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O conhecimento que a empresa tem do meio em que se insere é essencial para ter sucesso.
Só com esse conhecimento se poderá preparar devidamente e com antecedência. É pois,
por isso, essencial que se faça uma análise do meio envolvente.
Este ponto serve então para conhecermos o meio envolvente da empresa que deve ser feito
a dois níveis: o meio envolvente contextual ou macroambiente e o meio envolvente
transaccional ou microambiente.
destas duas moedas estão a crescer ligeiramente e esta empresa espera a evolução para
saber até que ponto pode desenvolver a sua actividade para estes países. Quanto a outros
aspectos da vida económica não se nota muito a influência a não ser na crise mundial que
está instalada actualmente.
Para esta empresa a influência politico-legal não tem sido nada positiva. Tem até várias
influências negativas. A primeira e mais importante tem a ver com a abertura do mercado
têxtil da Europa à China. Esta que foi a medida que levou várias empresas têxteis à
falência tem, nas sobreviventes, um peso muito negativo. Este aspecto levou a uma
saturação de mercado que é hoje uma realidade muito prejudicial para as empresas. Foram
apontados ainda outros aspectos, estes ligados à política nacional. A falta de apoio da
banca e do Estado e a falta de incentivos legais foram os pontos apontados como essenciais
e que têm faltado às empresas.
Neste momento vemos o Estado a proceder a algumas alterações no âmbito dos incentivos
às empresas, por isso resta esperar para ver a evolução.
Com as conclusões que tiramos da análise anterior podemos preencher o quadro da análise
do meio envolvente contextual.
Por outro lado temos o meio “transaccional que é constituído por todos os agentes e
factores que interagem directamente com a indústria em que a empresa actua” (Freire;
3.3.1. Clientes
Nesta fase tem de se fazer uma análise dos clientes com que a empresa trabalha. É
necessário ter noção de quem são, o que compram e principalmente os aspectos com que se
tem de ter maior cuidado. Conhecer realmente os segmentos com os quais trabalhamos e
aqueles para quem gostaríamos de trabalhar é essencial. Só assim se poderá agir de modo a
ir de encontro às necessidades dos clientes. Como nos diz Adriano Freire, “é fundamental
identificar com rigor a natureza e o comportamento dinâmico dos vários segmentos de
mercado, por forma a adequar a gestão da empresa às tendências especificas de cada grupo
de clientes”
Os aspectos que têm de ter em mais atenção são com a qualidade dos produtos que deve ser
sempre a melhor e com aquilo que os clientes pedem. A empresa tem de ter muito cuidado
com isso porque se falhar alguma coisa naquilo que foi pedido ou na qualidade o cliente
reclama. Isto leva a que existam custos extras e que haja o perigo do cliente deixar de
confiar nos seus serviços. Além disto, por vezes, existem falências inesperadas o que faz
com que, além das dívidas que ficam pendentes, se percam clientes.
3.3.2. Concorrentes
Para a empresa definir melhor a sua estratégia tem de ter em linha de conta os principais
concorrentes. Uma análise sobre os concorrentes fará com que a empresa consiga
anteceder-se e ter a melhor estratégia, os melhores produtos, a melhor vantagem sobre eles.
Assim estará sempre à frente no negócio e conseguirá manter uma posição forte no
mercado.
Neste caso é mais difícil anteceder-se aos concorrentes porque os mais directos são as
empresas do mercado asiático. Isto porque, há empresas deste mercado que vendem
produtos com idêntica qualidade mas preço inferior o que faz com que sejam preferidos
pelos clientes. Estes concorrentes concorrem em toda as áreas de negócio da empresa,
desde as telas em cru (rolos de tecido ainda por tratar) até aos conjuntos de cozinha,
passando pelos jogos de cama. Visto a distância existente entre eles e a empresa ser tão
grande e o meio em que se inserem ser tão diferente é muito complicado conseguir
perceber os seus objectivos e estratégia e conseguir agir de acordo com os resultados.
É claro que também existem empresas concorrentes cá, mas, estas encontram-se na
mesma situação em relação ao mercado asiático e acabam por não ser concorrentes tão
directamente. Apesar disso há consciência de quem são estas empresas e daquilo que
fazem, mas, neste caso a concorrência são empresas de maior dimensão do que a estudada
e é complicado conhecê-las a fundo.
3.3.3. Fornecedores
No caso estudado a empresa tem relativamente poucos fornecedores, são cerca de seis.
Existem mais alguns mas que são fornecedores apenas esporadicamente. Normalmente são
assíduos em relação è empresa, passam por lá várias vezes para saber o que é preciso e
cumprem os prazos, isto porque também precisam da empresa para eles próprios terem um
bom negócio.
Mas os fornecedores também têm outros clientes e também precisam deles por isso os
novos produtos e as novas matérias-primas também chegam aos concorrentes. Além disso
os fornecedores levam a trazem informações, ou seja, os novidades correm pelas empresas
e todos acabam por saber os segredos uns dos outros. Assim, os segredos que deveriam ser
internos passam a ser do conhecimento geral o que não é bom para a empresa.
3.3.4. Comunidade
A empresa não deve ser analisada sozinha e sim no contexto em que está inserida. Assim, a
comunidade é um factor importante no seu desenvolvimento.
No entanto não existem outros motivos em que a comunidade tenha uma influência
importante na actividade da empresa.
Com este quadro podemos concluir que a empresa tem as suas competências centrais ao
nível do exigido pelos clientes (factores críticos de sucesso). Esta adequação vem do
conhecimento adquirido ao longo dos anos. Como é uma empresa com alguns anos,
adquiriu com o passar do tempo experiência e conhecimento (know how) da actividade que
proporcionou uma aproximação dos clientes e daquilo que eles procuram.
As múltiplas ferramentas de gestão disponíveis nos dias atuais, seja na área de qualidade
(TQM, ISO 9001 ou 6-sigma), seja na área de marketing (CRM) ou seja, por exemplo, na
área de produção (produção enxuta – lean manufacturing) se forem aplicados sem visão
estratégica na maioria das vezes, focam-se em problemas que não necessariamente têm
influência externa, ou seja, estes programas ás vezes falham por uma visão excessiva e
exclusivamente interna, fazendo com que as prioridades possam estar mal definidas em
termos de resultados efectivamente importantes para a posição competitiva da empresa.
Para Drucker (1994), a cada três anos, uma organização precisa desafiar o status quo
através do questionamento: “Se eu estivesse nesse negócio, serviço, canal de distribuição,
etc. entraria nele agora?”
A resposta a esta simples pergunta de Drucker exige uma visão sistémica de toda a
organização e de seus múltiplos negócios, quando for o caso. Este é o objectivo da Gestão
Estratégica. Para isto, é necessário uma ESTRATÈGIA ORGANIZACIONAL, pois sem
ela, é como voar num Boeing sem piloto e sem instrumentos automáticos.
Planeamento Estratégico;
Organização Estratégica;
Direcção Estratégica;
Controle Estratégico;
Desenvolvimento Estratégico.
Por outro lado, Chiavenato (2004), desdobra o Planeamento Estratégico numa sequência
distinta, conforme se verifica no Quadro IV.
Formalização do plano: um plano estratégico é um plano para a acção, mas não basta
somente a formulação das estratégias dessa acção. É necessário implementá-las por meio
de programas e projectos específicos. Requer um grande esforço de pessoal e emprego de
modelos analíticos para a avaliação, a alocação e o controle de recursos. Esse elemento
metodológico exige uma abrangência completa de todas as áreas de tomada de decisão da
organização; uma racionalidade formal no processo de tomada de decisão e um firme
controle sobre o trabalho.
Opportunities: S3 – O1 W1 – O1
Oportunidades W2 – O2
Threats: Ameaças S1 – T1 W3 – T1
W2 – T3
Tabelas da análise SWOT.
W2 – O2 – Um ponto fraco desta empresa são os seus equipamentos. Estes datam de 1985
e, apesar de não serem muito antigos, no que diz respeito a maquinaria pesada, o que é
certo é que os principais concorrentes têm equipamentos bem mais recentes. Esta é outra
oportunidade que deveria ser aproveitada pela empresa para diminuir este ponto fraco. A
nossa sugestão era que, progressivamente, fosse mudando alguns equipamentos, à medida
que fosse possível. Estes novos equipamentos que surgem no mercado são muito
vantajosos porque diminuem muitos custos, desde energia, maior aproveitamento de
matérias-primas, etc. Com esta diminuição de custos a empresa conseguiria competir mais
facilmente com as suas concorrentes através duma melhor relação de preços.
4. Produtos – Mercados
Além disto, esta matriz, visa também identificar novas oportunidades comerciais através da
identificação de novos mercados alvos e mesmo novos produtos.
Esta matriz deve “oferecer uma perspectiva global dos vários segmentos e necessidades a
satisfazer, mesmo que a empresa não comercialize todos os produtos” (Freire; 1997; p.
213). Assim, vemos que a empresa estudada tem produtos específicos que são
comercializados em mercados específicos. Isto acontece devido às necessidades dos
clientes de cada mercado que são diferentes. Cada um opta por um produto ao seu gosto
específico para o mercado onde se insere.
A empresa responde quase na totalidade apenas ao que os clientes lhe pedem não fazendo
muita propaganda dos seus outros produtos. Há ainda mercados e produtos que foram
abandonados pela empresa. Temos como exemplo os EUA que a empresa optou por
abandonar com a queda do dólar e também alguns produtos que antes comercializava como
toalhas de banho.
Segmentos de mercado
Mercado França Inglaterra Chipre
nacional
Produtos Lençóis de flanela térmica
Conjuntos de cozinha
Cortinas
Sacos de cama p/edredão
Roupa de cama de flanela tradicional
Edredões
O ideal seria que se analisasse a matriz produtos – mercados dos concorrentes. Só assim
conseguiríamos analisar da melhor maneira e fazer a opção mais correcta para a gestão
estratégica da nossa matriz. A evolução da matriz produtos – mercados pode, segundo o
mesmo autor, assumir dois padrões distintos:
Na nossa análise achamos que a empresa deveria optar por pela saída generalização versus
especialização e assim aumentar os seus mercados. Uma maior diversificação poderia ser
muito boa para a empresa. Assim, devia apostar numa melhorada palete de produtos e em
novos mercados.
Cada empresa segue as vias que melhor se encaixam ao seu negócio e à sua estratégia.
Assim, temos de escolher aquelas que melhor se encaixam à empresa que estudamos.
Extensão do mercado – esta empresa pode optar por esta via de modo a que com os
mesmos produtos consigam servir mais segmentos (deviam apostar em novos países),
converter não-clientes (como por exemplo hospitais, hotéis, etc.) e tentar chegar a novos
revendedores que escolham estes produtos e os escoem para novos mercados.
Extensão do produto: através do aumento da gama criamos novos produtos como toalhas
de banho e cozinha, cobertores, entre outros. Com isso cativamos os actuais mercados.
Produto
Actual Novo
A linha de produtos complementares pode ter dois efeitos diferentes. Pode ser efeito de
agrupamento ou efeito de subsidiação cruzada.
Na empresa estudada podemos dizer que a vantagem competitiva é o facto de ter custos
operacionais abaixo da média. Esta empresa conseguiu custos operacionais baixos
principalmente através de uma gestão controlada que permitiu a existência de economia de
escala, de aproveitamento de sinergias e através da integração vertical.
Além disso esta empresa consegue ter uma vantagem muito grande em relação aos seus
concorrentes devido ao know how que possui da actividade. O conhecimento que possui
devido aos muitos anos de permanência nesta actividade permite-lhe ter um controlo de
recursos, custos e mercado muito maior.
Assim, podemos dizer que neste caso, as fontes gerais de vantagem competitiva são a
superioridade na adequação e na eficiência.
O modelo das estratégias genéricas de Porter diz-nos que a empresa deve fazer duas opções
chave na sua estratégia de produtos-mercados. Estas duas opções chave dirão à empresa
em que mercado deve actuar e de que modo o deve fazer. As duas opções chave são, então:
Vantagem competitiva
Para a empresa estudada optamos pela liderança de custos e pelo foco com custos baixos.
Estas duas opções acabam por ser aquelas que a empresa utiliza mesmo na realidade da sua
actividade. Isto porque é o aspecto, segundo o responsável, ao qual os clientes mais dão
importância hoje em dia.
Assim, através da liderança de custos esta empresa chega com custos baixos a um mercado
amplo. Deste modo os produtos conseguem chegar a toda a população sem limites, o que
fará com que haja um maior número de clientes e oportunidades de negócio em muito mais
locais.
Esta empresa consegue atingir estas opções chave através de algumas implicações das
estratégias genéricas. Algumas dessas estratégias são o design de fabrico fácil não
requerendo assim mão-de-obra muito especifica nem muito qualificada, bem como,
materiais muito caros. Além disso a supervisão da mão-de-obra e a distribuição barata são,
também, mais-valias que garantem preços de custos baixos. A organização da empresa é
um dos pontos essenciais para este controlo, logo, um controlo rígido dos custos é uma
característica primaz.
É claro que estas opções têm também riscos. As mudanças tecnológicas, a cópia pelos
concorrentes, a diminuição de importância dos custos baixos, o declínio do segmento, etc.
são riscos iminentes que a empresa corre ao optar pelas opções chave dos custos baixos.
Segundo Adriano Freire, “de acordo com a teoria do ciclo de vida, as vendas de um sector
atravessam quatro fases ao longo do tempo: introdução, crescimento, maturidade e
declínio. Por consequência, a estratégia de produtos mercados deve progredir em sintonia
com a dinâmica competitiva de cada fase” (1997; p.241).
estão a ficar um pouco ultrapassados e obsoletos e deveria, por isso mesmo, apostar em
novos produtos para dinamizar o portfólio de negócios.
Produtos da empresa:
Produto 2
Produto 3 Produto 6
Produto 4 Produto 7
Produto 1 Produto 5 Produto 8
Através deste esquema podemos ver que esta empresa tem alguns produtos na fase de
declínio. Isto acontece (segundo o que nos foi dito) devido a uma mudança de hábito das
pessoas que, têm abandonado, um pouco, os produtos tradicionais, devido ao grande
aparecimento de produtos baratos vindos do mercado asiático e à quebra das exportações
devido à descida das taxas de câmbio. Estes produtos eram em grande parte exportados
para Inglaterra e EUA, como a moeda desses países desvalorizou a venda para lá deixou de
ser vantajosa. Isto explica o porquê destes produtos terem entrado em declínio.
O produto que está em fase de introdução é uma inovação que partiu desta empresa.
Resulta de um estudo feito para que os lençóis térmicos (que não são bons para a saúde por
serem de 100% polyester e pelo facto de derreterem se estiverem junto a uma fonte de
calor) sejam substituídos pelos de flanela cardada, daí que o nome escolhido para estes
novos lençóis tenha sido flanela térmica. Ainda não se tem muita noção de serão um
sucesso ou não, para já, conseguiram vender bastantes para as grandes superfícies. Ainda
não há concorrentes directos para este produto mas, já sabem que existem outras empresas
que tiveram conhecimento do que estavam a desenvolver através de fornecedores e
clientes.
Os produtos que se encontram na fase de maturidade são aqueles mais estáveis na empresa.
Tiveram uma evolução estável e, hoje em dia, continuam a ser produtos com muita saída.
São produtos já com algum tempo no mercado e têm uma procura constante. Têm muitos
concorrentes mas conseguem vingar. São o ex-líbris da empresa e as maiores fontes de
rendimento, principalmente os lençóis de flanela tradicional que, apesar da desvalorização
da libra e do dólar, continuam a ser exportados para mercados como Inglaterra, EUA (hoje
em dia raramente) e Chipre sendo o produto com maior volume de negócios.