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Microeconomia II

Resolução − 3a Lista de Exercı́cios

Laiz Barbosa de Carvalho

1. A demanda por batatas é dada por p = 130−3q e sua oferta por p = 10+7q.
Qual o preço e a quantidade de equilı́brio da batata?
Resposta
Como em equilı́brio o preço e a quantidade de demanda e oferta serão os
mesmos, podemos igualar as funções de oferta e demanda fornecidas.

130 − 3q = 10 + 7q
10q = 120
q = 12
A quantidade encontrada pode ser substituida em uma das funções (oferta
ou demanda) para encontrarmos o preço de equilı́brio.
Usando a demanda teremos:
p = 130 − 3q
p = 130 − 3 × 12
p = 94
∴ No equilı́brio o preço será de 94 unidades monetárias e serão ofertadas
e demandas 12 batatas.
2. A curva de demanda, uma reta negativamente inclinada, cruza a curva
de oferta, uma reta positivamente inclinada estabelecendo o equilı́brio do
mercado competitivo. Se um imposto é introduzido, onde o vendedor deve
pagar uma taxa de 2 unidades monetárias por unidade vendida, em que
situação o preço de equilı́brio do demandante:
(a) crescerá exatamente em 1 unidade monetária
Resposta
Quando os módulos das elasticidades das curvas de oferta e demanda
forem iguais.

1
(b) crescerá para um valor entre 1 e 2 unidades monetárias (excluindo os
valores 1 e 2)
Resposta
Quando a curva de oferta for mais elástica (mais inclinada) que a
curva de demanda.
(c) crescerá entre 0 e 1 unidade monetária (excluindo os valores 0 e 1)
Resposta
Quando a curva de oferta for mais inelástica (mais inclinada) que a
curva de demanda.
(d) crescerá exatamente 2 unidades monetárias
Resposta
Quando a oferta for perfeitamente elástica (horizontal) ou a demanda
for perfeitamente inelástica (vertical).
(e) ficará inalterado
Resposta
Quando a oferta for perfeitamente inelástica (vertical) ou a demanda
for perfeitamente elástica (horizontal).
3. Considere uma economia como a do exercı́cio 1, suponha agora que o
governo impõe imposto t = 14, sobre o ofertante.

(a) O que ocorre com o equilı́brio?


Resposta
Com a inclusão do imposto, o preço percebido pelo ofertante será
pS = pD − t.
Temos que pD = 130 − 3q e pS = 10 + 7q, as funções de demanda e
oferta direta serão qD = 130−p
3
D
e qS = pS −10
7 igualando as quanti-
dades:
130 − pD pS − 10
=
3 7
substituindo pelo preço após imposto
130 − pD pD − 14 − 10
=
3 7
pD = 98.2
pS = 84.2
q = 10.6
∴ A firma arcará com 9.8 do imposto, o consumidor com 4.2 e a
quantidade cairá para 10.6

2
(b) Qual o montante arrecadado pelo governo?
O montante arrecadado pelo governo será dado pelo valor do imposto
vezes a quantidade vendida do bem.

q × t = 10.6 × 14 = 148.4

(c) Qual o ônus (perda de peso morto) do imposto?

O peso morto será dado pela área A no gráfico acima.

(12 − 10.6)(14)
PM = = 9.8
2

4. Defina uma situação econômica Pareto Ótima. O equilı́brio, após o im-


posto, no exercı́cio anterior, é Pareto Ótimo? Justifique.
Resposta
Uma situação econômica é ótima no sentido de Pareto se não for possı́vel
melhorar a situação de uma pessoa sem piorar a de outra.
O equilı́brio após o imposto ainda será Pareto Ótimo. Por se tratar de
um equilı́brio, as taxas marginais de substituição são as mesmas, portanto
não há como melhorar a condição de nenhum agente no mercado.
5. Exercı́cios 1, 2, 3 e 5 do Capı́tulo 16 do Varian.
Resposta 1
O subsı́dio inteiro será transferido para os consumidores se a curva de
oferta for plana (horizontal ou perfeitamente elástica); se, porém, a curva

3
de oferta for vertical (perfeitamente inelástica), o subsı́dio sera inteira-
mente recebido pelos produtores.
Resposta 2
O consumidor

Resposta 3
Nesse caso, a curva de demanda por lápis vermelhos seria horizontal ao
preço pb , uma vez que isso seria o máximo que eles estariam propensos a
pagar por um lápis vermelho. Portanto, se for estabelecido um imposto
sobre os lápis vermelhos, os consumidores terminarão pagando pb por eles,
de modo que a quantia total do imposto terminará sendo suportada pelos
produtores (se alguns lápis vermelho chegar a ser vendido - pode ser que
o imposto induza os produtores a abandonarem o mercado).
Resposta 5
Zero. O ônus mede o valor da produção perdida. Como a mesma quan-
tidade é ofertada antes e depois do imposto, não há ônus. Colocado de
outra forma: os ofertantes pagam o total do imposto, e tudo o que eles
pagam vai para o governo. A quantia que os ofertantes pagariam para
evitar o imposto é simplesmente a receita que o governo recebe; logo, não
há peso excessivo do imposto.
6. ANPEC 2010 Todas as empresas em um determinado mercado em con-
corrência perfeita possuem uma função de custo total

CT = q 3 − 10q 2 + 36q

em que q representa a quantidade produzida pela empresa. A demanda


de mercado
Q = 111 − P

4
em que Q é a quantidade de mercado e p o preço. Julgue os itens a seguir:

(a) No longo prazo, com livre entrada e saı́da de empresas, o preço de


mercado será p = 5
FALSO. A condição de equilı́brio de curto prazo para uma empresa
de concorrência perfeita é custo marginal igual ao custo médio. A
partir do custo total (dado na questão), podemos obter tanto o custo
médio quanto o custo marginal:

CT = q 3 − 10q 2 + 36q

CM g = 3q 2 − 20q + 36
CM e = q 2 − 10q + 36
No equilı́brio de longo prazo CM g = CM e, assim:

3q 2 − 20q + 36 = q 2 − 10q + 36

2q 2 = 10
q=5
Quando q = 5, CM e = (5)2 − 10(5) + 36 = 11 e CM g = 3(5)2 −
20(5) + 36 = 11. Logo, como as firmas operam quando P = CM g,
temos que p = 11.
(b) Supondo a livre entrada e saı́da de empresas, a curva de oferta de
mercado de longo prazo será igual a Ps = 3Q3 − 20Q + 36
FALSO. A curva de oferta de longo prazo de cada firma é dada pela
curva de custo marginal: p = 3q 2 − 20q + 36, para valores maiores do
que q = 5 e P = 11, que é a quantidade de mı́nimo da curva de CMe.
A curva de oferta de longo prazo do mercado não é dada pela curva
de custo marginal. O formato dessa curva depende se a indústria tem
custos constantes (daı́ a curva de oferta será infinitamente elástica),
crescentes (daı́ a curva de oferta será positivamente inclinada) ou
decrescentes (daı́ a curva de oferta será negativamente inclinada).
Então, não há informações para dizer como é o formato da curva de
oferta de longo prazo da indústria (mercado).
(c) Ao preço de equilı́brio de longo prazo, com livre entrada e saı́da,
existirão 10 empresas no mercado
FALSO. Com p = 11, encontramos a demanda de mercado, que é
igual a: QD = 111 − 1 = 100. Assim, o número ótimo de firmas é:

N = QD /q = 100/5 = 20

(d) Se em uma determinada situação existirem 3 empresas, elas estarão


operando com preços superiores ao custo variável médio, mas inferi-
ores ao custo médio

5
FALSO. Antes de fazer qualquer conta, cabe observar que, se o
número ótimo em concorrência perfeita é de 20 empresas, se hou-
ver menos empresa do que este valor, cada empresa terá lucro maior
do que 0. Assim, já é possı́vel afirmar que cada empresa terá preço
maior que o custo total, o que torna a questão falsa. Mas, com os
cálculos: Se N = 3, e se cada firma continuar produzindo q = 5
teremos: QD = (q)(N ) = (5)(3) = 15. Dada a demanda de mercado,
podemos encontrar o novo preço de equilı́brio:

QD = 111 − p = 15

QD = 96
Quando q = 5, CM e = 11 e CM g = 11. Como preço deve ser maior
que o custo médio, isso invalida a questão.
(e) O custo marginal de uma empresa é decrescente para quantidades
inferiores a 5 unidades
FALSO. Derivando as funções CMg e CMe, e as igualando a zero,
encontramos a quantidade mı́nima de cada uma das curvas, isto é:
dCmg
=0
dq
6q − 20 = 0
qmin = 3, 3

dCme
=0
dq
2q − 10 = 0
qmin = 5
A curva de CMg é decrescente até a quantidade q = 3, 3, quando
passa a ser crescente. Portanto, a questão está incorreta.

7. ANPEC 2014 Suponha que em uma região de florestas com madeiras no-
bres foi concedido livre acesso à extração da madeira. Suponha que o
preço do metro cúbico de madeira é 1 e que a produção de madeira em
metros cúbicos pode ser expressa como f (n) = 40n − 2n2 , em que n é o
número de madeireiros que se dedicam à extração. Suponha que o custo
da serra e demais ferramentas de cada madeireiro seja de 4. Calcule a
diferença entre o número efetivo de madeireiros e o número ótimo.
O número ótimo de madereiros é aquele que maximiza o excedente gerado
pela atividade, ou seja, a diferença entre o valor da madeira extraı́da,
40n − 2n2 , e o custo da extração, 4n. Isso ocorre quando esses dois valores
são igualados:
d d
(40n − 2n2 ) = (4n)
dn dn

6
40 − 4n = 4
n=9
O número efetivo de madereiros será aquele que iguala a produtividade
média do madereiro a seu custo marginal:

40n − 2n2 d
= (4n)
n dn
n = 18
Desse modo, a diferença entre o número efetivo e o número ótimo de
madereiros é:
18 − 9 = 9

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