Você está na página 1de 24

Economia Internacional Por: MJDamião

0. Introdução

As relações comerciais, financeiras etc. entre os países têm suas normas e regras determinadas pelas
nações mais poderosas denominadas hegemônica. A nação hegemônica é aquela mais rica, com
maior poder militar, mais ainda, como diz ARRIGHI (1996) decorre do poder associado à
dominação ampliada pelo exercício da liderança intelectual e moral. Essa liderança deve ser capaz
de convencer aos outros países que o interesse do país hegemônico é também o interesse deles.
Ainda segundo ARRIGHI, a consolidação da liderança hegemônica de um país sempre se verifica
nos momentos de caos sistêmicos em que as regras e normas estabelecidas foram rompidas ou
fragilizadas, sendo propício, portanto, que a liderança intelectual e moral (do outro) se imponha. É
nessa perspectiva (hegemonia mundial) que pode-se entender o desenvolvimento do Sistema
Monetário Internacional. Ele aparece como algo que objetiva harmonizar as relações entre países e
com caráter de igualdade, mas em verdade, é moldado e se realiza objetivando alcançar os
interesses das nações líderes.

1. Os pilares do sistema monetário internacional: S.M.I., Plano Marschal e


G.A.T.T./O.M.C.
1.1. O Sistema Monetário Internacional

Um sistema monetário é um conjunto de regras e instituições cujo objetivo é organizar a moeda


em um determinado espaço monetário. Tradicionalmente, os sistemas monetários são a
responsabilidade dos Estados (exceto em países que adotam um sistema bancário livre) e são
administrados como parte da política econômica nacional.

1.2. Plano Marschal

Plano Marshall (conhecido oficialmente como Programa de Recuperação Europeia), um


aprofundamento da Doutrina Truman, foi o principal plano dos Estados Unidos para a reconstrução
dos países aliados da Europa nos anos seguintes à Segunda Guerra Mundial. A iniciativa recebeu o
nome do Secretário de Estado dos Estados Unidos, George Marshall. Os americanos deram ajuda
econômica no valor de cerca de 14 bilhões de dólares na época (equivalente a cerca de cem bilhões
de dólares em 2018 ajustado pela inflação), que foram entregues para ajudar na recuperação dos
países europeus que se juntaram à Organização Europeia para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico.

Substituindo o anterior Plano Morgenthau, operou por quatro anos a partir de 2 de abril de 1948. Os
objetivos dos Estados Unidos eram reconstruir regiões devastadas pela guerra, remover barreiras

Texto de apoio nº 2 1|Página


Economia Internacional Por: MJDamião

comerciais e modernizar a indústria, melhorar a prosperidade europeia e impedir a disseminação do


comunismo. O Plano Marshall exigiu uma redução das barreiras interestaduais, uma queda de
muitos regulamentos e encorajou um aumento da produtividade, bem como o sindicalismo e os
novos modelos de negócios "modernos".

A ajuda do Plano foi dividida entre os países beneficiários em uma base per capita. Maiores
quantidades foram dadas às grandes potências industriais, já que a principal ideia era de que seu
renascimento seria essencial para a prosperidade geral da Europa. Essas nações aliadas receberam
um pouco mais de ajuda per capita do que os ex-membros do Eixo ou os países que permaneceram
neutros. O maior beneficiário do dinheiro do Plano Marshall foi o Reino Unido (que recebeu cerca
de 26% do total), seguido da França (18%) e da Alemanha Ocidental (11%). Cerca de dezoito
países europeus receberam benefícios do Plano. Apesar de ter sido prometida, durante a guerra, que
receberia ajuda financeira, a União Soviética recusou-se a participar do programa por medo de
perder sua independência econômica; além disso, também bloqueou a possível participação de
países da Europa Oriental, como a Alemanha Oriental, Checoslováquia, Hungria e Polônia. Os
Estados Unidos forneceram programas de ajuda similares na Ásia, mas não faziam parte do Plano
Marshall.

Destaca-se, no entanto, que o papel dos Estados Unidos na rápida recuperação tem sido debatido.
Muitos rejeitam a ideia de que apenas o país milagrosamente reviveu a Europa, já que as evidências
mostram que uma recuperação geral já estava em andamento. As subvenções do Plano Marshall
foram concedidas a uma taxa que não era muito maior em termos de fluxo do que a ajuda anterior
da UNRRA e representavam menos de três por cento da renda nacional combinada dos países
receptores entre 1948 e 1951, o que significaria um aumento no crescimento do PIB de apenas
0,3%.

1.2.1. Ajuda financeira recebida

A tabela abaixo, cujas informações foram tiradas do livro The Marshall Plan Fifty Years
Later, mostra a ajuda do Plano Marshall por país e ano (em milhões de dólares). Não
existe um consenso claro sobre os valores exatos, já que diferentes estudiosos diferem
em exatamente quais elementos da ajuda americana durante este período faziam parte
do Plano.

Texto de apoio nº 2 2|Página


Economia Internacional Por: MJDamião

1.2.2. Efeitos

O Plano Marshall resultou em incrível crescimento econômico para os países europeus envolvidos e
grande influência, fazendo os beneficiados terem dívidas em dólares para depois pagá-las. De 1948
a 1952, a Europa experimentou o período de máximo crescimento econômico de sua história. A
produção industrial cresceu 35%, e a produção agrícola havia superado níveis dos anos pré-guerra.

1.3. G.A.T.T./O.M.C

O Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio ou Acordo Geral sobre Aduanas e Comércio (em inglês,
General Agreement on Tariffs and Trade, GATT) foi um acordo internacional estabelecido em
1947, visando promover o comércio internacional e remover ou reduzir barreiras comerciais, tais
como tarifas ou quotas de importação, e a eliminação de preferências entre os signatários, visando
obter vantagens mútuas. Trata-se de um conjunto de normas tarifárias destinadas a impulsionar o
livre comércio e a combater práticas protecionistas nas relações comerciais internacionais. Os 23
(vinte e três) membros fundadores foram África do Sul, Austrália, Bélgica, Birmânia (ou
Myanmar), Brasil, Canadá, Ceilão, Chile, China, Cuba, Checoslováquia, Estados Unidos, França,

Texto de apoio nº 2 3|Página


Economia Internacional Por: MJDamião

Holanda, Índia, Líbano, Luxemburgo, Nova Zelândia, Noruega, Paquistão, Reino Unido, Rodésia
do Sul e Síria.

Inicialmente, o Acordo foi discutido na Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Emprego
(United Nations Conference on Trade and Employment), em Havana, entre 1947 e 1948, após o
fracasso das negociações para criação da International Trade Organization (ITO).

Afinal o GATT foi assinado por 23 estados, em Genebra, no dia 30 de outubro de 1947, com
vigência a partir de 1º de janeiro de 1948. Continuou vigendo até 14 de abril de 1994, quando 123
países assinaram, em Marrakesh, os acordos da Rodada Uruguai, que estabeleceram a Organização
Mundial do Comércio (OMC), em 1º de janeiro de 1995.

A Organização Mundial de Comércio (OMC) é a sucessora do GATT, e o texto original do GATT


(GATT 1947) ainda está em vigor na OMC, ressalvando-se as alterações contidas no documento
GATT 1994.

1.3.1. Objectivos

Após a Segunda Guerra Mundial, vários países decidiram regular as relações econômicas
internacionais, não só com o objetivo de melhorar a qualidade, mas também por entenderem que os
problemas econômicos influíam seriamente nas relações entre os Governos. Para regular aspectos
financeiros e monetários, foram criados o BIRD (Banco Mundial) e o FMI, e no âmbito comercial,
foi discutida a criação da Organização Mundial do Comércio ‒ OMC, que funcionaria como uma
agência especializada das Nações Unidas.

Em 1947, visando impulsionar a liberalização comercial, combater práticas protecionistas adotadas


desde a década de 1930, 23 países, posteriormente denominados fundadores, iniciaram negociações
tarifárias na Rodada Genebra. Essa primeira rodada de negociações resultou em 45 000 concessões
e o conjunto de normas e concessões tarifárias estabelecido passou a ser denominado Acordo Geral
sobre Tarifas e Comércio - GATT. Esse acordo seria temporário, até a criação da OMC ‒
Organização Mundial de Comércio.

Os membros fundadores do GATT, juntamente com outros países, formaram um grupo que
elaborou o projeto de criação da OMC, sendo os Estados Unidos um dos países mais atuantes no
convencimento da ideia do liberalismo comercial regulamentado em bases multilaterais. O fórum de
discussões, que se estendeu de Novembro de 1947 a Março de 1948, ocorreu em Havana, Cuba, e
culminou com a assinatura da Carta de Havana, na qual constava a criação da OMC. O projeto de
criação da OMC era ambicioso pois, além de estabelecer disciplinas para o comércio de bens,

Texto de apoio nº 2 4|Página


Economia Internacional Por: MJDamião

continha normas sobre emprego, práticas comerciais restritivas, investimentos estrangeiros e


serviços.

Apesar do papel preponderante desempenhado pelos Estados Unidos nestas negociações, questões
políticas internas levaram o país a anunciar, em 1950, o não encaminhamento do projeto ao
Congresso para sua ratificação. Sem a participação dos Estados Unidos, a criação da Organização
Internacional do Comércio fracassou. Assim, o GATT, um acordo criado para regular
provisoriamente as relações comerciais internacionais, foi o instrumento que, de fato, regulamentou
por mais de quatro décadas as relações comerciais entre os países.

Durante a Ronda do Uruguai de negociações, voltou-se a discutir sobre a criação de um organismo


internacional destinado a regulamentar o comércio internacional, não apenas de bens, mas também
serviços, além de temas relacionados a investimentos e propriedade intelectual, entre outros. Como
resultado, a ata da Ronda do Uruguai inclui um novo Acordo de Tarifas Aduaneiras e Comércio
(GATT 94), o qual mantêm a vigência do GATT 47, o Acordo Geral sobre o Comércio de Serviços
(GATS), o Acordo sobre Investimentos (TRIMS), o Acordo sobre direitos de Propriedade
Intelectual (TRIPS), além de acordos destinados a regulamentar procedimentos de solução de
controvérsias, medidas antidumping, medidas de salvaguarda, medidas compensatórias, valoração
aduaneira, licenciamento, procedimentos, etc. Por fim, a ata da Ronda do Uruguai também contém
o acordo constitutivo da Organização Mundial de Comércio (OMC), encarregada de efetivar e
garantir a aplicação dos acordos citados.

Resumo: O GATT foi um órgão criado a fim de harmonizar a política aduaneira entre países, mas
no início não tinha o poder de punir, julgar e fiscalizar países infratores. Entretanto, em uma reunião
da OMC em 2003, com a liderança de Brasil, África do Sul e Índia, foi criado o G20 (países em
desenvolvimento); a partir daí o GATT teve o poder de fiscalizar, julgar e punir países infratores.

1.3.2. A OMC e O GATT

A OMC sucedeu ao GATT na regulação do comércio mundial, tendo sido o principal resultado da
Rodada Uruguai. Ainda que ela não seja imune às pressões advindas dos principais atores
internacionais, sua existência é de vital importância para países como o Brasil que dependem de um
sistema de normas para defender seus interesses. Os países em desenvolvimento são hoje a grande
maioria dos Membros desta Organização e só cabe a eles fazer valer os seus interesses, já que as
decisões na OMC são tomadas por consenso.

Texto de apoio nº 2 5|Página


Economia Internacional Por: MJDamião

Para a vigilância do cumprimento das normas contidas nos vários acordos que regem o sistema
multilateral de comércio, a OMC conta com um poderoso instrumento que é o Entendimento para
Solução de Controvérsias.

1.3.2.1. Principios da OMC

Para estabelecer um comércio internacional livre e transparente, o GATT 1994 traz alguns
princípios básicos que restringem as políticas de comércio exterior dos países. São eles:

1- Não Discriminação

É o princípio básico da OMC. Está contido no Art. I e no Art. III do GATT 1994 no que diz respeito
a bens e no Art. II e Art. XVII do Acordo de Serviços. Estes Artigos estabelecem os princípios da
nação mais favorecida (Art. I) e o princípio do tratamento nacional (Art.III). Pelo princípio da nação
mais favorecida, um país é obrigado é estender aos demais Membros qualquer vantagem ou
privilégio concedido a um dos Membros; já o princípio do tratamento nacional impede o tratamento
diferenciado de produtos nacionais e importados, quando o objetivo for discriminar o produto
importado desfavorecendo a competição com o produto nacional.

2- Previsibilidade

Os operadores do comércio exterior precisam de previsibilidade de normas e do acesso aos


mercados tanto na exportação quanto na importação para poderem desenvolver suas atividades.
Para garantir essa previsibilidade, o pilar básico é a consolidação dos compromissos tarifários para
bens e das listas de ofertas em serviços, além das disciplinas em outras áreas da OMC, como
TRIPS, TRIMS, Barreiras Técnicas e SPS que visam impedir o uso abusivo dos países para
restringir o comércio.

3- Concorrência Leal

A OMC tenta garantir não só um comércio mais aberto mas também um comércio justo, coibindo
práticas comerciais desleais como o dumping e os subsídios, que distorcem as condições de
comércio entre os países. O GATT já tratava destes princípios nos Art. VI e XVI, porém estes
mecanismos só puderam ser realmente implementados após os Acordos de Antidumping e Acordo
de Subsídios terem definido as práticas de dumping e de subsídios e previsto as medidas cabíveis
para combater o dano advindo destas práticas.

4- Proibição de Restrições Quantitativas

O Art. XI do GATT 1994 impede o uso de restrições quantitativas (proibições e quotas) como meio
de proteção. O único meio de proteção admitido é a tarifa, por ser o mais transparente. As quotas

Texto de apoio nº 2 6|Página


Economia Internacional Por: MJDamião

tarifárias são uma situação especial e podem ser utilizadas desde que estejam previstas nas listas de
compromissos dos países.

5- Tratamento Especial e Diferenciado para Países em Desenvolvimento

Este princípio está contido no Art. XXVIII bis e na Parte IV do GATT 1994. Pelo Art. XXVIII bis
do GATT 1994, os países desenvolvidos abrem mão da reciprocidade nas negociações tarifárias
(reciprocidade menos que total). Já a Parte IV do GATT 1994 lista uma série de medidas mais
favoráveis aos países em desenvolvimento que os países desenvolvidos deveriam implementar.
Além disso, os Acordos da OMC em geral listam medidas de tratamento mais favorável para países
em desenvolvimento.

2.0. Introdução (Integração Económica)

A palavra integração, significa reunião de várias partes num todo. Logo, tal palavra está ligada à
ideia de unidade e junção de elementos dispersos. Assim, a Integração económica pode ser definida
como eliminação de fronteiras e barreiras de natureza económica entre dois ou mais países
(Machado, 2000: 1).

Para aquele autor, as “fronteiras económicas estabelecem obstáculos aos fluxos de mercadorias,
serviços e factores de produção entre países, o que significa que as condições de produção, a
regulação local e outros factores internos operam em geral como os principais determinantes dos
preços das mercadorias, serviços e factores no âmbito do mercado nacional” (Machado, 2000: 1). A
par disso, pode afirmar-se que o principal objectivo do processo de integração, consiste na criação
de mercados maiores, pelo facto de estes funcionarem de forma mais eficiente do que os menores.

De acordo com Balassa (1982: 12) a Integração Económica pode ser definida como um processo e
uma situação. Como Processo, implica medidas destinadas à abolição de discriminações entre
unidades económicas de diferentes Estados; como Situação, pode corresponder à ausência de várias
formas de discriminação entre economias nacionais”.

Ainda para Soares (2010: 178), a integração económica é um termo económico que traduz a criação
de uma estrutura económica para suprimir as barreiras artificiais para uma acção óptima de livre-
cambismo, introduzindo todas as formas requeridas de cooperação e união”. Em suma, para este
autor a integração económica visa a unificação de espaços económicos e a formação de outros mais
vastos.

2.1. Formas e Etapas de Integração Económica

Bela Balassa (1982) faz uma contribuição importante para o entendimento da teoria da integração
económica, dos seus efeitos e das suas etapas. Para alguns autores a mera existência de relações de
Texto de apoio nº 2 7|Página
Economia Internacional Por: MJDamião

troca entre as nações já é um sinal de integração. De acordo com o autor, a integração económica
seria a abolição das restrições aos movimentos de mercadorias entre Estados. Esse processo
ocorreria gradativamente, agregando medidas políticas e económicas de integração cada vez mais
fortes.

Balassa entende que a integração deve ser realizada por etapas onde cada uma supera a anterior em
algum aspecto que intensifica a interligação económica e política entre os Estados membros. De
acordo com ela, são cinco as fases de evolução da integração: zona de livre comércio, união
aduaneira, mercado comum, união económica e integração económica total.

1. Zona de Livre Comércio

A Zona de Livre Comércio seria a forma mais simples de integração económica, apresentando
apenas a supressão de restrições ao comércio entre os Estados participantes, a eliminação de
barreiras tarifárias e não-tarifárias de forma a facilitar a circulação de bens e unificar as normas de
controle de qualidade e padronização dos produtos. Mantém-se a autonomia dos Estados membros
para definir as políticas tarifárias em relação a terceiros Estados. No entanto, Balassa aponta que
este facto pode gerar como problemas o desvio no comércio, na produção e nos investimentos.

Segundo Balassa (1982: 110), “ Verficar-se-á um desvio no comércio se s barreiras aduaneiras dos
países membros com direitos elevados forem contornados com produtos originários de terceiros
países através dos territórios participantes com direitos baixos. ” O desvio de produção ocorre
quando são utilizadas grandes quantidades de matérias-primas de países terceiros na fabricação de
um determinado produto que se beneficia das baixas taxas alfandegárias, criando uma disparidade
entre o custo de produção e os privilégios aduaneiros. O desvio de investimento define-se pela
transferência de fundos de investidores estrangeiros para os países com baixas taxas.

Entretanto, Balassa (1982: 112), propõe soluções para estes possíveis problemas, entre os quais:

 A regra de percentagem seria uma forma de garantir que um percentual justo do material
utilizado na fabricação de um produto é originário da área, isentando-o assim de tributações.
Este recurso, porém, enfrenta uma série de empecilhos como a variação do percentual
exigido de País para país, a variação dos preços das matérias-primas no mercado mundial,
tornando a reclassificação das tarifas constantes, além da falta de controle administrativo e
fiscalização dos processos de produção;

 Outro método seria a regra dos processos de transformação, de acordo com a qual haveria
uma lista de diversos processos de produção que esclarecesse os materiais utilizados e
permitiria determinar a origem do produto. No entanto, além dos problemas já citados, seria
Texto de apoio nº 2 8|Página
Economia Internacional Por: MJDamião

insensato fazer uma padronização dos processos produtivos. Como última alternativa,
Balassa propõe a adoção de taxas compensatórias automáticas em relação ao comércio no
interior da área, que acaba não funcionando também, pois desconsidera os desvios de
produção.

2. União Aduaneira

Além da eliminação de barreiras tarifárias, os países membros de uma União Aduaneira adoptam
uma tarifa externa comum em relação a terceiros países, o que acaba gerando uma harmonização de
determinadas políticas económicas dentro do bloco. Este facto leva a uma perda da autonomia dos
Estados nas negociações extrabloco, que passam a ser determinadas em conjunto. A tarifa externa
comum é a solução para o problema anterior de determinação da origem do produto, pois permite a
livre circulação de todos os bens dentro da zona independentemente de sua procedência. Ocorre
assim, a introdução de um poder central que coordena e mantém o equilíbrio das políticas
económicas do bloco, uma medida positiva para a integração.

3. Mercado Comum

Esta seria a etapa mais avançada de um processo de integração, onde, além da livre circulação de
mercadorias e da existência de uma tarifa externa comum, introduz-se a livre circulação também
dos factores de produção, definidos por trabalho, capitais, iniciativas empresariais, prestação de
serviços, entre outros. Também estabelece um sistema administrativo de caráter permanente,
necessário para coordenar a dinâmica mais complexa do Mercado Comum, conduzindo a uma
harmonização das condições de desenvolvimento dos Estados membros.

4. União Económica

A União Económica, compreende todas as características do Mercado comum, e além disso prevê a
harmonização das legislações nacionais que tenham relação direta ou indireta com o sistema
económico. Procura, portanto, que as políticas económicas, financeiras e monetárias dos Estados
membros sejam coordenadas por uma autoridade comum.

A integração das políticas económicas nacionais dos países membros seria uma forma de eliminar
as assimetrias intra-bloco, transformando, por fim, vários mercados independentes em um só.

5. Integração Económica Total

A Integração Económica Total é a última etapa, onde o processo de integração se apresenta em sua
forma mais intensa. De acordo com Balassa (1982), “pressupõe a unificação das políticas
monetárias, fiscais, sociais e anticíclicas, e exige o estabelecimento de uma autoridade
supranacional”. Desta forma, a Integração Total pretende atingir não apenas o progresso económico
Texto de apoio nº 2 9|Página
Economia Internacional Por: MJDamião

equilibrado, mas também, o desenvolvimento social conjunto dos países membros, de forma a
eliminar todos os tipos de barreiras e promover a livre movimentação de bens, serviços e povos.

Alguns autores apresentam uma outra forma de integração económica como sendo a de menor
integração económica designada de Acordos de Comércio Preferencial. Etapa mais incipiente e que
pode ser importante ferramenta para aceleração do comércio inter-regional. Esta forma de
integração consiste na adopção recíproca, entre dois ou mais países de níveis tarifários
preferenciais: Ou seja, as tarifas incidentes sobre o comércio entre os países membros de um grupo,
são inferiores às tarifas cobradas de países não membros.

2.1.1. Razões que Levam os Países a Optarem Pela Integração Económica

A integração económica contribui para o crescimento das empresas e dos sectores da economia e,
estes para melhores níveis de bem-estar social.

De acordo com Cavusgil, et. al., (2010: 177), as nações buscam a integração económica pelas
seguintes razões: expandir mercados, atingir economias de escala e aumentar a produtividade, atrair
investimento direito de fora do bloco e fortalecer a posição defensiva.

1. Expandir mercados: a integração regional aumenta muito a escala do mercado do País


devido as empresas que fazem parte do bloco económico;
2. Atingir economias de escala e aumentar a produtividade: a expansão dos mercados no
âmbito de um bloco económico confere as empresas dos países membros a oportunidade de
aumentar as escalas das operações tanto na produção quanto na comercialização;
3. Atrair investimentos direito de fora do bloco: em oposição ao investimento em países
isolados, as empresas estrangeiras preferem investir naquelas que fazem parte de um bloco
económico, porque as fabricas e as empresas que são construídas dentro deste bloco
receberam tratamento preferencial para as exportações a outras nações membros;
4. Fortalecer a posição defensiva e política: um dos objectivos da integração regional
consiste em proporcionar aos países membros uma posição defensiva mais forte em relação
a outras nações e regiões mundiais.
2.1.2. Factores de Sucesso para a Integração Económica

Cavusgil, et. al., (2010: 178), sustenta que as experiências de integração económica mostram que os
blocos bem-sucedidos tendem a possuir as seguintes características:

1. Similaridade económica: quanto mais similar forem as economias dos países membros
maiores serão as chances de sucesso do bloco económico, diferenças significativas de níveis

Texto de apoio nº 2 10 | P á g i n a
Economia Internacional Por: MJDamião

salariais implicam que os trabalhadores dos países de salários inferiores migrarão para os de
salário superiores;
2. Similaridade Política: a similaridade em sistemas políticos aumenta a perspectivas de
sucesso do bloco. Os países que buscam uma integração regional devem compartilhar
aspirações e disposição de abdicar a autonomia nacional em prol das metas mais amplas da
união proposta;
3. Similaridade de cultura e língua: a similaridade cultural e linguística entre os países de
um bloco económico prevê a base, a compreensão e cooperação mútuas;
4. Proximidade Geográfica: a maioria dos blocos económicos é formada por países na mesma
região geográfica, daí o nome, integração regional. Essa proximidade geográfica facilita o
transporte de bens, mão-de-obra e outros factores de produção. Além disso nações vizinhas
tendem a se assemelhar nos aspectos culturais e linguísticos.
2.2. Génese da ideia de Europa

Depois de 1945 assistiu-se um movimento de estabelecimento de uma Zona Europeia de Livre


Comércio entre determinados países da Europa. O COMECOM – Conselho de Auxílio Económico
Mútuo, foi sobretudo uma resposta política à dinâmica de crescimento económico europeu e às
iniciativas de liberalização das trocas comerciais nas nações capitalistas da Europa Ocidental.

1950 – Robert Schuman (1886-1963), de origem lorena, Ministro dos Negócios Estrangeiros
francês, apresenta um plano, inspirado por uma ideia de Jean Monnet, que propõe colocar o carvão
e o aço da França e da Alemanha sob uma alta autoridade comum. Os objetivos são a manutenção
de relações pacíficas entre os dois países e na Europa em geral, dada a importância destas
matérias-primas na produção de armamento.

1951 – É criada a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA), entre a França, a


Alemanha, a Itália, a Bélgica, os Países Baixos e o Luxemburgo.

É a primeira organização europeia a dispor de poderes supranacionais. A Alta Autoridade é um


órgão politicamente independente dos Estados.

1957 – Na sequência do êxito alcançado pela CECA, os seus membros assinam o Tratado de Roma,
que institui a Comunidade Económica Europeia (CEE): Os objetivos são a criação de uma união
aduaneira, bem como definir políticas comuns em termos agrícolas, comerciais e de concorrência.
De 1958 a 1970 o desmantelamento aduaneiro é um grande sucesso, com a eliminação progressiva
dos direitos aduaneiros e dos contingentes de importação. As trocas comerciais entre os seis países-
membros quase duplicaram. O produto nacional bruto médio da CEE aumentou 70%.

Texto de apoio nº 2 11 | P á g i n a
Economia Internacional Por: MJDamião

1960 – É criada a Associação Europeia de Comércio Livre (EFTA) entre vários países
“periféricos”: Áustria, Dinamarca, Noruega, Portugal Suécia, Suíça e Reino Unido.

1986 – É assinado o Ato Único Europeu, que altera os tratados anteriores no sentido de facilitar
politicamente a construção de um mercado comum, a estabelecer até ao final de 1992.

• Cria um mercado comum (livre circulação de pessoas, serviços e capitais).

• Altera o processo de tomada de decisão a nível do Conselho, as competências da Comissão e


os poderes do Parlamento Europeu.

• Alarga as políticas comuns a aspetos como a política externa e a proteção do ambiente.

• Estabelece como prioritária a redução das disparidades sociais e económicas nas várias
regiões.

1995 – Quarto alargamento: Suécia, Finlândia e Áustria (UE).

1998 – Criação do Banco Central Europeu, responsável pela política monetária e cambial na UE.

1999 – A moeda única (euro) é adotada por 11 países: Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha,
Finlândia, França, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Países Baixos e Portugal.

2002 – Início da circulação do euro, adotado também pela Grécia.

2004 – Quinto alargamento: República Checa, Estónia, Chipre, Letónia, Lituânia, Hungria, Malta,
Polónia, Eslovénia e Eslováquia (UE).

2007– Sexto alargamento: Bulgária e Roménia (UE). O euro é adotado pela Eslovénia.
2.3. De Roma a Maastricht
2.3.1. Tratado de Roma

A Comunidade tem como missão promover, pelo estabelecimento de um mercado comum e pela
aproximação progressiva das políticas económicas dos Estados-membros, um desenvolvimento
harmonioso das atividades económicas no seio da Comunidade, uma expansão económica contínua
e equilibrada, um maior grau de estabilidade, um aumento acelerado do nível de vida e relações
mais estreitas entre os Estados que a integram.

A Comunidade assenta numa união aduaneira que abrange a totalidade do comércio de


mercadorias e implica a proibição, entre os Estados-membros, de direitos aduaneiros de
importação e de exportação e de quaisquer encargos de efeito equivalente, bem como a adopção de
uma pauta aduaneira comum nas suas relações com países terceiros.

Texto de apoio nº 2 12 | P á g i n a
Economia Internacional Por: MJDamião

Para alcançar os fins enunciados no artigo anterior, a acção da Comunidade implica, nos termos do
disposto e segundo o calendário previsto no presente Tratado:

• A eliminação, entre os Estados-membros, dos direitos aduaneiros e das restrições


quantitativas à entrada e à saída de mercadorias.

• A abolição, entre os Estados-membros, dos obstáculos à livre circulação de pessoas, de


serviços e de capitais.

• Um regime que garanta que a concorrência não seja falseada no mercado interno.

2.3.2. Tratado de Maastricht

A União atribui-se os seguintes objectivos:

• A promoção de um progresso económico e social equilibrado e sustentável, nomeadamente


mediante a criação de um espaço sem fronteiras internas, o reforço da coesão económica e
social e o estabelecimento de uma União Económica e Monetária, que incluirá, a prazo, a
adopção de uma moeda única, de acordo com as disposições do presente Tratado;

• A afirmação da sua identidade na cena internacional, nomeadamente através da execução de


uma política externa e de segurança comum, que inclua a definição, a prazo, de uma
política de defesa comum, que poderá conduzir, no momento próprio, a uma defesa
comum;

• A desenvolvimento de uma estreita cooperação no domínio da justiça e dos assuntos


internos; (…)

3. As experiências da integração económica regional


3.0. Introdução
as discussões sobre integração econômica surgem em decorrência de um fenômeno conhecido como
globalização, fenômeno este que traz profundas implicações nas mais variadas áreas do
conhecimento e nos mais diversos setores da vida social e que já havia sido constatado em 1848 por
Karl Marx e Friedrich Engels quando escreveram o famoso texto Manifesto do Partido Comunista e
descreveram de maneira brilhante o nascimento da burguesia, a evolução dos mercados e da
indústria, fatos estes que culminaram na criação do mercado mundial

3.1. MERCOSUL

Texto de apoio nº 2 13 | P á g i n a
Economia Internacional Por: MJDamião

Mercado Comum do Sul (Mercosul), em castelhano: Mercado Común del Sur, Mercosur; em
guarani: Ñemby Ñemuha) é uma organização intergovernamental fundada a partir do Tratado de
Assunção de 1991. Estabelece uma integração, inicialmenteeconômica, configurada atualmente em
uma união aduaneira, na qual há livre-comércio intrazona e política comercial comum entre os
países-membros. Situados todos naAmérica do Sul, sendo atualmente quatro membros plenos. Em
sua formação original, o bloco era composto por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai; mais tarde,
a ele aderiu a Venezuela, que no momento se encontra suspensa. O bloco se encontra em fase de
expansão, uma vez que aBolívia aguarda a ratificação parlamentar de seu protocolo de adesão como
membro pleno, documento que necessita ainda para sua vigência das aprovações legislativas no
Brasil, os demais parlamentos já o aprovaramCom o Tratado de Montevidéu, em 1960, foi criada a
Associação Latino-Americana de Livre Comércio (ALALC), sucedida pela Associação Latino-
Americana de Integração (ALADI).

Muito embora a experiência de tais acordos seja vista com reservas, é inegável que após a assinatura
do acordo da ALALC houve um substancial crescimento do comércio intra-regional. Após a
formação da ALALC, sucedida pela ALADI, e certamente influenciado por essa experiência,
observamos o mais expressivo processo de integração na América Latina, representado pela
Constituição do Mercado Comum do Sul (Mercosul).

3.1.1. Formação do Mercosul

Alberto Xavier relembra que o Mercosul é uma organização internacional constituída pelo Tratado
de Assunção, celebrado em 26 de Março de 1991 pela Argentina, pelo Brasil pelo Paraguai e pelo
Uruguai, tendo por objectivo o estabelecimento de um Mercado Comum, demoninado ‘Mercado
Comum do Sul’ (MERCOSUL).

Cumpre observar que o direito originário do Mercosul é constituído, além do Tratado de Assunção,
pelo Protocolo de Brasília para a solução de controvérsias, de 17 de Dezembro de 1991, e pelo
Protocolo de Ouro Preto sobre a estrutura institucional do Mercosul, de 17 de Dezembro de 1994.

As origens do Mercosul estão ligadas às discussões para a constituição de um mercado económico


regional para a América Latina, que remontam ao tratado que estabeleceu a Associação Latino-
Americana de Livre-Comércio (ALALC) desde a década de 1960. Esse organismo foi sucedido pela
Associação Latino-Americana de Integração (ALADI) na década de 1980. À época, a Argentina e o
Brasil fizeram progressos na matéria, assinando a Declaração do Iguaçu (1985), que estabelecia
uma comissão bilateral, à qual se seguiram uma série de acordos comerciais no ano seguinte. O
Tratado de Integração, Cooperação e Desenvolvimento, assinado entre ambos os países em 1988,
fixou como meta o estabelecimento de um mercado comum, ao qual outros países latino-americanos

Texto de apoio nº 2 14 | P á g i n a
Economia Internacional Por: MJDamião

poderiam se unir. Aderiram o Paraguai e o Uruguai ao processo e os quatro países se tornaram


signatários do Tratado de Assunção (1991), que estabeleceu o Mercado Comum do Sul, uma
aliança comercial visando a dinamizar a economia regional, movimentando entre si mercadorias,
pessoas, força de trabalho e capitais.

Inicialmente foi estabelecida uma zona de livre-comércio, em que os países signatários não
tributariam ou restringiriam as importações um do outro. A partir de 1° de Janeiro de 1995, esta
zona converteu-se em união aduaneira, na qual todos os signatários poderiam cobrar as mesmas
quotas nas importações dos demais países (tarifa externa comum). No ano seguinte, a Bolívia e o
Chile adquiriram o estatuto de associados. Outras nações latino americanas manifestaram interesse
em entrar para o grupo.

Lema "Nosso Norte é o Sul" Tipo bloco regional, organização intergovernamental Fundação 26 de
Março de 1991 (29 anos) Sede Montevidéu.

Membros

 Argentina
 Brasil
 Paraguai
 Uruguai
 Venezuela (suspensa)

Línguas oficiais português, espanhol e guarani Presidente Luis Lacalle Pou, Sítio oficial
www.mercosur.intPermanente de Revisão do Mercosul, com sede na cidade de Assunção
(Paraguai), por conta da insegurança jurídica no bloco sem a existência de um tribunal permanente.

Dentre acordos económicos firmados entre o Mercosul e outros entes, estão os tratados de livre-
comércio (TLC) com Israel assinado no dia 17 de Dezembro de 2007 e com o Egipto assinado em 2
de agosto de 2010. Em 23 de maio de 2008 foi assinado o Tratado Constitutivo da União de Nações
Sul-Americanas (UNASUL), composta pelos doze Estados da América do Sul e fundada dentro dos
ideais de integração sul-americana multissectorial. A organização conjuga as duas uniões
aduaneiras regionais: o Mercosul e a Comunidade Andina (CAN). O cargo de Secretário-geral da
Unasul fornece à entidade uma liderança política definida no cenário internacional, sendo um
primeiro passo para a criação de um órgão burocrático permanente para uma união supranacional,
que eventualmente substituirá os órgãos políticos do Mercosul e da CAN.

3.1.2. História
a. Antecedentes

Texto de apoio nº 2 15 | P á g i n a
Economia Internacional Por: MJDamião

A América do Sul foi ao longo de cinco séculos, palco das mais violentas batalhas do continente
americano. Desde a chegada dos espanhóis e portugueses ao continente, a Bacia do Prata foi cenário
das disputas luso-espanholas por território (o território que hoje é o Uruguai já foi espanhol,
português, novamente espanhol e brasileiro). Entretanto, ao mesmo tempo, nesta região situam-se
capítulos fundamentais da emancipação política e econômica dos futuros sócios do Mercosul.

Durante os séculos XVI e XVII, a Espanha organizou o sistema comercial de suas colônias em
torno do esquema de "frotas e galeões", autorizando somente a alguns portos o direito de enviar ou
receber mercadorias originárias dessas colônias. Para cidades como Buenos Aires, fundada em
1580, esse sistema ameaçava o desenvolvimento econômico da região. Para enfrentar esse
confinamento econômico, a população de Buenos Aires percebeu a única saída possível: o
intercâmbio comercial (ainda que ilegalmente) com o Brasil.

Esse foi o início de uma relação que estava destinada a crescer cada vez mais. No século XIX, o
processo de emancipação política da América do Sul acentuou os contrastes existentes entre os
países da região. Neste período, ocorreram importantes capítulos da história do Brasil, Argentina,
Paraguai e Uruguai. Basta citar a Guerra da Cisplatina, a independência da República Oriental do
Uruguai, Guerra Grande uruguaia, a Revolução Farroupilha, a disputa entre unitários e federalistas
na Argentina e aGuerra do Paraguai: alianças, intervenções e conflitos que forjaram o contexto
histórico de formação dos estados nacionais platinos. Em 1941, em plena Segunda Guerra Mundial,
pela primeira vez, Brasil e Argentina tentaram a criação de umaUnião Aduaneira entre as suas
economias. Porém, isso não se concretizou devido às diferenças diplomáticas dos países em relação
às políticas do Eixo, após o ataque a Pearl Harbor. Com o fim da guerra, a necessidade de interação
entre as nações se tornou iminente e, consecutivamente, a formação dos blocos econômicos,
entretanto na América Latina não houve uma união que tenha obtido resultados satisfatórios.

b. Declaração de Foz do Iguaçu


Em dezembro de 1985, o presidente brasileiro José Sarney e o presidente argentino Raúl Alfonsín
assinaram aDeclaração de Iguaçu, que foi a base para a integração econômica do chamado Cone
Sul. Ambos os países acabavam de sair de um período ditatorial e enfrentavam a necessidade de
reorientar suas economias para o mundo exterior e globalizado. Os dois países haviam contraído
uma grande dívida externa no período dos governos militares e não gozavam de crédito no exterior.
Havia uma grande necessidade de investimentos nos países, mas não havia verbas. Esta situação
comum fez com que ambos percebessem a necessidade mútua. Logo após a assinatura da
Declaração de Iguaçu, em fevereiro de 1986, a Argentina declara a intenção de uma "associação
preferencial" com o Brasil.

Texto de apoio nº 2 16 | P á g i n a
Economia Internacional Por: MJDamião

Em uma casa particular em Don Torcuato, houve uma reunião para discutir o assunto. A discussão
dura dois dias e acontece em clima de troca de ideias e posições quanto ao estatuto da economia da
zona. Depois de poucas semanas, é o Brasil que convida a Argentina para uma reunião semelhante,
emItaipava, também em uma residência particular. Esse foi o sinal de aceitação da iniciativa
argentina e então começava a formação do acordo, com objetivo de promover o desenvolvimento
econômico de ambos os países e integrá-los ao mundo. Para muitos, a ideia de integração na
América do Sul parecia mais uma abstração, devido às várias experiências mal sucedidas no
passado, entretanto essa foi diferente.

c. Ata de Buenos Aires

Em 6 de julho de 1990, o presidente do Brasil,Fernando Collor, e o da Argentina, Carlos Menem,


assinaram a Ata de Buenos Aires. visando à total integração alfandegária entre os dois países. Foi
decidido que todas as medidas para a construção da união aduaneira deveriam ser concluídas até 31
de dezembro de 1994.

Para assegurar o cumprimento dos prazos, foi criado o Grupo de Trabalho Binacional, órgão que
teve como responsabilidade,definir métodos para a criação do mercado comum entre as duas
nações. Em setembro, os governos de Paraguai e Uruguai demonstraram forte interesse no processo
de integração regional, levando à plena percepção dos signatários que um tratado mais abrangente
era necessário.

d. Fundação

Então, no dia 26 de março de 1991, os presidentes de Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai


assinaram oTratado de Assunção, visando a construir uma zona de livre-comércio entre os quatro
países, denominada Mercado Comum do Sul, ou emcastelhano, Mercado Común del Sur. Baseado
na Ata de Buenos Aires, o Tratado de Assunção definiu regras e condições para criação de uma
zona de livre-comércio entre seus quatro signatários. Da mesma forma, ficou decidido que todas as
medidas para a construção do mercado comum deveriam ser concluídas até 31 de dezembro de
1994. As principais implicações desta zona de livre-comércio são:

 A livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos entre os países, através da


eliminação dos direitos alfandegários e restrições não tarifárias à circulação de mercadorias
e de qualquer outra medida de mesmo efeito, com o estabelecimento de uma tarifa externa
comum e a adoção de uma política comercial comum em relação a terceiros países ou blocos
econômicos;

Texto de apoio nº 2 17 | P á g i n a
Economia Internacional Por: MJDamião

 Produtos originários do território de um país signatário terão, em outro país signatário, o


mesmo tratamento aplicado aos produtos de origem nacional;
 A coordenação de políticas de comércio exterior, agrícola, industrial, fiscal, monetária,
cambial e de capitais, de outras que se acordem, a fim de assegurar condições adequadas de
concorrência entre os membros, com o compromisso destes países em harmonizar suas
legislações, especialmente em áreas de importância geral, para lograr o fortalecimento do
processo de integração;
 Nas relações com países não signatários, os membros do bloco assegurarão condições
eqüitativas de comércio. Desta maneira, aplicarão suas legislações nacionais para inibir
importações cujos preços estejam influenciados por subsídios, dumping ou qualquer outra
prática desleal. Paralelamente, os países do bloco coordenarão suas respectivas políticas
nacionais com o objetivo de elaborar normas comuns sobre a concorrência comercial.

Foi definido que durante o período de transição, os países signatários adotassem um regime geral de
origem, um sistema para solucionar controvérsias e cláusulas de salvaguarda. Para assegurar a
ordem e o cumprimento dos prazos, foram criados dois órgão institucionais: Grupo Mercado
Comum; Órgão formado por quatro membros titulares e quatro membros alternos de cada país,
oriundos dos respectivos Ministério das Relações Exteriores, Ministério da Economia e Banco
Central.

Até a criação dos Tribunais Arbitrais, o Grupo Mercado Comum foi a principal autoridade na
solução de controvérsias; Conselho do Mercado Comum; Instituição com maior autoridade no
tratado, criada para gerenciar decisões políticas e assegurar o cumprimento dos prazos
estabelecidos. O Tratado de Assunção também decidiu que a adesão de um novo membro, para que
seja efetiva, deve ser aprovada por decreto legislativo em todos os países signatários. Caso
contrário, o processo de adesão será inválido.

3.2. NAFTA
ratado Norte-Americano de Livre Comércio (em inglês: North American Free Trade Agreement,
NAFTA; em francês: Accord de libre-échange nord-américain, ALÉNA; em castelhano: Tratado de
Libre Comercio de América del Norte, TLCAN) foi um tratado envolvendo Canadá, México e
Estados Unidos, numa atmosfera de livre comércio, com custo reduzido para troca de mercadorias
entre os três países. O NAFTA entrou em vigor em 1 de janeiro de 1994.

Em 1988, os Estados Unidos e o Canadá assinaram um Acordo de Liberalização Econômica,


formalizando o relacionamento comercial entre aqueles dois países. Em 1994, o bloco recebeu a
adesão dos mexicanos.

Texto de apoio nº 2 18 | P á g i n a
Economia Internacional Por: MJDamião

O NAFTA entrou em vigor em 1992 e sua vigência expirou oficialmente em 27 de agosto de 2018,
e será substituído pelo Acordo Estados Unidos-México-Canadá após ratificação final pelos países
membros. Este comércio regional na América do Norte beneficiou a economia mexicana e ajudou-a
a enfrentar a concorrência representada pelo Japão e pela União Europeia. Outros[quem?] defendem
que apenas transformaram o Canadá e o México em "colônias" dos EUA, aumentando a pobreza no
México e agravando o desemprego nos EUA.[carece de fontes]

Restrições também deviam ser removidas de várias categorias, incluindo veículos automóveis e
peças para estes, computadores, tecidos e agricultura. O tratado também protegeu os direitos de
propriedade intelectual (patentes, copyrights, e marcas registradas) e esboçou a remoção de
restrições de investimento entre os três países. Medidas relativas à proteção do trabalhador e do
meio ambiente foram adicionadas mais tarde em consequência de acordos suplementares assinados
em 1993.

Este acordo foi uma expansão do antigo "Tratado de livre comércio Canadá-Estados Unidos", de
1989. Diferentemente da União Europeia, o NAFTA não cria um conjunto de corpos
governamentais supranacionais, nem cria um corpo de leis que seja superior à lei nacional. O
NAFTA é um tratado sob as leis internacionais. Sob as leis dos Estados Unidos ela é classificada
melhor como um acordo congressional-executivo do que um tratado, refletindo um sentido peculiar
do termo "tratado" na lei constitucional dos Estados Unidos que não é seguida pela lei internacional
ou pelas leis de outros estados.

As finalidades deste bloco econômico, explicitados no Artigo 102 do acordo que o formaliza, eram:

 Eliminar as barreiras alfandegárias (imposto de importação), e facilitar o movimento de


produtos e serviços entre os territórios dos países-membros;
 Promover condições para uma competição justa dentro da área de livre comércio;
 Aumentar substancialmente oportunidades de investimento dos países participantes;
 Oferecer proteção efetiva e adequada e garantir os direitos de propriedade intelectual no
território de cada um dos participantes; Criar procedimentos efetivos para a implementação
e aplicação deste tratado, para sua administração conjunta e para a resolução de disputas;
 Estabelecer uma estrutura para futura cooperação trilateral, regional e multilateral para
expandir e realçar os benefícios deste acordo.

Em suma, a finalidade era de ampliar os horizontes de mercado dos países membros e maximizar a
produtividade interna. Tal maximização é obtida por meio da liberdade organizacional das
empresas, o que as permite que se instalem, de acordo com suas especializações, nos países que
apresentarem menores custos dos fatores de produção.

Texto de apoio nº 2 19 | P á g i n a
Economia Internacional Por: MJDamião

Tornar o dólar a moeda única nas transações comerciais entre os parceiros do NAFTA encontra
sérias resistências da sociedade mexicana e até de certos setores do governo onde há o temor da
perda da identidade nacional.

3.3. ASEAN
A Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) é uma organização intergovernamental
regional que compreende dez países do sudeste asiático, que promove a cooperação
intergovernamental e facilita a integração econômica, política, de segurança, militar, educacional e
sociocultural entre seus membros e outros países da Ásia.

A ASEAN também envolve regularmente outros países da região Ásia-Pacífico e além. Principal
parceira da Organização de Cooperação de Xangai, a ASEAN mantém uma rede global de alianças
e parceiros de diálogo e é considerada por muitos como uma potência global, a união central para
cooperação na Ásia-Pacífico e uma organização importante e influente. Ela está envolvida em
vários assuntos internacionais e hospeda missões diplomáticas em todo o mundo. O Secretariado da
ASEAN está localizado em Jacarta, na Indonésia.

3.3.1. Histórico

No dia em que ocorreu a primeira conferência da ASEAN, em Fevereiro de 1976, foi assinado o
Tratado de Amizade e Cooperação, onde vinham descritos os princípios a ser seguidos pelas
nações aderentes. Entre eles constam o respeito mútuo pela independência, soberania, igualdade,
integridade territorial e identidade nacional e o direito de cada nação de se guiar livre de
interferência, subversão ou coerção exterior. Ficou também definido nesse tratado que nenhuma
nação deve interferir nos assuntos internos dos restantes, que os desentendimentos devem ser
resolvidos de forma pacífica, que deve haver uma renúncia ao uso da força e uma efetiva
cooperação entre todos.

Em 1992, os países participantes decidiram transformá-la em zona de livre-comércio, a ser


implantada gradativamente até 2008. Foi fundada originalmente pela Tailândia, Indonésia,
Malásia, Singapura e Filipinas.

A nível econômico, desde a fundação da ASEAN e através de vários tratados, cresceram bastante
as trocas comerciais entre os estados membros. Em 1992 foi criada a uma zona de comércio livre
de modo a desenvolver a competitividade da região, que assim passou a funcionar como um bloco
unido. O objectivo foi o de promover uma maior produtividade e competitividade. A nível de
relações externas, a prioridade da ASEAN é fomentar o contacto com os países da região Ásia-
Pacífico, mas foram também estabelecidos acordos de cooperação com o Japão, China e Coreia do
Sul. Atualmente a organização é patrocinada por 134 empresas multinacionais e tem acordos
Texto de apoio nº 2 20 | P á g i n a
Economia Internacional Por: MJDamião

militares e econômicos com os EUA. Tentou-se realizar um acordo com os EUA sob sigilo para
desregulamentar os mercados.

3.3.2. Politica

Além de consultas e consenso, os processos de reuniões e decisão da ASEAN podem ser entendidos
mais facilmente em termos das Faixas I e II. A Faixa I refere-se à prática da diplomacia entre os
canais do governo. Os participantes se apresentam como representantes de seus respectivos estados
e refletem as posições oficiais de seus governos durante as negociações e discussões. Todas as
decisões oficiais são feitas na Faixa I. Portanto, "A Faixa I refere-se a processos
intergovernamentais". A Faixa II difere ligeiramente da faixa I, envolvendo os grupos da sociedade
civil e outros indivíduos com várias ligações que trabalham ao lado de governos. Esta faixa permite
aos governos discutir temas polêmicos e testar novas idéias sem fazer declarações oficiais ou
compromissos vinculativos, e , quando necessário, recuar nas posições.

Apesar de os diálogos da Faixa II serem por vezes citados como exemplos do envolvimento da
sociedade civil no processo de tomada de decisão regional por parte dos governos e outros atores da
segunda faixa, as ONGs raramente têm acesso a esta faixa, enquanto os participantes da
comunidade acadêmica exercem algum tipo de participação. No entanto, estes grupos de reflexão
são, na maioria dos casos, muito ligados aos seus respectivos governos, e dependentes de
financiamento público para suas atividades acadêmicas e políticas, e muitos que trabalham na Faixa
II têm experiência burocrático anterior. As suas recomendações, especialmente na integração
econômica, são muitas vezes mais parecidas com as decisões da ASEAN que o resto das posições
da sociedade civil.

A faixa que atua como um fórum da sociedade civil no sudeste da Ásia é chamada de Faixa III. Os
participantes da Faixa III são geralmente grupos da sociedade civil que representam uma
determinada ideia ou marca. As redes da Faixa III pretendem representar as comunidades e pessoas
que são marginalizadas dos centros de poder político e incapazes de alcançar uma mudança positiva
sem assistência externa. Esta faixa tenta influenciar as políticas governamentais indiretamente por
lobby, gerando pressão através da mídia. Os atores da terceira faixa também organizam e/ou
participam de reuniões, bem como conferências, para obter acesso aos oficiais da Faixa I.

Enquanto as reuniões e interações da Faixa II com os atores da Faixa I têm aumentado e


intensificado, raramente o resto da sociedade civil tem tido a oportunidade de interagir com a Faixa
II. Aqueles com ligações com a Faixa I têm sido ainda mais raros. Olhando para as três faixas, está
claro que, até agora, a ASEAN tem sido gerida por oficiais do governo que, na medida em que os
Texto de apoio nº 2 21 | P á g i n a
Economia Internacional Por: MJDamião

assuntos da ASEAN estão em causa, são responsáveis apenas perante seus governos e não o povo.
Em uma palestra por ocasião do 38 º aniversário da ASEAN, o histórico presidente indonésio, Dr.
Susilo Bambang Yudhoyono admitiu: "Todas as decisões sobre tratados e zonas de livre comércio,
declarações e planos de ação, são feitas por chefes de Governo, ministros e altos oficiais. O fato é
que entre as massas, há pouco conhecimento, muito menos apreço, das iniciativas de grande porte
que a ASEAN está tomando em seu nome.

Os atuais membros da ASEAN são, por ano de adesão:

Tailândia (1967)

Filipinas (1967)

Malásia (1967), Singapura (1967), Indonésia (1967), Brunei (1984), Vietnã (1995), Mianmar
(1997), Laos (1997) e Camboja (1999)

Membros observadores

Timor-Leste e Papua-Nova Guiné (Oceania)

3.4. SADC
A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral existe desde 1992, a partir da transformação
da SADCC (Southern Africa Development Co-ordination Conference ou Conferência de
Coordenação para o Desenvolvimento da África Austral), criada em 1980 por nove dos estados
membros. Esta transformação, que teve lugar em 17 de Agosto de 1992 em Windhoek, Namíbia, foi
motivada pelo fim do regime de apartheid na África do Sul.

Em 2016, a SADC engloba 15 países do sul da África. Os países membros somam uma população
de aproximadamente 210 milhões de pessoas e um PIB de aproximadamente 471 bilhões de dólares,
valor importante, especialmente levando-se em conta as economias dos restantes países do
continente.

A região enfrenta uma série de problemas, desde dificuldades naturais como secas prolongadas, a
grande prevalência do SIDA e a pobreza. A erradicação destes problemas está as principais metas
do grupo, que são:

Promover o crescimento e desenvolvimento económico, aliviar a pobreza, aumentar a qualidade de


vida do povo, e prover auxílio aos mais desfavorecidos;

Texto de apoio nº 2 22 | P á g i n a
Economia Internacional Por: MJDamião

 Desenvolver valores políticos, sistemas e instituições comuns;


 Promover a paz e a segurança;
 Promover o desenvolvimento sustentável por meio da interdependência coletiva dos estados
membros e da autoconfiança;
 Atingir a complementaridade entre as estratégias e programas nacionais e regionais;
 Promover e maximizar a utilização efectiva de recursos da região;
 Atingir a utilização sustentável dos recursos naturais e a proteção do meio ambiente;
 Reforçar e consolidar as afinidades culturais, históricas e sociais de longa data da região.

O financiamento aos projetos é obtido através de duas maneiras principais. A primeira e mais
importante é a contribuição de cada um dos membros, com o valor baseado no PIB de cada um; a
segunda é através da colaboração de parceiros económicos internacionais, como a União Europeia e
alguns países desenvolvidos, que dependem do projeto a ser desenvolvido.

3.4.1. Principais objetivos

Para atingir-se o desenvolvimento económico é essencial que se promova a indústria local. Com a
industrialização atingir-se-á a independência em relação aos produtos industrializados estrangeiros e
aos produtos da África do Sul, que exerce um claro domínio sobre o mercado dos seus vizinhos. A
estratégia principal consiste na reabilitação e crescimento das capacidades já existentes.

Os projetos de industrialização seguem as diretrizes de produzirem sempre mercadorias de destaque


no mercado regional, mas que possam também ser exportadas, seja para fora do bloco ou não, e que
tenham a maior parte possível da matéria prima extraída dentro dos países membros. Tendo isso em
mente, a produção tem concentrado-se em manufaturados de necessidade imediata e produtos de
base, além de produtos de apoio às atividades industriais que estiverem sendo desenvolvidas.

Um dos projetos na área de educação, o treinamento de mão de obra qualificada tem sido, em parte,
realizado. Os profissionais a serem formados são os que foram identificados como os mais
importantes ao desenvolvimento imediato, como gestores públicos, técnicos, engenheiros
(especialmente agrícolas) e cientistas com formações aplicáveis à indústria. Devido à falta de
capacidade de treinamento local desses cargos, têm sido oferecidas bolsas de estudo em centros de
formação estrangeiros, e tem-se apostado na criação de centros de formação intelectual e técnica na
região.

O combate ao VIH também se encontra entre as prioridades da SADC. As metas fixadas incluem ter
em 2011 noventa e cinco por cento da população entre quinze e vinte e quatro anos informada sobre

Texto de apoio nº 2 23 | P á g i n a
Economia Internacional Por: MJDamião

os conceitos básicos que concernem a doença, ter menos de cinquenta por cento das crianças
infectadas e, em 2015, obter um decréscimo do número de infectados.

Também pretende-se aumentar a participação da mulher em todas as camadas da sociedade. Espera-


se em menos de cinco anos conseguir abolir todas as cláusulas sexualmente discriminatórias nas
constituições de todos os países, instituir leis que garantam direitos iguais a homens e mulheres,
reduzir a violência contra mulheres e crianças e chegar-se a uma participação muito maior da
mulher na sociedade. Em uma década espera aumentar-se a participação feminina em cargos
governamentais e empresas estatais.

3.4.3. Membros

África do Sul, Angola, Botswana, República Democrática do Congo, Lesoto, Madagáscar, Malawi,
Maurícia, Moçambique, Namíbi, Essuatíni, Tanzânia, Zâmbia, Zimbabwe e Seicheles

A sede da SADC encontra-se em Gaborone, no Botswana. As línguas oficiais da Comunidade são o


inglês, o francês, o português e — desde agosto de 2019 o suaíli. Suaíli é uma das línguas de
trabalho da União Africana.

Texto de apoio nº 2 24 | P á g i n a

Você também pode gostar