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Anais do

Congresso Internacional Movimentos Docentes


e Colóquio FORPIBID RP – 2022
Volume 5

ANÁLISE DE ATIVIDADES PRÁTICAS PRESENTES NO CADERNO


DA CIDADE: SABERES E APRENDIZAGENS

Luciana do Nascimento Dantas de Cesar1, Meiri Aparecida Gurgel Campos Miranda 2

RESUMO
Para apresentar propostas de trabalho aos docentes alinhadas ao currículo municipal e em
conformidade com a Base Nacional Comum Curricular, a prefeitura de São Paulo desenvolveu
o material Caderno da Cidade Saberes e Aprendizagens, composto por fascículos destinados
aos alunos e professores. O componente curricular de Ciências Naturais apresenta caminhos
possíveis de aplicação de sequências didáticas pautadas no Ensino por Investigação. O presente
trabalho tem como objetivo analisar as atividades práticas presentes no material do 8º Ano dos
Anos Finais do Ensino Fundamental. Trata-se de uma pesquisa exploratória e qualitativa do
tipo documental. Com a análise, foi possível identificar atividades práticas com a utilização de
materiais encontrados facilmente, em espaços fora da sala de aula, com recomendações para
evitar acidentes. A maior parte das atividades encontrava-se no início da sequência didática,
porém poucas apresentavam problemas e apenas duas atividades foram identificadas como
investigativas pelo próprio material.

Palavras-chave: Caderno da Cidade, atividades práticas, “Ensino de Ciências por


Investigação”.

INTRODUÇÃO

A Base Nacional Comum Curricular define que o componente curricular de Ciências da


Natureza precisa ter o processo investigativo como elemento central. Sendo que deve abranger
a definição de problemas, o levantamento de hipóteses, análise, representação, comunicação de
ideias e a intervenção como pontos importantes (BRASIL, 2017).

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O Currículo da Cidade de São Paulo (2017) apresenta compromisso social e cultural


com o acesso e aquisição do conhecimento científico, por isso define direitos de aprendizagem
para a disciplina de Ciências Naturais que incluem: o estímulo a atividades que desenvolvam
reflexão, investigação, pesquisa e resolução de problemas para permitir o vivenciar e
ressignificar experiências, com a valorização dos conhecimentos prévios dos estudantes e das
relações entre o saber e o cotidiano.
Assim, aprender através do Ensino por Investigação se relaciona com aprendizagem
significativa, que integra conceitos, procedimentos e habilidades, para proporcionar aos
estudantes a operação de ações intelectuais de maneira ativa juntamente com o entendimento
da natureza da ciência. O planejamento docente deve incluir as interações entre professor,
estudantes e materiais didáticos; para análise de objetos e fenômenos que permitam ações
manipulativas, que considerem diferentes modos de perceber aspectos envolvidos na
investigação. Assim, o raciocínio científico ocorre quando é possível o contato com os
conhecimentos conceituais, processuais e epistêmicos (SÃO PAULO, 2017).
Inicialmente as aulas práticas de ciências eram desenvolvidas nas escolas com o
objetivo de formar novos cientistas. Atualmente, as aulas práticas são utilizadas para estimular
os estudantes, gerar maior entendimento sobre os conteúdos, envolver os alunos em uma
investigação, desenvolver habilidades e capacidades para resolução de problemas e assim
compreensão de conceitos científicos. As atividades práticas não podem se limitar a ser um
roteiro de instruções, com respostas esperadas, para permitir o desenvolvimento de
argumentação, elaboração de propostas e habilidades que fazem parte do pensamento científico
(LIMA; GARCIA, 2011).
O presente trabalho tem como objetivo apresentar dados iniciais de uma análise das
atividades práticas propostas no Caderno da Cidade: Saberes e Aprendizagens (SÃO PAULO,
2018), Livro do Professor, 8º Ano dos Anos Finais do Ensino Fundamental do componente
curricular de Ciências Naturais.

METODOLOGIA

Considerando o objetivo deste estudo, que envolve compreender como as atividades


práticas são abordadas no material: “Caderno da Cidade: Saberes e Aprendizagens- Ciências
Naturais, 8ºAno” (SÃO PAULO, 2018), foram analisadas as atividades práticas do volume
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único inteiro, Livro do Professor, quanto à perspectiva de Ensino de Ciências por Investigação

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presente no Currículo da Cidade de São Paulo (2017), desenvolveu-se uma pesquisa


exploratória, envolvendo uma abordagem teórica. Trata-se de uma pesquisa qualitativa com
base documental. As informações sobre as atividades práticas foram organizadas em dois
quadros para estudo.

Optou-se pela pesquisa exploratória por desejar identificar elementos do Ensino de


Ciências por Investigação no material produzido pela prefeitura de São Paulo e compará-lo com
as ideias presentes no Currículo da Cidade. Segundo Gil (2008, p. 27), “[...] as pesquisas
exploratórias têm como principal finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e
ideias [...]”, buscando apresentar uma visão geral sobre um fato, ou seja, uma etapa inicial de
uma investigação mais ampla.

Buscou-se verificar as recomendações em relação às questões de segurança, facilidade


em encontrar os materiais e o uso de outros espaços da unidade escolar para realização das
atividades práticas. Além de investigar se a quantidade dessas atividades estava distribuída de
maneira igualitária entre os eixos e identificar a classificação de tipos de aulas práticas. Assim
como verificar elementos pertencentes à concepção curricular de Ensino de Ciências por
Investigação como: a existência de um problema dentro da atividade prática e a localização da
atividade dentro da sequência didática, uma vez que as atividades práticas no início da
sequência favorecem que as ações manipulativas passem para as ações intelectuais
(CARVALHO, 2018).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A concepção de ensino do material analisado é a de Ensino de Ciências por


Investigação, que está de acordo com pesquisadores da área, com a BNCC (BRASIL, 2017) e
com o Currículo da Cidade (SÃO PAULO, 2017). Foram identificadas o total de 24 atividades
práticas no Caderno da Cidade: Saberes e Aprendizagens do 8º Ano (SÃO PAULO, 2018).
Sendo que todas as sete unidades do material apresentam ao menos uma atividade prática, sendo
que algumas unidades apresentam uma quantidade maior do que outras. Como, por exemplo, a
unidade quatro: “O que é chuva ácida e como evitá-la” possui sete atividades enquanto a
unidade seis: “Isto não está me cheirando bem” possui apenas uma.
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Quadro 1 - Organização de informações identificadas nas atividades práticas do


Caderno da Cidade: Saberes e Aprendizagens- Ciências Naturais (SÃO PAULO, 2018)

Presença
de um Tipo de atividade
Título da atividade problema prática Eixos

Matéria, Energia e Suas Transformações/


1 Construindo um barômetro caseiro Não Não identificada Cosmos, Espaço e Tempo

2 Demonstração I e II Não Demonstração Cosmos, Espaço e Tempo

Cosmos, Espaço e Tempo/ Vida, Ambiente


3 Experimento 1, 2 e 3 Não Experimento e Saúde

4 Forragem de passarinhos Sim Não identificada Vida, Ambiente e Saúde

5 Que pele é essa? Não Não identificada Vida, Ambiente e Saúde

6 Será que alguém está doente? Sim Investigação Vida, Ambiente e Saúde

7 Ataque ao sistema imune Não Dinâmica Vida, Ambiente e Saúde

A origem dos materiais particulados


8 na atmosfera Não Demonstração Matéria, Energia e Suas Transformações

A quantidade de material
9 particulado presente no ar Sim Não identificada Matéria, Energia e Suas Transformações

Verificando a ocorrência ou não de


10 reações Não Experimento Matéria, Energia e Suas Transformações

11 Simulação da chuva ácida Não Demonstração Matéria, Energia e Suas Transformações

12 Efeito da chuva ácida em vegetais Sim Demonstração Matéria, Energia e Suas Transformações

Identificando o efeito da acidez nos


13 materiais Sim Experimento Matéria, Energia e Suas Transformações

Leitura
investigativa de
14 Leitura investigativa de imagens Não imagens Matéria, Energia e Suas Transformações
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Investigando sensações térmicas 1 e


15 2 Não Não identificada Matéria, Energia e Suas Transformações

16 Montando um motor Stiring Não Não identificada Matéria, Energia e Suas Transformações

Matéria, Energia e Suas Transformações/


17 As cores de uma fotografia Não Não identificada Vida, Ambiente e Saúde

Matéria, Energia e Suas Transformações/


18 Caça ao tesouro Não Não identificada Vida, Ambiente e Saúde

Matéria, Energia e Suas Transformações/


19 Bate forte o tambor Não Experiência Vida, Ambiente e Saúde

Matéria, Energia e Suas Transformações/


20 Ouvindo com a mão Não Não identificada Vida, Ambiente e Saúde

Atividade Matéria, energia e suas Transformações/


21 O estetoscópio Sim investigativa Vida, Ambiente e Saúde

Matéria, Energia e Suas Transformações/


22 Um arco íris todo seu Não Experiência Vida, Ambiente e Saúde

Matéria, Energia e Suas Transformações/


23 O disco de Newton Não Não identificada Vida, Ambiente e Saúde

24 Que sabor tem isso? Sim Experimentação Vida, Ambiente e Saúde


Fonte: autoria própria a partir do Caderno da Cidade: Saberes e Aprendizagens 8º Ano (SÃO PAULO, 2018)

Ao observar o Quadro 1 é possível notar que apenas sete atividades apresentaram


problematizações para serem resolvidas pela atividade prática. A atividade: “Forragem de
passarinhos” levantou as seguintes questões: “Como será que o tamanho e a forma de uma
espécie de passarinho possibilitam a utilização de diferentes recursos alimentares de uma
determinada região?”, ”E se as características do ambiente mudarem?”, ” Qual é o impacto
dessas mudanças na população desses passarinhos?” A atividade: “Será que alguém está
doente?”Apresenta uma pergunta em seu título que leva a investigação a partir da manipulação
de glóbulos brancos impressos que se encontram anexados ao final do Caderno da Cidade.
Outra atividade que apresenta um questionamento em seu título é: “Que sabor tem isso?” Já a
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atividade: “A quantidade de material particulado presente no ar” traz o questionamento: “quão

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poluído é o ar da minha região?” A atividade: “Efeito da chuva ácida nas plantações” levanta a
questão: “quais os efeitos da chuva ácida nas plantações?”; assim como a atividade:
”Investigando o efeito da acidez nos materiais” pergunta: ”quais os efeitos da chuva ácida para
a cidade?”
Das 24 atividades, apenas duas foram classificadas pelo material como investigativas:
“Estetoscópio”, que traz questionamentos que permitem aos estudantes a proposição de um
plano de trabalho com a escolha dos materiais e métodos. As perguntas que guiam a proposição
do plano de trabalho são:” Que tipo de material seria mais adequado para construir a membrana
que entra em contato com o corpo do paciente? “”Que tipo de material seria mais adequado
para construir o tubo? “”Quais os materiais do dia a dia você pode usar para montar esse
aparelho?” Esta atividade apresenta um grau elevado de liberdade intelectual, uma vez que os
estudantes determinam o plano de ação, que segundo Carvalho (2018) uma investigação
apresenta o problema e as hipóteses são discutidas com os alunos que devem buscar como
resolver o problema, que no caso é como construir um estetoscópio.
Sobre a importância da resolução de problemas Cardoso e Scarpa (2018) afirmam que
o Ensino de Ciências por Investigação é pautado na resolução de problemas ou questões, sendo
que o problema é uma situação conflituosa, na qual a resolução não é evidente e que pode ser
solucionado manuseando materiais práticos, com a utilização de lápis e papel ou na discussão
entre colegas e professores. É importante destacar que todas as atividades práticas estão
inseridas dentro de uma sequência didática, que podem apresentar questões a serem
investigadas por diversas estratégias, sendo as atividades práticas uma delas.
Das 24 atividades práticas, praticamente metade (14) recebeu algum tipo de
classificação, enquanto para a outra metade não foi encontrada nenhuma palavra no material
que trouxesse sua especificação. A busca por palavras que as classificam se deu por meio de
estudo do Livro do Professor, na qual foi analisada a atividade prática em si, as recomendações
aos docentes e as perguntas após a apresentação da atividade prática. As palavras encontradas
para classificar as atividades e suas respectivas quantidades em que apareceram foram:
Demonstração (4), Experimento (3), Experiência (2), Dinâmica (1), Atividade investigativa/
Investigação (2), Experimentação (1) e Leitura Investigativa de Imagens (1).
É possível observar a diversidade de tipos de atividades práticas, com predominância
daquelas identificadas como demonstrações, que foram utilizadas em atividades que possuíam
materiais perigosos ou que apresentavam dificuldade em conseguir quantidade para todos os
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grupos, como no caso da demonstração que é necessário um aquário. Como só metade das
atividades foram classificadas a predominância de um tipo de aula prática sobre outra pode ser
modificada. Ou ainda talvez seja possível agrupar as categorias: Experimento, Experiência e
Experimentação, que algumas vezes são utilizados como sinônimos, porém alguns autores
consideram diferenças entre elas. Como Rosito (2008) que considera que experiência e
experimento apresentam significados diferentes, uma vez que para a autora a experiência
depende de um conjunto de vivências. Enquanto o experimento se relaciona com teste, verificar
um fenômeno, colocar à prova ou um ensaio científico, destinado à verificação de um
fenômeno.
Através da observação do Quadro 1, é possível perceber ainda predominância de
atividades práticas relacionadas aos conteúdos pertencentes ao eixo: Matéria, Energia e Suas
Transformações, seguido do eixo: Vida, Ambiente e Saúde. Com a menor quantidade de
atividades práticas, temos o eixo Cosmos, Espaço e Tempo que apresentou apenas 3 atividades
práticas. Assim é possível observar que as atividades práticas presentes no Caderno, assim
como os conteúdos, não são distribuídas de maneira igualitária entre os eixos de conhecimento,
porém existe articulação e integração entre eles, como é definido pelo Currículo da Cidade
(2017). Na qual o conhecimento deve ser abordado de maneira integrada e articulada entre as
diferentes áreas que compõem a disciplina de Ciências Naturais (SÃO PAULO, 2017).
Os materiais utilizados para as atividades práticas são fáceis de encontrar como: pote de
vidro, bexiga, tesoura, elástico, fita adesiva, canudinho, canetas coloridas, papel sulfite, garrafa
de plástico, corante alimentício, termômetro, entre outros; confirmando a ideia de que não é
necessário um laboratório para a realização de atividades práticas de ciências. Das 24 atividades
foram encontrados poucos materiais que não fazem parte do nosso cotidiano, mas que podem
ser encontrados em comércios especializados que foram: papel de tornassol azul, enxofre em
pó e indicador de pH.
O material apresenta preocupação com a prevenção de acidentes, uma vez que possui
recomendações em destaque com cuidado ou atenção no caso de atividades que representem
algum tipo de risco. As recomendações encontradas foram: cuidado com o uso de lâmpadas
incandescentes para evitar queimaduras; preparo da sala para circulação dos estudantes;
sugestão de demonstração em atividades que os estudantes pudessem se machucar, como o
cuidado o fogo, aquecimento e produção de ácido sulfúrico, que deve ser neutralizado com
carbonato de cálcio antes do descarte; cuidado ao cortar com estilete latas de refrigerante e de
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atum, para evitar cortes; cuidado com a exposição a níveis de som muito elevados; cuidado com
possíveis doenças e restrições alimentares (diabetes e intolerâncias alimentares) dos estudantes
ao aplicar atividade que envolveu experimentação de alimentos. Foi encontrada apenas uma
atividade prática: "Investigando sensações térmicas 1 e 2" que não apresentou recomendações
ou cuidados, apesar de a atividade incluir o uso de água quente pelos estudantes, que devem
mergulhar uma das mãos. Uma sugestão de revisão ao material é informar uma temperatura
aceitável a fim de evitar queimaduras, em caso de uso e termômetro ou recomendar ao docente
que verifique com cuidado se temperatura está adequada para a atividade antes de fazer a
distribuição aos alunos.

Quadro 2: Organização de informações identificadas nas atividades práticas do Caderno da


Cidade: Saberes e Aprendizagens- Ciências Naturais
Título da atividade Localização na sequência didática

Construindo um barômetro caseiro Início- Atividade 3 de 8

Demonstração I e II Meio - Atividade 5 de 8

Experimento 1, 2 e 3 Início- Atividade 1 de 7

Forragem de passarinhos Meio - Atividade 4 de 7

Que pele é essa? Início- Atividade 2 de 8

Será que alguém está doente? Início- Atividade 3 de 8

Ataque ao sistema imune Início- Atividade 3 de 8

A origem dos materiais particulados na atmosfera Início- Atividade 2 de 8

A quantidade de material particulado presente no ar Início - Atividade 2 de 8

Verificando a ocorrência ou não de reações Início- Atividade 3 de 8

Simulação da chuva ácida Início- Atividade 3 de 8

Efeito da chuva ácida em vegetais Meio - Atividade 6 de 8

Identificando o efeito da acidez nos materiais Final - Atividade 7 de 8

Leitura investigativa de imagens Início- Atividade 2 de 7


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Investigando sensações térmicas 1 e 2 Meio- Atividade 4 de 7

Montando um motor Stiring Final - Atividade 6 de 7

As cores de uma fotografia Início- Atividade 1 de 8

Caça ao tesouro Início- Atividade 3 de 8

Bate forte o tambor Meio - Atividade 4 de 8

Ouvindo com a mão Meio- Atividade 4 de 8

O estetoscópio Meio- Atividade 5 de 8

Um arco íris todo seu Final - Atividade 6 de 8

O disco de Newton Final - Atividade 6 de 9

Que sabor tem isso? Início- Atividade 1 de 7


Fonte: autoria própria a partir do Caderno da Cidade: Saberes e Aprendizagens 8º Ano (SÃO PAULO, 2018)

A partir do Quadro 2 é possível levantar que houve predomínio de atividades práticas


que estavam localizadas no início da sequência didática (13), enquanto tiveram sete no meio e
quatro no final. Pode ser muito interessante iniciar as sequências didáticas com uma atividade
prática, uma vez que Carvalho (2018) explica que os problemas devem proporcionar que as
ações manipulativas passem às ações intelectuais, ou seja, primeiro a experimentação para
depois ocorrer o desenvolvimento e teste de hipóteses, raciocínio proporcional e construção da
linguagem científica.
Em relação ao uso de outros espaços que não fosse a sala de aula foram encontradas três
atividades práticas, com propósitos específicos que justificam a escolha de outro espaço escolar
para realização da atividade prática. Elas foram: “Um arco íris todo seu”, que necessita de uma
área sem sombra para a “criação” do arco-íris; “As cores de uma fotografia” em que foi
solicitado aos estudantes fotografar espaços diversos da escola e “A quantidade de material
particulado presente no ar”, que teve o intuito promover a investigação da quantidade de
material particulado presente no ar de diferentes locais da instituição ou até mesmo em seu
entorno. O que vai em concordância com o que diz o Currículo da Cidade de São Paulo,
Ciências Naturais (2017, p.69), como observado no trecho a seguir: “[...] os mais variados
espaços tornam-se apropriados para uma investigação. Considerando que os problemas em
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estudo podem ser diversos, a adequação ao espaço ocorre na relação com o foco da análise
[...]”.

CONCLUSÃO
Foi possível identificar que os materiais de utilização para as atividades práticas são
fáceis de serem encontrados, a maior parte das atividades está localizada no início da sequência
didática, o que favorece a investigação e o caderno conta com atividades práticas para serem
realizadas fora da sala de aula. Existe preocupação em relação à prevenção de acidentes, sendo
encontrada apenas uma atividade com potencial risco sem a devida recomendação. Possui
poucas atividades que apresentam a inserção de problematizações, predominam as atividades
práticas pertencentes ao eixo Matéria, Energia e Suas Transformações. O Caderno da Cidade
apresenta predominância de demonstrações. Foi identificado pelo próprio material apenas duas
atividades práticas investigativas, que apresentam questões a serem resolvidas com a
manipulação de materiais, sendo que uma delas o grau de liberdade intelectual é alto, uma vez
que os estudantes propõem os materiais e métodos que consideram mais adequados. Porém,
como nem todas as atividades foram classificadas pelo material é possível identificar sete
atividades que apresentam questões a serem resolvidas de maneira investigativa.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Proposta preliminar. Terceira versão. Brasília:
MEC, 2017.
CARDOSO, Milena. J. C; SCARPA, Daniela. L. Diagnóstico de Elementos do Ensino de
Ciências por Investigação (DEEnCI): Uma Ferramenta de Análise de Propostas de Ensino
Investigativas. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, Belo Horizonte, v.
18, n. 3, p. 1025–1059, set./dez. 2018.
CARVALHO, Anna. M. P. Fundamentos Teóricos e Metodológicos do Ensino por
Investigação. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, Minas Gerais, v.18,
n.3, p. 765–794. dez. 2018.
GIL, Antônio. C. Método e Técnicas de Pesquisa Social: 6.Ed. São Paulo: Atlas, 2008.
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LIMA, Daniela. B.; GARCIA, Rosane. N. Uma investigação sobre a importância das aulas
práticas de Biologia no Ensino Médio. Cadernos de Aplicação, Porto Alegre, v. 24, n. 1,
jan./jun. 2011.
ROSITO, Berenice, A. O ensino de ciências e a experimentação. In: MORAES, R (Org.)
Construtivismo e ensino de ciências: reflexões epistemológicas e metodológicas. Porto
Alegre: EdiPUCRs, 2008.
SÃO PAULO (SP). Secretaria Municipal de Educação. Caderno da Cidade: Saberes e
Aprendizagens: Ciências Naturais. 8° Ano. Volume Único. Livro do Professor. São Paulo:
SME, 2018.
SÃO PAULO (SP). Secretaria Municipal de Educação. Currículo da Cidade, Ensino
Fundamental, Componente Curricular: Ciências Naturais. São Paulo: SME, 2017.

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