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Teorema de Coase

O Teorema de Coase foi proposto em um livro intitulado "O Problema do


Custo Social" de autoria de Robert Coase, um economista britânico. A
teoria foi criada tendo em vista bases teóricas, tanto econômicas quanto
jurídicas, para pensar o problema dos direitos de propriedade.

Essencialmente, o Teorema de Coase afirma que fatores externos, o que


ele chama de "externalidades" não sejam motivos para interferência
governamental em uma transação que, sem esses fatores externos, seria
privada.

Desta forma, o papel do governo no assunto seria apenas o de assegurar


que as partes tivessem seus respectivos direitos assegurados. Além disso,
a negociação entre comprador e vendedor seria um acordo de benefício
mútuo.

É importante pontuar que o Teorema de Coase não se aplica apenas às


questões de compra e venda, e sim de situações que envolvem direitos de
propriedade em geral.

Como funciona o Teorema de Coase?


O Teorema de Coase é um modelo econômico que estipula condições
ideais de negociação entre duas partes, onde ambas saem ganhando sem
que seja necessário adicionar uma terceira parte como mediação. Em
outras palavras, duas partes se juntam e resolvem seus problemas sem a
atuação de qualquer órgão governamental.

Para melhor compreensão, um exemplo: Uma determinada propriedade foi


vendida. Nesta propriedade existe um rio, porém este foi poluído por
compostos químicos e o gado do novo proprietário não poderá fazer uso
desta água por conta do risco à saúde.

O Teorema de Coase determina que o novo proprietário seja informado


pelo antigo a respeito do problema e se encontrem para buscar uma
solução que traga benefícios a ambos.

Sendo assim, o novo proprietário marca um encontro com o antigo para


resolver o problema. O antigo proprietário pode então sugerir que o preço
da propriedade seja diminuído na porcentagem ideal para que seja feita
uma revitalização do rio, ou mesmo para que o novo proprietário consiga
criar um outro sistema que permita manter uma fonte de água para o gado.

Modelo econômico

O Teorema de Coase traz um modelo econômico ideal em que não há


abuso intencional de uma parte pela outra. Além disso, trata-se de uma
visão um tanto quanto romântica e idealizada do ser humano e de seu
poder de compreender os desejos dos outros. Este modelo de negociação
não visa lucros exorbitantes, antes prima pela colaboração e crescimento
conjunto.

Além de visar uma resolução de conflitos mais igualitária, o Teorema de


Coase também atua sob a ideia de que quanto menos interferência
governamental nos assuntos privados, melhor. Os argumentos favoráveis
à esta teoria são largamente utilizados por aqueles que defendem o estado
mínimo.

Como aplicar o Teorema de Coase?


A aplicação do Teorema de Coase presume que as partes envolvidas
estejam determinadas a buscar a solução mais simples e eficiente, sem
que uma ou outra tenham o desejo de conseguir lucros desiguais sobre o
seu oponente. Em um mundo ideal esta seria a solução perfeita para evitar
problemas envolvendo direitos de propriedade.

Para que o teorema de Coase fosse bem-sucedido seria necessário que


ambas as partes tivessem direito às mesmas informações e que estas
fossem transparentes; diferenças mínimas de poder entre as partes
envolvidas; além de um mercado que permitisse transações eficientes sem
que uma das partes sofresse qualquer tipo de prejuízo.

Pode-se observar que, ainda que se trate de uma visão otimista do ser
humano e de sua capacidade para levar o outro em consideração e tratá-lo
com justiça, o Teorema de Coase nunca foi devidamente utilizado para
resolver disputas e, portanto, permanece como uma visão ideal de um
modelo econômico que nunca teve oportunidade de ser colocado em
prática.
Externalidades são os efeitos sociais, econômicos e ambientais indiretamente causados pela
venda de um produto ou serviço. O presidente da North American Economic and Finance
Association (Associação Norte Americana de Economia e Finanças), Dominick Salvatore, diz
que as externalidades se resumem à “diferença entre custos privados e custos sociais ou
entre lucros privados e lucros sociais”. Isso significa que as externalidades nascem na
economia e podem ser negativas ou positivas para a sociedade.

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