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Os custos de poluição para a sociedade são um exemplo de custo externo; em alguns casos,
contudo, as atividades econômicas geram benefícios externos. Custos e benefícios externos são
conhecidos como externalidades, sendo os custos externos denominados externalidades negativas
e os benefícios externos denominados externalidades positivas.
De acordo com o teorema de Coase, os indivíduos podem encontrar uma forma de internalizar a
externalidade, tornando desnecessária a intervenção governamental, desde que os custos de
transação, ou seja, os custos de chegar a um acordo, sejam suficientemente baixos. Contudo, em
muitos casos, os custos de transação são elevados demais para permitir um acordo assim.
Os governos muitas vezes lidam com a poluição impondo padrões ambientais, um método que,
segundo os economistas, é geralmente uma maneira insuficiente de reduzir a poluição. Dois
métodos eficientes (que minimizam custos) para reduzir poluição são impostos sobre emissões, em
uma forma de imposto pigouviano, e licenças de emissão comercializáveis. O imposto pigouviano
ótimo sobre a poluição é igual ao seu custo social marginal na quantidade de poluição socialmente
ótima. Esses métodos também oferecem incentivos para a criação e adoção de tecnologias de
produção menos poluentes.
Quando somente os bens ou atividades originais podem ser controlados, as políticas governamentais
se dirigem a influenciar quanto pode ser produzido. Quando há custos externos da produção, o
custo social marginal de um bem ou atividade excede seu custo marginal para os produtores, a
diferença sendo o custo externo marginal. Sem ação do governo, o mercado produz o bem ou
atividade em excesso. O imposto pigouviano ótimo sobre a produção de um bem ou atividade é
igual ao seu custo externo marginal, levando a uma quantidade de produto menor e a um preço
mais alto para os consumidores. Um sistema de licenças de produção comercializáveis para o direito
de produzir o bem ou atividade também pode alcançar eficiência ao custo mínimo.
Quando um bem ou atividade gera benefícios externos, como a propagação tecnológica, o benefício
social marginal de um bem ou atividade é igual ao benefício marginal obtidos pelos consumidores
mais seu benefício externo marginal. Sem intervenção governamental, o mercado produz de menos
esse bem ou atividade. Um subsídio pigouviano ótimo para os produtores igual ao benefício externo
marginal move o mercado para a quantidade de produção socialmente ótima. Isso gera um produto
mais alto e um preço mais alto para os produtores. Essa é uma forma de política industrial, uma
política que apoia indústrias consideradas geradoras de externalidades positivas. Os economistas
com frequência são céticos em relação a políticas industriais, porque os benefícios externos são
difíceis de medir e dão motivação aos produtores para fazer lobby por benefícios lucrativos.
Bens de informação, bens cujo valor deriva principalmente da informação que eles incorporam, são
cada vez mais importantes na economia.
Bens de informação tipicamente têm custo fixo elevado, mas custo marginal zero. Isso significa que,
uma vez criado um bem de informação, a eficiência requer que ele fique de graça ou quase de graça
para os consumidores. Mas os inovadores precisam ter alguma maneira de recuperar seu custo fixo,
para que o bem possa chegar a ser produzido.
Para aumentar a eficiência, os governos criam patentes e copyrights, que dão aos inovadores um
monopólio temporário. Mas esses monopólios temporários muitas vezes surgem naturalmente
devido à vantagem de quem chega primeiro com uma inovação.
Muitos bens de informação se caracterizam também por externalidades de rede: o valor de um bem
para um indivíduo é maior quando um grande número de pessoas igualmente usa o bem.
Externalidades de rede causam retroalimentação positiva, em que o sucesso inicial ou fracasso
inicial se reforça a si mesmo.
Como os consumidores podem ter um patamar mínimo de tamanho de rede pelo qual estão
dispostos a comprar um bem, bens de informação podem ter uma massa crítica, um tamanho de
mercado a partir do qual o crescimento explode. Ou eles podem experimentar virada súbita do
mercado, em que uma pequena vantagem para um entre dois bens em competição leva-o a tornar-
se dominante. Essas características muitas vezes levam as firmas a cobrar por seus bens ou
tecnologias um preço muito baixo, na esperança de aumentar muito suas vendas.
Bens de informação causam dificuldades para a política antitruste, porque as firmas que investem
em novas tecnologias podem dedicar-se a táticas agressivas para estabelecer monopólios, práticas
que podem ou não ser legais.
Para facilitar externalidades de rede, as indústrias precisam coordenar-se sobre padrões que
permitam bens em competição funcionar juntos. O governo pode desempenhar um papel útil tanto
ao ajudar a indústria a estabelecer um padrão quanto ao ajudá-la a não ficar prisioneira de um
padrão inferior, conhecido como problema QWERTY.
Tópico 5. Externalidades
Questão 01. Usando um diagrama de oferta e demanda, demonstre como uma externalidade
negativa leva à ineficiência do mercado. Como o governo pode ajudar a eliminar essa ineficiência?
Uma externalidade negativa ocorre quando a produção ou o consumo de um bem afeta terceiros de
maneira negativa, mas essa externalidade não é refletida no preço do bem. Um exemplo clássico de
externalidade negativa é a poluição do ar gerada por uma fábrica. Vou usar um diagrama de oferta e
demanda para ilustrar como a externalidade negativa leva à ineficiência do mercado e como o
governo pode ajudar a corrigi-la.
A curva de oferta privada (S) representa a quantidade que as empresas desejam produzir a um
determinado preço.
O equilíbrio de mercado ocorre onde a oferta e a demanda se cruzam, determinando o preço (P*) e
a quantidade (Q*).
A produção da fábrica gera poluição do ar que afeta negativamente a saúde das pessoas na região,
mas esse custo não é refletido nas curvas de oferta e demanda.
Como resultado, a quantidade produzida (Q*) é maior do que a quantidade socialmente eficiente
(Qe), e o preço (P*) é menor do que o preço socialmente eficiente (Pe).
O governo pode impor um imposto (T) sobre a produção que internaliza o custo da externalidade. O
imposto aumenta o custo de produção para a fábrica, reduzindo a quantidade produzida para Qe,
que é socialmente eficiente.
O preço de equilíbrio após o imposto (Pp) reflete o custo total, incluindo o custo da externalidade.
Questão 02. Usando um diagrama de oferta e demanda, demonstre como uma externalidade
positiva leva à ineficiência do mercado. Como o governo poderia ajudar a eliminar essa
ineficiência?
Uma externalidade positiva ocorre quando a produção ou o consumo de um bem beneficia terceiros
de maneira positiva, mas essa externalidade não é refletida no preço do bem. Um exemplo clássico
de externalidade positiva é a educação. Vou usar um diagrama de oferta e demanda para ilustrar
como a externalidade positiva leva à ineficiência do mercado e como o governo pode ajudar a
corrigi-la.
A curva de oferta privada (S) representa a quantidade que as empresas desejam produzir a um
determinado preço.
O equilíbrio de mercado ocorre onde a oferta e a demanda se cruzam, determinando o preço (P*) e
a quantidade (Q*).
Externalidade Positiva - Educação:
A educação gera externalidades positivas, pois aumenta a produtividade e a renda dos indivíduos,
além de contribuir para o desenvolvimento econômico e a sociedade.
O governo pode oferecer subsídios à educação para aumentar a quantidade produzida (Qe) até o
nível socialmente eficiente.
O subsídio reduz os custos de acesso à educação e incentiva mais pessoas a participar. Isso leva a
uma quantidade produzida no equilíbrio (Qe) que é socialmente eficiente.
O preço de equilíbrio após o subsídio (Pe) é mais baixo do que o preço sem intervenção
governamental.
Outras abordagens possíveis para corrigir externalidades positivas incluem incentivos fiscais para
investimentos em pesquisa e desenvolvimento, promoção de tecnologias limpas e apoio à inovação.
A escolha da política dependerá da situação específica e das preferências do governo.
Questão 03. A tabela a seguir mostra o valor privado, o custo privado e o custo externo de várias
quantidades de produção em um mercado.
c. Qual seria o valor necessário de um imposto corretivo para que esse mercado passasse do
resultado de equilíbrio para o resultado socialmente ideal?
Questão 04. O teorema de Coase sugere que soluções eficientes para externalidades podem ser
determinadas por meio de barganha. Em que circunstâncias a barganha privada não produzirá
uma solução? Em que circunstâncias a barganha privada produzirá uma solução?
O Teorema de Coase, desenvolvido pelo economista Ronald Coase, sugere que, em teoria, soluções
eficientes para externalidades podem ser alcançadas por meio de barganha privada entre as partes
envolvidas. No entanto, as circunstâncias em que a barganha privada não produzirá uma solução
eficiente são tão importantes quanto as situações em que produzirá. Vou descrever ambas as
circunstâncias:
Assimetria de Informações: Quando uma das partes possui informações assimétricas e oculta
informações relevantes, a barganha privada pode ser distorcida e resultar em acordos subótimos. A
parte com informações privilegiadas pode explorar a outra parte.
Bloqueio do Mercado: Em alguns casos, uma parte pode ter um poder de barganha
significativamente maior que a outra, o que pode resultar em comportamento oportunista e no
bloqueio do mercado. Isso impede a negociação justa e a obtenção de uma solução eficiente.
Baixos Custos de Transação: Quando os custos de transação são baixos, as partes podem se reunir
facilmente e negociar acordos eficientes. Isso é mais provável em transações simples e com um
número pequeno de partes envolvidas.
Negociação Sem Restrições Legais: Quando não há restrições legais que impeçam a negociação, as
partes têm a liberdade de negociar e chegar a acordos mutuamente benéficos.
Em resumo, o Teorema de Coase sugere que, sob certas condições, a barganha privada pode levar a
soluções eficientes para externalidades. No entanto, quando os custos de transação são altos, há
problemas de coordenação, assimetria de informações ou bloqueio do mercado, a barganha privada
pode falhar em produzir uma solução eficiente. Portanto, a aplicabilidade do teorema depende das
condições específicas de cada situação e da existência de instituições que facilitem a barganha
eficiente, como direitos de propriedade bem definidos e baixos custos de transação.
Questão 05. O que é um imposto Pigouviano e como ele se relaciona com a redução da poluição?
Imposto Pigouviano: Para corrigir essa ineficiência, o governo pode impor um imposto Pigouviano
sobre a produção ou o consumo desses bens poluentes. O imposto é calculado com base nos custos
sociais da poluição e visa aumentar o preço desses bens, refletindo os custos totais da poluição.
Redução da Poluição: A imposição de um imposto Pigouviano cria incentivos para que as empresas
adotem tecnologias mais limpas, reduzam a poluição e busquem alternativas menos prejudiciais ao
meio ambiente. Isso leva a uma redução da poluição e ajuda a atingir um nível de produção e
consumo mais eficiente do ponto de vista social.
Questão 06. Defina externalidades de rede e dê exemplos de bens ou setores que estão sujeitos a
elas. Por que tais indústrias podem se tornar monopólios naturais?
Telefonia: Quanto mais pessoas usam um serviço de telefonia, como uma rede de telefonia móvel,
mais útil ele se torna para cada usuário, devido à capacidade de se comunicar com um grande
número de pessoas.
Redes Sociais: Plataformas de redes sociais, como Facebook e Twitter, são mais valiosas à medida
que mais pessoas as utilizam, porque isso aumenta as oportunidades de conexão e interação.
Economias de Escala: Em setores com externalidades de rede, as empresas que já têm uma base de
usuários substancial têm vantagens significativas. Eles podem aproveitar economias de escala para
fornecer serviços a um custo menor por usuário.
Custos Marginais Decrescentes: Em setores com externalidades de rede, os custos marginais (custos
adicionais para atender a um usuário adicional) tendem a diminuir à medida que a base de usuários
cresce. Isso faz com que seja mais eficiente ter uma única empresa dominante no mercado, em vez
de várias empresas menores competindo.
Barreiras à Entrada: A empresa dominante pode estabelecer barreiras à entrada, como patentes,
acordos exclusivos com fornecedores ou padrões de fato que dificultam a competição.
Devido a esses fatores, indústrias sujeitas a externalidades de rede muitas vezes evoluem em
direção a monopólios naturais, onde uma única empresa ou serviço se torna o principal provedor, já
que é mais eficiente e atraente para os consumidores. Esse domínio de mercado pode levantar
questões de regulação e concorrência, uma vez que o poder de mercado do monopólio natural pode
ser explorado de maneira prejudicial para os consumidores.
Questão 07. Qual a dificuldade de regular indústrias com externalidade de rede? Qual o desafio
para os órgãos reguladores? Quais as dificuldades eles enfrentam?
Barreiras à Entrada: A presença de monopólios naturais pode criar barreiras significativas à entrada
de novos concorrentes. Reguladores precisam lidar com o desafio de promover a competição em
mercados onde as economias de escala e as externalidades de rede favorecem o monopólio.
Jurisdições Globais e Multinacionais: Muitas empresas que operam em setores com externalidades
de rede têm presença global. Isso cria desafios para os reguladores, já que as empresas podem
escolher onde operar e podem contornar regulamentações locais.
Em resumo, regular indústrias com externalidades de rede é complexo devido à rápida evolução
tecnológica, às barreiras à entrada, às questões de compatibilidade, às preocupações com
privacidade e segurança, aos interesses poderosos e a outros fatores. Os reguladores enfrentam o
desafio de equilibrar a promoção da inovação com a proteção dos consumidores e a promoção da
concorrência em mercados que muitas vezes tendem ao domínio de monopólios naturais. É uma
tarefa que requer flexibilidade, adaptabilidade e cooperação internacional, uma vez que muitas
dessas empresas têm alcance global.