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Gestão Estratégica de Pequenas Empresas
Gestão Estratégica de Pequenas Empresas
PEQUENAS EMPRESAS
UNIASSELVI-PÓS
Programa de Pós-Graduação EAD
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Equipe Multidisciplinar da
Pós-Graduação EAD: Carlos Fabiano Fistarol
Ilana Gunilda Gerber Cavichioli
Cristiane Lisandra Danna
Norberto Siegel
Camila Roczanski
Julia dos Santos
Ariana Monique Dalri
Bárbara Pricila Franz
Marcelo Bucci
Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
22
R357g Reis, Magnus dos
Gestão estratégica de pequenas empresas / Magnus dos Reis.
Indaial: UNIASSELVI, 2018.
130 p. : il
ISBN 978-85-53158-06-5
1.Gestão Empresarial.
I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
Magnus dos Reis
APRESENTAÇÃO...........................................................................01
CAPÍTULO 1
Introdução à Gestão Estratégica.............................................09
CAPÍTULO 2
Planejamento Estratégico.........................................................37
CAPÍTULO 3
Pessoas, Lideranças e Dinâmica.................................................97
APRESENTAÇÃO
Os novos padrões econômicos e a globalização internacional têm
transformado o mundo dos negócios no século XXI, impondo grandes desafios
às empresas. Existem vários exemplos na história de empresas que possuíam
sólida atuação e tecnologia de ponta na indústria, e que, em um determinado
momento, foram surpreendidas por novos ou antigos concorrentes, quando
esses lançaram produtos diferenciados ou bens com tecnologia superior
ao mercado. Essas empresas retardatárias tiveram que se reinventar
rapidamente, sob pena de encerrarem suas atividades. É o caso de algumas
empresas fabricantes de videocassetes, que assistiram à margem a criação dos
CDs e DVDs, uma nova tecnologia que proporcionou melhor imagem e mais
capacidade de armazenamento que as fitas cassetes. Esses novos produtos
dominaram o mercado rapidamente, requerendo uma reação estratégica rápida
das empresas retardatárias.
Bons estudos!
C APÍTULO 1
Introdução à Gestão Estratégica
� Definir estratégia.
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Capítulo 1 Introdução à Gestão Estratégica
Contextualização
No Brasil, as pequenas empresas são fundamentais para a economia, pois
além de estarem em maior número nos mercados, elas são as que mais empregam.
Curiosamente é notório que as pequenas empresas têm essa importância na economia
nacional, o cenário econômico brasileiro é mais hostil à atividade empresarial justamente
para as pequenas empresas, pois elas não conseguem atuar e se defender de forma
eficiente como as grandes corporações fazem. O ambiente é adverso devido a diversos
fatores, entre os quais encontram-se, por exemplo, as instituições econômicas e políticas
que proporcionam incentivos errados à atividade empresarial, lentidão do judiciário e
legislação arcaica, alta carga tributária (além de complexa), recursos escassos e baixa
capacidade de investimento, o que dificulta a inovação.
Nesse sentido, esse capítulo tem como ponto nevrálgico demonstrar como
a estratégia está relacionada com as empresas. Serão apresentadas algumas
definições relacionadas à estratégia, além de descrever as origens e a evolução
do pensamento estratégico. Serão debatidas as necessidades, por exemplo, o
desenvolvimento e as escolas do pensamento estratégico, e finalmente, como
são descritas as estratégias competitivas genéricas.
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Capítulo 1 Introdução à Gestão Estratégica
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GESTÃO ESTRATÉGICA DE PEQUENAS EMPRESAS
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Capítulo 1 Introdução à Gestão Estratégica
Atividades de Estudos:
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GESTÃO ESTRATÉGICA DE PEQUENAS EMPRESAS
CMe = AN –β
A e β são constantes, sendo A > 0 e 0 < β < 1, CMe é custo médio unitário
de produção e N representa a quantidade acumulada de produção. Ainda, o custo
variável de produção da primeira unidade produzida é representado pelo A e β
representa elasticidade de experiência, ou seja, a variação percentual do custo
médio para um aumento de 1% no volume acumulado de produção. Perceba que o
que determina a magnitude das reduções de custo atingidas através de uma maior
experiência é a inclinação da curva de aprendizado, isto é, através do parâmetro β.
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Capítulo 1 Introdução à Gestão Estratégica
CMe
N
Fonte: O autor.
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Capítulo 1 Introdução à Gestão Estratégica
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Capítulo 1 Introdução à Gestão Estratégica
Atividade de Estudos:
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Capítulo 1 Introdução à Gestão Estratégica
Durante a Segunda Guerra Mundial, uma vez que as ações militares eram
extremamente arriscadas e incertas, foi necessário desenvolver ainda mais o
pensamento estratégico para lidar com essas situações. Especificamente, o
dilema enfrentado pelos países e empresas de como alocar os recursos escassos
em uma economia mundial em guerra, fez com que a administração estratégica
passasse por várias inovações, especialmente a programação linear, a qual
tornou factível utilizar metodologias de análise quantitativas para elaboração
do planejamento estratégico, além do desenvolvimento de vários controles
orçamentários. O conceito de curva de aprendizado, apresentado anteriormente,
foi introduzido nessa época e tornou-se uma ferramenta importante para o
planejamento estratégico.
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GESTÃO ESTRATÉGICA DE PEQUENAS EMPRESAS
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Capítulo 1 Introdução à Gestão Estratégica
Existentes
Penetração de Desenvolvimento
Mercados Mercado de Produtos
Novos
Desenvolvimento
Diversificação
de Mercado
Fonte: O autor.
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Capítulo 1 Introdução à Gestão Estratégica
PLANEJAMENTO
ESTRATÉGICO
PLANEJAMENTO
TÁTICO
PLANEJAMENTO
OPERACIONAL
Fonte: O autor.
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Capítulo 1 Introdução à Gestão Estratégica
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GESTÃO ESTRATÉGICA DE PEQUENAS EMPRESAS
Atividades de Estudos:
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Capítulo 1 Introdução à Gestão Estratégica
A Pequena Empresa
Como salientado na contextualização deste capítulo, além de serem
O cenário enfrentado
as que mais empregam, as pequenas e médias empresas estão em maior por essas empresas
número em relação às grandes empresas no Brasil. O cenário enfrentado é hostil
por essas empresas é hostil, devido ao chamado custo governo, como
a falta de acesso a financiamentos, instabilidade macroeconômica e Todas essas
financeira nacional, baixo crescimento econômico vivenciado no país condições fazem com
nos últimos anos, carência de instituições nacionais que incentivem a que as pequenas e
atividade empresarial, atual constituição e leis que não proporcionam a médias empresas
liberdade econômica e política necessárias para estimular as empresas. tenham um tempo
de sobrevivência
Todas essas condições fazem com que as pequenas e médias empresas
muito pequeno no
tenham um tempo de sobrevivência muito pequeno no mercado. mercado.
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Capítulo 1 Introdução à Gestão Estratégica
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GESTÃO ESTRATÉGICA DE PEQUENAS EMPRESAS
Algumas Considerações
São muitos os desafios enfrentados pelos administradores para manterem
suas empresas competitivas no mercado, especialmente quando se trata de
pequenas empresas. As evidências sugerem que as empresas, ao utilizarem
um planejamento estratégico, serão bem-sucedidas que as concorrentes. Nesse
sentido, é fundamental conhecer um pouco mais sobre a estratégia no contexto
empresarial, suas origens, evolução e as escolas do pensamento estratégico.
Referências
ANDREWS, K. The concept of corporate strategy. 3. ed. Ann Arbor: Irwin, 1987.
BAIN, J. Industrial organization. 1. ed. Hoboken: John Wiley & Sons, 1965.
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Capítulo 1 Introdução à Gestão Estratégica
TZU, S. A Arte da Guerra: os treze capítulos originais. São Paulo: Jardim dos
livros, 2011.
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C APÍTULO 2
Planejamento Estratégico
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Capítulo 2 Planejamento Estratégico
Contextualização
O planejamento estratégico é uma administração gerencial que
O planejamento
preocupa-se em formular objetivos, estabelecer estratégias, executar ações, estratégico é uma
monitorar resultados levando em conta as condições internas e externas à administração
empresa e considerando a visão que a empresa tem para o futuro. gerencial que
preocupa-se em
O processo de elaboração do planejamento estratégico pode formular objetivos,
estabelecer
ser compreendido como a união dos objetivos organizacionais das
estratégias,
estratégias competitivas e corporativas elaboradas, visando alcançar executar ações,
esses objetivos, e das ações a serem seguidas pela empresa. monitorar resultados
Portanto, pode-se pensar que os requisitos para o processo de levando em conta as
planejamento estratégico são: objetivos; estratégias; e cursos de ação. condições internas e
Enquanto os objetivos sugerem o que fazer, a resposta de como fazer externas à empresa
e considerando a
será fornecida pelas estratégias. A figura a seguir apresenta as etapas
visão que a empresa
da gestão estratégica: tem para o futuro.
Declarar a
Missão, Visão
e Valores
Feedback Analisar o
e Controle ambiente
Ações para
Estabelecer
implementar
Objetivos
as estratégias
Formular as
estratégias
Fonte: O autor.
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GESTÃO ESTRATÉGICA DE PEQUENAS EMPRESAS
Conceitos e Definições
Iniciamos este capítulo com a definição de alguns conceitos fundamentais
relacionados ao planejamento estratégico e gestão empresarial. Para Chiavenato
e Sapiro (2009, p. 82), intenção estratégica é:
[...] conhecimento da essência da organização e representa
a alavancagem de todos os recursos internos, capacidades
e habilidades de uma organização com a finalidade de
cumprir suas metas no ambiente competitivo. É essa intenção
estratégica que proporciona aos membros da organização,
em todos os níveis e áreas, a justificativa para a entrega e
dedicação na busca de um desempenho que seja único,
significativo e superior com relação aos concorrentes.
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Capítulo 2 Planejamento Estratégico
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GESTÃO ESTRATÉGICA DE PEQUENAS EMPRESAS
I. Sumário
III. Empreendimento
IV. Mercado
V. Produto/Serviço
X. Anexos
Com relação à seção Com relação à seção do empreendimento, nesta precisa constar
do empreendimento, detalhes sobre a definição da empresa, sua razão social, localização,
nesta precisa
histórico, área de atuação, responsáveis pela gestão de cada área da
constar detalhes
sobre a definição da empresa, infraestrutura, composição societária, missão, visão e valores,
empresa. além da definição do negócio.
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Capítulo 2 Planejamento Estratégico
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GESTÃO ESTRATÉGICA DE PEQUENAS EMPRESAS
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Capítulo 2 Planejamento Estratégico
Em alguns casos, pode haver a necessidade de criar uma seção sobre o planeja-
mento e desenvolvimento do negócio. Nestes será preciso estabelecer um cronograma
que aponta cada etapa do processo de implementação do projeto até que a empresa
possa iniciar suas atividades no mercado, além de identificar o estágio atual que se
encontra a empresa. Pode-se considerar uma gestão de contingências, a qual aponta
as eventuais dificuldades que poderão ser enfrentadas pela empresa durante o desen-
volvimento do projeto e estabelece estratégias para eliminar ou reduzir tais problemas.
Fonte: O autor.
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Capítulo 2 Planejamento Estratégico
Móveis e utensílios
Veículos
Imóveis
Custos com instalações e outros
Total
Fonte: O autor.
Da mesma forma, pode-se produzir uma outra tabela que se destina a identificar
os custos fixos e variáveis do empreendimento. A diferença entre custos fixos e
variáveis é que os fixos independem do volume de produção, enquanto as variáveis
sofrem acréscimos/decréscimos à medida que o volume de vendas aumenta/reduz.
Seguro
Depreciação
Serviços diversos
Materiais diversos
Insumos
VARIÁVEIS
Fretes
Comissões e impostos
Total
Fonte: O autor.
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GESTÃO ESTRATÉGICA DE PEQUENAS EMPRESAS
Custos Fixos
Custos Variáveis
Fundo de Caixa
Recursos próprios
ORIGEM
Recursos de Terceiros
Reinvestimento
Total de Recursos Necessários
Fonte: O autor.
Com base nas receitas e custos apurados será possível produzir uma
tabela apresentando o demonstrativo de resultados da empresa, visando obter
a lucratividade do negócio. A partir dela será factível apurar informações cruciais
sobre o empreendimento, tais como o retorno sobre o capital investido na
empresa e o prazo de retorno sobre o investimento inicial. Esses indicadores são
importantíssimos, pois eles servem para avaliar o grau de atratividade da empresa.
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Capítulo 2 Planejamento Estratégico
Fonte: O autor.
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GESTÃO ESTRATÉGICA DE PEQUENAS EMPRESAS
Fonte: O autor.
200.000, 00
Ponto de Equilíbrio
= = ×100 50
800.000, 00 − 400.000, 00
50
Capítulo 2 Planejamento Estratégico
Em que:
Perceba que para se chegar ao valor presente é necessário atribuir uma taxa
de desconto ( K ). É essa taxa que diminui o valor efetivo de cada resultado ao
levar em conta o período em que ele ocorreu. Esse desconto pode ser entendido
também como o custo do capital. Usualmente, essa taxa se baseia na taxa de juros
praticados pela economia e no grau de risco do mercado no qual a empresa atua.
Em síntese, o VPL tem como objetivo avaliar a empresa, pois se VPL > 0 ,
então a empresa é economicamente viável. Para tornar mais ilustrativo, considere
o seguinte exemplo: suponha que um empreendedor deseja abrir uma empresa
que produz camisetas, mas para isso se tornar possível, ele necessitará de um
investimento inicial de R$ 300.000,00. Tal valor inclui equipamentos, móveis,
estoque, capital de giro e despesas para abertura da empresa. Considere
ainda que a empresa projeta vender nos próximos 5 anos um valor médio de
R$ 105.000,00 por ano e que o custo do capital seja 20% ao ano. A pergunta
eminente que surge é: será que esse negócio é atrativo? Para responder a essa
questão, pode-se utilizar o VPL , como segue:
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GESTÃO ESTRATÉGICA DE PEQUENAS EMPRESAS
VPL = 14.015
Uma vez que o VPL for positivo (R$ 14.015,00), conclui-se que o negócio é
atrativo.
t*
FCt
I =∑
(1 + K )
t
t =1
De modo geral, esse método é mais útil para comparar várias alternativas de
investimento, e para um único projeto, ele pode ser complementar ao VPL .
Uma vez que não é possível encontrar uma expressão analítica para calcular
o payback descontado, isso envolveria técnicas matemáticas avançadas, porém
pode-se utilizar um método alternativo para encontrar mais facilmente esse t * .
Para isso, volte ao exemplo anterior e construa uma tabela, conforme ilustrado no
quadro 8, considerando os fluxos de caixa projetados nos respectivos períodos e
aplique o conceito de valor presente (VP) sobre cada um deles. Após, acumule
esses fluxos de caixa ao valor presente para observar o valor e em que ano
ocorreu o último valor negativo do acumulado do fluxo de caixa ( ACPFCt* ), bem
como o primeiro ano positivo ( VPFCt* +1 ):
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Capítulo 2 Planejamento Estratégico
Fonte: O autor.
*
A partir disso, considere tcomo sendo o ano em que ocorreu o último valor
presente negativo do acumulado do fluxo de caixa e que |ACPFCt*|é o operador
matemático conhecido como módulo. Então, pode-se calcular o payback
descontado da seguinte forma:
ACPFCt*
Payback= t * +
VPFCt* +1
28.182, 00
Payback= 4 +
42.197, 00
Payback= 4 + 0, 67
Payback = 4, 67
Nesse caso, o tempo de retorno do investimento necessário para abrir a
empresa é de 4,67 anos. Além disso, quanto menor o payback descontado,
melhor será o investimento. Há também outro indicador semelhante ao payback
descontado – é o payback –sendo que a diferença entre eles é que um traz e o
outro não traz os fluxos de caixa projetados ao valor presente. A seguir, na Tabela
8, utiliza-se o mesmo exemplo anterior para calcular o payback, e não mais o
payback descontado. Outra diferença é que, como não se coloca o valor presente
dos fluxos de caixa, deve-se utilizar o primeiro valor do fluxo de caixa acumulado.
Fonte: O autor.
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GESTÃO ESTRATÉGICA DE PEQUENAS EMPRESAS
90.000, 00
Payback= 3 +
105.000, 00
Payback= 3 + 0,86
Payback = 3,86
Tem-se mais uma vez um valor positivo e, obviamente, um tempo de retorno
menor que o payback descontado.
T
FCt
0 =− I + ∑
(1 + TIR )
t
t =1
Alternativamente:
T
FCt
I =∑
(1 + TIR )
t
t =1
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Capítulo 2 Planejamento Estratégico
T
105.000t
VPL ( 20% ) =
−300.000 + ∑ 14.015
=
(1 + 0, 20 )
t
t =1
T
105.000t
VPL ( 23% ) =
−300.000 + ∑ −5.635
=
(1 + 0, 23)
t
t =1
Nesse caso, já é possível saber que a TIR ficará entre 20% e 23%, contudo,
para ter um valor mais exato, pode-se interpolar esses valores da seguinte maneira:
14.015 −5.635
=
(TIR − 20 ) ( 23 − TIR )
435.045
TIR
= = 22,14%
19.650
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GESTÃO ESTRATÉGICA DE PEQUENAS EMPRESAS
pode ser usado para analisar o desempenho de uma empresa, pois ele é capaz de
medir sua produtividade, eficiência e competência, que são questões fundamentais
para o empresário que pretende investir ou está avaliando o negócio.
Em que: EBITDA = LO + DF + DEP + AM
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Capítulo 2 Planejamento Estratégico
Contas Valores
Receita Operacional Bruta: 1.805.700,00
(-) Deduções da Receita Bruta (Impostos sobre Vendas): -361.140,00
Receita Operacional Líquida: 1.444.560,00
(-) Custo dos Produtos Vendidos e dos Serviços Prestados: -1.083.420,00
Resultado operacional Bruto: 361.140,00
Despesas Operacionais: -164.460,00
(-) Despesas com Vendas: -78.890,00
(-) Despesas Gerais e Administrativas: -48.570,00
(-) Despesas Financeiras -37.000,00
Lucro Operacional: 196.680,00
Outras Receitas/Despesas não Operacionais: 10.550,00
Lucro Antes do Imposto de Renda (Lucro Bruto): 207.230,00
Imposto de Renda: -31.240,00
Lucro Líquido: 175.990,00
Lucro Líquido (%) 9,75
Fonte: O autor.
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GESTÃO ESTRATÉGICA DE PEQUENAS EMPRESAS
Fonte: O autor.
Atividades de Estudos:
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Capítulo 2 Planejamento Estratégico
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GESTÃO ESTRATÉGICA DE PEQUENAS EMPRESAS
10) Suponha que você deseja abrir uma franquia de uma loja de
tecidos conhecida nacionalmente. A franquia necessita de um
investimento inicial de R$ 600.000,00 e ela projeta vender
R$ 200.000,00 no primeiro ano, e nos próximos quatro há um
crescimento previsto anual de 10% em cada ano (comparado ao
ano anterior). Calcule o VPL e a TIR do negócio.
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Capítulo 2 Planejamento Estratégico
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Planejamento Estratégico
A construção de um planejamento estratégico tem como objetivo, entre
A construção de
outras coisas, apontar a direção a ser seguida pela empresa, estabelecer
um planejamento
resultados desejados e convergir esforços para a concretização de todos estratégico tem
os objetivos traçados através da gestão estratégica. como objetivo,
entre outras coisas,
Assim, o planejamento estratégico tem como objetivo não apontar a direção
somente formular estratégias empresariais, mas também implementá- a ser seguida
pela empresa,
las através dos planos táticos e operacionais. Para Chiavenato e
estabelecer
Sapiro (2009), o planejamento estratégico deve ter as seguintes resultados desejados
características desejáveis: ser sistemático, ter foco no futuro, prever a e convergir esforços
criação de valor, englobar a participação e a continuidade e comtemplar para a concretização
a implementação e monitoramento das estratégias e dos resultados. de todos os objetivos
traçados através da
Detalhando cada uma dessas características, um planejamento gestão estratégica.
estratégico sistemático envolve pensar na empresa como um todo e não como um
comportamento isolado de cada uma de suas partes. Além disso, ele precisa almejar
ações e pensamentos visando ao futuro da empresa, pois o planejamento estratégico
deve ser considerado uma espécie de veículo que conduzirá a empresa de forma
saudável e rentável para este o futuro. Para isso, a visão organizacional que será
apresentada e detalhada a seguir é muito utilizada, uma vez que é através dela que
se definem as metas estratégicas de longo prazo da organização.
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GESTÃO ESTRATÉGICA DE PEQUENAS EMPRESAS
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Capítulo 2 Planejamento Estratégico
AMEAÇAS E FORÇAS E
OPORTUNIDADES FRAQUEZAS
FATORES-CHAVE COMPETÊNCIAS
DE SUCESSO DISTINTIVAS
CRIAÇÃO DA
ESTRATÉGIA
RESPONSABILIDADE VALORES
SOCIAL GERENCIAIS
AVALIAÇÃO E
ESCOLHA
IMPLEMENTAÇÃO
DA ESTRATÉGIA
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GESTÃO ESTRATÉGICA DE PEQUENAS EMPRESAS
O conjunto formado Um dos aspectos mais importantes, senão o mais diretivo e o que
pela missão, visão e mais orienta para o pleno exercício da liderança compartilhada, é o
valores representa estabelecimento de missão, visão e valores de uma empresa. O con-
a identidade junto formado pela missão, visão e valores representa a identidade or-
organizacional. ganizacional. Todos devem saber claramente o propósito/a razão da
existência da organização. É uma forma de o empresário motivar sua equipe, prat-
icando os princípios que levaram a empresa ao sucesso inicial. Uma declaração
de missão bem elaborada é imprescindível para que o mercado escolha a orga-
nização como sua fornecedora, pois ela é um importante meio de direcionamento
para os colaboradores. Além disso, deve responder ao que a empresa ou organi-
zação se propõe a fazer e para quem.
b) Missão
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Capítulo 2 Planejamento Estratégico
c) Visão
Vale destacar que, quanto mais a visão estiver alinhada aos interesses dos
diferentes grupos de interesse, mais ela pode atender aos seus propósitos. Para
garantir esse alinhamento, conforme destacaram Chiavenato e Sapiro (2009),
deve-se esclarecer a todos os grupos de interesse a direção de negócios, descre-
ver uma condição futura, motivar os grupos de interesse envolvidos a executarem
as ações necessárias, oferecer foco e inspirar os colaboradores a trabalharem em
direção a um conjunto integrado de objetivos.
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GESTÃO ESTRATÉGICA DE PEQUENAS EMPRESAS
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Capítulo 2 Planejamento Estratégico
d) Valores
Atividade de Estudos:
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GESTÃO ESTRATÉGICA DE PEQUENAS EMPRESAS
Objetivos
Os objetivos Para Cecconello e Ajzental (2008), os objetivos representam uma
representam abordagem quantitativa das metas da empresa, podendo ser estipulados
uma abordagem em termos de faturamento, Market share ou a índices de rentabilidade, por
quantitativa das metas exemplo. Para Chiavenato e Sapiro (2009), o objetivo é um alvo tangível para
da empresa, podendo
o futuro, uma meta a ser alcançada, um sonho desejado ou uma expectativa
ser estipulados
em termos de que espera-se que seja realizada. Esses objetivos são importantes porque
faturamento, Market eles enviam mensagens internas e externas à empresa.
share ou a índices
de rentabilidade, por Além disso, os objetivos servem de orientação para
exemplo. legitimar a existência da empresa, tomar decisões, fundamentar
organizacionalmente, tornar a organização eficiente, avaliar desempenho e manter
a racionalidade. De modo geral, o objetivo mais utilizado pelas empresas é a
maximização dos lucros, podendo ser medido em termos de rentabilidade.
68
Capítulo 2 Planejamento Estratégico
para a empresa. Quando se afirma que os objetivos devem ser desafiadores, mas
realistas, isso significa dizer que ele deve oferecer estímulos e oportunidades para os
colaboradores, visando estabelecer um sentimento de superação.
Definir objetivos com prazo limitado permite que o CEO da empresa avalie
sua evolução ao longo do tempo, além da possível comparação com os resultados
atingidos em períodos anteriores. Ademais, estabelecer objetivos condicionados
a recompensas motiva os colaboradores a alcançá-los e, quando eles forem
atingidos, os funcionários merecem uma gratificação extra. A comunicação
também aumenta a probabilidade de atingir os objetivos traçados.
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GESTÃO ESTRATÉGICA DE PEQUENAS EMPRESAS
Missão
Objetivos
Organizacionais
Objetivos Estratégicos
de Negócios
Objetivos Operacionais
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Capítulo 2 Planejamento Estratégico
Objetivos Estratégicos
Presidente
• 12% de retorno sobre o investimento
• 5% de crescimento anual
• Nenhum desligamento de empregado
• Excelente serviço ao cliente
Objetivos Táticos
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GESTÃO ESTRATÉGICA DE PEQUENAS EMPRESAS
Atividade de Estudos:
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Capítulo 2 Planejamento Estratégico
Modelos Estratégicos /
Ferramentas de Planejamento
Estratégico
Existem vários modelos de apoio à decisão que podem ser utilizados
A diversificação
como ferramentas do planejamento estratégico. Os modelos apresentados é uma alternativa
a seguir podem ser considerados os mais aceitos e utilizados pelos lógica que assegura
gestores. Frequentemente, eles são aplicados em empresas no processo o uso racional
estratégico, principalmente como uma ferramenta de apoio na formulação e eficiente dos
das políticas organizacionais. Lembrando ainda, que no capítulo anterior recursos econômicos
através da economia
foram apresentadas as estratégias genéricas competitivas de Porter
de custos.
(2004), que sugerem diferentes alternativas para a empresa conseguir
superar seus concorrentes em um determinado mercado.
A internacionalização
reflete a entrada
Além das estratégias de Porter (2004), a empresa poderia adotar da empresa
outras políticas para o crescimento, sendo a diversificação uma delas. em mercados
A diversificação propõe que a empresa recomende novos tipos de internacionais,
negócios para que ela cresça. A diversificação é uma alternativa lógica ampliando as
oportunidades de
que assegura o uso racional e eficiente dos recursos econômicos através
negócios.
da economia de custos. Os ganhos originam-se das economias de escala
e de escopo. Outra alternativa de crescimento é a internacionalização da
Trata-se de uma
empresa, especialmente quando o mercado doméstico já estiver saturado. estratégia que utiliza
A internacionalização reflete a entrada da empresa em mercados ações visando
internacionais, ampliando as oportunidades de negócios. Além disso, a à interiorização
internacionalização também permite ganhos de escala, especialmente das atividades
quando ela investir na planta para ampliar a produção. da empresa para
satisfazer às
especificidades das
Uma empresa pode, porém, optar pela interiorização para regiões interioranas.
conseguir crescer. Trata-se de uma estratégia que utiliza ações visando
à interiorização das atividades da empresa para satisfazer às especificidades das
regiões interioranas. Há também a possibilidade de verticalização da empresa. A
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GESTÃO ESTRATÉGICA DE PEQUENAS EMPRESAS
O status quo é uma A manutenção do status quo pode ser considerada mais uma
estratégia que, por blindagem do que uma estratégia de crescimento. O status quo é uma
um lado, sugere estratégia que, por um lado, sugere a manutenção da situação atual,
a manutenção da
por outro, sugere o aumento da eficiência na utilização dos recursos e
situação atual, por
outro, sugere o competências para garantir seu mercado.
aumento da eficiência
na utilização Nesse capítulo, as estratégias são formuladas através de
dos recursos e ferramentas específicas, as quais consideram algumas características
competências para disponíveis do mercado, da empresa, do produto e dos concorrentes,
garantir seu mercado.
para apontar as melhores estratégias que traduzam os objetivos
da organização. As estratégias são importantes porque os objetivos traçados
desempenham papel fundamental sobre as estratégias utilizadas pela empresa,
sendo que essa relação é positiva, ou seja, quando a estratégia for boa, os objetivos
serão alcançados. Além disso, as estratégias permitem ao administrador realocar,
ajustar e reconciliar os recursos organizacionais, considerando o ambiente externo
e interno à organização (CHIAVENATO; SAPIRO, 2009).
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Capítulo 2 Planejamento Estratégico
Fonte: O autor.
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GESTÃO ESTRATÉGICA DE PEQUENAS EMPRESAS
b) Matriz BCG
A matriz BCG é
utilizada pelas
empresas para O modelo BCG, que foi criado pelo Boston Consulting Group, é
determinar quais são uma ferramenta gráfica que não somente classifica, mas também
as estratégias mais compara os produtos ou unidades de negócio de uma empresa,
adequadas a serem baseando-se na sua participação de mercado e no crescimento da
utilizadas a respeito
indústria. A matriz BCG é utilizada pelas empresas para determinar
de cada produto/
negócio da empresa. quais são as estratégias mais adequadas a serem utilizadas a respeito
de cada produto/negócio da empresa.
ESTRELA DÚVIDA
?
Crescimento do Mercado
ALTO
BAIXO
ALTO BAIXO
Fonte: O autor.
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Capítulo 2 Planejamento Estratégico
baixos, pode-se entender que a vaca leiteira é a evolução da estrela, pois nesse
quadrante localizam-se os produtos que mais proporcionam dinheiro à empresa
e, inclusive, possibilitando que esse seja reinvestido em outros produtos. De
modo geral, esses bens estão vivendo um estágio de maturidade de seu ciclo de
vida e deve-se ficar atento para o momento de abandoná-los. Como estratégia,
deve-se defender sua parcela de mercado através do reforço da lealdade de
seus clientes.
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GESTÃO ESTRATÉGICA DE PEQUENAS EMPRESAS
Poder de
Barganha dos
Fornecedores
Poder de
Barganha dos
Clientes
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Capítulo 2 Planejamento Estratégico
Iniciando pela ameaça de novos entrantes, sabe-se que quando uma nova em-
presa ingressa em um mercado, ela disputará recursos financeiros e Market Share com
os atuais participantes, resultando, possivelmente, em preços mais baixos ou em custos
mais altos a todos, reduzindo a rentabilidade da indústria. A ameaça de entrada é de-
terminada pela existência ou não de barreiras de entrada em um determinado mercado
e da reação que o novo concorrente pode esperar por parte dos atuais participantes. A
ameaça de entrada será pequena quando as barreiras à entrada forem altas e quando
o potencial entrante esperar uma retaliação acirrada dos concorrentes na defensiva.
Conforme Porter (2004), podem ser consideradas sete as principais fontes de bar-
reiras à entrada, que de modo geral envolvem questões financeiras, técnicas ou legais:
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Capítulo 2 Planejamento Estratégico
d) Outras
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GESTÃO ESTRATÉGICA DE PEQUENAS EMPRESAS
Fonte: O autor.
Após o portfólio de produtos e/ou serviços ofertados pela empresa ter sido
avaliado, ele estará localizado em alguns dos blocos apresentados na figura
anterior. Iniciando pelos blocos mais escuros, aqueles com uma estrela no centro,
os produtos ali localizados caracterizam-se por serem os mais fortes, portanto são
os produtos que a empresa deve investir e ajudar a crescer. Os blocos da diagonal
inferior à diagonal superior, nos quais têm um sol dentro do bloco, são negócios
de força média e devem receber investimentos seletivos, portanto necessitarão
de uma avaliação bem criteriosa antes de serem feitos. Finalmente, os produtos
localizados nos blocos inferiores, os que contêm uma nuvem, apresentam uma
baixa força e devem ser fortes candidatos ao desinvestimento.
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Capítulo 2 Planejamento Estratégico
Fonte: O autor.
Atividade de Estudos:
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GESTÃO ESTRATÉGICA DE PEQUENAS EMPRESAS
Compartilhamento de Ações e
Monitoramento de Resultados
Formular uma boa estratégia nem sempre é fácil, mas colocá-la em
A execução da
estratégia, portanto prática, muitas vezes, pode ser mais difícil ainda. Conforme destacam
a ação, necessita Chiavenato e Sapiro (2009), a execução da estratégia, portanto a ação,
fundamentalmente necessita fundamentalmente de muito comprometimento e de empenho
de muito de todos os integrantes da empresa, independentemente se a pessoa
comprometimento for o diretor ou um funcionário da base da empresa. Além disso, a ex-
e de empenho de
ecução da estratégia deve ser integrada às tarefas rotineiras de todos
todos os integrantes
da empresa, os colaboradores da organização, de modo que ação da estratégia tor-
independentemente se na-se intrínseca as suas atividades diárias.
a pessoa for o diretor
ou um funcionário da Na prática, após definidos todos os objetivos e as estratégias que
base da empresa. serão utilizadas pela empresa, deve-se pensar como executá-las, ou seja,
será necessário elaborar planos de ação. Para cada objetivo estipulado
Para cada objetivo poderá existir uma ou mais ações, as quais contemplam uma série de
estipulado poderá providências ou tarefas que terão como função fundamental garantir a ex-
existir uma ou
ecução das estratégias. Antes de apresentar um guia de como estabelecer,
mais ações, as
quais contemplam compartilhar e monitorar as ações, deve-se analisar alguns condicionantes,
uma série de benefícios, determinantes e cuidados relacionados ao plano de ação.
providências ou
tarefas que terão Dessa forma, além do comprometimento, do empenho e da integração
como função às atividades rotineiras, as ações para executar as estratégias requerem
fundamental garantir
consenso, conhecimento, informação, motivação, responsabilidade e uma
a execução das
estratégias. forte liderança dos diretores, presidente ou CEO da empresa. Não obstan-
te, é fundamental que os planos de ação estipulem um prazo de execução
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Capítulo 2 Planejamento Estratégico
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GESTÃO ESTRATÉGICA DE PEQUENAS EMPRESAS
De acordo com Chiavenato e Sapiro (2009), para Ray G. Young, a ação es-
tratégica depende de cinco Ps e três Ls. Os Ls são listen, learn e lead, respectiva-
mente significam que os líderes precisam saber ouvir, que o aprendizado faz parte
da empresa e que a liderança é indispensável para conduzir uma ação estratégica.
A Figura 13 apresenta os 5 Ps:
Fonte: O autor.
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Capítulo 2 Planejamento Estratégico
Dessa forma, pode-se afirmar que o Balanced Scorecard tem como objetivo
traduzir a missão e a estratégia, estipular metas, alinhar as iniciativas estratégicas, mel-
horar o feedback e o aprendizado estratégico, além de comunicar e associar os objeti-
vos às medidas estratégicas. Para isso, o BSC parte de quatro diferentes perspectivas,
a saber: financeira; do cliente; dos processos internos; e da inovação e aprendizado.
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GESTÃO ESTRATÉGICA DE PEQUENAS EMPRESAS
Não obstante, deve-se fazer da estratégia uma tarefa rotineira de cada co-
laborador, diretor e executivo da empresa, um processo contínuo e uma mudança,
quando for o caso, através da sua liderança executiva. A seguir, apresenta-se um
exemplo prático de como implementar o BSC:
Fonte: O autor.
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Capítulo 2 Planejamento Estratégico
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GESTÃO ESTRATÉGICA DE PEQUENAS EMPRESAS
Atividade de Estudos:
Exemplos
A seguir são apresentados cinco exemplos de missão, visão e valores de
grandes empresas que atuam em diferentes mercados brasileiros. Isso é importante
para demonstrar como as empresas, na prática, utilizam esses conceitos, além de
observar como os objetivos variam também conforme a atividade da empresa.
Exemplos se missão:
90
Capítulo 2 Planejamento Estratégico
Exemplos de visão:
Exemplos de valores:
1. Gerdau:
Ter a preferência do cliente.
Segurança das pessoas acima de tudo.
Pessoas respeitadas, comprometidas e realizadas.
Excelência com simplicidade.
Foco em resultados.
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GESTÃO ESTRATÉGICA DE PEQUENAS EMPRESAS
2. Bradesco:
Cliente como razão de ser da Organização.
Transparência em todos os relacionamentos.
Respeito à concorrência.
Compromisso com a melhoria contínua de qualidade.
Respeito à dignidade e diversidade do ser humano.
Crença no valor e na capacidade de desenvolvimento das pessoas.
3. Magazine Luiza:
Respeito, desenvolvimento e reconhecimento: nós colocamos as pessoas
em primeiro lugar. Elas são a força e a vitalidade da nossa organização.
Ética: nossas ações e relações são baseadas na verdade, integridade,
honestidade, transparência, justiça e bem comum.
Simplicidade e liberdade de expressão: buscamos a simplicidade nas
nossas relações e processos, respeitamos as opiniões de todos e estamos
abertos a ouvi-las, independentemente da posição que ocupam na empresa.
Inovação e ousadia: cultivamos o empreendedorismo na busca de fazer
diferente, por meio de iniciativas inovadoras e ousadas.
Crença: acreditamos em um ser supremo, independentemente de
religião, bem como nas pessoas, na empresa e no nosso país.
Regra de ouro: faça aos outros o que gostaria que fizessem a você.
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Capítulo 2 Planejamento Estratégico
Algumas Considerações
O planejamento estratégico estabelece objetivos, estratégias e ações, além
de monitorar os resultados. Além disso, para planejá-lo e executá-lo com maestria
deve-se ficar atento às condições internas e externas à empresa e pensar sempre
no longo prazo, mais especificamente, projetar como deverá estar a empresa
no futuro. Nesse contexto, um dos aspectos mais importantes é a declaração
da missão, da visão e dos valores da empresa, pois a partir do momento em
que todos funcionários, gerentes, diretores e sócios da organização conhecem
claramente o propósito, ou seja, a razão da existência do empreendimento, eles
saberão o que seus superiores esperam de si e o que devem buscar dentro da
empresa. Além disso, difundir esses conceitos interna e externamente à empresa
é uma forma do empresário motivar a sua equipe e diminuir as incertezas do
mercado em relação ao que esperar da empresa nos próximos anos.
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GESTÃO ESTRATÉGICA DE PEQUENAS EMPRESAS
Referências
BARROS, Augeu. Gestão estratégica nas pequenas e médias empresas. 1.
ed. Rio de Janeiro: Ciência moderna, 2005.
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Capítulo 2 Planejamento Estratégico
______. Having Trouble with Your Strategy? Then map it. Harvard Business
Review, v. 78, n. 5, p. 167-176, sep./oct. 2000.
KOTLER, Philip. Administração de marketing. 10. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2000.
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GESTÃO ESTRATÉGICA DE PEQUENAS EMPRESAS
96
C APÍTULO 3
Pessoas, Lideranças e Dinâmica
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Capítulo 3 Pessoas, Lideranças e Dinâmica
Contextualização
Por melhor que seja um planejamento estratégico de uma empresa, ele não
a conduzirá ao sucesso se seus colaboradores não estiverem envolvidos com o
esse planejamento. Uma vez que o mercado está cada vez mais competitivo, as
empresas não precisarão somente ter um bom planejamento estratégico, mas
será necessário que consigam incentivar seus funcionários a lutarem arduamente
por seus objetivos organizacionais.
Envolvimento de Pessoas
Não bastará que a empresa apresente um bom planejamento estratégico para
que ela alcance seus objetivos, mas será necessário e fundamental que todas
as pessoas estejam envolvidas nesse processo. Isso não é uma novidade, pois
durante grande parte do capítulo anterior já havia sido destacada a importância do
envolvimento dos colaboradores, diretores e sócios da empresa para o sucesso
do planejamento estratégico.
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GESTÃO ESTRATÉGICA DE PEQUENAS EMPRESAS
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Capítulo 3 Pessoas, Lideranças e Dinâmica
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GESTÃO ESTRATÉGICA DE PEQUENAS EMPRESAS
De uma maneira mais formal, Maslow (2000) propôs uma teoria
Para Maslow (2000),
há uma hierarquia relacionando as necessidades humanas e a motivação delas. Para
de necessidades Maslow (2000), há uma hierarquia de necessidades que determinam o
que determinam o desempenho das pessoas. Para ilustrar sua teoria, o autor utilizou um
desempenho das objeto geométrico – a pirâmide de Maslow – e dividiu-a em cinco níveis de
pessoas. necessidades. Nos dois primeiros níveis de sua base, Maslow identificou
as necessidades básicas do ser humano, que para ele são aquelas
Maslow identificou as indispensáveis à vida. Nos dois níveis seguintes, as necessidades são
necessidades básicas
psicológicas e englobam características sociais e de autoestima. No topo
do ser humano, que
para ele são aquelas da pirâmide, as necessidades são de autorrealização.
indispensáveis à vida.
As necessidades básicas têm carácter fisiológico e também
estão relacionadas com a segurança. Especificamente, as fisiológicas
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Capítulo 3 Pessoas, Lideranças e Dinâmica
Autorrea
lização
Autoesti
ma
Sociais
Seguran
ça
Fisiológ
icas
Fonte: O autor.
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GESTÃO ESTRATÉGICA DE PEQUENAS EMPRESAS
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Capítulo 3 Pessoas, Lideranças e Dinâmica
Atividade de Estudos:
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GESTÃO ESTRATÉGICA DE PEQUENAS EMPRESAS
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Capítulo 3 Pessoas, Lideranças e Dinâmica
Segundo Blanchard (2007), um executivo, para ser um bom líder, deve ter
algumas qualidades indispensáveis, tais como humildade, paciência, compromisso
e o respeito em lidar com seus colaboradores para que esses o respeitem e
trabalhem pela empresa. Entretanto, o líder máximo não atua sozinho, mas com
uma equipe que ele coordena, de modo que seu êxito também depende, além
das suas próprias escolhas, dessa equipe. O líder deve ter a capacidade de saber
selecionar, preparar, impulsionar, incentivar, orientar e dirigir essa equipe.
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GESTÃO ESTRATÉGICA DE PEQUENAS EMPRESAS
Determinação
da direção
estratégica da
empresa
Estabelecimento Exploração e
de controles desenvolvimento
organizacionais das competências
balanceados essenciais
Liderança
Estratégica
Ênfase em
práticas éticas
Desenvolvimento
e na
do capital humano
responsabilidade
social
Sustentação de
uma cultura
organizacional
impulsionadora
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Capítulo 3 Pessoas, Lideranças e Dinâmica
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GESTÃO ESTRATÉGICA DE PEQUENAS EMPRESAS
Estudo de Caso
O estudo de caso proposto tem como objetivo demonstrar como podem ser
os conceitos e teorias apresentadas neste livro e como são utilizadas no dia a
dia das grandes empresas do Brasil. Esses casos podem servir de orientação
e incentivo para o uso dessas técnicas em qualquer tipo de negócio, inclusive
nas pequenas e médias empresas. Assim, utilizaram-se partes do planejamento
estratégico de três empresas brasileiras que atuam em três diferentes setores:
a Petrobras, a Unimed e o Banco do Brasil. Os textos, gráficos e figuras foram
reproduzidos de forma parcial ou integral da maneira que estavam disponíveis
nos seus respectivos sites institucionais.
a) Petrobras
O PNG 2018-2022 mantém como base as duas variáveis de topo principais, uma
relacionada à segurança e a finanças, conforme já definidas no PNG 2017-2021 e
que continuam condicionado as ações estratégicas da empresa, como segue:
MONITORAMENTO ESTRATÉGICO
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Capítulo 3 Pessoas, Lideranças e Dinâmica
Integração eficiente:
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GESTÃO ESTRATÉGICA DE PEQUENAS EMPRESAS
Capacidade técnica:
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Capítulo 3 Pessoas, Lideranças e Dinâmica
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GESTÃO ESTRATÉGICA DE PEQUENAS EMPRESAS
Exploração e Produção
Investimentos Totais Exploração
12% 11% Desenvolvimento
da Produção
Infraestrutura + P&D
18% 74,5
1% US$ bilhões
74,5 77%
US$ bilhões
Refino e Gás Natural
81% Refino, Transporte
6%
e Comercialização
Gás Natural e Energia
28% Distribuição e
E&P 13,1 Biocombstíveis
RGN US$ bilhões
Demais Áreas 66%
162,5 162,5
21,0
74,5
141,5
54,2
Investimentos
Amortizações
Despesas Financeiras
25,7 Formação de Caixa
Parcerias e Desinvestimentos
8,1 Geração Operacional Após Dividendos
Usos Fontes
Fonte: Disponível em: <http://www.petrobras.com.br/fatos-e-dados/monitoramento-
estrategico-e-plano-de-negocios-e-gestao-2018-2022.htm>. Acesso em: 3 jan. 2018.
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Capítulo 3 Pessoas, Lideranças e Dinâmica
2,1
ÓLEO BRASIL
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GESTÃO ESTRATÉGICA DE PEQUENAS EMPRESAS
GESTÃO DE RISCOS
116
Capítulo 3 Pessoas, Lideranças e Dinâmica
ANÁLISE DE AMBIENTE
117
GESTÃO ESTRATÉGICA DE PEQUENAS EMPRESAS
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Capítulo 3 Pessoas, Lideranças e Dinâmica
Positivos Negativos
Forças Ameaças
competitivade coparticipação
andamento necessárias
• App do Cooperado Unimed Juiz de Fora • Custos assistenciais elevados (tabelas de pre-
Fatores Internos
• ...dentre outros...
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GESTÃO ESTRATÉGICA DE PEQUENAS EMPRESAS
CLIENTES:
• Empresas.
• Classes de consumo A, B e C.
• Pessoa física com tabela majorada com horizonte inflacionário
de 5 anos.
• Parcerias com associações, sindicatos e entidades de classe.
PRODUTOS:
• Unimed MIX.
• Unimed Flex IV.
• Unimed Atenção Primária Hospitalar (em projeto).
• Unimed Hospitalar Referenciado.
• Unimed Custo Operacional Ambulatorial.
• Benefício Família.
VANTAGENS COMPETITIVAS:
120
Capítulo 3 Pessoas, Lideranças e Dinâmica
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GESTÃO ESTRATÉGICA DE PEQUENAS EMPRESAS
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Capítulo 3 Pessoas, Lideranças e Dinâmica
c) Banco do Brasil
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GESTÃO ESTRATÉGICA DE PEQUENAS EMPRESAS
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Capítulo 3 Pessoas, Lideranças e Dinâmica
(*) o indicador Spread Global Bruto foi substituído pelo crescimento da Margem Financeira Bruta.
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GESTÃO ESTRATÉGICA DE PEQUENAS EMPRESAS
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Capítulo 3 Pessoas, Lideranças e Dinâmica
Desafios Socioambientais
Encaminhamento
para 2010
Em 2010, o BB lançou em parceria com a Fundação
Banco do Brasil – FBB, a Agência Nacional de
Águas – ANA e o WWF-Brasil o Programa Água
Desenvolver novos programas
Brasil. Dentre as diversas ações previstas pelo
de educação e campanha de
Água Brasil, o programa possui um eixo específico
comunicação, que abordem
para trabalhar as ações de comunicação e
aspectos socioambientais para
engajamento da sociedade como um todo na
os públicos interno e externo.
defesa da causa da água. Por meio de ações de
conscientização, o BB está propondo mudanças de
atitude a seus públicos de relacionamento.
Em 2010 foi definido o cronograma de expansão
Aprimorar e expandir o do programa de ecoeficiência, com o compromisso
Programa de Ecoeficiência das áreas intervenientes, formalizado na Agenda 21
do BB, de modo a garantir 2011-2013, de concluir o processo de implementação
uma melhor gestão do da coleta seletiva em todas as dependências do BB,
consumo de recursos localizadas em municípios que contam com coleta
naturais pela empresa. pública seletiva ou associações/cooperativas de
catadores até dezembro de 2012.
Em 2010, com o objetivo de aprimorar e avançar
na sua gestão da ética, o BB aprovou a criação
de 28 Comitês para Ética, sendo um Superior e 27
Estaduais. A eles caberá analisar e julgar desvios
Aprimorar o processo
de conduta ética cometidos por funcionários. Os
de Gestão da Ética
Comitês Estaduais contam com representantes
Corporativa do BB.
dos funcionários, escolhidos por meio de eleição.
(Mais informações no Capítulo 8 – Conexão –
Funcionários – Gestão da Ética).
127
GESTÃO ESTRATÉGICA DE PEQUENAS EMPRESAS
128
Capítulo 3 Pessoas, Lideranças e Dinâmica
foram feitos para prestar contas aos acionistas, como uma maneira de monitorar os
resultados. Lembrando que o processo de monitoramento de resultados é importante
para o planejamento estratégico porque ele possibilita que os gestores revisem
as ações estratégicas sempre que houver sinais de que os objetivos não serão
alcançados. Após a correção das estratégias, a empresa poderá novamente lutar para
atingir seus objetivos, aumentando a probabilidade de obter sucesso no cumprimento
das metas, porém o monitoramento só será realmente útil à empresa se ele ocorrer
durante a vigência das metas, pois só assim será possível mudar os rumos, fazendo as
alterações necessárias para que o realizado seja, no mínimo, igual ao previsto.
• <http://www.petrobras.com.br/fatos-e-dados/monitoramento-
estrategico-e-plano-de-negocios-e-gestao-2018-2022.htm>.
• <http://unimed.coop.br/portalunimed/flipbook/juiz_de_fora/
planejamento_estrategico/files/assets/common/downloads/
publication.pdf>.
• <http://www45.bb.com.br/docs/ri/ra2010/port/ra/08.htm>.
Algumas Considerações
O sucesso do planejamento estratégico não depende apenas da inteligência
do estrategista em termos de criar ações adequadas, ter uma boa visão de
mercado e elaborar excelentes estratégias para a empresa. Será necessário que
o estrategista consiga envolver todas as pessoas da empresa com os objetivos
da organização, independentemente se for um colaborador, diretor ou sócio da
empresa. Somente assim o planejamento estratégico poderá ser bem-sucedido.
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GESTÃO ESTRATÉGICA DE PEQUENAS EMPRESAS
É importante que gestor conheça a teoria de Maslow, pois ele poderá utilizá-la
na administração do capital humano da sua empresa. Através da teoria de Maslow
será possível que administrador identifique quais são as necessidades básicas de
cada colaborador, visando proporcionar incentivos que motivem e satisfaçam às
necessidades ainda não atendidas de seus funcionários. Dessa forma, a empresa
conseguirá criar e desenvolver uma equipe produtiva, eficaz e inovadora, fazendo
com que a instituição se destaque ainda mais no mercado e gere recursos de
maneira sustentável para o negócio.
Referências
BARROS, Augeu. Gestão estratégica nas pequenas e medias empresas. 1.
ed. Rio de Janeiro: Ciência moderna, 2005.
BLANCHARD, Ken. Um nível superior de liderança. 1. ed. São Paulo: Actual, 2007.
130