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1.

Externalidades

Externalidades são os efeitos sociais, econômicos e ambientais indiretamente causados pela


venda de um produto ou serviço. O presidente da North American Economic and Finance
Association (Associação Norte Americana de Economia e Finanças), Dominick Salvatore, diz
que as externalidades se resumem à “diferença entre custos privados e custos sociais ou
entre lucros privados e lucros sociais”. Isso significa que as externalidades nascem na
economia e podem ser negativas ou positivas para a sociedade.

1.1 Externalidades negativas – Quanto a empresa custa para a sociedade?

Quando uma empresa pode gerar fatores que prejudicam outras empresas e as pessoas ao seu
redor de formas que não estão diretamente relacionadas com os bens que produz, mas sim
com suas consequências.

Exemplo de externalidades

1.1.1 Transporte
Suponha que a empresa X produza carros e caminhões. Suas externalidades vão desde os
custos médicos dos mineradores que ficam doentes para extrair a matéria-prima dos veículos
(o ferro, para o aço da estrutura; o cobre, para a fiação elétrica; etc) até os custos médicos das
pessoas que ficam doentes inalando a fumaça produzida pelo combustível consumido.

1.2 Externalidades positivas – Quanto a empresa gera para a sociedade?

1.3 Empresas também podem causar, “sem querer”, benefícios para outras empresas e
população, que são chamados de externalidades positivas.

1.4 Exemplos de externalidades positivas mais próximas do nosso dia a dia:

1.4.1 Organizações sociais


Ao prestar serviços sociais, ONGs, associações, fundações e outras entidades fazem uma
parte do trabalho do governo, diminuindo os gastos públicos.
CMg: custo marginal privado considerado
pelaempresa;
-CMgE: custo marginal externo;
- CMgS: custo marginal social = CMg + CMgE

1.5 O que é Imposto de Pigou?

O Imposto de Pigou, conhecido também como “Taxa Pigouviana” ou “Imposto Pigouviano”,


é uma taxa tributária que tem como objetivo principal a erradicação de externalidades
negativas, ou seja, a eliminação de consequências desfavoráveis surgidas através da produção
e/ou consumo de bens e serviços.

Como podemos ver, é bem diferente do que se busca na maioria dos demais impostos, onde a
arrecadação de recursos para o Estado fica em primeiro plano.

O Imposto de Pigou recebe esse nome por ter sido primeiramente descrito por Arthur Cecil
Pigou, economista inglês formado pela Universidade de Cambridge. Em geral, ele era
considerado um notável desafiador das práticas vigentes na Economia da época e das
tradições neoclássicas.

O tributo que recebe o seu nome é a solução proposta pelas políticas públicas para diminuir
impactos negativos na sociedade, em áreas como as de saúde e do meio ambiente, por
exemplo.

Pode ser direcionado tanto às indústrias (para aumentar os impostos sobre a produção e,
assim, a diminuir) quanto aos produtos finais (na intenção de aumentar o custo ao
consumidor e diminuir o consumo).

1.6 Como funciona o Imposto de Pigou?


O imposto pigouviano pode ser visto em nosso dia a dia facilmente. Imagine a seguinte
situação: a capital paulista, uma das maiores capitais do país, apresenta índices absurdos
quando se trata dos malefícios causados pela poluição gerada pelos automóveis.

Além disso, o estresse causado pelas horas gastas nos congestionamentos espalhados por toda
a cidade cria graves problemas de saúde física e mental, relacionadas ao efeito da inalação
constante do ar em tais condições.

Por uma questão de saúde pública e preservação do meio ambiente, o Estado pode implantar
o Imposto de Pigou sobre as fábricas de automóveis e sobre o preço dos combustíveis. Ou
seja, a elevação dos preços levaria ao controle sobre a produção de automóveis e circulação
dos mesmos nas ruas, já que com esses bens mais caros, as pessoas tenderiam a comprar uma
menor quantidade deles.

1.7 Quais são as principais críticas ao conceito pigouviano?

Diversas críticas e questionamentos são levantados sobre esse conceito.

Uma delas refere-se ao comportamento do público, já que a sua aplicação pode simplesmente
ser ignorada (as empresas e consumidores podem aceitar os valores e pagarem pelo o que
desejam, no caso produzir/vender mais e consumir, respectivamente).

Vê-se isso nos casos de consumo de drogas lícitas, como é o caso das bebidas alcoólicas, por
exemplo. Ainda que a tributação sobre alguns produtos do tipo ultrapasse os 81%, o número
de pessoas que bebem cresce a cada ano – totalizando quase 3 milhões de mortes por ano em
decorrência do consumo.

Outras críticas associadas ao Imposto de Pigou estão ligadas a possíveis falhas na sua
implementação. São elas:

O governo poderia usá-lo como argumento para a implantação equivocada de impostos


abusivos, valendo-se de uma falsa promoção do bem-estar social;
A dificuldade de se mensurar a causa dos prejuízos aos cidadãos, já que por vezes pode estar
atrelado, por exemplo, a outros fatores (como o consumo de outros produtos ou condições
naturais do ambiente em que vivem);

A necessidade de custo recíproco, não direcionando a culpa pelas externalidades negativas ao


produtor ou ao consumidor, mas sim apontando a responsabilidade (e o tributo) a ambas as
partes.

Essas e outras críticas são apontadas para a taxa pigouviana. Ainda assim, não podemos
deixar de destacar a contrapartida: a possibilidade se alcançar mudanças positivas tendo-lhe
como instrumento.

Como tal solução possui baixo custo de implantação e, se baseada em um amplo estudo sobre
as condições do mercado e socio ambientais, analisando diversos pontos dos problemas
sociais (entre causas e consequências), pode apresentar sim os bons resultados esperados.

A tributação do cigarro no Brasil é um exemplo disso, visto que é associado a ele parte do
mérito pela diminuição do consumo entre os brasileiros.

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