UFC/FEAAC/DTE Microeconomia I Prof.

Henrique Félix Aula 16

DEMANDA DE MERCADO

Demanda Individual e Demanda de Mercado

Supondo-se que existam n consumidores do bem 1 no mercado e que a demanda
de cada um deles é dada por,
( )
Então, define-se a demanda de mercado pelo bem 1 como,

( ) ∑ ( )

Onde:
é o preço do próprio bem 1;
é o preço de um bem relacionado com o bem 1 (*); e,
é a renda dos consumidores do bem 1 (**)
(*) Ás vezes, usa-se como proxy para , um índice geral de preços da economia.
(**) Pela hipótese do Agente Representativo1, na qual o comportamento de agentes
heterogêneos podem ser sintetizados pelo comportamento de um único indivíduo
representativo, a renda M é a soma das rendas de todos os consumidores
individuais participantes do mercado do bem 1. Em alguns trabalhos empíricos são
usados a renda percapita ou a renda média por classes de renda como proxies da
variável renda na função demanda de mercado.

Estática comparativa
( )
( )

( )
( )

( )
( )

1
Para mais detalhes, veja Rotta, T. N. (2006), “A questão do agente representativo”, IPE-USP:
Microeconomia e Complexidade, do Prof. Jorge Soromenho.
Representações Gráficas Usuais

Função Demanda Inversa

( )
A função demanda pode ser tratada tanto como a quantidade como função do preço
quanto o preço como função da quantidade. Esta última interpretação é denominada
de demanda inversa.
A função demanda inversa responde à seguinte pergunta: qual preço de mercado
deve ser praticado para que os consumidores demandem x unidades do bem?

Agregação de Curvas de Demanda Lineares

( )
( )
Elasticidade
Elasticidade é uma medida que pode ser entendida como o grau de sensibilidade,
resposta ou reação de uma variável às alterações em outra variável.
O coeficiente de elasticidade é a medida em percentual da variação em uma variável
em resposta a uma variação percentual em outra variável, coeteris paribus.

Exemplos na Macroeconomia
 Seja uma função exportação dada por ( ), onde é a taxa de
câmbio real e é a renda mundial. Define-se a Elasticidade-câmbio das
exportações como a razão entre a variação percentual nas exportações e a
variação percentual na taxa de câmbio, coeteris paribus.
 Seja uma função importação dada por ( ), onde é a taxa de câmbio
real e é a renda nacional. Define-se a Elasticidade-câmbio das importações
como a razão entre a variação percentual nas importações e a variação
percentual na taxa de câmbio, coeteris paribus.
 Seja uma função demanda por moeda dada por ( ), onde é a taxa
de juros nominal e é a renda mundial. Define-se a Elasticidade-juros
demanda por moeda como a razão entre a variação percentual demanda por
moeda e a variação percentual na taxa de juros, coeteris paribus.

Exemplos na Microeconomia
 Elasticidade-preço da demanda: variação percentual na quantidade
demandada de um bem, dada a variação percentual no preço do próprio bem,
coeteris paribus.
 Elasticidade-renda da demanda: variação percentual na quantidade
demandada de um bem, dada uma variação percentual na renda dos
consumidores deste bem, coeteris paribus.
 Elasticidade-preço cruzada da demanda: variação percentual na
quantidade demandada de um bem, dada a variação percentual no preço de
outro bem, coeteris paribus.
 Elasticidade-preço da oferta: variação percentual na quantidade ofertada de
um bem, dada uma variação percentual no preço do próprio bem, coeteris
paribus.
Elasticidades da Demanda
Dada a função demanda ( ), define-se:
(1) Elasticidade-preço da demanda:

(medida no arco)

(medida no ponto médio de preços e quantidades)

(medida no ponto)

(2) Elasticidade-preço cruzada da demanda:

ou

(3) Elasticidade-renda da demanda:

ou

Critérios de Classificação da demanda de um bem qualquer segundo sua

Elasticidade-preço da demanda
O resultado do cálculo do coeficiente de elasticidade-preço é sempre negativo, pois
reflete a relação inversa preço-quantidade na função demanda. Toma-se, então, o
valor absoluto deste resultado como critério para classificação da demanda de um
bem qualquer. Assim,
Se | |
Se | |
Se | |

Demanda Linear e Elasticidade

Considere a função .
O coeficiente de elasticidade para esta função é

Observe que, se P=0 implica que e, se Q=0, .

Qual o preço de elasticidade-preço igual a -1?
(preço que gera a elasticidade-preço unitária)

O intercepto vertical é . Assim, pode-se definir os intervalos de preços de

acordo com a elasticidade-preço. Se,

a demanda é inelástica

a demanda será elástica

Casos Extremos de Elasticidade-Preço

 Demanda Perfeitamente Elástica, | |

 Demanda Perfeitamente Inelástica, | |

Função Demanda com Elasticidade Constante
Funções demanda do tipo possuem elasticidade-preço constante ao longo
da curva de demanda

Elasticidade e Receita Total

( )
( )
( ) ( ) ( )( ( ) ) ( ) ( )
( ) ( ) ( )( )
( ) ( ) ( )

( )( )

Como , podemos escrever

( )( | |)

Sinais:
Se | |

Se | |

Se | | ( )

Elasticidade e Receita Marginal

( )
( )
( )
 ( )
( ) ( )
( ) ( )( )
( )

( ) ( )
( )[ ] ( )
( ) ( ) | |

( )( )
| |
 Se | |
Na faixa elástica da demanda, diminuir preço para aumentar a quantidade vendida
resulta em aumento da receita total, ou seja, a receita marginal é positiva.
 Se | |
Na faixa inelástica da demanda, diminuir preço para aumentar a quantidade vendida
resulta em redução da receita total, ou seja, a receita marginal é negativa.

Curvas de Receita Marginal nos casos de (a) demanda linear; e, (b) demanda não-
linear
 (a) (b)

Literatura:
VARIAN, Hal R. (2012) Cap. 15