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O estado intervém por razões de justiça em que garante que haja uma repartição de
rendimentos e para garantir a coesão social, a eficiência do circuito económico e uma
distribuição retificativa dos resultados do mercado – repartição da distribuição dos
rendimentos porque há pessoas como crianças ou idosos que não tem rendimentos e precisam
de suporte e fazem (Ex: escolas públicas – educação; Hospitais públicos – saúde) ou através de
meios de tributação (impostos).
O Estado também intervém por razões de eficiência devido as teorias de falhas de mercado
em que o estado intervém quando a uma falha no mercado sendo que vamos estudar falhas:
«Ignorância - por vezes o Estado intervém por não saber que não devia ter intervindo.
Corrupção, coação, abuso de confiança, etc...
Falhas de mercado
-Externalidade positiva: Quando a Acão de um indivíduo acaba por beneficiar terceiros. Por
exemplo a vacinação em larga escala ou uma descoberta de cura de cancro. No caso de
inovações, dado que os benefícios para terceiros seriam sempre superiores aos do inventor,
tem de existir uma proteção e incentivo por parte do Estado neste âmbito para que não se
assista a uma subprodução.
Assimetria informativa – desníveis – uma das partes tem mais informação que a outra, e usa
essa informação (que é valiosa e o outro não tem esse domínio) a seu favor para tirar mais
benefícios da situação (conduta com algum oportunismo contratual) – problemas associados:
Seleção Adversa
o vendedor que conhece melhor o produto sabe os pormenores do produto enquanto que os
possíveis compradores não tem acesso a estas informações dos diversos produtos, o
comprador como não consegue analisar todos os produtos vai fazer uma avaliação média,
(esta disposto a dar um preço médio) devido a assimetria informativa saem os melhores
agentes, ficam apenas os “piores” agentes no mercado, o preço desce por aquelas serem
produtos piores, e cada vez vão saindo mais agentes do mercado o que pode levar a extinção
do mercado deste bem. Quem fica no mercado não é por mérito ou por qualidade do
produto, é por medo do consumidor não conhecer os produtos enquanto opta pelo mais
barato. O vendedor pode dar uma garantia(sinalização) para criar convicção ao cliente.
Uma das partes tem mais informação que a outra, e a parte sabendo que há assimetria
informativa vai agir de forma negligente - ex: tenho uma fábrica que produzo malas de
viagens e quero internacionalizar a fábrica para Madrid e tenho 2 opções ou contrato alguém
e pago lhe bem e vai para Madrid ou então arranjo uma pessoa com um remuneração fixa e
ganhara mais consoante as vendas que faz – a empresa não sabe toda a informação porque
não pode fiscalizar o empenho do trabalhador e ter a informação da sua atuação (a empresa
não tem forma de aceder a certas informações que só o trabalhador sabe) -a pessoa deve
trabalhar com diligência.
Produtividade
A produtividade pode se medir através da quantidade de bens e serviços que cada
trabalhador é capaz de produzir, em média, numa unidade de tempo (o “output” por hora).
Corresponde a riqueza criada por unidade de trabalho.
Hoje a forma ideal de gerar riqueza a nível nacional (aumentar a produtividade), deve colocar
a ênfase na garantia de condições estruturais de produtividade, na afetação de recursos ao
investimento em capital humano e físico que assegurem não apenas que o crescimento
ocorrerá, mas também que se mantém de reserva o potencial de crescimento futuro.
Tem também sido cada vez mais importante o conceito de produtividade sustentável – um
grau aceitável de prosperidade seja acessível à geração presente, sem que isso signifique o
esgotamento ou o declínio abrupto de recursos, ou a degradação das oportunidades que as
gerações seguintes tenham de acederem a um grau inferior de prosperidade
A escassez de recursos pode ser associada à imagem de um universo finito, uma fronteira de
possibilidades de produção.
Esta fronteira representa as várias combinações de produção de dois bens ou serviços que
são alcançáveis pela aplicação máxima e ótima dos correspondentes fatores de produção
que estão disponíveis. Todos os pontos sobre a FPP equivalem a um ponto de eficiência. É
um limite máximo que pressupõe a afetação total dos recursos, querendo isso significar que
em toda a opção produtiva por ela representada é maximizada a eficiência produtiva,
verificando-se uma situação em que não é possível produzir mais de um bem sem produzir
menos de outros bens para os quais seja possível reafectar em alternativa os disponíveis.
Ex. canhões com a manteiga – se tiver mais canhões tenho menos manteiga e vice-versa
Canhões A Fronteira de possibilidade
100 de produção
50 Expansão
80 Contração
40 Vale de eficiência
Vale de equilíbrio
20
10
0 25000 Manteiga 0 10 20 30 40 50 60 B
- pontos laranjas são pontos ineficientes – situação de desperdício em que há uma
diminuição dos recursos por exemplo haver uma pessoa desempregada.
-pontos azuis neste momento são inacessíveis e seria necessário um aumento da tecnologia
ou um aumento de recursos para serem alcançáveis.
- ponto amarelo representa 0/60 e canaliza mais recurso para a produção de B (encosta de
custos de oportunidade crescentes) e o ponto azul representa 50/0 por isso canaliza mais
recurso para A. Consoante as circunstâncias do caso concreto devemos adaptar o uso dos
recursos de cada produto, sempre atendendo ao custo de oportunidade.
Nas encostas da fpp (nas pontas) o custo de oportunidade é maior do que no vale de
equilíbrio porque neste vale há uma distribuição mais equilibrada.
- Outro dos riscos da intervenção estadual relaciona-se com o fenómeno inflacionista, com a
possibilidade de subida provocada do nível geral de preços.
- A maior parte dos fenómenos inflacionistas mais pronunciados e persistentes têm como
causa próxima o aumento da quantidade de moeda em circulação que conduz à
desvalorização da moeda, afetando a sua função de padrão geral de valor dos bens, dos
serviços e dos fatores produtivos, e perturbando-lhe o papei de intermediário geral nas trocas.
As Vantagens Absolutas
. Uma vez que é a especialização que está na base do mercado (cada um de nós especializa-se
numa produção e no mercado procedem-se as trocas desses produções) tem de haver divisão
do trabalho
Vantagens Comparativas
produções;
AUTARCIA/ECONOMIA ABERTA
CAPíTULO 4
-É uma correlação inversa entre a variação dos preços e a variação da procura. Esta correlação
pode ser representada por uma escala da procura (para cada um dos possíveis níveis de
preços, o nível de procura com que os consumidores corresponderiam) ou uma curva da
procura que ligasse os pares de “preços quantidade procuradas”.
-É possível conceber-se uma escala da oferta (tabela indicando as relações entre preços e
quantidades oferecidas que cobrisse a “disposição de vender” de cada produtor) e o seu
equivalente gráfico, uma curva da oferta que ligasse num contínuo todos esses pares “preços-
quantidades”, revelando de forma sugestiva e sintética a correlação positiva que, do lado da
oferta, se regista entre esses dois valores.
-O preço representa a avaliação que ambas as partes nas trocas fazem dos bens e serviços
transacionados, e por isso ele espelha a escassez desse objeto das transações. Quando um
preço estabiliza, ele transmite às partes a informação de que aquele é o limite máximo do
incentivo para produzir e para consumir
- Ocorreu uma variação na procura ou na oferta se tivermos verificado que tiveram lugar
deslocações globais das curvas respetivas, e que ocorreu uma mera variação nas quantidades
procuradas ou oferecidas se não constatarmos mais do que movimentos ao longo daquelas
curvas, e não qualquer variação do perfil destas.
Cruz Marshalliana:
200
100
60 150
190
O preço representa a avaliação que ambas as partes fazem nas trocas, e por isso, espelha a
escassez do objeto transacionado. Quando o preço estabiliza, transmite a informação de que
aquele é o limite máximo de incentivo para produzir e consumir.
Escassez – como há pouca quantidade, o comprador mesmo que de muito dinheiro não
consegue adquirir, mas estão dispostos a dar mais dinheiro, mas há menos incentivo para
procurar tanta quantidade – convergência em relação ao ponto de equilíbrio - maior procura
do que oferta ex. quando se lança um iphone – ponto abaixo do ponto de equilíbrio
-Oferta designa o universo de todos aqueles atos singulares com que, recorrendo a bens ou
aptidões nossos, contribuímos para a satisfação de necessidades alheias.
-Procura designa o conjunto de contributos para a satisfação das nossas necessidades que
podemos 9retirar de bens ou aptidões alheias. Através da oferta, tornamo-nos úteis; através da
procura, utilizamos.
-Oferta e procura designam as relações intersubjetivas por meio das quais os bens e serviços
são encaminhados para quem lhes atribui mais utilidade. Esse encaminhamento é a forma de
lidarmos, num ambiente de liberdade, com a escassez económica.
i) Valor de troca
-Basta que cada um confie no mecanismo de preços, ou, mais particularmente, que confie na
existência de um padrão geral de valor nas trocas, e através dele na expressão uniforme e
segura das suas próprias avaliações subjetivas em cada transação que empreende.
-Os preços descem, e se permanecer a ideia de que é algo temporário, a oferta restringe-se e a
procura expande se, determinando uma nova subida (estabilizadora) dos preços, se se pensa
que esta tendência continuará, a oferta aumenta e a procura restringe-se, resultado isto num
agravamento (destabilizador) da descida de preços.
i)Princípio DE HOTELLING
- A refutação do “Princípio de Hotelling” tem servido para se sustentar uma abordagem menos
intervencionista na promoção de valores ambientais, demonstrando-se que o mercado,
entregue a si mesmo, é capaz de espontaneamente promover, através do mecanismo dos
preços e tanto do lado da procura como do lado da oferta, melhorias muito significativas
naqueles valores ambientais, incorporando meios de travagem da degradação ambiental.
i) ELASTICIDADE DA PROCURA
Elasticidade infinita: toda a subida de preços resulta numa imediata perda total de
rendimento, pelo que o vendedor está cingido à opção de aumentar as quantidades
produzidas se quiser aumentar o seu rendimento total;
O que vale para o cálculo do rendimento total por parte do vendedor, serve também
para o cálculo da despesa total do consumidor:
Procura elástica: a subida de preços determina uma quebra da despesa total e uma descida de
preços provoca uma expansão da despesa geral;
Procura inelástica: a despesa total movimenta-se na mesma direcção das variações de preços;
Elasticidade infinita: a despesa total oscila entre o zero e a correspondência com o aumento
das quantidades oferecidas.
Quanto mais elástica for a procura, mais compensadora é para o vendedor a descida
dos preços, e menos compensadora é a subida; quanto menos elástica a procura, mais
compensadora se torna, para o vendedor, a subida de preços, e menos compensadora a
descida.
i) ELASTICIDADE-PREÇO E ELASTICIDADE-RENDIMENTO
- Para a maior parte dos bens e serviços, o respetivo consumo tende a aumentar à medida que
cresce o poder de compra dos consumidores, e os casos de correlação positiva entre
rendimento e consumo designam-se como bens normais
- Os bens inferiores são produtos cujo consumo se reduz à medida que aumenta o
rendimento disponível, que são abandonados quando se ultrapassa um certo limiar de
prosperidade, e a cujo consumo só se regressa quando essa prosperidade se perde (numa
correlação negativa com o nível do rendimento).
Bens superiores (bens de Valor = superior O aumento da procura é mais do que proporcional ao
luxo) a1 aumento do rendimento, ou a quebra da procura é mais
do que proporcional à diminuição do rendimento.
III)ELASTICIDADE-CRUZADA
J) ELASTICIDADE DE OFERTA
-Existe uma correlação directa entre os movimentos dos preços e os movimentos da oferta.
Há situações em que a oferta não pode deixar de ser pouco elástica, como por exemplo:
i) FORMA DE CALCULO
-A oferta tem uma elasticidade unitária se todos os aumentos ou diminuições de preços são
acompanhados de aumentos ou diminuições proporcionais da oferta;
-A oferta é totalmente inelástica quando ela não responde com qualquer alteração de
quantidades oferecidas às subidas ou descidas de preços;
-Se a oferta for relativamente inelástica, as variações da procura terão mais impacto nos
preços do que nas quantidades transacionadas; Se a procura for muito elástica, as oscilações
da oferta refletir-se-ão mais nas quantidades transacionadas do que no nível dos preços; Se a
procura for muito inelástica, os movimentos da oferta repercutir-se-ão mais nos preços do
que nas quantidades transacionadas.
-Se a passagem do tempo tende a aumentar a elasticidade, tanto da oferta como da procura,
dir-se-á que as deslocações das curvas da oferta e da procura tenderão a ter, no curto prazo,
um impacto maior nos preços do que nas quantidades transacionadas, que se converterá, no
longo prazo,
L) INELASTICIDADE E DEPENDENCIA
A mão invisível que Adam Smith referia, reporta-se para a geração de um equilíbrio de
forma espontânea. Uma intervenção paternalista iria alterar o equilíbrio formado em plena
liberdade.
-Quando o preço máximo é estabelecido abaixo do preço de equilíbrio: Este preço vai
igualmente desfavorecer ambas as partes. Por um lado, os produtores são forçados a produzir
menos, pois os custos de produção não permitem que o preço seja tão baixo em comparação
com a procura que irão ter. Do lado da procura, como referido, sendo o preço mais baixo as
pessoas terão mais disponibilidade para comprar maiores quantidades de bens que não
podem ser produzidos e oferecidos. Geram-se por isso filas de espera e uma carência de bens.
(a menos que o Estado concedesse a atribuição de subsídios aos produtores)
Exemplo: iphones a 10 euros vão esgotar, porque não são produzidos tantos como a procura
(lei da oferta). Com preços mais baixo há menos produtos e mais procura. Quem não pode
comprar o produto a 20 euros, se calhar pode comprar a 10, havendo mias procura, mas quem
podia comprar a 30 também não sabe se consegue comprar, não sabe se há suficientes.
-Combustíveis
-Rendas
-Quando o preço mínimo é estabelecido acima do preço de equilíbrio: Este preço iria à partida
favorecer os produtores, pois conseguem vender superior ao que o mercado havia formado.
Ainda assim, o rendimento das pessoas não é acompanhado por este aumento de preço. Como
estas não têm disposição para comprar tanto material ao preço fixado, os produtores irão ter
um stock elevado não conseguindo escoar no mercado o seu produto. Acaba por isso, ser
desvantajoso para ambos.
Exemplo: -salário mínimo
-Estágios remunerados *
*Os estágios remunerados, fazem com que haja menos estágios, assim a ideia é o Estado
intervir de uma forma a ter mínimo impacto nos incentivos para o mercado
os incentivos: -Quem trabalhava mais para receber bónus vai ficar descontente
- As empresas ainda iam ter mais dificuldade em pagar os salários aos empregados,
porque ela já tinha dificuldade em pagar os salários muitas pessoas até podiam ser
despedidas, pois mas empresas não conseguiriam pagar se o salario mínimo aumenta-se
bastante (ex. 3000 euros)
EXEMPLO:
- A procura expandiu-se, pudendo os dois consumir e vender, passa a haver uma carência do
produto, que se resolverá através da recompra, pela classe A, do que B comprou. Assim, existe
uma “transferência de bem-estar” da parte do produtor em favor da classe B, que passa a
beneficiar de ganhos de intermediação (Não é uma situação injusta porque foi um ato
voluntário do produtor.)
→ Congelamento e controlo das rendas em Portugal – a longo prazo leva a que as pessoas
deixem de investir na aquisição de casas para revenda. As consequências são o
desaparecimento da oferta de arrendamentos e o aparecimento de arrendamentos sem
cobertura legal.
Sendo que se trata de uma questão de longo prazo, seria ponderável a existência de um
congelamento temporário para fazer face a um aumento repentino dos preços. Quem
ganha: Aqueles que já habitam nas casas arrendadas com contractos pré-estabelecidos
e por isso pagam rendas muito baixas.
Quem perde: Os senhorios que não podem subir as rendas porque está preso a um
contrato e quem gostaria de arrendar uma casa, mas não podem.
- → Agricultura:
O sector agrícola tem o problema de ser muito volátil em função dos rendimentos que tiram
de um bom ou mau ano agrícola. Para estes tanto pode ser mau um ano com muita
abundância em que os preços baixam muito mas dada a procura inelástica a procura não
sobe ou um ano em que a produção foi muito fraca.
Para resolver este problema, a solução a adoptar seria a de estabelecer preços que
variassem proporcionalmente em função da quantidade produzida.
Este sector dispõe também de baixos rendimentos médios. Para conseguir evitar este
problema uma das soluções é o estabelecimento por quotas em que cada produtor apenas
pode produzir aquela determinada quantidade, assim não haveria excesso nem escassez de
procura, subindo os rendimentos médios.
-O salário mínimo superior ao preço de equilíbrio de um sector produtivo tende a gerar uma
ineficiência adicional nesse sector, que é a do agravamento dos “custos de busca”, do
desperdício de tempo e outros recursos na adequação da oferta à procura, mormente o tempo
gasto pelo trabalhador à procura de vagas, o prolongamento do desemprego daquele que não
encontra facilmente, e poderá não encontrar nunca, algum empregador disposto a pagar-lhe
acima do salário de equilíbrio.
-Outra forma de intervenção do Estado nos preços dá-se por via do lançamento de impostos
sobre as transações, O objetivo natural dos impostos é o de proporcionar uma receita para as
entidades públicas;
- A carga tributária será suportada pelos vendedores ou pelos compradores ou será partilhada
entre eles, independentemente da previsão legal, e em função de condições geradas pelo
próprio mercado, determinadas pelo mecanismo livre da interação da oferta e da procura.
- Se o imposto indirecto deve ser suportado pelos compradores, registar-se-á, ceteris paribus,
um deslocamento de toda a escala da procura no sentido da contracção, em termos de se
procurar menos quantidade do bem a cada nível de preços;
Se o imposto indireto deve ser suportado pela oferta, registar-se-á um deslocamento da escala
da oferta igualmente no sentido da contração, no sentido de ser oferecida menor quantidade
do bem a cada nível de preços.
-REPERCUSSÃO TRIBUTARIA/FISCAL: o contribuinte de direito (obrigado a pagar o imposto, é o
devedor, mas transfere o peso económico do imposto para outro) e diferente do contribuinte
de facto (suporta o peso económico do imposto). A parte com maior rigidez é aquela que
suporta o peso do imposto, se a procura for muito elástica não vai repercutir o imposto (na
elasticidade da procura, os compradores conseguem repercutir sobre os vendedores uma
parte da carga tributária), se a procura for mais rígida leva a uma repercussão do imposto
(aumenta o preço porque não diminui a procura substancialmente).
AULA DIA 15
Disposição de pagar: montante em que se pode determinar qual seria o limite do sacrifício
monetário presente na obtenção de um bem e não de outro. limitações:
-Falamos da lei da equidade se o resultado do último bem for o mesmo. - se a disposição para
pagar for o mesmo que o preço pago.
Excedente do produtor – diferença entre o preço mínimo a partir do qual a venda já
ocorreria (preço mínimo, tem em conta os custos de produção) e o preço de mercado. –
subtraímos o preço mínimo de venda e o preço de mercado
Ótimo de Pareto:
-Eficiência produção
-O estado ao criar o imposto tem de ter cuidado pois se o estado começa a intervir e a aplicar
imposto sobre transações.
____________”____________________”__________””_____________””_________________
__””
CAPíTULO 6
-Deve-se a Paul Samuelson o impulso pioneiro na teoria das preferências reveladas, em que se
pressupõe o agente racional e maximizador, sem haver a preocupação de inserir no modelo a
margem de imprecisão que os modelos estatísticos e econométricos reclamam em nome do
realismo.
- Disposição de pagar: montante em que se pode determinar qual seria o limite do sacrifício
monetário presente na obtenção de um bem e não de outro. limitações:
- Um potencial comprador só consumará a compra se entender que esta valeu a pena, ou seja:
.Que o sacrifício dos bens que troca por aquele que adquire é mais do que
compensado pelo benefício que lhe advém da aquisição;
.Que esse sacrifício fica, pelas mesmas razões, aquém do sacrifício que admitiria fazer
para ter acesso àquele bem, mesmo que em menores quantidades.
- Melhor forma de descrever é através da licitação dos preços; Antes de essa licitação se
iniciar, já os concorrentes se representam, cada um por si, o máximo que são capazes de
oferecer pelo objecto da licitação; antes mesmo de se iniciar a licitação já cada um dos
participantes delineou a sua própria disposição de pagar,
. Existe excedente do consumidor sempre que há um único preço a pagar pelas várias
unidades do bem ou serviço consumido: a curva descendente da procura significa que o
consumidor retirou uma satisfação superior das doses anteriores
-É fácil de perceber a relação que existe entre disposição de pagar e excedente do consumidor,
por um lado, e a escala da procura efectiva, por outro.
- O “leilão de Vickrey” referia-se a licitações por carta fechada, e por isso perduraria o risco de
manipulação dos valores pelo próprio leiloeiro.
- A escala da procura de mercado denotará que existem diferentes disposições de pagar por
parte dos consumidores, e que consequentemente a determinação de um preço deixará estes
compradores com diferentes excedentes do consumidor. O preço que acaba por se formar no
mercado há-de deixar acima dele toda uma área de excedentes do consumidor
Primeira Lei de Gossen: a utilidade de cada nova dose de um bem tende a ser menor
do que a utilidade de doses anteriormente aplicadas na satisfação de necessidades
económicas.
- Eficiência para o consumidor: quando ele tiver despendido todo o seu rendimento
disponível, e portanto se encontrar no limite da sua fronteira de possibilidades orçamentais, o
benefício marginal que retirar das suas opções há-de ser o preço máximo que ele está disposto
a pagar pelos produtos por que opta, e a sua curva da procura háde ser a representação exacta
da quantidade procurada a cada preço quando a utilidade está maximizada, quando a utilidade
marginal por cada Euro gasto é igual para todos aqueles produtos.
-O excedente do consumidor procura fornecer uma base objetiva aos juízos valorativos acerca
dos efeitos sobre o bem-estar de várias opções económicas, tentando evidenciar não apenas o
peso das preferências dos consumidores, tal como eles próprios se apercebem delas, mas
também a perceção dos consumidores relativa aos efeitos finais de qualquer medida que os
afete (como uma interferência no nível de preços dos produtos finais).
-O conceito fornece uma base razoável para que se perceba as preferências dos consumidores
e a forma como a sua conduta é condicionada pelo valor que atribuem aos bens e serviços.
- Se o custo é, para cada vendedor, o nível básico acima do qual se manifesta a sua disposição
de vender, e abaixo do qual uma tal disposição desaparece, qualquer preço acima do custo
garantirá um excedente do produtor que motivará a venda.
-. Para cada quantidade oferecida, o preço há-de corresponder aos custos do “vendedor
marginal”
E) EXCENDENTE DO PRODUTOR
-Um excedente do produtor, que é a diferença entre o preço mínimo a partir do qual a venda
já ocorreria e o preço a que ela efectivamente ocorre.
-Excedente total é o valor agregado de duas diferenças: a diferença que separa a disposição de
pagar dos compradores daquilo que eles pagam, e a que separa aquilo que os vendedores
recebem da sua respetiva disposição de vender; é a diferença entre o valor para os
compradores e o custo para os vendedores.
- Excedente do produtor – diferença entre o preço mínimo a partir do qual a venda já ocorreria
e o preço de mercado.
- O mercado é eficiente se ele promover uma afetação de recursos que maximize esse
“excedente total”, e:
Se permitir que a venda dos produtos se concentre no grupo de vendedores no qual se
manifesta mais forte disposição de vender, e que a compra seja levada a cabo pelo
universo de compradores no qual essa disposição de pagar se tenha concentrado
particularmente;
Se, na ausência deste estado inicial de coisas, ele propiciar um meio para que a venda
dos bens se desloque dos produtores menos eficientes para os produtores mais
eficientes, e que a aquisição dos produtos se desloque daqueles que menos os
apreciam para aqueles que mais dispostos estão a pagar por eles.
G) EFICIENCIA DE PARETO
Eficiência nas trocas (não é possível aumentar-se o bem-estar total agregado através de uma
continuação das trocas);
- A situação de “eficiência paretiana” apenas nos informa acerca da eficiência atingida, mas
nada revela quanto à justiça do resultado alcançado.
- Com a fixação de impostos indirectos, para além das repercussões que já foram analisadas,
levam a uma transferência de bem-estar, daqueles que transaccionam para os credores do
imposto. A questão é que o imposto leva a uma retracção do mercado e por essa razão, o
número de transacções é menor do que o que ocorreria sem imposto.
Quando a transações deixa de ser efetuada, há uma simples perda absoluta de bem-estar.
Isto porque, não ocorrendo a transação, não há imposto a receber.
Um Estado que queira minimizar o impacto dos impostos no bem-estar total deverá
procurar concentrar a carga tributária naqueles mercados em que a procura e a oferta
sejam menos suscetíveis de se retrair, e onde por isso, menos possível se torna a ocorrência
de uma quebra no volume da transação. Coloca-se, no entanto, a questão de se tributar o
consumo básico, aqui, os contribuintes mais pobres costumam dispensar uma percentagem
mais elevada do seu rendimento pessoal do que os contribuintes mais ricos, o que acaba
por ser pior que o próprio problema suscitado.
Ponto de equilíbrio na modulação de um imposto – um ponto aquém iria levar a uma pura
perda de bem estar e um ponto além iria levar a uma retracção do mercado tal que não se
justificaria.
- A escala da procura, que reflecte a disposição de pagar que cada consumidor experimenta
perante um determinado bem ou serviço, tem a alicerçá-la um conjunto de decisões de
consumo que envolvem a ponderação da escassez de meios e os custos de oportunidade da
opção por um bem, em termos de consumo perdido de bens alternativos.
-Curva de indiferença – cada ponto de uma curva de indiferença corresponde aquilo que o
consumidor deseja fazer, o modo como as suas preferências efetivamente se distribuem pelos
produtos, sendo que a utilidade é igual nos vários pontos da curva → combinações
satisfatórias de ambos os bens – todos os pontos em cima da curva produzem no consumidor
o mesmo grau de satisfação. De uma curva para a outra, se houver expansão, tenho mais
satisfação – a curva que vai conjugar melhor as minhas preferências com as minhas restrições
é aquela que se aproxima mais da minha reta orçamental. As várias curvas da indiferença
formam um mapa da indiferença.
Indica ao produtor o plano em que se situa a sua escala de eficiência quando lhe é possível
contar com a variabilidade de todos os fatores, e por isso serve como ponto de referencia à
planificação da sua atividade e às suas decisões de curto prazo, que deverão tender para o
abaixamento dos custos médios.
A combinação com a reta orçamental permite chegar a escolha ótima por parte do
consumidor.
Com um ou mais bens a satisfação do consumidor será sempre a mesma.
Se o preço relativo coincidir com a utilidade marginal quer dizer que o mercado espelha a
soberania do consumidor, porque a avaliação coletiva do mercado coincidiu com a avaliação
subjetiva do consumidor. Se o preço de um dos bens se alterar, temos de traçar uma nova
reta do rendimento visto que ela espelha o preço relativo dos bens e esse preço relativo
alterou-se.
A quebra do preço de um dos bens leva ao aumento do consumo de ambos os bens (efeito
de rendimento) e permite um consumo proporcional do bem em causa face ao aumento do
consumo do outro (efeito de substituição).
-O ponto ótimo de consumo é a interceção mais á direita da curva da indiferença com a FPC.
- Se o consumidor for um “price-taker”, para ele o preço relativo dos bens será um
dado, a quantidade que lhe assegure que a respectiva taxa marginal de substituição coincide
com aquele preço relativo.
Aquilo que cada um dispõe para consumir depende de duas decisões pessoais: a da
poupança (mercado de capitais) ou do nível de trabalho e de remuneração (mercado de
trabalho).
Taxa de Juro+Efeito Substituição: Se a Taxa de Juro for muito alta, os potenciais mutuantes
(aqueles que emprestam) poderão até abdicar de consumir de acordo com as suas
preferências, e somente consumir depois, por forma a obter o máximo de rendimento
derivado do mesmo mútuo (empréstimo), mormente a título de juros. Ou seja, abdicando
de consumir de acordo com as suas preferências, poderão exactamente incorrer numa
hipótese de Efeito-Substituição. Numa palavra, quanto mais alta for a Taxa de Juro, maior é
a probabilidade de tal efeito ocorrer do lado dos potenciais mutuantes.
Taxa de Juro+Efeito de rendimento: Quanto maior for o rendimento actual, menor será a
consideração pela poupança sendo que as vantagens actuais se apresentam mais
favoráveis.
A disposição de vender é, do lado da oferta, essencialmente função dos custos que a produção
comporta.
-O objetivo normal de um produtor será o de obter uma receita, um rendimento total que
supere o custo total, de forma a beneficiar da diferença entre estes dois valores (lucro):
Em primeiro lugar prende-se com os bens que o agente já dispõe e que os usa de uma
determinada forma, não podendo esses bens serem empregues noutra coisa. São exemplo
disso os lucros, juros e rendas que se deixam de obter em função de utilizar esses bens para
o próprio proveito. Entendemos mais latamente como custo de oportunidade.
É por isso que ainda que haja lucro contabilístico se deixe de produzir em função do lucro
económico poder ser negativo quando a segunda melhor opção se torna mais vantajosa.
Lucro contabilístico – comporta apenas o lucro que advém dos custos explícitos, não tendo por
base um carácter comparativo.
-A diferença entre ganhos contabilísticos e ganhos económicos reside no facto de estes serem
calculados por referência ao conjunto total de custos de oportunidade que possam ser
contextualmente considerados, ao passo que aqueles são computados por referência apenas
aos custos explícitos.
Custo fixo: é aquele que é associado aos factores cuja quantidade não se altera com o nível de
produção.
Custos variáveis: cada incremento de produção pode implicar um custo não só crescente
como marginalmente crescente.
Custos totais: soma dos custos fixos e dos custos variáveis (logo, se os custos variáveis são
crescentes, serão igualmente crescentes os custos totais).
Custos médios: quanto custa produzir cada unidade. Calcula-se dividindo o custo total pelo
número de unidades produzidas.
Custo marginal: quanto custa produzir cada nova unidade, cada unidade adicional.
Custos variáveis médios: quociente de custos variáveis por um número que representa a
quantidade de unidades produzidas.
Custos médios totais: quociente de custos totais por um número que representa a
quantidade de unidades produzidas.
- Designa-se por Escala de eficiência ou dimensão óptima esse ponto em que são mínimos os
custos médios, o nível de produção que minimiza os custos médios totais. Um produtor que
esteja particularmente preocupado em controlar os custos deverá prestar especial atenção a
esse ponto crítico a partir do qual a produção se faz a custos médios crescentes: a partir do
qual o lucro por unidade nunca voltará a ser tão grande;
o Sempre que o valor marginal for superior ao valor médio, este subirá;
o As variações dos valores marginais arrastam com elas as variações dos valores
médios;
Curto prazo: intervalo do tempo dentro do qual pelo menos um dos fatores de produção é
fixo, e são fixos os custos inerentes a esse fator;
Longo prazo: período que, para aquele produtor, é necessário para tornar variáveis todos os
fatores, e, portanto, também os correspondentes custos.
- Só com a expansão dos fatores de produção é que o produtor poderá encarar a possibilidade
de aumento de escala da produção, isto é, de aumento proporcional de todos os fatores de
produção.
1. Internas:
• Eficiência técnica – a capacidade de se empregar intensivamente
maquinaria muito eficiente, mas muito dispendiosa como custo fixo inicial;
• Eficiência empresarial – maior espaço para especialização nas tarefas de
gestão e de coordenação;
• Vantagens financeiras – permite acesso ao
crédito bancário mais favoravelmente;
• Possibilidade de descontos de quantidade na compra de publicidade ou de
recursos e de matérias-primas; • Maior investigação e desenvolvimento.
2. Externas:
• Presença local de uma vasta mão-de-obra especializada;
• Existência de uma rede instalada de assistência ou de distribuição;
• Eficiência e dimensão nas infra-estruturas disponíveis.
Contudo, há uma altura SEMPRE que a expansão começa a ser travada por perdas de escala,
por rendimentos decrescentes à escala, isto é, de uma subida de custos médios.
A nível interno:
A nível externo:
A única forma de uma curva de custos médios a longo prazo é a dos rendimentos constantes
à escala.
• Economias de Gama – pressupõe uma produção combinada de dois ou mais bens cuja
produção separada implicaria duplicação de custos, as que resultam exatamente do
uso polivalente de recursos especializados.
F) OPÇOES DE INVESTIMENTO—FAZER
G) AS EMPRESAS
- O investimento das famílias é visto do prisma das empresas, a fonte da maior parte
do financiamento de que elas podem dispor, sendo o restante fornecido pelos subsídios
estaduais e pelo investimento estrangeiro.
- O mercado das ações passou a ser encarado como uma espécie de “jogo de fortuna e azar”,
que atrai investidores avessos ao risco através do aliciamento com uma forma assaz
desprendida de participação no mercado e respetivos fins, um jogo em que o sucesso
especulativo passava a representar a totalidade da motivação de alguns investidores
A própria solução do recurso ao mercado acionista não está sempre disponível, nem é
ilimitadamente válida.
A) O FUNDAMENTO DO JURO
-Os meios futuros cuja obtenção procuramos assegurar através da estratégia presente têm um
preço relativo em termos de bens presentes (valor dos bens presentes de que temos de
prescindir para obtermos os bens futuros, o sacrifício de consumo imediato que está implicado
no investimento em recursos de que emergirão os bens futuros).
-O valor presente de bens futuros é descontado, ou seja, é menor do que o valor dos mesmos
bens quando a sua disponibilidade seja imediata: e o valor descontado é tanto menor quanto
mais dilatado for o prazo que medeia entre o presente e o momento em que finalmente
acedemos à fruição desses bens futuros.
Juro: Montante que faz vencer a preferência pelo presente, pelo que a taxa de juro tem que
ser superior à taxa de desconto que, individual ou colectivamente, é aplicada às transacções
inter-temporais; é o preço de equilíbrio do mercado dos fundos monetários mutuáveis.
O juro existe porque, na sua ausência, haveria carência de fundos mutuáveis, ou seja, excesso
da procura de fundos e falta de oferta. Dois aspectos interferem na formação de uma taxa de
juro:
Presença de inflação (as taxas de juro devem incorporar um prémio de inflação, sem o qual a
remuneração do juro seria diminuída, ou destruída, em termos reais, ou seja, em termos de
manutenção do efectivo poder de compra conferido pelos montantes mutuados)
B) O MOTIVO- ESPECULAÇÃO
O mercado especulativo nem sempre espelha a conjuntura real sobre que assenta,
mas apenas, na sua volatilidade, exprime a limitação e racionalidade das expectativas sobre
situações de mercado vindouras. Dessas expectativas, dir-se-á que elas são racionais quando
incorporam todo o conhecimento disponível, e que são irracionais quando se limitam a
extrapolar o presente, ou do passado recente, para o futuro, apostando tudo na mera
continuidade evolutiva ou em puros efeitos imprevisíveis, jogando na “antecipação do acaso”.
George Shackle, publicou a sua teoria da decisão em condições de incerteza, que não só
exprimia a sua convicção quanto à existência de uma zona de dúvida inerradicável, como
também exprimia a sua convicção relativa à legitimação do lucro como contrapartida da
assunção dessa incerteza.
Sem assunção de riscos e incertezas, não há actividade económica. Há, por isso, formas mais
ou menos engenhosas de mitigar o risco, individual ou colectivamente. Uma é a de
diversificar, de produzir ou investir em vários sectores de actividade e não num só, por forma a
distribuir os riscos de impacto negativo de uma crise sectorial. Outra é a de transferir, por
contrato, os riscos para uma seguradora, que cobra por isso um preço correspondente ao dano
coberto.
I)SEGURO E INCERTEZA
-Há incertezas não computáveis pelo cálculo de probabilidades e que, portanto, não podem
ser cobertas por um seguro. Se uma seguradora estivesse disposta a cobrir também essa
incerteza, isso representaria para ela um mau negócio, visto que ela passaria a assumir todos
os prejuízos do produtor sem receber.
-As incertezas podem respeitar à tecnologia ou às condições dos mercados; elas podem ser
objeto de cálculos de probabilidade subjetiva quanto à sua evolução em termos similares aos
de eventos passados, e com base nesses cálculos é possível determinar-se uma utilidade
esperada através de uma média de utilidades associadas a todas as alternativas possíveis, mas
a falta de uma experiência sobre esses novos factos impede um cálculo de probabilidades
objetivo.
Taxa de desconto, é descontada a utilidade, ir ao meus restautranre favorito tem mais utilidade agora
do que daqui a 20 anos, não sei se estou viva, se o restaurante esta aberto…h
CAPITULO 9- O MERCADO CONCORRENCIAL
O mercado concorrencial
1. As condições da concorrência
a. Atomicidade
Quando a escala mínima de eficiência é reduzida em toda a oferta, por oposição ao nível de
procura, significa que os produtores podem ter um nível de concorrência uma vez que
conseguem manter o nível de produção, dando aos consumidores oferta nas mesmas
condições. Permite a entrada de mais produtores no mercado, dado que a tecnologia
disponível não permite aos restantes produtores, num nível de eficiência, produzir o
suficiente para toda a procura.
b. Fluidez
Não deve haver diferenciações qualitativas que qualifiquem um produto como único e
incomparável, de forma a que por isso deixe de ser legítimo uma comparação de preços.
Pressupõe-se pois que os produtos da mesma classe sejam sucedâneos e substitutos
perfeitos uns dos outros não devem por isso ocorrer as seguintes situações:
Muitos destes entraves à liberdade de entrada e saída são artificiais, no sentido de serem
barreiras político-jurídicas. Podem ser no sentido de não permitirem fluidez ou atomicidade
e por isso impedirem a formação de uma concorrência a nível de preços. Também no
âmbito da interferência do Estado podemos dar alguns exemplos que impedem a entrada e
saída no mercado:
2. A teoria do produtor
Num mercado de concorrência perfeita, o produtor não poderá alterar o preço em função
de um aumento de quantidades produzidas. Assim sendo, o seu rendimento total variará
directamente em função dessas quantidades produzidas: se o preço não variar, o nível de
rendimento dependerá exclusivamente do nível de vendas, do volume de produção.
Para o “price taker” a procura é infinitamente elástica porque os produtos oferecidos pelos
seus concorrentes são perfeitos substitutos dos seus, existindo para o comprador a
possibilidade de comprar à concorrência sem qualquer perda de utilidade.
Custo irrecuperável/histórico (sunk cost) – um custo que o produtor não se livra mesmo que
deixe de produzir. Exemplo disso são os anúncios publicitários já pagos.
Custos recuperáveis – custos fixos relativos à aquisição de bens que sejam utilizáveis
noutras linhas de produção. São o também os custos de funcionamento (overhead costs)
que desaparecem assim que o produtor tome a decisão de suspender a atividade.
Já que o produtor, a curto prazo não se consegue livrar dos custos fixos, tudo se opera no
âmbito dos custos variáveis. Assim só será racional sair do mercado temporariamente
quando os custos variáveis forem superiores ao rendimento total. Quando por isso os
rendimentos totais não cobrem os custos variáveis, corresponde a dizer que as perdas totais
são superiores aos custos fixos totais.
Pode também justificar-se de outra forma, dizendo que a decisão de curto prazo de
suspensão da produção há-de justificar-se em todos os casos em que os custos variáveis
médios são superiores ao preço que corresponde ao rendimento médio.
A decisão agora será de sair definitivamente do mercado ou não e no caso de não abandono
decidir qual a escala de produção.
A longo prazo o produtor deve abandonar o mercado quando o rendimento total não chega
para encobrir os custos totais, se o seu custo médio é superior ao preço.
Na entrada no mercado, deve-se igualmente ter em conta os seus custos médios com o
nível de preços que é praticado no mercado, tendo ainda em conta que a entrada de novos
produtores faz descer o nível de preços.
Assim, a existência de preços elevados e de lucros extraordinários (lucros) atrai novos
concorrentes ao mercado, porque a disparidade verificada entre preços e custos sugere a
novos candidatos a possibilidade de que mesmo a sua escala de eficiência, por
comparativamente mais elevada que seja em relação a produtores mais eficientes, ainda
conseguirá situar-se num ponto inferior ao preço de mercado.
Quando o preço de venda se situar num ponto intermédio entre a curva dos custos médios
e dos custos variáveis médios, vale a pena ao produtor manter-se em atividade, ainda que
registar perdas, pois que uma saída poderia trazer perdas ainda maiores já que não tem
como recuperar os custos fixos e custos irrecuperáveis.
Assim sendo, os novos produtores provocam a sua própria saída pois que aquilo que os
aliciou foi destruído pela sua própria entrada (efeito de miragem). A saída destes
produtores fará aumentar o lucro daqueles que subsistiram e com isso irá atrair novamente
mais produtores, acontecendo o mesmo processo e assim sucessivamente.
Existe, contudo, um ponto de equilíbrio em que isto deixa de acontecer. Trata-se do ponto
no qual convergem preço e custo médio, um ponto no qual o lucro tende a desaparecer.
Num mercado atomístico, os lucros extraordinários tendem a desaparecer, pois que não há
nenhuma opção melhor nem opção pior, está na única possível.
O lucro normal será então o ponto mínimo aceitável de lucro, sem o qual o sector é
abandonado pelos empresários, pois corresponde ao rendimento médio que a atividade
empresarial é capaz de gerar em qualquer sector.
Assim, justifica-se que, ainda que não haja lucro económico, o produtor opte pela não saída
pois sabe que os lucros contabilísticos seriam em qualquer atividade menores.
O ponto que é atingido quando o rendimento total aos custos totais, incluindo o lucro
normal, chama-se de ponto de break-even. Este é aquele que o produtor está a atingir o
rendimento que atingiria na melhor das hipóteses.
A concentração do mercado
A intensidade da concorrência depende, em termos de eficiência, da estrutura de custos
dominante, e esta depende, por sua vez, da tecnologia disponível. O nível ótimo de
concorrência dar-se-á quando a densidade de concorrentes não impedir nenhum deles de
chegar à sua escala de eficiência.
Neste último caso não é possível haver concorrência nem seria eficiente. Ao adicionar um
novo produtor, a produção do monopolista irá diminuir e por isso os seus custos irão ser
maiores do que eram com mais produção porque tem que recuar na curva dos custos
médios, havendo perdas de eficiência e aumentando os preços para os consumidores.
O que faz com que a escala de eficiência corresponda a maiores ou menores volumes de
produção são os custos fixos, os custos irrecuperáveis e os custos fixos de funcionamento.
Quando estes custos são menores, há lugar para muitos concorrentes; quando o inverso
acontece e só a elevadíssimos volumes de produção se atinge a escala de eficiência, a
concorrência está comprometida como solução ótima.
Os custos fixos são por isso uma barreira natural à entrada e à saída de concorrentes.
Quanto maior for a concentração mais provável se torna que o preço se afaste do seu nível
concorrencial e se aproxime dos máximos que poderão vigorar numa situação de
monopólio.
A interdependência dos mercados competitivos
Equilíbrio parcial – isola os fenómenos verificados num mercado em relação às suas
conexões com o funcionamento de outros mercados.
Monopólio
Monopólio puro – um único vendedor
Deparando-se com a situação de “lucro zero” de que há pouco se falou, os produtores terão
dois objectivos dominantes:
• Coexistir com produtores cujos custos são mais elevados e assim assegurar ganhos
extraordinários de longo prazo – é difícil pois pressupõe que o próprio consiga
manterse sempre um passo à frente da concorrência em matéria de progresso
tecnológico ou organizativo, em matéria de redução de custos;
• Excluir todos os outros concorrentes para que possa manipular os preços e com isso
maximizar os lucros.
Aqueles que não se encontram num monopólio natural haverão de temer obviamente que a
qualquer hora ingresse um novo produtor, o que não acontece com os monopólios naturais
pois que estes esgotam sozinhos a possível produção necessária. A preocupação de um
monopólio natural será apenas quando exista um aumento da procura de tal forma que, já
não corresponda à sua escala mínima de eficiência.
Para o monopolista, o que importa é que o custo marginal nunca seja superior ao
rendimento marginal e por isso, enquanto o custo marginal não for superior ao rendimento
marginal, será vantajoso para o mesmo aumentar a produção. O ponto óptimo será então
onde o custo marginal iguale o rendimento marginal.
Por isso, o monopólio tanto pode diminuir o bem-estar total, como aumentá-lo quando o
excedente do produtor supera as perdas do bem estar do consumidor.
Contudo o que acontece é que o monopolista produz menos e vende mais caro.(Isto
porque, como o ponto máximo é aquele em que se intersectam custo marginal com
rendimento marginal, este ponto será sempre inferior ao preço do mercado pois que o
rendimento marginal é sempre inferior ao preço.)
É este o ponto no qual o monopolista é capaz de gerar uma renda monopolista, uma renda
económica que justifica a inexistência de uma vontade no sentido de aumentar a produção.
Podemos então concluir que não assegura a maximização do bem-estar social pois que
produzindo a um nível de preços superiores ao que socialmente eficiente também não irá
produzir a quantidade necessária, podendo levar a que determinados consumidores, devido
ao preço do produto, fiquem sem acesso a ele.
As leis anti-trust
Os regimes de controlo de fusões são adoptados para evitar consequências de
concentrações que sejam nocivas para a competência. Trata-se de mecanismos de
“comprar” a concorrência ou juntar as forças com a mesma, ao invés da prática de preços
predatórios que acaba por ser desvantajoso para o próprio monopólio.
• Concentração vertical – Abarca-se todo o processo produtivo, desde o início da sua
produção, até à venda;
• Concentração horizontal – Abarca-se empresas que tenham que ver com o mesmo
momento do processo produtivo.
Por isso, nem todas as concentrações de mercado são proibidas e mesmo aqueles que têm
uma avaliação negativa no índica Herfindal-Hirschman podem subsistir através da invocação
de um motivo razoável (rule of reason) que justifique com a eficiência a restrição da
concorrência, como é o caso dos monopólios naturais.
A regulamentação
Em vez de impedir a existência de monopólios, proíbe-se o exercício desse poder de
mercado, no sentido de estabelecer preços máximos que o monopolista pode cobrar.
Acredita-se muitas vezes que a alegação de que o Estado é detentor de monopólios naturais
não é correcta pois que em vários casos existiria lugar para mais concorrentes. Exemplo
disso é a rede eléctrica ou a rede ferroviária.
• Preço acima do custo marginal (acima da curva da oferta) – não evita o abuso do
poder e faz com que o excedente total diminua pelo facto do excedente do
consumidor diminuir – é como se não houvesse regulação;
• No caso de se tratar de economias de escala, o facto do preço ser estabelecido em
função dos custos marginais pode fazer com que a mesma saia do mercado – as
economias de escala tem custos marginais sempre inferiores aos custos médios,
pelo que a fixação de preços de acordo com os custos marginais faz com que o
monopolista venda sempre abaixo do seu custo médio, fazendo com que registe
perdas significativas;
O Estado pode também permitir que os monopolistas pratiquem o preço que quiserem mas
estabelecer:
A fixação de preços em função dos custos pode levar a que as empresas inflacionem o
mesmo. Pode ocorrer que com isso o vendedor não se sinta motivado em diminuir os custos
de produção, visto que qualquer diminuição dos custos corresponderia a uma diminuição do
preço.
Para além de garantir a sua subsistência no mercado, o monopolista está também a tornar
menos atractiva a entrada no mercado, pelo facto de já não registar elevado lucro. Com esta
actuação está também, ainda que involuntariamente, a devolver aos consumidores o seu
excedente e com isso aumenta o bem-estar total que estará próximo de uma situação de
mercado concorrencial.
O mercado contestável é por isso o mercado no qual um nível concorrencial de preços é
atingido através da mera concorrência potencial. A única excepção é quando existem
elevados custos à entrada que formam uma barreira à entrada (custos irrecuperáveis
associados a uma escala mínima de eficiência elevada).
Esta estratégia é só eficaz quanto mais rígido for possível segmentar o universo dos
consumidores. Um consumidor que está disposto a pagar 7 euros não deverá ter acesso ao
bem quando ele é vendido por 4 euros.
Oligopólio
Quando o nível de concentração é pouco, isto quer dizer que cada um dos vendedores
disporá de um poder de mercado que lhe permitirá, não apenas influenciar o nível de
preços, mas também através dessa influência, interferir no rendimento, nas receitas e
portanto nas perspectivas de lucro, dos seus concorrentes. Podemos pois falar de uma
interdependência.
Neste tipo de situação pode tanto ocorrer que o oligopolista exerça as suas forças
competitivas ou que os diversos produtores reconstituam uma situação de monopólio,
beneficiando do lucro extraordinário do mesmo.
A cooperação do oligopolista
Uma coligação entre oligopolistas, quando dotada de um mínimo de estabilidade, podendo
ser analisado como sendo um monopólio dá-se o nome de cartel. A coligação pode resultar
de:
Contudo, nem sempre há um agrupamento/cartel, pois que por vezes os ganhos individuais
parecem mais apetecíveis que os ganhos colectivos. Uma situação de cartel significa que os
lucros extraordinários sejam divididos por todos, consoante a sua produção e quanto maior
for o peso do oligopolista dentro daquele grupo. Isto faz com que muitas vezes um
oligopolista comece a pensar primeiro nos lucros que sozinho poderia fazer, sem que os ter
de partilhar, principalmente aqueles com maior poder dentro de um determinado grupo.
Existem proibições jurídicas para evitar este tipo de situações. Fazem também com que
sucedâneas formas de acordos se vejam destabilizadas:
A necessidade de estabelecer este tipo de acordos é tanto maior quanto maior for o
número de oligopolistas. Isto porque a quota que caberá a cada um é menor e por isso o
risco de que um dos oligopolistas quebre o acordo é tanto maior.
A concorrência oligopolista
Ainda que havendo acordo, isso não quer dizer que todos os respeitem, podendo também
ocorrer a situação de que nenhum o respeite ou que apenas alguns o respeite.
Não havendo acordos, os oligopolistas têm que ter em atenção ao que os restantes
produzem, já que, o preço de mercado será o mesmo. Se o preço de mercado é de 7 euros e
a quantidade produzida é de 200’000 unidades, seria compreensível que, no caso de serem
dois oligopolistas, cada um produzisse 100’000 unidades e ficasse com os respectivos lucros.
Assim, estabilizam num ponto sub-óptimo que é um equilíbrio de Nash. Este equilíbrio dá-se
porque um dos oligopolistas agiu em função da estratégia adoptada pelo outro. Trata-se de
um ponto sub-óptimo, pois que este está aquém da escala mínima de eficiência, ou seja, do
“lucro zero”.
Estes dois efeitos serão tidos em conta pelo oligopolista, comparativamente ao volume de
produção do outro oligopolista.
Como o oligopolista tem sempre em atenção qual seria a reacção imediata dos restantes
face às suas atitudes, podem ter as seguintes hipóteses:
A estratégia de não-cooperação
Teoria dos jogos – estudo das atitudes estratégicas de articulação de interesses entre
agentes, no espaço intermédio dos extremos da cooperação. Esta verifica-se quando a
interdependência é tão grande que as decisões de um podem influenciar decisivamente a
esfera de interesses alheios, suscitando reacções preventivas.
A tragédia dos baldios – Trata-se do aproveitamento de recursos comuns que por isso não
estão sujeitos a apropriação individual. A tendência será então de haver uma maior
exploração por parte de cada um, levando por isso a um esgotamento dos recursos,
havendo um nível de eficiência menor do que aquele que existiria se fosse de propriedade
individual.
Quando os oligopolistas se apercebem que estão num equilíbrio de Nash e que por isso
tiveram perdas de lucro, pelo que preferem agora a cooperação.
Qualquer dos oligopolistas obtém uma vantagem adicional se for o único a romper
unilateralmente o cartel, e nenhum dos oligopolistas quererá ficar na posição,
maximamente desvantajosa, de ser vítima inocente de um ataque de surpresa.
O mesmo se pode dizer das despesas com investigação e desenvolvimento tecnológico para
conseguirem uma vantagem comparativa. Geralmente, há um sub-investimento em
investigação e desenvolvimento tecnológico pois que ninguém quer ser surpreendido por
uma situação de vantagem competitiva por parte de um concorrente.
Apesar de a situação do equilíbrio de Nash que geralmente ocorre trazer algum excedente
do consumidor de volta, a não cooperação pode também ser nociva para o bem estar geral.
Exemplo disso é o caso dos recursos comum/ tragédia dos baldios.
A política anti-oligopolista
A intervenção jurídica vai no sentido de eliminar qualquer tipo de cooperação oligopolista e
com isso evitar a inexistência de concorrência. Exemplos:
• Repressão de acordos de preços e de quantidades;
• Impedimento de impor preços de venda fixos aos retalhistas ou a imposição de
venda de bens conjuntos que impede a concorrência entre retalhistas.
Estas políticas podem ser contornadas através de práticas restritivas (no sentido vertical,
feitas aos vendedores dos seus produtos):
A concorrência monopolística
O sacrifício da fluidez
A concorrência monopolística caracteriza-se pelo facto de a compra não ser feita com o
fundamento da comparação de preços, mas sim em função da diferenciação do produto,
que se consegue através da publicidade ou outros meios. Não deixa por isso de existir
concorrência, não há também limites à entrada e à saída no mercado.
Quando inversamente, a longo prazo o preço estabiliza acima do custo marginal, isto quer
dizer que ainda há incentivo para um aumento de vendas, recuperando ainda mais lucros
através do roubo de clientela.
• Significa prejuízo económico para concorrentes que no longo prazo já não alcançam
lucros;
• Será que a ineficiência do mercado não é compensada pela eficiência acrescida que
este proporciona no mercado da informação que permitem externalidades positivas
advindas da diferenciação e a amplitude das escolhas oferecidas aos consumidores.
Em situações em que a homogeneidade é tal, não se justifica a publicidade pois que nada
têm que os diferencie e que seja vantajoso por isso ser chamado à atenção.
Para uns esta compensação não ocorre sendo que consideram que a publicidade é um meio
de manipulação e de condicionamento que visa muito mais sugestionar e criar novas
necessidades do que informar o consumidor acerca dos dados de facto que poderiam apoiar
a decisão racional.
Quanto mais informação dispuser o consumidor, tanto mais ele será imune à imposição de
condições por um única vendedor, o qual, por seu lado, se verá forçado a acompanhar as
condições oferecidas pela concorrência. Tem-se com isto demonstrado que a publicidade
permitem a descida dos preços.
O mercado da informação
A descoberta de um mercado de informação tornou-se essencial para perceber escolhas,
aparentemente irracionais mas que resultaram de uma ponderação entra os ganhos
advindos do aumento de informação com os custos de aquisição de informação adicional.
A aquisição de informação, está sempre condicionada por custos de busca, mais não seja
pelo custo de oportunidade envolvido no tempo requerido.
A prática de preços mais elevados ou mais baixos não se justifica no sentido de uma
concorrência monopolística, mas sim porque sabem que os custos de busca do preço mais
baixo dissuadirão a maioria dos consumidores de procederem a comparações exaustivas,
aquelas comparações que, favorecendo o produtor que pratica o preço mais baixo,
desencadeariam a guerra de preços.
“Regra de busca óptima” para o consumidor – vale a pena buscar-se preços mais baixos
enquanto o benefício marginal esperado dessa busca for superior ao custo marginal da
mesma. É também comum que o consumidor estabeleça um “preço alvo” que representa a
sua mais elevada disposição de pagar, interrompendo ali a busca de um preço mais baixo.
A selecção adversa
A imperfeição informativa gera o fenómeno da selecção adversa que impede que, com
qualquer grau de informação se consiga superar a assimetria informativa.
Isto leva a que muitas vezes os consumidores (aversão ao risco) ofereçam um preço
mediano, de modo a que haja equiprobabilidade de aquisição de bens de boa e de má
qualidade. Esta ideia impede contudo o mercado dos vendedores de produtos com
qualidade superior à mediana. Por selecção adversa apenas subsistem no mercado os
vendedores de produtos com qualidade inferior à mediana, já que a sua disposição de
vender arranca a um nível inferior do preço oferecido e portanto ainda tenham lucros.
Perante esta situação, os vendedores de produtos com qualidade superior à mediana, têm
interesse em transmitir informação gratuita e credível ao comprador. Assim, uma situação
de assimetria informativa que poderia favorecer o vendedor, é agora combatido por ele.
(quem celebra contractos de seguros tem vantagem em informar credivelmente a
seguradora dos seu possível nível de risco, evitando pagar quantias elevadas)
A sinalização
A fuga à selecção adversa é conseguida através da sinalização que é promovida pelos
vendedores. Os consumidores não terão contudo, a necessidade de ter uma informação
completa, satisfazendo-se apenas com a existência de uma convicção justificativa.
Exemplos:
• O gasto elevado com campanhas publicitárias pode ser justificativo para criar a
convicção no consumidor quanto à qualidade do produto;
• O vendedor de carros usados que oferece garantias de assistência pós-venda
aumenta a convicção no consumidor, relativamente à qualidade do carro vendido.
Risco moral
O risco moral emerge do decurso de uma relação contratual duradoura, durante a qual uma
das partes, abusando da sua vantagem informativa, não cumpre, ou cumpre
deficientemente, as obrigações assumidas para com a outra, ficando-se na impossibilidade
ou na dificuldade, geradas pela assimetria informativa, de detecção do seu incumprimento.
Para além dos meios legais disponíveis, o risco moral pode ainda ser combatido através da
estipulação de contractos que permitam algum poder de supervisão de uma das partes
sobre a conduta da outra (permitindo em caso de abuso doloso da assimetria informativa o
estabelecimento de consequências) Surgem contudo algumas dificuldades:
A questão da reputação pode trazer mais uma vez os efeitos da selecção adversa, já que em
contextos de mercado nos quais a reputação jogue um papel relevante não existe incentivo
à concorrência de preços. O que vai contribuir para um mercado de concorrência imperfeita
já que aqueles que dispõem de reputação, terão também poder de mercado, impedindo a
entrada de novos produtores.
A publicidade como veículo informativo pode, como já vimos, ter o papel inverso. Isto
porque a publicidade visa o duplo objectivo de informar e de condicionar a identificação de
marcas e de produtos, mas ao mesmo tempo o de motivar os destinatários por forma a
suscitar neles a geração de novas necessidades secundárias.