracte-
rizado por uma sequência lógica de eventos, com início, meio e
fim, que se destina atingir um objetivo claro e definido, sendo con-
duzido por pessoas dentro de parâmetros predefinidos de tempo,
custo, recursos envolvidos e escopo.
Podemos resumir que:
1) Um projeto é único.
2) Um projeto é de natureza temporária e tem datas defini-
das de início e fim.
3) Um projeto estará concluído quando as metas forem al-
cançadas.
4) Um projeto bem-sucedido é aquele que atende ou exce-
de aos objetivos predefinidos.
6. GERENCIAMENTO DE PROJETOS
O gerenciamento de projetos é um processo que exige várias
atividades que incluem planejar, colocar em ação o plano do pro-
jeto e acompanhar o seu progresso e o seu desempenho. O pla-
nejamento é a função mais importante a ser executada; trata-se
de administrar as incertezas inerentes ao projeto, planejando sua
execução antes de iniciá-lo, controlando-o de modo a assegurar
sua conclusão dentro do prazo e orçamento estipulados, conforme
as especificações.
De acordo com o Guide to the Project Management Body of
Knowledge (PMBOK, 2000, p. 94), "o gerenciamento de projetos é
a aplicação do conhecimento, habilidades, ferramentas e técnicas
às atividades do projeto, para atender aos requisitos do projeto".
O gerenciamento de projetos é realizado por meio da aplicação e
da integração dos seguintes processos do gerenciamento de proje-
tos: concepção, planejamento, execução, monitoramento, contro-
le e conclusão. O gerente de projetos é a pessoa responsável pela
realização dos objetivos do projeto. Mais adiante, cada um desses
processos será discutido com mais detalhes.
Gerenciar um projeto inclui:
1) Identificar as necessidades.
2) Estabelecer objetivos claros e alcançáveis.
3) Balancear as demandas conflitantes de qualidade, esco-
po, tempo e custo.
4) Adaptar as especificações, planos e abordagem às dife-
rentes preocupações e expectativas das diversas partes
interessadas.
Ferramentas e técnicas
O gerenciamento de projetos reúne um conjunto de ferra-
mentas e técnicas aplicadas para descrever, organizar e monitorar
o esforço das atividades. Os gerentes de projeto são os respon-
7. DIFICULDADES E RESTRIÇÕES
Os indivíduos que influenciam o projeto atuando direta ou
indiretamente são denominados de stakeholders. Comumente,
eles possuem diferentes interesses, às vezes conflitantes, a serem
atendidos pelo projeto.
Considere que você tenha o projeto de realizar uma confra-
ternização entre os alunos de nosso curso. Alguns deles podem
desejar a realização de um churrasco em que todos participem,
enquanto os outros podem querer que sejam realizadas reuniões
menores entre os alunos com mais afinidade. Além disso, pode
haver um determinado grupo que queira levar bebidas alcoólicas,
enquanto a coordenação do curso não permite tal fato.
Desse modo, você, ao gerenciar tal projeto, necessitaria me-
diar os conflitos de interesses dos participantes, porém sem deixar
escapar o objetivo: a confraternização.
Da mesma forma, em um projeto de desenvolvimento ou
implantação de um sistema de informação, os interesses dos usu-
ários, gerentes e executivos serão diferentes e potencialmente
conflitantes. Em outras palavras, os usuários têm, possivelmente,
interesse que o sistema de informação facilite seu trabalho, dimi-
nuindo, assim, o esforço aplicado em cada tarefa; já os gerentes
buscam o auxílio na tomada de decisão diária; e os executivos têm
© U6 – Introdução à Gestão de Projetos 221
Figura 2 Ciclo de vida de um projeto (riscos, incertezas, custos dos erros e nível de atividade).
Concepção
É nessa fase que o projeto tem seu início. A definição de
escopo, objetivos e metas é a tarefa mais significante nesse
© U6 – Introdução à Gestão de Projetos 225
Planejamento
O planejamento consiste no aprofundamento das atividades
iniciadas na concepção. Dessa forma, após a decisão pela continu-
ação do projeto, as análises e decisões sofrem um detalhamento
maior. Portanto, as tarefas que envolvem o planejamento são:
1) Detalhamento das metas e objetivos.
2) Programação das atividades.
3) Determinação dos pontos de controle (milestone).
4) Programação de utilização dos recursos.
5) Análise dos riscos e concepção de ações de contingência.
6) Elaboração do plano de projeto.
Logo, em nossa confraternização, teríamos como tarefas: de-
terminar as características necessárias para o local do evento; de-
Execução
Nesse momento, realiza-se a maior parte das ações de um
projeto, de maneira que, por esse motivo, o nível de atividade al-
cança o seu ápice. As tarefas mais comuns realizadas nesta fase
são:
1) Execução das tarefas previstas no plano de projetos.
2) Utilização dos recursos conforme programado.
3) Controle das metas definidas no planejamento.
4) Solução dos conflitos.
5) Controle dos resultados obtidos e confronto com os re-
sultados esperados.
Alguns exemplos de possíveis tarefas para a fase de execução
de nossa confraternização seriam: compras de comidas e bebidas,
locação do espaço para o evento, preparação da comida, servir a
comida e a bebida.
Perceba que, também, algumas tarefas podem ser realiza-
das concomitantemente com as da fase de planejamento, e outras
com as da fase de conclusão. Dessa forma, a locação do ambiente
em que a confraternização acontecerá (execução) pode realizar-se
concomitantemente com a estimativa de comida e profissionais
necessários (planejamento).
Considerando nosso exemplo da confraternização, as tarefas
que compreendem a contratação de profissionais, cozinhar ou ser-
vir bebidas pertencem à fase de execução do projeto.
Conclusão
A etapa de conclusão possui baixo nível de atividade, pois
nela se concentram as checagens para a certificação de que o ob-
jetivo proposto ao projeto foi atingido. Com uma avaliação global
sobre a evolução do projeto são gerados novos dados que podem
compor a base de conhecimento dos envolvidos, podendo ser for-
malizados, ou não. Os recursos utilizados e não consumidos, ou
não consumíveis, são liberados para serem alocados a outras ativi-
dades ou projetos. Neste momento, executamos:
• A finalização formal.
• A gestão de conhecimento.
• A relocação dos recursos.
A devolução do imóvel utilizado no evento, a limpeza do lo-
cal, bem como o pagamento aos fornecedores, por exemplo, po-
dem ser citados como possíveis tarefas dessa fase do nosso proje-
to de confraternização.
Encerrar o projeto
Por fim, ocorre a finalização de todas as atividades em todos
os grupos de processos de gerenciamento de projetos para encer-
rar formalmente o projeto ou uma de suas fases.
Coletar os requisitos
É o processo de definição e documentação das necessidades
das partes interessadas para alcançar os objetivos do projeto.
Definir escopo
Trata-se do processo de desenvolvimento de uma descrição
detalhada do projeto e do produto.
Criar EAP
É o processo de subdivisão das entregas e do trabalho do
projeto em componentes menores e mais facilmente gerenciáveis.
Verificar o escopo
Processo que trata da formalização da aceitação das entre-
gas terminadas do projeto.
Controlar o escopo
Abrange o processo de monitoramento do progresso do es-
copo do projeto e escopo do produto.
© U6 – Introdução à Gestão de Projetos 235
Desenvolvimento do cronograma
É a análise dos recursos necessários, restrições do cronogra-
ma, durações e sequências de atividades para criar o cronograma
do projeto.
Controle do cronograma
Compreende o monitoramento do andamento do projeto
para atualização do seu progresso e gerenciamento das mudanças
feitas no cronograma.
Estimar custos
Trata-se do desenvolvimento de uma estimativa dos custos
dos recursos necessários para terminar as atividades do projeto.
Determinar o orçamento
É a agregação dos custos estimados de atividades individuais
ou pacotes de trabalho para estabelecer uma linha de base dos
custos.
Controlar os custos
Abrange o controle dos fatores que criam as variações de
custos e controle das mudanças no orçamento do projeto. Cada
processo pode envolver esforço de uma ou mais pessoas ou gru-
pos de pessoas, dependendo das necessidades do projeto.
Planejar a qualidade
Trata-se da identificação dos padrões de qualidade relevan-
tes para o projeto e da determinação de como satisfazê-los.
Planejar as comunicações
Trata-se da determinação das necessidades de informações
e comunicações das partes interessadas no projeto.
Distribuir as informações
É a colocação das informações necessárias à disposição das
partes interessadas no projeto, no momento adequado.
© U6 – Introdução à Gestão de Projetos 243
Reportar o desempenho
Compreende o processo de coleta e distribuição de infor-
mações sobre o desempenho, incluindo relatórios de andamento,
medições do progresso e previsões.
Identificação de riscos
É a determinação dos riscos que podem afetar o projeto e a
documentação de suas características.
Planejar as aquisições
Compreende a determinação do que comprar ou adquirir e
de quando e como fazer isso.
Realizar aquisições
É a seleção de fornecedores, obtenção de respostas dos for-
necedores e confecção de contratos.
Administrar as aquisições
Trata-se do gerenciamento das relações de aquisição, moni-
torando o desempenho dos contratos e realizando mudanças ne-
cessárias.
Encerrar as aquisições
Abrange a finalização de todas as aquisições do projeto.
2) Uma empresa que fabrica móveis para escritório está lançando uma nova
linha de produtos direcionados exclusivamente à área da saúde. Essa nova
linha de produtos será oferecida indefinidamente, começando com o lança-
mento do catálogo. Qual das seguintes afirmações é verdadeira?
a) Não se trata de um projeto, nem de uma operação continuada. É o lan-
çamento de um novo produto que não afeta as operações continuadas.
b) Trata-se de um projeto, porque a nova linha de produtos nunca foi fabri-
cada nem vendida por essa empresa.
c) Trata-se de uma operação continuada, porque a nova linha de produtos
será vendida sem prazo definido. Não é temporária.
d) Trata-se de uma operação continuada, porque a empresa está no ramo
de fabricação de móveis. O lançamento de novas linhas de produtos é
apenas uma variação de um processo já existente.
3) Um projeto é considerado bem-sucedido quando:
a) O produto do projeto foi fabricado.
b) O patrocinador do projeto anuncia o término do projeto.
c) O projeto atende ou excede as expectativas dos stakeholders.
d) O produto do projeto é transferido para a área de operações, para tratar
dos aspectos contínuos do projeto.
4) Qual organização definiu os padrões válidos para as técnicas de gerencia-
mento de projetos? Pesquise e comente.
Gabarito
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões au-
toavaliativas propostas:
© U6 – Introdução à Gestão de Projetos 251
2) b.
3) c.
13. CONSIDERAÇÕES
Os projetos são atividades frequentes aos profissionais de
sistemas de informação. Portanto, entender os possíveis pontos
de falha e os conceitos aplicados para a gerência do projeto é vital
para que um profissional se encaixe em uma equipe de desenvol-
vimento.
Note que os assuntos apresentados são apenas uma breve
introdução a esse tópico extenso que é a gestão de projetos. En-
tretanto, é importante que percebamos que muitos dos problemas
envolvidos no desenvolvimento do software e de outros projetos
de tecnologia da informação têm sua origem na gestão inadequa-
da dos recursos dos projetos.
Além disso, pudemos compreender que muitos desses pro-
blemas podem ser evitados com a gestão adequada dos tempos e
demais recursos do projeto. Contudo, vale ressaltar, por fim, que a
competência para tal gestão é adquirida por meio de estudo e de
experiência.
GARTNER GROUP. The Project Office: Teams, Processes, and Tools, Gartner Research, A
Strategic Analysis Report, Analytical Source. Matt Light, 2000.
INMON, W. H. Como construir o Data Warehouse. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1997.
LAUDON, K. C.; LAUDON, J. P. Gerenciamento de Sistemas de Informação. Tradução de
Alexandre Oliveira. Rio de Janeiro: LTC, 2001.
PMI. Um guia do conhecimento em gerenciamento de projetos (Guia
PMBOK). 4. ed. 2008.
TONSIG, S. L. Engenharia de software. São Paulo: Futura, 2003.
VARGAS, R. V. Gerenciamento de Projetos: Estabelecendo Diferenciais Competitivos. Rio
de Janeiro: Brasport, 2000.
EAD
Segurança da Informação
7
1. OBJETIVOS
• Conhecer os princípios básicos para garantir a Segurança
da Informação.
• Identificar as principais ameaças e os mecanismos de
controle.
• Conhecer a Norma de Segurança da Informação.
2. CONTEÚDOS
• Introdução à Segurança da Informação.
• Ameaças e técnicas de ataque.
• Mecanismos de Segurança.
• Política de Segurança.
• Norma da Segurança da Informação.
254 © Sistemas de Informação
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Até o momento, você teve a oportunidade de estudar sobre
os sistemas de informação, a gestão de projetos, as Tecnologias
da Informação e Comunicação (TICs), bem como sua relevância e
utilização pelas organizações. Todo esse estudo tem o objetivo de
prepará-lo para desenvolver sistemas de informação dentro do es-
copo adequado e com pleno entendimento das necessidades do
usuário.
Dessa forma, finalizaremos este Caderno de Referência de
Conteúdo com uma introdução à segurança da informação.
Segurança é um termo que transmite conforto e tranquilida-
de a quem desfruta de seu estado. Entender e implementar esse
estado em um ambiente organizacional exigem conhecimento e
práticas especializadas que somente são possíveis com o emprego
e uso de um código de práticas de segurança.
© U7 – Segurança da Informação 255
7. MEDIDAS DE SEGURANÇA
As medidas de segurança são ações orientadas para a elimi-
nação ou redução de vulnerabilidades, com o objetivo de evitar
que uma ameaça se concretize. Essas medidas são o primeiro pas-
so para o aumento da segurança da informação em um ambiente
de tecnologia da informação e devem considerar a totalidade do
processo.
As medidas de segurança são um conjunto de práticas que,
quando integradas, constituem uma solução global e eficaz da se-
gurança da informação. Entre as principais medidas, destacamos:
a análise de riscos, a diretiva de segurança, a especificação de se-
gurança e a administração de segurança.
Veja, na Tabela 1, os conceitos dessas medidas.
© U7 – Segurança da Informação 265
Análise de Riscos
Análise de riscos é a análise das ameaças, impactos e vulne-
rabilidades das informações e das instituições de processamento
de informações e da probabilidade de sua ocorrência. O gerencia-
mento de risco é o processo de identificação, controle e minimi-
zação ou eliminação dos riscos de segurança que podem afetar
os sistemas de informação a um custo aceitável (ISO/IEC 17799,
2000).
A análise de risco é o ponto chave da política de segurança
englobando tanto a análise de ameaças e vulnerabilidades quanto
a análise de impactos, a qual identifica os componentes críticos e
o custo potencial aos usuários do sistema.
A ameaça, como já dito, é uma atitude ou dispositivo com
potencialidade para explorar e provocar danos à segurança da in-
formação, atingindo seus principais conceitos: confidencialidade,
integridade e disponibilidade. Outros exemplos de ameaça são:
Segurança Física
Corresponde à manutenção das condições operacionais e da
integridade dos recursos materiais componentes dos ambientes e
plataformas computacionais. Os principais itens a serem analisados
são:
1) Localização do CPD: fator de grande importância, pois é
a sua localização que determina as vulnerabilidades do
CPD a fatores ambientais, e as vulnerabilidades quanto
ao acesso, o qual deve ser restrito ao pessoal autorizado,
e em caso de acessos de terceiros, esses devem ser con-
trolados e registrados.
2) Monitoramento.
Segurança Lógica
Corresponde à manutenção das condições lógicas (sistemas,
links e acessos) entre os ambientes e plataformas computacionais.
Os principais itens a serem analisados são:
1) Pontos de rede e dispositivos de rede.
2) Segmentação a rede.
3) Regras de controle e acesso.
4) Auditoria (logs).
5) Vulnerabilidades de sistemas.
6) Backup.
Os controles de acesso físico devem ser implementados
em conjunto com os controles de acesso lógico. A falta de
implementação desses dois controles em conjunto, seria o mesmo
que restringir o acesso às informações por meio de senhas, mas
deixar os servidores desprotegidos fisicamente, vulneráveis a
roubo, por exemplo.
13. CONSIDERAÇÕES
Com o estudo dos assuntos propostos pelas sete unidades
deste Caderno de Referência de Conteúdo, tivemos a oportunida-
de de aprender que cada sistema de informação é desenvolvido
para gerenciar a informação de forma a possibilitar o alcance dos
mais diversos objetivos, de maneira que, para isso, eles fazem uso
de recursos tecnológicos e humanos.
Ao longo de nossos estudos, adquirimos os conceitos básicos
da transmissão de dados e aquisição de informação e conhecimen-
to. Além disso, pudemos perceber que as informações, que são
elementos importantes para as organizações, devem ser geridas
adequadamente, isto é, devem ser disponibilizadas no momento
correto de sua necessidade.
Aprendemos, também, que os sistemas dedicados a essa
gestão são os sistemas de informação, que utilizam recursos hu-
manos e tecnológicos para propiciar a competitividade entre as
organizações. Obviamente, percebemos, neste estudo, que os sis-
temas de informação podem ser classificados de acordo com o ob-
jetivo proposto à sua gestão de informação, podendo ser apenas
de auxílio técnico, como nos sistemas especialistas; ou de controle,
nos sistemas transacionais ou de gestão, bem como nos sistemas
gerenciais e executivos.
Em seguida, realizamos uma revisão histórica da evolução
das Tecnologias da Informação e Comunicação, as quais possibili-
taram que os sistemas de informação pudessem ser mais podero-
sos e que alcançassem objetivos mais relevantes e ambiciosos na
gestão das organizações, destacando a aplicação das Tecnologias
de Informação e Comunicação (TIC) nos sistemas de informação.