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1 Modificações na Curva IS
X − M = N X0
1.1 Exportação:
∂X
>0
∂Y ∗
• O preço do produto nacional do ponto de vista dos estrangeiros é dado pela taxa de
câmbio real, 1/. Quanto maior o valor da taxa de câmbio real, mais baratos são
os produtos domésticos para os estrangeiros, portanto, teremos mais exportação.
Desse modo, temos que:
∂X
>0
∂
1.2 Importação:
∂M
>0
∂Y
∂M
<0
∂
Portanto, temos que, com um deslocamento da IS para a direita devido ao efeito das
maiores exportações pode ser consequência de um aumento da renda estrangeira, Y ∗ .
Iremos assumir que vale a condição de Marshall-Lerner e um aumento em leva a um
aumento das exportações lı́quidas, logo, também se descola a IS para a direita. Porém
note que o deslocamento da IS para a direita será suavizado pelo efeito do aumento da
renda, Y , sobre as importações, ou seja, parte da demanda agregada será atendida pelas
importações e não pela produção doméstica.
2 Balanço de Pagamentos
Logo, temos que o balanço de pagamentos pode ser resumido pela seguinte equação:
BP = T C(T, Y ∗ , ) + M K(i, i∗ )
T C(Y ) = −M K(i)
uma curva BP vertical. Quando existe mobilidade de capitais, mais de forma imperfeita,
teremos uma curva BP postivamente inclinada. Ou seja, uma taxa de juros mais alta
provoca entrada de capitais e, portanto, para que o balanço de pagamentos esteja em
equilı́brio precisamos de uma piora nas transações correntes, que se dá com uma renda
mais elevada. Quanto maior a mobilidade, menos inclinada (mais horizontal) será a
curva BP. No limite, com mobilidade perfeita de capitais, teremos uma BP horizontal.
i∗ BP
IS
Y
Y
Note que em qualquer ponto em que i > i∗ significa que haverá entrada de capi-
tal estrangeiro e o câmbio irá apreciar. Da mesma forma, sempre que i < i∗ haverá
fuga de capitais e o câmbio irá depreciar. Agora que introduzimos a curva BP e suas
caracterı́sticas, podemos analisar os efeitos de polı́ticas monetária e fiscal sob diferentes
regimes cambiais.
LM LM
i∗ BP i∗ BP
i i Desequilı́brio
no BP (i < i∗ ).
IS IS
Y0 Y Y0 Y
Para manter o câmbio fixo, o banco central
Deslocamento da LM leva a um
reduz a oferta de moeda doméstica,
desequilı́brio no balanço de pagamentos.
restabelecendo o equilı́brio inicial.
A polı́tica fiscal sob um regime de câmbio fixo e perfeita mobilidade de capitais tem efeito
máximo. Isso acontece porque o Banco Central precisará acomodar para manter o câmbio
fixo. Suponha que o governo aumente seus gastos, o que provoca um deslocamento da
curva IS para a direita.
Esse deslocamento da IS para a direita levará a um novo equilı́brio no mercado
monetário e no mercado de bens, com uma taxa de juros mais alta que a internacional.
Isto é, i > i∗ . Portanto, haverá um grande ingresso de capitais estrangeiros no paı́s
em busca de maior remuneração. Essa entrada de capitais causará uma valorização da
moeda doméstica.
Porém, como estamos em um regime de câmbio fixo, o Banco Central terá que intervir
no mercado cambial para evitar esta valorização. A intervenção consiste na compra dos
dólares que entram no paı́s. Essa compra de dólares aumenta a quantidade de moeda
doméstica em circulação. Logo, aumenta a oferta de moeda e a LM se desloca para a
direita. Esse deslocamento irá restabelecer o equilı́brio no balanço de pagamentos com a
taxa de juros voltando a se igualar à taxa de juros internacional i∗ . Nesse novo equilı́brio,
temos um nı́vel de renda maior. Graficamente temos:
juros juros Novo equilı́brio em um
maior nı́vel de renda.
Desequilı́brio
no BP (i > i∗ ). LM LM
i i
i∗ BP i∗ BP
IS IS
Y0 Y Y0 Y1 Y
Descolamento da IS leva a um Para manter o câmbio fixo, o banco central
desequilı́brio no balanço de pagamentos. aumenta a oferta de moeda doméstica,
deslocando a LM e restabelecendo a taxa
de juros inicial ao nı́el de renda Y1 .
3.1.3 Polı́tica Comercial
Agora iremos analisar o efeito de uma polı́tica comercial restritiva (por exemplo, um
imposto sobre importações). Uma polı́tica desse tipo diminui as importações, ceteris
paribus, e, portanto, melhora a balança comercial. Isto é, ocorre um aumento das
exportações lı́quidas. Usando o nosso arcabouço temos que essa polı́tica causa um deslo-
camento da IS para a direita. Terı́amos então um superávit no balanço de pagamentos
e uma apreciação cambial. Porém, como o regime é de câmbio fixo, o Banco Central
precisa então comprar dólares o que corresponde a uma expansão monetária. Sendo
assim, há um deslocamento da LM até o ponto em que balanço de pagamentos está
em equilı́brio. Note que nesse caso a introdução de tal polı́tica comercial gera um au-
mento de produto, sem efeito sobre o câmbio, e sem efeito sobre o valor das exportações
lı́quidas.
juros juros Novo equilı́brio em um
maior nı́vel de renda.
Desequilı́brio
no BP (i > i∗ ). LM LM
i i
i∗ BP i∗ BP
IS IS
Y0 Y Y0 Y1 Y
Descolamento da IS por conta da tarifa Para manter o câmbio fixo, o banco central
sobre importações leva a um aumenta a oferta de moeda doméstica,
desequilı́brio no balanço de pagamentos. deslocando a LM e restabelecendo a taxa
de juros inicial ao nı́el de renda Y1 .
Agora iremos ver o impacto de polı́ticas monetária e fiscal quando o paı́s adota um
regime de câmbio flexı́vel e com perfeita mobilidade de capitais.
Vamos supor que o Banco Central decida aumentar a oferta de moeda. O aumento na
oferta de moeda desloca a curva LM para a direita. Esse deslocamento da curva LM
para a direita levará a um novo equilı́brio no mercado monetário e no mercado de bens,
com uma taxa de juros menor do que a taxa internacional: i < i∗ . Portanto, haverá
uma fuga de capitais do paı́s em busca de melhores remunerações, o que, por sua vez,
causará uma desvalorização da taxa de câmbio.
Como estamos em um regime de câmbio flexı́vel, não haverá intervenção do Banco
Central no mercado cambial. Os efeitos da desvalorização da taxa de câmbio levarão a
um aumento das exportações lı́quidas (supondo válida a condição de Marshall-Lerner),
deslocando a IS para direita. Um novo equilı́brio será atingido com um nı́vel maior de
renda, com uma taxa de câmbio mais desvalorizada e a taxa de juros igual à taxa de
juros internacional, i∗ . Graficamente temos:
juros juros Novo equilı́brio em um
maior nı́vel de renda.
LM LM
i∗ BP i∗ BP
i Desequilı́brio i
no BP (i < i∗ ).
IS IS
Y0 Y Y0 Y1 Y
Deslocamento da LM leva a um Desvalorização cambial leva a um
desequilı́brio no balanço de pagamentos. aumento do saldo comercial, deslocando a
IS e restabelecendo o equilı́brio no BP em
um maior nı́vel de renda.
3.2.2 Polı́tica Fiscal
juros juros
Desequilı́brio
no BP (i > i∗ ). LM LM
i i
i∗ BP i∗ BP
IS IS
Y0 Y Y0 Y
Valorização cambial leva a uma redução
Descolamento da IS leva a um
do saldo comercial, deslocando a IS para a
desequilı́brio no balanço de pagamentos.
esquerda, de volta ao equilı́brio inicial.
3.2.3 Polı́tica Comercial
Nesse caso novamente temos que uma polı́tica comercial protecionista melhora a balança
comercial e, portanto, há um deslocamento da IS para direita. Com isso o novo equilı́brio
se daria com i > i∗ e haveria um desequilı́brio no balanço de pagamentos. Como i > i∗
entraria capital no paı́s e o que causaria uma apreciação cambial. Essa apreciação
cambial reduziria as exportações lı́quidas e, portanto, a IS se deslocaria para a esquerda.
O equilı́brio seria atingido então quando a IS retornasse ao original e terı́amos então
um produto igual ao inicial, taxa de juros igual à taxa internacional e um câmbio mais
apreciado. Note que nesse caso não há efeito sobre o valor das exportações lı́quidas, mas
há sim uma redução no volume de comércio. Graficamente temos:
juros juros
Desequilı́brio
no BP (i > i∗ ). LM LM
i i
i∗ BP i∗ BP
IS IS
Y0 Y Y0 Y
Valorização cambial leva a uma redução
Descolamento da IS leva a um
do saldo comercial, deslocando a IS para a
desequilı́brio no balanço de pagamentos.
esquerda, de volta ao equilı́brio inicial.