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eP ∗
=
P
∗
em que P e P representam, respectivamente, o nı́vel de preços doméstico e externo.
Uma taxa de câmbio real elevada corresponde a uma taxa real desvalorizada e indica
que os bens domésticos são relativamente baratos. Isso, por sua vez, contribui para a
competitividade das exportações. Já uma taxa de câmbio real baixa corresponde a uma
taxa real valorizada e indica que os bens domésticos são relativamente caros. Isso reduz
a competitividade da produção doméstica no mercado internacional.
Essa versão baseia-se na lei do preço único. Isto é, um bem homogêneo deve ter o mesmo
preço quando expresso na mesma moeda. Aplicando essa lei aos bens e agregando todos
eles em uma cesta temos que a taxa de câmbio real deve ser constante e igual a um.
eP ∗
= =1
P
Note que a lei do preço único não leva em conta, por exemplo, custos de transportes e
tarifas de importação/exportação.
Essa versão é mais fraco e não diz que a taxa de câmbio real deve ser igual a um, mas sim
que ela deve ser constante. Portanto, a taxa nominal se ajusta com base no movimento
relativo dos nı́veis de preços de dois paı́ses.
eP ∗
= =α
P
em que α é uma constante qualquer. Isso, por sua vez, implica que
∆e 1+π
= − 1 ≈ π − π∗
e 1 + π∗
Um fato estilizado é que o câmbio é muito mais volátil do que o nı́vel de preços.
Portanto, alterações na taxa de câmbio nominal serão refletidas, no curto prazo, em
alterações na taxa de câmbio real, ou seja, gerando desvios da paridade do poder de
compra. Sendo assim, temos que a polı́tica câmbial consegue influenciar a competitivi-
dade da economia, ao menos no curto prazo.
3 Paridade de Juros
A paridade de juros é obtida através de uma condição de não arbitragem. Ou seja, não
pode haver ganho sem risco e custo. Para deduzirmos a paridade vamos pensar em duas
possı́veis aplicações:
A paridade de juros tem duas versões: a versão coberta e descoberta. Iremos estudar as
duas.
A paridade é calculada com base na taxa de câmbio esperada para o momento de con-
versão dos recursos remunerados de volta para moeda doméstica. Com isso temos:
eE
t+1
1 + it = (1 + i∗t )
et
Simplificando:
∆eE
i ≈ i∗ +
e
Note que os resultados nas operações acima ex post não serão necessarimanete os mes-
mos, uma vez que ele é baseado na expectativa de variação da taxa de câmbio dada que
a taxa de câmbio futura não é conhecida.
eFt+1
1 + it = (1 + i∗t )
et
Note que a taxa de câmbio do mercado futuro é conhecida no momento da operação.
Esta taxa independe da taxa de câmbio efetivamente realizada no futuro. Obviamente,
em equilı́brio deveremos ter eE F
t+1 = et+1 .
4 Curva J
A Curva J ilustra o efeito tı́pico de uma variação na taxa de câmbio sobre as exportações
lı́quidas no curto e no longo prazo. Ela considera o efeito imediato de uma variação na
taxa de câmbio sobre os preços em termos da moeda doméstica que, com o passar do
tempo, vai sendo dominado pelo seu efeito sobre as quantidades, que atua com uma certa
defasagem.
Vamos considerar as exportações lı́quidas medidas em termos de bens domésticos,
ou seja, a quantidade importada é convertida para uma quantidade equivalente de bens
domésticos exportados:
N X = X() − M ()
Da equação acima podemos obter então como que as exportações lı́quidas varia com a
taxa de real de câmbio.
dN X dX() dM ()
= − − M ()
d d d
No curto prazo as quantidades importadas e exportadas não são afetadas pela taxa de
câmbio, ou seja, não há efeito volume. Ocorre apenas o efeito preço.
dX() dM ()
= =0
d d
Portanto, temos que:
dN X
= −M () < 0
d
Ou seja, no curto prazo, uma desvalorização do câmbio têm um efeito negativo sobre as
exportações lı́quidas.
Com o passar do tempo as quantidades passam a responder, ou seja, há efeito volume.
dX() dM ()
>0 <0
d d
Dessa forma, o efeito final sobre as exportações lı́quidas de uma variação na taxa de
câmbio dependerá se o efeito volume superar ou não o efeito preço.
NX
N X0
5 Condição de Marshall-Lerner
Vamos agora deduzir a condição de Marshall Lerner, que nos diz sob quais condição uma
depreciação cambial leva a um aumento nas exportações lı́quidas. Retomando a relação
entre exportações lı́quidas e taxa de câmbio real:
dN X = dX − dM − M d
dN X dX dM M d
= − −
X X X X
Vamos assumir que o ponto de partida é de equilı́brio externo, isto é, N X = 0. Desta
forma temos que X = M . Portanto,
dN X dX dM M d
= − −
X X M M
dX dM d
= − −
X M
dX dM d
− >
X M
Como sabemos que as importações variam negativamente com a taxa de câmbio, pode-
mos escrever a condição acima como:
∆X ∆M ∆
+ >
X M
∆X ∆M
+ >1
X ∆ M ∆
Ou seja,
ηX + ηM > 1