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SEMANA 01

DIA 05
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COMO UTILIZAR O CRONOGRAMA?
I - ORIENTAÇÕES GERAIS:

Seja bem-vindo ao cronograma! Como o nome já antecipa, o presente projeto, trata-se de um


verdadeiro guia de estudos bastante fácil de seguir que aumentará a sua chance de ser aprovado neste
concurso.

II – QUANTAS HORAS DEVO ESTUDAR POR DIA?

Organize a sua agenda para ter, no mínimo, 2 horas líquidas diárias, para conseguir concluir o seu
cronograma. Exemplo: Estabeleço o horário das 06:20 até 08:20 diários para dedicar aos estudos.

OBS: A nossa cabeça funciona melhor de manhã, por isso, o ideal é estudar, caso seja possível, nas primeiras
horas logo após acordar. Organize seus horários para dormir mais cedo e acordar mais cedo. Quando acordar,
tome um banho rápido com água gelada para tirar o sono e ficar em estado de alerta, em seguida, inicie os estudos.
Ressalte-se que cada pessoa possui uma rotina e o importante é testar o que funciona melhor para você.

III – COMO CONSIGO TER FOCO?

Não adianta separar, no mínimo, 2 (duas) horas para estudar, diariamente, mas na hora de estudar
permanece conferindo em tempo real as redes sociais. Por isso, quando estiver estudando, apenas realize
intervalo (10 a 15 minutos) para conferir as redes sociais, banheiro, etc, após concluir, no mínimo,
50 minutos corridos (diretos) de estudo sentado na cadeira. Exemplo: Iniciei o estudo às 06:20,
após concluir 50 minutos de estudo (07:10), realizo intervalo de 10 minutos, em seguida, retomo os
estudos por mais 50 minutos 100% focado sem consultar redes sociais ou levantar da cadeira e assim
por diante.

OBS: Para evitar que perca a concentração, você precisa criar um “plano de fundo” para reduzir eventuais barulhos
externos. Exemplo: Estudar ouvindo barulho de chuva no Youtube, entre outras técnicas.

IV – COMO ESTUDAR?

Basta seguir a sequência do cronograma que é um verdadeiro passo a passo! Cada disciplina e assunto
deve passar, via de regra, pelas QUESTÕES, LEI e TEORIA (QLT) nesta ordem:

QUESTÕES LEI TEORIA

QUESTÕES LEI TEORIA


Recomendo que faça assinatura no No momento de ler a lei basta clicar Este cronograma não dispensa o
site QCONCURSOS, inclusive, já fiz no link que será reencaminhado seu material já utilizado (AULA ou
os “filtros” de cada assunto para para o Código respectivo com a lei PDF), pois aqui você encontrará o
você. No momento de resolver basta atualizada, em seguida, procure os resumo do assunto e dicas
clicar no link que será artigos sugeridos para leitura. Anote finais. Por isso, caso esteja com
reencaminhado para o site. Procure no “mapa da lei” (ARQUIVO EM muita dificuldade na resolução
estudar a questão lendo os ANEXO) os artigos toda vez na das questões sobre algum assunto,
comentários. Começar errando é qual, ao resolver as questões, notar sugerimos que estude pelo seu
normal, logo após uma sequência de que caíram em provas. Ajudará na material, além das dicas teóricas do
erros levará você acertar depois, qualidade da revisão, pois as bancas cronograma. Evite assistir aulas,
pois os assuntos se repetem muito! repetem muito alguns artigos. prefira materiais escritos.

V – COMO REVISAR?

Em cada semana, você terá 5 dias com metas, 1 dia de simulado (prova objetiva e escrita) e 1 dia de
revisão. Na área do aluno já consta um GUIA com orientações para as revisões. Sendo assim, basta
seguir a sequência, SEMANA 01: Dia 01 (teoria), dia 02 (teoria), dia 03 (teoria), dia 04 (teoria), dia 05
(teoria), dia 06 (simulado)e dia 07 (revisão) e assim por diante até passar por todo o conteúdo do edital.

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DIA 05
RACIOCÍNIO LÓGICO
1 Estruturas lógicas. 2 Lógica de argumentação: analogias, inferências, deduções e
conclusões. 3 Lógica sentencial (ou proposicional). 3.1 Proposições simples e compostas. 3.2
Tabelas verdade. 3.3 Equivalências. 3.4 Leis de De Morgan. 3.5 Diagramas lógicos. 4 Lógica
de primeira ordem. 5 Princípios de contagem e probabilidade. 6 Operações com conjuntos. 7
Raciocínio lógico envolvendo problemas aritméticos, geométricos e matriciais.

RAIO-X DO CONTEÚDO
INCIDÊNCIA FONTE DAS PROBABILIDADE
EM PROVAS QUESTÕES DE EXIGÊNCIA
MÉDIA CÁLCULO 85%

O QUE PRIORIZAR NA RETA FINAL


✓ ATENÇÃO TURMA PCGO (AGENTE/ESCRIVÃO), CONFORME ESTRATÉGIA RETA FINAL:
Dedique o menor tempo possível para o GRUPO 03 (RACIOCÍNIO LÓGICO E GEO-HISTÓRIA),
tendo em vista que representa APENAS 11% de sua prova objetiva e sequer será cobrado na prova
discursiva.
✓ Sendo assim, estude com mais atenção APENAS NESTA META NA SEMANA 01. Depois disso,
vamos apenas REVISAR na meta respectiva (Dia 07 de cada semana). Logo, iremos estudar HOJE
este assunto, posteriormente, apenas realizar a manutenção por meio da revisão por 6 vezes. Isso
é mais do que suficiente para conseguir pontuar nesta disciplina.
✓ RACIOCÍNIO LÓGICO:
✓ Saiba sobre as LEIS DE MORGAN.
✓ Saiba resolver questões sobre a tabela da verdade.
✓ Saiba como proceder com a resolução de Situações-Problema.
✓ Saiba resolver questões sobre probabilidade (Muito importante).

QUESTÕES
A) OBSERVAÇÕES GERAIS:

A maioria ensina que, primeiramente, você deve estudar a teoria e, posteriormente, resolver questões.
Com base em muitos testes e pesquisas, sobretudo, relatos de aprovados em concursos muito difíceis
concluímos que inverter a ordem tradicional aumenta o seu processo de memorização, conforme
ensinado na área do aluno. Sendo assim, solicitamos que siga a sequência QUESTÕES, LEI e TEORIA
(QLT) nesta ordem. Recomendo que faça assinatura no site QCONCURSOS, inclusive, já fiz os “filtros”
de cada assunto para você. No momento de resolver basta clicar no link que será reencaminhado para
o site. Procure estudar a questão lendo os comentários. Começar errando é normal, logo após uma
sequência de erros levará você acertar depois, pois os assuntos se repetem muito! Se a questão cobrar
o texto de algum artigo anote no “mapa da lei” (CLIQUE AQUI).

OBS: Para que serve o “mapa da lei”? Anote no “mapa da lei” os artigos toda vez na qual, ao resolver
as questões, notar que caíram em provas. Ajudará na qualidade da revisão, pois as bancas repetem
muito alguns artigos. Por isso, você precisa “mapear” estes artigos mais cobrados.

• SE ACABAR AS QUESTÕES DA BANCA? Primeiro, resolva todas as questões já criadas pela BANCA
do seu concurso já formuladas anteriormente! Após resolver todas, basta “EXCLUIR” o filtro “BANCA”
para resolver outras questões formuladas sobre o assunto, mas criadas por outra banca! Em outras

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palavras, primeiro você resolve todas da banca, em seguida, parte para resolver questões de outras
bancas sobre o assunto estudado na meta!

• DEVO RESOLVER QUESTÕES DE TODOS OS CARGOS? Sim, exceto questões de cargos carreiras
jurídicas (Juiz, Promotor, Delegado, entre outros). Neste caso, pode pular!

B) ESTUDE PELAS QUESTÕES:

Sobre o assunto, recomendo que resolva, pelo menos, 20 QUESTÕES!

✓ Se é assinante do QCONCURSOS (CLIQUE AQUI)


✓ Se usa outra plataforma, por exemplo, TEC, basta observar os filtros aplicados no site QConcursos
para utilizar em outra plataforma.

OBS: Anote o seu desempenho no “mapa das questões” (CLIQUE AQUI) a quantidade de acertos e
erros para entender em quais assuntos precisa dar uma atenção especial na revisão!

LEI
A) OBSERVAÇÕES GERAIS:

Não há indicação de artigos para este assunto.

TEORIA
A) OBSERVAÇÕES GERAIS:

Este cronograma não dispensa o seu material já utilizado (AULA ou PDF), pois aqui você encontrará o
resumo do assunto e dicas finais. Por isso, caso esteja com muita dificuldade na resolução das
questões sobre algum assunto, sugerimos que estude pelo seu material, além das dicas teóricas do
cronograma. Evite aulas, sendo assim, priorize materiais escritos, entretanto, caso esteja com muita
dificuldade, sugerimos assistir aula do assunto. Em outras palavras, o estudo da teoria, em regra,
precisa ser por materiais escritos, porém, excepcionalmente, deve assistir a aula se
apresentar muita dificuldade nas resoluções das questões.

OBS: Este material já é um RESUMO, desta forma, você não precisa resumir ele escrevendo. Solicito
apenas que complemente escrevendo ou digitando informações não presentes neste cronograma visando
complementá-lo.

B) DICAS FINAIS:

UMA BREVE INTRODUÇÃO: Nesta aula vamos analisar sobre o conteúdo de lógica. Veremos, nessa
primeira aula, o conceito de lógica sentencial (ou proposicional). Começaremos definindo as Leis
de Morgan, assunto breve, mas indispensável em sua prova de Raciocínio Lógico. Partiremos, em
seguida, para a caracterização de uma estrutura lógica.

Adiante, após todo esse embasamento introdutório, daremos início aos tópicos pertinentes à lógica
sentencial que envolverão: Proposições simples e compostas, Tabelas Verdade e Equivalências.
É chegada a hora de, mais uma vez, você trazer a sua raça, que deve te acompanhar sempre, e vir
adquirir, aqui, a técnica necessária para sua aprovação.

▪ LEIS DE MORGAN

Em homenagem ao matemático Augustus De Morgan, nomeou-se as duas leis propostas por ele de “Leis
de Morgan”. Juntas, essas leis, formarão uma base estrutural para nosso estudo.

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“Mas, afinal, para que servem tais leis? ”. Ótima pergunta, futuro aprovado. As Leis De Morgan nos
ensinarão a como negar proposições compostas pelos conectivos “e” e “ou”. De pouco deve ter
adiantado minha resposta, pois o que vem a ser proposições? O que é uma proposição composta? E o
que significa conectivos? Não se desespere, mantenha a calma, todos esses conceitos serão trabalhados
com o maior cuidado possível durante a aula.

Por hora, só é necessário que você entenda a proposição como uma frase, obviamente essa não é a
definição formal de proposição, mas, por agora, é tudo o que precisamos ter em mente.

Exemplo de proposição: Luiz Carlos é professor de Raciocínio Lógico.

IMPORTANTE!!: Toda proposição pode ser classifica em V (Verdadeiro) ou F (Falso), mas não
os dois.

Como na situação do exemplo acima eu sou o professor Luiz Carlos e, de fato, eu ensino o conteúdo de
Raciocínio Lógico a proposição é verdadeira.

Antes de enunciarmos as Leis de Morgan, precisarei comentar com vocês um outro conceito, o de
Modificador

Modificador: Operador lógico cuja função é de negar determinada proposição dada.


Por exemplo, caso apliquemos o modificador, na proposição dada acima, teremos o seguinte:

Luiz Carlos NÃO é professor de Raciocínio Lógico. Mas, repare, se a proposição inicial foi validada
como verdadeira a sua negação representará, obrigatoriamente, uma falsidade.

Se uma proposição é verdadeira, sua negação será falsa.


Se uma proposição é falsa, sua negação será verdadeira.

Mas e como faríamos para negar proposições feitas com o uso dos conectivos “e” e “ou”. Por exemplo,
as seguintes proposições:

• Vou à festa OU não estudarei. (Exemplo de um jovem chantageando a mãe)


• Vou à festa E não estudarei. (Exemplo de um jovem rebelde)

Para negar tais proposições, lançaremos mão das leis de Morgan.

1ª LEI DE MORGAN: Para negar uma proposição composta pelo conectivo “OU”, será preciso negar as
duas proposições simples que a compõem e TROCAR O CONECTIVO “OU” pelo conectivo “E”.

Novamente, não entrem em pânico. O que a lei acima quer nos falar ao citar “duas proposições simples”?
Esse detalhe, que citarei agora, é muito importante. A palavra CONECTIVO recebe esse nome, pois
tem a função de conectar duas proposições distintas, ou seja, a frase que vem antes do conectivo “OU”
é uma proposição simples e a que vem após o uso do conectivo é a segunda proposição simples
citada pela Lei de Morgan.

Após bem entendido os termos técnicos utilizados na 1ª Lei de Morgan, vamos treinar a sua aplicação
na seguinte proposição: “Vou à festa OU não estudarei. ”

Qual é a primeira proposição simples? Isso mesmo que você está pensando, meu caro futuro aprovado.
A primeira proposição simples é a frase que vem antes do conectivo “OU”.

Primeira Proposição Simples: “Vou à festa”

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Negação da Primeira Proposição simples: “Não vou à festa”.

Agora, precisamos identificar a segunda proposição simples. A segunda proposição simples é aquela que
vem posteriormente ao conectivo “OU”.

Segunda Proposição Simples: “Não estudarei”

Negação da Segunda Proposição Simples: “ Estudarei” (observe que, aqui, a negação foi feita
retirando a palavra “não”).
Após negar as duas proposições simples, conforme nos diz a Lei de Morgan, deveremos TROCAR O
CONECTIVO OU PELO CONECTIVO E.

Portanto, a negação da proposição “Vou à festa OU não estudarei. ” Será: “Não vou à festa E
estudarei. ”

2ª LEI DE MORGAN: Para negar uma proposição composta pelo conectivo “E”, será preciso negar as
duas proposições simples que a compõem e TROCAR O CONECTIVO “E” pelo conectivo “OU”.

Fala sério, agora essa segunda lei de Morgan ficou molezinha né?!?. Repare que a definição é a mesma
da primeira lei, tendo sido alterado apenas o tipo de conectivo que une as proposições simples, ao invés
do conectivo “OU” temos, agora, o conectivo “E”.

Então, como ficaria a negação da seguinte proposição: “Vou à festa E não estudarei. ” Não repetirei todo
o processo de identificação das proposições simples que fiz no exemplo anterior, pois quero que você
treine esse conceito sozinho. Mas lembre-se, antes do conectivo

“E” encontra-se a primeira proposição simples, e após o conectivo teremos a segunda proposição. Depois
desse trabalho de identificação, siga a definição da segunda Lei de Morgan. Sua resposta para a negação
da proposição “Vou à festa E não estudarei. ” Deverá ser:

“Não vou à festa OU estudarei”.

RESUMINDO:
● Para negar uma proposição composta pelo conectivo "OU", negue as proposições simples e troque
o conectivo por "E"
● Para negar uma proposição composta pelo conectivo "E", negue as proposições simples e troque o
conectivo por "OU"

OBSERVAÇÃO: CUIDADO COM A CONFUSÃO!!


Para confundir alguns alunos, a banca realizadora do concurso pode alterar o conectivo “E” por “NEM”
ou, “MAS”. Desde que tais alterações não alteram a interpretação semântica da proposição. Veremos
um exemplo no exercício abaixo, que deixará isso mais claro.

EXERCÍCIO:

(CESPE - 2018 - Polícia Federal - Escrivão de Polícia Federal) - Modificado


Julgue o próximo item, considerando a proposição P a seguir.
P: “O bom jornalista não faz reportagem em benefício próprio nem deixa de fazer aquela que prejudique
seus interesses”.
A negação da proposição P é logicamente equivalente à proposição: “Não é verdade que o bom jornalista
faça reportagem em benefício próprio ou que deixe de fazer aquela que prejudique seus interesses”.

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Resolução:
Olhem que questão interessante, elaborada pela banca Cespe, e que traz exatamente o detalhe que
destaquei na observação anterior. O conectivo “E” está camuflado pela palavra “NEM”. Mas o ponto
chave para a resolução desse item será, além de lembrar da segunda Lei de Morgan, o de retornar o
conectivo “E” para a proposição, de forma a não alterar a semântica. Para isso, é necessário que você
se lembre que o advérbio de negação “NEM” significa o mesmo que “ E NÃO”. Ou seja, ao fazermos a
alteração desejada, teremos:
“O bom jornalista não faz reportagem em benefício próprio E NÃO deixa de fazer aquela que
prejudique seus interesses”.

Agora, a questão já está entregue em nossas mãos, basta relembrarmos do que já aprendemos com as
Leis de Morgan (mais especificamente a segunda lei), nessa aula, e teremos a seguinte negação, cobrada
pelo item:

“O bom jornalista faz reportagem em benefício próprio OU deixa de fazer aquela que
prejudique seus interesses”.
Compare a proposição obtida acima com a que o item nos sugere, você verá que as afirmações feitas
trazem sentidos opostos.
Logo, o item é FALSO. ∎

▪ ESTRUTURAS LÓGICAS
Nesse ponto da aula, você já deve ter percebido que todo nosso estudo terá como base o conceito de
proposições, logo será fundamental estabelecer uma definição formal para esse conceito.

DEFINIÇÃO FORMAL DE PROPOSIÇÃO:

Define-se proposição como toda ORAÇÃO DECLARATIVA que PODE SER valorada em VERDADEIRA OU FALSA,
mas não as duas.

Vamos, agora, trabalhar os termos destacados na definição acima para melhor entendermos o conceito
de proposição.

➢ A PROPOSIÇÃO É UMA ORAÇÃO DECLARATIVA

Segundo a língua Portuguesa, uma oração deve, obrigatoriamente, possuir um sujeito e um predicado.

Deste modo, a frase: “O professor Luiz Carlos. ” Não poderá ser considerada como uma oração, pois não
há predicado.

Mas você deve estar se perguntando, “Por que tem que ser uma oração DECLARATIVA? ”. Novamente,
segundo a língua Portuguesa, existem cinco tipos de orações: Declarativa, Exclamativa (expressa
sentimento), Interrogativa (expressa uma interrogação), Imperativa (expressa ordem) e Optativa
(expressa desejo). Para o estudo das proposições, apenas a oração declarativa possui valor, pois é
necessário que a oração indique uma declaração, uma afirmação, isenta de sentimentos,
expressões de desejo, comunicado de ordem; quem desempenha essa função é a oração
declarativa.

Exemplo (Oração Declarativa): “ O professor Luiz Carlos é quem escreve o material de


Raciocínio Lógico. ”

➢ A PROPOSIÇÃO PODE SER VALORADA EM VERDADEIRA OU FALSA, mas não as duas.

Primeiramente, gostaria de comentar sobre a palavra “PODE”, destacada acima.

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O que significa dizer que a proposição PODE ser valorada em verdadeira ou falsa? Significa que TODA
proposição assumirá um valor lógico igual a verdadeiro ou falso, a grande questão é que NEM SEMPRE
saberemos, com certeza, qual dos dois valores lógicos a proposição assume. Veja um exemplo:

“ Existe vida extraterrestre. ” É possível afirmar, com certeza, se a oração declarativa do nosso
exemplo é verdadeira ou falsa? NÃO!!, não é possível. Nos falta uma série de dados e confirmações
científicas para podermos fazer esse tipo de valoração. Mas é indiscutível que o exemplo dado PODE ser
valorado em verdadeiro ou falso, reforço, embora não saibamos fazê-lo.

Obs.: Devido à falta de dados ou conhecimento científico suficiente, nem sempre será possível
classificar uma proposição em verdadeira ou falsa. Mas, é indiscutível, que TODA proposição
PODE ser valorada em verdadeira ou falsa.

Por fim, o último critério que uma oração declarativa deve seguir para ser classificada como uma
proposição será o da unicidade. Uma proposição, em hipótese alguma, aceitará ser valorada em
verdadeira e falsa simultaneamente. Ou seja, a proposição assumirá valor lógico verdadeiro ou
falso, mas nunca ambos.

RESUMINDO: CRITÉRIOS PARA UMA EXPRESSÃO SER CLASSIFICADA COMO PROPOSIÇÃO.

● Ser uma Oração Declarativa

● PODER ser valorada em Verdadeira ou Falsa

● Seguir o Princípio da Unicidade. (Assumir apenas um valor lógico)

OBS.: Em matemática, existe um tipo de sentença importantíssima, trata-se da sentença aberta.

EXEMPLO: x + 7 = 15 (É possível julgar, em verdadeiro ou falso, esse tipo de sentença


matemática? NÃO, não é possível, logo NÃO se trata de um exemplo de proposição)

O valor de “x” assume o papel de uma variável, ou seja, pode admitir inúmeros valores, por essa razão,
a sentença é chamada de aberta. Note que, se o valor de “x” estivesse fixado em 8, teríamos que 15 =
15, e aí sim, poderíamos valorar a sentença como verdadeira. Mas esse não é o caso, “x” está livre
para assumir diversos outros valores.

.1 LEIS DO PENSAMENTO:
As definições que conceituamos no tópico anterior podem ser resumidas em três simples Leis do
Pensamento, são elas:
1) Princípio da Identidade: Uma proposição verdadeira é sempre verdadeira. Uma proposição falsa é
sempre falsa.
2) Princípio da não contradição (ou da Unicidade): Uma proposição não pode ser verdadeira e falsa
simultaneamente.
3) Princípio do Terceiro Excluído: Uma proposição só pode ter dois valores lógicos, isto é, é
verdadeira (V) ou falsa (F), não podendo ter outro valor. Não há meio termo.

.2 MODIFICADORES:
Para finalizarmos o tópico de estruturas lógicas, gostaria de formalizar com vocês a noção de
modificadores, já introduzida nas Leis de Morgan. Apresentarei, pela primeira vez nessa aula, alguns
símbolos lógicos. Já adianto que a maior fonte de erros, em questões sobre lógica para concursos,
advém da interpretação errada desses símbolos, então, desde já, recomendo que você comece a criar
uma espécie de lista, ou resumo, com todos esses símbolos, de forma que com o tempo você se habitue
com a representação e o significado de cada um.

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DEFINIÇÃO:

Modificadores são operadores lógicos que alteram o valor lógico da proposição. Ou seja, se
uma proposição é valorada como verdadeira, então, ao aplicarmos o modificador, teremos
uma proposição falsa. Da mesma forma, uma proposição falsa, após a aplicação do
modificador, passará a ter valor lógico verdadeiro.

ATENÇÃO!! Os símbolos lógicos que indicaram que uma proposição foi modificada são: ~ ou ¬

Obs.: Em lógica é comum representar uma proposição com letras do alfabeto. Por Exemplo:
p: O professor Luiz Carlos é quem escreve o material de Raciocínio Lógico.
Utiliza-se a letra “p” para fazer menção a essa proposição. Caso houvessem mais proposições,
poderíamos utilizar as letras “q”, “r” e assim em diante.

Agora, para treinarmos o conceito de modificadores, como ficaria a proposição “p”, acima, após a
aplicação do modificado

~p ou ¬p: O professor Luiz Carlos não é quem escreve o material de lógica

Observe que “p” é uma proposição verdadeira, então “ ~p ”é uma proposição falsa. Interpretaremos
“ ~p “ como a negação de p. Para negar uma proposição simples, basta modificar o verbo.

Mais alguns exemplos:


q: O Brasil está localizado na América do Sul. (Proposição Verdadeira)
~q: O Brasil não está localizado na América do Sul. (Proposição Falsa)
r: Moçambique não é um país localizado na África. (Proposição Falsa)
~r: Moçambique é um país localizado na África. (Proposição Verdadeira)

▪ Tabela verdade que representa a ação lógica dos modificadores

p ~p
V F
F V

A tabela verdade, mostrada acima, dispõem de todas as possibilidades de valores de uma proposição
qualquer “p” e os correspondentes de sua negação.

A tabela-verdade tem como função nos mostrar as relações entre os valores lógicos das proposições.
Utilizaremos Tabelas-verdade, especialmente, para determinar valores lógicos de uma
proposição constituída de várias proposições simples. Não se preocupe, mais para frente isso
ficará mais claro.

3. PROPOSIÇÕES SIMPLES E COMPOSTAS

Nesse tópico, veremos maneiras de construir novas proposições (proposições compostas) a partir de
proposições simples. Já discutimos um pouco sobre isso nas leis de Morgan, agora formalizaremos alguns
conceitos e introduziremos outros.

DEFINIÇÃO DE CONECTIVO: Operadores lógicos cuja função é ligar, unir, em uma mesma proposição
(proposição composta) duas proposições simples.

DEFINIÇÃO DE PROPOSIÇÃO SIMPLES: Uma proposição simples é uma oração declarativa feita sem
o uso de conectivos. Ver os exemplos feitos na Lei de Morgan

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DEFINIÇÃO DE PROPOSIÇÃO COMPOSTA: Uma proposição composta é formada por duas ou mais
proposições simples ligadas por conectivos. Ver exemplos na Lei de Morgan

▪ O grande objetivo desse tópico será apresentar todos os cincos conectivos fornecidos pela
língua portuguesa, seus respectivos símbolos lógicos e a implicação lógica de cada um deles.
São eles: “ e “ (conectivo de conjunção), “ ou “ (conectivo de disjunção inclusiva), “ou ... ou...”
(conectivo de disjunção exclusiva) e, por fim, os conectivos condicionais “ se... então... “, “ se e
somente se “. Veremos, em detalhes, cada um deles.

EXEMPLOS:
p: A terra gira em torno do sol E quem nasce em Goiânia é goiano. (Conectivo de Conjunção)
q: Francisco é alto OU Paulo é atleta. (Conectivo de Disjunção Inclusiva)
r: OU estudo Língua Inglesa OU estudo Língua Francesa. (Conectivo de Disjunção Exclusiva)
s: SE um triângulo tem todos os lados iguais, ENTÃO ele é equilátero. (Conectivo Condicional)
t: O triângulo é equilátero SE E SOMENTE SE o triângulo possui todos os lados iguais. (Conectivo
Condicional)

3.1Conectivo Conjunção p ∧ q ( Lê-se: “p” E “q”)

Duas proposições simples poderão ser combinadas pelo conectivo “E”, a junção dessas proposições
simples formará uma proposição composta, que será chamada de conjunção das proposições iniciais.

ATENÇÃO: O símbolo lógico que representa o conectivo conjunção das proposições iniciais é ∧
Exemplo: Serei aprovado no concurso E comprarei um carro novo.
Vamos separar a proposição acima em duas proposições simples:
p: Serei aprovado no concurso.
q: Comprarei um carro novo.
Logo, p ∧ q: Serei aprovado no concurso E comprarei um carro novo.

➢ Um outro ponto muito cobrado pelas provas, além do conhecimento dos conectivos e seus respectivos
símbolos lógicos, é a capacidade de o candidato analisar corretamente quando a proposição composta
(proposições simples unidas pelo conectivo) terá valor lógico verdadeiro e quando será falso.

▪ Proposições compostas com o uso do conectivo ∧ (“e”) serão verdadeiras APENAS se as duas
proposições simples que a compõem também forem verdadeiras.

Ou seja, a proposição composta do exemplo dado acima terá valor lógico verdadeiro APENAS se as
proposições simples “p” e “q” forem verdadeiras.
Suponha que você seja aprovado, proposição simples indiscutivelmente verdadeira caso você esteja
estudando através do meu material, mas não queira comprar um carro novo. Logo, a proposição
composta do exemplo terá valor lógico falso, pois a proposição “q” que afirma a compra de um carro
novo será falsa.

Agora suponha uma outra situação: Seu concorrente, que não leu meus materiais, não será aprovado
no concurso. Logo a proposição simples “p” é falsa, desse modo é impossível que a proposição
composta do exemplo seja verdadeira, independentemente de ser verdadeiro ou falso a proposição
simples que afirma que ele comprará um carro, pois, repetindo, uma proposição composta pelo
conectivo " ∧” ´só será verdadeira caso as duas proposições simples que a compõe também
sejam verdadeiras.

▪ Agora, com muito cuidado, vamos interpretar a tabela-verdade que mostrará todas as combinações
entre os valores lógicos possíveis das proposições simples e o consequente resultado do valor
lógico da proposição composta.

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MUITO IMPORTANTE!! A tabela verdade tem como função nos mostrar quando a proposição
composta possui valor lógico verdadeiro ou falso.

p Q p∧q

V V V

V F F

F V F

F F F

A interpretação de uma tabela verdade leva em conta todas as possibilidades de combinação entre
valores lógicos das proposições “p” e “q” e consequentemente o resultado da proposição conjunção p ∧
q. Deveremos analisar linha por linha, repare que existem quatro linhas que indicam valorações em V e
F das proposições, vamos analisá-las:

1ª linha: Proposição “p” verdadeira e “q” também verdadeira. Essa é a ÚNICA combinação que
resulta em p ∧ q verdadeiro (relembrando, p ∧ q é verdadeiro APENAS se “p” for verdadeiro e
“q” também for verdadeiro).

2ª linha: Proposição “p” verdadeira e “q” falsa, logo p ∧ q é falsa (pelo mesmo motivo que citei
acima).

3ª linha: Proposição “p” falsa e “q” verdadeira, logo p ∧ q é falsa.

4ª linha: Proposição “p” falsa e “q” também é falsa, logo p ∧ q é falsa.

3.2Disjunção Inclusiva p ⋁ q (Lê-se: “p” OU “q”)

Duas proposições simples poderão ser combinadas pelo conectivo “OU”, a junção dessas proposições
simples formará uma proposição composta, que será chamada de disjunção inclusiva das
proposições iniciais.

ATENÇÃO: O símbolo lógico que representa o conectivo disjunção inclusiva é “∨”.


Exemplo: Casarei no fim do ano OU comprarei uma bicicleta.
Novamente, vamos separar as proposições simples em “p” e “q”
“p”: Casarei no fim do ano.
“q”: Comprarei uma bicicleta.

Portanto, p V q (lê-se “p” ou “q”) é igual a: Casarei no fim do ano OU comprarei uma bicicleta.

➢ Vimos, no item anterior, a condição para a proposição conjunção ser verdadeira. A disjunção inclusiva
também apresenta uma condição específica para ser validada como verdadeira.

▪ Proposições compostas com o uso do conectivo ∨ (“OU”) serão verdadeiras se AO MENOS uma
das proposições simples, “p” ou “q”, for verdadeira. Logo p V q é falsa se e somente se p e q são
ambas falsas.

Retornando ao nosso exemplo, o que tornaria a nossa disjunção inclusiva verdadeira?

Temos três possibilidades de resposta para pergunta acima. Se “p” for verdadeira e “q” também for
verdadeira (situação em que caso no fim do ano e compro a bicicleta). Segunda possibilidade, “p”
verdadeira e “q” falsa (caso e não compro a bicicleta). Terceira possibilidade “p” falsa e “q”
verdadeira (não caso e compro a bicicleta).

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Apenas UMA combinação entre as proposições simples resulta em uma disjunção inclusiva falsa. É a
situação em que “p” e “q” são falsas (não caso e não compro a bicicleta). Vamos representar todas
essas possibilidades, descritas acima, na tabela-verdade.

P q pVq

V V V

V F V

F V V

F F F

MACETE !! : É bem comum a confusão com os símbolos que representam proposições do tipo
conjunção (“⋀") e disjunção inclusiva (“V”). Para isso, mostrarei um macete inventado para
ajudar nessa memorização dos símbolos.

Colocaremos a leta “O” antes de cada um desses símbolos, logo teremos:


O⋀ / OV
Em qual das opções acima você consegue ler a palavra “OU”? Na segunda, não é? Então, com
esse macete, conseguiremos identificar que é o símbolo “V” que está relacionado com a
palavra “OU”, logo é ele que representa a disjunção inclusiva. Portanto, resta ao símbolo ∧
ser o responsável pela proposição do tipo conjunção, ou seja, ∧ é o operador lógico que
significa “E”.

3.3Disjunção Exclusiva p ∨ q (Lê-se: OU “p” OU “q”)

A disjunção exclusiva representa o segundo modo fornecido pela Língua Portuguesa para montar
proposições compostas com a conjunção “OU”. Vimos, no item anterior, a primeira maneira.
Utilizaremos o mesmo exemplo para que você veja como ficará a construção da proposição nesse
segundo modo.

ATENÇÃO: O símbolo lógico que representa o conectivo disjunção exclusiva é “ ∨ ”.

Exemplo: OU Casarei no fim do ano OU comprarei uma bicicleta.


É muito importante que você saiba identificar as proposições simples nesse tipo de estrutura. A primeira
proposição simples vem depois do uso do primeiro OU e a segunda proposição simples vem após o uso
do segundo OU. Desse modo, ”p” e “q” são iguais respectivamente a:
“p”: Casarei no fim do ano.
“q”: Comprarei uma bicicleta.

Logo, p ∨ q (lê-se: OU “p” OU “q”): OU Casarei no fim do ano OU comprarei uma bicicleta.
Mas qual é a condição necessária para que a proposição acima seja classifica como verdadeira?

A disjunção exclusiva p ∨ q é verdadeira se EXATEMENTE uma das proposições simples, p ou


q, for verdadeira, e a outra for falsa. Justamente por isso que esse tipo de conectivo recebe o
nome de disjunção exclusiva, se uma proposição simples for verdadeira, a outra,
obrigatoriamente, deverá ser falsa, ou seja, uma proposição exclui a outra.

p q p∨q

12
V V F

V F V

F V V

F F F

Vamos interpretar a tabela-verdade acima.


1ª linha: Proposição “p” verdadeira e “q” também verdadeira. Essa combinação resulta em p ∨ q falso
(relembrando, p ∨ q é verdadeiro se EXATAMENTE uma das proposições simples, “p” ou “q”, for
verdadeira).

2ª linha: Proposição “p” verdadeira e “q” falsa, logo p ∨ q é verdadeiro (Condição satisfeita,
exatamente uma das duas proposições é verdadeira).

3ª linha: Proposição “p” falsa e “q” verdadeira, logo p ∨ q é verdadeiro (mesmo motivo citado na
explicação da segunda linha).

4ª linha: Proposição “p” falsa e “q” também é falsa, logo p ∧ q é falso. (Condição não satisfeita, as duas
proposições, nesse caso, possuem valor lógico falso).

Conectivo Disjunção Inclusiva X Conectivo Disjunção Exclusiva

Quero destacar a diferença de condições para que as proposições do tipo disjunção inclusiva e disjunção
exclusiva sejam verdadeiras.

• Disjunção Inclusiva: Terá valor lógico verdadeiro quando AO MENOS uma das proposições
simples, “p” ou “q”, for verdadeira. Não pode ocorrer o caso das duas serem falsas.

• Disjunção Exclusiva: Terá valor lógico verdadeiro quando EXATEMENTE uma das proposições
simples, ”p” ou “q”, for verdadeira. Não pode ocorrer o caso das duas serem falsas ou de
ambas serem verdadeiras.

3.4Condicional p → q ( Lê-se: Se “p” então “q”)

Duas proposições simples poderão ser combinadas com o uso da palavra “SE” antes da primeira
proposição simples e a inclusão da palavra “ENTÃO” antes da segunda proposição simples. Esse tipo de
estrutura recebe o nome de proposição condicional e tem a seguinte representação “p → q” (Lê-se:
SE “p” ENTÃO “q”).

Obs.: Algumas bibliografias e bancas de concurso utilizam a simbologia p ⊃ c, muito embora, esse tipo
de notação seja bem menos comum.

A proposição simples que vem antes da palavra “ENTÃO” recebe o nome de antecedente.
A proposição simples que vem após a palavra “ENTÃO” recebe o nome de consequente.

ATENÇÃO: O símbolo lógico que representa o conectivo disjunção exclusiva é “→”.

13
Exemplo: SE vou ao Shopping, ENTÃO comprarei uma roupa nova.
Vamos, então, identificar o antecedente e o consequente do exemplo acima:

Antecedente (“p”): Vou ao Shopping.


Consequente (“q”): Comprarei uma roupa nova.

MUITO IMPORTANTE!!: Esse tipo de proposição recebe o nome de proposição condicional


justamente por estabelecer uma relação de condição entre as proposições simples. A segunda proposição
simples, que vem após a palavra “então”, é chamada de consequente, pois ela é uma consequência da
ocorrência da primeira proposição. Ou seja, se “p” ocorre, então “q” tem que ocorrer,
OBRIGATORIAMENTE.

Definiremos, então, que o condicional p → q é falso SOMENTE quando “p” for verdadeira e “q” for falsa.
TODAS as outras possibilidades serão verdadeiras, observe:

Vou ao Shopping Comprarei roupa nova


(proposição antecedente) (proposição consequente)
SITUAÇÃO 1 Verdadeira Verdadeira
SITUAÇÃO 2 Verdadeira Falsa
SITUAÇÃO 3 Falsa Verdadeira
SITUAÇÃO 4 Falsa Falsa

Situação 1: Vou ao Shopping recebe uma valoração lógica verdadeira, consequentemente a segunda
proposição (proposição consequente) comprarei roupa nova também tem valor lógico verdadeiro.
Sem dúvidas, esse é um caso em que a proposição condicional é verdadeira.

Situação 2: Vou ao Shopping tem valor lógico verdadeiro, mas a relação de consequência é quebrada,
pois a proposição consequente (Comprarei roupa nova) está sendo valorada como falsa. Portanto, a
proposição condicional é falsa.

Situação 3: Muita atenção nessa situação e na próxima, ambas tratarão do caso em que a proposição
antecedente é falsa. Se a proposição antecedente é falsa, a proposição consequente fica livre
para assumir qualquer valor lógico possível, pois, a única regra, era a de que se “p” for
verdadeira “q”, obrigatoriamente, também deverá ser. Nada é dito caso a proposição
antecedente seja falsa. Ou seja, se a proposição inicial é falsa, a proposição condicional será
verdadeira, independentemente do valor lógico da proposição consequente.

Situação 4: Mesmo caso da situação 3, proposição antecedente falsa, logo independentemente do lógico
da proposição consequente a proposição condicional será verdadeira. A única alteração entre a
situação 3 e a situação 4 é que a proposição “Comprarei roupa nova” é verdadeira e falsa
respectivamente, mas como já havíamos dito, isso não altera o valor lógico da proposição condicional.

Obs.: Existe apenas UMA possibilidade para a proposição condicional assumir valor lógico
falso: Se a proposição antecedente for verdadeira e a consequente for falsa.

Vamos, novamente, resumir todas essas possibilidades em uma tabela-verdade.

p q p→
q
V V V

V F F

F V V

F F V

14
3.5 Bicondicional p ↔ q (Lê-se: “p” SE e Somente SE “q”)
Duas proposições simples poderão ser conectas com o uso do conectivo bicondicional. Obtendo-se,
então, uma nova proposição p ↔ q, lê-se: “p” SE e Somente SE “q”. Para facilitar o seu entendimento,
consideraremos o bicondicional como a aplicação do condicional, visto no item anterior, duas vezes,
sendo aplicado da seguinte forma:

• p → q: “p” antecedente e “q” consecutivo. Se “p” ocorre, então, obrigatoriamente, “q” ocorre.
• q → p: “q” antecedente e “p” consecutivo. Se “q” ocorre, então, obrigatoriamente, “p” ocorre.

O bicondicional é a junção dessas duas aplicações separadas do conectivo condicional. Ou seja, o


bicondicional estabelecerá um valor lógico verdadeiro APENAS se ambas proposições simples
forem verdadeiras ou ambas forem falsas.

Você pode entender o bicondicional como uma espécie de “amarra”, as proposições simples deverão
estar “amarradas” com o mesmo valor lógico (ambas verdadeiras ou ambas falsas) para que, assim,
o valor da proposição composta seja validado como verdade.

ATENÇÃO: O símbolo lógico que representa o conectivo bicondicional é “⟷ ”.

Exemplo: O triângulo é equilátero SE E SOMENTE SE o triângulo possui todos os lados iguais.


Vamos separar a proposição composta acima em duas proposições simples:
p: O triângulo é equilátero.
q: O triângulo possui todos os lados iguais.

Imagine um triângulo que, de fato, seja equilátero. Novamente, o conceito da “amarra” será muito
importante. Se o triângulo é equilátero, então a proposição “p” é verdadeira, mas “p” ser verdadeira
torna, obrigatoriamente, “q” verdadeiro, pois é sabido que o triângulo equilátero tem todos os lados
iguais.

Pensemos no sentido contrário. Agora, assumiremos um triângulo que, de fato, possui todos os seus
lados iguais, portanto a proposição “q” deve ser validada como verdade. Mas novamente, “q” ser verdade
implica, obrigatoriamente, em “p” ser verdade, pois um triângulo cujos lados são iguais é definido como
um triângulo equilátero. Repare, as duas proposições estão amarradas.

Agora, veja o seguinte exemplo: O número 13 é ímpar SE E SOMENTE SE a capital do Brasil é


o Rio de Janeiro.
Proposição simples “p”: O número 13 é ímpar.
Proposição simples “q”: A capital do Brasil é o Rio de Janeiro.

A proposição simples “p” é sabidamente verdadeira, pois 13 é, de fato, um número ímpar. Mas a
proposição “q” é falsa, uma vez que Rio de Janeiro não é a capital do Brasil. Logo, é impossível que a
construção da proposição composta utilizando o conectivo SE E SOMENTE SE seja verdadeira.

Como já vimos, esse conectivo exige que ambas proposições simples sigam o mesmo valor lógico
Portanto, vamos resumir tudo o que foi dito em uma tabela verdade para esse conectivo.

p q p↔
q
V V V

V F F

F V F

F F F

15
Como dito, a proposição composta só terá valor lógico verdadeiro se as proposições simples
que a compõem forem ambas verdadeiras ou ambas falsas.

Valores lógicos opostos das proposições simples indicam em uma proposição composta falsa,
para o uso desse conectivo em questão.

RESUMO DA LISTA DE TODOS OS CONECTIVOS

A tabela-verdade, abaixo, reúne e resume todas as tabelas-verdade que foram construídas,


individualmente, à medida que comentávamos sobre cada conectivo em específico.

1. EQUIVALÊNCIAS LÓGICAS:

Já adianto, esse assunto é, sem dúvidas, o mais cobrado em provas de Raciocínio Lógico para
concurso, independente da banca realizadora, por isso, peço sua máxima atenção e cuidado com esse
material. Vamos, juntos, conquistar mais um pedacinho da sua futura aprovação.

Veremos, aqui, um conceito fundamental em sua prova: PRPOSIÇÕES LOGICAMENTE


EQUIVALENTES.

Antes de apresentar a definição formal, gostaria de ressaltar, sem grandes pormenores, que duas
proposições são logicamente equivalentes quando o sentido expresso é o mesmo. Por exemplo:
p: Foi aprovado o aluno que estudou com o professor Luiz Carlos.
q: O aluno que estudou com o professor Luiz Carlos foi aprovado.

As proposições acima dizem exatamente a mesma coisa, ou seja, possuem o mesmo significado, portanto
o valor lógico atribuído à proposição “p” tem que ser o mesmo da proposição “q”. Logo, se “p” é
verdadeira, então “q” também será.

16
Definição: Diremos que duas proposições “p” e “q” são logicamente equivalentes (indicaremos isso com a
notação P ⇔ Q) se as tabelas-verdade dessas duas proposições são idênticas.

RESUMINDO: Duas proposições serão equivalentes se possuírem os mesmos valores lógicos. Em


proposições simples só existem duas possibilidades: verdade ou falsidade. Em proposições compostas,
já vimos que seu valor lógico será dado pela tabela-verdade, logo duas proposições compostas serão
equivalentes somente se possuírem o mesmo valor lógico em todas as linhas da tabela-
verdade.

• EQUIVALÊNCIAS BÁSICAS
1. p e p = p
Ex.: André é inocente e inocente = André é inocente
2. p ou p = p
Ex.: Ana foi ao cinema ou ao cinema = Ana foi ao cinema

3. p e q = q e p
Ex.: O cavalo é forte e veloz = O cavalo é veloz e forte

4. p ou q = q ou p
Ex.: O carro é branco ou azul = O carro é azul ou branco

5. p ↔ q = q ↔ p
Ex.: Amo se e somente se vivo = Vivo se e somente se amo.

6. p ↔ q = (p→q) e (q→p)
Ex.: Amo se e somente se vivo = Se amo então vivo, e se vivo então amo

Vejamos, agora, um exemplo de equivalência que não é tão claro de princípio:

CONSIDERE AS SEGUINTES PROPOSIÇÕES SIMPLES:

p: João fugiu da escola.


q: João foi deixado de castigo.

Agora, precisarei que você se recorde um pouco da lista de conectivos apresentada na aula passada. Irei
encadear as proposições simples “p” e “q” pelo conectivo condicional (→), visto anteriormente. Logo,
teremos a proposição composta p → q. Expressa verbalmente, a proposição composta p → q ficará da
seguinte forma:

p → q: SE João fugir da escola, ENTÃO ele ficará de castigo.

Por hora, guarde a proposição composta acima. Iremos, agora, montar uma outra proposição composta
para, então, compararmos as duas e verificarmos se são proposições equivalentes ou não.
A proposição composta que iremos formar agora será a seguinte: ∼ p ∨ q.

Novamente, é muito importante que você se recorde da aula passada. A proposição (∼ p ∨ q) é formada
pela negação de “p” com a disjunção de “q”. Logo, expressa verbalmente, a proposição composta ∼ p ∨
q ficará da seguinte forma:

∼ p ∨ q: João não fugiu da escola OU João foi deixado de castigo.

17
OBS.: Verbalmente, pode ser complicado perceber que duas proposições compostas são
equivalentes, por isso eu SEMPRE ACONSELHAREI você a montar a tabela verdade para essas
duas proposições compostas e, somente após isso, verifique se são equivalentes ou não.

Se você retornar na aula passada verá que eu apresentei uma maneira de construir tabelas-verdade de
uma proposição composta. A proposição encadeada pelos seguintes conectivos: p → q ↔ ∼ p ∨ q tem a
seguinte tabela-verdade (caso ainda tenha dúvidas na montagem da tabela-verdade, peço que retorne
ao conteúdo anterior).

A tabela-verdade da proposição p → q ↔ ∼ p ∨ q é a seguinte:


p q p→q ∼p ∼p∨q p → q↔ ∼ p ∨
q
V V V F V V
V F F F F V
F V V V V V
F F V V V V

Observe as colunas correspondentes às proposições p → q e ∼ p ∨ q na tabela verdade acima.


Como são idênticas, tais proposições são equivalentes.

Obs.: Obviamente, na hora da sua prova, você não terá necessidade de construir a última coluna da
tabela-verdade acima. Caso você esteja apenas interessado em verificar a equivalência entre as
proposições p → q e ∼ p ∨ q, basta apenas a construção da tabela-verdade dessas duas proposições.

• EQUIVALÊNCIAS LÓGICAS FUNDAMENTAIS

MUITO DESTAQUE PARA ESSA PARTE, AS TRÊS EQUIVALÊNCIAS MOSTRADAS ABAIXO SÃO AS
QUE MAIS SÃO COBRADAS NA PROVA.

1) p → q ⇔ ∼p V q
Para confirmar, basta lembrar da tabela-verdade de P -> Q e construir a de ~P ou Q. Para a
primeira, lembra que é falsa em apenas uma ocasião (P é verdadeira e Q falsa):

Ou seja, a equivalência é obtida a partir da disjunção entre a negação do antecedente (~P) e


o consequente (Q).
(IBFC – 2016 – EBSERH) De acordo com a lógica proposicional, a frase que é equivalente a:
“Se Marcos estudou, então foi aprovado” é:
(A) Marcos não estudou e foi aprovado.
(B) Marcos não estudou e não foi aprovado.
(C) Marcos estudou ou não foi aprovado.
(D) Marcos estudou se, e somente se, foi aprovado.
(E) Marcos não estudou ou foi aprovado.

Solução:
Em “Se Marcos estudou, então foi aprovado”, antecedente e consequente são,
respectivamente, dados dos “Marcos estudou” e “foi aprovado”. Para identificar a proposição
equivalente, desconsideramos o “se”, negamos o antecedente, trocamos o “então” pelo “ou”
e, por fim, mantemos o consequente:

18
Gabarito: Alternativa E.

2) p V q ⇔ ∼p → q
Da equivalência apresentada em (7) podemos deduzir outra propriedade que vem sendo muito
cobrada recentemente. Para tal, basta trocar, em P -> Q = ~P ou Q, a proposição P pela sua
negação. Veja:

O uso é muito parecido com a primeira propriedade. A disjunção pode ser transformada em
proposição condicional negando-se a primeira proposição, trocando o “ou” pelo “então”,
mantendo a segunda proposição para, a seguir, fazer devidos ajustes. Vejam a próxima
questão:

Exemplo 04.
(Quadrix – 2017 – CRF MT) A afirmação “Maria é médica ou João é professor” tem como
sentença logicamente equivalente:
(A) Se João é professor, então Maria é médica.
(B) Se Maria é médica, então João é professor.
(C) Se Maria não é médica, então João é professor.
(D) Não é verdade que Maria é médica, então João é professor.
(E) Não é verdade que João é professor, então Maria é médica.

Solução:
Em “Se Marcos estudou, então foi aprovado”, antecedente e consequente são,
respectivamente, dados dos “Marcos estudou” e “foi aprovado”. Para identificar a proposição
equivalente, desconsideramos o “se”, negamos o antecedente, trocamos o “então” pelo “ou”
e, por fim, mantemos o consequente:

Gabarito: Alternativa C.

A maior parte das equivalências que compõem este texto envolve a proposição condicional e,
para seguir para o final, vamos conversar sobre mais duas regrinhas bem importante: a
“contra-positiva” e a negação da proposição condicional:

3) p → q ⇔ ∼q → ∼p
Esta equivalência, além de despencar em provas de concurso, é muito importante na própria
matemática para propor demonstrações mais simples em certas situações. A ideia é partir da
negação do consequente para desenvolver linha de raciocínio para chegar à negação do
antecedente.
Exercício:

19
(FCC – 2016 – TRT 20ª Região) Do ponto de vista da lógica, a proposição “se tem OAB, então
é advogado” é equivalente à
(A) tem OAB ou é advogado.
(B) se não tem OAB, então não é advogado.
(C) se não é advogado, então não tem OAB.
(D) é advogado e não tem OAB.
(E) se é advogado, então tem OAB.

Solução:
Resolver esta questão consiste em aplicar a contra-positiva para determinar proposição
equivalente para “se tem OAB, então é advogado”. Para tal, partimos da negação de “é
advogado” para obter a negação de “tem OAB”. Ou seja:

Gabarito: Alternativa C.

NEGAÇÃO DE PROPOSIÇÕES

Na linguagem corrente, a negação de uma proposicão é feita, em geral, posicionando o advérbio não
antes do verbo da proposicão dada:

p: João estuda pela manhã.


∼ p: João não estuda pela manhã.
Quando a proposicão já contém o advérbio não em sua estrutura, sua negação pode ser feita
excluindo-se o advérbio:
q: O sol não é azul.
∼ q: O sol é azul

Podemos negar uma proposicão antepondo a ela expressões como “não é verdade que "ou “é
falso que"
r: João estuda pela manhã.
∼ r: Não é verdade que João estuda pela manhã.

NEGAÇÃO DA CONJUNÇÃO E DA DISJUNÇÃO

Considere a proposicão condicional:


p: Marcos gosta de cachorros e Marta ama gatos .
Podemos negar a proposicão da forma:
∼ p: Não é verdade que Marcos gosta de cachorros e Marta ama gatos.
Ou então poderemos negar das seguintes formas:
• ∼ p: Marcos não gosta de cachorros ou Marta não ama gatos.
• ∼ p: Marcos gosta de cachorros ou Marta ama gatos.
• ∼ p: Marcos não gosta de cachorros e Marta não ama gatos.

NEGAÇÃO DA CONDICIONAL

Podemos obter a negação da condicional p → q pelo uso do método dedutivo:


∼ (p → q) ⇔ ∼ (∼ p ∨ q) ⇔ ∼ (∼ p)∧ ∼ q ⇔ p∧ ∼ q
A negação da sentença
p → q: Se n é um número primo, então 2n − 1 é um número primo.
É:

20
∼ (p → q): n é um número primo e 2n − 1 não é um número primo.
OBS: É comum trocarmos o conectivo e por um sinônimo (sob o ponto de vista lógico) mas:
∼ (p → q): n é um número primo mas 2n − 1 não é um número primo.

NEGAÇÃO DE PROPOSIÇÕES QUANTIFICADAS

Mas o que são quantificadores?


Quantificadores são palavras ou expressões que indicam que houve quantificação. São exemplos de
quantificadores as expressões: existe, algum, todo, cada, pelo menos um, nenhum.

Vejamos exemplos de proposições quantificadas.

Tipo de proposição quantificada Exemplo


Proposição universal afirmativa Todo recifense é pernambucano.
Proposição universal negativa Nenhum recifense é pernambucano.
Proposição particular afirmativa Algum recifense é pernambucano.
Proposição particular negativa Algum recifense não é pernambucano.

Observe que a proposição universal negativa “Nenhum recifense é pernambucano” equivale a dizer que
“Todo recifense não é pernambucano”. Dessa forma, a expressão “nenhum” pode ser substituída pela
expressão “todo… não …”.

Tudo que você precisa para negar uma proposição quantificada é saber como classificá-la. Por essa
razão, é muito importante conhecer os “apelidos” dos quantificadores. Observe a tabela a seguir:

Exemplo
Tipo de proposição quantificada
Proposição universal afirmativa Todo recifense é pernambucano.
Nenhum recifense é pernambucano.
Proposição universal negativa
Todo recifense não é pernambucano.
Algum recifense é pernambucano.
Existe recifense que é pernambucano.
Proposição particular afirmativa Pelo menos um recifense é pernambucano.
Existe algum recifense que é pernambucano.

Algum recifense não é pernambucano.
Existe recifense que não é pernambucano.
Proposição particular negativa
Pelo menos um recifense não é pernambucano.
Existe algum recifense que não é pernambucano.

EM SUMA: o quantificador pode ser universal (todo/nenhum) ou particular (algum/existe/pelo menos


um). O verbo pode ser afirmativo ou negativo.

Lembre-se que o “nenhum” possui um “não” implícito. Portanto, a sentença “Nenhum A é B” é universal
negativa.

Note que uma sentença aberta quantificada é uma proposição. Então, como proposição, pode ser negada.

É muito simples negar proposições quantificadas.

Se o quantificador utilizado for universal, a negação utilizará um quantificador particular.


Se o quantificador utilizado for particular, a negação utilizará um quantificador universal.

21
Se o verbo for afirmativo, a negação utilizará um verbo negativo.
Se o verbo for negativo, a negação utilizará um verbo afirmativo.

Isso pode ser resumido na seguinte tabela:


PROPOSIÇÃO NEGAÇÃO
Universal afirmativa (“todo…”) Particular negativa (“algum… não”)
Universal negativa (“nenhum…” ou “todo…
Particular afirmativa (“algum…”)
não…”)
Universal negativa (“nenhum…” ou “todo…
Particular afirmativa (“algum…”)
não …”)
Particular negativa (“algum… não”) Universal afirmativa (“todo…”)

VAMOS REPETIR:
• Se a proposição original utiliza o quantificador UNIVERSAL, a sua negação terá um quantificador
PARTICULAR.
• Se a proposição original tem um quantificador PARTICULAR, sua negação utilizará o quantificador
UNIVERSAL.
• Verifique ainda que se a proposição original é AFIRMATIVA, sua negação será NEGATIVA. Se a
proposição original é NEGATIVA, sua negação será AFIRMATIVA.

VEJAMOS ALGUNS EXEMPLOS:


Exemplo 1
p: Algum político é honesto.
p: Existe político honesto.
A proposição dada é uma PARTICULAR AFIRMATIVA. Sua negação será uma UNIVERSAL NEGATIVA.
~p: Nenhum político é honesto.
~p: Todo político não é honesto.

Exemplo 2
p: Nenhum brasileiro é europeu.
p: Todo brasileiro não é europeu.
A proposição dada é uma UNIVERSAL NEGATIVA. Sua negação será uma PARTICULAR AFIRMATIVA.
~p: Algum brasileiro é europeu.
~p: Existe brasileiro que é europeu.
~p: Existe algum brasileiro que é europeu.
~p: Pelo menos um brasileiro é europeu.

Exemplo 3
p: Todo concurseiro é persistente.
A proposição dada é uma UNIVERSAL AFIRMATIVA. Sua negação será uma PARTICULAR NEGATIVA.
~p: Algum concurseiro não é persistente.
~p: Existe concurseiro que não é persistente.
~p: Existe algum concurseiro que não é persistente.
~p: Pelo menos um concurseiro não é persistente.

Exemplo 4
p: Algum recifense não é pernambucano.
p: Existe recifense que não é pernambucano.
A proposição dada é uma PARTICULAR NEGATIVA. Sua negação será uma UNIVERSAL AFIRMARTIVA.
~p: Todo recifense é pernambucano.

LÓGICAS DE ARGUMENTAÇÃO: ANALOGIAS, INFERÊNCIAS, DEDUÇÕES E CONCLUSÕES

22
Uma Breve Introdução: Iniciaremos, nessa aula, o estudo da lógica de argumentação. Não há um
consenso quanto à definição formal de lógica, mas assumiremos, aqui, uma definição adotada por
diversos autores e que vem a ser a mesma utilizada pelas bancas organizadoras, assim sendo, a
definiremos como: O estudo dos processos válidos e gerais pelos quais atingimos a verdade.

É a Ciência que expõe as leis, modos e formas do conhecimento científico. É uma ciência formal
que se dedica ao estudo das formas válidas de inferência. Trata-se, portanto, do estudo dos
métodos e dos princípios utilizados para distinguir o raciocínio correto do incorreto.

ARGUMENTO

“Chama-se argumento uma sequência finita de proposições P (P1, P2, P3,...Pn) que inferem uma
proposição Q (ou C), ou seja, um grupo de proposições iniciais denominadas premissas, que findam
em uma proposição final, denominada de conclusão do argumento, que será consequência das
premissas iniciais. Há um caso de argumento, em que temos duas premissas e uma conclusão. Tal
argumento recebe o nome de silogismo categórico. ”

(Aristóteles).
Vamos aos exemplos: Silogismo
01.
Premissa 1: Se eu for selecionado, conseguirei o estágio
Premissa 2: Fui selecionado

Conclusão: Consegui o estágio

02.
Premissa 1: Se eu for comtemplado no consórcio, comprarei meu carro.
Premissa 2: Fui comtemplado no consórcio

Conclusão: Comprei meu carro.

03.
Premissa 1: Todos os macacos são primatas
Premissa 2: Chita é uma macaca

Conclusão: Chita é uma primata


04.
Premissa 1: Todos os seres humanos precisam de alimentação
Premissa 2: Antônio é homem

Conclusão: Antônio precisa de alimentação

Vamos, agora, interpretar as premissas estabelecidas:


Tomemos as premissas do exemplo de número 2 como base para nossa análise.
“Se eu for comtemplado no consórcio, comprarei meu carro. ”. “Fui comtemplado no consórcio”. Diremos
que essas duas premissas acarretam na conclusão (“comprarei meu carro”).

IMPORTANTE!!

O tipo de argumento ilustrado nos exemplos acima é chamado silogismo. Ou seja, silogismo é o
argumento formado por duas premissas e a conclusão.

1) Em um argumento lógico, sempre consideraremos as premissas como sendo verdadeiras.

23
2) O argumento lógico afirma que o conjunto de premissas tem como consequência uma
determinada conclusão.

Os argumentos possuirão dois constituintes básicos, em lógica: Suas premissas e a conclusão

Obs.: Evidentemente, pode-se construir um argumento válido a partir de premissas verdadeiras,


chegando a uma conclusão também verdadeira. Mas também é possível construir argumentos
válidos a partir de premissas falsas, chegando a conclusões falsas. O detalhe é que podemos
partir de premissas falsas, proceder por meio de uma inferência válida e chegar a uma
conclusão verdadeira. Por exemplo:

Premissa 1: Todos os mamíferos possuem glândulas mamárias.


Premissa 2: Jacarés possuem glândulas mamárias.
Conclusão: Logo, um leopardo é um mamífero.

Observe que, partindo da premissa 1, foi possível inferir que devido ao fato do Leopardo possuir glândula
mamária ele é um mamífero. Logo, chegamos a uma conclusão verdadeira a partir de uma inferência
válida, por mais que a segunda premissa estabelecida seja falsa.

Há, no entanto, uma coisa que não pode ser feita: A partir de premissas verdadeiras, realizar
uma inferência de modo correto e chegar a uma conclusão falsa. Podemos resumir esses
resultados numa tabela:
REGRAS DE IMPLICAÇÃO

O símbolo A denota implicação; A é a premissa, B é a conclusão.


- Se as premissas são falsas e a inferência é válida, a conclusão pode ser verdadeira ou falsa (linhas 1 e
2).
- Se as premissas são verdadeiras e a conclusão é falsa, a inferência é inválida (linha 3).
- Se as premissas e a inferência são válidas, a conclusão é verdadeira (linha 4).

Desse modo, o fato de um argumento ser válido não significa necessariamente que sua conclusão seja
verdadeira, pois pode ter partido de premissas falsas. Um argumento válido que foi derivado de
premissas verdadeiras é chamado de argumento consistente.

Esses, obrigatoriamente, chegam a conclusões verdadeiras. Premissas: Argumentos dedutíveis sempre


requerem certo número de “assunções-base”. São as chamadas premissas. É a partir delas que os
argumentos são construídos ou, dizendo de outro modo, é as razões para se aceitar o argumento.
Entretanto, algo que é uma premissa no contexto de um argumento em particular pode ser a conclusão
de outro, por exemplo.

As premissas do argumento sempre devem ser explicitadas. A omissão das premissas é comumente
encarada como algo suspeito, e provavelmente reduzirá as chances de aceitação do argumento.

REGRAS DE INFERÊNCIA

1. Modus Ponens
A, A → B ∴ B

24
2. Generalização Universal
A∴∀xA
Teoremas

Nos teoremas a seguir, para compreendermos as notações, temos que:


– as premissas estão sempre à esquerda do sinal ∴ (lê-se, portanto), que anuncia uma conclusão;
– uma vírgula separa duas premissas (hipótese);
– rec. significa teorema recíproco do apresentado na linha anterior.

T1: A ∴ A
T2: ~(~A) ∴ A
REC: A ∴ ~(~A)
T3: A, B ∴ A ∧ B
T4: A ∴ A ∨ B
T5: A ∧ B ∴ A
T6: A ∨ B, ~A ∴ B
T7: A→B, B→C ∴ A→C
T8: A, (A→B) ∴ B
T9: (A ∨ B), B→C ∴ (A ∨ C)
T10: A→B ∴ ~B→~A
REC: ~B→~A ∴ A→B
T11: A→B, (~A→B) ∴ B
T12: (A ∧ B)→C ∴ A→(B→C)
REC: A→(B→C) ∴ (A∧B)→C
T13: (A ∧ ~B)→(C∧~C) ∴ A→B (Princípio da não contradição)
T14: A→(B ∨ C, ~B ∴ A→C)

É notável, nas provas de maior de complexidade, que as bancas têm cobrado do candidato uma
interpretação do que é uma inferência lógica. Sendo assim, torna-se necessário entendermos que uma
inferência lógica é constituída de premissas verdadeiras para se deduzir uma conclusão também
verdadeira, uma vez que a lógica afirma:

“se as premissas fornecem bases ou boas provas para a conclusão, se a afirmação da verdade das
premissas garante afirmação da verdade da conclusão, então o raciocínio é correto”.

O QUE É UM SILOGISMO?

É importante sabermos o que vem a ser um silogismo. Pois bem, é uma forma de raciocínio dedutivo.
Na sua forma padronizada, é constituído por três proposições: as duas primeiras denominam-se
premissas e a terceira, conclusão. As premissas são juízos que precedem a conclusão. Em um silogismo,
a conclusão é consequência necessária das premissas.
P1: premissa
P2: premissa
C: conclusão
Vejamos um exemplo:
P1: todos os homens são racionais (V).
P2: todos os racionais precisam de Deus (V).
-----------------------------------------------------------------------------
Conclusão: todos os homens precisam de Deus (V).

DIAGRAMAS LÓGICOS

25
DIAGRAMAS LÓGICOS: Linguagem natural, linguagem simbólica, representação das proposições
categóricas por diagramas lógicos. Análise de argumentos (validade) construídos por diagramas lógicos,
inferências lógicas e suas negações. Friedrich Ludwig Gottlob Frege construiu uma maneira de reordenar
várias sentenças para tornar sua forma lógica clara, com a intenção de mostrar como as sentenças
relacionam-se em certos aspectos. Antes de Frege, a lógica formal não obteve sucesso além do nível da
lógica de sentenças: ela podia representar a estrutura de sentenças compostas de outras sentenças,
usando os conectivos lógicos: “e”, “ou” e “não”, mas não podia quebrar sentenças em partes menores.

O trabalho de Friedrich Ludwig Gottlob Frege foi um dos que deu início à lógica formal contemporânea.
Sendo assim, percebemos a grande incidência de questões de concursos públicos voltadas para esta
linguagem e raciocínio. O grande contributo de Friedrich Ludwig Gottlob Frege para a lógica matemática
foi a criação de um sistema de representação simbólica (Begriffsschrift, conceito grafia ou ideografia)
para representar formalmente a estrutura dos enunciados lógicos e suas relações, e a contribuição para
a implementação do cálculo dos predicados.

Esta parte da decomposição funcional da estrutura interna das frases (em parte substituindo a velha
dicotomia sujeito-predicado, herdada da tradição lógica Aristotélica pela oposição matemática função-
argumento) e da articulação do conceito de quantificação (implícito na lógica clássica da generalidade),
possibilitou sua manipulação em regras de dedução formal. (As expressões “para todo o x”, “existe um
x”, que denotam operações de quantificação sobre variáveis têm na obra de Frege uma de suas origens).

ARGUMENTOS DEDUTIVOS E INDUTIVOS


Os argumentos podem ser classificados em dois tipos:

DEDUTIVOS E INDUTIVOS.
1) O argumento será DEDUTIVO quando suas premissas fornecerem informações suficientes para
comprovar a veracidade da conclusão, isto é, o argumento é dedutivo quando a conclusão é
completamente derivada das premissas.
Exemplo:
Todo ser humano têm mãe.
Todos os homens são humanos.
Todos os homens têm mãe

2) O argumento será INDUTIVO quando suas premissas não fornecerem “ apoio completo” para ratificar
as conclusões. Portanto, nos argumentos indutivos, as conclusões possuem informações que
ultrapassam as fornecidas nas premissas. Sendo assim, não se aplica, então, a definição de argumentos
válidos ou não válidos para argumentos indutivos.
Exemplo:
O Flamengo é um bom time de futebol.
O Palmeiras é um bom time de futebol.

26
O Vasco é um bom time de futebol.
O Cruzeiro é um bom time de futebol.
Todos os times brasileiros de futebol são bons.

Note que não podemos afirmar que todos os times brasileiros são bons sabendo apenas que quatros
deles são bons.

Obs.: Bastante comum em concursos são questões em que o candidato deve observar as premissas
dadas no enunciado e dizer qual a conclusão possível dentre as das opções.

Veja o exemplo de uma questão da FCC:

PROBLEMA1: ( FCC) Considere que as seguintes afirmações são verdadeiras:


“Toda criança gosta de passear no metrô de São Paulo”
“Existem que crianças que são inteligentes. ”
Assim sendo, certamente é verdade que:
(A) Alguma criança inteligente não gosta de passear no metrô de São Paulo
(B) Alguma criança que gosta de passear no metrô de São Paulo é inteligente.
(C) Alguma criança não inteligente não gosta de passear no metrô de São Paulo.
(D) Toda criança que gosta de passear no metrô de São Paulo é inteligente.
(E) Toda criança inteligente não gosta de passear no metro de São Paulo
SOLUÇÃO:
Representando as proposições na forma de conjuntos, teremos:
“ Toda criança gosta de passear no metrô de São Paulo”
“Existem crianças que são inteligentes”
Observamos claramente que se todas crianças gostam de passear no metro e existem crianças
inteligentes, então quem gosta de passear no metrô de São Paulo é inteligente. Logo, a alternativa
correta é a opção B.
RESUMO SOBRE ARGUMENTOS INDUTIVOS E DEDUTIVOS

VALIDADE DE UM ARGUMENTO

27
Uma proposição é verdadeira ou falsa. No caso de um argumento dedutivo diremos que ele é válido ou
inválido. Atente-se para o fato que todos os argumentos indutivos são inválidos, portanto não há de se
falar em validade de argumentos indutivos.

A validade é uma propriedade dos argumentos que dependem apenas da forma (estrutura lógica) das
suas proposições (premissas e conclusões) e não do seu conteúdo.

ARGUMENTO VÁLIDO

Um argumento será valido quando a sua conclusão é uma consequência obrigatória de suas premissas.
Em outras palavras, podemos dizer que quando um argumento é válido a verdade de suas premissas
devem garantir a verdade da conclusão do argumento. Isso significa que, se o argumento é válido
jamais poderemos chegar a uma conclusão falsa quando as premissas forem verdadeiras.

PROBLEMA2: ( CESPE ) Suponha um argumento no qual as premissas sejam as proposições I e II


abaixo.
I – Se uma mulher está desempregada, então, ela é infeliz.
II – Se uma mulher é infeliz, então, ela vive pouco.
Nesse caso, se a conclusão for a proposição “ Mulheres desempregadas vivem pouco” tem-se um
argumento correto.

SOLUÇÃO:

Se representarmos na forma de diagramas lógicos (ver tópico sobre diagramas lógicos), para
facilitar a resolução, teremos:
I – Se uma mulher está desempregada, então, ela é infeliz. = Toda mulher desempregada é infeliz
II – Se uma mulher é infeliz, então, ela vive pouco. = Toda mulher infeliz vive pouco.

Com isso, qualquer mulher que esteja no conjunto das desempregadas, automaticamente estará no
conjunto das mulheres que vivem pouco. Portanto, se a conclusão for a proposição “ mulheres
desempregadas vivem pouco”, tem-se um argumento correto. (Correto = válido).

ARGUMENTO INVÁLIDO

Dizemos que um argumento é inválido, quando a verdade das premissas não é suficiente para garantir
a verdade da conclusão, ou seja, quando a conclusão não é uma consequência obrigatória das
premissas.

PROBLEMA3: (CESPE) É válido o seguinte argumento: Se Ana cometeu um crime perfeito, então Ana
não é suspeita, mas (e) Ana não cometeu um crime perfeito, então Ana é suspeita.
SOLUÇÃO:
‘Se Ana cometeu um crime perfeito, então Ana não é suspeita’ = “ Toda pessoa que comete um crime
perfeito não é suspeita”.
“ Ana não cometeu um crime perfeito”.

Conclusão:

“Ana é suspeita”. (Não se “ desenha” a conclusão, apenas as premissas)

O fato do enunciado ter falado apenas que “ Ana não cometeu um crime perfeito”, não nos diz se ela é
suspeita ou não. Logo, a questão está errada, pois não podemos afirmar, com certeza, que Ana é
suspeita. Logo, o argumento é inválido.

LEMBRE-SE: CAI EM PROVA!

28
Premissas todas verdadeiras + conclusão verdadeira = Argumento válido.
Premissas todas verdadeiras + conclusão falsa = Argumento inválido.

Colaborador Prof. Luiz Carlos

ANOTAÇÕES PESSOAIS

29
OPERAÇÕES COM CONJUNTOS

1. DEFINIÇÃO DE CONJUNTO: Na teoria de conjunto, consideraremos como noções primitivas três


conceitos fundamentais para expandirmos nosso estudo:
• Conjunto
• Elemento
• Pertinência entre elemento e conjunto

A noção de conjunto em matemática é praticamente a mesma que se usa na linguagem comum: é o


mesmo que agrupamento, coleção. Todo conjunto é definido por uma REGRA, observe alguns
exemplos:

1) Conjunto dos alunos aprovados no concurso do DEPEN


2) Conjunto dos planetas do sistema solar
3) Conjunto das vogais
4) Conjunto dos números ímpares

Cada membro ou objeto que obedece a regra de um conjunto em específico é chamado de ELEMENTO,
e assim, entre esse membro ou objeto e o conjunto em questão, passam a haver uma relação de
PERTINÊNCIA. Nos exemplos anteriores, temos como elementos pertencentes aos respectivos
conjuntos:

1) Alunos que estudaram Raciocínio Lógico com o prof. Luiz Carlos


2) Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter...
3) A, E, I, O, U
4) 1, 3, 5, 7, 9, 11, 13, ...

Observe que alguns conjuntos acima são finitos, como, por exemplo, o conjunto das vogais, entretanto
existem alguns conjuntos com um número infinito de elementos, como, por exemplo, o conjunto dos
números ímpares.

• Os conjuntos em matemática, geralmente, são expressos com uma letra maiúscula, A, B, C..
e um elemento com letra minúscula, a,b,c.. Indicamos da seguinte maneira quando um
elemento “x” pertence a um conjunto “A”:
➢ x ∈ A (lê-se: “o elemento “x” pertence ao conjunto A”)

Exemplo: Lucas estudou Raciocínio Lógico com o Prof. Luiz, logo ele pertence ao conjunto dos alunos
aprovados. Representando Lucas pela letra “l” e o conjunto dos alunos aprovados pela letra “A”,
temos a seguinte simbologia matemática.

➢ l∈A

• Da mesma forma, se algum elemento não cumpre a “regra” de determinado conjunto, diremos
que tal elemento não pertence ao conjunto:
➢ x ∉ A (lê-se: “o elemento “x” não pertence ao conjunto A”)

Exemplo: Dois não é um número ímpar, logo ele não pode fazer parte do conjunto dos números
ímpares. Observe que quando o elemento é um número, não é necessário representa-lo por uma
letra minúscula, faremos referência a ele da seguinte forma:

➢ 2 ∉ A ( sendo A o conjunto dos números ímpares)

ATENÇÃO: Até agora, indicamos a “regra” de determinado conjunto de maneira explicita, descrevemos
verbalmente a condição para determinado elemento pertencer ao conjunto. Veremos agora uma
descrição mais matemática, que provas de concurso adoram utilizar quando querem assustar o
candidato.

DESCRIÇÃO POR UMA PROPRIEDADE:

30
Exemplo: Se quisermos descrever o conjunto dos números primos, representado pela letra A, de
forma que um número qualquer “x” apresente a condição necessária de pertinência, teremos a
seguinte simbologia:

➢ A = {x|x é um número ímpar} (lê-se: A é o conjunto dos números “x” tal que “x” é um número
primo) o símbolo "|” em matemática significa “tal que”.

De maneira geral, para um conjunto qualquer “A”, quando quisermos descrevê-lo por meio de uma
propriedade característica “P” que identifica seus elementos, representados por “x”, teremos a
seguinte estrutura matemática:

➢ A = {x|x tem a propriedade P}

• Ainda nessa nossa construção inicial da teoria de conjuntos, definiremos três conjuntos que
recebem uma nomeação especial:

A. Conjunto Vazio

B. Conjunto Unitário

C. Conjunto Universo

A. Conjunto Vazio: Denominaremos por conjunto vazio aquele que não possui elemento algum.
O símbolo usual para conjunto vazio é: ∅. Esse tipo de conjunto costuma apresentar uma
propriedade logicamente falsa em sua “regra”

Exemplo: O conjunto “A” é formado por elementos que são ímpares e pares ao mesmo tempo.

A = {x|x é um número par e ímpar} = ∅.

B. Conjunto Unitário: Chama-se conjunto unitário aquele que possui um único elemento.

Exemplo: Conjunto dos goleiros a marcar 132 gols em sua carreira. Obviamente, esse conjunto
só possui um elemento, Rogério Ceni.

A= {Rogério Ceni}

C. Conjunto Universo: Se acostumem com esse tipo de conjunto, dos três esse é disparado o mais
citado em provas. A sua utilização é bem simples, quando sua prova quiser fazer menção a todos
os elementos que pertencem ao conjunto citado, o texto fará uso do nome “Conjunto Universo”.
Costumeiramente, o conjunto universo é representado pela letra U.

Exemplo: Quais são todas as vogais existentes em nosso alfabeto? A, E, I, O, U. Logo, o conjunto
universo que representa as vogais é:

U= {A,E,I,O,U}

OBSERVAÇÃO: Dois conjuntos são ditos iguais se, e somente se, ambos possuem EXATAMENTE os
mesmos elementos. Se os conjuntos A e B são iguais, diremos: “A = B”. Se forem conjuntos distintos,
diremos : A ≠ B.

Peço desculpas a você, leitor, pelo excesso de definições e pela falta de exercícios resolvidos, mas
infelizmente esse primeiro tópico, ainda não nos permite partir para as questões de concurso, mas,
anime-se, já nó próximo item a ser discutido, e nos restantes, teremos várias questões para nos divertir.

3. SUBCONJUNTOS: Acabamos de observar o conjunto universo, cuja característica é justamente


fazer menção a todos os elementos envolvidos. Logo, deve haver um tipo de conjunto que refere-se à
apenas alguns desses elementos, deixando outros de fora, veremos que esse é um exemplo de
subconjunto.

31
Em uma definição matemática mais precisa, temos: Um conjunto A é subconjunto de um conjunto
B se, e somente se, todo elemento de A pertence também a B.

Calma, sem desespero. Tornaremos mais clara a definição acima fazendo uso de um diagrama.

B A

Imagine que todos os elementos do conjunto B estão inseridos dentro dessa região circular maior de
coloração rosa. Agora, imagine apenas o conjunto A, em que todos seus elementos estão inseridos dentro
da região circular esverdeada. Agora, tente visualizar os dois ao mesmo tempo, consegue perceber que
toda região circular esverdeada está contida pela região circular rosa? Se sim, parabéns, você acaba de
aprender o conceito de subconjunto.

Nossa definição matemática, confusa a principio, não diz nada mais que isso. Um conjunto “A” é dito
subconjunto de outro conjunto “B” SOMENTE se “B” contiver “A”, ou seja, “B” possui TODOS os
elementos que “A” possui. No nosso diagrama acima fica claro que B possui TODOS os mesmos
elementos de “A” e alguns outros a mais.

OBSERVAÇÃO: Você já deve ter notado a importância matemática, nesse tópico, ao dizer que um
conjunto está contido em outro e, acredite, matemáticos adoram inventar símbolos para tudo aquilo que
é importante. Nesse caso, ao dizermos que A ESTÁ CONTIDO em B teremos a seguinte notação:

A ⊂ B (A está contido em B ou A é um subconjunto de B)

Se A NÃO ESTÁ CONTIDO em B a representação é a seguinte:

A ⊄ B (A não está contido em B ou A não é subconjunto de B)

➢ Vejamos alguns exemplos que ajudarão na compreensão do conceito


• {a,b} ⊂ {a,b,c,d}
• {todos os goianos} ⊂ {todos os brasileiros}
• {1,3,5,7} ⊂ {1,2,3,4,5,6,7}

OBSERVAÇÃO: Caso o exercício queira inverter a ordem da relação, o operador relacional (⊂) será
também invertido (⊃) passando a significar “CONTÉM” e não mais “ESTÁ CONTIDO”. Veja alguns
exemplos

• {a,b,c,d} ⊃ {a,b} ( O conjunto {a,b,c,d} contém o conjunto {a,b}


• {todos os brasileiros} ⊃ {todos os goianos} (O conjunto de todos os brasileiros contém o
conjunto de todos os goianos).

➢ Agora, veja alguns exemplos em que não é válido o conceito de subconjunto:


• {a,b,c} ⊄ {b,c,d,e} (O conjunto {a,b,c} não está contido no conjunto {b,c,d,e})
• {Azul, Branco, Verde, Vermelho} ⊄ {Verde, Lilás, Rosa}

32
3.1 CONJUNTOS DAS PARTES: Dado um conjunto A, chama-se conjunto das partes de A – notação
P(A) - aquele que é formado por todos os subconjuntos de A. Em símbolos matemáticos, temos:

P(A) = {X|X ⊂ A}

A simbologia acima diz apenas que o conjunto das partes P(A) será igual a todos os outros conjuntos “X”
tal que “X” está contido em A, ou seja, é subconjunto de A.

EXEMPLOS:

a) Se A = {a, b}, os elementos de P(A), ou seja, os elementos do conjunto das partes são: ∅,
{a}, {b} e {a, b}.

b) Se A = {a, b, c}, os elementos de P(A) são: ∅, {a}, {b}, {c}, {a, b}, {a, c}, {b, c} e {a,
b, c}.

c) Se A= {1, 2, 3}, os elementos de P(A) são: ∅, {1}, {2}, {3}, {1, 2}, {1, 3}, {2, 3} e {1,
2, 3}.

OBSERVAÇÃO: À partir dos exemplos acima, gostaria de enumerar três fatos extremamente
importantes sobre o conjunto das partes e que costumam aparecer em provas de concurso.

I. ∅ (Conjunto vazio) SEMPRE será um elemento do conjunto das partes P(A)

II. O próprio conjunto SEMPRE será um subconjunto de si e um elemento do conjunto das partes
P(A).

III. Por fim, o número de elementos de P(A) será dado pela expressão 𝟐𝒏 , em que “n” é o número
de elementos do conjunto A. Verifique se a expressão é realmente válida conferindo com os
exemplos acima feitos.

(IAUPE/ISS PETROLINA)

Dado um conjunto A, representa-se por P(A) o conjunto formado por todos os subconjuntos
de A, o chamado conjunto das partes que também costuma ser representado por 2 A. Se A =
{Φ,{Φ},1,{1}}, qual das alternativas seguintes NÃO é elemento de P(A)?

a) Φ
b) {Φ,1}
c) {1, {Φ,1} }
d) {Φ,{Φ} }
e) {1,{1} }

Esse é um exercício muito bom para eu comentar com vocês o tipo de pega que, de vez em quando,
aparece em questões sobre conjunto das partes. Observe que o conjunto A é formado por um total de
quatro elementos: Φ, {Φ}, 1 e {1}. Ele tenta te confundir ao colocar um símbolo como a letra grega fi
“Φ” como um dos elementos do conjunto A e logo em seguida colocar essa mesma letra, só que agora
entre chaves, não caia nessa, são dois elementos DISTINTOS. O uso da chave diferencia um elemento
do outro. Logo, o elemento { Φ, 1} que aparece na letra “b” NÃO pertence ao conjunto “A”, sendo assim,
não pode ser um elemento do conjunto das partes P(A)

Um outro cuidado que eu gostaria de alertar vocês, vimos que o símbolo “Ø” representa o conjunto
vazio, entretanto “ {Ø} ” representa um elemento qualquer pertencente a um conjunto.

4. OPERAÇÕES COM CONJUNTO: Vimos nos tópicos anteriores a definição de conjunto, bem como
algumas relações entre elemento e conjunto, conjunto e subconjunto, relações de inclusão entre dois
conjuntos. Agora, veremos a possibilidade de operar entre conjuntos. Veremos:

33
• Reunião de Conjuntos
• Interseção entre Conjuntos
• Diferença de Conjuntos
• Complementar de um conjunto

I. UNIÃO DE CONJUNTOS (⋃)

Dados dois conjuntos A e B, chama-se reunião (ou união) de A e B o conjunto formado pelos elementos
que pertencem a A OU a B. Novamente, forçaremos a compreensão do que está escrito acima em termos
matemáticos.

A ⋃ B = {x|x ∈ A ou x ∈ B}

Lê-se: “A união com B é igual a “x” tal que “x” é elemento pertencente ao conjunto A OU ao conjunto
B.”

Observação: No contexto de conjunto, sempre relacione o conectivo OU à operação de UNIÃO entre


conjuntos.

Vejamos alguns exemplos:

i. {𝒂, 𝒃} ∪ {𝒄, 𝒅} = {𝒂, 𝒃, 𝒄, 𝒅}


ii. {𝒂, 𝒃, 𝒄} ∪ {𝒄, 𝒅, 𝒆} = {𝒂, 𝒃, 𝒄, 𝒅, 𝒆}
iii. {𝒂, 𝒃, 𝒄} ⋃ ∅ = {𝒂, 𝒃, 𝒄}

Não me alongarei muito com mais exemplos, pois quero que você pegue apenas a ideia de cada
operação. Como veremos, mais adiante, exercícios de prova não cobrarão apenas uma operação isolada,
virá tudo misturado, por isso, quero que você se preocupe em entender o conceito e depois
trabalharemos como resolver esses exercícios.

I. INTERSEÇÃO DE CONJUNTOS (∩)

Dados dois conjuntos A e B, chama-se interseção de A e B o conjunto formado pelos elementos que
pertencem a A e a B. Teremos a seguinte representação matemática.

A ∩ B = {x|x ∈ A e x ∈ B}

Lê-se: “A inter B é igual a “x” tal que “x” ´é elemento pertencente ao conjunto A E ao conjunto B.

Observação: Em interseção de conjuntos, o conectivo que deveremos ter em mente é o E. Observe a


diferença, em união de conjuntos, reuníamos todos os elementos de um conjunto qualquer “A” com
todos os elementos de um conjunto qualquer “B”, e assim formávamos um novo conjunto. Em interseção,
compararemos os elementos de “A” com os elementos de “B” e formaremos um novo conjunto,
APENAS com os elementos em comum.

DIAGRAMALMENTE, TEMOS A SEGUINTE REPRESENTAÇÃO:

34
A B
Observe que o conjunto A está representado pela região rosa, e o conjunto B pela região verde. Caso
queiramos identificar onde se encontra o conjunto A inter B (A ∩ B) deveremos olhar a APENAS para a
região em comum de A e de B. Nesse mesmo diagrama, caso, agora, desejemos identificar o conjunto
união entre A e B (A ⋃ B) deveremos olhar para o TODO: a região preenchida apenas por A, a região
preenchida apenas por B e a região onde ambos se encontram.

Existe um conceito que poucos materiais trazem, e sem o entendimento dele fica impossível resolver
determinados exercícios que o citam no enunciado, veja o seguinte exemplo cobrado na prova do
CESPE. O conceito é o de CONJUNTOS DISJUNTOS, comentarei sobre ele e então faremos juntos a
referida questão.

Primeiro, quero que você pense. Qual seria o resultado de uma operação de interseção entre dois
conjuntos que não possuem elementos em comum? ... Pense mais um pouco... e aí? Pensou?! ? O
resultado é o conjunto vazio (∅). Você deve estar se perguntando: “qual a relação disso com conjuntos
disjuntos?”, a relação é que quando uma banca de concurso quer dificultar sua vida eles trocam a
frase: “dois conjuntos que não possuem elemento em comum” por “conjuntos disjuntos”.

A B
Acima, temos um exemplo de conjuntos disjuntos, exatamente pelo fato de A e B não compartilharem
nenhuma região do diagrama. Vejamos agora o que a questão cobrava de vocês.

(CESPE 2011/PC-ES)

Acerca de operações com conjuntos, julgue o item subsequente:

Considere que os conjuntos A, B e C tenham o mesmo número de elementos, que A e B sejam


disjuntos, que a união dos três possui 150 elementos e que a interseção entre B e C possui o
dobro de elementos da interseção entre A e C. Nesse caso, se a interseção entre B e C possui
20 elementos, então B tem menos de 60 elementos.

Essa não é uma questão boba, primeiro você deve ler com muito cuidado e ir retirando todas as
informações que são citadas ao longo do texto, mas perceba que sem a teoria do que significa conjuntos
disjuntos ficaria impossível de resolvê-la.

Vamos aos fatos:

1) A, B e C possuem o mesmo número de elementos, que, como não sabemos quantos são, atribuiremos
uma variável, “x”, por exemplo.

35
2) A e B são disjuntos, ou seja, não possuem elementos em comum.

3) A ∪ B ∪ C possui um total de 150 elementos

4) Interseção entre B e C possui o dobro de elementos da interseção entre A e C. Nos é informado que
a interseção entre B e C possui 20 elementos, podemos inferir que a interseção entre A e C possui
metade desse total, logo entre A e C teremos 10 elementos.

Vamos visualizar melhor o que está acontecendo com o auxílio de um diagrama:

A C B

Observe que esse diagrama possui uma característica peculiar. O conjunto C divide regiões em comum
com os conjuntos A e B, logo a interseção entre A e C e entre B e C não resulta em conjuntos vazios, o
que está de acordo com o enunciado. Agora, observe que o conjunto A jamais se encontra com o conjunto
B, que está na outra ponta do diagrama. Logo, A e B são conjuntos disjuntos. Conforme é dito pelo
enunciado.

Gostaria de aproveitar a oportunidade para compartilhar com vocês uma equação que irá relacionar
conceitos sobre união e interseção de conjuntos. Mostrarei sua forma para dois e três conjuntos.
Obviamente, é possível estendê-la para quantos conjuntos você quiser, mas, para nós, até três já é mais
que suficiente.

➢ n(A U B) = n(A) + n(B) - n(A ∩ B);

Essa é a versão para dois conjuntos, vamos interpretar o que está escrito: “n” representa o
número de elementos, logo n(A ∪ B) representa o número de elementos do conjunto A
união com B. n(A) nos diz o número de elementos do conjunto A e n(B) o número de
elementos do conjunto B. n(A ∩ B), por sua vez, representa o número de elementos do
conjunto A inter B. Juntando tudo, temos que o número de elementos do conjunto A união
com B é igual ao número de elementos do conjunto A mais o número de elementos do
conjunto B menos o número de elementos do conjunto A inter B.

➢ n(A U B U C) = n(A) + n(B) + n(C) - n(A ∩ B) - n(A ∩ C) - n(B ∩ C) + n(A ∩ B ∩ C)

Eu não gosto muito de apresentar essa equação, pois ela costuma causar um pouco de medo
em quem a vê pela primeira vez. SEMPRE é possível fugir dela e usar outra alternativa,
mas, para o nosso exercício, a sua utilização simplificará a resolução. Para não tornar essa
aula muito extensa não resolverei através do modo alternativo, mas quem estiver
interessado no segundo modo de resolução pode me contatar através de meu instagram
@luizm.rios

Algumas considerações antes de aplicar essa segunda equação em nosso exercício. n(A U
B U C) = 150; n(A) = n(B) = n(C) = x, portanto:
. n(A) + n(B) + n(C) = 3x; n(A ∩ B) = 0 (pois A e B são conjuntos disjuntos); n(A ∩ C)
= 10; n(B ∩ C) = 20; n(A ∩ B ∩ C) = 0 (Essa última parte é muito importante, note que

36
a interseção entre A, B e C é igual a zero, pois não existem elementos que sejam ao mesmo
tempo comuns aos conjuntos A, B e C.

Portanto, substituindo cada um dos termos na equação, temos:

150 = 3𝑥 − 10 − 20

Logo, resolvendo a equação acima, temos que x é igual a 60. O que quer dizer que n(A) =
n(B) = n(C) = 60. Portanto, item FALSO.

II. DIFERENÇA DE CONJUNTOS

Dados dois conjuntos A e B, chamaremos de diferença entre A e B o conjunto formado pelos elementos
que pertencem EXCLUSIVAMENTE ao conjunto A. Em notação matemática, teremos:

A – B = {x|x ∈ A e x ∄ B}

Lê-se: “O conjunto A menos o conjunto B é igual a “x” tal que “x” pertence ao conjunto A e não pertence
ao conjunto B”.

Exemplos:

i. {a, b, c} – {b, c, d, e} = {a}


ii. {a, b, c} – {b, c} = {a}
iii. {a, b} – {c, d, e, f} = {a, b}
iv. {a, b} – {a, b, c, d, e} = ∅

(CPCON - 2019 - Prefeitura de Boa Ventura - PB - Advogado)

Sabendo que A= {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10}, B = {1, 3, 5, 7, 9} e C = {6, 7, 8, 9, 10}, qual


alternativa abaixo representa o conjunto ((A- B) ∩ C) ∪ B?

• A) A- { 0, 2, 4 }
• B) A
• C) B
• D) B ∪ { 8, 10 }
• E) C

Esse tipo de questão é muito comum quando o assunto é operação entre conjuntos. A minha dica aqui
é que você comece resolvendo a operação mais interna, que está entre os parênteses mais internos.
Nesse caso, a operação mais interna é (A – B), então iremos resolvê-la primeiro.

A - B = {0, 2, 4, 6, 8, 10}

O próximo passo é resolver a segunda operação mais interna. Que é (A-B ∩ C)

(A – B) ∩ C = {6, 8, 10}

Por fim, o exercício nos pede para que peguemos esse último resultado obtido pela operação (A – B)
∩ C e façamos a união com o conjunto B

((A – B) ∩ C) ∪ B = {1, 3, 5, 6, 7, 8, 9, 10}

37
Observe que o resultado obtido é exatamente o conjunto A – {0, 2, 4}. Sugiro que, caso tenha restado
alguma dúvida durante a execução da questão, você retorne na definição da operação na qual você teve
dúvida, mas, caso ainda fique algum problema, estarei sempre no meu Instagram pessoal para ajudá-
los.

II. COMPLEMENTAR DE B EM A

Dados dois conjuntos A e B, tais que B ⊂ A, o conjunto A – B chama-se complementar de B em relação


a A , isto é, o conjunto de elementos de A que não pertencem a B.

Sem dúvida, essa é a operação que mais causa confusão, até porque, podemos encará-la não como uma
nova operação, mas sim como um caso especial da diferença de conjuntos, em que fazemos A – B,
porém com uma condição especial, B DEVE estar contido no conjunto A. Esse é um detalhe
extremamente importante e que a maioria das pessoas ignoram, só se fala em COMPLEMENTAR se
tivermos um conjunto contido em outro.

Utiliza-se o seguinte símbolo para Complementar: ∁𝐵𝐴 (Lê-se: “complementar de B em relação a A)

Quero destacar, mais uma vez, que o complementar de um conjunto nada mais é do que a diferença
entre dois conjuntos, mais especificamente, a diferença entre um conjunto qualquer A e o conjunto que
está contido em A, no caso da nossa definição, B. Portanto, temos:

∁𝐵𝐴 = A –B

Exemplos:

i. Se A = {a, b, c, d, e} e B = {c, d, e}, então:


∁𝐵𝐴 = A –B = {a, b}

ii. Se A = {1, 2, 3, 4, 5} e B = {5, 6, 7}. Existe complementar de B em A ou de A B? ? ? Não!!


muito cuidado, nesse exemplo não existe um conjunto que esteja contido em outro.

Observação: Esqueça o símbolo de união que tem entre A e B. Quero comentar a respeito
do travessão que aparece sobre o A e sobre o B, NÃO se trata de uma operação nova, é apenas
uma maneira de mostrar que, nesse caso, o complementar está sendo feito em relação ao
conjunto Universo, ou seja, em relação ao todo. Então temos complementar de A em relação
ao conjunto universo e complementar de B em relação ao conjunto universo.

Para fechar o tópico de operações entre conjunto, vamos resolver mais uma questão. Irei comentar
cada alternativa para fortalecermos o que acabamos de aprender.

(INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de Novo Hamburgo - RS - Assistente Administrativo)

De acordo com os seus conhecimentos envolvendo conjuntos, assinale a alternativa que com
certeza é possível afirmar.

A) Se o conjunto A tem 2 elementos e o conjunto B tem 5 elementos, então A ∪ B tem 7


elementos.

B) Se o conjunto A tem 5 elementos e o conjunto B tem 4 elementos, então A ∩ B tem 4


elementos.

C) Se A = {1, 2, 3} e B = {0, 1, 4, 5}, então A – B = {0, 4, 5}.

38
D) Se A ∩ B = ∅, A tem 3 elementos e B tem 4 elementos, então A ∪ B tem 7 elementos.

E) Se A = {1} e B = {1, 3, 4}, então B – A = {1}.

Letra A) Essa alternativa parece muito tentadora a primeira vista, mas muito cuidado, unir dois
conjuntos não significa apenas somar o total de elementos de um com o total de elementos de outro.
Não se esqueça da interseção, pode ser que A e B tenham elementos em comum e, para essa situação,
o total de elementos é menor que sete. A única possibilidade de A ∪ B resultar em 7 elementos é se A e
B não possuírem um único elemento em comum.

Letra B) Novamente um item que pode ser verdadeiro, mas para isso ele teria que nos informar que o
conjunto B está contido em A. Sem essa informação, nada podemos afirmar.

Letra C) Esse é o famoso item isca, ele tá doidinho para pescar concorrente despreparado. Mas como
você é meu aluno, é claro que você não vai cair nessa. Perceba que o resultado indicado para a operação
A – B, na verdade é exatamente o resultado de B-A. Se você não está com a teoria muito bem afiada é
fácil de cometer essa troca e marcar erroneamente a letra c.

Letra D) Repare que essa letra traz exatamente o que discutimos no item a. Quando é afirmado que A
∩ B = ∅ passamos a ter a certeza de que todos os elementos do conjunto A são distintos dos elementos
de B. Portanto, agora sim, a união entre A e B representará a soma dos elementos de A com os elementos
de B, que resulta em 7 elementos, como afirma a letra D.

Letra E) E como sempre, tem aquele item que viaja na maionese. Sinceramente, não consigo decifrar
o que ele tentou fazer. Mas como estamos treinando, B – A representa os elementos de B que não
pertencem a A, portanto B – A = {3, 4}

5. CONJUNTOS NUMÉRICOS:

Comentarei de maneira bem breve esse tópico. Minha preocupação aqui será a de que você saiba
identificar quando um número pertence ao conjunto dos Naturais, dos Inteiros, dos Racionais ou dos
Irracionais, pois é isso que será cobrado de você. Muitos materiais trazem páginas e mais páginas só
para esse assunto, de fato, na matemática os conjuntos Numéricos são importantíssimos, mas isso é
problema de quem está fazendo graduação em Matemática. Focaremos aqui no que cai na prova.

I. Conjunto dos Números Naturais

Esse conjunto possui esse nome justamente para nos lembrar de nossos ancestrais, quando
utilizaram pela primeira vez a noção de contagem para elementos da natureza. Obviamente, essa
contagem se restringia a números como 0, 1, 2, 3..

O símbolo para os números naturais é: N

N ={0, 1, 2, 3, ...}

Repare que, devido a sua simplicidade, algumas operações matemáticas não estão definidas para
esse conjunto. Por exemplo, não podemos realizar subtrações, pois correríamos o risco de efetuar 2
– 3 e assim obter um número negativo, que não pertence ao conjunto dos naturais.

Veremos que os próximos conjuntos numéricos a serem apresentados são ampliações de N, isto é,
contém N.

II. CONJUNTO DOS NÚMEROS INTEIROS

39
Aqui, expandiremos o conceito visto nos números naturais. Identificamos um problema com o
conjunto dos números Naturais, lá não podíamos realizar subtrações, para resolver essa situação,
o conjunto dos números inteiros aceitará números negativos.

Para os números inteiros, o símbolo será: Z

Z = {..., -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3...}

Atenção, para o conjunto dos Números Inteiros, e os seguintes, haverá possíveis variações no
símbolo e cada variação indicará para nós algo diferente. No conjunto Z distinguimos três
subconjuntos notáveis. Veja:

𝒁+ = {0, 1, 2, 3 ...} (chamado conjunto dos números inteiros não negativos)

Z_ = {0, -1, -2, -3, ...} (chamado conjunto dos inteiros não positivos)

𝒁∗ = {..., -3, -2, -1, 1, 2, 3, ...} (chamado conjunto dos inteiros não nulos)

III. CONJUNTO DOS NÚMEROS RACIONAIS

Vimos a necessidade dos números inteiros, pois não era possível realizar subtrações dentro do conjunto
dos naturais. O conjunto dos números inteiros apresenta um problema similar, embora resolva a questão
da subtração, ainda não é possível realizar divisões em seu conjunto, pois algumas divisões não resultam
em números inteiros, para isso, veremos o conjunto dos números racionais.

Observe que estamos fazendo complementações, logo o conjunto dos números naturais está contido no
dos inteiros que, por sua vez, está contido no conjunto dos racionais.

O símbolo para o conjunto dos racionais é: Q

Definiremos o conjunto dos racionais como o conjunto dos números que podem ser representados na
𝑎
forma em que “a” pertence ao conjunto dos inteiros e “b” pertence ao conjunto dos inteiros não nulos.
𝑏

Exemplo de números pertencentes ao conjunto dos inteiros:

𝟑
• 0,3 pois pode ser escrito na forma:
𝟏𝟎

𝟏
• 0,3333... pois pode ser escrito na forma:
𝟑

𝟏𝟔
• 1, 833.. pois pode ser escrito na forma :
𝟔

Existem diversos materiais que trabalham a definição de dízima periódica, de período de uma dízima,
demonstrações de como chegar em frações geratriz. Como eu disse, esse tópico envolve uma
enormidade de conceitos e nomenclaturas que não serão fundamentais para vocês, mas mesmo assim,
caso alguém tenha ficado curioso e queira saber mais sobre essas definições citadas, pode me chamar
em meu instagram que responderei com o maior prazer.

IV. CONJUNTO DOS IRRACIONAIS:

Esse conjunto é diferente dos demais, vimos que o conjunto dos naturais, dos inteiros e dos
racionais formam uma espécie cadeia, em que um conjunto está contido em outro, para o conjunto

40
dos irracionais não teremos mais isso, utilizando um pouco da nomenclatura aprendida nessa aula,
diremos que o conjunto dos irracionais é um conjunto disjunto dos demais vistos até aqui.

Ele vem com a função única de agregar aqueles números que não podem ser escritos em forma
de fração, como vimos no conjunto dos racionais, sua representação decimal é infinita e não
apresenta nenhum tipo de padrão. Como exemplo, o número 𝜋 (pi). Alguns números irracionais
são tão famosos que ganharam símbolos só para eles, já vimos o 𝜋, existe também a constante
de Euler representada pela letra ℮.

Não existe um símbolo padrão para o conjunto dos irracionais. Algumas literaturas utilizam a letra
I, e também a adotaremos.

Mais alguns exemplos de números irracionais:

1,234567891011..

34, 56789101112...

V. CONJUNTO DOS NÚMEROS REAIS:

Esse conjunto é simplesmente a união de todos os demais vistos até aqui. Sua representação
é dada pelo símbolo ℝ. Caso queiramos identificar o conjunto dos números reais através dos
símbolos que aprendemos nessa aula teríamos:
ℝ=N∪Z∪Q∪I

Não existe maneira melhor de treinar os conceitos que acabamos de aprender do que
realizando exercícios. Então, vamos lá.

(Quadrix - 2018 - CRP - 17ª Região (RN) - Assistente Administrativo)

O diagrama abaixo apresenta uma relação existente entre os conjuntos dos números Naturais
(N), Inteiros (Z), Racionais (Q), Irracionais (I) e Reais (R). Os números racionais podem ser
expressos pela razão p/q, em que p e q são números inteiros e q ≠ 0. Considere‐se que a
representação 𝑋 𝐶 indique o complementar do conjunto X e que R seja o conjunto
Universo.

A partir do texto e do diagrama acima, assinale a alternativa correta.

A) Qc ∪ Ic = Ø

B) Nc = (Z - N) ∪ (Q ̶ Z) ∪ I.

C) Zc ∩ Qc = Ic.

D) Se k ϵ (Q ̶ Z), então q ϵ N.

41
E) R - Z = Qc.

Calma, não vamos entrar em pânico ainda. Farei do mesmo modo que a questão anterior, analisarei
alguns itens, assim você reforça seu conhecimento e compreende melhor a questão.

Letra A) Nessa letra ele afirma que o complementar do conjunto dos números racionais união
com o complementar do conjunto dos irracionais é igual ao conjunto vazio. Detalhe muito
importante, quando não é explicitado com qual outro conjunto está sendo realizada a operação de
complementar é porque esse outro conjunto é o todo, ou conjunto Universo, que no caso da questão,
foi afirmado que o conjunto Universo é o conjunto dos reais.

Então, relembremos um pouco sobre complementar.

Qc = Conjunto dos reais – Q = I (Caso tenha ficado em dúvida, retorne na teoria de subtração e
complementar de conjuntos)

Ic = Conjunto dos reais – I = Q

Portanto, Qc ∪ Ic = I ∪ Q = Conjunto dos reais (𝑹). Que é bem diferente do conjunto vazio que a
letra indica como resposta.

Letra B) Essa letra dá uma dor na vista só de olhar, mas vamos com calma. Ele afirma que o
complementar dos números naturais é igual aquele calhamaço de conta. Não nos resta opção, senão
realizar cada uma delas.

Para esse item, infelizmente, não haverá como eu ir te guiando através de palavras, você vai ter que
olhar para o diagrama acima e ir hachurando, de preferência com um lápis de cor, cada uma das
operações, se possível, use um lápis de cor para cada operação feita, no próprio diagrama. Repare
que quando você efetuar ( Z – N ) ficará uma região hachurada que não possui mais elementos de
N. Então você irá efetuar (Q –Z), observe que ficará uma região com apenas elementos de Q. Após
isso, com um lápis de cor diferente, quero que você pinte toda a região indicada por I. Agora, se você
ainda tiver mais cores, quero que marque todas essas regiões previamente hachuradas, esse será o
significado das operações de união que estão indicadas na letra. Se tiver dado tudo certo, a única
região que não ficará colorida será a de N. O que significa, exatamente, que o que está pintado é o
complementar de N como é afirmado pela letra. Resposta: Letra B

As demais letras seguirão o mesmo raciocínio. Fica inviável para eu discuti-las somente através de
texto, caso queira uma resolução explicada por vídeo, por favor, entre em contato.

Observação: Essa não é uma questão simples, mas quero muito que você tente entendê-la, nela
está resumida quase toda a teoria vista nessa aula. Acredito que visualmente a sua compreensão
seria mais tranquila se eu a resolvesse em forma de vídeo. Não deixe de compreendê-la, se ficou
complicado através de texto entre em contato comigo que a resolverei por vídeo.

DIAGRAMA DE VENN
1. UMA BREVE INTRODUÇÃO: Conforme prometido na aula passada, realizarei um material apenas
com resolução de exercícios sobre o Diagrama de Venn. O conteúdo sobre teoria de conjuntos está todo
na aula anterior, aqui resolverei questões, incluirei comentários e darei dicas para a solução dos
problemas.

(CESPE - 2018 - SEFAZ-RS)

42
Em determinado dia, os órgãos responsáveis atenderam 50 contribuintes para resolver
pendências relativas ao IPTU, ao IPVA e a outros tributos. Sabe-se que foram atendidos:

• 18 contribuintes com pendências de IPTU;

• 23 contribuintes com pendências de IPVA;

• 8 contribuintes com pendências de IPTU e IPVA.

Nesse caso, a quantidade de contribuintes atendidos cujas pendências não se referiam a IPTU
nem a IPVA foi igual a

A) 9.
B 10.
C)15.
D) 17.
E)25.
Para começarmos de maneira tranquila, vamos ver o que a prova da Secretaria de Estado da Fazenda,
elaborada pelo CESPE, exigiu dos candidatos.

Clássica questão sobre Diagrama de Venn. Observe que nessa questão temos duas classes distintas:
Contribuintes com pendências relativas ao IPTU e contribuintes com pendências relativas ao IPVA. Outro
fator que merece destaque é a informação do total de contribuintes, que é igual a 50.

DICA 1: Questões sobre conjuntos que envolvem diferentes classes ou categorias serão muito
mais simples de serem resolvidas caso você esboce o Diagrama de Venn.

Então, vamos ao diagrama de Venn correspondente a nossa questão.

IPTU IPVA

Temos então duas regiões circulares, uma representando os contribuintes com pendências de IPTU e
outra representando os que estão pendentes com o IPVA.

DICA 2: Muita atenção, talvez essa seja a dica mais importante da aula. SEMPRE comece a
montar seu diagrama pela interseção. Como, nesse caso, só temos dois conjuntos, existe,
então, apenas uma interseção e é por ela que você irá começar.

DICA 3: Caso o problema envolva três ou mais conjuntos, comece pela interseção que envolve
a maior quantidade de conjuntos, veremos mais detalhes à frente.

Então, coloque o número 8, que corresponde à interseção entre IPTU e IPVA, na região circular que
contêm tanto IPTU quanto IPVA no seu diagrama. Feito isso, partiremos agora para as outras regiões.
Existem mais duas regiões: Região que contém apenas elementos de IPTU e região que contém apenas
elementos de IPVA.

43
Nos é informado que o conjunto de IPTU possui 18 elementos, mas, repare, no seu diagrama já existem
8 contribuintes quem pertencem simultaneamente ao conjunto do IPTU e IPVA, logo deveremos
descontar esses 8 elementos dos 18 informados, assim teremos um total de 10 contribuintes com
pendências apenas no IPTU.

Quero que você olhe para o seu diagrama, na região de elementos exclusivos ao conjunto IPTU, temos
o número 10, na região que completa o primeiro círculo (Conjunto do IPTU) temos mais 8 elementos.
Somando esses dois valores que compõem o círculo, retornamos aos 18 elementos informados no texto.

DICA 4: Ao somar o número de elementos de cada região circular que forma o círculo completo
de determinado conjunto, você deverá obter o total de elementos do conjunto.

Faremos o mesmo agora para o círculo do IPVA.

Novamente, deveremos considerar a região do círculo referente ao IPVA que tem interseção com IPTU.
Já sabemos que nessa área o número de elementos é igual a 8. Nos é informado que existem 23
contribuintes com pendências de IPVA ,logo, retirando os 8 elementos que fazem parte da interseção,
restará um total de 15 contribuintes com pendências apenas no IPVA.

DICA 5: Após descoberto a quantidade de elementos em cada uma das regiões do diagrama
(regiões exclusivas e regiões de interseção) somaremos cada um desses valores. O número
resultante representará a quantidade total de elementos envolvidos em nosso diagrama.

Região de contribuintes com pendências exclusivas em IPTU = 10 Contribuintes.

Região de Interseção entre contribuintes com pendências em IPTU e IPVA = 8 Contribuintes.

Região de contribuintes com pendências exclusivas em IPVA = 15 Contribuintes.

TOTAL = 10 + 8 + 15 = 33 Contribuintes com pelo menos algum tipo de pendência.

Agora vem o momento chave da questão: é informado que o total de contribuintes é 50, mas
encontramos apenas 33 em nosso diagrama. O que isso significa? Significa que 17 (50 – 33= 17 )
contribuintes NÃO possuem nenhum tipo de pendência relativa ao IPTU ou ao IPVA.

O que nos leva até a resposta: LETRA D.

(CESPE - 2018 - Polícia Federal - Agente de Polícia Federal)

Em um aeroporto, 30 passageiros que desembarcaram de determinado voo e que estiveram


nos países A, B ou C, nos quais ocorre uma epidemia infecciosa, foram selecionados para ser
examinados. Constatou-se que exatamente 25 dos passageiros selecionados estiveram em A
ou em B, nenhum desses 25 passageiros esteve em C e 6 desses 25 passageiros estiveram em
A e em B.

Com referência a essa situação hipotética, julgue o item que segue.

Se 11 passageiros estiveram em B, então mais de 15 estiveram em A.

Mais uma questão típica da banca CESPE. Muita atenção no enunciado. Será fundamental fazer uma
interpretação e inferências corretas sobre o texto fornecido.

Vamos pensar juntos e retirar os fatos fornecidos no texto.

FATO 1: Total de passageiros selecionados = 30

FATO 2: Países visitados: A, B, C

FATO 3: 25 dos passageiros estiveram em A OU em B

FATO 4: Nenhum dos 25 passageiros citados no fato 3 esteve em C

44
FATO 5: 6 Dos 25 passageiros citados estiveram em A E B

INFERÊNCIA 1: Do Fato 1, 3 e 4 infere-se que 5 dos passageiros selecionados estiveram em C


e somente em C.

Vamos montar nosso diagrama.

A
B C
Observe que C é um conjunto disjunto, ou seja, não possui elementos em comum com A ou B. Já
sabemos, da inferência 1, que C possui 5 elementos. Também sabemos que a região de interseção entre
A e B possui 6 elementos, conforme explicitado no FATO 6.

Vamos agora descobrir quantos passageiros estiveram SOMENTE em A e quantos estiveram SOMENTE
em B. Pelo que nos sugere a proposição, 11 passageiros estiveram em B, retirando os 6 que estão na
interseção, chegamos ao resultado de que 5 estiveram SOMENTE em B e outros 6 estiverem em B e
em a A.

A questão vai morrer agora, Atenção! Se EXATAMENTE 25 passageiros estiveram em A ou em B e


tendo a certeza de que apenas 6 estiveram EXCLUSIVAMENTE em B você poderá afirmar, com certeza,
que os outros 19 visitaram A.

Portanto, a afirmação de que mais de 15 estiveram em A é verdadeira.

(CESPE - 2018 - EBSERH )

Uma pesquisa revelou características da população de uma pequena comunidade composta


apenas por casais e seus filhos. Todos os casais dessa comunidade são elementos do conjunto
A∪B∪C, em que:

A = {casais com pelo menos um filho com mais de 20 anos de idade};

B = {casais com pelo menos um filho com menos de 10 anos de idade};

C = {casais com pelo menos 4 filhos}.

Considerando que n(P) indique a quantidade de elementos de um conjunto P, suponha que


n(A) = 18; n(B) = 20; n(C) = 25; n(A∩B) = 13; n(A∩C) = 11; n(B∩C) = 12 e n(A∩B∩C) = 8. O
diagrama a seguir mostra essas quantidades de elementos.

45
Com base nas informações e no diagrama precedentes, julgue o item a seguir.

Se um casal dessa comunidade for escolhido ao acaso, então a probabilidade de ele ter menos
de 4 filhos será superior a 0,3.

Essa questão tem que estar gravada no coração de quem pretende realizar uma prova elaborada pelo
CESPE. Ela possui todos os elementos que são característicos da banca. Enunciado extenso, interpretação
complicada, mistura de tópicos (aqui será cobrado conhecimento em probabilidade e conjuntos).
Muito carinho com essa questão.

DICA 6: Muita atenção para algumas palavras chave que costumam aparecer em questões
sobre conjuntos. São elas: “Pelo menos”, “No mínimo”, “Exatamente”, “Apenas”, “E”, “OU”.

Mais uma vez, você fará uma prova do CESPE. Muita atenção com o que o enunciado traz, saiba retirar
os fatos fornecidos e fazer as inferências corretas.

FATO 1: O conjunto “A” de famílias possui PELO MENOS um filho com mais de 20 anos.

INFERÊNCIA 1: “A” pode ter famílias com mais de um filho, independente da idade, só temos
certeza de que no mínimo um desses filhos terá mais de 20 anos

FATO 2: O conjunto “B” de famílias possui PELO MENOS um filho com menos de 10 anos.

INFERÊNCIA 2: “B” pode ter famílias com mais de um filho, independente da idade, só temos
certeza de que no mínimo 1 desses filhos terá menos de 10 anos.

FATO 3: O conjunto “C” é composto por famílias com NO MÍNIMO 4 filhos.

INFERÊNCIA 3: Em “C” pode existir famílias com mais de 4 filhos. Só temos certeza de que as
famílias desse conjunto possuem no mínimo 4 filhos.

Após feitas as observações dos fatos e concluído as inferências corretas, damos prosseguimento a
resolução da questão. Para prosseguir com a questão você vai precisar dos seus conhecimentos de
conjunto e interpretação de Diagrama de Venn.

Vamos começar interpretando apenas o círculo do conjunto A. Observe que na região de elementos
EXCLUSIVOS de “A” temos o número 2. O que esse número significa? Significa que existem dois casais
que possuem filhos com mais de 20 anos de idade. Agora, MUITA ATENÇÃO, eu posso afirmar, com
certeza, que esses casais possuem no máximo 3 filhos, no mínimo 1 filho e que NENHUM deles
possui menos de 10 anos. Por que eu pude afirmar isso? Unicamente devido ao diagrama, estamos
analisando a região exclusiva de A, logo só podemos utilizar os fatos e as inferências obtidas para o
conjunto A. Mas, ainda, teremos a certeza de que os fatos e as inferências obtidas para os conjuntos B
e C não ocorrem na região exclusiva de A.

OBS.: Fiz questão de detalhar ao máximo as explicações acima, para as seguintes, procederei de maneira
mais rápida e sucinta, pois quero que você comece a exercitar por si só esses raciocínios lógicos da
explicação anterior.

Analisaremos mais 6 regiões do Diagrama de Venn:

46
REGIÃO A∩B∩𝑪 = Essa é a região do Diagrama que possui elementos em comum do conjunto A e B.
Essa é a região que se encontra o número 5. Esse número nos indica que existem 5 famílias que possuem
PELO MENOS um filho com mais de 20 anos e PELO MENOS mais um filho com menos de 10 anos.

REGIÃO A∩B∩C = Essa é a região que possui elementos em comum com os conjuntos A, B e C. Onde
se encontra o número 8. Isso nos indica que 8 famílias possuem PELO MENOS um filho com mais de 20
anos, PELO MENOS um filho com menos de 10 anos e que cada uma dessas famílias terão NO MÍNIMO
4 filhos.

REGIÃO A∩C∩𝑩 = Região com elementos em comum ao conjunto A e ao conjunto C, onde encontramos
o número 3. Logo, existem 3 famílias com PELO MENOS um filho com mais de 20 anos e que possuem
NO MÍNIMO 4 filhos

REGIÃO C∩𝑨∩𝑩 = Região com elementos exclusivos de C. Portanto, existem 10 famílias com NO MÍNIMO
4 filhos.

REGIÃO C∩B∩𝑨 = Região com elementos pertencentes simultaneamente aos conjuntos C e B. Onde
está localizado o número 4. Portanto, temos 4 famílias com PELO MENOS 1 filho com menos de 10 anos
e que possuem no MÍNIMO 4 filhos.

REGIÃO B∩𝑨∩𝑪 = Região com elementos pertencentes exclusivamente a B. Onde se localiza o número
3. Agora, se tratam de mais 3 famílias com PELO MENOS um filho com menos de 10 anos.

A questão obviamente não exigia toda a análise que fizemos até aqui, mas, claro, que aproveitei para
treinar com vocês técnicas que serão fundamentais em outros contextos.

Nos é questionado sobre a probabilidade de escolher um casal da comunidade ao acaso e ele ter menos
de 4 filhos. Para isso, lembraremos da definição de probabilidade vista na primeira aula:
𝑵° 𝑫𝑬 𝑪𝑨𝑺𝑶𝑺 𝑭𝑨𝑽𝑶𝑹Á𝑽𝑬𝑰𝑺
PROBABILIDADE =
𝑵° 𝑫𝑬 𝑪𝑨𝑺𝑶𝑺 𝑷𝑶𝑺𝑺Í𝑽𝑬𝑰𝑺

Eu já havia dito, na aula sobre probabilidade, que gosto de começar com o cálculo do número de casos
possíveis. Geralmente, essa conta é mais fácil.

Agora, quero que você retorne na DICA 5 desse material. Se você seguir o que lá está escrito, obterá o
seguinte:

TOTAL DE CASAIS (ELEMENTOS) = 2 + 5 + 8 + 3 + 10 + 4 + 3 = 35 CASAIS

Portanto, já temos o nosso número de casos possíveis (35).

Agora, calculemos o número de casos favoráveis. Nesse item, o que representa “casos favoráveis”
para nós? O número total de casais com MENOS de 4 filhos

Perceba que o FATO 3 é exatamente o contrário do que queremos. Logo, deveremos buscar, no
diagrama, regiões que não contenham interseção com o conjunto C. Mas quais são essas regiões? São
3 regiões :

REGIÃO A∩B∩𝑪 = 5 elementos

REGIÃO A∩𝑩 ∩𝑪 = 2 elementos

REGIÃO B∩𝑨∩𝑪 = 3 elementos

Total de CASOS FAVORÁVEIS = 5 + 2 + 3 = 10


𝑵° 𝑫𝑬 𝑪𝑨𝑺𝑶𝑺 𝑭𝑨𝑽𝑶𝑹Á𝑽𝑬𝑰𝑺 𝟏𝟎
Portanto, temos: = = 0,28
𝑵° 𝑫𝑬 𝑪𝑨𝑺𝑶𝑺 𝑷𝑶𝑺𝑺Í𝑽𝑬𝑰𝑺 𝟑𝟓

Logo, ITEM FALSO.

Colaborador Prof. Luiz Rios

47
ANOTAÇÕES PESSOAIS

48
RAZÕES E PROPORÇÕES

1. UMA BREVE INTRODUÇÃO: Após vermos o tópico sobre regra de três, e algumas particularidades
que acabam sendo cobradas em conjunto, seguiremos para o assunto de razões e proporções. Nosso
estudo, para esse item, será dividido em três situações: Razões diretamente proporcionais, razões
inversamente proporcionais e, por fim, analisaremos algumas questões que misturam razões
diretamente e inversamente proporcionais em um mesmo problema.

Primeiramente, iremos comentar sobre o que significa o termo razão. Entenderemos por razão a relação
feita entre dois valores. O conceito de razão nos permite fazer comparações de grandeza entre
dois números. Por exemplo, se eu quiser saber quantas vezes o número “100” é maior que o número
100
“2” deverei realizar uma razão entre eles, ou seja, farei = 50. O resultado dessa razão, que é igual a
2
“50”, indica quantas vezes o número 100 é maior que o número 2.

Já o termo proporção indicará uma igualdade entre duas razões, por exemplo,
10 20
= = 2, observe que as duas razões indicam a mesma coisa: O valor numérico do numerador
5 10
é duas vezes maior que a do denominador

O homem vitruviano, pintura de Leonardo Da Vinci, que representa diversos conceitos de


proporcionalidade. Vimos acima um exemplo de proporção, que resultava como constante entre as
razões o número “2”.

Apenas como curiosidade, Leonardo da Vinci usou como constante de proporcionalidade entre as razões
de sua pintura não o número 2 ou qualquer outro valor aleatório, mas sim um número importantíssimo,
considerado como o número de ouro para os antigos gregos, esse número recebe o nome de “número
áureo”. Representado pela letra grega “𝝓” e seu valor é de aproximadamente 1.61803399..

2. PROPRIEDADES DE PROPORÇÕES: Antes de começarmos a falar sobre razões diretamente


proporcionais ou inversamente proporcionais, devemos ter em mente algumas propriedades que serão
bem úteis lá na frente. São elas:

Dados quatro números quaisquer: a, b, c, d. Temos:

2.1:
𝑎 𝑐 𝑎+𝑏 𝑐+𝑑
Se = Então: =
𝑏 𝑑 𝑏 𝑑

Exemplo:

49
12 24 12+2 24+4 14 28
= = 6 Então: = ⇒ = =7
2 4 2 4 2 4

2.2:
𝑎 𝑐 𝒂+𝒄
Se = Então:
𝑏 𝑑 𝒃+𝒅

Exemplo:

9 27 9+27 36
= = 3 Então: = =3
3 9 3+9 12

2.3:
Se a = b = c = d Então podemos afirmar que: a=b, a=c, a=d, b=c, b=d e c=d

Essa propriedade diz respeito sobre a transitoriedade do sinal de igualdade. Também será muito
útil para nossa análise de proporcionalidade, como veremos mais à frente.

Essas três propriedades serão fundamentais em exercícios sobre razões. Veremos mais sobre suas
aplicabilidades quando estivermos resolvendo as questões.

3. RAZÕES DIRETAMENTE PROPORCIONAIS:

Diremos que os números “x”, “y” e “z” são diretamente proporcionais à “a”, “b” e “c”, respectivamente,
quando se tem:
𝒙 𝒚 𝒛
= = =𝒌
𝒂 𝒃 𝒄

Gostaria de chamar a atenção para o “k” que aparece logo acima. Esse “k” é denominado de constante
de proporcionalidade, ele será de extrema importância para a gente quando estivermos solucionando
questões. Observe o exemplo:

Exemplo: Os números 12, 24 e 36 são diretamente proporcionais aos números 3, 6 e 9. Encontre a


constante de proporcionalidade “k” envolvida na proporção.

Se 12, 24 e 36 são diretamente proporcionais aos números 3, 6 e 9, temos:


12 24 36
= =
3 6 9
Observe que todas as divisões acima indicam para um mesmo número, o número 4. Esse número
será para nós o “k” comentado acima, a referida constante de proporcionalidade.

Obs. 1: Para ajuda-los a lembrar, relacionaremos a palavra DIretamente com DIvisão. Logo mais,
veremos que, para o caso das razões inversamente proporcionais, a proporção é feita através de uma
multiplicação.

Obs. 2: Repare que, em razões diretamente proporcionais, um aumento no valor de “a” acarretará em
um aumento no valor de “x” na mesma proporção. Bem como, um aumento em “b” ocasionará um
aumento em “y”. De mesmo modo, aumentar o valor de “c” significará aumentar o valor de “z”.

Vejamos agora como esse assunto é cobrado em questões de prova:

(Avança SP - 2019 - Prefeitura de Pereiras – SP): Em uma pequena cidade do interior há 3.000
eleitores, sendo que apenas 1.800 comparecerem às urnas no dia da eleição. Assinale a razão entre o
número de eleitores que votaram para o total de eleitores deste Município:

• A) 2/3.

• B) 3/6.

• C) 3/5.

50
• D) 2/8.

• E) 3/4.

Sabemos que o total de eleitores é igual a 3000 e que, desses 3000, apenas 1800 compareceram às
urnas no dia da eleição. Algo muito importante em problemas de razão é estar atento na ordem pedida
𝑵ú𝒎𝒆𝒓𝒐 𝒅𝒆 𝒆𝒍𝒆𝒊𝒕𝒐𝒓𝒆𝒔 𝒒𝒖𝒆 𝒗𝒐𝒕𝒂𝒓𝒂𝒎
para ser montada a razão. Aqui, o problema deixa claro que a ordem da razão é:
𝑵ú𝒎𝒆𝒓𝒐 𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 𝒅𝒆 𝒆𝒍𝒆𝒊𝒕𝒐𝒓𝒆𝒔
. Sempre o primeiro termo citado corresponderá ao numerador da razão diretamente proporcional,
enquanto o segundo termo citado corresponderá ao denominador da razão.

1800
Portanto, temos a seguinte razão: Observe que não existe nenhuma alternativa com esse valores,
3000
é nesse momento que usaremos nossos conhecimentos em proporção para encontrar resultado desejado
pela questão. A banca avaliativa deseja que o candidato reduza a fração encontrada aos menores valores
possíveis, sem que o resultado final seja alterado. Para isso deveremos dividir tanto o numerador quanto
o denominador pelo mesmo número.
1800 18 6 3
= = =
3000 30 10 5

Perceba que nossa primeira ação foi dividir tanto o numerador quanto o denominador por “100”, após
isso, realizamos uma nova divisão por “3” e por fim dividimos por “2”, chegando ao resultado final.
3
Sabemos que é o resultado final, pois não existe mais nenhum número que divida simultaneamente
5
“3” e “5”.

Resposta letra “C”.

(CESPE - 2018 - BNB) No item a seguir é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma
assertiva a ser julgada, a respeito de proporcionalidade e divisão proporcional.

Vilma, Marta e Cláudia trabalham em uma mesma agência bancária. Vilma está nesse emprego
há 5 anos, Marta, há 7 anos e Cláudia, há 12 anos. Para premiar a eficiência dessas
funcionárias, a direção do banco concedeu-lhes uma bonificação de R$ 12.000, que deverão
ser divididos entre as três, de forma diretamente proporcional aos respectivos tempos de
serviço. Nesse caso, Vilma receberá mais de R$ 3.000 de bonificação.

Primeiramente, devemos colher os fatos relevantes que o problema nos fornece.

Fato 1: Vilma está no emprego há 5 anos. Marta há 7 anos. Cláudia há 12 anos

Fato 2: Haverá uma bonificação, a ser dividida entre as três funcionárias, cujo valor total é de R$ 12.000

Fato 3: A divisão da bonificação entre as funcionária da agência será feita de maneira DIRETAMENTE
PROPOCIONAL aos respectivos tempos de serviço.

INFERÊNCIA: A soma das bonificações de Vilma, Marta e Cláudia será de R$ 12.000.

Nos referiremos ao valor da bonificação para Vilma pela letra “V”, bonificação para Marta pela letra “M”
e bonificação para Cláudia pela letra “C”.

Lembre-se que a palavra DIretamente está relacionada com DIvisão. Logo, se a bonificação de cada
uma das três funcionárias está diretamente relacionada com seus respectivos tempos de serviço,
teremos:

𝑉 𝑀 𝐶
= = =𝑘
5 7 12

51
Observe que o “k” aparece novamente, SEMPRE, independente de ser um problema de razão
diretamente proporcional ou inversamente proporcional, o “k” (constante de proporcionalidade)
aparecerá.

Agora, precisarei que vocês se recordem da penúltima propriedade citada no início da aula.

𝑉 𝑀 𝐶 𝑉+𝑀+𝐶 𝑉+𝑀+𝐶
= = = = =k
5 7 12 5+7+12 24

Da inferência citada acima, sabemos que V + M + C (Soma das bonificações das três funcionárias) é
igual a R$12.000.
12.000
= k ⇒ 𝑘 = 500 . Ou seja, o valor da constante de proporcionalidade “k” é igual a 500.
24

Lançando mão, agora, da última propriedade vista nessa aula, podemos afirmar que:
𝑽 𝑴 𝑪
=𝒌 e =𝒌 e =𝒌
𝟓 𝟕 𝟏𝟐

Analisando cada fração separadamente, temos que:

• V = 5*k (lembre-se que o número que está no denominador, nesse caso o “5”, passará
para o outro lado da igualdade multiplicando” k”)
Logo, V = 5*500 = 2500 (Bonificação recebida por Vilma é igual a R$ 2.500,00)

• M = 7*k (novamente, o 7 que estava no denominador passa para o outro lado da


igualdade multiplicando “k”)

Logo, M = 7*500 = 3500 (Bonificação recebida por Marta é igual a R$ 3.500,00)

• C = 12*k. Portanto C = 12 * 500 = 6000

Logo, C = 6000 (Bonificação recebida por Cláudia é igual a R$ 12.000,00

Obs.: Note que, como estamos em um problema de razões diretamente proporcionais, e a bonificação é
feita de maneira diretamente proporcional à idade das funcionárias, Cláudia, que é quem possui mais
tempo de serviço, será a funcionária a receber a maior parte da bonificação.

Analisando a proposição, chegamos a conclusão de que o item é falso, pois Vilma não receberá mais
de R$ 3.000,00 de bonificação.

4. RAZÕES INVERSAMENTE PROPORCIONAIS: Diremos que os números “x”, “y” e “z” são
inversamente proporcionais à “a”, “b” e “c”, respectivamente, quando se tem:

x ×a = y × b = z × c = k

Observe que o “k” faz-se presente também em razões inversamente proporcionais. Ratificando, todo
problema de razão, seja ele diretamente ou inversamente proporcional, terá uma constante de
proporcionalidade associada.

Ao contrário do que vimos em razões diretamente proporcionais, relacionaremos a palavra


inversamente proporcional à um produto.

EXEMPLO: Os números 16, 32 e 64 são inversamente proporcionais aos números 8, 4 e 2,


respectivamente. Encontre a constante de proporcionalidade “k” envolvida na proporção.

Se 16, 32 e 64 são inversamente proporcionais aos números 8, 4 e 2, temos:

16 ∗ 8 = 32 ∗ 4 = 64 ∗ 2

Note que, todas as multiplicações acima indicam para um mesmo número, o número 128. Esse número
é a constante de proporcionalidade buscada.

52
Obs.: Repare que, em razões inversamente proporcionais, um aumento no valor de “a” acarretará em
um decréscimo no valor de “x” na mesma proporção. Bem como, um aumento em “b” ocasionará um
decréscimo em “y”. De mesmo modo, aumentar o valor de “c” significará diminuir o valor de “z”.

Vamos dar uma olhada em como razões inversamente proporcionais são cobradas em provas.

(Avança SP - 2019 - Prefeitura de Pereiras – SP)

Uma certa quantidade de leite foi colocada em latas de 2 litros cada uma, obtendo-se, dessa forma, 60
latas. Se, por acaso, fossem usadas latas de 3 litros, quantas latas seriam necessárias para colocar a
mesma quantidade de leite?

• A) 35.

• B) 40.

• C) 45.

• D) 50.

• E) 55.

Aqui, a primeira coisa a se fazer é descobrir a quantidade total de leite. Para esse cálculo, usarei uma
regra de três que também nos ajudará a relembrar um pouco o assunto visto anteriormente.

Lembre-se, para a montagem de uma regra de três simples devemos ter duas classes distintas de
informações. Nesse caso, temos uma classe para a “quantidade de latas de leite” e outra para a
“quantidade total de leite armazenado”.

Nos é informado que cada lata de leite possui capacidade para armazenar dois litros. Logo, se foram
utilizadas 60 latas, qual será a quantidade total de leite (em litros).

Quantidade de latas Quantidade de leite armazenado (litros)

1 2

60 x

Em que “x” é a quantidade total de leite armazenada em 60 latas. Como visto, na regra de três simples,
faremos a “multiplicação cruzada” dos termos. Ou seja, teremos 1 × x e 60 × 2. Resultando em:

1 × 𝑥 = 60 × 2

𝑥 = 120 𝑙𝑖𝑡𝑟𝑜𝑠

Portanto, o total, em litros, de leite é de 120 litros.

Para darmos prosseguimento na questão será necessário utilizar nossos conhecimentos adquiridos sobre
razões inversamente proporcionais. Chamaremos de “y” o total de latas necessárias, caso suas
capacidades aumentem para 3 litros por lata. Observe que quanto mais litros uma lata é capaz de
armazenar, menos latas serão necessárias para estocar os 120 litros de leite. Ou seja, capacidade de
armazenagem (em litros) e quantidade de latas necessárias são grandezas inversamente proporcionais,
logo temos que:

60 × 2 = y × 3 = 120.

Note que 120 é a nossa constante de proporcionalidade, pois independe da quantidade de


latas e tampouco da capacidade de armazenagem de cada lata. O total de litros disponíveis é
um número fixo e constante, igual a 120

Novamente, fazendo uso da última propriedade vista nessa aula, podemos analisar separadamente a
seguinte igualdade:

y × 3 = 120

53
120
y=
3

y = 40 Latas.

Portanto, o número de latas que seriam necessárias, caso suas capacidades aumentassem para 3
litros, é igual a 40.

Logo, a alternativa correta é a letra “D”.

5. RAZÕES DIRETAMENTE PROPORCIONAIS E RAZÕES INVERSAMENTE PROPORCIONAIS:


Nesse tópico não veremos nenhuma teoria nova sobre razões e proporções, apenas aprenderemos a
lidar com questões que envolvem razões diretamente e inversamente proporcionais ao mesmo tempo.
Veremos que será necessário, em determinado momento da resolução do problema, o conhecimento em
MMC (mínimo múltiplo comum), embora não seja esse o objetivo da aula - comentarei melhor sobre
esse assunto no tópico que versa sobre problemas aritméticos- explicarei, de maneira breve, como
funciona o seu procedimento.

(Avança SP - 2019 - Prefeitura de Pereiras – SP): Uma rica dona de casa deseja dividir 500
mil reais entre seus três empregados, na razão direta da quantidade de filhos que cada um
tem e na razão inversa de suas rendas. Sabendo-se que a renda do empregado mais velho é
duas vezes a renda do empregado mais novo e que a renda do empregado do meio é três
vezes a renda do mais novo, e que, além disso, o empregado mais velho tem três filhos, o
empregado do meio tem dois filhos e o empregado mais novo tem dois filhos, quanto receberá
o empregado do meio?

• A) R$ 60.000,00.

• B) R$ 70.000,00.

• C) R$ 80.000,00.

• D) R$ 100.000,00.

• E) R$ 120.000,00.

Como de costume, iremos primeiro coletar as informações que o exercício nos fornece.

Fato 1: 500 mil reais serão divididos entre três empregados

Fato 2: A divisão será feita em razão direta à quantidade de filhos de cada um dos empregados e em
razão inversa às suas rendas.

Fato 3: A renda do empregado mais velho é duas vezes a renda do mais novo. E a renda do empregado
do meio é três vezes a renda do empregado mais novo.

Inferência 1: devido ao fato 3, podemos afirmar que a renda do empregado mais novo, do empregado
do meio e do mais velho segue a proporção de 1:3:2, respectivamente. Pois, se o empregado mais novo
tem uma renda “x”, o do meio terá uma renda “3x” e o mais velho uma renda “2x”.

Fato 4: O empregado mais novo tem dois filhos, o do meio também tem dois filhos e o mais velho tem
3 filhos.

Inferência 2: Se a quantidade total de dinheiro a ser dividida entre os três empregados é de 500
mil reais, então a soma da quantia a ser recebida por cada um deles terá de ser igual a 500 mil reais.

Obs.: Para efeito de cálculo, irei me referir à quantia que o empregado mais novo, o do meio e o mais
velho irão receber pelas letras E1, E2 e E3, respectivamente. Portanto, E1+ E2 + E3 = 500 mil
reais.

Juntando as informações e as inferências feitas e relembrando da teoria de razões diretamente


proporcionais e inversamente proporcionais, montaremos a seguinte sequência de igualdades:

54
𝟏 × 𝑬𝟏 𝟑×𝑬𝟐 𝟐 ×𝑬𝟑
= = =k
𝟐 𝟐 𝟑

Calma, sem pânico. Vamos analisar cada um dos termos que aparecem nas igualdades acima.

Primeiro, relembremos que o fato 3 nos informa que a divisão do dinheiro será feita de maneira
inversamente proporcional às rendas dos empregados. Seguindo a inferência 1, sabemos que a renda
do empregado mais novo, do empregado do meio e do mais velho seguem a proporção de 1: 3: 2,
respectivamente. Lembrando um pouco sobre a teoria de razões inversamente proporcionais, a palavra
inversamente está relacionada com multiplicação, ou seja, E1 deve ser multiplicado por sua razão,
que é igual a 1; E2 deve ser multiplicado por sua razão, que é igual a 3; E3 deve ser multiplicado
por sua razão, que é igual a 2.

Agora, analisemos a parte diretamente proporcional do problema. Do fato 4, sabemos que o


empregado mais novo tem dois filhos o empregado do meio também tem dois filhos e o mais velho três.
O fato 2 diz que a divisão do dinheiro será feita de maneira diretamente proporcional à quantidade
de filhos de cada empregado. Lembre-se DIretamente está relacionado com DIvisão. Logo, E1 será
divido pela quantidade de filhos que possui, igual a dois; E2 será dividido pela quantidade de
filhos que possui, igual a dois; E3 será dividido pela quantidade de filhos que possui, igual a
três.

Por fim, resta a constante de proporcionalidade, que sempre estará envolvida, qualquer que seja o
problema de razão e proporção.

Novamente, utilizando a terceira propriedade vista nessa aula, poderemos analisar de maneira
separada cada uma das igualdades.
1 ×𝐸1
• =k ⇒ E1 = 2k ( I)
2

3 ×𝐸2 𝟐𝒌
• =k ⇒ 3 × E2 = 2k ⇒ E2 = (II)
2 𝟑

2 ×𝐸3 𝟑𝒌
• =k ⇒ 2 × E3 = 3k ⇒ E3 = (III)
3 𝟐

Da inferência 2, sabemos que E1 + E2 + E3 = 500.000. Substituindo “E1” pela equação (I), “E2”
pela equação (II), e E3 pela equação (III). Temos:
2𝑘 3𝑘
2k + + = 500.000
3 2

Nesse momento, precisaremos utilizar o MMC (mínimo múltiplo comum), pois estamos realizando uma
soma de frações com denominadores diferentes. Aqui, é fácil de perceber que o menor múltiplo comum
entre 3 e 2 é o número 6. Logo:
2𝑘 2𝑘 3𝑘 12𝑘+4𝑘+9𝑘
+ + = 500.000 ⇒ = 500.000
1 3 2 6

3.000.000
25 k = 3.000.000 ⇒ k =
25

k = 120.000

Portanto, a constante de proporcionalidade “k” de nosso problema é igual a “120.000”.

Nos é questionado sobre quanto receberá o empregado do meio, ou seja, E2.

𝟐𝒌 𝟐∗𝟏𝟐𝟎.𝟎𝟎𝟎
E2 = ⇒ E2 =
𝟑 𝟑

E2 = R$ 80.000

Logo, alternativa correta, Letra “C”.

55
PORCENTAGEM

1. UMA BREVE INTRODUÇÃO: O assunto da aula de hoje é de extrema importância, pois conceitos e
noções de porcentagem podem aparecer em conjunto com qualquer outro item de Raciocínio Lógico.
Veremos essa aula dividida em quatro tópicos: “Percentual de um valor”, “Equivalência de uma fração
em porcentagem”, “Variação Percentual”, e por fim, “Variações Percentuais Sucessivas”.

Antes de começarmos, gostaria de definir o significado da palavra porcentagem.

Toda razão (divisão) que possui denominador igual a 100 será chamada de taxa percentual
ou porcentagem.

Matematicamente, o denominador igual a 100 pode ser trocado pelo símbolo “%”. De modo que, por
exemplo:
50 30
= 50% ou = 30%
100 100

Da mesma maneira, podemos fazer o caminho inverso e sair de uma representação com o símbolo de
“%” para uma representação em fração ou decimal.
35
35% = = 0,35
100

250
250% = = 2,5
100

100
100% = =1
100

2. PERCENTUAL DE UM VALOR: Para calcular o percentual de um valor. Ou seja, x% de um número


𝑥
qualquer, deveremos multiplicar tal número por: .
100

Exemplos:
20
20% de 700: × 700 = 140
100

15% de 20% de 30% de 1000: Encadear sucessivas porcentagens não altera em nada a maneira de
procedermos. Basta encarar cada preposição “de” como uma multiplicação. Veja:
15 20 30
× × × 1000
100 100 100

Repare que é possível simplificar as frações acima, isso ajudará muito na hora do cálculo. Simplificando
a fração 15/100 por “5” teremos 3/20. Simplificando 20/100 por “10” teremos 2/10. Por fim,
simplificando 30/100 por “10” teremos 3/10. Resultando:

3 2 3 18000
× × × 1000 = =9
20 10 10 2000

Logo, 15% de 20% de 30% de 1000 é igual a 24.

3. EQUIVALÊNCIA DE UMA FRAÇÃO EM PORCENTAGEM: Esse tópico extremamente importante para


nós, pois diversos problemas exigem que transformemos a resposta encontrada para seu equivalente
em porcentagem.

56
Em probabilidade, vimo diversos casos em que a probabilidade desejada era expressa em termos de
porcentagem. Nem sempre o número que queremos transformar estará na forma de fração, ele também
poderá aparecer na forma decimal, isso em nada alterará a maneira de procedermos.

Para transformarmos uma fração ou um número decimal em porcentagem, basta multiplica-


lo por 100%.

Veja alguns exemplos:

Transforme os seguintes números para seus equivalentes em porcentagem


2 2 200%
= × 100% = = 20%
10 10 10

3 3 300%
= × 100% = = 60%
5 5 5

Vejamos agora como transformar um número decimal em porcentagem. O procedimento será o mesmo,
multiplicaremos o número por 100%.

0,3 = 0,3 × 100% = 30%

0,52 = 0,52 × 100% = 52%

0,345 = 0,345 × 100% = 34,5%

A multiplicação de um número decimal por “100” é bem simples, basta deslocar a vírgula duas casas
decimais para a direita.

4. VARIAÇÃO PERCENTUAL: Para comentar sobre esse tópico, farei o caminho inverso. Primeiramente,
apresentarei uma questão de concurso e, através dela, explicarei o significado de variação percentual.
Ao final, definiremos um modo generalizado para se calcular qualquer tipo de variação percentual.

Veja o seguinte problema:

FUNDATEC - Prefeitura de Uruguaiana - RS; Luiz foi contratado para executar um serviço extra
para seu empregador. Após o término do trabalho, recebeu a quantia líquida de R$ 3.770,00.
Considerando que nesse valor ocorreu a incidência do desconto de 27,5% referente ao
Imposto de Renda, o valor da remuneração de Luiz antes do desconto foi equivalente a

• A) R$ 5.100,00.

• B) R$ 5.200,00.

• C) R$ 5.300,00.

• D) R$ 5.400,00.

• E) R$ 5.500,00.

Essa questão é ótima para comentarmos diversas observações importantes a respeito de porcentagens
e que, invariavelmente, são cobradas em provas.

A primeira observação que gostaria de chamar atenção é para a representação do todo, ou do inteiro
referente a determinado valor, em termos de porcentagem.

100% de um valor “x” é igual ao próprio valor “x”. Ou seja, representa o todo.

Valores menores que 100% de um número indicam uma redução, decréscimo ou desconto em
relação ao valor original.

Por exemplo, 90% de 100 é igual a 90. Ou seja, ouve uma redução de 10%. MUITO CUIDADO, a
redução não foi igual a 90%. Para descobrirmos a variação percentual faremos o seguinte:

57
Calcularemos uma razão entre o valor final menos o valor inicial, que em nosso exemplo será de 90
– 100. E dividiremos pelo valor inicial, que em nosso exemplo é igual a 100. De modo que temos o
seguinte
𝑽𝒂𝒍𝒐𝒓 𝒇𝒊𝒏𝒂𝒍−𝑽𝒂𝒍𝒐𝒓 𝒊𝒏𝒊𝒄𝒊𝒂𝒍
Variação =
𝑽𝒂𝒍𝒐𝒓 𝒊𝒏𝒊𝒄𝒊𝒂𝒍

𝟗𝟎−𝟏𝟎𝟎 −𝟏𝟎
Variação = = = -0,01.
𝟏𝟎𝟎 𝟏𝟎𝟎

Duas observações EXTREMAMENTE IMPORTANTES sobre o resultado acima.

Primeira: Observe que o resultado obtido não se trata de uma variação percentual. Pelos simples
motivo de que o valor encontrado, 0,01, não está em termos de porcentagem. Para torna-lo em uma
variação percentual, basta multiplicar tal valor por 100%. Observe:

−𝟎, 𝟎𝟏 × 𝟏𝟎𝟎% = −𝟏𝟎%

Segunda: A segunda observação que gostaria de destacar é sobre o sinal negativo que aparece em
nosso resultado. Ele vem com uma interpretação extremamente importante para nós. Ao calcularmos a
variação percentual e obtermos um resultado negativo interpretaremos com uma REDUÇÂO. Caso o
valor encontrado seja positivo, interpretaremos como um AUMENTO. Por fim, caso o resultado seja
igual à zero a interpretação é a de que NÃO HOUVE VARIAÇÃO NO VALOR.

Em nosso exemplo, interpretaremos o resultado de −𝟏𝟎% como uma redução de 10% no valor inicial.

Após todos esses comentários, vamos seguir adiante com a questão.

Atenção para a palavra “DESCONTO” que aparece no enunciado. Desconto, redução ou decréscimo,
para nós, significarão a mesma coisa: Variação percentual negativa.

Logo, um desconto de 27,5 % representa uma variação negativa de 27,5 %. Usando a equação vista
anteriormente, temos:
𝑽𝒂𝒍𝒐𝒓 𝒇𝒊𝒏𝒂𝒍−𝑽𝒂𝒍𝒐𝒓 𝒊𝒏𝒊𝒄𝒊𝒂𝒍
Variação =
𝑽𝒂𝒍𝒐𝒓 𝒊𝒏𝒊𝒄𝒊𝒂𝒍

Obs. 1 : 27,5% = 27,5/100 = 0,275. Como se trata de uma redução, a Variação é igual a -
0,275.

Obs. 2: A informação sobre o valor final já nos foi dada. Já sabemos que após o término do
serviço Luiz recebeu a quantia de R$ 3.770,00. Nos é perguntado sobre a quantia que Luiz
recebeu antes do desconto, ou seja, valor inicial. Para efeito de cálculo, me referirei ao “Valor
Inicial” como “Vi”.
𝑽𝒂𝒍𝒐𝒓 𝒇𝒊𝒏𝒂𝒍−𝑽𝒂𝒍𝒐𝒓 𝒊𝒏𝒊𝒄𝒊𝒂𝒍 𝟑𝟕𝟕𝟎−𝑽𝒊
Portanto: Variação = ⇒ -0,275 =
𝑽𝒂𝒍𝒐𝒓 𝒊𝒏𝒊𝒄𝒊𝒂𝒍 𝑽𝒊

⇒ -0,275 *Vi = 3770 – Vi ⇒ Vi – 0,275 *Vi = 3770


𝟑𝟕𝟕𝟎
⇒ 0,725 * Vi = 3770 ⇒ Vi =
𝟎,𝟕𝟐𝟓

⇒ Vi = R$ 5.200 ∎

Portanto, alternativa correta letra “B”.

Antes de generalizar a equação vista para variação percentual, gostaria de alerta-los para um detalhe,
que não foi cobrado nessa questão, mas que muito costumeiramente é cobrado em provas e faz com
que a maioria dos candidatos erre.

Inadvertidamente, um concorrente seu que, obviamente, não leu os meus materiais poderia desenvolver
o seguinte raciocínio: “Como houve um desconto de 27,5 % no salário de Luiz, basta eu somar 27,5%

58
de 3.770,00, que equivale a R$ 1036,75, ao próprio valor de 3.770,00, pois, assim, estarei retornando
com os 27,5% que antes o foram subtraídos.”

Nesse cenário, o salário de Luiz inicialmente seria igual a R$3.770,00 + R$ 1.036, 75 que resultaria em
R$ 4.806,75.

MUITO CUIDADO!!! Não cometa esse erro. Note que, na situação acima, o equívoco do seu concorrente
foi achar que 27,5 % de 3.770,00 é a mesma coisa que 27,5 % de 5.200,00. O desconto de 27,5 % foi
feito em cima do valor inicial ou, se preferir, do montante inicial do salário de Luiz. Logo, o desconto foi
de 27,5% de R$ 5.200 e não de R$ 3.770.

4.1 DEFINIÇÃO DE VARIAÇÃO PERCENTUAL: Aqui, só iremos formalizar o que já havíamos discutido
anteriormente.

A razão entre a diferença de valores (valor final menos valor inicial) e o próprio valor inicial,
expressa em forma de porcentagem, será chamada de variação percentual.

Pare efeitos de generalização, consideraremos “Vi” como sendo o valor inicial, “Vf” como sendo o valor
final e “i” será a variação percentual da grandeza em questão. Assim, teremos:
𝑽𝒇−𝑽𝒊
i=
𝑽𝒊

Observação: Se i > 0, então a taxa de variação percentual é de crescimento.

Se i < 0, então a taxa de variação percentual é de desconto.

Se i = 0, então não houve variação percentual.

5. VARIAÇÕES PERCENTUAIS SUCESSIVAS: Nesse item, existe um “pega” muito grande sobre o
assunto de porcentagem e que as bancas adoram colocar em suas provas. Narrarei uma situação
hipotética que ilustrará o que estou querendo dizer.

Situação Hipotética: Um vendedor de bicicletas decidiu fazer uma promoção de fim de ano
com uma de suas peças. O preço original da bicicleta era de R$ 380,00 mas, com o desconto
de fim de ano, ele ofereceria uma redução de 30% no preço original. Passado o período da
promoção, sem ter obtido sucesso na venda da bicicleta, o vendedor resolveu subir em 30%
o valor da bicicleta, em relação ao preço que estava após a promoção. Nesse caso, é
verdadeiro afirmar que a bicicleta não sofreu nenhuma variação percentual em seu valor
inicial ?

Por um momento, vamos pensar igual ao seu concorrente, que não leu meus materiais.

Se a bicicleta, inicialmente, sofreu um desconto de 30% em seu valor, então teremos 100% - 30% =
70%, ou seja, antes do desconto o preço da bicicleta equivalia a 100%, mas, após a redução de 30%
em seu preço, seu valor passou a ser de 70% do que era inicialmente (Até aqui, tudo lindo! Sem erros).
Agora, como o vendedor decidiu aumentar novamente em 30% o preço cobrado, teremos que
o desconto anteriormente dado foi cancelado, ou seja, o preço da bicicleta permaneceu
inalterado.

Depois da palavra “agora” foi que o raciocínio começou a desandar. Repare no equívoco, seu concorrente
pensou que tirar 30% do valor de algo e depois aumentar em 30% o valor significa manter a quantia
inalterada, mas observe o seguinte exemplo.

Vamos retirar 30% de R$380,00


30
30% de 380 = × 380 = 114
100

Logo, 380 – 114 = R$ 266,00

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Observação: Retirar 30% de um valor é a mesma coisa que calcular 70% (100% -30%) do
referido valor.
70 26600
70% de 380 = × 380 = = R$ 266,00
100 100

Agora, vamos acrescentar novamente os 30% aos R$266,00 e, então, verificar se o valor retorna aos
R$ 380,00 iniciais.

Observação: Aumentar em 30% um determinado valor é equivalente a calcular 130% (100%


+ 30%) dessa mesma quantia.
130 34580
130% de 266 = × 266 = = R$ 345,80
100 100

Observe que o valor não retornou para R$380. Logo, diminuir uma quantia em determinada porcentagem
e, logo após, aumentar a mesma porcentagem descontada NÃO retorna o preço ao seu valor inicial.

Vejamos essa última questão para podermos fixar o conceito de variações percentuais sucessivas.

FUNDATEC- Prefeitura de Coronel Bicaco - RS: O preço de uma cartela com 4 comprimidos de um
analgésico é R$ 7,50. Esse produto sofreu um aumento de 25% em março e 15% de aumento
em agosto do mesmo ano. O aumento desse medicamento, de março a agosto, é de:

• A) 60%.

• B) 45%.

• C) 43,7%.

• D) 40%.

• E) 36,3%.

Problemas sobre variações percentuais sucessivas SEMPRE devem ser feitas em etapas. Primeiro
realizaremos o aumento inicial de 25% e, após isso, com o valor obtido realizaremos um novo aumento
de 15%.

Primeiro aumento (de 25%) :

Aumentar em 25% significa multiplicar o preço da cartela por 125% (100% + 25%).
125 937,5
125% de 7,50 = × 7,50 = = 9,375
100 100

Ou seja, após o primeiro aumento o valor da cartela foi para R$ 9,375.

Segundo aumento (de 15%) :

Agora, aumentaremos em 15% o valor de R$ 9,375. Aumentar em 15% o novo valor da cartela significa
multiplicar por 115% (100% + 15%).
115 1.078,125
115% de 9,375 = × 9,375 = = 10,781
100 100

Logo, o valor final da cartela, após sucessivos aumentos, é de R$ 10,781. Mas a questão nos pergunta
sobre o aumento relativo do produto, portanto deveremos utilizar a equação vista no tópico anterior.
𝑽𝒇−𝑽𝒊
i= . Em que: Vf (valor final) é igual a R$ 10,781
𝑽𝒊

Vi (valor inicial) é igual a R$ 7,50

i (taxa de variação) é o que desejamos encontrar.


𝑉𝑓−𝑉𝑖 10,781−7,50
⇒i = = = 0,437
𝑉𝑖 7,50

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Portanto, a variação no preço da cartela é de 0,437, para tornar esse valor em uma variação
percentual devemos multiplicar 0,437 por 100%
100 437
0,437 × 100% = 0,437 × = = 43,7%
100 100

Assim, a variação percentual no valor da cartela é de 43,7%. Logo, alternativa correta letra “C”.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

ANDRÉ, Márcio. Súmulas do STF e do STJ. Editorajuspodivm. 2022.


ANDRÉ, Márcio. Vade Mecum de Jurisprudência Dizer o Direito. Editora juspodivm. 2022.
ARAÚJO, Fábio Roque. Direito Penal Didático Parte Especial. Editora Editora juspodivm. 2022.
CUNHA, Rogério Sanches. Manual de Direito Penal Parte Especial. Editora Editora juspodivm. 2022.
MASSON, Cleber. Direito Penal Parte Especial (Volume II e III). Editora Método. 2022.

MENSAGEM PARA REFLEXÃO

Como você se vê daqui a 5 anos?! Não sei exatamente qual é seu objetivo de vida, porém, digo que é
possível realizá-lo, desde que comece a partir de hoje a planejar, executar e acreditar em seus projetos!
Você pode viver tudo que sempre sonhou!

Grande Abraço.
Prof. Jorge Florêncio
28/08/2022
JORGEFLORENCIOPROF

ANOTAÇÕES PESSOAIS

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