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CARLOS A. DE S.

OLIVEIRA

GIULIA CASA DEL BIANCO

COMERCIALIZAÇÃO DA FOLHA DO TABACO PARA A BÉLGICA:

PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS, NEGOCIAIS, FISCAIS E CAMBIAIS DA


EXPORTAÇÃO

São Caetano do Sul


2020
CARLOS A. DE S. OLIVEIRA
GIULIA CASA DEL BIANCO

Trabalho de Graduação apresentado à


Faculdade de Tecnologia de São
Caetano do Sul – Antonio Russo, como
requisito parcial para a obtenção do grau
de Tecnólogo em Comércio Exterior.

São Caetano do Sul


2020

2
Resumo

O presente trabalho aborda o tema de exportação de tabaco do Brasil à maior


consumidora deste produto, a Bélgica. Para tanto, estão discorridas informações
referentes as economias do país exportador e do país importador, logo após esta
apresentação, estão dissertados os modelos de negócios que a empresa leva consigo
para uma boa relação comercial, as partes jurídicas e contábeis da TabaComex,
assim como as áreas de operações logísticas e estratégicas de marketing, entre
tantos outros aspectos de destaque para o bom funcionamento da empresa como
exportadora de tabaco. Tem-se como objetivo entender como enfrentar as
dificuldades na exportação do tabaco entre esses dois países. A metodologia utilizada
no presente trabalho foram a de pesquisas bibliográficas, em livros, manuais, sites e
outros trabalhos de conclusão de curso, além de entrevistas com professores e
profissionais da área. Como resultado de pesquisa, apresenta-se a estrutura de uma
empresa exportadora com as áreas pertinentes para seu funcionamento durante a
operação da exportação. Os integrantes que realizaram este projeto em conjunto
concluem que a área agrícola de exportação do Brasil possui uma enorme gama de
produtos, os quais incluem o tabaco, que formam uma grande parte da receita do país.
O saldo das contas da balança comercial do país conta com uma ajuda essencial
desse setor. Além disso, pôde-se concluir que a logística do país não tem uma
estrutura a nível do que se é esperado de um país continental, que apresenta o grande
volume de exportações e importações. Nos últimos anos os órgãos responsáveis têm
melhorado o tópico da grande burocracia apresentada no país em todos os setores
fiscais, cambiais e operacionais. Porém é ainda visível que o tempo, se comparado
com países com estruturas semelhantes, ainda é um fator a ser otimizado e
potencializado.

Palavras-chave: Exportação; Brasil; Bélgica; empresa

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Abstract

This paper addresses the topic of tobacco export from Brazil to the largest
consumer of this product, Belgium. For this purpose, information on the economies of
the exporting country and the importing country are discussed. Right after this
presentation, the business models that the company takes with it for a good business
relationship are presented, along with the legal and accounting parts of TabaComex,
as well as the areas of logistics and strategic marketing operations, among many other
aspects of note for the smooth functioning of the company as a tobacco exporter. The
objective is to understand how to face the difficulties in tobacco exports between these
two countries. The methodology used in the present work was that of bibliographic
research, in books, manuals, websites and other works at the end of the course, in
addition to interviews with professors and professionals in the field. The methodology
used in the present work was bibliographic research, in books, manuals, websites and
other papers, in addition to interviews with professors and professionals in the field. As
result of the research, the structure of an exporting company is presented with the
relevant areas for its operation during the export operation. The members who jointly
produced this project conclude that the agricultural export area of Brazil has a huge
range of products, which include tobacco, which form a large part of the country's
income. The balance of the country's trade balance accounts has essential assistance
from this sector. In addition, it could be concluded that the country's logistics do not
have a structure at the level of what is expected from a continental country, which has
a large volume of exports and imports. In recent years, the responsible government
agencies have improved the topic of the great bureaucracy presented in the country in
the fiscal, foreign exchange and operational sectors. However, it is still visible that time,
compared to countries with similar structures, is still a factor to be optimized and
enhanced.

Keywords: Export; Brazil; Belgium; company

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Sumário

INTRODUÇÃO 8
2) ASPECTOS ECONÔMICOS QUE IMPACTAM NAS RELAÇÕES COMERCIAIS
ENTRE AS EMPRESAS E SEUS RESPECTIVOS PAÍSES: O BRASIL E A
BÉLGICA 10
2.1) Brasil como Partícipe da Economia Internacional e Instituições econômicas
internacionais 10
2.1.1) Tratados, Acordos, ou Convenções que vinculam as nações
envolvidas 12
2.2) Posição relativa do Brasil e do estado escolhido em termos de vantagens
competitivas 13
2.3) Instrumentos de defesa comercial: importância na proteção das empresas
brasileiras contra práticas desleais de competidores estrangeiros 14
2.4) Risco dos negócios internacionais 16
2.4.1) Risco Comercial 16
2.4.2) Risco Monetário 17
2.4.3) Risco-país 18
2.4.4) Risco Intercultural 19
2.5) Política cambial brasileira e moedas conversíveis e inconversíveis 20
3) RELAÇÕES CULTURAIS E MERCADOLÓGICAS ENTRE AS ECONOMIAS
QUE SE RELACIONAM NO MERCADO EXTERNO 24
3.1) Elementos culturais que envolvem o Brasil e a Bélgica 24
3.2) Análise de mercado e possibilidades de negócios do Tabaco 27
3.3) Aplicação do modelo SWOT para norteamentos de estratégias
mercadológicas da TabaComex 29
3.4) Apontamentos dos principais públicos de consumo, e respectivos Avatares
34
3.5) Análise e identificação dos concorrentes e procedimentos de Benchmarking
35
3.6) Análise do mercado frente a pandemia 36
4) CARACTERIZAÇÃO DA TABACOMEX 39
4.1) Apresentação da TabaComex 39
4.2) Estrutura Organizacional da TabaComex 40
4.3) Estatuto Social da Empresa 41
4.4) Gestão de Pessoas da Corporação 42

5
4.4.1) Recrutamento e Seleção 42
4.4.2) Avaliação de Desempenho 45
4.4.3) Treinamento e Desenvolvimento de Pessoal 46
4.4.4) Descrição e Análise de Cargos 47
4.5) Criação Da TabaComex No Modelo De Negócios Canvas 47
4.5.1) Proposta de Valor 49
4.5.2) Segmento de mercado 50
4.5.3) Relacionamento com clientes 51
4.5.4) Canais 51
4.5.5) Atividades Chave 52
4.5.6) Recursos Chave 53
4.5.7) Parcerias Chave 53
4.5.8) Estrutura de Custos 54
4.5.9) Fonte de Renda 55
5) PROCEDIMENTOS JURÍDICOS E CONTRATOS APLICÁVEIS AOS NEGÓCIOS
CELEBRADOS ENTRE A TABACOMEX E SEUS CLIENTES EM UM CONTEXTO
INTERNACIONAL 57
5.1) Direito aduaneiro e comércio exterior na atuação profissional da empresa
57
5.2) Prática na operacionalização da exportação do Tabaco 62
5.3) Contratos aplicáveis aos negócios celebrados entre TabaComex e seus
clientes em um contexto internacional 68
6) CARACTERIZAÇÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA DA TABACOMEX 69
6.1) Custos Relacionados à TabaComex 69
6.2) Tributos Incidentes sobre à TabaComex 71
6.3) Fixação de Preço do Tabaco por Meio de Mark-Up 72
6.4) Fluxo de Caixa da TabaComex 73
6.5) Demonstração de Resultado de Exercício da TabaComex 77
6.6) Método de pagamento que norteia relação comercial da TabaComex 78
7) OPERAÇÕES LOGÍSTICAS DA TABACOMEX NO CONTEXTO NACIONAL E
INTERNACIONAL 80
7.1) Brasil em termos de Logística Nacional e Internacional 80
7.2) Conhecimento da inserção da logística no projeto estratégico de marketing da
TabaComex 84

6
7.3) Conhecimento físico e concreto do Modal em dupla acepção: Vias de
Transporte e Veículos de Transporte e como são utilizados na exportação 85
7.4) Embalagem, Paletização, Estufagem em contêiner e Cálculo dos fretes
relacionados ao Tabaco 86
7.5) Incoterms envolvidos na operação logística da TabaComex 88
CONSIDERAÇÕES FINAIS 89
REFERÊNCIAS 91
APÊNDICE 99

7
INTRODUÇÃO

O mundo globalizado de hoje está conectado diretamente com as influências


fortes do capitalismo nas últimas décadas. Estados Unidos da América é a maior
amostra de como um país e uma cultura podem se impor ao redor do globo através
do capitalismo. A maior potência da era capitalista difundiu o modo americano de
pensar e vários elementos de sua cultura através do comércio. Mas não apenas os
Estados Unidos, como também a China, Rússia, Brasil, e outros, todos em proporções
diferentes, com focos diferentes, mas com uma coisa em comum: o comércio

A globalização se dá através das relações comerciais que se dão entre os


países. Um país A que necessita de trigo e em sua produção interna este produto não
é o suficiente para a demanda interna, terá que buscar o trigo além de suas fronteiras,
em um país B. Este país B, por sua vez, necessita suprir sua demanda interna de
carne, e importa de um país C. E essas relações formam a grande rede de comércio
mundial, com tarifas, taxas, acordos, mercados livres e outras peculiaridades do
comércio internacional.

Diante deste cenário e do que foi abordado acima, este projeto tem como
objetivo desenvolver a resposta para o desafio de se exportar e como exportar um
produto (a folha de tabaco) do Brasil para a Bélgica, descrevendo e explicando todos
os procedimentos operacionais, negociais, fiscais e cambiais.

Para tal, é criada uma empresa fictícia, atendendo pelo nome de TabaComex,
cuja função é mostrar uma análise de diversas áreas de uma empresa exportadora de
tabaco. A metodologia utilizada nesse projeto é a criação de empresa fictícia através
de estudo bibliográfico, livros, artigos, manuais e documentos da área.

Começando pelo capítulo 2, onde é desenvolvida uma visão panorâmica das


relações entre Brasil e Bélgica, os dois países presentes neste projeto. São feitas
apresentações dos países escolhidos, suas relações bilaterais e os blocos
econômicos que participam, as moedas vigentes nesses países, além de toda a parte
econômica-política que tem uma relação influente direta em como os negócios da
TabaComex com seus clientes estrangeiros serão conduzidos.

Em seguida, no capítulo 3, desenvolve-se todos os contextos mercadológicos


e culturais entre os países. São feitas análises de mercado, dos concorrentes, do
público que a empresa busca atingir, quais elementos culturais são essenciais para
essas relações. Muito do marketing e do comportamento negocial da empresa é
explorada neste capítulo.

Já no capítulo 4, é apresentada a empresa, juntamente com a descrição da


gestão de pessoas da TabaComex, e o Canvas (modelo de negócios da empresa).
Este capítulo consiste na apresentação e descrição de como é gerida a companhia.

8
Nos capítulos seguintes, o 5 e o 6, com a parte jurídica, e a contábil e financeira
da TabaComex, estão descritos todos os trâmites legais que a empresa necessita
para a exportação do tabaco. São apresentados o estatuto, os contratos aplicáveis
com os clientes, todas as análises de criação dos preços e a saúde financeira da
empresa no período de um ano de atividade.

A área logística é desenvolvida no capítulo 7, demonstrando como é realizada


toda a área operacional, os modais de transporte, as rotas e os Incoterms definidos
pela empresa visando a otimização dos processos.

Todos os capítulos são desenvolvidos buscando resolver o tópico de como


exportar a folha de tabaco do Brasil para a Bélgica. Cada capítulo trata de uma área
importante de uma empresa exportadora, com focos em assuntos pertinentes a cada
área.

9
2) ASPECTOS ECONÔMICOS QUE IMPACTAM NAS RELAÇÕES COMERCIAIS
ENTRE AS EMPRESAS E SEUS RESPECTIVOS PAÍSES: O BRASIL E A
BÉLGICA

Este tópico tem como objetivo descrever como os aspectos econômicos


norteiam as relações comerciais entre as empresas e suas nações, o país exportador
(Brasil) e o país importador (Bélgica). Para tanto, estão mencionados os blocos
econômicos em conjunto entre os países, e de que maneira esses blocos ajudam na
relação entre ambos.

Também estão descritas políticas externas, e os tópicos que envolvem a


participação econômica do Brasil em relação a economia internacional. É explicado
de que forma o país utiliza suas vantagens competitivas em solo internacional e, além
disso, estão apresentados instrumentos de defesa comercial que são praticados pelo
país.

2.1) BRASIL COMO PARTÍCIPE DA ECONOMIA INTERNACIONAL E


INSTITUIÇÕES ECONÔMICAS INTERNACIONAIS

A diplomacia brasileira teve início nos tempos da República Velha, com o "pai
da diplomacia brasileira", o Barão do Rio Branco. Sua gestão à frente do Ministério
das Relações Exteriores, contando também com muitos pensadores à sua disposição
no início da República (entre 1902 e 1912), é marcada por grandes feitos, como a
negociação para o estabelecimento das fronteiras territoriais e uma arquitetura política
relativamente estável e mais amistosa com os países vizinhos da América do Sul.

Tais pensadores estavam intimamente ligados à área do direito, além de


representarem a República dos Bacharéis, o que teria grande peso na geração da
diplomacia da época. (AMARAL, 2008)

As ações externas do Brasil foram direcionadas para maior inserção do país na


política e na economia internacionais, orientada principalmente pelos interesses dos
cafeicultores e do setor agroexportador. Tendo em vista que as tomadas de decisões
externas eram diretamente ligadas aos interesses da elite, torna-se óbvio a escolha
brasileira em voltar-se ao comércio exterior, ou pelo menos o começo do mesmo.

Atualmente, a política externa do Brasil reflete a posição do país como potência


emergente, detentor de amplo território, de vastos recursos naturais e grande
população e biodiversidade.

Por possuir tal capacidade econômica produtiva, a presença da nação tem sido
recorrente nas negociações de acordos internacionais relativos a temas como:
desenvolvimento sustentável, comércio internacional, como exemplo, a participação
10
na Rodada de Doha1, combate à pobreza e reforma de instituições multilaterais como
Nações Unidas e Fundo Monetário Internacional, entre outros. (OLIVEIRA, 2007)

A política externa brasileira tem sido geralmente baseada nos princípios do


multilateralismo, na pacífica solução de controvérsias e na não-intervenção nos
assuntos de outros países. O Brasil se engaja na diplomacia multilateral por meio da
Organização dos Estados Americanos (OEA) e das Nações Unidas, e tem aumentado
seus laços com os países em desenvolvimento da África e da Ásia.

Em vez de se focar na unilateralidade, a política externa brasileira tende a


enfatizar a integração regional, primeiro através do Mercado Comum do Sul
(Mercosul) e, mais recentemente, da União de Nações Sul-Americanas (UNASUL). O
Brasil também está inserido nos blocos do G20 e do BRICS.

De acordo com o Site Oficial Governamental MERCOSUL, o bloco Mercosul,


em princípio, era uma área de livre comércio, um dos níveis iniciais de integração. No
ano de 1995, subiu de patamar, transformando-se em uma União Aduaneira. Além do
Brasil fazem parte do Mercosul a Argentina, Uruguai e Venezuela; com associados ao
bloco o Chile, Bolívia, Colômbia, Peru e Equador.

É verdade que o acordo ampliou bastante o comércio entre os membros, em


especial, Brasil e Argentina. Entretanto, todas essas disparidades, principalmente as
sociais, dificultam que o bloco chegue ao nível que o denomina, Mercado Comum.

Por sua vez, através de informações compartilhadas pelo site oficial das
Relações Exteriores (2017, online), a UNASUL, como o próprio nome já adianta, é
uma entidade formada pelas 12 nações que compõem América do Sul.

Existem vários conselhos ministeriais que atuam nas áreas de energia, saúde,
desenvolvimento social, defesa, combate ao narcotráfico, infraestrutura e
planejamento, educação, cultura, ciência e tecnologia.

A Associação Latino-Americana de Integração (ALADI), de acordo com o


ministério da Economia, é um acordo, firmado através do Tratado de Montevidéu
(1980), que visa aumentar progressivamente a integração entre países da América
Latina no aspecto econômico e promover um maior crescimento social entre os
membros.

Dentre as informações encontradas pelo site oficial do ministério das relações


exteriores (2018, online), o Grupo dos 20 é um grupo constituído por ministros da
economia e presidentes de bancos centrais dos 19 países de economias mais
desenvolvidas do mundo, mais a União Europeia. Criado em 1999, na esteira de várias

1 De acordo com o site oficial do governo sobre o ministério da Economia, Rodada de Doha nada
mais é que discussões norteadas com o princípio em realizar a abertura de mercados agrícolas e
industriais com regras que favoreçam a ampliação dos fluxos de comércio dos países em
desenvolvimento.
11
crises econômicas da década de 1990, o G20 é uma espécie de fórum de cooperação
e consulta sobre assuntos financeiros internacionais.

Os principais objetivos do G20 são: o favorecimento de negociações


econômicas internacionais, debates sobre políticas globais para promover o
desenvolvimento econômico mundial de forma sustentável, discussão de regras
comuns para a flexibilização do mercado de trabalho, criação de mecanismos voltados
para a desregulamentação econômica e criação de formas para liberação do comércio
mundial.

Os países membros são África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina,


Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia,
Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia, Turquia e os países membros
da União Europeia

O BRICS é um agrupamento econômico, de acordo com o site oficial do


Ministério das Relações Exteriores (2019, online) atualmente composto por cinco
países: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Não se trata de um bloco
econômico ou uma instituição internacional, mas de um mecanismo internacional na
forma de um agrupamento informal, ou seja, não registrado burocraticamente com
estatuto e carta de princípios.

2.1.1) Tratados, Acordos, ou Convenções que vinculam as nações envolvidas

O Brasil e a Bélgica tiveram uma evolução em relação ao seu comércio ao longo


dos anos. Ainda que não sejam os maiores importadores um do outro, os países têm
um histórico de cooperação.

De acordo com o guia Como Exportar Bélgica do Ministério das Relações


Exteriores (2013, online) e o site oficial da Secretaria-Executiva da Câmara de
Comércio Exterior (CAMEX) os acordos bilaterais celebrados pelos dois países são:

• Acordo Sanitário que passa a regular o comércio de carnes e derivados de


carnes bovinas (12/10/1965);
• Convenção para Evitar a Dupla Tributação e Regular outras Questões em
Matéria de Impostos sobre a Renda (12/07/1973);
• Acordo sobre Transporte Aéreo (23/12/2002).
• MERCOSUL e União Europeia (2018)

Segundo ainda o guia Como Exportar Bélgica do Ministério das Relações


Exteriores (2013, online) os produtos que o Brasil mais exporta para a Bélgica são
“commodities, produtos minerais e metais, entre os quais fumo, café, suco de laranja,
caulim e alumínio.” Já os produtos mais exportados da Bélgica para o Brasil são
“produtos químicos e vegetais, vacinas, plásticos, material de transporte, metais,
máquinas e malte, entre outros produtos”.
12
2.2) POSIÇÃO RELATIVA DO BRASIL E DO ESTADO ESCOLHIDO EM TERMOS
DE VANTAGENS COMPETITIVAS

Dentro deste capítulo estão dispostos os aspectos econômicos e competitivos


do Brasil e como se aplicam à empresa TabaComex, de maneira a entender como a
mesma é afetada pela posição ou estratégia atual de sua nação.

Inicialmente, o conceito de vantagens competitivas refere-se, segundo


Petrauski et al (2012) apud Pinheiro et al (1992) “há três linhas conceituais diferentes
para avaliar o grau de competitividade de uma economia ou setor: desempenho,
macro e eficiência.”

A primeira linha tem por base a capacidade competitiva do país em relação ao


mercado internacional.

O segundo baseia-se num conceito macro no sentido de variáveis sobre


política, economia, valores sociais, entre outros
[...] se avalia a competitividade a partir de variáveis que dependem
basicamente de decisões de política econômica. Os indicadores mais
tradicionais neste grupo são a taxa de câmbio efetiva real e a relação câmbio
salário. (PETRAUSKI et al, 2012)

Por último, compara-se a capacidade de produção de um país, avaliando se o


mesmo possui eficiência e qualidade na hora da produção de quaisquer produtos, e
ainda, se os mesmos possuem algum tipo de destaque ou diferencial quando
confrontado a outros produtos.

Outro conceito que agrega características junto ao de Petrauski e seus


colaboradores, é o de Bleil, Souza e Diehl (2008) apud Valmorbida, Ensslin, Ensslin
(2013), que afirmam que, as empresas devem possuir estratégia de custos porque
será a grande impulsionadora das demais estratégias que fomentam a instituição.

Sendo assim, observa-se que muitos autores focam em características para


avaliação que incluem, majoritariamente, questões financeiras da empresa, seja por
gestão de custos, por distribuição de lucro ou investimentos para inovação.

O Brasil nos tempos atuais possui grande capacidade produtiva, contudo perde
força se focado em inovação e desenvolvimento. Apesar de grande recebimento de
investimento nas diversas seções de indústrias e empresas, o direcionamento de tal
capital não é voltado tanto para criações e desenvolvimento de inovações. (OLIVEIRA
JUNIOR; BORINI, 2003)

Contudo, a grande vantagem é o uso de subsidiárias dentro do país, pois


assumem estratégias e responsabilidades de sua matriz, mas que atuam em
13
diferentes regiões ou até mesmo países. Essas subsidiárias recebem grande
investimento, o que lhes dá oportunidade de distribuí-lo de inúmeras formas,
impulsionando a economia nacional. (OLIVEIRA JUNIOR; BORINI, 2003)

Tendo tal perspectiva para a TabaComex, o fato de se gerar bons investimentos


e boa estrutura e gestão de custos, resulta no desenvolvimento da empresa por parte
de sua produção de tabaco, através dos maquinários, mão-de-obra, logística, entre
tantos outros aspectos.

2.3) INSTRUMENTOS DE DEFESA COMERCIAL: IMPORTÂNCIA NA PROTEÇÃO


DAS EMPRESAS BRASILEIRAS CONTRA PRÁTICAS DESLEAIS DE
COMPETIDORES ESTRANGEIROS

Dentro deste tópico está desenvolvido todo um conteúdo focado em práticas


desleais dos países que mantém uma relação comercial com o Brasil possam vir a
ter, e como o Brasil possui uma resposta referente a tais práticas desonestas.

Em um primeiro momento está disposta a história das defesas comerciais


desenvolvidas pelo Brasil: o que são, como foram criadas, como são utilizadas nos
dias de hoje, entre outros aspectos.

Posteriormente estão exemplificados a forma de uso de tais defesas por parte


da empresa TabaComex.

De acordo com o site oficial do ministério da economia, indústria, comércio


exterior e serviços, o Brasil assinou os Acordos Antidumping e de Subsídios e Medidas
Compensatórias do GATT2 no mês de abril de 1979, contudo, somente em 1987 que
se puseram em prática tais acordos, como publicação através do Diário Oficial da
União no mesmo ano de 1987.

A implementação de códigos de defesa na nação foi tardia devido à diferença


dos mecanismos utilizados por outros países, já que no Brasil ainda persistiram
mecanismos especiais de importação e severos controles administrativos de
importação, o que garantia a integridade e valor dos produtos nacionais.

Entretanto tais instrumentos entraram em conflito com as normas estabelecidas


pelo GATT, gerando um desgaste nas relações comerciais do Brasil para com os
outros países. Foi então que se determinou, em 1987, que “caberia à antiga Comissão
de Política Aduaneira, do Ministério da Fazenda, a condução das investigações e a

2 GATT - Acordo Geral de Tarifas e Comércio, traduzindo-a para o Inglês: General Agreement on
Tariffs and Trade. Tal acordo tem por objetivo firmar tratados e acordos, por diversos países, para
promover o comércio internacional e a redução de tarifas, taxas e barreiras alfandegárias entre as
nações.
14
aplicação dos direitos antidumping e medidas compensatórias.” (Ministério da
Economia, 2008)

Posterior a muitas mudanças de responsabilidades e competências dentro da


União, em 2001, a competência para aplicações de medidas de defesa comercial
passou a ser da Câmara de Comércio Exterior, através da medida provisória 2.158-
35 e pelo Decreto nº 4.732/03.

A partir de então, passa a vigorar a atuação do Departamento de Defesa


Comercial (DECOM), autoridade investigadora brasileira para fins de investigações de
defesa comercial. Tal autoridade é responsável por:

1. Examinar a procedência e o mérito de petições de abertura de


investigações de dumping, de subsídios e de salvaguardas, com vistas à
defesa da produção doméstica;
2. Propor a abertura e conduzir investigações para a aplicação de medidas
antidumping, compensatórias e de salvaguardas;
3. Recomendar a aplicação das medidas de defesa comercial previstas nos
correspondentes Acordos da Organização Mundial do Comércio - OMC;
4. Acompanhar as discussões relativas às normas e à aplicação dos Acordos
de defesa comercial junto à OMC;
5. Participar em negociações internacionais relativas à defesa comercial; e
6. Acompanhar as investigações de defesa comercial abertas por terceiros
países contra exportações brasileiras e prestar assistência à defesa do
exportador, em articulação com outros órgãos governamentais e com o setor
privado.

Todo o processo de contato com a DECOM em casos de práticas desleais


baseia-se em primeiro realizar uma solicitação acompanhados de documentos oficiais
por meio da estrutura física da mesma, através do endereço Esplanada dos
Ministérios, Bloco J, térreo, Brasília - DF, CEP 70.053-900, ou pelo Sistema DECOM
Digital. Validadas todas as documentações, dá-se início ao processo de investigação,
que as empresas ou outras instituições podem acompanhar somente com seus
representantes legais e habilitados para tal. Por fim,

[...] os autos dos processos conduzidos por intermédio do Sistema DECOM


Digital – SDD ficam disponíveis às partes interessadas na Internet. Por sua
vez, o acesso aos processos tramitados em meio físico é garantido pelo
fornecimento de versão eletrônica dos autos, após agendamento de vista,
que deverá ser solicitada por representante devidamente habilitado
(MINISTÉRIO DA ECONOMIA).

Sendo assim, a TabaComex tem seus direitos e proteção garantida pelo


Estado, através da autoridade DECOM, que possibilita contato de muitas formas para
garantir a integridade e valor dos produtos nacionais ou nacionalizados.

15
2.4) RISCO DOS NEGÓCIOS INTERNACIONAIS

Umas das maiores responsabilidades de empresas que pretendem atuar no


mercado exterior é a realização de uma pesquisa amplamente detalhada sobre os
diversos aspectos presentes no país de destino de suas mercadorias ou serviços.

Para tanto então, dentro deste tópico estão desenvolvidos os conceitos de


riscos possíveis dentro da negociação internacional, uma vez que as empresas
possuem, não somente localizações diferentes, mas também tudo o que cerne
política, economia, cultura e seus respectivos aspectos.

Depois de desenvolvida a definição de tais riscos, está a correlação dos


mesmos para com a TabaComex, demonstrando como a empresa pode ter sua
rentabilidade ameaçada pelos riscos abaixo detalhados.

2.4.1) Risco Comercial

Segundo Cavusgil, Knight e Riesenberger (2010) apud Vezzosi (2012), riscos


comerciais são aqueles referentes à alguma operação, estratégia, tática ou parceria
que ao serem colocadas em prática podem não obter sucesso, prejudicando o
exportador e/ou o importador. Os riscos dividem-se em atrasos no pagamento; crises
no balanço de pagamentos; não performance; não conformidade; ou mesmo falência
de uma das empresas envolvidas.

Os riscos descritos acima são decorrentes, geralmente, de questões mal


pesquisadas ou não supridas na hora de comercializar no exterior. Para Torres (2016)
apud Kotler (2003), os riscos normalmente estão juntos com as oportunidades, para
tanto, cabe às empresas exportadoras um estudo prévio dos cenários políticos, sociais
e regulatórios do mercado do país importador.

Questões do tipo público-alvo do produto, planejamento dos produtos e


serviços oferecidos pela empresa, marketing internacional, transporte de mercadorias,
entre tantos outros, devem ser bem estudadas e avaliadas pelos gestores da empresa
exportadora.

As operações da TabaComex são realizadas visando uma boa avaliação,


principalmente na questão logística, desde o recebimento do fornecedor até a entrega
do produto ao destino. A TabaComex se atenta para que não ocorram problemas em
16
relação ao comércio com seus parceiros, verificando o histórico e fazendo avaliações
das empresas parceiras.

Contudo, há a possibilidade de imprevistos em meio ao processo de


comercialização, o que obriga a TabaComex realizar uma medida de emergência,
caso seja necessário.

A análise dos fornecedores também é muito estudada e importante, uma vez


que é preciso agregar e manter parceiros confiáveis e constantes em suas compras
para garantir estabilidade no processo de venda.

Porém, caso haja questões por parte do país importador que resulte
negativamente em meio a relação comercial com seus compradores, a TabaComex
se utiliza de contratos cambiais que possibilitam o retorno de quaisquer que sejam as
transições financeiras entre as partes.

2.4.2) Risco Monetário

Segundo CAPITAL (2019, online) “O risco monetário constitui o potencial de


ganho ou perda dos investidores que convertem dinheiro de uma moeda noutra.” Ou
seja, leva em consideração a instabilidade presente na conversão de moeda devido
às flutuações da taxa de câmbio.

É um risco muito presente nas operações internacionais, pois se trata das


flutuações e instabilidades da taxa de câmbio. Um país com a economia e a moeda
(medida pela taxa de câmbio) estabilizadas é mais seguro para a realização de
transações comerciais com seus parceiros no mercado internacional.

Segundo Torres (2016) apud Stoner, Freeman (1994), para reduzir os riscos de
qualquer empreendimento internacional, as organizações devem prestar atenção nas
variáveis econômicas, como: os padrões de crescimento econômico, investimento e
inflação. Além destes fatores, é de extrema necessidade que se verifique também: a
taxa de câmbio de país para país, conjuntamente à sua balança de pagamento; o tipo
de controle impostos às importações na nação de destino e aos investidores
estrangeiros.

Com a valorização da taxa de câmbio, a moeda brasileira ganha valor ficando


mais equiparada ao valor do euro. Sendo assim, operações de exportação podem
acabar sofrendo alterações em relação a receita esperada.

Tendo em vista os inúmeros agentes que podem ocasionar mudanças


monetárias, as transações financeiras da TabaComex são sempre feitas com base no
17
euro, em vista disso, seu diretor financeiro está sempre atento às diversas flutuações
cambiais, principalmente da moeda europeia, para que não seja danoso para a
TabaComex os momentos de negociação com seus parceiros da Bélgica.

Podemos ainda citar a conexão que esse risco tem com o risco-país que está
descrito posteriormente. Uma crise muito forte, guerras civis ou a imposição de uma
ditadura podem também afetar os processos de exportação e fazer com que a
empresa exportadora acabe tendo que lidar com altos prejuízos financeiros.

2.4.3) Risco-país

Ao analisar o risco país, o vendedor deve se atentar às diversidades políticas,


econômicas e sociais do país importador. Fatores como: barreiras protecionistas,
burocracia exagerada ou até mesmo instabilidades no setor político e social, podem
se tornar obstáculos para a empresa exportadora.

O risco país agrega questões, não apenas, mas principalmente, políticas, e


como as mesmas podem afetar a negociação entre países. Ademais disto, os termos
legais dentro e fora duma nação constroem este risco.

Em outras palavras, a variabilidade de figuras e projetos políticos aumentam o


risco de não haver retorno aos investidores externos, isso através de implementação
de novos tributos, taxas, impostos e afins, onde por sua vez, são pertencentes ao
ambiente legal da pátria, que regem a maneira que o comércio será estabelecido.

Em um cenário de instabilidade política, é possível que a empresa importadora


possa não honrar sua dívida; seja por falta de capital da própria empresa ou até
mesmo por motivos de algum bloqueio feito pelo governo para que o envio de dinheiro
ao exterior não ocorra.

Juntamente a este cenário de instabilidade política, o exportador, mesmo


cumprindo todos seus compromissos, pode não receber sua receita também por um
bloqueio de divisas de seu próprio governo.

Diante das crises econômicas, destacam-se as guerras comerciais, que


acabam ocorrendo em um momento que um país importador queira proteger o seu
mercado local. Como, por exemplo, a guerra comercial entre os Estados Unidos e a
China, onde ambos se encontram em um entrave até hoje em 2020.

Tendo como parceiros e importadoras as empresas belgas, o foco principal da


TabaComex é estar sempre atualizada sobre as notícias diárias dos acontecimentos

18
na Bélgica, para que a empresa possa estar preparada diante de qualquer
adversidade.

O uso de práticas protecionistas e o envolvimento em guerras comerciais são


constantemente feitos pelos vários países pelo mundo. Em vista disso, é um dos riscos
mais preocupantes à TabaComex, pois são impostas barreiras protecionistas, fazendo
com que o produto exportado fique com um preço muito mais elevado do que o
produto nacional, e assim, as empresas exportadoras ficam à deriva de prejuízos pela
falta de vendas.

Contudo, apesar das inúmeras preocupações que a empresa pode ter devido
a tal risco, a proximidade entre as duas nações, faz com que a TabaComex tenha
atualizações das áreas políticas, econômicas, sociais, dentre tantas outras
divergências que possam ocorrer.

A parceria atual se dá apenas com empresas belgas, mas, a TabaComex visa


expandir, futuramente, sua ligação comercial com outras empresas do ramo ao redor
do mundo.

Portanto, é necessário sempre realizar pesquisas de mercado, para que se


possa descobrir novos possíveis parceiros comerciais, dos quais se tenha segurança
e rentabilidade nas negociações, e que garantirão melhores resultados à TabaComex
no futuro.

2.4.4) Risco Intercultural

São os riscos que podem ocorrer devido a alguma diferença cultural ou


desentendimento ético entre dois países. São mais propícios a acontecerem entre
nações com culturas e tradições muito distintas. A empresa que participará de
negociações deve sempre estar atenta à comunicação utilizada para que não ocorra
nenhum equívoco ou má interpretação durante as negociações.

De acordo com Torres (2016) apud GeertHofstede apud Stoner&Freeman


(1994), foram realizados estudos em 40 países sobre o relacionamento entre o caráter
nacional e a motivação dos empregados. Hofstede cita cinco dimensões que
descrevem aspectos importantes da cultura de um país:

a) Distância ao poder – é a consequência da desigualdade como


diferentes níveis de poder; todas as sociedades são desiguais, mas
algumas são mais desiguais que outras (HOFSTEDE & MCCRAE, 2004,
p.62). Esta dimensão define o quanto a sociedade aceita a distribuição
desigual de poder;

19
b) Individualismo versus coletivismo – é a medida do grau de
vínculos entre as pessoas. Essa dimensão se reflete na autoimagem das
pessoas definidas como o ‘’eu’’ e o “nós’’;
c) Masculinidade versus Feminilidade - O lado da masculinidade
representa uma predominância na sociedade pelos valores acenados
historicamente aos homens como agressividade, ambição, desejo de poder,
entre outros. A feminilidade é uma preferência para a cooperação,
modéstia, cuidar dos mais frágeis e qualidade de vida;
d) Aversão à incerteza – expressa o grau em que os membros de
uma sociedade se sentem desconfortáveis perante a incerteza. Nesse
contexto, países com alto grau de aversão a incerteza mantém um forte
código de crenças e comportamentos;
e) Orientação a longo prazo versus orientação a curto prazo – Esta
dimensão está relacionada à expectativa de tempo de retorno em termos de
recompensa e resultado de uma tarefa ou ação implementada que, de forma
geral, os indivíduos de uma sociedade possuem (SILVA, 2008). Sociedades
com uma orientação de curto prazo geralmente têm uma forte preocupação
em estabelecer uma verdade absoluta e apresentam grande respeito pelas
tradições. Em sociedades com uma orientação a longo prazo, as pessoas
acreditam que a verdade depende muito da situação, do contexto e do
tempo, além de mostrar maior capacidade de adaptação as novas
situações.

Ainda assim, não se pode unificar a forma de tratamento ou abordagem na


administração durante uma negociação. A empresa que vai negociar deve sempre
estar atenta à comunicação específica do país para que não exista nenhum equívoco
ou má interpretação durante as negociações.

O Brasil e a Bélgica possuem culturas vinculadas, de maneira que as duas


nações já possuem uma longa história de miscigenação entre suas culturas. Em vista
disso, a Bélgica não enfatiza esse tipo de risco, pois tais empresas compreendem
boas condutas e hábitos de seus parceiros, devido às relações históricas.

2.5) POLÍTICA CAMBIAL BRASILEIRA E MOEDAS CONVERSÍVEIS E


INCONVERSÍVEIS

Para este tópico está descrito o funcionamento da política cambial brasileira,


assim como o que é e qual a função da taxa cambial. Também está explicado o que
são moedas, quais suas finalidades e o que significa uma moeda ser conversível ou
inconversível. Por fim, estão apresentadas quais as moedas escolhidas para as
negociações da TabaComex e o porquê dessa escolha.

20
A moeda teve origem na Era da troca de mercadoria, onde ocorria o escambo
de mercadorias entre as pessoas. Teve passagem pela Era da mercadoria moeda,
onde alguns produtos, como o trigo, por exemplo, tinham esse valor de moeda. Depois
disso surge a Era da moeda metálica onde o valor de moeda era atrelado a metais
como o cobre ou o ouro, levando até a Era da moeda-papel, onde os certificados de
depósito emitidos por casas de custódio eram lastreadas em metal. Por fim, a moeda
chega ao papel que apresenta hoje, na Era da moeda Fiduciária, onde a moeda
Fiduciária não é lastreada em metais e, portanto, apresenta inconversibilidade.

Na Era da moeda Fiduciária existem ainda as moedas bancárias, aquelas


chamadas moedas Escriturais, que são utilizadas para o sistema bancário. Elas não
existem fisicamente, portanto tem a função de ajudar na organização do sistema
bancário e estão atreladas, de início, às moedas Fiduciárias.

Segundo Mollo (1993, online) é “geral a aceitação da ideia de que a moeda


pode ser definida pelas suas funções... — de unidade de conta, de meio de circulação
e de reserva de valor”, ou seja, a moeda apresenta três funções essenciais: unidade
de conta, onde a moeda serve para medir valor a algo; meio de circulação, onde a
moeda serve como instrumento de troca para se adquirir algo; e reserva de valor, onde
a moeda serve como um instrumento que pode guardar valor.

As moedas Fiduciárias hoje são criadas pelo próprio país onde serão circuladas
e são de monopólio estatal, o que significa que apenas o Estado pode emitir moeda.
Essas moedas podem ser conversíveis ou inconversíveis.
Diz-se que uma moeda é inconversível se não possui aceitação no âmbito
internacional ou, mais propriamente, quando não desempenha nesse plano
nenhuma das funções clássicas da moeda: unidade de conta, meio de
pagamento ou reserva de valor. Assim, por exemplo, não há cotações
internacionais de mercadorias em moedas inconversíveis, nem elas servem
de moeda de denominação de contratos mercantis ou financeiros. Muito
menos, denominam ativos financeiros de reserva; privados ou de bancos
centrais. (CARNEIRO, 2008)

Portanto, as moedas conversíveis acabam por serem as únicas que


apresentam as funções citadas por Ricardo Carneiro. Isso faz com que as operações
de Exportação e Importação sejam realizadas fazendo uso dessas moedas
conversíveis. São moedas conversíveis: dólar americano, dólar canadense, dólar
australiano, libra esterlina, franco suíço, coroa dinamarquesa, coroa sueca, coroa
norueguesa, iene e o euro. São moedas inconversíveis: reais, peso argentino, peso
mexicano etc.

Para determinar a conversibilidade de uma moeda, são analisados todos os


fatores econômicos do país, incluindo as políticas econômicas, que compreendem a
política fiscal, monetária e cambiais.

21
O câmbio apresenta função muito importante e crucial no Comércio Exterior em
âmbito mundial. Todos os países se utilizam do câmbio para negociar com países que
possuem diferentes moedas, principalmente aqueles que apresentam moedas
inconversíveis. Portanto a taxa de câmbio ou taxa cambial é uma ferramenta
observada de perto por todos agentes econômicos.
Em sua essência, o câmbio é um preço relativo entre ativos ‘sui generis’: as
moedas, que são alicerces das economias modernas e constituem a
referência para a formação dos preços de bens, de serviços e, também, dos
preços financeiros. A variação na taxa de câmbio é, portanto, a variação do
preço de uma moeda medida em relação à outra moeda e,
consequentemente, é a variação de toda uma estrutura de preços relativos
que tem impacto nos ganhos de setores econômicos e classes sociais.
(ROSSI, 2016)

Com as palavras de Rossi, é possível ver a relação direta do câmbio e das


taxas cambiais com o Comércio Exterior e com todo o resto da economia de um país.

No Brasil a política cambial é o conjunto de instrumentos, por exemplo, leis e


regulamentos, usados para equilibrar o mercado externo. E com isso, manter o poder
de compra do Brasil em relação aos países externos. Além disso, a política cambial
brasileira também tem a função, juntamente com a Política Monetária, de controlar as
taxas de juros e a inflação.

Existem três tipos de regimes cambiais, o Câmbio Flutuante, o Câmbio Fixo e


a Banda Cambial. O Câmbio Flutuante segundo Almeida; Fontes; Arbex (2000, online)
é aquele “em que os Bancos Centrais permitem que a taxa de câmbio se ajuste para
equilibrar a oferta e a demanda por moeda estrangeira”; já o Câmbio Fixo é aquele
que nas palavras de Almeida; Fontes; Arbex (2000, online) se refere ao regime “em
que os Bancos Centrais ficam a postos para ações de compra e venda de suas
moedas a um preço fixo em termos de dólares”.

Segundo Almeida; Fontes; Arbex (2000, online) “A banda de câmbio é um


regime cambial intermediário baseado em faixas-alvo, com o Banco Central limitando
as flutuações do câmbio para uma média específica ou em torno de uma paridade
central”, portanto trata-se de um regime misto, onde o Banco Central permite que o
câmbio flutue, mas com um limite superior e inferior.

O Brasil já adotou outros regimes, mas hoje no país é adotado um sistema de


Câmbio Flutuante sujo, com um teto e um piso variantes para a taxa cambial brasileira.

A TabaComex, juntamente com seus clientes atuais, decidiu por realizar as


transações em Euro, moeda vigente na Bélgica e no restante dos países que formam

22
a Zona do Euro3. Essa decisão foi tomada a partir de medidores econômicos, e
consentida por ambas as partes.

3Zona do Euro = constituída por 19 Estados-membros da União Europeia onde é utilizado a moeda
Euro
23
3) RELAÇÕES CULTURAIS E MERCADOLÓGICAS ENTRE AS ECONOMIAS
QUE SE RELACIONAM NO MERCADO EXTERNO

3.1) ELEMENTOS CULTURAIS QUE ENVOLVEM O BRASIL E A BÉLGICA

Dentro deste capítulo estão dispostos aspectos culturais que conectam as duas
nações, Brasil e Bélgica, que por fim, permitem maior aproximação tanto em meios
diplomáticos, quantos econômicos e sociais.
Para tanto, o capítulo contém, de forma sintetizada, informações desde o
primeiro contato nacional comercial que se tem registro com a Bélgica, evoluindo até
a presente relação que os dois países têm um com o outro.
Vale ressaltar que todo o desenvolvimento dos seguintes parágrafos teve por
base, de maneira integral, as informações contidas no livro “Brasil e Bélgica Cinco
Séculos de Conexões e Interações”. De maneira que os seguintes autores citados,
estão presentes dentro desta obra.
Acompanhando o pensamento de Pedroso (2011) apud Bueno et al (2014), o
primeiro contato registrado entre as duas nações data o ano de 1544, onde um
empresário e banqueiro belga, Erasmus Schetz (1480-1550), adquiriu um engenho de
açúcar na capitania de São Vicente.
Tendo em vista este primeiro contato de belgas com brasileiros, ao decorrer
dos anos, o fluxo de idas e vindas da população belga, nos meios comercial, de
costume e comportamental dos nativos passam a ter grande influência nas vidas
belgas, da mesma forma ocorreu com vidas nacionais.
Um episódio de destaque referente à história da relação destas duas nações é
a aparição de um papagaio verde brasileiro no porto de Antuérpia na Bélgica, tal
momento foi registrado através de uma pintura de Joachim Beuckelaer em 1566.
(BUENO et al, 2014)
Segundo Pedroso (2011) apud Bueno et al (2014) a representação do Brasil
em solo Belga se deu através da participação brasileira, no final do século XIX e início
do século XX, nas exposições internacionais na Antuérpia (1885) e Bruxelas (1910);
juntamente a diplomacia cultural de Oliveira Lima durante conferências, publicações
e concertos de músicas brasileiras em Bruxelas. Doravante tais ocorridos, alguns
pintores europeus dedicaram parte de suas obras ao Brasil, como, por exemplo, Henri
Langerlock.
Porém, a relação só é efetivamente firmada a partir da metade do século XIX,
quando o Império brasileiro passa a reconhecer o Reino da Bélgica, onde a mesma
começa a existir como entidade independente em 1830. Outro fator de aproximação
da relação entre as duas entidades é a ação do Rei Leopoldo I em conceder
armamento para o Brasil, em meio a guerra do Paraguai.

24
Dentre os anos de 1830 e 1914, pouco se ouvia falar sobre imigrações belgas
para o Brasil, tem-se registro de cerca de 6.000 belgas que se instalaram no país.
Entre eles havia "trabalhadores, pessoas marginalizadas, mas também por
empreendedores, engenheiros, agrônomos, intelectuais e artistas à procura de
experiência profissional e novas oportunidades." (PEDROSO, 2016) APUD BUENO
ET AL, 2014).
Em um primeiro instante, empresários belgas se interessaram em participar das
construções das ferrovias em território nacional, juntamente com instalações de
iluminação a gás. Já em um segundo momento, os mesmos passaram a se interessar
na exploração de borracha e de minérios presentes em solo nacional. Tais
investimentos belgas fizeram com que, no início do século XX, a Bélgica ocupasse
posições de destaque na lista de investidores no Brasil, e assim, abriram-se portas
para a criação de um banco próprio e câmaras de comércio, estabelecidas em
Bruxelas e em São Paulo.
A afirmação da grande fixação belga em solo brasileiro se deu por conta do
interesse do país estrangeiro em firmar colônias em território nacional. De acordo com
Bueno et al (2014), principalmente na região de Santa Catarina, houve grande
incentivo de empresários belgas em emigrar até o Brasil e lá obterem plantações de
feijões preto, batatas; e nas linhas divisórias, cafeeiros e laranjeiras. Futuramente,
esses empresários possuíam planos de obterem também plantações de cana, tabaco,
linho, índigo, nopal e alpiste, além de novas estradas para novos colonos que
chegariam.
A partir daquele momento, o interesse belga, não somente em aspectos
econômicos, mas, também sociais, de saúde, urbanos, culturais em uma abordagem
geral, cresceu de forma expoente, o que gerou uma grande miscigenação cultural
entre os dois países.
De acordo com Ferrari et al (2012), o tabaco já era um produto cultivado por
povos indígenas, principalmente na região da Bolívia. Contudo, a cultura de produção
do mesmo só foi desenvolvida após a chegada dos europeus em solo nacional.

A produção de tabaco no Brasil para fins comerciais inicia no século XVII sob
o monopólio português quando a metrópole colonial passou a incentivar esse
cultivo, sobretudo no Nordeste Brasileiro, com a finalidade de fomentar as
trocas comerciais com a Europa, a fim de garantir o fornecimento de mão-de-
obra escrava para o cultivo e o beneficiamento do açúcar, nos canaviais.

Com a evolução de imigração por parte da população europeia, logo foi


implantada a cultura de cultivo do tabaco para comercialização em outras regiões do
Brasil, e não somente na região nordeste.

Até 1810, somente era permitido o plantio de tabaco na Bahia, entretanto, a


abertura dos portos às nações amigas do Brasil proporcionou a
desconcentração das áreas produtoras para as outras províncias brasileiras.
A partir de 1850, Rio Grande do Sul e Santa Catarina começaram a ganhar
destaque na produção de tabaco, em razão do cultivo que passava a ser

25
realizado em pequenas propriedades, nas áreas destinadas à colonização
com imigrantes europeus, notadamente, nas áreas com imigrantes alemães.

Ainda seguindo o pensamento de Ferrari et al (2012), enquanto a região do


nordeste se especializava na produção da folha de tabaco do tipo escuro, que condiz
com a produção de charutos, a região sul do país focava em cultivar a folha clara de
tabaco, que resulta na produção de cigarros.
Atualmente, o Brasil tem foco na produção da folha clara do tabaco com
“variedade Virginia e Burley secados, respectivamente, em estufas a base de lenha e
elétricas, e em galpões. Esses tabacos são do tipo flavour que dão sabor ao cigarro,
os preferidos pelo mercado internacional.” (FERRARI et al, 2012)
O restante da produção, que se mantém na região nordeste do país com a folha
escura do tabaco, foca na fabricação em charutos e cigarrilhas.
De acordo com Delarivière (2014) apud Bueno et al (2014) a relação comercial
belga com o Brasil, referente ao produto tabaco, iniciou-se, dentre tantos outros
fatores, porém sendo este o de maior destaque, com o tráfico negreiro, onde Edouard
Gantoi utilizava do câmbio ilegal de escravos em troca de tabaco, têxteis, açúcar,
cachaça, armas e pólvora, que realizavam na África ocidental.
Contudo, com o aumento da rigidez da lei antiescravagista, o negócio do tráfico
negreiro estava cada vez mais falho, e logo após a apreensão “pelo West-Africa
Squadron, de 54 navios [...] o que levou à libertação de um total de 4.841 escravos
[...]” (BUENO et al, 2014), Edouard Gantoi decidiu abandonar o negócio e iniciar uma
produção de tabaco comprando terrenos com o lucro que obteve com o tráfico durante
a sua atuação no mesmo.
Vale ressaltar que a Bélgica, desde o seu primeiro investimento, apresentou
interesse claro nas regiões do Centro-oeste e Amazônia, além de sua fauna e flora
rica, os estudos avançados sobre as patologias tropicais também foi um ponto que
gerou grande entusiasmo por parte da nação estrangeira.
Sendo assim, a proximidade entre Brasil e Bélgica se tornou cada vez mais
presente, gerando uma influência cultural muito grande em ambas as partes.
De acordo com Bueno et al (2014) muitas são as áreas que sofreram
interferência do país estrangeiro: as estruturas urbanas, músicas, comidas, estudos
desde astrologia até medicina, religião e ideologia são algumas das áreas que se pode
afirmar terem sofrido tais influências.
Já a influência brasileira se deu mais em um contexto artístico, como por
exemplo: teatro, dança e circo. A dança percorria longos e maravilhosos períodos,
onde as características brasileiras presentes em seus dançarinos fazia-se bem
presente. Desde movimentos clássicos, até o último movimento contemporâneo.
Dessa forma, pode-se compreender o grande fluxo comercial que o Brasil e a
Bélgica iniciaram, o desenvolveram e o mantiveram até os dias atuais.
Em um contexto atual, há um grande movimento contra o fumo, a “OMS aponta
que expectativa de vida na Europa subiu, mas fatores de risco ligados ao estilo de

26
vida ameaçam progresso. Obesidade cresce, e consumo de álcool é o mais alto do
mundo. Quase um terço dos europeus fuma.” (WELLE, 2020)
Contudo, mesmo com esse movimento, ainda há grande interesse por parte
dos europeus, com foco maior na Bélgica, em adquirir o tabaco brasileiro.
Dessa forma, é possível observar o quão profundo e longo é a relação que os
dois países têm um com outro. Já são mais de cinco séculos cultivando, enriquecendo
e enobrecendo a relação, onde se iniciou com grandes interesses econômicos, e
tornou-se uma relação de comportamentos e culturas intrínsecas em cada cidadão
dessas duas grandes nações.

3.2) ANÁLISE DE MERCADO E POSSIBILIDADES DE NEGÓCIOS DO TABACO

Dentro deste capítulo estão discorridas as possibilidades de comércio do


tabaco dentro da relação comercial que a TabaComex possui com a Bélgica, além de
possíveis outros contatos comerciais futuros.

Em um primeiro momento será apresentada a matriz Ansoff e, logo em seguida,


é discorrida uma interpretação e apresentação das perspectivas que tal matriz
possibilita enxergar.

A matriz Ansoff é uma ferramenta utilizada pelas empresas para analisar e


planejar suas estratégias empresariais de crescimento, ela apresenta quatro
estratégias que podem ser usadas para ajudar uma empresa a crescer e, também
analisa o risco associado a cada uma delas (ANSOFF, 2015).

Ela é uma base de quatro estratégias de crescimento através da relação entre


produtos novos x existentes e, também de mercados novos x existentes:

Tabela 3.2.1– Matriz Ansoff

Produto Atual Produto Novo

Mercado Penetração no Desenvolvimento


Atual Mercado de Produtos

Mercado Desenvolvimento de
Diversificação
Novo Mercados
Fonte: Elaborada pelos autores (2020)

Para um melhor entendimento das quatro estratégias, foi feita a tabela a seguir
com uma explicação breve de cada uma delas.

27
Tabela 3.2.2 – Matriz Ansoff explicada

Produto Atual Produto Novo

Vender mais Vender produtos


Mercado produtos para que não existem
Atual compradores que já para compradores
existem que já existem

Vender produtos
Vender mais
que não existem
Mercado produtos para
para compradores
Novo compradores não
também não
existentes
existentes
Fonte: Elaborada pelos autores (2020)

A estratégia mais adequada para a TabaComex é a Penetração no Mercado,


pois como demonstrado na tabela 3.2.2, essa estratégia é a que envolve um produto
já existente com um mercado também existente.

A estratégia de Penetração no Mercado fornece à empresa a capacidade de


agir no mercado atual com o produto já existente. Podendo ocorrer através da
promoção de seus produtos, ou através do aumento da participação pela aquisição
de concorrente. (STEINBACH, 2006)

Em outras palavras, uma empresa tem como objetivo aumentar sua


participação de mercado, o Market Share. E para cumprir esse objetivo, a empresa
considera que alguns aspectos de seu produto podem ser suficientes para ganhar
participação de mercado de seus concorrentes atuais.

Alguns desses aspectos são: a qualidade acima da média, uma marca


reconhecida e ótimos canais de distribuição. Identificando esses aspectos, não será
preciso fazer alterações nos produtos e nas estratégias de marketing.

28
A TabaComex, por ser uma empresa vendedora foca em ótimos pontos de
distribuição, tendo sua logística extremamente voltada para áreas em que sejam
cruciais para a exportação de tabaco, e com olhos para outros pontos no futuro.

De acordo com o site oficial da Souza Cruz (BAT, 2018), os europeus tiveram
acesso aos costumes indígenas que utilizavam o tabaco como remédio e tinham o
hábito que consumi-lo de forma recreativa. Posteriormente descobriram o poder do
tabaco como pesticida diante das plantações.

Dessa forma, a variabilidade de mercado que a TabaComex possui é grande,


uma vez que a quantidade e o propósito pelo qual as empresas contratariam a
TabaComex são variados.

Um exemplo claro de tais possibilidades é o início de uma relação comercial da


TabaComex com outras empresas de plantio que buscam fertilizantes e pesticidas
naturais para suas plantações.

Por conta de o tabaco vendido pela TabaComex ser orgânico, seguindo as


normas de sustentabilidade e plantação de tabaco sustentável, a empresa consegue
sustentar a imagem de um tabaco diferente do normalmente distribuído pelas
empresas.

O tabaco é comprado, pela TabaComex, de um produtor orgânico, o que


possibilita a empresa vender seu produto pautado na sustentabilidade, sendo menos
prejudicial à saúde humana.

Por fim, dentro das possibilidades presentes na matriz Ansoff e as mesmas


refletidas para a realidade e estratégias da empresa, torna-se visível o
reconhecimento de que é possível potencializar suas parcerias dentro do mesmo
mercado e, também expandir para novas áreas, mercados e novos clientes.

3.3) APLICAÇÃO DO MODELO SWOT PARA NORTEAMENTOS DE ESTRATÉGIAS


MERCADOLÓGICAS DA TABACOMEX

29
Um planejamento de marketing tem por objetivo, segundo Haddad Silva et al
(2011) apud Scioli et al (2012), ser “um processo gerencial voltado a criar a adequação
dos objetivos e recursos da empresa às mudanças de oportunidade de mercados”. De
forma mais clara, tenta-se vincular as condições reais da empresa com seus objetivos
a fim de criar uma estratégia factível com seus desejos.

Dentro deste tópico, está disposto o modelo SWOT, na Figura 3.3.1 Este
modelo é uma matriz que tem por objetivo demonstrar o patrimônio e os feitos de uma
empresa para que a mesma possa, através de uma profunda análise, montar e
aperfeiçoar suas estratégias futuras.

Figura 3.3.1 – Matriz SWOT

Fonte: Agendor

Tal matriz pode ser considerada atualmente a mais popular de interferência de


mercado vigente em contextos de marketing e competitividade.

Estruturada pelos conceitos de Força, Fraqueza, Oportunidades e Ameaças.


Os dois primeiros conceitos dizem respeito a características internas da empresa,
onde a força é analisada para ser usada de forma a destacar a empresa quando
comparada a outras; e a fraqueza ressalta onde a empresa possui aspectos que a
deixam em desvantagem comparada aos seus concorrentes. (FERNANDES et AL,
2013)

Oportunidades e ameaças destacam o meio externo onde a TabaComex está


inserida, mais precisamente, como o mercado da atualidade se comporta abrindo
espaço para crescimento ou declínio da empresa.

30
Para Zenone (2019), quando os dirigentes de uma empresa percebem um
aspecto interno positivo da mesma, deve ressaltá-lo ainda mais, da mesma forma que
ao encontrar um ponto negativo de sua empresa, deve diminuí-lo ou apenas controlar
seus efeitos colaterais.

Baseada nesses conceitos, a TabaComex considerou os seguintes pontos


enquadrando-os como:

1. FORÇA

● Produto Orgânico

Nesta parte entende-se que a empresa, por se preocupar com a


responsabilidade ambiental, só se relaciona e conclui negócios com cultivadores
orgânicos. De maneira que os produtores não usam agrotóxicos, façam a recuperação
do solo após a época de colheita, entre outros aspectos.

● Embalagens

Ainda seguindo o mesmo padrão de responsabilidade ecológica, a TabaComex


compra, junto de suas parcerias envolvidas nos transportes, embalagens que, mesmo
tendo maiores preços, são mais sustentáveis que as comuns, para servir de ponto de
destaque para a empresa.

Embalagens reutilizáveis, com menos impacto ambiental na reciclagem, e com


grande capacidade de uso, são alguns dos aspectos que agregam valor não somente
ao preço do tabaco, mas como a sua imagem.

● Logística Eficaz

Por ter a possibilidade de ter parceiros terceirizados especializados na


utilização de modais com grande capacidade de carregamento de carga e que
respeitam o tempo limite de entrega e recebimento, a TabaComex aderiu sua logística
como um ponto forte a ser destacado pela matriz.

● Certificados

A TabaComex tem extremo cuidado para com os efeitos que o seu produto
causa, não somente para o meio ambiente, mas também para os possíveis
consumidores. Portanto, a empresa procura sempre estar devidamente legalizada no
momento da negociação do tabaco, adquirindo todos os documentos, certificados, e
selos, dos órgãos responsáveis, para que haja a conquista de confiança de seus
clientes e melhor qualidade do produto.

● Fácil Acesso ao Produto

31
Por estar localizada em uma região agrícola e propícia para plantio do tabaco,
a TabaComex se beneficia da proximidade entre seu escritório, área de produção da
folha e do seu armazém, de forma que o frete para entrega ou recebimento do produto
seja menor, além de reduzir o perigo em danificar a mercadoria.

Ainda respaldada pela matriz SWOT, a TabaComex considerou seus aspectos


internos negativos, ou seja, suas:

2. FRAQUEZAS

● Produto Primário

Por se tratar de um produto agrícola, agregar valor ao mesmo torna-se uma


tarefa difícil. Apesar de o tabaco orgânico receber atenção especial desde o seu
plantio até a entrega do mesmo na Bélgica, a TabaComex fica refém de fatores
externos, ou ambientais, que possam influenciar negativamente sua venda.

● Segmento de Mercado Reduzido

A TabaComex foca somente em um nicho de mercado por enquanto, o que faz


com que seja um fator de estagnação para a empresa, se ela decidisse ampliar sua
área de vendas.

● Produto Único

Apesar de a TabaComex apresentar ideias de expandir suas vendas por toda


a Bélgica e para os países que cercam a nação, ainda assim, o portfólio reduzido a
um único produto, demonstra ser um aspecto a melhorar por parte da empresa.

Logo após as análises de fatores internos da empresa requeridos pela matriz


SWOT, estão descritos abaixo os fatores circunstanciais externos que influenciam a
empresa, estes sendo interpretados pelos próprios fundadores da empresa.

Primeiramente são introduzidos aqueles que dão à TabaComex oportunidades


de desenvolver seu mercado consumidor, depois as ameaças existentes para a
empresa.

3. OPORTUNIDADES

● Empresas agrícolas externas

Aqui a visão que a TabaComex possui é de uma possível parceria com


empresas agrícolas belgas, de forma que essas empresas tenham demanda do
tabaco para o uso como pesticida natural, gerando caixa para a empresa e
estreitamento de relações entre as nações.

● Forte aliança comercial


32
Ainda tendo resquícios do tópico anterior, nessa parte o foco é precisamente o
estreitamento das relações comerciais entre os dois países: Brasil e Bélgica. Com
uma forte parceria entre as empresas brasileiras e belgas, vem junto uma relação
entre os países e um fortalecimento dessa relação.

● Capacidade de produção com ampliação do mercado sustentável

Esse tópico diz respeito à oportunidade de crescimento de uma produção


ecológica, de maneira que antes, durante e depois, as empresas trabalhem com suas
respectivas responsabilidades de manutenção e recuperação do solo.

Voltado para a área comercial em si, entende-se por atender clientes antigos e
novos que compactuam com a visão e valor da empresa, pois as questões sociais,
econômicas, políticas e ambientais cada vez tomam mais forças e mais peso na hora
da decisão do consumidor, que resultam em uma produção aumentada e ampliação
do mercado consumidor do produto da TabaComex.

Por últimas listadas neste tópico encontram-se, ainda dentro dos fatores
externos à empresa as:

4. AMEAÇAS

● Empresas Tradicionais de Tabaco

Em um contexto comercial, as empresas tradicionais de tabaco entram com


vantagem de preço, pois o cuidado que as mesmas têm com o tabaco é diferente, por
conta de agrotóxicos e o uso contínuo de químicas diminuem o preço da folha de
tabaco.

Além disso, as empresas tradicionais já possuem um mercado conquistado por


seus consumidores, sendo assim, se torna um desafio para a TabaComex entrar e
conquistar um mercado que preza por um produto barato e, nem sempre, de
qualidade.

● Campanhas Antifumo

Com a preocupação cada vez maior com a saúde e bem-estar do seu povo,
muitas nações investem grande parte de sua receita para propiciar campanhas que
incitem a população a largar o hábito de fumo, de qualquer tipo. Desta maneira, a
TabaComex tem de enfrentar uma publicidade negativa referente ao seu produto.

● Instabilidade política

Com a grande instabilidade política, o Brasil, além de muitos outros países,


sofre com a variação que isso se aplica ao preço comercial dos produtos,

33
principalmente os agrícolas, o que pode ocasionar para a TabaComex inúmeros lucros
ou também prejuízos.

3.4) APONTAMENTOS DOS PRINCIPAIS PÚBLICOS DE CONSUMO, E


RESPECTIVOS AVATARES

Este tópico tem como objetivo apontar os principais públicos de consumo do


produto exportado pela TabaComex, ou seja, os tipos de clientes que a empresa se
relaciona. E isso acaba por se relacionar com o tópico anterior a este que trata da
questão dos mercados.

Públicos de consumo são, como o nome sugere, os públicos que irão consumir
os seus produtos. São os parceiros com os quais uma empresa irá negociar e
adicionar à sua carteira de clientes. Segundo SEBRAE (2020, online)

Pessoas, empresas ou governos podem constituir um mercado. É o que se


denominam mercados B2C, B2B ou B2G.4; dado o seu produto, quem é o
mercado-alvo, que é aquele para o qual você irá dirigir seus esforços de
venda e comunicação. Além de conhecê-lo pelo perfil básico, você precisa
dimensioná-lo, quantificá-lo e ter essa informação atualizada.

A importância de saber seu público de consumo é muito grande, pois ao fazê-


lo, a empresa pode afunilar uma parcela do mercado para ter foco nestes clientes e
assim atendê-los de forma inteligente e atenciosa.

O público de consumo da TabaComex se dá pelos moldes do B2B, pois o foco


da TabaComex é negociar com empresas, se busca formar relações solidas com os
clientes e ter uma carteira de clientes baseada em empresas consolidadas e
responsáveis.

O “Avatar” de um cliente é o conjunto de características deste cliente. É um


afunilamento maior do público de consumo já analisado e identificado. É importante
identificar e construir a persona desse cliente, para poder focar as ações de marketing
da empresa para aquele tipo de cliente e, também saber como negociar com ele.

O Avatar do público de consumo da TabaComex, é o mesmo para todos seus


parceiros atuais. São empresas belgas, em busca da folha de tabaco para a
transformação em cigarros e derivados. São empresas de grande porte, com uma
forte atuação no mercado e que atendem um amplo mercado internacional.

4 B2B = Business to Business; B2C = Business to Consumer; B2G = Business to Government


34
3.5) ANÁLISE E IDENTIFICAÇÃO DOS CONCORRENTES E PROCEDIMENTOS DE
BENCHMARKING

Contrastando com os dois tópicos acima onde são feitas análises dos mercados
e clientes, este tópico realiza uma análise dos concorrentes e players existentes no
mercado.

É de suma importância também que uma empresa faça pesquisas de mercado


para conhecer seus concorrentes e as outras empresas que atuam no mercado e
podem vir a serem concorrentes.

Segundo SEBRAE (2020, online)

Ao identificar o perfil dos concorrentes potenciais, fica mais fácil entender o


que é preciso melhorar no seu empreendimento, evitando possíveis erros e
falhas de comunicação e estratégia de vendas.

Observar atitudes negativas e prejudiciais de setores do mesmo ramo


também pode auxiliar você na organização e no planejamento de novas
oportunidades para destacar-se.

Portanto, identificar e estudar os concorrentes da TabaComex é muito


importante para a empresa estar sempre atualizada.

Existem dois tipos de concorrências, segundo SEBRAE (2020, online), que são
os:

• Concorrência direta: esse tipo de concorrência existe quando um


negócio oferece produtos iguais, com o objetivo de alcançar o mesmo
nicho de mercado do mesmo ramo.

• Concorrência indireta: essa atividade pode ser identificada com base


em empreendimentos que oferecem produtos semelhantes à outra
empresa. O objetivo é conquistar o mesmo perfil de consumidor.

Dessa forma é possível analisar e identificar os possíveis concorrentes diretos


e indiretos da TabaComex.

Há também uma técnica chamada Benchmarking, que segundo Fonseca (2016,


p.6)

é um processo sistemático e contínuo para avaliar os produtos, serviços e


processos de trabalho nas organizações que são reconhecidas como
representantes das melhores práticas, com o propósito de realizar melhorias
organizacionais.

Também fica claro que o Benchmarking não é somente aplicado nos


concorrentes de uma empresa, mas também em empresas grandes que possam
servir de exemplo.
35
Diante disto, é também imprescindível que a TabaComex se utilize dessa
técnica para estar em disputa com as mais atualizadas e avançadas empresas.

Hoje, no Brasil, a principal concorrente direta da TabaComex é a empresa


Souza Cruz, que é subsidiária da empresa global British American Tobacco Plc (BAT)
no país.

A BAT foi muito importante para o país nos termos de tabaco, como podemos
ver nas palavras de Sofiatti e Alves (online, p.2):

A entrada do Brasil no mercado internacional através da BAT proporcionou


alguns saltos no mercado de tabaco brasileiro, como a estruturação de novas
cadeias produtivas para financiar a produção de pequenos agricultores da
região sul do país (...).

Portanto, ao utilizarmos o Benchmarking para analisar esse concorrente direto


da TabaComex, também é possível usar dessa técnica para ter exemplos de como
atuar no mercado de tabaco internacional.

3.6) ANÁLISE DO MERCADO FRENTE A PANDEMIA

A situação de uma crise sanitária mundial, em decorrência do vírus COVID-19,


afeta o meio interno da empresa, e em como ela deve se transformar para não ser
afetada de maneira tão negativa pela nova realidade.

O mesmo então ocorre em meio externo, de acordo com Nascimento (2020) “A


crise causada pela pandemia do novo coronavírus veio alertar os países dependentes
de importações de alimentos sobre o risco que essa dependência pode trazer
à segurança nacional”.

Entende-se então, que pela priorização de uma segurança nacional, é


compreensível que países deixem de importar devido ao medo de prejudicar de
maneira irreversível seu país.

Dentro do contexto nacional, a falta de exportação de produtos agrícolas tem


um impacto grande nas empresas, e com foco no tabaco, a TabaComex, também
sentiu as consequências que vieram com a chegada desta pandemia.

De acordo com a revista gaúcha Gaz (2020), a exportação do tabaco teve


queda de aproximadamente 24% dentro do país. Tendo como foco o estado do Rio
36
Grande do Sul, esse número se modifica para 33,8%. Já pelos dados fornecidos pela
SindiTabaco (2020), as exportações de produtos manufaturados do tabaco sofreram
uma queda ainda maior, 41,1%.

Para região Sul do país, que é detentora da maior parte da produção e


exportação de tabaco no país, a situação de pandemia afetou profundamente todos
produtores e exportadores de tal produto.

Apesar de ser uma situação onde não se sabe ao certo o que fazer, o que
modificar, como prosseguir com as atividades, há mudanças que ocorreram e ainda
estão ocorrendo dentro e fora das empresas para se adaptarem ao novo cenário em
que se encontram.

A TabaComex, portanto, se predispôs a adentrar nessa nova realidade e se


adaptar conforme os novos padrões e regras estabelecidos, nacional e
internacionalmente. De acordo com Nascimento (2020)

Há também que se estimular e/ou observar o atendimento às normas


internacionais e aos pré-requisitos de boas práticas e de qualidade em relação
à exportação; a implementação de maior mecanização e automação das
diferentes atividades agrícolas; o aumento da conectividade nas propriedades
rurais, visando à utilização de tecnologias digitais; a intensificação da cadeia
de frio e da logística; entre outros aspectos. Sem dúvida, a abertura de novos
mercados e produtos não só permitirá o aumento da renda de produtores e
empresas, mas também irá melhorar, significativamente, “por tabela”, a
qualidade do produto ofertado internamente no país. Finalmente, o novo
coronavírus, decretado como pandemia pela Organização Mundial de Saúde
(OMS), está sendo uma grande oportunidade para o governo, empresas,
produtores e para a sociedade geral repensarem a sua atuação e a sua forma
de organização em busca de caminhos alternativos. Momentos de crise são
propícios para identificar novas oportunidades, e ir além, inovar e buscar novas
experiências.

Por fim, é preciso se ajustar ao novo mundo que se abre dia a dia, estar atento
a novas mudanças que ocorrem, novos comportamentos e ideias que surgem a todo
tempo. Este é objetivo da TabaComex, quando lhe foi apresentada uma nova
realidade de mercado, na qual a mesma deve atuar.

37
38
4) CARACTERIZAÇÃO DA TABACOMEX

4.1) APRESENTAÇÃO DA TABACOMEX

Dentro deste tópico estão dispostos, de forma sucinta, a caracterização da


empresa, juntamente à sua visão e meta quando referentes aos mercados interno e
externo e ao produto exportado. Está presente também, uma breve introdução ao país
e a seu porto internacional escolhido para comércio do tabaco.

A TabaComex é enquadrada como uma empresa comercial exportadora, de


acordo com o regime jurídico das Empresas Comerciais Exportadoras, onde a
empresa tem por “objetivo social a comercialização de mercadorias, podendo comprar
produtos fabricados por terceiros para revender no mercado inteiro ou destiná-lo à
exportação” (GUEIROS, 2017).

A empresa teve sua fundação realizada pelos seus atuais presidentes Giulia
Casa e Carlos Oliveira em 2019, e tem por objetivo ser uma empresa exportadora de
tabaco reconhecida mundialmente e nacionalmente, destacando suas características
de sustentabilidade, confiabilidade e transformadora de vidas. Sendo assim, a missão
da TabaComex é ser referência de exportação de tabaco, além de ser uma das
principais empresas a manter uma boa relação social, comercial, política e econômica
com seu país importador, a Bélgica.

A sede da companhia está localizada no estado de Rio Grande do Sul, que


detém um volume de 50% da produção de tabaco, na região Sul do país. A companhia
localiza-se na zona industrial de Venâncio Aires, precisamente na Rua Enith Lenz,
número 389, que segundo SindiTabaco (2019), é a região que mais produz tabaco
dos estados do Sul.

Existem muitos meios para se ter acesso a cidade, dentre eles estão: Linha de
ônibus 349 SÃO CAETANO, 438 SANTANA, L411 ESMERALDA VIA BENTO; Através
das linhas de táxi: LOTAÇÃO 10.6 RESTINGA, LOTAÇÃO 30.3 SANTANA; Por linhas
aéreas: T5 AEROPORTO PRAIA DE BELAS; e através das linhas de metrô direção
sul.

Atualmente, sendo a Bélgica sua maior parceira comercial, a TabaComex


transporta toda sua produção de tabaco para o porto de Antuérpia, maior da região
belga e segundo maior da Europa, localizado a 80 quilômetros do Mar do Norte, que
pode ser acessado pelo Rio Scheldt (Rio Escalda) (Sproesser, 2019).

Todo o processo de comercialização do produto tem por início a produção do


mesmo, adequação de contratos e, por fim, transporte do tabaco para o porto de
Antuérpia.

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Dentre a vasta gama de clientes que a TabaComex visa atender, seus
compradores são empresas distribuidoras e/ou produtoras de tabaco e artigos para
fumantes de tabaco, exemplo de empresas deste meio são: Flikco Kado; Cubacigar
(Benelux); British American Tobacco Belgium; que são as clientes parceiras da
empresa.

4.2) ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA TABACOMEX

Neste tópico está destrinchada toda a estrutura organizacional da TabaComex,


mostrada através de organograma e tabela, que representam de forma simples e
coesa a hierarquia e divisão dos departamentos presentes na empresa, seguidos
pelos salários pagos aos funcionários dos diversos cargos existentes. Tais
informações podem ser observadas nas Figura 4.2.1 e Tabela 4.2.1

Figura 4.2.1 – Organograma das funções

Giulia Casa
Presidente

Carlos
Alexandre
Diretor Geral

Laura
Anna Elisa Bassetti Anita Zani
Diretor Financeiro Diretor Logística Diretor Comercial

Isabella Guilherme Antonella


Ali Abbas Cristina Larcher Pazzinato Casa
Gerente de Marketing Gerente de Exportação Gerente de Operações Gerente de Vendas Gerente de Compras

Fonte: Elaborada pelos autores (2020)

40
Tabela 4.2.1 – Tabela de cargos e salários da empresa
Cargos Salários
CEO R$ 30.000,00
Diretor de Logística R$ 21.005,00
Diretor Financeiro R$ 13.341,90
Diretor Administrativo R$ 10.139,52
Diretor de Vendas R$ 12.144,00
Internacionais
Gerente de Recursos Humanos R$ 4.240,00
Gerente de TI R$ 7.023,00
Gerente de Marketing R$ 5.113,65
Gerente de Logística R$ 2.839,00
Fonte: Elaborada pelos autores (2020)

Para fins de melhor e mais fácil entendimento, optou-se por demonstrar a


hierarquia e faixa salarial de cada função desempenhada através de tabela e
organogramas.

Os salários acima listados foram retirados de forma integral através de uma


pesquisa disponibilizada no site Salário.com (2019, online), onde o mesmo gera
resultados baseados em regiões de todo o país. Sendo assim, todos os valores da
tabela 4.2.1 foram incluídos depois desta pesquisa no site.

Verifica-se que o cargo mais elevado corresponde ao CEO, o qual é


responsável pelas estratégias e pela visão da empresa. Em seguida, encontram-se os
diretores da empresa que têm como responsabilidade geral administrar e solucionar
os problemas das suas respectivas áreas. Por último há os gerentes que têm por
objetivo administrar os processos exercidos pelos funcionários contratados.

Conforme se observa na Tabela 4.2.1, os salários se alteram conforme a função


do colaborador, já que se tem por princípio a atuação de uma remuneração
estratégica, que de acordo com Carvalho et al (2005) apud Rodrigues et al (2016),
engloba fatores do tipo: Remuneração por habilidades, por competências, por
indivíduo etc. Dessa forma, as funções com maior responsabilidade são mais bem
remuneradas, pois envolvem tomadas de decisões e riscos. Já os funcionários
alocados em funções operacionais recebem remuneração menor.

4.3) ESTATUTO SOCIAL DA EMPRESA

Neste tópico, está desenvolvido o estatuto da companhia, ou seja, seu objeto


social, seu enquadramento de acordo com o Decreto-Lei n° 1.248, de 1972 (Empresa
Comercial Exportadora, 2015), a forma de gestão, a diretoria constituída e a
apresentação de contratos realizados com parceiros comerciais da TabaComex. Todo

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o contrato apresentado foi retirado integralmente no site Normas Legais (2018). O
Estatuto da companhia, entretanto, para fins de maior dinamização, encontra-se no
apêndice deste trabalho.

4.4) GESTÃO DE PESSOAS DA CORPORAÇÃO

Nesta seção, estão descritas as formas de gestão de pessoas da TabaComex,


tendo por início a forma como é realizado o processo de seleção e recrutamento,
acompanhado dos critérios para esta escolha de seleção; posteriormente a descrição
da avaliação de desempenho dos funcionários da empresa; a forma de treinamento,
quando necessário, para funcionários e; por fim, uma visão dinamizada dos cargos
existentes na TabaComex.

4.4.1) Recrutamento e Seleção

Para Chiavenato (1998) apud Andrade (2009), as empresas, para não


perderem seu posto no mercado e terem plena capacidade de inovação, devem
sempre tratar seus funcionários abordando sempre de maneira a considerar que os
mesmos são mais que números, “como seres dotados de inteligência, personalidade,
conhecimentos, habilidades, destrezas, aspirações e percepções singulares. São os
novos parceiros da organização.” Para tanto, é extremamente necessária uma
avaliação prolongada e precisa na hora de contratar um novo funcionário.

Com a preocupação de melhor contratação de novos empregados em uma


empresa, são necessários processos que destaquem o melhor candidato, através de
processos de Recrutamento e Seleção onde, segundo Ribeiro e Biscoli (2004) apud
Andrade (2009):

[...] o processo de recrutamento possibilita à organização dispor de um


número de candidatos superior à quantidade de cargos a serem preenchidos,
possibilitando a seleção dos candidatos mais adequados aos cargos,
mantendo ou aumentando assim, a eficiência da organização. E, para a
seleção dos potencialmente mais capazes, é necessário que as organizações
utilizem procedimentos que possibilitem a comparação dos diferentes
candidatos.

Todo o ínterim no processo de uma nova admissão começa na análise da


estrutura organizacional, passando pela análise profissiográfica, recrutamento e, por
fim, seleção.

Para muitos autores, dentre eles Carvalho (2000, p.65) apud Andrade (2009, p.
3), o processo de recrutamento visa atrair candidatos, oferecendo oportunidades de

42
trabalho: “o recrutamento é positivo, quando estimula e aumenta o índice de seleção.
Pode‐se afirmar então, ser o recrutamento uma função criativa, enquanto a seleção
uma atividade classificatória”.

No processo de recrutamento, há duas vertentes que a empresa pode aderir:


recrutamento interno e externo. Como o próprio nome diz, recrutamento interno
entende-se por recrutar membros já presentes na instituição, trazendo assim,
inúmeras vantagens como: segurança e validade no recrutamento; melhor
aproveitamento humano, o encorajando e motivando para desenvolver-se melhor na
empresa, sendo recompensado por isso, resultando assim numa maior fidelidade
entre empregado, empregador e empresa.

Já o recrutamento externo visa atrair novos talentos à empresa, através de


processos que resultam no ingresso de pessoal mais qualificado e que possuem
valores semelhantes aos da empresa. Outro aspecto de destaque é o aumento do
nível de conhecimento e habilidades, trazendo consigo inovação e contato com novas
abordagens do mercado de trabalho.

Dessa forma, a TabaComex aderiu ambas as formas de recrutamento, pois, um


processo interno valida e gera uma maior fidelização dos funcionários já presentes,
além de motivar seus colaboradores a impulsionar o bom funcionamento da empresa.
Assim como a adesão de um processo externo, instiga a TabaComex a inovar-se e
estar sempre em pleno conhecimento das mudanças constantes no mercado de
trabalho.

Passado o processo de recrutamento, passa-se ao meio de seleção, ou seja,


dentre aqueles que foram escolhidos no processo anterior, os mais adequados aos
cargos oferecidos serão admitidos.

Tal momento de admissão é representado, de acordo com Ribeiro e Biscoli


(2004) apud Andrade (2009), “por meio de comparações e escolha, e deve
necessariamente advir de algum tipo de critério ou padrão, para alcançar a validade.
Tal padrão tem como ponto de partida, as características do cargo a ser preenchido”.

Contudo, pelo contexto atual: confinamento, pandemia, coronavírus, COVID-


19, são as palavras que estão com frequência nas conversas e debates mundiais. Por
conta dessa crise mundial, o mercado de trabalho vivencia momentos em que
empregados e empregadores se deparam com uma tarefa difícil, fazendo ser
necessária uma adequação de contratação, ou seja, uma mudança que corresponda
com o momento de vivência mundial.

O ano de 2020 está sendo recordado como o ano do confinamento, dessa


forma, as empresas foram obrigadas a se adequarem a uma realidade totalmente
virtual, e com a TabaComex não é diferente.

43
Diante deste cenário, apesar das áreas de recursos humanos e do
departamento pessoal já virem a um tempo se desenvolvendo e migrando cada vez
mais para a área tecnológica em seus processos admissionais, com a vinda dessa
nova realidade, viu-se uma urgência em adequar o mais rápido possível a contratação
de novos membros e a readequação de trabalho dos empregados já inseridos na
empresa por este meio.

De acordo com Seho (2020), toda a equipe deve preparar-se para viver e
implementar novos meios de realizar suas tarefas para que não seja tão prejudicial a
vinda dessa pandemia. Como por exemplo:

• Montar um plano estratégico: envolve uma maneira de planejar a


abordagem e continuação do trabalho das áreas da empresa, de
maneira remota ou presencial, seguindo sempre as diretrizes passadas
pela OMS5.
• Implementar o Home Office: é nítido que empresas tiveram que se
reestruturar para continuar com suas atividades, sendo assim, torna-se
obrigação da TabaComex adotar medidas como, por exemplo, a de
Home Office para segurança de seus funcionários e manutenção de
suas capacidades para estarem aptos a realizarem seus serviços. A
empresa se torna responsável também pela providência de materiais e
ambiente adequados para que desempenhem sua função em casa.
• Garantir proteção: enquadra-se na realidade de caso necessário, manter
seu ambiente de trabalho o mais seguro e adequado possível para seus
funcionários que precisarão sair de suas casas

São exemplos de proteção:

Propagar o hábito de higiene das mãos frequentemente; disponibilizar álcool


em gel; propor escala de trabalho; dispensar colaboradores que fazem parte
do grupo de risco; estimular horários alternativos para evitar sobrecarga do
transporte público; promover limpeza constante do local; desencorajar contato
físico e compartilhamento de utensílios. (GABRIELA SEHO, 2020)

• Proporcionar uma comunicação interna clara e eficiente: neste momento


é extremamente necessário que haja comunicação entre a equipe de
maneira clara, objetiva e constante.
• Utilizar a tecnologia como uma aliada: por hora, o mais correto a se fazer
é permanecer em casa e cuidar do negócio de maneira totalmente ou
quase totalmente remota, o que resulta em um grande aperfeiçoamento
e/ou desenvolvimento de plataforma que auxiliem a todos durante este
período.

5 Organização Mundial da Saúde


44
Tendo total conhecimento da situação atual, a TabaComex por visionar sempre
alcançar uma responsabilidade social, ambiental, política e econômica, tomou
medidas condizentes e necessárias para que em meio a uma crise sanitária, os
funcionários, investidores, e clientes, não fossem prejudicados.

Então, por meio de softwares e sites auxiliadores, o processo seletivo da


empresa passou a ser totalmente remoto, onde cada um dos seus candidatos
permaneçam em suas casas, mas com total participação no processo de seleção e
recrutamento da empresa previamente descritos.

Etapa após etapa, tanto o empregado quanto o empregador vão decidir se irão
continuar ou não com a contratação. Caso resolvam dar continuidade, ambos irão
entrar em consenso e acordo com termos e expectativas detalhadamente expressos
num contrato redigido pela empresa.

O processo de seleção pode trazer benefícios e malefícios à empresa. Ao


mesmo tempo em que proporciona maior interação e acesso a informações pessoais
sobre candidatos através de entrevistas e avaliações, caso seja um processo muito
demorado, isso pode gerar maior gasto para a empresa.

Visando resultado eficaz, a TabaComex aderiu a seleção como uma forma de


se obter uma contratação mais precisa e confiável, que além de atender as
expectativas técnicas da empresa, também irá se identificar com os valores da
TabaComex.

4.4.2) Avaliação de Desempenho

A estrutura para a análise do desempenho dos funcionários da companhia é a


Avaliação 360º, que é o sistema no qual o colaborador é avaliado por todos a sua
volta: colegas, subordinados, superiores, clientes e pelo próprio avaliado.

Conforme Bergamini (1998) apud Barbosa (2018) desempenho significa “ação,


atuação ou ainda comportamento. O desempenho é afetado por diferentes fatores: o
contexto extra organizacional, as características organizacionais, o ambiente de
tarefas e as características do trabalhador”.

Esse tipo de avaliação visa compreender e reconhecer possíveis limites e


dificuldades que a empresa e funcionários possam ter ao desempenhar suas funções,
para que após avaliação, seja possível realizar uma melhoria.

Para que a avaliação de desempenho tenha bons resultados, é necessário que


ela respeite a cultura e valores que a empresa aderiu desde sua constituição.

45
Tendo em pauta as características da avaliação de desempenho 360º e os
objetivos de resultado que a TabaComex possui, a avaliação de desempenho 360º foi
a opção escolhida pela empresa.

Como já previamente descrito, a TabaComex mantém sua promessa íntegra


ao dizer que se preocupa com o interno e externo da empresa. Desta forma, a mesma
se pôs responsável por adicionar materiais às casas de seus funcionários de maneira
que as deixassem mais bem adequadas para que possam desempenhar suas
funções, evitando maiores prejuízos para a empresa por falta de trabalho devido as
condições da área de trabalho de seus empregados.

Quando focada em uma realidade tão próxima como a da pandemia por


COVID19, a TabaComex utilizou de criatividade para a avaliação de desempenho de
seus funcionários de maneira remota, tendo como exemplo, formulários com opção
de feedbacks sobre o funcionário em meio individual ou em equipe, o que permite a
empresa analisar e avaliar cada passo dado por seus integrantes de maneira
totalmente digital.

4.4.3) Treinamento e Desenvolvimento de Pessoal

Concluída a etapa de recrutamento e seleção, a empresa inicia o processo de


Treinamento Institucional do colaborador, no qual “[...] é realizado um treinamento com
o mesmo, a fim de repassar a ele, a missão, visão e valores da empresa, suas normas,
regras e condutas, cultura organizacional etc.”, de acordo com o artigo de José
Roberto Marques (2016, online).

Aqui se entende por adequar o novo empregado aos valores, visões, objetivos
e metas da empresa, fazendo com o que este colaborador possa se ajustar a tudo o
que envolve a empresa e sua função a desempenhar. Já àqueles que são funcionários
da empresa a mais tempo, é desenvolvido um tipo de treinamento que melhor se
ajusta aos objetivos de cada um, ou seja, o almejado por cada colaborador. Utilizando
as informações obtidas pela avaliação de desempenho, é selecionado o modelo de
treinamento e desenvolvimento aconselhável para o seu perfil, valendo-se dos
métodos como tutoria ou mentoring,6 desenvolvimento de carreira, treinamento de
liderança, treinamento de motivação etc.

O mesmo contexto, de confinamento e pandemia, aplica-se nesta área da


empresa, apesar da grande dificuldade enfrentada pela TabaComex, de adequar seus
novos trabalhadores a visão, objetivo e maneira de desempenho da empresa através

6Oliveira (2011, p. 210): “O processo pelo qual uma pessoa madura e experiente orientaoutra mais jovem e
menos experiente, em sua trajetória de vida, no trabalho ou em outros aspectos”. “O mentoring é conduzido
por um mentor, que é essencialmente: alguém que se dispõe a orientar a outra pessoa na vida, quase sempre a
ajudando a encaminhar-se em um horizonte temporal de longo prazo”.
46
de um computador, a mesma prevalece com sua resiliência e desenvolveu formas de
apresentar um treinamento totalmente remoto porém funcional.

Sendo assim, a TabaComex conseguiu através de descritivos em PDF,


desenvolvimento de site da empresa, reunião por meios digitais, entre tantos outros
aspectos que auxiliaram a empresa, capacitar seus novos integrantes.

Sendo assim, será garantido o melhor e mais eficaz rendimento de recurso


humano da empresa, onde suas habilidades e competências serão aprimoradas,
conquistando resultados rápidos e de qualidade, tanto em meio de diretorias quanto
em meio a TabaComex como um todo.

4.4.4) Descrição e Análise de Cargos

Nesta seção, estão apresentadas as atribuições e responsabilidades dos


cargos presentes na empresa TabaComex, referentes ao organograma anteriormente
apresentado. As informações apresentadas tiveram como base integral o artigo, em
sua forma digital, de Lodi (1976, online).

O presidente tem como objetivo principal ser o representante legal da empresa


frente aos acionistas e autoridades e é responsável pelas ações da empresa,
estabelecendo políticas e objetivos de relação com os acionistas. Por sua vez, o Vice-
Presidente concentra-se na direção e coordenação de todas as atividades,
supervisionando a atuação de cada gerente, tendo controle e assegurando que os
serviços da empresa sejam devidamente cumpridos.

As funções de diretores são segmentadas de acordo com suas áreas na


empresa, sendo responsáveis por planejar e por coordenar toda a atividade e
execução que competem em seus respectivos departamentos.

Assim, todos os cargos e todas as funções existentes na TabaComex possuem


extrema importância na realização de suas responsabilidades para resultar num
desempenho de qualidade nas relações comerciais da TabaComex.

4.5) CRIAÇÃO DA TABACOMEX NO MODELO DE NEGÓCIOS CANVAS

Dentro desta parte do capítulo está disposto o modelo de negócios CANVAS,


utilizado por muitas empresas, que serve como indicador dos aspectos internos e
externos da empresa. Em um primeiro momento estão conceituados a proposta de
valor, e os pontos que tal modelo apresenta, logo após, as características que cada
ponto leva consigo dentro do modelo de negócios, sendo de origem interna ou externa
da instituição.
47
Os conceitos e características que se seguem foram todos retirados do site
oficial do SEBRAE7 (2013)

Segmento de mercado: Entram neste componente os clientes que a empresa,


ou seja, a TabaComex, deseja atender com seu produto ou serviço. Aqui se detalham
os perfis de cada cliente, suas necessidades, suas características comuns que podem
ser aglutinados em grupo etc.

Relacionamento com clientes: A empresa se adequa em como atingir e manter


relações com seus clientes, além de incorporarem novas abordagens para
conseguirem atrair um novo público.

Canais: Aqui serão definidas as formas que o produto ou serviço chegará até o
cliente, além de como o cliente conseguirá alcançar os mesmos. Contudo, os canais
não necessariamente são operados pelos donos, podem ser feitos através de
terceiros.

Atividades chaves: Neste pilar, a empresa se preocupa em relacionar as ações


necessárias para realizar toda a proposta de valor que propôs a desenvolver. Este
tópico é relacionado a todas atividades da empresa a fim de complementar sua
proposta de valor. Atividades essas, por exemplo, a solução de problemas; a rede
atuante; a compra feita pela empresa; entre outros.

Recursos chaves: Neste componente encontram-se todos os recursos


necessários que a empresa necessita para que atinja sua proposta de valor, sejam
recursos físicos, econômicos, humanos ou financeiros.

Parcerias chaves: Integram nesta parte os principais fornecedores ou parceiros


que a empresa irá se relacionar para apoiar-se nas relações para que possa realizar
sua proposta de valor.

Estrutura de custos: Nesse segmento, a empresa responsabiliza-se a planejar


e relacionar todos os custos que terão para a realização da proposta de valor. Podem
ser enquadrados meios para a redução de custos.

Fonte de receitas: Nesta parte serão relacionadas todas as formas de entrada


de receitas, onde pode ser por vendas, aluguéis de maquinário, contratação de
serviços, entre outros.

Figura 2.5.1 – Quadro Canvas TabaComex

7 Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas


48
Fonte: Elaborada pelos autores no site do SEBRAE (2020)

4.5.1) Proposta de Valor

A proposta de valor tem como objetivo aliar os objetivos da empresa, sua


missão, com as iniciativas propostas pela empresa para alcançar esses objetivos. As
propostas de valor da TabaComex podem ser divididas em três principais aspectos.
São eles:

● Sustentabilidade

A sustentabilidade da TabaComex está pautada principalmente na área da


produção do tabaco. O produto adquirido é de origem orgânica, sem o uso de
agrotóxicos, onde a empresa busca obter todos os certificados e regulamentações
necessárias.

Outro ponto importante é a origem deste tabaco. A TabaComex busca saber


sobre como é feita a produção dos fornecedores, e se são respeitados os territórios
indígenas, algo que a empresa preza como um dos principais fatores.

Além disso, a empresa busca utilizar as embalagens mais modernas e com


maior tecnologia para que a natureza não seja prejudicada quando estas embalagens
forem descartadas.

● Atenção Especializada

49
Por conta de a TabaComex ser uma empresa revendedora, ou seja, não produz
o tabaco ou participa na transformação dele, uma das formas principais da obtenção
de valor da empresa se traduz na atenção especializada. Cada cliente da empresa é
tratado com exclusividade e com uma atenção necessária para que ocorra uma
identificação e para que se forme uma parceria fixa.

● Logística Eficaz

Por atender, no momento, a três clientes, e com isso ocorrer apenas três
vendas a cada três meses, a logística da TabaComex é fixa e planejada com
antecipação. Isso faz com que possa ser calculado o tempo da logística interna e da
logística internacional, evitando atrasos e imprevistos.

4.5.2) Segmento de mercado

O tópico “segmento de mercado” se traduz em todos os segmentos de


mercado, ou seja, todos os possíveis e reais clientes da TabaComex. É também
explicado o porquê de a empresa ter escolhido tal segmento para aumentar seu
portfólio.

● Empresas de Fumo

As empresas de fumo belgas são o principal foco da TabaComex e as atuais


parceiras da empresa. As negociações com essas empresas são fixas na empresa e
é o que garante o fluxo de caixa da empresa brasileira.

Atualmente essas empresas são: Flikco Kado, Cubacigar e BATB.

● Produtores que utilizam resíduos do tabaco para transformação em


fertilizantes orgânicos e pesticidas

A TabaComex busca novas parcerias na região da Bélgica e países próximos,


e após uma pesquisa, descobriu-se que muitos produtores e agricultores utilizam
resíduos do tabaco para fins de fertilização orgânica e, também como pesticidas
naturais em outras plantações, e isso atraiu a atenção da TabaComex.

O produto exportado seria o já utilizado pela empresa, além das exportações


estarem voltadas para a mesma região em que já ocorrem, o que é uma ótima
oportunidade para o comércio da empresa e para a área de preocupação ambiental
da mesma.

Além de contribuir para uma forma de fertilização e cuidado das plantações de


uma maneira eco-friendly, onde o tabaco seria a base para esse meio.

● Consumidores de fumo nacionais

50
A TabaComex busca negociações com suas parceiras belgas para realizar a
importação do tabaco já transformado, em fase pronta para o consumo do cliente.

E assim, revender o produto que foi desenvolvido a partir do tabaco orgânico


exportado pela TabaComex, através de uma parceria com as empresas belgas.

4.5.3) Relacionamento com clientes

Por entender que tal aspecto do modelo de negócios trata-se de como a


empresa se relaciona seus clientes desde o início até a conclusão da negociação entre
as partes, foram considerados dois modos:

● Relação B2B

Relação B2B (Business to business), de acordo com Oliveira (2017), redator da


revista EXAME, é o tipo de relacionamento que ocorre entre duas pessoas jurídicas
que procuram sanar seus desejos de negócio. Ou seja, duas empresas relacionando-
se diretamente uma com a outra em um acordo de negócios.

● Eventos

A promoção ou participação de eventos da TabaComex tem por objetivo


adquirir uma abordagem mais ampla e diversa com seus clientes já estabelecidos ou
com outros futuros.

Além disso, o envolvimento em eventos de negócios dá à TabaComex grande


oportunidade de demonstração de seu produto e serviço logístico para outras
empresas, sejam elas nacionais ou internacionais.

4.5.4) Canais

Dentro deste ponto destaca-se a característica de abordagem da TabaComex


com outras empresas, e, também as formas como as outras instituições podem ter
acesso e contatar-se com a TabaComex:

● Newsletter

Tal veículo de contato é mais voltado para a TabaComex, que a utiliza para
chegar a outras empresas que queiram utilizar dos serviços ou comprar o tabaco da
mesma. Uma forma de se agregar valor ao destinatário, uma vez que aqueles que
recebem são exclusivamente os que assinaram para receber tais informações.

● Marketing Digital
51
Uma das maneiras, atualmente, mais eficaz que muitas empresas, assim como
a TabaComex, aderiram foi a criação de um site que apresenta informações iniciais
da empresa e sua forma de negociação, deixando contatos administrativos para
interessados se comunicarem com a TabaComex.

Outra forma igualmente efetiva em atingir outros públicos e manter a relação


com clientes antigos, dando a eles informações de novidades vindas da TabaComex
e suas informações básicas enquanto pessoa jurídica, é através de redes sociais, que
ampliam o alcance de contato por ambos lados.

● Eventos

Como já previamente citado, eventos sobre produtos agrícolas, com ênfase


para o tabaco, ou eventos onde participam empresas que trabalham com tal produto,
dão a empresa a oportunidade de demonstrar sua forma de realizar negociações,
atraindo novos olhares e interesses, podendo eles virem de parcerias ou de novos
clientes.

4.5.5) Atividades Chave

Dentro deste tópico estão as principais ações que a empresa realiza para que
sua proposta de valor seja bem realizada. Sendo assim, enquadram-se:

● Compras

Entende-se por “compras” o fato de a empresa sempre procurar, e comprar, o


tabaco de cultivadores que possuem consciência de plantio, que não se utilizem
nenhuma quantia de agrotóxicos, que respeitem e estejam cientes dos limites
estabelecidos para cultivo do produto, entre inúmeros outros aspectos.

● Logística

Visando a manutenção e respeito ao meio ambiente, a TabaComex se


preocupa em utilizar transportes que menos prejudique e de menor impacto ambiental,
sempre atenta a novas tecnologias vindas das transportadoras.

● Regulamentação de Qualidade

Outros pontos que a TabaComex detém enorme preocupação e atenção são


com a qualidade de seus produtos, atendimento aos clientes, e serviços logísticos
prestados. De forma simplificada, a empresa procura sempre estar com selos e
certificados, dos quais se referem ao tabaco, plenamente validados, tanto pelo
governo interno, quanto pelo governo externo.

52
4.5.6) Recursos Chave

Tendo em vista que tal tópico visa demonstrar todos os recursos que a
TabaComex se utiliza para realizar sua proposta de valor, logo abaixo estão dispostos
tais artifícios utilizados pela empresa:

● Tabaco

Tal aspecto traz a essência da empresa, pois é através deste material que a
TabaComex consegue demonstrar seu valor, uma vez que todo o processo de compra
do tabaco para revenda, são acompanhadas de condições para que a ocorra. O
Cuidado para com o plantio e território para plantio, o não uso de agrotóxicos,
obtenção de selos e certificados para venda da planta, e entre tantos outros, são os
motivos pelos quais o tabaco mais transparece visão e valores da empresa.

● Colaboradores

Nesse ponto, a TabaComex preocupa-se desde o momento da seleção até a o


treinamento e desenvolvimento de funcionários, tendo por objetivo observar e
confirmar que seus empregados tenham as mesmas visões e mesmos valores que a
instituição. Tendo um treinamento especializado tanto para com o cliente como com o
produto em si. Ou seja, são treinados para saberem como lidar com situações
adversas que possam ocorrer durante a transação do tabaco, já que o mesmo se
enquadra como produto agrícola.

● Embalagens

De maneira sucinta, o recurso de embalagem da TabaComex diz respeito à


utilização de novas composições das embalagens que não agridam ou poluam o meio
ambiente, tendo a permissão do país importador para utilizar tal embalagem na
exportação.

● Armazém

Nesta parte, o armazém entra como um dos recursos principais para a


TabaComex, pois além de classificar-se como uma boa parceria para a empresa,
também é a forma que a TabaComex tem de armazenar, caso necessário, de maneira
correta e especializada, seu produto, uma vez que as vendas ocorrem
trimestralmente.

4.5.7) Parcerias Chave

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Para a TabaComex, manter suas parcerias em diversos ramos é essencial.
Para tanto, estão dispostos os segmentos das quais a empresa mantém relações de
parcerias.

● Fornecedores

Como já dito anteriormente, a TabaComex se preocupa muito com questões do


meio ambiente. Sendo assim, a mesma só mantém relação de compradora com
fornecedores que se identificam e praticam as visões ecológicas da empresa.

● Clientes

Por se tratar de um importador ou comprador de tabaco de origem europeia,


questões sociais, políticas, ecológicas, entre outras, possuem peso maior que as
empresas nacionais. Mesmo tendo tais princípios já estabelecidos, a TabaComex
ainda mantém sua preocupação com as empresas importadoras, para manter seus
ideais e valores desde o início de quaisquer negociações.

● Armazém

Como já anteriormente citado, a relação de parceria com o armazém se dá para


justamente manter o estado do produto em boas condições e para diminuir custos, já
que o aluguel de um armazém, custa menos do que ter um como ativo fixo pela
empresa.

● Transportadora

A relação mais vantajosa para a TabaComex é com sua transportadora, uma


vez que a responsabilidade da empresa exportadora se limita até o porto de Antuérpia,
na Bélgica, terceirizar o transporte resultou em uma diminuição de custos.

● Despacho Aduaneiro

Visando o mesmo propósito que os itens anteriores, terceirizar o processo do


despacho aduaneiro, para a TabaComex, é menos custoso que se a empresa
realizasse o processo.

4.5.8) Estrutura de Custos

Aqui estão dispostos todos os custos necessários para o funcionamento da


TabaComex. Este tópico tem o objetivo de descrever os custos para uma melhor
análise dos departamentos da empresa.

● Tabaco

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A compra da planta do tabaco é o custo essencial para que ocorra a principal
atividade da empresa: a revenda do produto.

● Transporte

A TabaComex terceiriza toda a logística interna e externa. Mas apesar desses


processos serem terceirizados, a empresa participa ativamente do planejamento, com
a equipe de logística própria da empresa atuando juntamente aos parceiros na
organização.

● P&D

Pesquisa e Desenvolvimento é uma área crucial para a empresa, pois sempre


tem em vista melhorar os processos logísticos e otimizar todas as fases da venda,
além de sempre pensar em processos que protejam o meio ambiente.

● Embalagens

As embalagens para o envio do tabaco são um gasto que a empresa possui.

● Colaboradores

A TabaComex apresenta uma política de incentivo aos colaboradores, por


acreditar que o maior patrimônio da empresa é um colaborador com vontade de
crescer e, assim consequentemente desenvolver a empresa.

● Escritório

A sede da TabaComex fica em um escritório de um prédio comercial, por conta


disso tem-se o gasto com o aluguel deste escritório.

● Despesas administrativas

São os gastos para o funcionamento da sede, gastos como: energia elétrica e


luz, água, internet etc.

4.5.9) Fonte de Renda

O último tópico do modelo CANVAS é a “fonte de renda”. Neste tópico são


descritas as formas que a empresa obtém sua renda, a fim de análise.

● Venda do tabaco

As vendas da empresa são a maior fonte de renda da empresa. É a renda fixa


da empresa e o que garante o fluxo de caixa da empresa, assim cobrindo os gastos
gerais da TabaComex.

55
● Revenda do fumo e expansão

Vale ressaltar também os processos que a empresa busca realizar em breve,


que são: a venda do fumo no mercado nacional brasileiro, e a venda dos resíduos do
tabaco para a utilização como fertilizantes orgânicos e pesticidas naturais.

56
5) PROCEDIMENTOS JURÍDICOS E CONTRATOS APLICÁVEIS AOS NEGÓCIOS
CELEBRADOS ENTRE A TABACOMEX E SEUS CLIENTES EM UM CONTEXTO
INTERNACIONAL

Neste capítulo, são detalhados os modelos de contratos de negócios que a


TabaComex mantém com seus parceiros em meio de comercialização do tabaco.
Logo após a apresentação dos contratos com fornecedores e importadores do tabaco
brasileiro, segue uma explicação sucinta e dinâmica sobre procedimentos jurídicos
celebrados com clientes e empresas importadoras do produto da TabaComex.

Dentro ainda deste capítulo, estarão dispostos todos os aspectos jurídicos e


legais da empresa TabaComex como exportadora de tabaco, a jurisdição envolta no
comércio do mesmo, e as relações comerciais com as empresas belgas.

5.1) DIREITO ADUANEIRO E COMÉRCIO EXTERIOR NA ATUAÇÃO


PROFISSIONAL DA EMPRESA

Para fins legais, a TabaComex, enquadrada como empresa comercial


exportadora, deve estar registrada devidamente, de acordo com o site da SEBRAE
(2017), é preciso estar registrado na Junta Comercial; na Secretaria da Receita
Federal (CNPJ); na prefeitura municipal, para obter o alvará de funcionamento;
devidamente enquadrado na entidade sindical patronal; estar cadastrado junto à Caixa
Econômica Federal no sistema “Conectividade Social – INSS/FGTS”; e no Corpo de
Bombeiros Militar.

Para tanto entende-se que uma empresa comercial exportadora será


responsável pelo intermédio de empresas produtoras com empresas compradoras.
Essa, portanto, é a forma que se pode enquadrar a TabaComex de acordo com o:
Art. 228. As operações decorrentes de compra de mercadorias no mercado
interno, quando realizadas por empresa comercial exportadora, para o fim
específico de exportação, terão o tratamento previsto nesta Seção (Decreto-
Lei nº 1.248, de 29 de novembro de 1972, art. 1º, caput; e Lei nº 8.402, de
1992, art. 1º, § 1º).

Parágrafo único. Consideram-se destinadas ao fim específico de exportação


as mercadorias que forem diretamente remetidas do estabelecimento do
produtor-vendedor para (Decreto-Lei nº 1.248, de 1972, art. 1º, parágrafo
único):

I. embarque de exportação, por conta e ordem da empresa comercial


exportadora; ou
II. depósito sob o regime extraordinário de entreposto aduaneiro na
exportação.” (Brasil, 1972)

57
A TabaComex enquadra-se como uma empresa comercial exportadora, pois a
mesma segue na íntegra os requisitos previstos no Decreto-Lei, através do Artigo 229:

Art. 229. O tratamento previsto nesta Seção aplica-se às empresas comerciais

exportadoras que satisfizerem os seguintes requisitos (Decreto-Lei nº 1.248,

de 1972, art. 2º, caput):

I. estar registrada no registro especial na Secretaria de Comércio

Exterior e na Secretaria da Receita Federal do Brasil, de acordo com

as normas aprovadas pelos Ministros de Estado do Desenvolvimento,

Indústria e Comércio Exterior e da Fazenda, respectivamente;

II. estar constituída sob a forma de sociedade por ações, devendo ser

nominativas as ações com direito a voto; e

III. possuir capital mínimo fixado pelo Conselho Monetário Nacional.

As vendas realizadas pela TabaComex são feitas através da exportação


indireta, ou seja, a empresa fabricante, a vendedora primária, entra em contato com
uma empresa exportadora, sendo essa a TabaComex, que realizará a venda deste
produto (tabaco) para uma outra empresa, a compradora final. Todo o processo de
exportação, será de responsabilidade única e exclusivamente da TabaComex.

Dá-se início então pela forma de exportação, que acompanhará a negociação


desde os primordiais acordos até a conclusão da compra

Tendo por base o Artigo 1° da Lei 9.529, de 10 de dezembro de 1997, temos


que uma exportação direta é:

Art. 1o Considera-se exportação indireta, para fins de acesso a linhas externas


de crédito comercial, a venda de insumos que integrem o processo produtivo,
o de montagem e o de embalagem de mercadorias destinadas à exportação,
desde que a empresa exportadora final, adquirente declare que os insumos
serão utilizados em qualquer dos processos referidos neste artigo. (Redação
dada pela Medida Provisória nº 564, de 2012).

1o Também se considera exportação indireta, para fins do caput, a venda a


empresas comerciais exportadoras de bens destinados à exportação. (Incluído
pela Medida Provisória nº 564, de 2012).

2o A constatação, a qualquer tempo, de falsidade da declaração de que trata o


caput, sujeita a empresa adquirente dos insumos ao pagamento dos tributos
que deixaram de ser recolhidos, acrescido de juros moratórios e multa, sem
prejuízo das demais penalidades cabíveis. (Incluído pela Medida Provisória nº
564, de 2012). (BUENO, 2020)

58
Ainda seguindo o pensamento de Bueno (2020), este tipo de venda é realizado
usando nota fiscal de saída interna do tipo “remessa com fim específico de
exportação”, e presente nessa nota tem-se o CFOP8 7.106.

Tal código é posto na NFe já que faz referência a uma exportação realizada por
um intermédio, sendo este a TabaComex, de maneira que a mesma é responsável
pela exportação sem estar vinculada ao despacho aduaneiro.

Mesmo sendo um meio mais burocrático, ainda assim é uma maneira de


negociação mais lucrativa, sendo este o principal motivo pela TabaComex não
terceirizar o seu momento de negociações com as empresas do exterior.

Para que tenha melhor êxito e compreensão da negociação feita entre as


empresas, a companhia exportadora tem de enviar ao importador uma carta contendo
o máximo de informações como:

[...] a denominação completa, localização, principais clientes, expressão no


mercado em que opera e os mercados abrangidos por suas operações. Sobre
os produtos que serão oferecidos, deverão conter informações quanto à
denominação popular e/ou científica, sobre as normas técnicas e
internacionais que respeitam matérias-primas empregadas em sua
fabricação, normas de controle de qualidade dos insumos e do produto em si,
aspectos peculiares quanto à embalagem e apresentação, quantidades
mínimas e máximas que podem ser oferecidas (GARCIA; SCARAMELLI,
2006, p. 8).

Posterior a conclusão da forma de exportação, a empresa preocupa-se em


atender todos os requisitos necessários, sendo estes critérios criados pelo
SISCOMEX9. De forma simplificada, há documentos que necessitam ser autenticados
pelo instrumento governamental para que seja possível a comercialização de todos
os produtos provenientes do país, neste caso, o tabaco.

Expressando de maneira simples, inicia-se o processo a partir do


cadastramento da empresa no SISCOMEX. Obtém-se o DU-E (Declaração única de
Exportação, onde tal declaração faz a substituição de diversos documentos que até o
ano de 2017 se faziam necessários para exportação.

De acordo com o site oficial da SISCOMEX, o Novoex10, no que se refere o DU-


E, é um documento que substitui outros documentos que antes se utilizava para a
exportação, como: Registro de Exportação (RE), o Registro de Crédito (RC), a
Declaração Simplificada de Exportação (DSE) e a Declaração de Exportação (DE).

8 Código Fiscal de Operações e Prestação


9 Sistema Integrado de Comércio Exterior – Instrumento informatizado onde é exercido controle
governamental do comércio exterior brasileiro.
10 Siscomex Exportação Web

59
Por base na SECEX11 nº 349, de 21 de março de 2017: “Fica instituída a
Declaração Única de Exportação – DU-E, documento eletrônico que define o
enquadramento da operação de exportação e subsidia o despacho aduaneiro de
exportação.” (Portal, 2018)

Vale ressaltar que cada DU-E corresponde a uma maneira de exportação por
parte do exportador, onde o mesmo pode declarar a DU-E:

‘Por conta própria’ (neste caso, além de exportador, será também o


declarante), ‘por conta e ordem de terceiros’ (neste caso, o declarante será
uma terceira empresa, contratada exclusivamente para os trâmites do
despacho) ou, até mesmo, ‘por operador de remessa postal ou
expressa’ (neste caso, o declarante será, respectivamente, os correios ou as
empresas de courrier que cuidarão exclusivamente dos trâmites do despacho).
(NOVOEX, 2020)

11 Secretaria de Comércio Exterior


60
Figura 5.1.1 – Fluxo básico de exportação DU-E

Desta forma, têm-se pleno conhecimento e acesso aos termos a serem


discutidos numa possível negociação, ainda que tenha seus pontos negativos, tal tipo
de exportação oferece inúmeras seguranças e garantias, além de maior lucratividade
quando feitas pela própria TabaComex.

61
5.2) PRÁTICA NA OPERACIONALIZAÇÃO DA EXPORTAÇÃO DO TABACO

Tendo a Bélgica como seu foco principal de exportação, a TabaComex tem seu
contrato comercial baseado integralmente do manual “Como Exportar Bélgica” (2013),
disponibilizado pelo Ministério das Relações Exteriores.

Com a vigésima posição dos principais parceiros comerciais, o Brasil exporta


principalmente commodities para a Bélgica. Mesmo assim, em meio nacional, as
exportações de fumo, além de outros produtos, representam apenas 2% da
exportação total do país.

Mesmo o Brasil tendo investimentos diretos estrangeiros, provenientes da


Bélgica no período de 2002 a 2007, pode-se observar que os mesmos se
concentraram nos setores:

Tabela 5.2.1 – Setores de investimentos diretos da Bélgica


Setor Total do Fluxo
Fabricação de produtos alimentícios 647.86
e de bebidas
Alojamento e alimentação 250,07
Comércio 39,05
Eletricidade, gás, e água quente 20.33
Serviços prestados principalmente a 15.66
empresas
Fabricação de produtos químicos 12,80
Atividades imobiliárias 6,44
Atividades de informáticas e conexas 5,35
Transporte 4,92
Fabricação de produtos de metal 4,78
Demais setores 14,99
Fonte: Banco Central do Brasil (2020)

A partir de 2009, as relações bilaterais entre Brasil e Bélgica fortaleceram-se


ao ponto de renderem uma boa lucratividade e estreitamento da relação em si. Então,
tendo o seu foco já estabelecido e acordado com o Brasil, o comércio de produtos
agrícolas para a Bélgica tem certa facilidade e incentivo por parte dos governos para
que ocorra.

Para tanto, a seguir estão abordadas as temáticas relacionadas à


documentação precedente à atuação da empresa na relação comercial até o contrato
entre as partes envolvidas. Todo o conteúdo discorrido teve como base integral de
obtenção de informações e dados o manual de “Exportação Passo a Passo”
desenvolvido pelo Ministério das Relações Exteriores (2006).

62
Nesse manual, foi descrito que” [...] uma vez definidos O QUE EXPORTAR e
PARA ONDE EXPORTAR, a empresa depara-se com as exigências legais e
administrativas do processo de exportação. [...]” (MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES
EXTERIORES, 2011, p. 47).

Como já descrito no tópico 5.1 deste relatório, dentro das obrigatoriedades de


exportação do produto, a TabaComex tem suas responsabilidades em comercializar
o tabaco participando ativamente do processo desde uma possível negociação até a
conclusão do negócio.

Para efetivar a exportação de qualquer produto, necessita-se, primeiramente,


da aprovação do SISCOMEX (Sistema Integrado de Comércio Exterior), ou seja,
sistema criado a partir do Decreto n° 660/ 92, no qual se encontram os diversos órgãos
responsáveis pelo registro de acompanhamento e controle do comércio exterior, tais
como:
[...] Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) do Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), pela Receita Federal
do Brasil (RFB) e pelo Banco Central do Brasil (BACEN), sendo estes órgãos
“gestores” do sistema. Além de outros participantes responsáveis pela
concessão da exportação do produto Comando do Exército (COMEXE), o
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), a Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Departamento da Polícia Federal
(DPF) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (IBAMA), entre outros[...]. (MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES
EXTERIORES, 2011, p. 48).

Logo após a anuência dessas entidades, as operações são registradas e, em


seguida, são realizadas análises online pelos gestores do SISCOMEX. Por análise de
mercadorias exportadas, entende-se:
O Anexo “N” da Portaria SECEX nº 10, de 24 de maio de 2010, trata das
remessas ao exterior que estão dispensadas de Registro de Exportação. Os
produtos que necessitem de procedimentos especiais (normas específicas de
padronização e de classificação), que estejam sujeitos a imposto de
exportação ou que tenham a exportação contingenciada ou suspensa, em
virtude de legislação ou em decorrência de compromissos internacionais
assumidos pelo Brasil, estão relacionados no Anexo “P” da Portaria SECEX
nº 10/2010. O Anexo “S” da referida Portaria SECEX relaciona os produtos
não passíveis de exportação em consignação. Os produtos sujeitos à
manifestação prévia dos órgãos do Governo na exportação estão indicados
no Tratamento Administrativo do SISCOMEX (MINISTÉRIO DAS
RELAÇÕES EXTERIORES, 2011, p. 48).

Conforme o Ministério das Relações Exteriores (2011), atualmente, as


classificações existentes sobre produtos brasileiros exportados estão baseadas no

63
comércio com blocos do MERCOSUL12 e ALADI13, através das nomenclaturas de
Anexo “N”, Anexo “S” e Anexo “P”.

Com isso, tendo em vista todas as classificações estabelecidas pela SECEX, o


produto comercializado pela TabaComex, ou seja, o tabaco enquadra-se a partir no
anexo P dentro de tais rotulações, uma vez que são relativas às relações já
previamente mencionadas e categorizadas pelos mesmos blocos, em contexto
nacional.

Já numa perspectiva internacional a classificação de produtos dá-se de uma


maneira diferente, pois sendo a Bélgica Estado membro da União Europeia, ela adere
à mesma estrutura tarifária e de classificação que os restantes membros da UE.
(Como exportar para a Bélgica, 2013)

Tal estrutura tem por base o Sistema Harmonizado (SH) e a Nomenclatura


Combinada, ou seja, a Nomenclatura Combinada Europeia integra a Nomenclatura do
Sistema Harmonizado, além de abranger “subdivisões adicionais de oito dígitos e
notas legais criadas especialmente para lidar com as necessidades da Comunidade.”
(Ministério das Relações Exteriores, 2013).

Tais nomenclaturas Combinadas, Sistema Harmonizado, são de uso mundial,


na estrutura de códigos e respectivas descrições tendo um único e simples objetivo
de facilitar as negociações internacionais.

Tendo o foco no tabaco exportado pela TabaComex é da espécie Burley, onde


recebe o código NCM 24012040 padronizado em contexto internacional. (SISTAX,
2020)

Além de proporcionar dados referentes ao produto, o Portal único do Siscomex


auxilia deixando mensagens de atenção como “Não requer LPCO14 e não necessita
de anuência prévia pelo DECEX. Caso o país de destino exija um certificado
fito/zoo/sanitário utilize o enquadramento ‘80380’ na DU-E e emita um LPCO
compatível com a operação.” (SISCOMEX, 2020)

Por fim é dado o último passo para a exportação e aval pelos órgãos
responsáveis por fiscalizar e confirmar o comércio por ambas as partes. Desta forma
a TabaComex adere a responsabilidade de verificação dos documentos que podem
ser aferidos pelo SECEX do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior, sob o novo “[...] modelo denominado SISCOMEX Exportação Web

12 Mercado Comum do Sul- Organização internacional criada em 1991 para adoção de políticas de integração
econômica e aduaneira entre os países Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.
13 Associação Latino-Americana organismo intergovernamental que promove a expansão da integração da
região, com vistas a garantir desenvolvimento econômico e social e, tendo como meta final, a criação de um
mercado comum latino-americano.
14 Licenças, Permissões, Certificados e Outros Documentos

64
(Novoex)[...]”, podendo ter acesso a documentação necessária tanto para exportador,
como para o produto exportado.

Segundo o Ministério das Relações Exteriores (2011), a documentação


necessária para a exportação é elencada a seguir:

• DU-E – Já previamente explicado sua utilidade no contexto de negociação


• Fatura Pró-Forma – Diz respeito as condições em que a venda entre o
exportador e o possível importador terá. Seguido de informações como:
a. descrição da mercadoria, quantidade, peso bruto e líquido, preço unitário e
valor;
b. quantidades mínimas e máximas por embarque;
c. nome do exportador e do importador;
d. tipo de embalagem de apresentação e de transporte;
e. modalidade de pagamento;
f. termos ou condições de venda (Incoterms)
g. data e local de entrega;
h. local de embarque e de desembarque;
i. prazo de validade da proposta;
j. assinatura do exportador; e
k. local para assinatura do importador, que, com ela, expressa sua
concordância com a proposta.
• Carta de Crédito – Documento que comprova o interesse do importador em
adquirir aquele produto, sendo responsabilidade do exportador em autenticar
as informações contidas nesta carta
• Letra de Câmbio – “Representa título de crédito emitido pelo exportador e
sacado contra o importador. O valor Exportação Passo a Passo 56 da letra de
câmbio deve ser igual ao do total de divisas registradas na fatura comercial.”
Estão presentes neste documento os seguintes aspectos:
a. número, praça e datas de emissão e de vencimento;
b. beneficiário, nome e endereço do emitente e sua assinatura;
c. instrumento que gerou o saque – carta de crédito, fatura comercial etc.
• Contrato de Câmbio – Contrato de afirmação entre o exportador e um banco
autorizado pelo Banco Central do Brasil e realizar as trocas de moedas.
(EXPORTAÇÃO PASSO A PASSO, 2006)

Já em relação à mercadoria, conforme DPR15 (2011), se faz necessário


providenciar alguns documentos, tais como:

• DU-E

15DPR- Departamento de Promoção Comercial e Investimentos do Ministério das Relações


Exteriores
65
• Nota Fiscal:

Documento que deve seguir a mercadoria em todo o seu percurso, pela


Exportação Passo a Passo (2011) “A nota fiscal deve ser emitida em moeda nacional,
com base na conversão do preço FOB em reais (pelo valor de conversão da taxa do
SISCOMEX do dia do registro da Declaração de Importação (DI) pela taxa do dólar no
fechamento de câmbio.”

• Despacho Aduaneiro de Exportação:

Refere-se a um procedimento fiscal com o qual se dá início através das


informações obtidas pelo DU-E e Nota Fiscal, além dos dados sobre a disponibilidade
da mercadoria disposta a verificação das autoridades aduaneiras.

Contudo, retomando conceitos previamente ditos, esta parte por sua vez não
se anexa nas responsabilidades que a TabaComex possui nas negociações de venda
do tabaco.

Por fim, relaciona-se os documentos necessários para o produto exportado,


onde toda a relação jurídica presente nesta última parte diz respeito à uma
responsabilidade da TabaComex, uma adequação necessária para dar
prosseguimento com a compra do tabaco.

• Certificado de Embarque (Bill of Lading):

É necessário que tal certificado esteja em língua inglesa na hora de sua


emissão, e tal documento se refere sobre a confirmação de embarque da mercadoria
dentro do meio de transporte utilizado, onde no caso da TabaComex, se enquadra
como o meio ferroviário e marítimo.

Tal documento dá a garantia a bancos de que a mercadoria já está a bordo e


pode prosseguir com a venda.

Dentro deste documento devem estar presentes:

a. nome e endereço do exportador e do importador;


b. local de embarque e de desembarque;
c. quantidade, marca e espécie de volumes;
d. tipo de embalagem;
e. descrição da mercadoria e códigos (SH/NCM/NALADI);
f. peso bruto e líquido;
g. valor da mercadoria;
h. dimensão e cubagem dos volumes;
i. valor do frete.

• Fatura Comercial (Commercial Invoice)

66
Já o seguinte documento diz respeito a parte de desembaraço do produto por
parte do importador, relacionamento integralmente toda parte de operação da
exportação.

É dever do exportador emitir tal documento no idioma do importador ou em


inglês como de praxe em contexto internacional.

Devem estar presentes informações como:

a. nome e endereço completos do exportador;


b. nome e endereço completos do importador e, se for o caso, do adquirente ou
do encomendante predeterminado;
c. especificação das mercadorias em português ou em idioma oficial do Acordo
Geral sobre Tarifas e Comércio, ou, se em outro idioma, acompanhada de
tradução em língua portuguesa, a critério da autoridade aduaneira, com as
denominações próprias e comerciais e com a indicação dos elementos
indispensáveis à sua perfeita identificação;
d. marca, numeração e, se houver, número de referência dos volumes;
e. quantidade e espécie dos volumes;
f. peso bruto dos volumes, entendendo-se, como tal, o da mercadoria com todos
os seus recipientes, embalagens e demais envoltórios;
g. peso líquido, assim considerado o da mercadoria livre de todo e qualquer
envoltório;
h. país de origem, como tal entendido aquele onde houver sido produzida a
mercadoria ou onde tiver ocorrido a última transformação substancial;
i. país de aquisição, assim considerado aquele do qual a mercadoria foi adquirida
para ser exportada para o Brasil, independentemente do país de origem da
mercadoria ou de seus insumos;
j. país de procedência, assim considerado aquele onde se encontrava a
mercadoria no momento de sua aquisição;
k. preço unitário e total de cada espécie de mercadoria e, se houver, o montante
e a natureza das reduções e dos descontos concedidos;
l. custo de transporte e demais despesas relativas às mercadorias especificadas
na fatura;
m. condições e moeda de pagamento;
n. termo da condição de venda (Incoterm).

E todos os presentes documentos listados acima são de responsabilidade do


exportador, ou seja, a TabaComex, ter posse de todos eles de maneira adequada e
condizente com as normas brasileiras.

• Romaneio (Packing List)

Preenchido pelo exportador, em inglês, é utilizado em ambas situações,


embarque e desembarque da mercadoria, e tem por objetivo facilitar a fiscalização
aduaneira.
67
Em seu conteúdo, devem estar expressos:

a. número do documento;
b. nome e endereço do exportador e do importador;
c. data de emissão;
d. descrição da mercadoria, quantidade, unidade, peso bruto e líquido;
e. local de embarque e desembarque;
f. nome da transportadora e data de embarque;
g. número de volumes, identificação dos volumes por ordem numérica, tipo de
embalagem, peso bruto e líquido por volume e dimensões em metros cúbicos.

Por fim, se há a necessidade de se obter outros documentos, como Certificado


de Autenticidade para Tabaco Exportado para a União Europeia (SISCOMEX, 2020),
e outros, é uma função a ser desempenhada pelo exportador.

Apesar da grande quantidade de comprovativos que são necessários para as


empresas declararem e mostrarem a bancos e entre si, há documentos como Registro
de Exportação Simplificado (RES), Declaração Simplificada de Exportação (DSE) e
Registro de Exportação (RE) que são substituídos pelo já citado DU-E.

5.3) CONTRATOS APLICÁVEIS AOS NEGÓCIOS CELEBRADOS ENTRE


TABACOMEX E SEUS CLIENTES EM UM CONTEXTO INTERNACIONAL

Neste capítulo estão relacionados os tipos de contratos que a TabaComex


implica com seus clientes, exaltando pontos referentes aos preços, quantidades
exportada/importada, responsabilidade de cada parte, assim como os procedimentos
decorrentes deste comércio. Os contratos, assim como o estatuto da empresa,
encontram-se no apêndice desse trabalho para um maior dinamismo na leitura.

68
6) CARACTERIZAÇÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA DA TABACOMEX

Esta seção tem como objetivo a demonstração de todas as atividades contábeis


e financeiras relacionadas à TabaComex em um ano de atividade da empresa. Para
isso, estão demonstrados os custos e despesas das atividades da empresa; os
tributos e impostos; como a empresa definiu o preço de seu produto; o orçamento de
caixa da empresa; e finalmente a D.R.E. anual da TabaComex. Também está
apresentado o método de pagamento praticado entre a TabaComex e seus clientes.
Os valores calculados nas tabelas desta seção estão em Reais para facilitar a
compreensão do dinamismo para o leitor, porém a TabaComex negocia com seus
clientes belgos em Euro, moeda vigente no país importador.

6.1) CUSTOS RELACIONADOS À TABACOMEX

Segundo Martins (2019, p. 25) “Gasto relativo à bem ou serviço utilizado na


produção de outros bens ou serviços é considerado custo”. Ou seja, todo gasto que a
TabaComex realizou para a produção do tabaco é classificado como um custo.

Os custos podem ser divididos em custos diretos e indiretos. Os custos diretos


caracterizados por Martins (2019, p. 52) são os custos “diretamente apropriados aos
produtos, bastando haver uma medida de consumo.” Como, por exemplo, os custos
com matéria-prima adquirida, e os custos de mão-de-obra.

Já os custos indiretos, seguindo ainda o pensamento de Martins (2019, p. 53),


“[...] não oferecem condição de uma medida objetiva e qualquer tentativa de alocação
tem de ser feita de maneira estimada e muitas vezes arbitrária.” Como, por exemplo,
os custos com energia elétrica na produção.

A TabaComex possui uma parceria com produtores de tabaco da cidade de


Venâncio Aires no estado do Rio Grande Do Sul, onde atuam como fornecedores do
tabaco. Assim, a TabaComex somente atua na compra e venda do tabaco, deixando
de ter gastos com a produção, ou seja, deixando de ter custos.

O único custo que a empresa tem é o custo com a mercadoria comprada, para
que ocorra a revenda para seus clientes belgas. Juntamente a compra do tabaco são
adquiridas também as embalagens necessárias para a exportação do mesmo, as
quais se classificam como despesa. Tal custo será demonstrado na Tabela 6.1.1,
onde estará distribuído em quatro trimestres.

A quantidade de tabaco adquirida, pela TabaComex, de seu fornecedor varia


de acordo com os contratos realizados pela empresa com os clientes belgas, assim,
fazendo com que a empresa não compre tabaco de modo que se torne um excedente
ou em quantidade insuficiente. Portanto de acordo com a necessidade de venda dos
69
contratos (que se encontram na seção 5.3), são demonstrados abaixo os volumes de
venda (Tabela 6.1.1), assim como os custos com as mercadorias compradas (Tabela
6.1.2).

Tabela 6.1.1 – Necessidade dos clientes por venda


Cliente Quantidade Sacas Kg/Saca Total Kg
Flikco Kado 10000,00 2,10 21000,00
Cubacigar 5000,00 2,10 10500,00
BATB 20000,00 2,10 42000,00
Total 35000,00 2,10 73500,00
Fonte: Elaborada pelos autores (2020)

Tabela 6.1.2 – Custo com Mercadoria Comprada por trimestre


Preço Preço Unitário
Cliente Qtd. Sacas Kg/Saca Preço Total
Unitário € R$
Flikco Kado 10000,00 2,10 € 2,80 R$ 16,28 R$ 162.810,00
Cubacigar 5000,00 2,10 € 2,80 R$ 16,28 R$ 81.405,00
BATB 20000,00 2,10 € 2,80 R$ 16,28 R$ 325.620,00
Total 35000,00 - - - R$ 569.835,00
Fonte: Elaborada pelos autores (2020)

Apesar de não possuir custos com a produção do tabaco, por possuir parceria
com sua fornecedora, a TabaComex apresenta gastos relativos à logística e a
comercialização do tabaco para seus clientes na Bélgica. Estes gastos são
classificados como despesas que, segundo Marion (2019. P 103), “[...] são as
despesas necessárias para vender os produtos, administrar a empresa e financiar as
operações. Enfim, são todas as despesas sacrificadas para a manutenção da
atividade operacional da empresa”.

As despesas apresentadas na Tabela 6.1.3, que se encontra logo abaixo, são


referentes a todos os processos e gastos realizados pela TabaComex em um
trimestre. As despesas contêm dados tais como o valor da energia elétrica, luz e água;
salários; IPTU e IPVA; salários; operações logísticas etc.

Junto a esta tabela há ainda uma tabela com os gastos dos quatro trimestres,
totalizando o ano de operações da TabaComex.

70
Tabela 6.1.3 Despesas por trimestre
Salários R$ 317.538,21
Aluguel Sala Comercial R$ 6.000,00
Operações Logísticas R$ 125.000,00
Despachante Aduaneiro R$ 2.500,00
Marketing R$ 6.250,00
Energia Elétrica e Água R$ 1.558,25
Internet e Telefone R$ 895,00
Embalagens R$ 5.000,00
Total R$ 464.741,46
Fonte: Elaborada pelos autores (2020)

Tabela 6.1.4 – Despesas anuais


Salários R$ 1.270.152,84
Aluguel Sala Comercial R$ 24.000,00
Operações Logísticas R$ 500.000,00
Despachante Aduaneiro R$ 10.000,00
Marketing R$ 25.000,00
Energia Elétrica e Água R$ 6.233,00
Internet e Telefone R$ 3.580,00
Embalagens R$ 20.000,00
Total R$ 1.858.965,84
Fonte: Elaborada pelos autores (2020)

Estas despesas, juntamente com o custo com a mercadoria adquirida pela


empresa, auxiliaram na construção do preço final do produto para os clientes.

O valor total do salário em ambas as tabelas é baseado na Tabela 4.2.1


presente na segunda seção deste documento.

6.2) TRIBUTOS INCIDENTES SOBRE À TABACOMEX

O CTN16 define tributo em seus artigos 3° a 5°:

Art. 3° Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo


valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção por ato ilícito,
instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente
vinculada.

Os impostos são um tipo de tributo, são os tributos que incidem sobre o


patrimônio, sobre a renda ou sobre consumo. Sendo levados em consideração na

16 CTN = Código Tributário Nacional


71
elaboração deste tópico o ICMS, PIS, COFINS e o IE. Contudo, como medida de
estímulo às exportações nacionais, o governo federal e os estaduais, isentam a
maioria dos impostos dos produtos comercializados com o exterior.

A começar pelo ICMS17, que segundo o artigo 155, § 2°, inciso X da Constituição
Federal de 1988, diz que as exportações são imunes ao imposto.

Assim como, de acordo com o artigo 14, § 1º, da MP 2.158-35/2001, as


exportações estão também imunes do PIS18.

Já o artigo 7° da Lei Complementar 70/1991 concedeu isenção de COFINS19


sobre as receitas oriundas da exportação de mercadorias.

Há no Brasil hoje um número limitado dos produtos em que há incidência do IE


(Imposto de Exportação), e o tabaco não é um deles.

Incidentes no lucro real da empresa (lucro encontrado após a dedução dos


custos e despesas envolvidas na realização de todas as operações da empresa) estão
os impostos de IRPJ (Imposto de Renda sobre Pessoa Jurídica) e CSLL (Contribuição
Social sobre o Lucro Líquido), que são os últimos tributos pagos pela empresa.

6.3) FIXAÇÃO DE PREÇO DO TABACO POR MEIO DE MARK-UP

Após análise do departamento financeiro da TabaComex, a empresa definiu o


preço de seu produto a ser exportado com base no método conhecido como Mark-Up,
que segundo (Martins, 2003,online) é “uma margem que deve ser estimada para cobrir
os gastos não incluídos no custo, os tributos e comissões incidentes sobre o preço e
o lucro desejado”.

Abaixo se encontra a tabela com o Mark-Up realizado pela empresa,


juntamente com as tabelas dos fatores utilizados no método.

Tabela 6.3.1 – Custo utilizado no Mark-Up


Custo Valor
Tabaco R$ 2.279.340,00
Total R$ 2.279.340,00
Fonte: Elaborada pelos autores (2020)

Tabela 6.3.2 – Despesas utilizadas no Mark-Up


Despesas anuais Preço

17 ICMS = Imposto sobre circulação de mercadorias e prestação de serviços de transporte


interestadual e intermunicipal e comunicação
18 PIS = Programa de Integração Social
19 COFINS = Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social

72
Salários R$ 1.270.152,84
Aluguel Sala Comercial R$ 24.000,00
Operações Logísticas R$ 500.000,00
Despachante Aduaneiro R$ 10.000,00
Marketing R$ 25.000,00
Energia Elétrica e Água R$ 6.233,00
Internet e Telefone R$ 3.580,00
Embalagens R$ 20.000,00
Total R$ 1.858.965,84
Fonte: Elaborada pelos autores (2020)

Tabela 6.3.3 – Mark-Up


Total (Custos + Despesas) R$ 4.138.305,84

Preço de Venda 100%

(-) IE 0,00%
(-) Lucro 24,00%

Total de Impostos e Lucro 24,00%


Preço de venda - Impostos e Lucro 76,00%

Mark-Up (anual) R$ 5.445.139,26


Preço Unitário R$ 155,58
Fonte: Elaborada pelos autores (2020)

Nota-se que o preço unitário de uma saca de tabaco tem o preço fixado em R$
155,58, ou € 26,78, já adicionado o lucro que a empresa receberá diante da venda e
considerando todos os gastos necessários para a realização da venda.

6.4) FLUXO DE CAIXA DA TABACOMEX

O fluxo de caixa é um instrumento básico de planejamento e controle financeiro.


O objetivo dessa ferramenta é apurar e projetar o saldo disponível para que exista
sempre capital de giro, para aplicação ou eventuais gastos. O fluxo de caixa segue
uma ordem em sequência de tópicos para a formação de sua estrutura.

A estrutura do fluxo de caixa depende da natureza da empresa e das


necessidades dos gestores. No caso da TabaComex o fluxo de caixa foi elaborado a
partir do saldo inicial de R$ 800.000,00, que foi investido pelos sócios para realizar a
primeira compra do trimestre.

73
Após a primeira venda foi possível apurar o “subtotal”, ou seja, o valor
disponível para pagamentos das despesas fixas. A partir do saldo final, denominado
“Total” na Tabela 6.4.5, é subtraído o “saldo mínimo” 20, restando o valor de aplicação
que será resgatado no próximo trimestre.

Para a elaboração do fluxo de caixa da TabaComex, foram necessárias as


tabelas de Projeção de Compras e Projeção de Vendas que estão demonstradas a
seguir. Logo após as tabelas 6.4.1 e 6.4.2, estão as tabelas referentes aos
pagamentos dessas compras e vendas; as tabelas 6.4.3 e 6.4.4.

Tabela 6.4.1 – Projeção de Compras anual


Tabaco
Trimestre Compra
1º Trimestre R$ 569.835,00
2º Trimestre R$ 569.835,00
3º Trimestre R$ 569.835,00
4º Trimestre R$ 569.835,00
Total R$ 2.279.340,00
Fonte: Elaborada pelos autores (2020)

Tabela 6.4.2 – Projeção de Vendas anual


Tabaco
Trimestre Venda
1º Trimestre R$ 1.361.284,82
2º Trimestre R$ 1.361.284,82
3º Trimestre R$ 1.361.284,82
4º Trimestre R$ 1.361.284,82
Total R$ 5.445.139,26
Fonte: Elaborada pelos autores (2020)

20 Saldo Mínimo = Valor estipulado anteriormente pela empresa para ter em caixa no final de cada
trimestre. Este valor se torna o saldo inicial do próximo trimestre.
74
Tabela 6.4.3 – Pagamentos das Compras
Valor Trimestre Valor Trimestre
Trimestre Valor Total Total
Vigente (45%) Seguinte (55%)

R$ 569.835,00 R$ 256.425,75 - R$ 256.425,75
Trimestre

R$ 569.835,00 R$ 256.425,75 R$ 313.409,25 R$ 569.835,00
Trimestre

R$ 569.835,00 R$ 256.425,75 R$ 313.409,25 R$ 569.835,00
Trimestre

R$ 569.835,00 R$ 256.425,75 R$ 313.409,25 R$ 569.835,00
Trimestre
R$
Total
1.965.930,75
Fonte: Elaborada pelos autores (2020)

Tabela 6.4.4 – Pagamentos das Vendas


Valor
Valor
Trimestre
Trimestre Valor Total Trimestre Total
Seguinte
Vigente (55%)
(45%)

R$ 1.361.284,82 R$ 748.706,65 - R$ 748.706,65
Trimestre

R$ 1.361.284,82 R$ 748.706,65 R$ 612.578,17 R$ 1.361.284,82
Trimestre

R$ 1.361.284,82 R$ 748.706,65 R$ 612.578,17 R$ 1.361.284,82
Trimestre

R$ 1.361.284,82 R$ 748.706,65 R$ 612.578,17 R$ 1.361.284,82
Trimestre
Total R$ 4.832.561,10
Fonte: Elaborada pelos autores (2020)

75
Tabela 6.4.5 – Fluxo de Caixa
Fluxo de Caixa
Trimestre 1º 2º 3º 4º Ano
Saldo Inicial R$ 800.000,00 R$ 100.000,00 R$ 100.000,00 R$ 100.000,00 R$ 800.000,00
Vendas R$ 748.706,65 R$ 1.361.284,82 R$ 1.361.284,82 R$ 1.361.284,82 R$ 4.832.561,10
(-) Compras R$ 256.425,75 R$ 569.835,00 R$ 569.835,00 R$ 569.835,00 R$ 1.965.930,75
Subtotal R$ 1.292.280,90 R$ 891.449,82 R$ 891.449,82 R$ 891.449,82 R$ 3.666.630,35
Resgate de aplicação (5%) R$ - R$ 679.916,41 R$ 1.004.456,00 R$ 1.313.722,58 R$ 142.766,43
(-) Salários R$ 317.538,21 R$ 317.538,21 R$ 317.538,21 R$ 317.538,21 R$ 1.270.152,84
(-) Aluguel Sala Comercial R$ 6.000,00 R$ 6.000,00 R$ 6.000,00 R$ 6.000,00 R$ 24.000,00
(-) Operações Logísticas R$ 125.000,00 R$ 125.000,00 R$ 125.000,00 R$ 125.000,00 R$ 500.000,00
(-) Despachante Aduaneiro R$ 2.500,00 R$ 2.500,00 R$ 2.500,00 R$ 2.500,00 R$ 10.000,00
(-) Marketing R$ 6.250,00 R$ 6.250,00 R$ 6.250,00 R$ 6.250,00 R$ 25.000,00
(-) Energia Elétrica e Água R$ 1.558,25 R$ 1.558,25 R$ 1.558,25 R$ 1.558,25 R$ 6.233,00
(-) Internet e Telefone R$ 895,00 R$ 895,00 R$ 895,00 R$ 895,00 R$ 3.580,00
(-) Embalagens R$ 5.000,00 R$ 5.000,00 R$ 5.000,00 R$ 5.000,00 R$ 20.000,00
(-) Pagamento de
R$ - R$ - R$ - R$ - R$ -
empréstimo
(-) Investimentos R$ 80.000,00 R$ 50.000,00 R$ 80.000,00 R$ 50.000,00 R$ 260.000,00
Total R$ 747.539,44 R$ 1.056.624,77 R$ 1.351.164,36 R$ 1.690.430,93 R$ 1.690.430,93
FINANCIAR R$ - R$ - R$ - R$ -
APLICAR (5%) R$ 647.539,44 R$ 956.624,77 R$ 1.251.164,36 R$ 1.590.430,93
Saldo Mínimo R$ 100.000,00 R$ 100.000,00 R$ 100.000,00 R$ 100.000,00
Fonte: Elaborada pelos autores (2020)

76
6.5) DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DE EXERCÍCIO DA TABACOMEX

Para finalizar a seção contábil e financeira da empresa, é abordada neste tópico


a D.R.E. (Demonstração do Resultado do Exercício) da TabaComex, que se encontra
na tabela 6.5.1. A D.R.E. é a ferramenta contábil utilizada para representar o ano
contábil da empresa, apresentando de forma simplificada seus gastos e lucros.

A D.R.E. é, segundo (Marion, 2009. P 98) “um resumo ordenado das receitas e
despesas da empresa em determinado período, normalmente 12 meses. É
apresentada de forma dedutiva (vertical), ou seja, das receitas subtraem-se as
despesas e, em seguida, indica-se o resultado (lucro ou prejuízo)”.

Tabela 6.5.1 - Demonstração do Resultado do Exercício (D.R.E.)


TabaComex
Vendas Brutas R$ 4.832.561,10
(-) Tributos R$ -
(-) Descontos Concedidos R$ -
(-) Custo das Vendas R$ 1.965.930,75
Lucro Bruto R$ 2.866.630,35
Receitas Financeiras R$ 142.766,43
(-) Despesas com Vendas R$ 530.000,00
(-) Despesas Administrativas R$ 1.328.965,84
Lucro Antes do IRPJ e CSLL R$ 1.306.833,42
(-) Despesas com IRPJ e CSLL R$ 367.146,52
Lucro Líquido R$ 783.284,42
Fonte: Elaborada pelos autores (2020)

Como pode ser observado acima, o “Lucro bruto” se resume as “Vendas brutas”
subtraídas dos “Custos das vendas”, que são os custos com a mercadoria vendida.
Após se obter o “Lucro bruto”, são adicionadas as receitas oriundas dos investimentos
financeiros da empresa, e são deduzidas as despesas, resultando no “Lucro Antes do
IRPJ e CSLL”. Os impostos de IRPJ21 e CSLL22 são impostos incidentes sobre o lucro,
portanto eles não estão inclusos no Mark-Up para o cálculo do preço da venda, sendo
considerados apenas na D.R.E.

O cálculo dos impostos IRPJ e CSLL, se encontram logo abaixo na Tabela


6.5.2, onde as alíquotas, 15% e 9%, respectivamente, são deduzidas do “Lucro
Antes do IRPJ e CSLL”. A despesa com o IRPJ adicional se dá por conta de o lucro
ter ultrapassado o valor de R$ 20.000,00 mensais, portanto subtrai-se esse valor
anual do lucro, onde se dá o lucro excedente, este sendo base para o cálculo do
IRPJ adicional.

21 IRPJ = Imposto de Renda – Pessoa Jurídica


22 CSLL = Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
77
Tabela 6.5.2 – IRPJ e CSLL
Impostos IRPJ CSLL IRPJ Adicional
Alíquotas 15,00% 9,00% 10,00%
Valor R$ 172.564,64 R$ 103.538,78 R$ 91.043,09
Fonte: Elaborada pelos autores (2020)

6.6) MÉTODO DE PAGAMENTO QUE NORTEIA RELAÇÃO COMERCIAL DA


TABACOMEX

Neste capítulo estão abordadas as formas de pagamentos entre a TabaComex


e seus fornecedores e, entre os clientes belgas e a empresa brasileira. A escolha foi
estrategicamente escolhida por ambas as partes para beneficiar a todos.

O método escolhido para o pagamento dos fornecedores da TabaComex foi a


prazo, com duas parcelas, uma datada no dia da compra e a outra no dia da entrega.

A modalidade escolhida para os pagamentos das exportações feitas pela


TabaComex para os clientes na Bélgica foi a carta de crédito, pois dentre as opções
esta é a mais difundida no comércio internacional, visto que oferece maiores
garantias, tanto para o exportador quanto para o importador. Além disso, o pagamento
é feito por deferimento, ou seja, o pagamento é efetuado na data designada na Carta
de Crédito.

Na carta de crédito são especificados todos os dados referentes à operação de


exportação, e o recebimento do pagamento pelo exportador depende apenas do
cumprimento das condições estabelecidas na carta de crédito.

São especificados os valores, o beneficiário (exportador), documentação


exigida, prazos, portos de destino e de embarque, descrição da mercadoria,
quantidades e outros dados referentes à operação de exportação.

As etapas referentes a essa modalidade são:

1. ABERTURA DO CRÉDITO: Após os contatos iniciais, o importador solicita a


um banco de seu país a abertura de um crédito em favor do exportador.

2. EMISSÃO DA CARTA DE CRÉDITO: O banco do Importador emite a carta de


crédito e comunica ao banco do país Exportador a existência desse crédito.

3. COMUNICADO DE CRÉDITO: O banco do Exportador comunica a ele a


chegada da carta de crédito e suas condições.

4. EMBARQUE: O Exportador providencia o embarque da mercadoria.

78
5. DOCUMENTOS DE PAGAMENTO: O Exportador entrega os documentos
exigidos pelo crédito ao banco do seu país e este examina estes e, caso tudo
esteja em ordem, efetua o pagamento ao Exportador.

6. DOCUMENTOS: O banco do Exportador remete os documentos ao banco do


importador

7. DOCUMENTOS E REEMBOLSO: O banco do Importador entrega os


documentos a ele e cobra deste o reembolso do pagamento efetuado.

8. DESEMBARQUE: O Importador, de posse dos documentos, paga os direitos


aduaneiros e retira a mercadoria.

79
7) OPERAÇÕES LOGÍSTICAS DA TABACOMEX NO CONTEXTO NACIONAL E
INTERNACIONAL

Neste capítulo, em primeiro momento estão dispostos em tópicos os aspectos


positivos e negativos de cada modal nacional utilizado pela empresa na logística de
sua exportação. Em um segundo momento, estão descritos os aspectos da logística
feita pela empresa no meio nacional e internacional, discorrendo sobre quais portos
foram escolhidos e quais são as etapas da exportação; finalizando com o
funcionamento das embalagens e paletização da mercadoria, com uma relação do
Incoterm escolhido na logística da empresa TabaComex.

7.1) BRASIL EM TERMOS DE LOGÍSTICA NACIONAL E INTERNACIONAL

As características dispostas abaixo foram retiradas integralmente do site oficial


da CNT23 (Confederação Nacional de Transporte), onde se obtêm informações
referentes aos problemas hoje enfrentados pelo Brasil quanto à sua logística, planos
para solução destes problemas, e como essa situação é percebida através da
perspectiva internacional.

Já não se faz mais segredo sobre a importância da logística para um bom


desempenho de uma empresa. De acordo com Nazário apud (RIBEIRO; FERREIRA,
2002) “o transporte representa, em média, cerca de 60% das despesas logísticas”.
Contudo, apesar de sua vasta capacidade de melhoria no transporte e dinamização
de tempo para realizar as transferências, o Brasil atualmente não investe tanto no
desenvolvimento de seus modais, tornando assim, o processo logístico ocioso e, em
alguns casos, prejudiciais para as empresas.

Todos os modais carregam consigo pontos fortes e pontos fracos, cabendo ao


empreendedor então, decidir qual a forma mais benéfica a ele ao transportar seus
produtos ofertados. A seguir, estão dispostos os modais utilizados pela TabaComex,
juntamente com uma explicação dos mesmos e também suas vantagens e
desvantagens, para que possa ocorrer uma maior compreensão e análise.

Modal Rodoviário:

O princípio da malha rodoviária brasileira deu-se na era do governo Vargas


(1932), e logo após o seu desenvolvimento, tornou-se o modal mais utilizado em solo

23 De acordo com o próprio site, CNT é uma associação sindical que reúne 29 federações, dois
sindicatos brasileiros filiados e 16 associações brasileiras da área de transporte. A mesma foi
fundada em 1954, com o objetivo de "Promover o desenvolvimento e a defesa dos transportadores e
do setor de transporte." (Confederação Nacional de Transporte, 2015)
80
brasileiro. Tal modal engloba o transporte através de: caminhões, carros, ônibus etc.,
para locomoção de pessoas e produtos.

Vantagens:

• Adequado para curtas e médias distâncias;


• Menor manuseio da carga e sem tanta exigência de embalagem;
• Serviço porta-a-porta, ou seja, a mercadoria sofre apenas uma operação possui
apenas o ponto de origem e o local de destino;
• Maior frequência e disponibilidade de vias de acesso;
• Maior agilidade e flexibilidade na manipulação das cargas;
• Maior possibilidade de substituição de veículos, no caso de acidente ou quebra;
• Ideal para viagens de curtas e médias distâncias.

Desvantagens:

• Em alguns casos pode ter fretes mais altos;


• Sua capacidade de carga é inferior se comparada a todos os outros modais;
• Menos competitivo para longas distâncias;
• Sem tanta preocupação na conservação das estradas;
• Maior risco de Roubos de cargas;

Contudo, de acordo com a 23ª pesquisa realizada pela CNT no ano de 2019,
as rodovias atuais no Brasil, de sua totalidade, ao menos 59% de sua extensão
apresentam um aumento de problemas, decaimento nos pavimentos, nas sinalizações
e geometria num geral. O que resulta num aumento de custos do transporte, de
acidentes, além de produtos mais caros e menores.

De acordo com o atual presidente da CNT, Vander Costa (2019) “É urgente a


necessidade de ampliar os recursos para as rodovias brasileiras e melhorar a
aplicação do orçamento disponível (...) a priorização do setor nas políticas públicas e
a maior eficiência na gestão são imprescindíveis para reduzir os problemas nas
rodovias e aumentar a segurança no transporte.”

Baseando-se nestes dados, pode-se concluir que, ao optar por transportar seus
produtos através deste modal, o preço e custos que a empresa se sujeitará a pagar e
programar em suas mercadorias alarga-se, resultando num gasto maior por parte dos
compradores.

Abaixo, na figura 7.1.1, encontra-se uma análise das condições das rodovias
brasileiras em forma de gráfico.

Figura 7.1.1 – Condições das rodovias brasileiras

81
Fonte: 23ª Pesquisa CNT de Rodovias

Modal Aquático:

Trata-se de um modal que utiliza rios, lagos e oceanos para transporte. Além
disso, é classificado em subsistema a locomoção fluvial, onde só se utilizam rios, e
marítimo, abrangendo a circulação na costa atlântica.

O modal marítimo concentra 90% do volume da movimentação de cargas de


internacionais do país. Recebem ainda, por iniciativa privada, inúmeros investimentos,
consequência da Lei de Modernização dos Portos, Lei 8.630/93, que permitiu maior
participação privada na operação. (Pesquisa CNT, 2006)

Contudo, apesar da grande evolução dos portos, o sistema portuário marítimo


ainda sofre com altos custos, burocracias e filiais. O amplo volume de exportação,
quando bem executado e amparado pelo modal, deve ser algo a se comemorar,
porém, se baseado em uma alta demanda, pode ocasionar em conflitos e demora em
entregar ou receber mercadorias, ocasionando assim um prejuízo para importadores
ou exportadores, sejam eles nacionais ou internacionais.

Vantagens:

• Segurança
• Alta capacidade de carga
• Custo de frete menor
• Percorrem grandes distancias
• Trajetos exclusivos ou mais acessíveis
82
Desvantagens:

• Pouca flexibilidade da carga


• Baixa velocidade de transporte
• Necessidade de os produtos transitarem nos portos/alfândega, implica um
maior tempo de descarga.
• Distância dos portos aos centros de produção.
• Estragos ou perdas de carga.

Abaixo, na figura 7.1.2, está disposto o volume de transporte de mercadorias pelo


transporte marítimo, em forma de gráfico.

Figura 7.1.2 – Volume de transporte de mercadorias via marítimo

Fonte: Blog Ilos (2020)

No Brasil, a estratégia logística possui grande potencial para aprimorar e


melhorar as relações comerciais, sejam elas nacionais ou internacionais. Porém, as
grandes falhas na infraestrutura brasileira geram barreiras que prejudicam tais
relações.

O país também tem grande dependência de um único modal: o rodoviário,


deixando outros modais que possuem custos menores e impactos ambientais também
menores, à espera de investimentos.

O meio rodoviário, mesmo sendo o mais utilizado, possui baixa qualidade nas
rodovias, pedágios caros que buscam suprir os gastos para a manutenção das
estradas, dentre tantas outras falhas. Isso mostra que a situação do Brasil quando
relacionada à infraestrutura, ainda é muito precária, além de custosa para a nação.
Mesmo tendo um modal com a maior porcentagem de operação, o Brasil ainda tem
uma condição muito inferior ao de outros países.
83
Seguindo o pensamento de Fleury (2013), a privatização dos transportes já
demonstrara resultados positivos, mas que ainda se tem muito a fazer, pois

A baixa produtividade se reflete em custos maiores para os usuários das


ferrovias no Brasil. Enquanto aqui o preço médio é de U$ 23,0 por 1.000
toneladas-km, nos EUA é de apenas US$ 16,25. Isto, apesar das enormes
diferenças na qualidade de serviços, representados por alta disponibilidade,
entrega rápida e confiabilidade de prazos que se observa nos EUA.

Nos portos já pode se observar a baixa dos preços e a melhoria dos serviços,
As mudanças são muitas, mas o caminho já foi estabelecido. Para as
empresas brasileiras, ainda há muito espaço a conquistar. Resta continuar
trabalhando na busca por maior produtividade e melhores serviços, que
levarão a uma maior competitividade. (Fleury, 2013)

7.2) CONHECIMENTO DA INSERÇÃO DA LOGÍSTICA NO PROJETO


ESTRATÉGICO DE MARKETING DA TABACOMEX

Nesta parte estão descritos a importância da logística nas empresas e como tal
conceito é aplicado na administração da TabaComex.

Já é de conhecimento geral que a logística, quando bem empregada, resulta


numa melhoria geral dentro da empresa, por exemplo, cortando ou diminuindo em
grande escala os custos e possíveis gastos que a empresa venha a ter.

Tendo em vista o conceito de logística


Logística é o processo de planejamento, implementação e controle eficiente
e eficaz do fluxo e armazenagem de mercadorias, serviços e informações
relacionadas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o
objetivo de atender as necessidades dos clientes (CLOSS, et al, 2001, p.19).

É preciso, para fins de otimização da dinamização do transporte, que as


empresas estejam sempre atentas a possíveis mudanças e evoluções da logística,
seja ela através de rotas, modais, veículos ou tecnologias.

Sendo assim, a TabaComex, após avaliação de muitos fatores que influenciam


na logística da mesma, optou por mover sua carga de um meio nacional a um meio
internacional, através dos modais que, aqui no país, são mais seguros, possuem
grande capacidade de carga, além de conseguirem percorrer longas distâncias.

Como já apresentado no tópico 7.1 os modais rodoviário e marítimo possuem


aspectos muito benéficos quando utilizados em mercadorias ou cargas de larga
escala. Diante disso, ambos os modais atendem as necessidades da TabaComex em
questões de transportar o produto.

84
Os meios de transporte com os quais a TabaComex realiza a distribuição do
tabaco para seus clientes são terceirizados, por conta disso, o custo envolvendo tais
operações é menor dentro desta estratégia logística que a TabaComex possui.

O transporte do tabaco é realizado em contêineres que são transportados até


o porto brasileiro através de caminhões, ou seja, pelo meio rodoviário. Posterior a isso,
a carga encaminha-se ao porto de destino, sendo este o de Antuérpia, através do
modal marítimo, o navio.

7.3) CONHECIMENTO FÍSICO E CONCRETO DO MODAL EM DUPLA ACEPÇÃO:


VIAS DE TRANSPORTE E VEÍCULOS DE TRANSPORTE E COMO SÃO
UTILIZADOS NA EXPORTAÇÃO

Nesta parte estão detalhadas as rotas que a TabaComex utiliza para o


comércio, a intermodalidade utilizada para realizar o transporte e como isso beneficia
a empresa através da premissa de redução de custos e otimização de lucros. Além
disso, é explicada a forma como é realizado o processo logístico da empresa.

A TabaComex teve por principal escolha como porto de origem o Porto do Rio
Grande, e seu porto de destino, Antuérpia. Ambos possuem grande capacidade de
receber diferentes tipos de navio e enviar mercadorias de diversos tipos, o que facilitou
a escolha por parte da TabaComex em utilizar os serviços destes portos.

O Porto do Rio Grande está localizado no estado do Rio Grande do Sul, no


Brasil e classifica-se em três áreas destinadas de atendimento à navegação: Porto
Velho, Porto Novo e Superporto. A área que corresponde às necessidades da
TabaComex é a área do Superporto, que dentre as inúmeras sub-áreas existentes, a
que possui respaldo físico e jurídico para transporte do tabaco é a área 4, que é
destinada a movimentação de produtos agrícolas.

As opções de acesso para tal porto se dão pelo rodoviário, através das rodovias
BR – 392, BR – 471 ou BR - 116; pelo ferroviário, através da malha Sul e pelo meio
marítimo. Tendo em mente a redução de custos e otimização do transporte, a
TabaComex escolheu ter acesso a tal porto através do meio rodoviário, pois possui
frete menor, mais flexibilidade de rotas, maior agilidade, entre outras coisas já
previamente citadas no tópico 5.1.

O Porto de Antuérpia está localizado em Flandres, na Bélgica. Tal porto possui


as mesmas características de acesso que o porto brasileiro. É o primeiro porto de
exportação da Europa, e atualmente conta com uma alta capacidade de exportar e
importar diversos tipos de mercadorias. Os acessos para tal porto são através do meio
ferroviário, rodoviário e marítimo, tal qual como o porto do Rio Grande.

85
A TabaComex se valeu de pré-requisitos como: Aceitabilidade dos portos em
carregar e despachar a mercadoria, além de receber e descarregar a mesma; acesso
por outros tipos de transportes aos portos; acesso a rotas internacionais uma vez que
já estão em meio marítimo; e redução de custos, uma vez que os portos já possuem
estrutura própria para carregamento e transporte do produto.

A TabaComex possui uma parceria com uma produtora de tabaco localizada


no Rio Grande Do Sul, parceira essa que tem responsabilidade no processo onde é
feito, dentro da própria produtora, todo o preparo do produto para o transporte tanto
nacionalmente quanto internacionalmente.

Feito todo o processo de paletização, embalagem, preparo do carregamento e


o restante de toda a operação, a rota, escolhida pela TabaComex e a empresa
transportadora parceira, até o porto de origem foi através da rodovia BR – 471 uma
via expressa que dá acesso direto ao porto, possuindo apenas a necessidade da
utilização de uma balsa em determinado ponto. Portanto, por essa rota é feito todo o
trajeto, através de caminhões terceirizados, chegando até o Porto de Rio Grande.

Uma vez no Porto de Rio Grande, os contêineres passam pelo processo de


descarregamento dos caminhões e passam para o carregamento no navio, onde de
lá, depois de feitos os trâmites necessários, seguem a rota marítima até o porto da
Antuérpia, onde é feita a entrega do produto, e os clientes assumem a
responsabilidade por ele.

O tempo estimado para a viagem do estado do Rio Grande do Sul, Brasil, até
o porto da Antuérpia, Bélgica, é de aproximadamente, de acordo com site Guia
Marítimo, sete a dez dias, que percorre uma distância de 10.780,16 quilômetros.

7.4) EMBALAGEM, PALETIZAÇÃO, ESTUFAGEM EM CONTÊINER E CÁLCULO


DOS FRETES RELACIONADOS AO TABACO

A TabaComex optou por terceirizar os processos de embalagem e toda a


cadeia logística do tabaco. Porém, são acompanhadas de perto, pela equipe logística
da empresa, todas as etapas, para que haja um rigoroso controle e que não ocorra
nenhum erro. São de responsabilidade legal da TabaComex toda esta cadeia
logística. Portanto o plano logístico é desenvolvido pela equipe logística juntamente
com as empresas terceirizadas.

Em primeira mão, é feita a coleta do tabaco nos locais dos produtores por uma
transportadora de escolha da TabaComex, essa empresa, junto a produtora, faz o
processo de embalagem do tabaco, a paletização, a estufagem no contêiner e o
transporte até o Porto do Rio Grande.

86
Segundo a Norma de identidade, qualidade, embalagem, marcação e
apresentação do tabaco em folha curado (2020, online) da CODAPAR24, é necessário
que as embalagens estejam em conformidade com o seguinte tópico:

06. EMBALAGEM E MARCAÇÃO


6.1. O tabaco em folha curado, deverá ser embalado em fardos e
setes amarrados com fios de rami ou juta, de modo que garanta o transporte
e a proteção do produto, independente do peso e dimensão do fardo.
6.2. Os resíduos devem ser acondicionados em sacos de aniagem ou
similares.
6.3. Para fins de identificação ou marcação do tabaco em folha
curado, devem constar, obrigatoriamente, em etiquetas afixados nos fardos
e/ou sacos, as seguintes indicações:
6.3.1. procedência: nome do produto ou firma e local;
6.3.2. destino: nome da firma e local;
6.3.3. variedade;
6.3.4. classificação: grupo, subgrupo, classe, subclasse, tipo e
subtipo.
6.3.5. peso líquido.

Essas embalagens são adquiridas pela TabaComex, sendo fornecidas para a


empresa terceirizada realizar o serviço.

Após chegar ao porto de embarque, o tabaco fica armazenado em um galpão


até seu embarque no navio, onde todos os contêineres são avaliados pela equipe
logística da TabaComex.

Este galpão precisa estar de acordo com o seguinte tópico, segundo a Norma
de identidade, qualidade, embalagem, marcação e apresentação do tabaco em folha
curado (2020, online) da CODAPAR:

07. ARMAZENAMENTO E TRANSPORTE


7.1. Os depósitos para armazenamento do tabaco em folha curado e
os meios para o seu transporte, devem oferecer plena segurança e condições
técnicas imprescindíveis à sua perfeita conservação, respeitadas as
exigências da legislação específica vigente.

O transporte internacional é realizado por um operador logístico também


terceirizado, que leva o tabaco até o porto de desembarque, na Bélgica.

Todos os processos são de custo da TabaComex: as embalagens, os serviços


de embalagem, paletização e estufagem dos contêineres e os fretes. Todos estão
incluídos no orçamento de caixa da empresa.

24CODAPAR = Companhia de Desenvolvimento Agropecuário do Paraná, criada em 1956, é uma


empresa de economia mista vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento -
SEAB.
87
7.5) INCOTERMS ENVOLVIDOS NA OPERAÇÃO LOGÍSTICA DA TABACOMEX

O Incoterm que vigora nos contratos é o Incoterm DPU (Delivered At Place


Unloaded), que segundo a explicação do blog FazComex (2020), “o produto até sua
disponibilização no local combinado no contrato com a empresa do exterior é de total
responsabilidade do exportador”. Essas responsabilidades incluem desde o embarque
no Brasil, as tarifas do Porto do Rio Grande, o armazenamento, o seguro nacional e
internacional até o desembarque do produto no terminal acordado em contrato.

A escolha do Incoterm foi realizada e consentida entre ambas as partes dos


contratos, ou seja, entre a TabaComex e seus clientes, em contratos separados. A
decisão por este Incoterm se dá por conta de alguns fatores, como: a facilidade dos
clientes em ter acesso ao porto combinado; os clientes não pagarem por esse serviço
dentro do país em que se encontram; a facilidade da TabaComex em disponibilizar os
produtos no mesmo terminal para todos clientes, cortando assim custos ao utilizar
uma mesma operação para todos os clientes.

88
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesta parte final do trabalho estão discorridas as considerações finais que o


desenvolvimento dos capítulos anteriores permite aos autores chegar através da
leitura dos mesmos e da reflexão embasada nas informações que estão contidas em
cada capítulo.

Como demonstrado em suas primeiras páginas, este trabalho apresentou


questões envolvendo a concepção da empresa fictícia TabaComex, que envolvem
questões jurídicas, legais e internas da empresa. De modo que informações sobre
valores, objetivos, enquadramento e forma de atuação da empresa estão bem
detalhadas, permitindo ter uma noção do que é a empresa em si, o que ela faz, com
qual objetivo e de que maneira realiza suas operações.

Conclui-se, portanto, que a empresa TabaComex seguiu as diretrizes


necessárias para atuar e se colocar como uma empresa comercial exportadora de
maneira legalmente capaz de realizar seus serviços.

Apesar de sua constância e apresentação correta dos documentos, licenças e


autorizações necessárias, a TabaComex ainda se mantém informada de quaisquer
mudanças possíveis dentro no contexto jurídico, pois a transformação de realidade
devido ao COVID-19 pode refletir em meios legais da empresa.

Tendo a necessidade de contextualizar a empresa em meio ao mercado


internacional, foram apresentados pontos referentes a economia nacional frente a
internacional, sua volatilidade de demanda e oferta, assim como a penetração do
produto no mercado internacional. Desta parte pode-se concluir que é preciso avaliar
e estar atento em quaisquer mudanças que ocorram dentro desses aspectos, seja
desde a mudança de clima até uma possível e recente pandemia mundial.

Passado pelo momento de estudo econômicos, tal trabalho discorre de maneira


breve a relação já existente e de longa data que Brasil e Bélgica possuem econômica
e socialmente. Não somente entre as duas nações, mas também, entre os diversos
blocos e países que tenham alguma interferência na relação comercial entre Brasil e
Bélgica Percebe-se que, foi através de uma cultura belga implementada no Brasil que
ocasionou o cultivo em massa de tabaco para seus inúmeros fins.

A semelhança de aspectos culturais entre as duas nações permite um


entendimento maior sobre a proximidade que os dois países têm em suas
comercializações de diversos produtos. Portanto, a escolha a partir da criação de uma
empresa fictícia para comercializar para tal país não foi arbitrária, informações
contidas neste trabalho foram retiradas de documentos como o guia “Como exportar
Bélgica” desenvolvido pelo Departamento de Promoção Comercial e Inteligência do
Ministério das Relações Exteriores e através da leitura de um livro “Brasil e Bélgica

89
Cinco Séculos de Conexões e Interações”, desenvolvida pelos organizadores Eddy
Stols, Luciana Pelaes e Mascaro Clodoaldo Bueno.

Sendo assim, através desses estudos e pesquisas, foi possível atestar que o
comércio estabelecido entra as duas nações é antigo e forte, comprovam esta relação
próxima do Brasil com a Bélgica.

Além de uma explicação bem detalhada sobre a constituição da empresa, há


presente neste trabalho o porquê da escolha de exportação do tabaco, onde entende-
se então que exportar tabaco da região de Venâncio Aires, no Rio Grande do Sul até
o porto de Antuérpia, na Bélgica, se dá pela proximidade dos dois países, pela
disposição de plantio e cultivo nacional e pela disponibilidade de recepção do país
importador e a viabilidade de envio do Brasil.

Através dos capítulos que se seguem logo após a apresentação da empresa,


questões como contratos com clientes, questões contábeis da TabaComex, logísticas,
legislação aduaneira, entre outros, possibilitam uma interpretação de que a empresa
desempenha de maneira correta e eficaz a venda de seu produto.

O principal receio liquidado neste trabalho foi a forma como realizar a


exportação do tabaco para o país Bélgica, tendo sido amplamente explicada ao longo
do desenvolvimento dos capítulos anteriores.

Por fim, em todos os capítulos estão informações factuais que mescladas com
a fantasia da criação de uma empresa, resultam na exportação da folha de tabaco,
através da empresa TabaComex, para o porto de Antuérpia na Bélgica.

90
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98
APÊNDICE

ESTATUTO DA TABACOMEX

CAPÍTULO I - DA DENOMINAÇÃO, OBJETO, SEDE E DURAÇÃO DA SOCIEDADE

Art. 1º - Com a denominação de COMPANHIA DE EXPORTAÇÃO DE TABACO


TABACOMEX S.A., CNPJ de nº 13.023.122/0001-10, doravante denominada
“TabaComex”, fica constituída uma sociedade anônima ou companhia, que se regerá
pelo presente e, nos casos omissos, pelas normas que lhe forem aplicáveis.

Art. 2º – O objeto da sociedade é atuar como negociadora da folha de tabaco para


com empresas importadoras e distribuidoras belgas de tabaco internacionais.

Art. 3º - A sociedade terá sua sede na cidade de Venâncio Aires, Estado de Rio
Grande do Sul, à Avenida Venâncio Aires, nº 332, podendo estabelecer filiais,
sucursais, agências e depósitos em qualquer outra localidade do território nacional.

Art. 4º - O prazo de duração da sociedade será por tempo indeterminado.

CAPÍTULO II - DO CAPITAL SOCIAL E DAS AÇÕES

Art. 5º - O capital social da sociedade é de R$ 800.000,00 (oitocentos mil), a serem


subscritos e integralizados, sendo dividido em ações escriturais e preferencial.

Art. 6º - Na proporção do número de ações que possuírem, os acionistas terão


preferência para a subscrição do aumento de capital, observado o prazo decadencial
de 30 (trinta) dias, contado da data de publicação do aviso no órgão oficial, e demais
disposições pertinentes.

CAPÍTULO III - DA ORGANIZAÇÃO SOCIAL

Art. 8º - São órgãos sociais:

a) a Assembleia Geral;
b) o Conselho de Administração;
c) a Diretoria;
d) o Conselho Fiscal.

Seção I - Da Assembleia Geral

Art. 9º - As Assembleias Gerais, ordinárias e extraordinárias, serão convocadas pelo


Conselho de Administração ou Diretores, na forma prevista em lei (art. 123 da Lei nº
6.404/76).

Parágrafo primeiro – As Assembleias Gerais ordinárias realizar-se-ão todo dia 11 do


mês de setembro de cada ano, que terá por objeto:

99
a) tomar as contas dos administradores;
b) examinar, discutir e votar as demonstrações financeiras;
c) deliberar sobre a destinação do lucro líquido do exercício e a distribuição de
dividendos;
d) eleger os administradores e os membros do Conselho Fiscal, quando for o
caso.

Parágrafo segundo – As Assembleias Gerais extraordinárias serão convocadas


sempre que houver interesse da Companhia, e convocadas mediante publicações
pela imprensa, na forma da lei, constando a data, hora e local da reunião, bem como
a ordem do dia.

Art. 10 - Os trabalhos da assembleia serão dirigidos por mesa composta pelo Diretor-
Presidente da sociedade ou, na sua falta, qualquer outro diretor, que indicará um ou
dois acionistas presentes para servir de secretários.

Art. 11 - Nas Assembleias Gerais, os acionistas que não puderem comparecer


poderão fazer-se representar por procuradores.

Art. 12 - Antes da abertura da assembleia, os acionistas deverão assinar o Livro de


Presença, indicando nome, nacionalidade, residência e a quantidade, espécie e
classe das ações de que são titulares.

Art. 13 - As deliberações serão tomadas por maioria absoluta de votos, sendo que os
votos em branco não serão computados.

Art. 14 - Encerrados os trabalhos, será lavrada, em livro próprio, a devida ata, assinada
pelos membros da mesa e acionistas presentes.

Seção II - Da Administração - Conselho de Administração e Diretoria

Art. 15 - A administração da sociedade competirá ao Conselho de Administração e à


Diretoria, na forma deste estatuto.

Art. 16 - O Conselho de Administração, composto por no máximo 3 membros, será


eleito pela assembleia geral ordinária, com mandato de 2 ano(s), permitida a
reeleição.

Parágrafo primeiro - Os membros eleitos serão empossados pela Assembleia Geral


que os eleger, lavrando-se termo no "Livro de Atas do Conselho de Administração".

Parágrafo segundo - O presidente do Conselho de Administração, em caso de


ausência ou impedimento, será substituído por qualquer um dos conselheiros, a ser
escolhido por ocasião da reunião do Conselho. Em caso de vacância do cargo de
conselheiro, os conselheiros remanescentes nomearão um substituto para ocupá-lo.
Se ocorrer vacância da maioria dos cargos, a Assembleia Geral será convocada para
proceder à nova eleição.

100
Art. 17 - Compete ao Conselho de Administração:

I. Fixar a orientação geral dos negócios da companhia;


II. Eleger e destituir os diretores da companhia e fixar-lhes as atribuições,
observado o disposto neste estatuto;
III. fiscalizar a gestão dos diretores, examinar, a qualquer tempo, os livros e papéis
da companhia, solicitar informações sobre contratos celebrados ou em via de
celebração, e quaisquer outros atos;
IV. Convocar a assembleia geral quando julgar conveniente;
V. Manifestar-se sobre o relatório da administração e as contas da Diretoria;
VI. Autorizar a alienação de bens do ativo permanente, a constituição de ônus reais
e a prestação de garantias a obrigações de terceiros.

Parágrafo único. Serão arquivadas no Registro do Comércio e publicadas as atas das


reuniões do Conselho de Administração que contiverem deliberação destinada a
produzir efeitos perante terceiros.

Art. 18 - O Conselho de Administração reunir-se-á conforme exijam os interesses


sociais, mediante convocação do presidente ou de qualquer conselheiro.

Parágrafo único. As deliberações do Conselho de Administração serão tomadas por


maioria de votos, com a presença de, no mínimo, 2/3 (dois terços) de seus membros.

Art. 19 - A Diretoria, composta de 4 membros, cada qual com 1 suplente(s), será eleita
pelo Conselho de Administração para um mandato de 3 (três) anos, permitida a
reeleição para o período seguinte.

Art. 20 - Em caso de impedimento temporário de qualquer diretor, este será substituído


pelo seu suplente eleito pelo Conselho de Administração, enquanto perdurar tal
impedimento.

Parágrafo único. Em caso de vaga na Diretoria, o suplente desempenhará as funções


do substituído até completar o prazo do mandato.

Art. 21 - Compete à Diretoria:

I. por um só diretor:
a) a prática dos atos necessários ao funcionamento regular da sociedade;
b) a representação da sociedade, ativa e passivamente, em Juízo ou fora dele, e
perante terceiros, quer sejam pessoas físicas, quer jurídicas, de direito público
ou privado.
II. por, no mínimo, 1 de seus diretores:
a) a prática de atos que obriguem a sociedade, onere seus bens ou envolvam sua
responsabilidade;
b) o exercício de todos os demais direitos e deveres que a lei lhe confere.

101
Art. 22 - A remuneração dos diretores será estabelecida, anualmente, pela Assembleia
Geral, ficando-lhes atribuída a participação de 40% no lucro líquido da sociedade.

Art. 23 - Os diretores deverão prestar, antes da sua investidura, caução consistente


em R$20.000,00, em garantia de sua gestão, enquanto estiverem investidos nos
cargos.

Seção III - Do Conselho Fiscal

Art. 24 - A companhia terá um Conselho Fiscal, em caráter permanente, composto de


3 membros e igual número de suplentes, eleitos pela Assembleia Geral.

Parágrafo único. Os suplentes substituirão os membros efetivos, automaticamente, na


ordem de sua designação.

Art. 25 - Compete ao Conselho Fiscal, dentre outras atribuições e poderes que lhe são
conferidos por lei:

I. fiscalizar os atos dos administradores e verificar o cumprimento dos seus


deveres legais e estatutários;
II. opinar sobre o relatório anual da administração, fazendo constar do seu parecer
as informações complementares que julgar necessárias ou úteis à deliberação
da assembleia geral;
III. opinar sobre as propostas dos órgãos da administração, a serem submetidas à
assembleia geral, relativas à modificação do capital social, emissão de
debêntures ou bônus de subscrição, planos de investimento ou orçamentos de
capital, distribuição de dividendos, transformação, incorporação, fusão ou
cisão;
IV. denunciar aos órgãos de administração e, se estes não tomarem as
providências necessárias para a proteção dos interesses da companhia, à
assembleia geral, os erros, fraudes ou crimes que descobrirem, e sugerir
providências úteis à companhia;
V. convocar a assembleia geral ordinária, se os órgãos de administração
retardarem por mais de 1 (um) mês essa convocação, e a extraordinária,
sempre que ocorrerem motivos graves ou urgentes, incluindo na agenda das
assembleias as matérias que considerarem necessárias;
VI. analisar, ao menos trimestralmente, o balancete e demais demonstrações
financeiras elaboradas periodicamente pela companhia;
VII. examinar as demonstrações financeiras de exercício social e sobre elas opinar;
VIII. exercer essas atribuições, durante a liquidação.

Art. 26 – A remuneração dos membros do Conselho Fiscal será fixada pela assembleia
que os eleger, não poderá ser inferior, para cada um de seus membros em exercício,
a dez por cento da que, em média, for atribuída a cada diretor, não computados
benefícios, verbas de representação e participação nos lucros.

102
CAPÍTULO IV - DO EXERCÍCIO SOCIAL, RESERVAS E LUCROS

Art. 27 - O exercício social terá a duração de um ano, encerrando-se a 31 de dezembro


de cada ano, ocasião em que será realizado um balanço patrimonial, com
demonstrativo dos lucros e perdas, do resultado do exercício e das origens e
aplicações dos recursos.

Parágrafo único. Poderão ser feitos balanços gerais sempre que a administração
julgar oportunos.

Art. 28 - Do lucro líquido do exercício, 5% (cinco por cento) serão aplicados, antes de
qualquer outra destinação, na constituição da reserva legal, que não excederá de 20%
(vinte por cento) do capital social.

Parágrafo único: é assegurado aos acionistas o dividendo mínimo de 25% (vinte e


cinco por cento), calculado sobre o lucro líquido do exercício diminuído ou acrescido
dos seguintes valores:

a) importância destinada à constituição da reserva legal; e


b) importância destinada à formação da reserva para contingências, quando
existente, e reversão da mesma reserva formada em exercícios anteriores.

CAPÍTULO V - DA DISSOLUÇÃO, LIQUIDAÇÃO E EXTINÇÃO

Art. 29 - Se houver dissolução da sociedade, a Assembleia Geral designará o


liquidante e o Conselho Fiscal que atuarão na fase de liquidação e determinará a
forma em que esta deverá ser realizada.

Parágrafo único. Liquidado o passivo, na forma determinada em lei, o ativo


remanescente será rateado entre os acionistas.

Venâncio Aires, 07 de dezembro de 2019.

CONTRATOS

Primeiro cliente da TabaComex a jurar contrato: Flikco Kado

EXPORTADOR-VENDEDOR: COMPANHIA DE EXPORTAÇÃO DE TABACO


BRASILEIRO LTDA, estabelecida à Rua Enith Lenz, nº 389, Bairro Venâncio Aires,
Estado de Rio Grande do Sul, país Brasil, inscrita no registro de comércio sob número
34910-331a, através de seu representante legal, Carlos Alexandre de Souza, portador
da identidade nº 53166020-5, de ora em diante denominado simplesmente
VENDEDOR, e
103
IMPORTADOR-COMPRADOR: Flikco Kado, estabelecida à Rua Lourdesstraat, nº 28
B, Bairro Gante, Estado de Gante, país Bélgica inscrita no CNPJ sob número BE 0872
069 590, através de seu representante legal, Flikco Kado, de ora em diante
denominado simplesmente COMPRADOR, ajustam entre si a compra e venda de
trigo, nas seguintes condições:

1. O VENDEDOR entregará ao COMPRADOR, ou a sua ordem, 10.000 sacas de


tabaco tipo Burley, contendo cada saca 2,1 kg, pelo preço de € 26,73 (vinte e
seis euros e setenta e três cents) a saca, mercadorias estas que o VENDEDOR
dá garantia que estejam livres de qualquer gravame ou reivindicação de
terceiros com base em direitos de propriedade industrial ou intelectual,
perfazendo o total deste contrato € 267.300 (duzentos e sessenta e sete mil e
trezentos euros).

2. O pagamento da exportação será efetuado pelo COMPRADOR seguinte forma:


Carta de Crédito à Vista ou a Prazo:

Carta de Crédito à Vista ou a Prazo - O importador deve dirigir-se a um banco para


que este emita uma Carta de Crédito cujo beneficiário será o exportador. Como regra,
este documento deve ser emitido de acordo com as exigências do exportador (ser
emitido por um banco de primeira linha, conter cláusula de irrevogabilidade etc.) e do
importador (especificação da mercadoria, transbordo, documentação etc.). Pode ser
convencionado como “à vista” ou “a prazo”. Os documentos originais devem ser
entregues exclusivamente ao banco negociador da carta de crédito no Brasil, que os
remeterá ao banco no exterior que abriu a carta de crédito.

3. Todas as prestações serão pagas diretamente ao VENDEDOR, ou á sua


ordem, o qual dará ao COMPRADOR a devida quitação das parcelas, na
medida em que forem sendo pagas.

4. O VENDEDOR compromete-se a entregar as mercadorias no endereço


previamente acordado, no prazo previsto de 180 dias a contar da presente
assinatura, sob a condição de entrega até o porto de origem da mercadoria.

Sob o Incoterm DPU (Delivered At Place Unloaded), em que a responsabilidade


sobre o produto se dá até sua disponibilização no terminal do porto combinado.
Essas responsabilidades incluem desde o embarque no Brasil, as tarifas do
porto nacional, o armazenamento, o seguro nacional e internacional até o
desembarque do produto.

5. O VENDEDOR poderá sobrestar a entrega do bem se, antes da tradição, o


COMPRADOR cair em insolvência, caso em que este último deverá prestar
caução de pagar no tempo ajustado.

104
6. O simples atraso no pagamento das parcelas nos respectivos vencimentos
constituirá o COMPRADOR em mora e acarretará suspensão temporária deste
contrato, imediata incidência de juros de mora de um por cento (1%) ao mês, e
da multa de 2 % (dois por cento), calculados sobre o valor da parcela não paga,
além da variação cambial euro (€), sem prejuízo de eventuais ações de perdas
ou danos devidos á suspensão contratual ocorrida.

7. Se, interpelado judicialmente ou notificado através de comunicação escrita, sob


registro, o COMPRADOR não purgar a mora no prazo de 30 (trinta) dias,
contados do recebimento da interpelação ou notificação, o presente
instrumento considerar-se-á rescindido de pleno direito, sem prejuízo da ação
de perdas e danos correspondente.

8. O VENDEDOR responsabiliza-se pelos riscos da evicção e por todos vícios


ocultos, eventualmente existentes, que tornem o bem impróprio ao uso a que é
destinado, ou lhe diminuam o valor, respondendo pelos prejuízos daí
decorrentes.

9. O presente contrato é firmado na condição de irrevogável. O VENDEDOR se


obriga por si, seus herdeiros e sucessores a fazer a presente venda boa, firme
e valiosa, entregando os documentos relativos às exigências alfandegárias e
comerciais na entrega das mercadorias ao COMPRADOR, ou à ordem deste.

10. A entrega da mercadoria ao primeiro transportador importa em transferência


do risco ao COMPRADOR

11. A perda ou deterioração das mercadorias ocorrida após a transferência do


risco ao comprador não o libera da obrigação de pagar o preço, salvo se for
devida a ato ou omissão por parte do vendedor.

12. As partes elegem o foro da Comarca Venâncio Aires, estado do Rio grande do
Sul, país Brasil, para dirimir eventuais litígios decorrentes deste contratado.

E por estarem assim justas e contratadas, assinam o presente instrumento em duas


vias de igual teor, juntamente com as testemunhas abaixo.

Local e data:

______________________ _______________________

VENDEDOR COMPRADOR

Testemunhas:

105
1ª Ass. _________________________

Nome:

RG:

2ª Ass. _________________________

Nome:

RG:

Segundo cliente da TabaComex a jurar contrato: Cubacigar

EXPORTADOR-VENDEDOR: COMPANHIA DE EXPORTAÇÃO DE TABACO


BRASILEIRO LTDA, estabelecida à Rua Enith Lenz, nº 389, Bairro Venâncio Aires,
Estado de Rio Grande do Sul, país Brasil, inscrita no registro de comércio sob número
34910-331a, através de seu representante legal, Carlos Alexandre de Souza, portador
da identidade nº 53166020-5, de ora em diante denominado simplesmente
VENDEDOR, e

IMPORTADOR-COMPRADOR: Cubacigar (Benelux), estabelecida à Rua


Reutenbeek, nº 5, Bairro B-3090 Overijse, Estado de Overijse, país Bélgica inscrita no
CNPJ sob número 20087626000194, através de seu representante legal, Cubacigar
(Benelux), de ora em diante denominado simplesmente COMPRADOR, ajustam entre
si a compra e venda de trigo, nas seguintes condições:

1. O VENDEDOR entregará ao COMPRADOR, ou a sua ordem, 5.000 sacas de


tabaco tipo Burley, contendo cada saca 2,1 kg, pelo preço de € 26,73 (vinte e
seis euros e setenta e três cents), a saca, mercadorias estas que o VENDEDOR
dá garantia que estejam livres de qualquer gravame ou reivindicação de
terceiros com base em direitos de propriedade industrial ou intelectual,
perfazendo o total deste contrato € 133.650,00 (cento e trinta e três mil
seiscentos e cinquenta euros).

2. O pagamento da exportação será efetuado pelo COMPRADOR seguinte forma:


Carta de Crédito à Vista ou a Prazo:

Carta de Crédito à Vista ou a Prazo - O importador deve dirigir-se a um banco para


que este emita uma Carta de Crédito cujo beneficiário será o exportador. Como regra,
este documento deve ser emitido de acordo com as exigências do exportador (ser
emitido por um banco de primeira linha, conter cláusula de irrevogabilidade etc.) e do
importador (especificação da mercadoria, transbordo, documentação etc.). Pode ser
106
convencionado como “à vista” ou “a prazo”. Os documentos originais devem ser
entregues exclusivamente ao banco negociador da carta de crédito no Brasil, que os
remeterá ao banco no exterior que abriu a carta de crédito.

3. Todas as prestações serão pagas diretamente ao VENDEDOR, ou a sua


ordem, o qual dará ao COMPRADOR a devida quitação das parcelas, na
medida em que forem sendo pagas.

4. O VENDEDOR compromete-se a entregar as mercadorias no endereço


previamente acordado, no prazo previsto de 180 dias a contar da presente
assinatura, sob a condição de entrega até o porto de origem da mercadoria.
Sob o Incoterm DPU (Delivered At Place Unloaded), em que a responsabilidade
sobre o produto se dá até sua disponibilização no terminal do porto combinado.
Essas responsabilidades incluem desde o embarque no Brasil, as tarifas do
porto nacional, o armazenamento, o seguro nacional e internacional até o
desembarque do produto.

5. O VENDEDOR poderá sobrestar a entrega do bem se, antes da tradição, o


COMPRADOR cair em insolvência, caso em que este último deverá prestar
caução de pagar no tempo ajustado.

6. O simples atraso no pagamento das parcelas nos respectivos vencimentos


constituirá o COMPRADOR em mora e acarretará suspensão temporária deste
contrato, imediata incidência de juros de mora de um por cento (1%) ao mês, e
da multa de 2 % (dois por cento), calculados sobre o valor da parcela não paga,
além da variação cambial do euro (€), sem prejuízo de eventuais ações de
perdas ou danos devidos à suspensão contratual ocorrida.

7. Se, interpelado judicialmente ou notificado através de comunicação escrita, sob


registro, o COMPRADOR não purgar a mora no prazo de 30 (trinta) dias,
contados do recebimento da interpelação ou notificação, o presente
instrumento considerar-se-á rescindido de pleno direito, sem prejuízo da ação
de perdas e danos correspondente.

8. O VENDEDOR responsabiliza-se pelos riscos da evicção e por todos os vícios


ocultos, eventualmente existentes, que tornem o bem impróprio ao uso a que é
destinado, ou lhe diminuam o valor, respondendo pelos prejuízos daí
decorrentes.

9. O presente contrato é firmado na condição de irrevogável. O VENDEDOR se


obriga por si, seus herdeiros e sucessores a fazer presente venda boa, firme e
valiosa, entregando os documentos relativos às exigências alfandegárias e
comerciais na entrega das mercadorias ao COMPRADOR, ou à ordem deste.
107
10. A entrega da mercadoria ao primeiro transportador importa em transferência
do risco ao COMPRADOR

11. A perda ou deterioração das mercadorias ocorrida após a transferência do


risco ao comprador não o libera da obrigação de pagar o preço, salvo se for
devida a ato ou omissão por parte do vendedor.

12. As partes elegem o foro da Comarca Venâncio Aires, estado do Rio grande do
Sul, país Brasil, para dirimir eventuais litígios decorrentes deste contratado.

E por estarem assim justas e contratadas, assinam o presente instrumento em duas


vias de igual teor, juntamente com as testemunhas abaixo.

Local e data:

______________________ _______________________

VENDEDOR COMPRADOR

Testemunhas:

1ª Ass. _________________________

Nome:

RG:

2ª Ass. _________________________

Nome:

RG:

Terceiro cliente da TabaComex a jurar contrato com a TabaComex: British


American Tobacco Belgium

EXPORTADOR-VENDEDOR: COMPANHIA DE EXPORTAÇÃO DE TABACO


BRASILEIRO LTDA, estabelecida à Rua Enith Lenz, nº 389, Bairro Venâncio Aires,
Estado de Rio Grande do Sul, país Brasil, inscrita no registro de comércio sob número
34910-331a, através de seu representante legal, Carlos Alexandre de Souza, portador
da identidade nº 53166020-5, de ora em diante denominado simplesmente
VENDEDOR, e

108
IMPORTADOR-COMPRADOR: British American Tobacco Belgium, estabelecida à
Rua De Koninckstraat, nº 38, Bairro B-1080 Bruxelas, Estado de Bruxelas, país
Bélgica inscrita no CNPJ sob número 61609724000121, através de seu representante
legal, British American Tobacco Belgium, de ora em diante denominado simplesmente
COMPRADOR, ajustam entre si a compra e venda de trigo, nas seguintes condições:

1. O VENDEDOR entregará ao COMPRADOR, ou à sua ordem, 20.000 sacas de


tabaco tipo Burley, contendo cada saca 2,1 kg, pelo preço de € 26,73 (vinte e
seis euros e setenta e três cents), a saca, mercadorias estas que o VENDEDOR
dá garantia que estejam livres de qualquer gravame ou reivindicação de
terceiros com base em direitos de propriedade industrial ou intelectual,
perfazendo o total deste contrato € 534.600,00 (quinhentos e trinta e quatro mil
e seiscentos euros).

2. O pagamento da exportação será efetuado pelo COMPRADOR seguinte forma:


Carta de Crédito à Vista ou a Prazo:

Carta de Crédito à Vista ou a Prazo - O importador deve dirigir-se a um banco para


que este emita uma Carta de Crédito cujo beneficiário será o exportador. Como regra,
este documento deve ser emitido de acordo com as exigências do exportador (ser
emitido por um banco de primeira linha, conter cláusula de irrevogabilidade etc.) e do
importador (especificação da mercadoria, transbordo, documentação etc.). Pode ser
convencionado como “à vista” ou “a prazo”. Os documentos originais devem ser
entregues exclusivamente ao banco negociador da carta de crédito no Brasil, que os
remeterá ao banco no exterior que abriu a carta de crédito.

3. Todas as prestações serão pagas diretamente ao VENDEDOR, ou á sua


ordem, o qual dará ao COMPRADOR a devida quitação das parcelas, na
medida em que forem sendo pagas.

4. O VENDEDOR compromete-se a entregar as mercadorias no endereço


previamente acordado, no prazo previsto de 180 dias a contar da presente
assinatura, sob a condição de entrega até o porto de origem da mercadoria.
Sob o Incoterm DPU (Delivered At Place Unloaded), em que a responsabilidade
sobre o produto se dá até sua disponibilização no terminal do porto combinado.
Essas responsabilidades incluem desde o embarque no Brasil, as tarifas do
porto nacional, o armazenamento, o seguro nacional e internacional até o
desembarque do produto.

5. O VENDEDOR poderá sobrestar a entrega do bem se, antes da tradição, o


COMPRADOR cair em insolvência, caso em que este último deverá prestar
caução de pagar no tempo ajustado.

109
6. O simples atraso no pagamento das parcelas nos respectivos vencimentos
constituirá o COMPRADOR em mora e acarretará suspensão temporária deste
contrato, imediata incidência de juros de mora de um por cento (1%) ao mês, e
da multa de 2 % (dois por cento), calculados sobre o valor da parcela não paga,
além da variação cambial do euro (€), sem prejuízo de eventuais ações de
perdas ou danos devidos à suspensão contratual ocorrida.

7. Se, interpelado judicialmente ou notificado através de comunicação escrita, sob


registro, o COMPRADOR não purgar a mora no prazo de 30 (trinta) dias,
contados do recebimento da interpelação ou notificação, o presente
instrumento considerar-se-á rescindido de pleno direito, sem prejuízo da ação
de perdas e danos correspondente.

8. O VENDEDOR responsabiliza-se pelos riscos da evicção e por todos vícios


ocultos, eventualmente existentes, que tornem o bem impróprio ao uso a que é
destinado, ou lhe diminuam o valor, respondendo pelos prejuízos daí
decorrentes.

9. O presente contrato é firmado na condição de irrevogável. O VENDEDOR se


obriga por si, seus herdeiros e sucessores a fazer a presente venda boa, firme
e valiosa, entregando os documentos relativos às exigências alfandegárias e
comerciais na entrega das mercadorias ao COMPRADOR, ou à ordem deste.

10. A entrega da mercadoria ao primeiro transportador importa em transferência


do risco ao COMPRADOR

11. A perda ou deterioração das mercadorias ocorrida após a transferência do


risco ao comprador não o libera da obrigação de pagar o preço, salvo se for
devida a ato ou omissão por parte do vendedor.

12. As partes elegem o foro da Comarca Venâncio Aires, estado do Rio Grande
do Sul, país Brasil, para dirimir eventuais litígios decorrentes deste contratado.

E por estarem assim justas e contratadas, assinam o presente instrumento em duas


vias de igual teor, juntamente com as testemunhas abaixo.

Local e data:

______________________ _______________________

VENDEDOR COMPRADOR

Testemunhas:

1ª Ass. _________________________
110
Nome:

RG:

2ª Ass. _________________________

Nome:

RG:

Em cada contrato presente nesta seção, podem-se observar diferenças referentes às


quantidades de tabaco exportadas, isso se deve pela dimensão e capacidade de cada
empresa cliente da TabaComex, sendo assim, não só sua distribuição muda, assim
como o seu preço.

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