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MAURO ARAUJO DE SOUSA Ph.D. em FILOSOFIA

ROTEIRO PARA SE ELABORAR UM

PROJETO DE PESQUISA:

(DE 7 A 15 PÁGINAS: MÉDIA BOA É DE 8 A 12).

Um projeto de pesquisa, em termos de formatação, tem suas partes orientadas pela


NBR 14724 e as demais normas que ela abrange como, por exemplo, a NBR 6023, a
qual trata de como se faz referências, o uso de itálico em expressões como et al, que
antes da sua atualização em 2018 não precisava ser em itálico, e tantas outras
orientações. A NBR 14724 também serve para TCCs, Dissertações de Mestrado e
Teses de Doutorado. O projeto de pesquisa não utilizará tudo o que contém na norma
para se formatar um TCC, por exemplo.

Um projeto de pesquisa precisa ter um tema delimitado e que será explorado no


desenvolvimento do projeto. Segue o exemplo do ppt que enviei antes no começo do
ano:

Precisa ser “recortado” para evitar generalidades. Se houver dois pontos após o tema,
abre-se uma divisão que, com clareza, detalha tema e título (isso serve para indicar
que após os dois pontos o tema foi especificado no título). Nesse caso, teremos tema:
título. O título é a própria delimitação do tema.

Exemplo:

O refugo do plástico na cidade de Mauá: aspectos da cidadania na sua reciclagem.

(Observação: quanto mais se delimitar um tema, melhor).

Em algumas orientações utilizam-se título: subtítulo. Mas, tendo em vista um TCC,


uma DM (Dissertação de Mestrado) ou uma TD (Tese de Doutorado), utiliza-se tema
e, se necessário, título. Tema: título. Todavia, a delimitação pode estar no próprio
tema, se ele já estiver especificado ou não se optando pela separação por dois pontos
entre tema e título.

E, em se tratando de elaborar um projeto de pesquisa, o start é por perguntas.


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E quais são as perguntas a se fazer quando se está pensando em um projeto de


pesquisa, incluindo o tema? São as seguintes perguntas e por ordem:

 O que fazer (tema e delimitação do tema)?

 Por que fazer (justificativa)?

 Para que fazer (objetivos)?

 Que leituras fazer (fundamentação teórica)?

 Como fazer (metodologia)?

 Onde fazer (campo de pesquisa)?

 Quando fazer (cronograma)?

 Com que fazer (recursos, custos)?

Observação: note-se que o objeto de pesquisa deve estar presente no próprio tema e
sua delimitação. Trata-se, portanto, do próprio tema e seu respectivo título.

Realizada as etapas anteriores, segue-se às etapas de formatação. Quais?

 CAPA. (Obrigatória).

 FOLHA DE ROSTO. (Obrigatória).

 FOLHA COM EPÍGRAFE.

 RESUMO / ABSTRACT. (Obrigatório).

 LISTAS (ABREVIATURA, FIGURAS, TABELAS, GRÁFICOS, QUADRO).

(Se forem muitos).

 PÁGINA PARA SUMÁRIO. (Obrigatória).

 PÁGINA PARA INTRODUÇÃO. (Obrigatória).

 PÁGINAS PARA DESENVOLVIMENTO DO TEXTO. (Obrigatória).

 PÁGINA PARA CONSIDERAÇÕES FINAIS OU CONCLUSÃO. (Obrigatória).

 PÁGINAS PARA REFERÊNCIAS. (Obrigatórias).

 PÁGINAS PARA GLOSSÁRIO.

 PÁGINAS PARA APÊNDICES.

 PÁGINAS PARA ANEXOS.


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Atenção: em geral, se usa ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS: compreendendo CAPA,


FOLHA DE ROSTO, RESUMO e SUMÁRIO, ELEMENTOS TEXTUAIS:
compreendendo INTRODUÇÃO (ou, dependendo de para onde se faz o projeto de
pesquisa, é possível já começar direto da justificativa, mas, no geral, sempre é bom
fazer a introdução, a qual difere daquela que está para um TCC no manual da Fatec
Mauá, que inclui elementos do desenvolvimento do texto – ver manual da instituição),
O DESENVOLVIMENTO DO TEXTO que possui JUSTIFICATIVA, OBJETIVOS (geral
e específico), PROBLEMATIZAÇÃO, HIPÓTESE (lembrar que ela é uma resposta
temporária ao problema levantado, já que será comprovada, ou não, na pesquisa
propriamente dita), REFERENCIAL TEÓRICO, METODOLOGIA, PROJEÇÃO DE
ANÁLISE DE RESULTADO (se for necessária) e CRONOGRAMA. Sobre a hipótese,
como se trata de um projeto, o trabalho de comprovação deve acontecer no desenrolar
da pesquisa e, portanto, o TCC deve conter essa resposta, em especial, na parte de
análise de resultados, a qual precisa contê-la integralmente, de forma detalhada e
clara. Dependo da pesquisa, seria bom colocar RECURSOS E CUSTOS também. Por
último deve-se colocar a conclusão ou, como é mais apropriado ao projeto de
pesquisa, CONSIDERAÇÕES FINAIS. ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS:
REFERÊNCIAS (os outros elementos pós-textuais, somente se necessário e,
geralmente, utiliza-se mais a parte de ANEXOS).

Seguem explicações para cada item necessário do projeto de pesquisa:

No RESUMO, a palavra resumo precisa vir em caixa alta (maiúsculo), em negrito e


centralizado. Precisa ter entre 150 a 500 palavras e, no mínimo, três a cinco palavras-
chave. A expressão Palavras-chave em negrito, as palavras-chave propriamente
ditas, não. Para artigos e periódicos entre 100 a 250 palavras. O espaçamento pode
ser de 1,5, já que a própria NBR 6028 (que trata de resumos) não aborda nada sobre
isso (se bem que a orientação aqui é seguir o manual da instituição em que se estuda,
pois há instituições que utilizam o espaçamento simples, assim como artigos para
revistas. Então precisa ver o que cada IES (Instituição de Ensino Superior) solicita,
assim como o que cada revista ou periódico solicita. Normalmente, em artigos, o
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espaçamento é simples. Vejam os periódicos. O texto deve seguir o justificado no


word e em caixa baixa (minúsculo), começando com a primeira palavra em maiúsculo
e o texto todo sem negrito. Uma página para o resumo e outra para o ABSTRACT,
que vem em seguida. As fontes são as mesmas: ou Times New Roman ou Arial.
Tamanho da fonte 12 (em algumas IES – Instituições de Ensino Superior – tamanho
da fonte presente nos manuais é 10, veja o manual da sua IES). Texto único sem
parágrafos. O resumo deve ressaltar: o objetivo, o método, os resultados e as
conclusões do projeto. Após o resumo, deve-se pular espaço de 6 pt no word e entre
textos para colocar as palavras-chave. O mesmo para iniciar o texto do resumo após
o destaque RESUMO.

Na INTRODUÇÃO se escreve o que é necessário saber sobre o tema no momento,


no contexto em que se encontra, como se pretende desenvolver a pesquisa e se
adianta um pouquinho dos objetivos, dificuldades que se pode encontrar pela frente e
se o TCC, DM ou TD forem feitas em capítulos, quantos serão e se eles já possuem
títulos, quais são. Pode-se até tratar um pouco sobre o que cada um tratará. E se
encerra com um parágrafo que será a consideração final da Introdução. No caso dos
TCCs, a introdução conterá partes do projeto de pesquisa, conforme manual da
instituição já mencionado anteriormente.

Na JUSTIFICATIVA se escreve sobre a importância do tema. Por que esse tema


merece ser pesquisado? Ele é pouco explorado? Existem muitas e diferentes
abordagens sobre o assunto e você fará mais uma? Em outras palavras: há um
diferencial a ser percorrido na pesquisa. O mundo acadêmico possui pouca ou muitas
referências sobre o assunto? O mercado de trabalho entra na pesquisa ou não? O
resultado da pesquisa pode melhorar o que se pretende na mesma? Será bom para
algum segmento em específico. Vale a pena investir nessa pesquisa? São somente
alguns exemplos.

Nos OBJETIVOS começa-se pelos Objetivos gerais: onde se pretende chegar com a
pesquisa, para que ela servirá de fato. Os objetivos gerais são bem realistas? (Não se
pode correr o risco de utopias nesses casos: fazer as coisas com descolamento do
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real). A viabilização da pesquisa é factível? Após essa breve “introdução” na parte de


Objetivos gerais, aí então parte-se para os Objetivos específicos que detalharão cada
parte mencionada nos Objetivos Gerais ou ainda acrescentarão, na forma de escrita
corrida ou tópicos bem delineados, bem desenvolvidos, assuntos relacionados ao que
se vai fazer, como por exemplo: “o experimento x servirá para etc.etc.etc.” e assim por
diante.

Na PROBLEMATIZAÇÃO se começa traçando quais são os problemas encontrados


até agora pelos pesquisadores na área (para isso você terá que ter lido bem os autores
das referências). Como se encontram as pesquisas sobre o tema, o que já foi
detectado. Também será acrescentado que tipo de problemas se espera encontrar na
pesquisa: o mesmo que outros pesquisadores já encontraram ou de forma diferente
do que detectaram, ou, ainda, um novo problema a se deparar. Você desconfia das
causas desses problemas ou desse problema, se for outro? É alguma falha de
processo, por exemplo? Dependendo do problema, ele pode paralisar a pesquisa (isso
é fundamental, pois se a pesquisa parar, pode-se ter muito prejuízo)? O desafio é
plausível, por que vale a pena?

Na HIPÓTESE (mas também podem ser mais de uma, se for o caso), que é uma
resposta temporária ao problema ou aos problemas, portanto uma antecipação da
solução ou das soluções. Como essas soluções serão alcançadas, isto é, o que se
pretende fazer para que tudo seja solucionado? Ou a solução será apenas parcial?
Veja que a hipótese é uma espécie de previsão. Quanto mais detalhada essa parte,
melhor. Ela, juntamente com a justificativa, é importantíssima, afinal o que se espera
é um resultado significativo.

No REFERENCIAL TEÓRICO é necessário demonstrar que se tem acesso e


entendimento aos autores principais sobre o tema abordado. Fazer uma “discussão
teórica” para fundamentar a pesquisa. Pode-se comparar os autores, usar um autor
para questionar o outro, um terceiro para responder e assim por diante. Lembrando
sempre que, nesses casos, como em todo texto, deve haver começo, meio e fim. O
primeiro parágrafo, normalmente, é a introdução ao assunto. O último, as
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considerações finais. Dependendo do assunto, tabelas serão exploradas, assim como


figuras etc. Aqui há muita argumentação, mas sempre embasada nos autores.

Na METODOLOGIA entram questões como: será abordado o método experimental


enquanto o modo como ele acontecerá na pesquisa? Haverá dedução e indução:
escrever um pouco sobre como acontecerá a dedução e a indução e, se for o caso,
começar tratando do que é dedução (deduz-se do todo para a parte) e indução (induz-
se da parte para o todo). A Ciência tem por base o método experimental e, portanto,
utiliza o método indutivo: parte da observação de casos particulares até atingir
hipóteses, experimentos e confirmação ou não das hipóteses. A pesquisa será como?
Por exemplo: qualitativa (é de teor mais dissertativa, tem mais reflexões e não está
preocupa com números, com quantificação), quantitativa (serve-se do teor numérico,
estatístico e coisas do gênero) ou mista? Serão usadas técnicas de coleta de dados,
por exemplo, para se fazer entrevistas? Laboratórios serão utilizados? A pesquisa
será eminentemente teórica? É saber o que será melhor dentro do que se pretende
fazer e explicitar em cada tópico citado e que será usado.

Na PROJEÇÃO DA ANÁLISE DE RESULTADOS veja-se que não é a análise do


resultado porque ainda não é a pesquisa em si, é apenas o projeto da pesquisa. Então,
utilizando-se, inclusive da hipótese, pode-se projetar os possíveis resultados. Ou algo
extraído do que algum autor já realizou e tem a ver com o que o autor do projeto
pretende mostrar. Será usado algum gráfico para essa projeção? Como se pretende
mostrar os resultados, caso eles sejam alcançados? Os resultados se transformarão
em dados a serem analisados e, portanto, tudo o que for necessário para fazer isso
terá que ser acessível ao pesquisador. Do contrário a pesquisa ficará comprometida
e isso pode fazer com que o projeto de pesquisa não seja aceito. Aqui a argumentação
é muito necessária, além da demonstração por gráficos, tabelas etc., se for o caso,
pois esses elementos servirão também de argumentação.

Na parte de RECURSOS E CUSTOS o pesquisador colocará se os recursos


necessários para o desenvolvimento da pesquisa já estão acessíveis parcialmente,
totalmente, enfim, esclarecer bem se haverá condições para que a pesquisa seja
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realizada e chegue a bom termo. E, também, dependendo do caso, quanto custará a


pesquisa (mais para bolsistas de iniciação científica, mestrado e doutorado). Deve-se
tomar muito cuidado nessa parte, pois é estratégica.

No CRONOGRAMA normalmente o que se faz é um quadro de cada etapa do tempo


que o pesquisador terá para desenvolver a pesquisa. Há que se tomar cuidado para
que a pesquisa, os recursos, os custos, tudo seja estimado em termos de tempo
também, afinal trata-se de um quadro em que ficará explicitada quanto tempo o
pesquisador levará nas partes e no todo da pesquisa. Não deve haver nenhum tipo
de contradição quanto a, por exemplo, colocar um tempo de que o pesquisador não
tem. Tudo isso é levado muito em consideração.

Nas CONSIDERAÇÕES FINAIS OU CONCLUSÃO, trata-se de escrever um balanço


do que foi abordado antes no projeto. Esse balanço, por um lado fecha o assunto,
mas, por outro, o deixa em aberto para novas propostas de pesquisa que podem surgir
no decorrer da própria pesquisa, através, por exemplo, de indagações ao final. Como
é projeto de pesquisa e não a pesquisa, essa parte ainda é bem incipiente (bem inicial
em termos mais de considerações “finais” do que conclusão propriamente dita).

Nas REFERÊNCIAS, basta colocar em ordem alfabética, e respeitando a ABNT, todos


os autores pesquisados em artigos, livros etc. (incluindo entrevistas, se for o caso).
Nem tudo o que estiver nas referências precisa ser citado no corpo do trabalho, mas
tudo o que for citado no corpo do trabalho precisa, necessariamente, estar nas
referências sob pena de prejudicar a avaliação de uma pesquisa quando se está
sendo avaliado por especialistas no assunto do tema.

No ANEXO (se houver), colocam-se documentos, folhas de entrevistas se foram


realizadas, desde que sejam imprescindíveis, isto é, necessárias para a análise do
projeto e que pode auxiliar muito quem está analisando. Do contrário, é melhor não
colocar.

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