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PROGRAMA EMPREENDER

MANUAL DE IMPLANTAÇÃO
CACB, 2017

© Todos os diretos reservados

Organização: Yonara Medeiros

Projeto gráfico: SA2 Design e Comunicação

Programa Empreender: Manual de Implantação

O todo é maior que a soma das partes. Vamos criar possibilidades juntos.

Componente do Projeto Retomada do EMPREENDER - Etapa I

Brasília: CACB, 2017. 194 p.

1.Empreender 2.Empreendedorismo 3.Manual 4.Metodologia 5. Técnica de núcleos setoriais

CACB

SCS Quadra 03, Bloco A

Ed. CACB - Brasília, DF

CEP: 70.313-916

Tel: +55 61 3321-1311

www.cacb-empreender.org.br
Mais informações e
novos conteúdos
Sempre é uma honra para a CACB estar à
frente de tão importante projeto junto com
o Sebrae, porque, em sua síntese, nossa
intenção é plantar as sementes para ajudar os
empreendedores a colherem bons frutos. Melhor
ainda é introduzir as atualizações de métodos e
linguagem, exatamente como faz este manual,
que está chegando em suas mãos.
CACB e Sebrae, dentro de uma parceria
fundamental e duradoura, lançam a nova versão
da metodologia do Programa Empreender em
sintonia com a visão de uma série de especialistas
que contribuíram com suas opiniões para o
aprimoramento deste conteúdo.
Enfim, nosso desejo é o de ajudar, e muito,
para que esta colheita seja farta e produtiva.

George Pinheiro
Presidente da CACB
A história do apoio aos pequenos negócios
no Brasil não pode ser contada sem destacar
o Programa Empreender. Desde a década de
90, o Sistema Sebrae e o Sistema CACB são
parceiros nessa iniciativa, buscando ampliá-la
e disseminá-la a cada novo ciclo. A metodologia
do Programa Empreender, ao reunir empresários
em núcleos setoriais e estimular a busca de
soluções conjuntas, fortalece nossos propósitos
de desenvolver e promover a competitividade
dos pequenos negócios. Na atual fase do
Empreender, mais melhorias foram implantadas.
A metodologia foi atualizada a partir de
contribuições de empresários, consultores e
técnicos do Sebrae e da CACB. Os benefícios
do Programa Empreender para os pequenos
negócios tendem a crescer ainda mais com
esta nova versão da metodologia de formação
de núcleos setoriais. Com isso, as empresas
participantes dos núcleos setoriais poderão se
consolidar no mercado em que atuam.

Guilherme Afif Domingos


Diretor-Presidente do Sebrae
Concorrência aliada

Desenvolvido desde a década de 1990, A CACB promove ações voltadas à melhoria


o Programa Empreender extrapolou suas de toda a sociedade, estimulando, por meio
características iniciais, gerando desdobramentos das parcerias entre pessoas do mesmo setor,
e sinergias com diversas entidades, inclusive em a produtividade e a competitividade, de acordo
projetos internacionais, como o AL-Invest 5.0, com o perfil da região. Mas, antes de tudo, a
parceria com a União Europeia que visa a redução partir do diagnóstico dos empreendedores e
da pobreza; no convênio com a Votorantim, atendendo suas necessidades específicas, com
para fortalecer as agendas locais dos micro e planejamento para o sucesso e sua continuidade.
pequenos empresários; e, mais recentemente, Contribuir para a formação de núcleos
na atuação conjunta com a Sequa, entidade setoriais, em que grupos de empresários de
alemã, para o treinamento na técnica de núcleos um mesmo ramo se reúnem para amadurecer
setoriais. Esse avanço só foi possível com o apoio juntos, enfrentando problemas parecidos
do Sebrae, que segue incentivando a atuação e trocando experiências, ajuda também a
da CACB para promover o desenvolvimento dos engrandecer o pequeno negócio, a empoderar
pequenos negócios. mulheres empresárias, a incentivar jovens
A revisão da metodologia do Empreender, empreendedores, a garantir formas de inovação
apresentada neste manual, consolida as e a implementar a cultura da capacitação
modificações que vêm sendo introduzidas e constante e da renovação.
produzidas ao longo do tempo, passando a limpo A classe empresarial brasileira quer ir além.
os diferentes aspectos envolvidos na aplicação Somos milhares. Em momentos de crise, e fora
do projeto, que, até então, tem diversas variações deles, devemos estar todos juntos, do mesmo
- desde os instrumentos empregados, até a lado, na mesma luta. Com o Empreender, nosso
capacitação dos consultores e estratégias de poder se amplia e se fortalece, porque unidos
criação dos núcleos setoriais. somos ainda maiores. E podemos crescer mais.
Com o objetivo de resgatar o caráter nacional
da metodologia, a CACB reuniu neste documento Luiz Carlos Furtado Neves
a colaboração de consultores, empresários, Vice-Presidente da Micro e da Pequena
técnicos e representantes de associações e Empresa da CACB e Vice-Presidente do Conselho
federações, com foco na evolução no mercado do Sebrae
das empresas participantes dos núcleos.
A proposta é criar muito mais que uma rede
de empresários com o objetivo de melhorar seus
negócios. As conexões que estabelecemos por
meio do programa e os resultados de esforços
conjuntos dos empreendedores geram ganhos
para todos – o fornecedor, o empresário, o
consumidor e a associação comercial, por
exemplo, - tanto no mercado quanto no dia a dia
daquele município.
A metodologia para aplicação da técnica de
núcleos setoriais, empregada no Empreender,
compreende muitos aspectos descritos
na presente publicação, resultado de um
trabalho de revisão que passou pela consulta a
representantes envolvidos em sua aplicação e,
após, pelo trabalho dedicado de especialista que
sintetizou as discussões, juntando-as às práticas
correntes, de resultado comprovado.
Contudo, ao lado das instruções e diretrizes
apresentadas, é preciso ter uma especial atenção
ao que chamo de “Espírito do Empreender”
sua grande diretriz, que pode ser resumida em
dois aspectos básicos: a colaboração entre as
empresas, dando sentido ao slogan “Unir para
crescer”, e o desejo de melhorar, progredir.
Pouco adianta toda a técnica se não há entre
os empresários participantes o espírito de
colaboração e o desejo de fazer mais e melhor.
Tal espírito, embora latente entre os empresários,
precisa ser incentivado, o que é um dos principais
papéis dos agentes envolvidos na aplicação da
metodologia.
Esta forma de pensar vem sendo praticada
no Brasil desde 1999, em inúmeros municípios
em todos os estados do país. O resultado é
o desenvolvimento das empresas, atestado
pela participação em concursos de âmbito
nacional e o próprio Empreender, premiado
internacionalmente.
Espero que a metodologia ora consolidada
seja de ajuda a tantos quantos se dediquem à
aplicação do Empreender.

Bom trabalho!

Carlos Alberto Rezende


Coordenador Executivo da CACB
Empresários e técnicos
contribuem para
revisão da metodologia
A metodologia apresentada no presente forma a fortalecer as empresas por segmento
manual em grande medida foi baseada nas e atender demandas específicas. Também foi
discussões ocorridas em evento realizado apontada a necessidade de conscientizar os
em Brasília, em maio de 2015. Aquele evento empresários sobre o funcionamento do núcleo
reuniu consultores, técnicos, empresários e setorial antes da criação, aumentando sua rede
representantes de associações comerciais de relacionamentos, melhorando processos
e federações, para discutir mudanças na produtivos e fidelizando clientes.
metodologia dos núcleos setoriais. O Seminário de A revisão incluiu as etapas de capacitação
Revisão Metodológica do Programa Empreender dos consultores até as estratégias de criação
resultou no resgate do caráter nacional do dos núcleos setoriais, reforçando os princípios
projeto, consolidando colaborações com foco na básicos do trabalho participativo. Entre as
evolução das empresas no mercado. principais mudanças registradas estão o uso
Foram discutidas as ações realizadas e os prioritário da matriz de seleção dos segmentos
obstáculos enfrentados pelos empresários, como para identificar setores e oportunidades -
o acesso a recursos financeiros e as dificuldades refletindo em resultados mais efetivos - e a
para obter mão-de-obra capacitada e gestão inclusão de mais uma etapa na metodologia de
especializada. Entre as sugestões, destacam- planejamento, com a definição de expectativa
se as ações estruturantes de desenvolvimento de resultados - indicadores que podem ser
local, com acompanhamento mais próximo, mensurados. Tudo para que o Empreender torne-
a orientação para planejamento estratégico se uma das principais estratégias das ACEs para
após a criação do núcleo setorial, políticas de apoiar as empresas.
retenção do consultor e ações inovadoras, de
Relação dos participantes do seminário

Instituição Nome
Associação das Empresas de Pequeno Porte da Região Nordeste do Rio Grande do Sul Aline Medina Rodrigues
- MICROEMPA
Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil - CACB Andreas Dohle
Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil - CACB Anelise Rambo
Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil - CACB Carlos Rezende
Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil - CACB Erika Lima
Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil - CACB Gabriele Oliveira
Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil - CACB Gilmar Barboza
Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil - CACB Orielly De La Vega Galimberti
Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil - CACB Patricia Ribeiro
Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil - CACB Renato Rossi
Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil - CACB Yonara Medeiros
Empresário de Núcleo Setorial de TI Renato Alves de Castro
Empresário de Núcleo Setorial Metalmecânica Christian Dihlmann
Empresário de Núcleo Setorial TI Siro Canabarro
Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo - FACESP Marcelo Nunes
Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo - FACESP Nelson Andujar
Federação das Associações Comerciais do Rio Grande do Norte - FACERN Itamar Manso Maciel Junior
Federação das Associações Comerciais e Empresariais de Minas Gerais - FEDERAMINAS Cleide Bersani
Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná - FACIAP Márcio José Vieira
Federação das Associações Comerciais e Industriais do Estado de Tocantins - FACIET Adriana Almeida Silva
Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina - FACISC Osmar Vicentin
Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina - FACISC Glauciele Lerner
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - Sebrae Alberto Vallim
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - Sebrae Ana Carolina Toledo
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - Sebrae Edison Carlos Charavara
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - Sebrae Eleane Carmela Raulino
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - Sebrae Ieso Gomes Pereira da Silva
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - Sebrae Marina Silveira Maximo
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - Sebrae Natália Bertussi
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - Sebrae Orestes Hotz
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - Sebrae Ricardo Villela
SUMÁRIO

Módulo 1: Implantando o Programa Empreender nas entidades empresariais

Apresentação.........................................................................................................................19
1 - Programa Empreender...................................................................................................21
2 - O Universo da MPE........................................................................................................ 25
3 - Implantando o Programa Empreender nas Federações.......................................31
4 - Implantando o Empreender nas ACEs...................................................................... 57

Módulo 2: Os Núcleos Setoriais e o Consultor do Empreender

Apresentação........................................................................................................................83
1 - Os Núcleos Setoriais......................................................................................................85
2 - O Consultor do Empreender....................................................................................... 119
3 - Referências Bibliográficas..........................................................................................127

Módulo 3: Metodologia de Moderação e Visualização

Apresentação...................................................................................................................... 133
1 - A Metodologia de Trabalho com Núcleos Setoriais.............................................. 135
2 - Utilização do Metaplan................................................................................................ 151

Anexos

Apresentação.......................................................................................................................167
1 - Termo de Adesão.......................................................................................................... 169
2 - Processo de Seleção do Consultor...........................................................................175
3 - Regimento Interno de Núcleo Setorial....................................................................181
4 - Workshop de Integração............................................................................................ 185
5 - Ficha de Plano de Ação............................................................................................... 191
6 - Lista de Presenças...................................................................................................... 193
7 - Relatório de Reunião de Núcleo............................................................................... 195
PROGRAMA EMPREENDER
MANUAL DE IMPLANTAÇÃO

Módulo 1:
Implantando o Programa
Empreender nas
entidades empresariais
SUMÁRIO

Apresentação 19

1 - Programa Empreender 21
1.1 - Núcleos Setoriais......................................................................................................................... 23

2 - O Universo da MPE 25
2.1 - A MPE no Brasil e no Mundo.................................................................................................... 25
2.2 - Características e Principais ....................................................................................................27
2.3 - As MPEs, os Núcleos e as Associações Empresariais...................................................... 28

3 - Implantando o Programa Empreender nas Federações 31


3.1 - Possibilidades de Implantação da Metodologia.................................................................. 31
3.1.1 Implantação do Programa Empreender........................................................................... 31
3.1.2 Implantação da metodologia............................................................................................. 32
3.2 - O Sistema CACB........................................................................................................................ 32
3.2.1 A CACB.................................................................................................................................... 32
3.2.2 As entidades empresariais nos estados........................................................................ 33
3.2.3 As entidades empresariais locais.................................................................................... 33
3.3 - A Coordenação Estadual......................................................................................................... 34
3.3.1 A parceria com o Sebrae no estado................................................................................ 34
3.3.2 Atribuições da Coordenação Estadual........................................................................... 35
3.3.3 O Coordenador Estadual................................................................................................... 36
3.4 - A seleção, sensibilização e eleição dos municípios e ACEs.............................................37
3.4.1 Seleção das ACEs por meio de editais e projetos.........................................................37
3.4.2 Critérios para seleção dos municípios e ACEs............................................................. 38
3.4.2.1 Critérios para seleção da ACE........................................................................................ 39
3.4.3 Identificação e apoio as oportunidades de atuação microrregional...................... 39
3.5 - Seleção e Negociação com a ACE........................................................................................ 40
3.5.1 Termo de adesão.................................................................................................................. 40
3.6 - Papel da Coordenação em Relação aos Consultores....................................................... 41
3.6.1 Processo de seleção dos consultores de Núcleos....................................................... 41
3.6.2 Capacitação na metodologia e atualização constante............................................. 42
3.6.3 Suporte: Consultores Regionais...................................................................................... 42
3.6.4 Oficina de capacitação....................................................................................................... 43
3.6.5 A capacitação dos demais atores................................................................................... 44
3.6.6 Disseminação e reconhecimento de boas práticas................................................... 45
3.6.7 Banco de talentos................................................................................................................ 46
3.7 - Gestão e Monitoramento do Empreender no Estado........................................................47
3.7.1 Comitê Gestor Estadual........................................................................................................47
3.7.2 Planejamento anual do Programa Empreender............................................................47
3.7.3 Monitoramento..................................................................................................................... 48
3.7.4 Controle financeiro e prestação de contas................................................................... 49
3.7.5 Relatórios de acompanhamento...................................................................................... 50
3.8 - Ações gerais da coordenação................................................................................................ 50
3.8.1 Padronização dos materiais e comunicação visual.................................................... 50
3.8.2 Comunicação com os atores............................................................................................ 51
3.8.3 Participação nas atividades.............................................................................................. 51
3.8.4 Gestão de conflitos.............................................................................................................. 51
3.8.5 Busca de parcerias............................................................................................................. 52
3.9 - Principais Desafios da Coordenação Estadual................................................................... 53
3.9.1 Sustentabilidade do Empreender na Federação e nas ACEs.................................... 53
3.9.2 Rotatividade de Consultores............................................................................................. 54
3.9.3 Comprometimento das ACEs........................................................................................... 55

4 - Implantando o Empreender nas ACEs 57


4.1 - Empreender como Estratégia da ACE....................................................................................57
4.1.1 Sensibilização da diretoria e dos colaboradores da ACE............................................ 58
4.1.2 Plano de sustentabilidade.................................................................................................. 58
4.2 - Criação e Funcionamento do Comitê Gestor Local do Empreender............................ 60
4.2.1 Consolidação das parcerias................................................................................................ 61
4.3 - Seleção dos Segmentos, Setores e Cadeias Produtivas.................................................. 61
4.3.1 Definindo segmentos, setores e cadeias produtivas................................................... 61
4.3.2 Critérios para seleção......................................................................................................... 62
4.3.3 Integração microrregional ............................................................................................... 65
4.3.4 Lançamento do Programa no município....................................................................... 66
4.4 - Papel da ACE em Relação aos Consultores........................................................................ 66
4.4.1 Recrutamento, seleção e contratação........................................................................... 66
4.4.2 Capacitação na metodologia e atualização constante..............................................67
4.4.3 Estabelecimento de políticas de remuneração,
reconhecimento e retenção de talentos.......................................................................67
4.5 - Divulgação do Programa no Município................................................................................ 69
4.6 - Definição de Critérios e Regras Gerais do Empreender na ACE.................................... 70
4.6.1 Formato dos Núcleos Setoriais do Empreender........................................................... 70
4.6.2 Vínculo com a ACE . ............................................................................................................ 71
4.7 - Gestão e Monitoramento do Empreender na ACE..............................................................72
4.7.1 Sistemas de gestão...............................................................................................................72
4.7.2 Criação do Conselho dos Núcleos....................................................................................73
4.7.3 Estabelecimento de mecanismos de reconhecimento das ações,
registro e divulgação das boas práticas.........................................................................73
4.7.4 Estabelecimento de mecanismos de avaliação da satisfação dos
empresários e índices de execução dos planejamentos dos Núcleos...................74

5 - Referências Bibliográficas 77

Lista de Figuras
Figura 1: Evolução da Legislação para os pequenos negócios.......................................... 26
Lista de Tabelas
Tabela 1: Matriz auxiliar na ecolha dos primeiros Núcleos Setoriais................................. 64
Apresentação
Associativismo e cooperação: forças indutoras de vida. A oportunidade está em quebrar os
do desenvolvimento empresarial. paradigmas de que concorrentes são inimigos, e
O associativismo representa a relação que diante das dificuldades a culpa é do outro ou
dinâmica entre as partes, compreende as do governo e que não há muito que fazer.
necessidades, os interesses e institui os Apesar das grandes mudanças que vêm
ambientes ideais para a cooperação por meio de ocorrendo nas últimas décadas, e cada vez
diferentes formas de organização. mais rapidamente, ainda existem empresários
A cooperação se efetiva como um acordo que pensam dessa forma. Por outro lado, o
estabelecido entre pessoas e organizações Empreender também é uma oportunidade para
com o objetivo de potencializar algo. Possibilita aqueles que querem avançar mais e que já
compartilhar ativos tangíveis e intangíveis, descobriram que a máxima “a união faz a força”,
tais como informação e conhecimento, também fez sentido.
recursos humanos, infraestruturas, pesquisas e Na corrida pela adaptação a lógica da
tecnologias. globalização e a tecnologia da informação,
Segundo Balestrin e Verschoore (2008, p. 77), as quais a era digital difundiu uma nova
forma de comunicar-se aproximando as
Cooperação empresarial tem como propósito
reunir atributos que permitam uma adequação fronteiras, tornando os mercados cada vez
ao ambiente competitivo dentro de uma estrutura
dinâmica sustentada por ações (...) que possibilitem
mais competitivos, é vital compreender que a
ganhos de escala com a união (...). concorrência não está mais apenas na esquina.
Compartilhar ideias e somar forças é a melhor
O Programa Empreender baseado nos
alternativa para inovar e manter-se competitivo.
princípios da cooperação e do associativismo
Esta edição do manual do Empreender tem
propõe a organização dos pequenos negócios
como objetivo atualizar a dinâmica da sua ,
em Núcleos Setoriais. Os Núcleos são uma forma
mantendo-se como a ferramenta de trabalho
de organização associativa informal, em que
para que Coordenadores e Consultores possam
por meio do compartilhamento de experiências
planejar suas atividades e monitorar os resultados
e forças coordenadas, é possível aumentar a
dentro de padrões previamente estabelecidos.
competitividade das empresas.
Contempla temas atuais e metodologias que
Juntos os empresários podem debater e
complementam outros trabalhos de apoio às
tomar decisões para resolver problemas comuns,
micro e pequenas empresas.
ampliar mercados, desenvolver novos produtos e
De modo geral, a proposta continua sendo
serviços, reduzir custos de aquisição de insumos,
padronizar as etapas fundamentais do processo,
máquinas e equipamentos, sendo capazes de
mas incluindo novas abordagens em relação
aumentar sua eficiência econômica e agregar
às edições anteriores, conforme as sugestões
valor aos seus negócios.
e verificações ao longo de mais de 20 anos de
O Empreender se apresenta como uma
desenvolvimento.
oportunidade. Independente da atividade das
empresas, da sua localização ou seu tempo

19
1 Programa
Empreender

Tudo começou no município de Brusque, na em número de 17, estas ACIs criaram a Fundação
região conhecida como Vale do Itajaí, de forte Empreender, que passou a ser a entidade gestora
influência alemã, no interior de Santa Catarina. do Projeto. O convênio inicial que previa três anos
No primeiro semestre de 1987, Carlos Cid Renaux, de duração foi prorrogado sucessivamente, até
presidente da ACI de Brusque, iniciou contatos novembro de 2001.
com a Handwerkskammer für München und Em outubro de 1995 o Empreender foi
Oberbayern – HWK – (Câmara de Artes e Ofícios apresentado no Equador, no evento PYME 2000.
de Munique e Alta Baviera), com o objetivo de Em novembro do mesmo ano foi realizado o
firmar um convênio de parceria para apoio as Seminário Nacional sobre Desenvolvimento
micro e pequenas empresas. Organizacional de ACI, em que participaram
A HWK, que reúne 55.000 empresas em dirigentes de ACIs de outras cidades de Santa
Munique e cidades vizinhas, é uma entidade Catarina e do Rio Grande do Sul, estado que
associativa que oferece uma série de serviços também se interessa pela metodologia. Em
para seus associados. Técnicos alemães e dezembro de 1995, a realização de um workshop
dirigentes da HWK visitaram Santa Catarina e entre dirigentes e consultores do Sebrae/SC e
mantiveram contato com diversas associações das ACIs ligadas ao Empreender, criou as bases
comerciais e industriais, como a Federação para uma futura cooperação que visava difundir
das Associações Comerciais e Industriais de o modelo para toda Santa Catarina.
Santa Catarina (FACISC), Serviço Brasileiro de A FACISC e o Sebrae/SC, com apoio da
Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) Fundação Empreender que foi contratada para
e Federação das Indústrias do Estado de Santa treinar os técnicos em todo o estado, lançaram
Catarina (FIESC). Após diversas visitas, reuniões em outubro de 1997 o Programa Empreender,
e estudos a HWK decidiu, com apoio financeiro que foi levado para outras 10 cidades de Santa
do governo alemão, iniciar a de um projeto de Catarina. Com o sucesso obtido, uma nova
apoio às pequenas empresas da região. O projeto expansão do Empreender foi promovida em
foi liderado pelas ACIs de Brusque, Blumenau, e abril de 1998, beneficiando mais 10 cidades.
Joinville. Atualmente, o Empreender está Implantando em
O Projeto Cooperação ACI/HWK (denominação mais de 100 cidades de Santa Catarina, reunindo
inicial), consistia em atrair micro e pequenas aproximadamente 500 Núcleos Setoriais
empresas para formarem Núcleos Setoriais envolvendo, mais de 5.000 micro e pequenas
(grupo de empresas de um mesmo segmento que empresas.
se reúnem periodicamente, sob a moderação de Em 1998 o Sebrae/PR iniciava o Empreender
um Consultor, ligado a uma ACI, para discutir os em 13 cidades do Paraná com a assessoria da
problemas comuns e buscar soluções conjuntas). Fundação Empreender. A partir de 1999 uma
O êxito do projeto nas três cidades atraiu a parceria entre a Confederação das Associações
atenção de outras associações que também Comerciais do Brasil (CACB) e o Sebrae Nacional
desejavam participar da iniciativa. Em 1996, já também com o apoio da Fundação Empreender,

21
possibilitou a ampliação do Empreender para Equador, Paraguai e Argentina. Além da grande
mais seis estados além de Santa Catarina e aceitação pelos empresários que participam do
Paraná: Alagoas, Bahia, Maranhão, Minas Gerais, Programa, são os impactos gerados que melhor
Pernambuco e Sergipe. Os excelentes resultados demonstram sua eficácia, conforme mostram
gerados pelo Empreender levaram os parceiros a diversas pesquisas já realizadas.
implantar o Programa a partir de 2001 em todo o É nesta ótica que o Empreender destaca sua
território nacional. importância, ao reunir experiências individuais
O Programa Empreender é uma iniciativa e canalizar soluções para todo um grupo
vitoriosa e, sempre que apresentado em de empresas de determinado segmento. O
seminários nacionais e internacionais, enseja associativismo aproxima as empresas e incentiva
manifestações de interesse e pedidos de apoio as iniciativas coletivas. A política associativista
para sua disseminação. Foi eleito como um dos confere peso político para as reivindicações
melhores programas do mundo voltados para o relativas ao ambiente empresarial, mas não
fortalecimento de micro e pequenas empresas interfere na individualidade de cada participante.
pela International Chambers of Commerce – ICC, O que acontece é um aumento conjunto da
durante o 4º Congresso da organização, realizado competitividade, o que estimula a competição
em 2005 na África do Sul. interna, mas uma competição sadia, que acaba
Em 2011, O Sebrae e a CACB firmaram um revertendo em ganhos tecnológicos para todo o
novo acordo para repasse da metodologia Núcleo e em benefícios para os consumidores,
para outros países, atendendo a demanda de com o melhores preços e qualidade. Cooperação
diversos parceiros internacionais. Para tanto, significa a possibilidade concreta de agregar
após 20 anos de atuação no Brasil, essas duas valor, inteligência ao processo produtivo; significa
entidades perceberam a possibilidade de inovar, a diferença entre sobreviver e se desenvolver.
pois durante esse período foram muitos casos de Com a capilaridade que dispõem e sua
sucesso, cuja consolidação do Programa superou abrangência nacional, a CACB e o Sebrae
expectativas, mobilizando cidades inteiras e esperam atingir parte expressiva do universo
melhorando a qualidade de vida da população. de cerca de 9 milhões de micro e pequenas
Nesses casos de sucesso, o que chamou empresas, responsáveis por 52% da mão de obra,
a atenção foi a ênfase maior para setores e 40% da massa salarial e 27% do PIB brasileiro.
atividades produtivas economicamente, mais
estratégicas e a ampliação da metodologia,
passando a formar Núcleos de segmentos
pertencentes a uma mesma cadeia produtiva,
como construção civil e o turismo. Isso mostrando
que é possível mudar o cenário de um setor e de
uma microrregião, unindo muito mais forças do
que se imagina.
Assim nasceu a ideia do Programa Redes
Empresariais de Negócios, que busca fortalecer os
setores econômicos conforme a vocação de cada
cidade ou região. O Programa Redes transferiu
a metodologia para a Colômbia, Peru, Bolívia,

22
Ou seja, as empresas participantes do Núcleo
Setorial se tornam um grupo de referência e uma
1.1 Núcleos Setoriais amostra significativa das necessidades do meio
empresarial.
A de Núcleos Setoriais tem representado uma Exemplo de atividades desenvolvidas pelos
das mais contundentes formas de organização Núcleos Setoriais:
associativa de empresas, contribuindo
Compras coletivas;
fortemente para o aumento de suas vantagens
Prestação de serviços ou fabricação de
competitivas no mercado, mediante:
produtos de forma coletiva;
Acesso a capacitação e consultoria
Treinamentos e consultorias que
gerencial e técnica a custos menores;
atendam suas necessidades específicas;
Possibilidade de realização de compras e
Certificação de produtos e serviços;
vendas em conjunto;
Participação coletiva em feiras e eventos;
Participação em feiras, missões
Intercâmbio de informações;
empresariais e eventos com maior regularidade
Exercer poder de lobby por meio de sua
e menor custo;
entidade empresarial.
Acesso e ampliação de mercados;
O trabalho dos Núcleos Setoriais, além de trazer
Realização de marketing de rede;
benefícios para as empresas participantes, gera
Aprimoramento tecnológico de
impactos positivos nas entidades empresariais
processos e práticas inovadoras;
que promovem esta forma de organização da
Exercício da cidadania mediante
base. Podem ser mencionados:
participação em projetos sociais;
Melhoria da representatividade;
Ganhos de qualidade, produtividade e
Aumento do quadro social e,
competitividade.
consequentemente, da receita da ACE;
Principalmente com foco na micro e pequena
Crescimento de demanda por serviços
empresa, a metodologia orienta que os Núcleos
da ACE;
Setoriais sejam formados geralmente por
Fortalecimento da cultura associativista;
empresas de um mesmo segmento, ou que
Profissionalização do quadro funcional;
tenham afinidades em relação ao mercado
Participação proativa no desenvolvimento
em que atuam. Os empresários se encontram
local e regional.
periodicamente sob a condução de um consultor
para identificarem oportunidades, discutirem
problemas comuns e buscarem soluções
conjuntas, O objetivo é promover ações coletivas
e criar vantagens competitivas para as empresas
participantes.
Os Núcleos Setoriais, ao levantarem as
necessidades das empresas e buscarem
soluções coletivas, desenvolvem uma série de
atividades, que acabam beneficiando não apenas
as empresas que dele participam, mas também
todas as demais MPEs do mesmo segmento.

23
2 O Universo
da MPE

as principais geradoras de riqueza no comércio


no Brasil (53,4% do PIB deste setor). No PIB da
2.1 A MPE no Brasil e no Mundo indústria, a participação das micro e pequenas
(22,5%) já se aproxima das médias empresas
As micro e pequenas empresas nos países
(24,5%). No setor de serviços, mais de um terço
desenvolvidos, como a Alemanha, Estados
da produção nacional (36,3%) têm origem nos
Unidos, França e Itália, desempenham um papel
pequenos negócios.
importante na economia nacional, por esta razão
Em 1985, o IBGE calculou em 21% a
são protegidas por uma série de instrumentos que
participação das pequenas empresas no PIB
garantem sua sobrevivência em um ambiente
(2001). O percentual cresceu para 23,2% e, em
altamente competitivo e globalizado, tais como:
2011, atingiu 27% - ou seja, mais de um quarto do
Estímulo à criação de novas MPEs;
Produto Interior Bruto brasileiro é gerado pelos
Formação e qualificação especial para o
pequenos negócios.
empreendedor;
Em relação ao número de empresas as
Assessoria técnica, comercial e
MPEs representaram, em 2011, nas atividades
administrativa;
de serviços e de comércio, respectivamente
Fomento comercial (feiras, incentivos a
98% e 99% do total de empresas formalizadas.
exportação, etc.);
Em relação à geração de emprego, as MPEs
Legislação moderadora do dia-a-dia da
representavam 44% dos empregos formais
empresa;
em serviços, e aproximadamente 70% dos
Acesso a aval e créditos adequados.
empregos gerados no comércio. Cerca de 50%
Em troca, estas MPEs devolvem para a
das remunerações do setor formal de comércio
nação o fortalecimento da classe média, que
foram pagas, no mesmo ano por MPEs.
garante a estabilidade da economia. Por outro
Os dados demonstram a importância de
lado, é possível e vantajoso para as médias e
incentivar e qualificar os empreendimentos de
grandes empresas formarem parcerias com
menor porte, inclusive os Microempreendedores
MPEs tecnicamente capacitadas, estruturadas
Individuais (MEI) que, em 2014 passaram
adequadamente, financeiramente estáveis
a representar 50% dos empreendimentos
e gerenciadas com eficácia. Essas parcerias
formalizados optantes pelo simples, com 4,3
permitem as empresas de maior porte se adaptar
milhões de empreendedores cadastrados como
com maior velocidade às mudanças de mercado
MEI.
e a conseguir atender nichos diferenciados de
O crescimento quantitativo foi exponencial,
mercado.
mas também houve evolução qualitativa das
Atuamente, o empreendedorismo vem
MPEs no que se refere à taxa de sobrevivência. No
crescendo muito no Brasil, são cerca de 9
Brasil, as taxa pra as empresas com até 02 anos
milhões de micro e pequenas empresas no País,
de atividade foi mensurada em 75,6%, em outras
o que representa mais da metade dos empregos
palavras, de cada 100 empresas constituídas no
formais. As micro e pequenas empresas já são
25
país, 75,6 atravessam o limite de dois anos. qualidade dos produtos, eficiência no processo
O número de MPEs exportadoras brasileiras produtivo e eficácia na gestão, todos os
teve crescimento de 2,7% entre 2013 e 2014, pequenos negócios podem conquistar novos
segundo estudo desenvolvido pelo Sebrae em mercados, incluindo os internacionais. Por isso,
parceria com a Fundação Centro de Estudos a importância de projetos e programas de apoio
do Comércio Exterior (Funcex). As micro e às MPEs.
pequenas empresas representaram 59,4% das No âmbito nacional o cenário dos pequenos
empresas exportadoras do país, em 2014, e suas negócios teve grande avanço, devido
transações somaram R$ 2 bilhões. Esse valor foi principalmente ao ambiente legal criado a partir
1% mais baixo do que no ano anterior. No entanto, da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, e
a participação delas no total das exportações da evolução da Legislação para os Pequenos
brasileiras subiu de 0,77%, em 2013, para 0,82% Negócios.
em 2014.
Em relação aos produtos, as micro e pequenas
Lei Geral da Micro e
empresas brasileiras exportadoras comercializam 2006 Pequena Empresa
essencialmente produtos manufaturados, ou
seja, industrializados e basicamente produzidos Super Simples: Redução em
em série e com menor valor agregado. 2007 média de 40% dos impostos
Apesar do número significativo de empresas
brasileiras exportadoras (em torno de 60% Micro Empreendedor
do total), a representatividade das MPEs no
2009 Individual - MEI

volume dos recursos das exportações ainda


é inexpressiva. Isso se deve a diversos fatores, Atualização dos limites de
2011 faturamento do Simples
tais como a descontinuidade das empresas de
atuarem no mercado internacional . O número
Aprovado projeto que
de micro e pequenas empresas que desistem de 2014 aplica o Super Simples a
exportar a cada ano tem sido bem superior ao todas as categorias, cria
número de estreantes. Elas também possuem proteção ao MEI e diciplina a
substituição tributária
dificuldade de produção em escala, sofrem mais
com as exigências burocráticas e com o impacto
Figura 1: Evolução da legislação
dos custos na cadeia produtiva, o que tiram a para os pequenos negócios

competitividade dos pequenos negócios.


Apesar das dificuldades de entrar e se manter Os principais benefícios previstos na Lei Geral
no mercado internacional, os últimos anos são:
mostram crescimento importante quanto à Regime unificado de apuração e
participação das MPEs nas exportações. Ações recolhimento dos impostos e contribuições da
como o Projeto Extensão Industrial Exportadora União, dos estados, do Distrito Federal e dos
(PEIPEX), da Agência Brasileira de Promoção de municípios, inclusive com simplificação das
Exportações e Investimentos (Apex Brasil), tem obrigações fiscais acessórias;
apoiado os pequenos negócios a serem mais Desoneração tributária das receitas de
competitivos no mercado internacional. exportação e substituição tributária;
Segundo especialistas da Apex Brasil, com Dispensa do cumprimento de certas

26
obrigações trabalhistas e previdenciárias;
Simplificação do processo de abertura,
alteração e encerramento das MPEs;
2.2 Características e Principais
Facilitação do acesso ao crédito e ao
As MPEs, no Brasil e no mundo, tem um
mercado;
conjunto de características que as diferenciam
Preferência nas compras públicas;
das médias e grandes empresas:
Estímulo a inovação tecnológica;
Criativas;
Incentivo ao associativismo na formação
Flexíveis;
de consórcios para fomentação de negócios;
Terceirizáveis;
Incentivo à formação de consórcios para
Provedoras de serviços;
acesso a serviços de segurança e medicina do
Absorvedoras de mão-de-obra;
trabalho;
Formadora da classe média.
Regulamentação da figura do pequeno
Entretanto, ao lado de tantas características
empresário, criando condições para sua
positivas, as MPEs no Brasil enfrentam ainda
formalização;
algumas dificuldades, que impedem o seu
Parcelamento de dívidas tributárias para
desenvolvimento e dificultam a economia e o
adesão ao Simples Nacional.
aproveitamento total do seu grande potencial.
Entre os principais problemas enfrentados,
destacamos:
Isolamento externo: vive isolado das
demais empresas do mesmo segmento.
Isolamento interno: não tem com quem
conversar e expor as suas dificuldades;
Desconhecimento de soluções:
desconhece experiências que apresentam
soluções para a situação adversa que enfrenta;
Desconfiança em auxílio externo: não
acredita que seja possível e tem receio de ser
enrolado;
Visão do concorrente como inimigo:
considera impossível qualquer relacionamento
com as empresas concorrentes;
Apoios de cima para baixo: entidades
ofertam “bons produtos” que o empreendedor da
MPE não considera necessários.
Todas as características positivas das MPEs,
como as listadas, são parcialmente neutralizadas
pelos problemas vividos no cotidiano dos
empreendedores. Assim, os problemas
tradicionais levantados pelas entidades de
fomento às MPEs, tais como, falta de formação

27
do empreendedor, dificuldade de acesso ao
crédito, necessidade de tecnologia e outros,
levam a oferta de soluções prontas e fechadas
2.3 As MPEs, os Núcleos e as
Associações Empresariais
que não resolvem as dificuldades básicas. Esta é
a principal diferença da proposta do Empreender:
Os Núcleos Setoriais são grupos de
as soluções são encontradas em conjunto a partir
empreendedores de micro e pequenas empresas
das necessidades apontadas pelos próprios
de um mesmo segmento, que se reúnem
empresários.
frequentemente sob orientação de um Consultor
para discutir os problemas comuns e buscar
soluções conjuntas, apoiados por sua Associação
Empresarial (ACE) e perfeitamente adequadas as
suas necessidades.
Assim procedendo, os Núcleos Setoriais
organizam as demandas de seus integrantes
permitindo que a ACE utilizando o seu poder
de lobby, busque junto com o Sebrae, Senai,
Senac, Universidades, Centros de Pesquisas,
Instituições Financeiras, Prefeituras e Órgãos do
Governo, as soluções que atendam as micro e
pequenas empresas.
Desde o início das atividades do Empreender
no Brasil, os resultados e os casos de sucesso
são muitos. De modo geral, destacam-se as
respostas mais comumente encontradas, como:
As micro e pequenas empresas
reunidas em Núcleos tornam-se mais fortes,
economicamente mais viáveis, tecnicamente
mais atualizadas, gerencialmente mais
competitivas e consequentemente mais estáveis
(perenizadas);
Os produtos e serviços apresentam
qualidade, maior valor agregado encontram mais
mercados e os clientes ficam mais satisfeitos;
Os empreendedores e os funcionários
buscam se aperfeiçoar em cursos adequados
às suas necessidades, gerando equipes mais
eficazes;
Os empresários, ao participarem
ativamente das ACEs, desenvolvem a
capacidade de liderança e de visão ordenada de
desenvolvimento do município;
Novas lideranças empresariais surgem,
28
aumentando a sinergia do desenvolvimento local; significativos e indicam que o Empreender é
Novas oportunidades de negócios são capaz de exercer um papel transformador na
vislumbradas pelos empresários, levando a vida das comunidades.
ampliação das empresas ou a criação de novas
empresas, gerando empregos e aumentando a
movimentação da economia local.
As Associações Empresariais que abrigam os
Núcleos, por sua vez, passam a sofrer influência
destes seus associados agora mais organizados
e com uma visão empresarial mais ampla. Para
poder atender as demandas, elas se veem na
necessidade de implantar um processo de
desenvolvimento organizacional, passando de
uma situação tradicional de clubes empresariais,
para entidades prestadoras de serviços aos seus
associados.
As principais transformações ocorridas nessas
ACEs são:
As ACEs se profissionalizam e passam
a prestar mais e melhores serviços aos seus
associados;
A ACE estabelece por meio dos Núcleos
um canal de comunicação permanente para
conhecer as necessidades de seus associados;
O número de associados das ACEs
amplia de maneira significativa, aumentando a
representatividade da entidade;
Por se tornar mais fortes e atuantes,
as ACEs passam a ter maior poder de lobby,
influenciando diretamente o ambiente
empresarial e as políticas de desenvolvimento,
local e até mesmo estadual;
Uma rede eficiente de autoajuda se cria
entre as ACEs que participam do Programa;
Redes entre Núcleos e ACEs encontram
apoio eficaz para as suas necessidades junto às
prefeituras municipais, órgãos de fiscalização e
normatização, entidades de ensino profissional,
organismos de apoio e fomento de MPE,
instituições de crédito e fomento.
Torna-se evidente, portanto, que os resultados
quantitativos e qualitativos são bastante

29
3 Implantando o Programa
Empreender nas Federações

O Programa Empreender e os Núcleos Setoriais


são implantados e gerenciados por entidades
empresariais de acordo com a estrutura e
3.1 Possibilidades de Implantação
da Metodologia
características de atuação.
O Empreender pode ser desenvolvido de
O Programa Empreender é desenvolvido
forma conjunta ou individual, conforme iniciativa
pelas entidades empresariais que fazem parte
das seguintes entidades:
do Sistema CACB, mas ao longo desses 20 anos
Confederação das Associações
sua metodologia tem despertado o interesse de
Comerciais do Brasil – CACB;
outras entidades que não fazem parte desse
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e
sistema.
Pequenas Empresas – Sebrae;
A capacidade de mobilização e de geração
Associações Empresariais – ACEs.
de resultados para as empresas participantes e
Este manual considera, entretanto, a
para a entidade, aliados a um valor relativamente
implantação do Programa Empreender nos
baixo de investimento para implantação, tornam
municípios a partir do apoio das Federações,
a metodologia atrativa e viável.
porém, qualquer ACE pode ter a iniciativa de
Um dos propósitos do Empreender e de todo
implantá-lo. Neste caso, as obrigações definidas
o Sistema CACB é a disseminação da cultura
para a Federação, quando couber, passam para
associativista. Dessa forma, a CACB entende que
a ACE
a metodologia pode ser implantada por qualquer
instituição que tenha interesse e condições,
conforme as apresentadas neste manual.
Entretanto, a forma de implantação depende
também do formato do relacionamento da
entidade interessada com a CACB. De modo
geral há duas possibilidades de implantação da
metodologia.

3.1.1 Implantação do Programa Empreender

Implantar o Programa Empreender significa


seguir as orientações e o passo a passo
desse manual. As entidades não precisam
necessariamente fazer parte do Sistema CACB,
mas neste caso devem passar por uma análise
inicial da Confederação para verificação dos
seguintes aspectos:

31
Qual a representatividade da entidade no
ambiente empresarial?
3.2 O Sistema CACB
Como é o relacionamento com as demais
instituições de apoio às empresas?
3.2.1 A CACB
Existe no município associação comercial
e empresarial ligada ao Sistema CACB? Qual a
A CACB é responsável pelo trabalho de lobby
postura da mesma em relação ao Empreender e
na esfera federal, a formulação de projetos
sobre outra assumir a implantação do Programa?
nacionais, a captação de recursos e a gestão
Existe instituição que responde pelo
estratégica dos projetos e serviços do sistema.
Programa no estado? Como é o relacionamento
Juntamente com o Sebrae Nacional, a
com a entidade interessada em implantar o
CACB formula os projetos para a implantação,
Empreender no município?
atualização e manutenção do Empreender no
Além desses aspectos, o manual aponta
país. São tarefas da Confederação:
quais os critérios são analisados para seleção
Elaboração e revisão da metodologia,
dos municípios e para avaliação das entidades,
incluindo o manual e os modelos de documentos
que devem ser atendidos para estabelecer o
para a implantação do Programa;
contrato de parceria e para o repasse assistido
Repasse da metodologia e qualificação
da metodologia.
permanente dos atores, principalmente os
A entidade deve participar das capacitações
Coordenadores estaduais e os multiplicadores
organizadas pela Federação e Confederação e
da metodologia;
repassar as informações sobre o andamento do
Formatação e gestão dos processos de
Programa na sua cidade.
adesão ao Programa pelas entidades estaduais
A entidade deve utilizar o logotipo do
e municipais, incluindo a definição dos critérios
Empreender e a plataforma web para fazer a
para seleção das entidades e municípios;
gestão dos núcleos.
Acompanhamento e suporte às ACEs e
aos Coordenadores Estaduais;
3.1.2 Implantação da metodologia
Monitoramento e avaliação dos
resultados alcançados pelas ACEs e pelas
Para as instituições que não compõem o Sistema
empresas participantes dos Núcleos;
CACB e não tem interesse em fazer parte da rede
Disponibilização de instrumentos de
nacional do Programa Empreender, a metodologia
gestão para gerenciamento do Programa pelas
também pode ser adotada pela instituição.
ACEs, como portal e sistema web;
Neste caso a CACB não realiza o repasse e não
Criação e disponibilização de
há suporte da Confederação ou Federação na
metodologias de capacitação de Consultores de
implantação da metodologia.
Núcleos, presenciais e/ou a distância;
A capacitação na modalidade a distância pode
Padronização da identidade visual do
ser acessada por qualquer instituição ou profissional
Empreender;
que queira conhecer a metodologia, de acordo com
Promoção e realização de ações para
a disponibilidade de vagas.
fortalecimento do Programa no país como
A instituição não pode utilizar o logotipo do
seminários de avaliação com os Coordenadores
Programa Empreender e também não tem acesso
estaduais e encontros com os Consultores para
à plataforma web de gestão dos núcleos.
32
compartilhamento de experiências. 3.2.3 As entidades empresariais locais
Um dos grandes desafios da Confederação é a
integração das diversas Federações que por suas As entidades empresariais locais são as
realidades econômicas e culturais diversificadas menores células territoriais dos sistemas
representam frequentemente opiniões e empresariais e trabalham diretamente junto
demandas diferentes. ao empresariado. Seu papel é a promoção de
um ambiente empresarial local favorável, a
3.2.2 As entidades empresariais nos estados prestação de serviços às empresas e a promoção
da cultura associativista. Para alcançar esses
Nos estados o Empreender é, geralmente, objetivos necessitam do apoio de sua Federação
implantado pelas Federações das Associações e Confederação para poder garantir uma oferta
Comerciais e Empresariais do sistema da CACB. de serviços e projetos de qualidade.
As Federações representam os interesses do As entidades empresariais locais são,
empresariado no âmbito do estado, formulam principalmente, as associações comerciais
projetos estaduais e captam recursos, além ligadas ao sistema das Federações das
de apoiar as ACEs na implantação dos projetos associações e da CACB. Nos casos dos
nacionais, estaduais e locais. Devem também municípios que não possuam entidades com essa
identificar experiências bem sucedidas nas ACEs nomenclatura, mas existindo organismos com as
e disseminá-las por meio das Federações e da mesmas características de objetivo e estrutura, o
Confederação. Programa pode ser igualmente implantado.
Dentre as principais tarefas das Federações, Como as principais entidades empresariais
podemos destacar: locais são as associações comerciais (ACEs), este
Seleção, sensibilização e eleição dos é o termo utilizado em todo o manual.
municípios e ACEs para do Empreender; As ACEs também possuem algumas
Realização do processo de seleção dos responsabilidades, tais como:
Consultores locais; Prover as condições do ambiente de
Capacitação dos Consultores na trabalho para os Consultores e para a realização
metodologia e apoio para a atualização constante das ações do Programa;
desses profissionais em áreas afins; Estabelecer e consolidar parcerias
Suporte às ACEs e aos Consultores locais, para fortalecimento e que possibilitem a
disponibilizando, quando possível, Consultores sustentabilidade do Programa;
Regionais; Seleção dos segmentos, setores e
Gestão, monitoramento e avaliação cadeias produtivas para formação dos Núcleos
dos resultados alcançados com o programa no Setoriais;
estado. Recrutamento, seleção e contratação de
As Federações também podem promover ações Consultores;
de integração entre entidades e Consultores, para Capacitação dos Consultores e
compartilhamento de experiências e colaboração atualização permanente dos profissionais;
quanto a metodologia. O detalhamento de cada Gestão, monitoramento e avaliação dos
uma dessas tarefas está mais adiante. resultados do Empreender na ACE.
Para que o Empreender se consolide é
importante que a ACE incorpore o Programa

33
como uma das suas estratégias de atuação. As
orientações e procedimentos são descritas no
próximo capítulo desse manual.
3.3 A Coordenação Estadual

Vendo o conjunto de entidades existentes,


torna-se importante que o processo de
implantação do Empreender seja sistematizado
e supervisionado.
As Federações interessadas em implantar
o Empreender, assim como no caso das ACEs,
precisam incorporar o Programa em sua
estratégia. Isso significa que, além dos demais
projetos existentes e os serviços prestados pela
ACE, o Programa Empreender deve fazer parte
do seu planejamento estratégico e orçamentário.
É necessário prover estrutura e equipe técnica
de apoio adequada aos objetivos da entidade
em relação ao número de municípios e Núcleos
previstos no planejamento. Também pode ser
criada uma diretoria específica.
Pensando na sustentabilidade e na
consolidação do Empreender em todo o estado,
é fundamental estabelecer parcerias que, além
de fomentar o Programa, possam ser replicadas
localmente. As Federações podem, por exemplo,
firmar acordos com instituições de ensino e
pesquisa, cooperativas de crédito com o Sebrae
dentre outras, facilitando acordos locais para
consolidação do Empreender nas ACEs e para a
realização das ações dos Núcleos.

3.3.1 A parceria com o Sebrae no estado

O Sebrae estadual pode ser um dos principais


parceiros da Federação na implantação do
Empreender no estado. Isso porque, além da
parceria nacional entre a CACB e o Sebrae
Nacional, a entidade atua diretamente com
os pequenos negócios – principal público
alvo do Programa, com diversas soluções e
canais de atendimento que podem contribuir
significativamente na realização das ações dos

34
Núcleos. a) Atribuições junto às ACEs:
Para o Sebrae, o Empreender é uma Garantir o cumprimento de metas e
oportunidade de ampliar seu atendimento sem prazos do Programa;
necessariamente aumentar seus esforços, uma Garantir que a documentação do
vez que a mobilização e a sensibilização dos Programa e os sistemas de informação estejam
empresários para a participação em cursos, sempre atualizados;
palestras, missões, entre outros, é realizada pelas Visitar as ACEs e as empresas
ACEs. Entretanto, essa parceria pode ser feita participantes para acompanhar o Programa;
regional ou localmente. A parceria em âmbito Se reunir com o presidente, com o
estadual pode ser mais ampla, incluindo apoio executivo e com o Consultor na ACE para avaliar
financeiro para desenvolvimento e manutenção o desempenho do Programa e intermediar
do Programa, desenvolvimento de projetos e conflitos quando for o caso;
ações especiais, mobilização para criação de Realizar ou apoiar o planejamento anual
redes empresariais e outras possibilidades de das associações que participam do Programa;
atuação regional ou microrregional, apoio na Avaliar o desempenho dos Núcleos e do
qualificação dos Consultores, etc.. Consultor;
A Federação pode apresentar o Programa Acompanhar a sustentabilidade do
Empreender e estabelecer parcerias, Programa na ACE;
evidenciando as vantagens do Programa e as Avaliar a qualidade e efetividade das
possibilidades de ações conjuntas, propondo o ações implantadas;
alinhamento das necessidades e expectativas, Avaliar o relacionamento interpessoal
como por exemplo, para quais setores, entre a diretoria, o executivo, o Consultor e o
segmentos ou cadeias produtivas o Sebrae quadro funcional da ACE;
pretende direcionar seus esforços e em quais Capacitar os atores.
desses o Empreender pode ser a metodologia de b) Atribuições junto à Federação:
mobilização dos empresários e desenvolvimento Se reunir com a diretoria da Federação e
das ações. reportar o andamento do Programa;
A formalização dessa parceria pode ser Verificar e acompanhar a sustentabilidade
mediante convênio e as atribuições do Sebrae do Empreender na Federação;
devem estar expressas nesse documento, Acompanhar a execução financeira do
conforme os objetivos e necessidades das Programa;
entidades na execução do projeto de parceria. Estabelecer canais de comunicação com
e entre as ACEs e os atores;
3.3.2 Atribuições da Coordenação Estadual Padronizar o material e ferramentas de
monitoramento;
A análise das experiências mostra que o êxito Buscar parcerias;
de uma Coordenação Estadual está ligado a Executar o controle financeiro e a
um perfil técnico adequado e de características prestação de contas do Programa;
distintas para suportar e cumprir com as Elaborar projetos que visem parcerias,
atribuições apresentadas. Para tanto, se torna benefícios e a sustentabilidade do Empreender
necessário entender melhor essas atribuições na Federação;
junto à ACE, à Federação e à CACB. Coordenar a realização de eventos e

35
atividades que propiciem a participação e a Boa redação empresarial;
consolidação do Empreender; Disponibilidade para viagens;
Agir como elo entre as demandas das Possuir, preferencialmente, veículo para
ACEs participantes e a Federação; uso no trabalho;
Apoiar e fomentar a criação de Prática na organização de eventos como
mecanismos de interação entre as associações cursos, palestras, viagens de grupos;
participantes; Profundo conhecimento sobre entidades
Apoiar e fomentar a criação de Núcleos empresariais e de apoio;
Regionais ou Microrregionais; Conhecimento na gestão de equipes;
Capacitar os atores. Conhecimento sobre gestão de conflitos;
c) Atribuições junto à Confederação: Habilidades de moderação de grupos;
Enviar relatórios mensais para a Domínio sobre técnicas de planejamento;
Coordenação Nacional; Bons conhecimentos de gestão de
Recepcionar e acompanhar o projetos e de administração;
Coordenador Nacional quando em visita à Visão generalista.
Federação; Além do perfil técnico é importante que este
Participar das reuniões e treinamentos; profissional apresente algumas características
Realizar as pesquisas requeridas pela comportamentais específicas, tais como
Confederação; maturidade emocional e autoconfiança. Que seja
Contribuir com informações e sugestões criativo, arrojado e empreendedor com facilidade
para melhoria da metodologia do Empreender; de relacionar-se e que tenha iniciativa.
Participar, apoiar, divulgar e auxiliar O recrutamento e a seleção devem ser
a Confederação em seus eventos quando acompanhados por um profissional que
solicitado. conheça o processo, o perfil e o papel que o
futuro Coordenador deve desempenhar. Um
3.3.3 O Coordenador Estadual Coordenador experiente de outra Federação ou
da Confederação pode ser convidado para realizar
Para cumprimento dessas atribuições é a tarefa. Além de um Coordenador experiente,
necessária a contratação de um profissional o trabalho realizado por mais de uma pessoa,
com competências e habilidades adequadas. de preferência, um psicólogo de uma empresa
Esse profissional não deve acumular outras especializada, proporciona maior assertividade
funções dentro da Federação, ou pelo menos na escolha.
que o volume de tarefas além da coordenação do Uma atitude que pode facilitar a seleção do
Empreender, não prejudique seu desempenho. Coordenador é avaliar os profissionais que já
Para facilitar o processo de recrutamento e trabalham com Consultoria grupal no sistema,
seleção do Coordenador Estadual, encontra- pois pode haver Consultores experientes com
se abaixo uma descrição das principais a vantagem de dominar a metodologia. Esta
competências técnicas desejadas. atitude motivaria os profissionais, abrindo-lhes
Perfil técnico (pré-requisitos): uma oportunidade de crescimento.
Formação acadêmica em administração Antes do processo de recrutamento e seleção,
de empresas, contabilidade, economia ou devem ser definidos pela Federação os seguintes
profissões correlatas; itens:
36
Valor da remuneração;
Forma de contratação;
3.4 A seleção, sensibilização e
Horário de trabalho;
eleição dos municípios e ACEs
Local e disponibilidade de espaço e
equipamentos para a execução do trabalho; Em cada estado, as potenciais entidades
Forma de pagamento das despesas parceiras do Empreender, costumam ter
realizadas decorrentes dos deslocamentos. estratégias e objetivos definidos para sua atuação,
Em relação ao seu vínculo formal com a além de metas a alcançar. Em consequência,
Federação, sugere-se recorrer a assessoria existe uma predeterminação de municípios onde
jurídica especializada para definição da forma de se concentram as ações a serem desenvolvidas.
contratação do Coordenador pela entidade. No momento da definição dos municípios para
implantação do Empreender, é importante um
diálogo transparente entre as entidades, para que
se chegue a um consenso sobre os locais com
maior potencial de resultados para o sistema.
A proposta é que cada parceiro estadual
defina primeiramente os municípios de seu
interesse e, em um segundo momento, haja uma
decisão conjunta. Na prática, tem-se percebido
que costuma haver uma coincidência muito
grande sobre as cidades escolhidas por cada um
dos parceiros. Para aquelas cidades onde houve
divergência, resta a tarefa da negociação, que
deve ser pautada prioritariamente sobre critérios
técnicos.

3.4.1 Seleção das ACEs por meio de editais e


projetos

Como já mencionado as ACEs podem, por


iniciativa própria, entrar em contato com a CACB
para implantar o Empreender no seu município.
Eventualmente são abertos editais de repasse
da metodologia e apoio na implantação. Nem
sempre os estados contam com a atuação das
Federações para apoiar as ACEs nesse processo.
Além de participar dos editais as ACEs podem
recorrer à CACB e ao Sebrae para obter apoio, por
exemplo, na capacitação dos Consultores e para
a utilização da plataforma web.
Cabe à ACE, portanto, identificar junto à CACB
e ao Sebrae quais as oportunidades existentes.
37
De qualquer forma as associações devem atender todos de grande porte ou caracterizados pelo
os requisitos estabelecidos conforme descrição mesmo tipo de economia ou segmento produtivo,
a seguir. pode criar a falsa ideia de que o Empreender só
tem sucesso em localidades com este perfil.
3.4.2 Critérios para seleção dos municípios e O número de empresas existentes no
ACEs município também é determinante no processo
de seleção. É necessário que haja um número
O futuro e o sucesso do Empreender em um suficiente de empresas para criação de Núcleos
estado começam pelo processo de escolha dos de diferentes setores. Deve ser observada a
municípios onde deve ser implantado. Apesar meta de Núcleos e empresas estabelecidas pela
do Programa estar mais disseminado no país, Coordenação Nacional ou Coordenação Estadual.
trata-se de uma filosofia ainda não muito usual Isto é fundamental, tanto na geração de impacto
entre os empresários, portanto, é importante sobre a comunidade quanto na criação da
garantir bons resultados nos primeiros ou novos rede de apoio e intercâmbio entre os diversos
municípios onde for implantado. Alguns critérios participantes.
devem ser levados em conta nesse momento, Por mais que a seleção dos segmentos ou
tais como: cadeias produtivas para formação dos Núcleos
Número de empresas no município; seja feita posteriormente, também é viável
Potencial econômico do município; conhecer as características e o perfil econômico
Representatividade do município na dos municípios. Além do número de empresas,
microrregião e características do seu entorno; saber quais as principais atividades produtivas
Ambiente político; da cidade e do seu entorno podem sinalizar
Ambiente institucional, tanto para a o potencial local para desenvolvimento dos
criação de rede de apoio local, quanto para a Núcleos.
seleção da ACE que implanta o Empreender; Dados como PIB e renda per capita, bem como
Histórico e realidade atual de ações valores financeiros e o total de empregos formais
similares; gerados pela indústria, comércio e serviços e pela
Situação das entidades empresariais. produção agropecuária, entre outros indicadores,
Sugere-se escolher os municípios que se devem ser analisados em conjunto. Nestes casos,
destacam sobre os demais, o que dá ao trabalho deve-se recorrer a especialistas e bibliografias
realizado uma maior divulgação, funcionando que discorram sobre sua importância e o que
como uma vitrine para os outros municípios. significa cada um desses dados.
Para tanto, vale a sugestão de escolher, em O ambiente político do município também
primeiro lugar, municípios polos em cada região. deve ser considerado, principalmente o
Nestes municípios geralmente a econômica é relacionamento da prefeitura com as entidades
mais dinâmica, há um número maior de empresas empresariais e as lideranças da comunidade.
e ACEs mais consolidadas. Estes fatores podem O objetivo não é excluir os municípios em que
facilitar a implantação do Programa na fase inicial há conflitos, mas alertar sobre as possíveis
e na geração de casos de sucesso. dificuldades, principalmente nos casos em que
Por outro lado, é importante mesclar os a ACE que implanta o Empreender estiver direta
municípios segundo o seu porte e a sua economia. e intensivamente envolvida com questões
Se os primeiros municípios escolhidos forem políticas.

38
Outro aspecto importante a considerar é o de mandato ou, se for este o caso, que já esteja
histórico de ações, projetos e iniciativas em definida a próxima Diretoria ou Presidente e
promover o desenvolvimento local e empresarial que os mesmos se comprometam a assumir o
por entidades dos municípios/território. Empreender. Em outras palavras, o Empreender
O sucesso ou o fracasso dessas iniciativas não deve configurar como um projeto do
orienta a forma de agir e não incorrer nos mesmos Presidente, e sim da ACE.
erros ou aproveitamento do ambiente propício já Também se recomenda analisar o histórico e
instalado. realidade atual do relacionamento da ACE com
Nessa mesma linha, é importante verificar a Federação, pois conflitos mal resolvidos ou
se existem no município instituições públicas e contato limitado podem gerar dificuldades na
privadas que apoiam os pequenos negócios e seu implantação da metodologia e manutenção do
desenvolvimento, como instituições de ensino Programa conforme a mesma, além do acesso
e pesquisa, sindicatos e associações de classe, às informações para monitoramento pela
instituições financeiras e até mesmo empresas Federação.
âncoras. ACE com projetos e serviços diferenciados
Estas instituições podem viabilizar a formação tem mais chances de evolução. Geralmente
de uma rede local de apoio ao Programa e aos entidade assim tem perfil mais proativo e
futuros Núcleos, mas essa análise é o que permite empreendedor, são referências na sua cidade
identificar quais instituições tem capacidade de para desenvolvimento e apoio as empresas.
receber a metodologia e implantar o Programa. Em resumo, na definição dos critérios para
seleção da ACE que implanta o Empreender,
3.4.2.1 Critérios para seleção da ACE devem ser analisados os seguintes itens:
Número de empresas associadas;
Para certa garantia de resultados é Relacionamento político e institucional;
importante que sejam escolhidos municípios Infraestrutura e situação financeira;
onde as entidades já estejam consolidadas, Histórico e realidade atual de ações
com quadro funcional capacitado, infraestrutura similares;
adequada e situação financeira equilibrada Mandato da diretoria;
preferencialmente, também, sem depender de Relacionamento com a Federação;
convênios com a Prefeitura Municipal ou outros Grau de desenvolvimento da ACE.
parceiros para manutenção básica da ACE. Um cadastro, com os dados de cada município
Da mesma forma, é ideal que ela não dependa e ACE candidata ao Empreender, pode auxiliar no
dessa alternativa para iniciar e manter o momento da escolha final dos mesmos.
Empreender. Ou seja, deve apresentar condições
financeiras suficientes para implantar e dar 3.4.3 Identificação e apoio as oportunidades
continuidade ao Programa. de atuação microrregional
Levando em conta que o Empreender é um
processo contínuo de desenvolvimento e que Nos itens anteriores, foram apontados critérios
necessita de certo tempo para se consolidar, que podem apoiar a tarefa de selecionar os
deve-se considerar o período de mandato da municípios e ACEs. Um deles se refere a análise do
Diretoria da ACE. perfil econômico local e do entorno do município. Isso
O ideal é que a Diretoria não esteja em final significa verificar se existem atividades produtivas

39
que envolvam não apenas a cidade em questão, mas
se estendam para outros locais próximos, formando
uma microrregião com destaque nessas atividades.
3.5 Seleção e Negociação com a
ACE
Podem ser atividades potencialmente
estratégicas organizadas em cadeias produtivas
Para conhecer os municípios e as ACEs, o
como turismo e agroalimentar; ou segmentos mais
Coordenador Estadual precisa fazer visitas para
bem desenvolvidos (ou com potencial) como, por
aplicar um diagnóstico baseando-se nos critérios
exemplo, confecções e móveis.
acima mencionados e buscar também estudos
A análise desse cenário pode mostrar que nem
econômicos existentes.
sempre um único município possui sozinho o
A aproximação com a diretoria e executivos
número suficiente de empresas para formar Núcleos,
das ACEs é fundamental para conhecer o perfil
ou, que por fazer parte de uma cadeia produtiva, os
institucional e de liderança. Uma agenda formal
resultados para as empresas dependem também do
deve ser estabelecida para a apresentação do
desenvolvimento dos demais elos presentes.
Empreender para a diretoria, colaboradores,
Outro fator relevante nessa análise é que, se por
possíveis parceiros e até mesmo lideranças
um lado os municípios polos representam a melhor
empresariais locais.
alternativa pelo seu potencial de consolidação
Após as visitas, o Coordenador deve
e multiplicação da metodologia, os municípios
apresentar os diagnósticos consolidados e suas
menores podem apresentar dificuldades em relação
impressões aos diretores da Federação e os
ao volume de empresas e, por vezes, quanto a
parceiros institucionais para tomada de decisão
situação da ACE, principalmente, financeira.
em conjunto. Assim, encerra-se o processo
A proposta nesses casos é atuar em parceria
seletivo, definindo as ACEs que receberão o
envolvendo mais de um município para a criação dos
repasse da metodologia Empreender.
Núcleos. Essa pode ser uma forma mais inclusiva de
As ACEs visitadas devem ser avisadas
atendimento, uma oportunidade de ampliar as ações
formalmente sobre o resultado da visita e sua
do Programa e gerar resultados mais significativos
inserção ou não no Programa por meio de uma
para as empresas.
carta da Federação. As ACEs selecionadas, junto
Entretanto, tem-se aqui outro desafio: como as
com a carta, recebem as primeiras orientações
ACEs dessa microrregião podem atuar em conjunto
referentes à do Programa, especialmente ao
para desenvolver o Empreender, formando Núcleos
processo seletivo do Consultor e o termo de
Regionais1? Quem lidera o processo? Como os custos
adesão, que define os direitos e as obrigações
são absorvidos e como deve ser o relacionamento
das partes envolvidas no projeto.
entre empresas e entidades de municípios
diferentes?
3.5.1 Termo de adesão
Cada microrregião possui características
econômicas, culturais e institucionais distintas. A
Um modelo padrão de contrato formal entre
Federação em conjunto com as ACEs deve analisar o
a Federação e as ACEs selecionadas, que pode
potencial e as condições para atuação microrregional
ser chamado de termo de compromisso ou
e estabelecer os critérios dessa parceria com o
termo de adesão, deve ser elaborado e enviado
objetivo de fortalecer as empresas e as entidades.
às ACEs. Isto garante formalidade ao Programa
1 Na prática fica padronizado o termo Núcleo Regional e auxilia a Federação na obtenção de um
para identificar os grupos de abrangência regional ou
microrregional. maior comprometimento das ACEs envolvidas
40
e do cumprimento das metas e alcance dos
indicadores, além de ser uma ferramenta eficaz
para a cobrança dos relatórios, no controle do
3.6 Papel da Coordenação em
Relação aos Consultores
envio de subsídio (quando houver) e na prestação
de contas.
Os resultados conquistados com o Programa
Em caso de troca da diretoria, este contrato
dependem das ACEs, dos Consultores dos Núcleos
formal pode garantir a manutenção do Programa,
e do ambiente instalado para a operacionalização
uma transição mais tranquila e uma melhor
das ações planejadas. Entretanto a Federação tem
aceitação por parte da nova gestão.
permanentemente parcela de responsabilidade
Alguns itens sugeridos que não devem faltar
sobre esses resultados.
neste documento seguem abaixo:
Além de repassar a metodologia, apoiar e
O objeto do projeto;
acompanhar a execução das ações estabelecidas
As responsabilidades das partes e atores
no termo de adesão, a Federação atua
sendo:
diretamente com os Consultores dos Núcleos
•Da Federação; desde o processo de seleção, a capacitação,
•Da ACE; suporte e reconhecimento das boas práticas.
•Dos Parceiros;
•Do Executivo; 3.6.1 Processo de seleção dos consultores de
•Do Consultor; Núcleos
Prazo;
Recursos financeiros e forma de
O Consultor de Núcleos é a pessoa
aplicação;
responsável pela execução do Empreender em
Contratação do Consultor;
cada município. Ele é, portanto, o ator primordial
Acompanhamento e fiscalização;
na e continuidade do Empreender. Dessa forma
Rescisão.
a importância de uma escolha cuidadosa e
Neste manual consta um modelo de termo de
criteriosa, analisando tanto seu perfil pessoal
adesão ao Empreender que deve ser adaptado
como profissional.
para a realidade local (Anexo 01).
É atribuição da ACE a divulgação da vaga de
Consultor e o recebimento dos currículos, mas
o processo de seleção dos candidatos deve ser
preferencialmente conduzido pela Federação.
A Federação deve disponibilizar especialistas
para selecionar os currículos e avaliar os
candidatos, entregando para a ACE o parecer
final com apontamentos e indicações para a
contratação, porém a escolha final deve ser da
ACE.
O recrutamento dos Consultores deve ser
um processo formal e técnico, cuja metodologia
utilizada deve priorizar a qualidade dos
profissionais de modo imparcial, sem beneficiar
candidatos que tenham sido indicados e/ou que
41
sejam funcionários da ACE ou das instituições Por isso, antes de iniciar qualquer atividade na
parceiras. Funcionários da ACE ou das ACE, o Consultor deve passar por um treinamento
instituições parceiras podem participar desde que lhe dá a visão sobre o Empreender e a
que atendam os requisitos tanto do perfil quanto Metodologia aplicada. Há também a oportunidade
da disponibilidade de tempo para o trabalho. de exercitar a metodologia, principalmente no que
A descrição do perfil e atribuições dos se refere a condução de reuniões e técnicas de
Consultores, bem como detalhes sobre a abordagem. Esta capacitação é responsabilidade
divulgação da vaga de Consultor, são descritas da Federação.
mais adiante. O treinamento básico dá aos atores
Para o processo de seleção, os profissionais do Empreender condições de implantar e
disponibilizados pela Federação devem ter desenvolver a metodologia e acompanhar os
conhecimento profundo sobre o Programa e empresários participantes dos Núcleos.
sobre técnicas de processos seletivos incluindo Não obstante, o desenvolvimento
entrevistas e dinâmicas de grupo. Este manual proporcionado pelo Programa a empresários
apresenta um modelo de processo de seleção e ACE, faz crescer o grau de exigência deles
(Anexo 02) que pode ser adaptado às realidades em relação aos agentes do Empreender. Os
locais encontradas pela Coordenação Estadual. Consultores, de um modo especial, devem
O modelo apresenta opção de dinâmica, roteiro sempre estar à frente dos empresários, quanto à
de entrevista e método para avaliação curricular. informação e o conhecimento sob pena de perder
Esta etapa deve ocorrer paralelamente às a confiança e ver desmoronar todo um trabalho
demais etapas do processo de do Empreender iniciado com tanta dedicação e empenho.
na ACE, cuidando dos prazos, para que no Temas que envolvam gestão empresarial
momento em que o trabalho de campo começar como marketing e vendas, finanças, recursos
– como levantamento de dados das empresas humanos, qualidade e produtividade devem fazer
e empresários, visitas, contatos, entre outras parte do cotidiano e do permanente aprendizado
atividades para início da formação dos Núcleos do Consultor.
– a ACE já tenha profissional contratado e Este Programa de treinamento pode ser
capacitado para atuar. viabilizado pela Coordenação Estadual, sempre
vinculado às necessidades da base. Por outro
3.6.2 Capacitação na metodologia e lado, a participação em treinamentos exclusivos
atualização constante dos Núcleos aumentam sobremaneira as
competências dos Consultores vinculados ao
A capacitação do Consultor requer uma Empreender.
atenção toda especial. Além dos conhecimentos Portanto, é fundamental que cada estado
teóricos e conceituais sobre o Empreender, ele tenha, baseado em suas necessidades, um
deve ser intensivamente preparado para a parte Programa de educação continuada para os
operacional. atores do Empreender.
O entusiasmo e o interesse de participação das
pessoas nos Núcleos dependem do desempenho 3.6.3 Suporte: Consultores Regionais
do Consultor nos contatos com os empresários,
na condução das reuniões e na organização das Além do Coordenador Estadual, recomenda-se
ações. que a Federação que implante o Empreender em

42
um grande número de municípios, possua uma O processo seletivo e a escolha dos
equipe de profissionais de apoio. Os Consultores profissionais são responsabilidades da Federação
Regionais não desenvolvem ações diretamente e as ferramentas de recrutamento e seleção
com os empresários, mas podem acompanhar podem ser as mesmas utilizadas no processo
de perto a e desenvolvimento do Empreender. local.
Entre as atribuições dos Consultores regionais, A forma de contratação depende de cada
podemos destacar: Federação. Em alguns casos o profissional
Apoio na capacitação e adaptação é um prestador de serviços, sendo possível
ao trabalho nos casos de novos Consultores, estabelecer um contrato com carga horária,
principalmente quando a capacitação não valores, prazos e entregas que o profissional deve
acontece imediatamente após a contratação; realizar. Também é possível que ele faça parte do
Suporte e monitoramento no registro quadro de funcionários da Federação ou ainda
das informações nos sistemas de informação do que ele seja cedido por uma instituição parceira,
Programa; que nesse caso, assume os custos de salários e
Apoio na identificação e seleção de novos outras despesas.
segmentos ou cadeias produtivas para criação
de Núcleos; 3.6.4 Oficina de capacitação
Apresentação do Programa Empreender
em encontros de sensibilização para criação de A capacitação dos profissionais que atuam na
novos Núcleos – quando o Coordenador Estadual formação e condução dos Núcleos Setoriais deve
não possa participar; ser realizada logo após o processo de seleção
Apoio na elaboração e acompanhamento dos candidatos.
de ações mais complexas, que incluem A capacitação pode ocorrer de duas formas,
negociação com novas instituições parceiras ou presencial ou na modalidade de ensino a
que possuam caráter inovador; distância. No início, na fase de e consolidação
Apoio na comunicação entre a ACE, do Programa, a oficina de capacitação presencial
Consultor local, Núcleos Setoriais e a Federação; pode ser conduzida pela CACB e/ou o Sebrae,
Participações eventuais em reuniões mas é fundamental que a Federação adquira
relevantes de Núcleos, como planejamento ou as competências e condições necessárias para
promoção de grandes eventos; realizar futuramente as capacitações no seu
Participação nas reuniões do Comitê estado.
Gestor local. As capacitações presenciais devem ocorrer
Os Consultores Regionais também precisam quando houver um número adequado, conforme
ser capacitados na metodologia e devem possuir orienta a metodologia, sendo possível reunir
habilidades e competências técnicas semelhantes profissionais de diversas Federações para realizar
as do Coordenador Estadual e dos Consultores uma capacitação conjunta. A modalidade de
locais. A promoção de Consultores locais para ensino a distância é disponibilizada pelo portal
esta função pode ser uma oportunidade de web do Empreender, cuja Programação é definida
valorizar os profissionais que se destacam e que pela CACB com o apoio das Federações. Os dois
demonstram habilidades de liderança e perfil formatos são essenciais e complementares entre
mais estratégico, com capacidade de alavancar si para a formação dos profissionais.
o Programa em uma determinada região. Não é recomendado que os profissionais

43
iniciem o trabalho sem a devida capacitação. obtidos entre os módulos;
Quando as circunstâncias impõem essa condição, A duração dos treinamentos ou de
é necessário que os novos contratados sejam repasse de informações para os presidentes
acompanhados e orientados pelos Consultores deve ser limitada a um ou dois dias;
regionais. A organização dos eventos deve prever
A oficina de capacitação presencial deve a comunicação dos atores com antecedência,
ser planejada com antecedência e sempre em a verificação prévia da agenda dos principais
conjunto com a CACB. Para isso, a Coordenação atores e a realização de eventos concorrentes
Estadual deve acompanhar as necessidades (congressos, feiras, palestras e outros);
de cada ACE e programar as oficinas conforme Os eventos devem ser registrados com
orientações da metodologia sempre que houver lista de presença e fotos. As contrapartidas dos
necessidade. participantes, quando houver, e a cópia do material
didático, complementam a documentação do
3.6.5 A capacitação dos demais atores treinamento. Ao final do evento, os participantes
devem avaliá-lo.
A qualificação das pessoas envolvidas no É importante entender ainda, que cada um dos
Programa Empreender é de grande importância atores envolvidos com o Programa Empreender
responsabilidade da Coordenação Estadual. Em possui características distintas, e as capacitações
primeiro lugar é necessário entender que todos os devem considerar essas necessidades no
envolvidos devem ser devidamente preparados, momento de escolher os temas dos eventos. Por
e não, como aconteceu com certa frequência no exemplo, para presidentes e diretores das ACEs,
passado, apenas os Consultores dos Núcleos. podem ser ofertados os seguintes eventos e
A experiência mostrou que isso pode gerar treinamentos:
um distanciamento entre os Consultores e Seminário de gestão de entidades
outros colaboradores da ACE, que dificulta todo empresariais;
o trabalho. Nesta linha, devem ser promovidos Palestras sobre cooperativismo e
encontros com a participação de todos os associativismo;
atores com o objetivo de integrar, reciclar os Visitas de benchmarking a outras ACEs;
conhecimentos e repassar informações sobre o Treinamento de excelência em liderança.
andamento do Programa. Para os executivos dasACEs, são recomendadas
Seguem alguns pontos importantes a serem as seguintes ações de capacitação:
observados em relação a capacitação dos demais Cursos básico e avançado de gestão de
atores: entidades empresariais;
Estabelecer uma quantidade mínima de Visitas de benchmarking a outras ACEs;
horas anuais para a capacitação, segundo o perfil Planejamento estratégico;
dos atores; Negociações eficazes e articulação de
O plano anual de capacitação deve parcerias;
prever intervalos entre os treinamentos para Ambiente empresarial, incluindo
permitir a participação dos atores, principalmente legislação e acesso a crédito.
presidentes e diretores sem prejuízo para o Os Consultores de Núcleos, conforme já
funcionamento da ACE. Os intervalos também comentado anteriormente, também devem ser
possibilitam a aplicação dos conhecimentos constantemente capacitados em temas diversos,

44
além da metodologia do Empreender. por outras entidades ou Núcleos (por meio dos
Ofertar essas capacitações às ACEs é Consultores), assim como quais elementos
uma forma de fortalecer o relacionamento da são levados em conta para a disseminação, o
Federação com a ACE, além de qualificar os atores conhecimento ou as competências adquiridas.
para consolidação e evolução do Programa e da A segunda questão é a respeito do mecanismo
ACE. de disseminação e reconhecimento das práticas
bem-sucedidas. O modelo da Fundação Nacional
3.6.6 Disseminação e reconhecimento de da Qualidade – FNQ, por exemplo, permite a
boas práticas inscrição das boas práticas em um portal web.
Essas práticas passam por uma avaliação e de
Além das capacitações e do suporte constante, acordo com a pontuação recebida são divulgadas
é necessário ampliar as oportunidades para que o no Banco de Boas Práticas, de modo bastante
desenvolvimento aconteça. A disseminação das interativo.
boas práticas constitui uma excelente ferramenta A política do Banco de Boas Práticas da
para compartilhamento e multiplicação das ideias FNQ apresenta os critérios para a avaliação de
de sucesso. O que contribui para a consolidação uma prática inscrita no portal, transcritos na
e melhora dos resultados alcançados pelas ACEs sequência.
e pelas empresas participantes do Programa. De enfoque:
Entretanto, para que isso ocorra, deve ser Metodologia
identificado um conjunto de características que Responsabilidades
defina adequadamente uma boa prática e uma Controle
metodologia que permita sua disseminação. Pró-atividade
Faz-se necessário, então, estabelecer um De aplicação:
sistema formal de registro e coleta das práticas Grau de disseminação
bem-sucedidas, considerando duas questões, Continuidade
a primeira trata justamente de um modelo De aprendizado:
estruturado com referenciais de caracterização Refinamento
de boas práticas e uma ferramenta para registro De integração:
sistemático, desde a preparação dos projetos até Integração (coerência,
a descrição das práticas bem-sucedidas, com inter-relacionamento e cooperação)
avaliação dos indicadores para concretização Dos resultados:
dos objetivos e metas, mensuração dos impactos Qualitativos
das ações, verificação do resultado da no Quantitativos
contexto geral e recolhimento de feedbacks dos Fica claro, a partir desse exemplo, que a
participantes das ações, etc. disseminação das boas práticas não se refere
A Coordenação Estadual tem o papel de apenas a um sistema de informações (como
regular esse sistema e estimular as ACEs e os um portal web) para divulgação de ações
Consultores a experimentar e produzir resultados em geral. É como uma metodologia, que
a partir dos referenciais de boas práticas. potencializa o desenvolvimento de ações a
Este referenciais devem conter as dimensões partir da multiplicação de modelos e práticas
e critérios que possibilitem identificar uma boa inovadoras já realizadas valorizando as entidades
prática, como grau de inovação e de aplicabilidade e os profissionais que buscam constantemente

45
a melhoria e compartilham suas práticas com os possibilita às entidades alcançar resultados em
demais. menor tempo e esforço e de modo mais assertivo.
É necessário capacitar e estimular os atores Para criação de um banco de talentos
a realizar práticas inovadoras, compartilhar suas é necessário definir uma metodologia para
experiências de sucesso, e também experimentar identificação do potencial dos Consultores.
e difundir ideias já testadas com sucesso. A Dentre as principais bibliografias, destacam-se
Federação pode criar sua própria metodologia os seguintes métodos:
para disseminação e reconhecimento das boas Autoavaliação;
práticas, cujo êxito pode ser replicado as demais Avaliação de desempenho em conjunto
Federações e a CACB, seguindo a lógica da com metas e padrões;
disseminação. Acompanhamento e observação em
tempo real das atividades realizadas;
3.6.7 Banco de talentos Entrevistas;
Testes de conhecimento (questionários);
Da mesma forma que a disseminação e o Avaliação presencial com simulações
reconhecimento das boas práticas representam e dinâmicas em seminários ou workshops
uma forma de valorização dos Consultores de específicos;
Núcleos, a criação de um banco de talentos Avaliação junto ao público que recebe o
pode ampliar as oportunidades de crescimento atendimento.
e desenvolvimento desses profissionais, além No entanto, a identificação do potencial
de permitir às entidades fazer uma avaliação pressupõe a definição de quais habilidades,
do potencial instalado e das necessidades de conhecimentos e comportamentos são
qualificação conforme os objetivos pretendidos. essenciais para um Consultor.
A criação de um banco estadual de talentos A gestão desse banco de talentos é de
tem características distintas em relação às responsabilidade da Coordenação Estadual e
organizações, que tem objetivos mais voltados para pode estar integrado ao sistema de disseminação
processos sucessórios e realocação de pessoal. e reconhecimento de boas práticas.
Dentre os propósitos da Federação, destacam-
se a elaboração de planos de treinamento com
base nas competências menos desenvolvidas
e no aproveitamento de potenciais para outras
demandas, como apoio a Consultores de outras
cidades e regiões, ou para atuação como
multiplicadores em determinados temas que estes
Consultores dominem.
O banco de talentos também pode ser
aproveitado pela Federação e pelas ACEs nos
casos de novas contratações para ampliação
ou substituição de profissionais, ou ainda, como
critérios para as políticas de remuneração e
bonificações.
Um banco de talentos reúne competências e

46
Avaliar a qualidade e efetividade das
ações implantadas;
3.7 Gestão e Monitoramento do
Acompanhar a execução financeira do
Empreender no Estado
Programa;

3.7.1 Comitê Gestor Estadual Decidir sobre o ingresso e exclusão de


ACE no Programa.

Pode ser formado um Comitê Gestor


Estadual para garantir o bom desenvolvimento 3.7.2 Planejamento anual do Programa

do programa. A formação depende Empreender

das necessidades da Federação e das


características do ambiente institucional, que O Empreender deve ser reconhecido como

podem consolidar uma rede de parceria já uma das soluções da instituição, fazendo parte

existente ou proporcionar a criação de uma do seu planejamento e atuação permanente

nova governança, fortalecendo e ampliando junto à comunidade empresarial.

os relacionamentos da Federação com outras Atuar com o Programa também significa ser

instituições de apoio. referência no seu estado quanto a metodologia

O Comitê Gestor, quando possui entidades e que a instituição é responsável pelo

atuantes e comprometidas, pode ajudar a desenvolvimento do Programa na sua unidade da

garantir a sustentabilidade do Programa. Para Federação. Por isso, é importante que o processo

tanto, é necessário formalizar a parceria com de seja executado conforme este manual e com

convênios ou Acordos de Resultados conforme as orientações e acompanhamento da CACB.

as contribuições de cada entidade parceira. O planejamento do Programa deve ser

Recomenda-se que este comitê se reúna, elaborado de acordo com o estágio em

periodicamente encontros bimestrais, para que o mesmo se encontra na ACE. Para as

avaliar o andamento do Programa e tomar Federações que estão iniciando o processo de , o

decisões referentes às estratégias aplicadas, planejamento deve considerar a estruturação da

utilizando como insumo os relatórios elaborados Coordenação Estadual e a organização das ações

pelo Coordenador e seus depoimentos. para a transferência da metodologia e início

O potencial estratégico de tomada de das atividades com as associações locais, cuja

decisão e de representatividade, entre outras definição de metas e prazos para do Programa

características, é o que se busca dos possíveis deve esta adequada com condições já instaladas

participantes deste comitê, o que é mais em relação ao conhecimento da metodologia

importante do que a quantidade de pessoas pela própria coordenação, com a constituição da

que participam. As atribuições do Comitê equipe, com a garantia de recursos financeiros e

Gestor Estadual são: materiais e com a consolidação de parcerias.


O levantamento das informações para seleção
Apoiar a realização do planejamento
dos municípios e ACEs também é fundamental
anual das atividades do Programa;
para a elaboração do plano, não apenas na , mas
Apoiar no estabelecimento de prazos
nas atualizações seguintes.
de execução das atividades, definindo os
Recomenda-se que anualmente sejam
responsáveis pelas suas implantações;
realizados diagnósticos, utilizando as informações
Apoiar a execução das ações
coletadas no período referente à execução
estabelecidas;
47
das ações e operacionalização do Programa e Para isso esses indicadores devem ser
também análise de ambiente externo, o que claros, relevantes, confiáveis e que possam ser
servirá de base para o novo planejamento anual. mensurados.
O plano anual de trabalho deve contemplar, a) São exemplos de Indicadores de Esforço:
entre outros tópicos: Número de ACEs, Núcleos e empresas
Indicadores e metas de do Programa, tais para cada período de do Programa;
como número de ACEs participantes, número de Aplicação de soluções que representem a
Núcleos Setoriais criados e número de empresas melhoria da competitividade das empresas;
participantes; Realização de eventos (capacitações,
Plano de capacitação para os Consultores palestras, consultorias).
dos Núcleos e outros atores; b) São exemplos de Indicadores de
Encontros regulares dos atores Qualidade e Produtividade:
(Presidentes, Consultores, Executivos, Técnicos); Aumento do índice de produtividade e
Plano de divulgação para o Programa e qualidade das empresas participantes dos Núcleos;
desenvolvimento de materiais; Aumento do índice de emprego e renda
Realização de eventos estaduais nas empresas participantes dos Núcleos;
e a participação em eventos nacionais do Número de negócios gerados entre
Empreender; empresas e Núcleos;
Realização de pesquisas de avaliação e Aumento do número de associados nas
monitoramento; ACEs;
Ações de acompanhamento e suporte às Aumento da arrecadação das ACEs.
ACEs e aos Consultores dos Núcleos. Um bom sistema de monitoramento deve
O planejamento deve ser elaborado em abordar os dois tipos de indicadores. Eles podem
conjunto com as instituições parceiras (Comitê ser considerados tangíveis como os indicadores
Gestor) em workshop ou seminário. Após o mencionados acima, ou intangíveis como a
encontro o Coordenador deve elaborar uma avaliação da percepção das pessoas sobre o
proposta orçamentária que, em conjunto com desenvolvimento local, a formação de lideranças
o planejamento, deve ser apresentado na e, até, a edificação de um clima de otimismo geral
próxima reunião ao Comitê Gestor Estadual para que cerca tais processos de mudanças.
aprovação. O próximo passo para o Coordenador Quanto as funções do monitoramento, pode-
é a criação de um sistema de monitoramento se dizer que é um instrumento que facilita ao
para controlar a execução do planejamento. Coordenador:
Informar ao Comitê Gestor e parceiros
3.7.3 Monitoramento sobre o andamento do Programa;
Orientar o trabalho para resultados;
Monitorar significa acompanhar a evolução Alinhar as informações entre os envolvidos.
e o desenvolvimento do Empreender, das Para as entidades financiadoras de um
associações, dos Consultores e das empresas. projeto, prevalecem os elementos objetivos
Um sistema de monitoramento eficiente de monitoramento, pois são mais facilmente
aborda os diversos indicadores apontados no mensuráveis.
planejamento e garante uma avaliação mais O monitoramento do Empreender pelas ACEs
criteriosa e ampla dos resultados. costuma ser um problema. Além da corriqueira

48
deficiência na coleta de dados, costuma-se tomada de decisão de acordo com o modelo de
ignorar a necessidade do registro formal de gestão adotado e as peculiaridades da unidade
informações-chave e formas de apresentá- da Federação.
las aos parceiros para tomada de decisão. Tal O Portal Empreender (web) possui um
sucessão de erros conduz a improvisações, sistema online de gerenciamento disponibilizado
relatórios mal formatados, reuniões sem pela CACB como ferramenta de unificação
substrato e discordância sobre o alcance dos das informações, que tem como característica
resultados. A precisa identificação do que deve principal apoiar os processos e rotinas diárias,
ser monitorado constitui a base para a avaliação mantendo a organização, a padronização e o
correta do Programa. controle das ações. A partir da sua utilização
Monitorar é observar, e assim, coletar através é possível coletar dados e fazer leituras dos
da definição dos indicadores e dos mecanismos cenários local, estadual e nacional, fornecendo às
para registro, dados e informações necessárias entidades envolvidas informações necessárias
para uma avaliação mais eficaz e segura, com para a avaliação e melhoria constante do
a finalidade de subsidiar a tomada de decisão Empreender.
acerca dos encaminhamentos necessários. Cabe a Coordenação e as ACEs garantir a
Esse processo de tomada de decisão significa alimentação do sistema pelos Consultores dos
exercer (ou reassumir) o controle com o objetivo Núcleos, mantendo as informações atualizadas e
de adequar a estratégia para alcançar os na qualidade necessária para a boa interpretação
resultados propostos. e encaminhamento das ações de melhoria, além
Um sistema de monitoramento e avaliação de avaliar se a ferramenta é suficiente para atender
pode ser entendido como um conjunto de as necessidades em relação aos processos de
ações formais e sistematizadas de registro, monitoramento, avaliação e controle.
acompanhamento e análise das informações
geradas com a execução das ações do Programa, 3.7.4 Controle financeiro e prestação de contas
pelos diversos atores envolvidos.
Entretanto, monitorar, e até mesmo analisar Elaboração de orçamentos, previsões
as informações por si só, não garantem as de despesas, fluxos de caixa entre outras
mudanças necessárias. É importante estabelecer ferramentas relacionadas a gestão dos recursos
também mecanismos para exercer o controle, ou financeiros, são importantes instrumentos de
seja, estabelecer o processo decisório, que deve planejamento e monitoramento, que permitem a
ser organizado, sistemático e objetivo. prestação de contas e o controle financeiro.
Da mesma forma, para que as decisões O monitoramento e a prestação de contas
acerca de ajustes ou alteração das estratégias são rotinas do Coordenador Estadual que deve
sejam mais assertivas é fundamental definir os zelar pelos recursos, acompanhando e buscando
indicadores, registrar os dados e informações soluções para as necessidades do Programa.
também de forma sistematizada possibilitando A origem dos recursos pode ser da própria
seu monitoramento e coleta para posterior Federação ou provenientes de convênios
análise e tratamento. com parceiros. Nesses casos de composição
A Coordenação deve definir quais os do orçamento, além de eficiente, a gestão
mecanismos de registro e monitoramento de financeira deve ser muito transparente e
informações, bem como estruturar o processo de fornecer constantemente relatórios atualizados

49
da utilização do recurso. Planilhas de controle
devem ser criadas, alimentadas e monitoradas
periodicamente, tomando-se o cuidado de lançar
3.8 Ações gerais da coordenação
todos os documentos gerados.
3.8.1 Padronização dos materiais e
Recomenda-se a contratação de um auxiliar
comunicação visual
para ajudar na prestação de contas, assim
evita-se o acumulo de documentos e libera
A identidade visual do Programa Empreender
o Coordenador para atuar nas atividades
é extremamente importante na comunicação
estratégicas do projeto.
com os empresários, pois contribui para o
reconhecimento e consolidação do Programa.
3.7.5 Relatórios de acompanhamento
Ela deve ser utilizada em todos os eventos de
apresentação e também nas ações desenvolvidas
Relatórios financeiros devem ser
pelos Núcleos a partir da criação deles.
acompanhados de relatórios de atividades
Todos os materiais utilizados nas apresentações
realizadas demonstrando o panorama dos
do Programa devem ser confeccionados conforme
principais indicadores de resultados e os
as orientações do manual de padronização visual,
problemas enfrentados.
a ser disponibilizado pela CACB.
Nas reuniões do Comitê Gestor Estadual
As informações inseridas nas apresentações
devem ser apresentados os relatórios e a situação
devem respeitar as características do evento, do
do planejamento anual. Assim, a Coordenação,
Programa, e das instituições envolvidas.
de forma participativa e integrada, consegue
Os logotipos (assinaturas visuais) das
divulgar os resultados do trabalho, discutir ações
instituições só podem ser utilizados seguindo
corretivas e alterar ou propor outras atividades.
as regras de aplicação e com o conhecimento
Outros relatórios, como por exemplo, de
dos seus representantes. Cada instituição tem
avaliação de competências, de satisfação
a responsabilidade de fornecer seu manual de
dos empresários de informações sobre ações
aplicação do logotipo ou material semelhante,
estratégicas realizadas pelos Núcleos, também
além de zelar pela imagem das demais instituições
podem ser apresentados nas reuniões da
parceiras, solicitando aprovação para a utilização
Coordenação.
do logotipo destas.
Recomenda-se que sejam estabelecidos
padrões a partir dos modelos iniciais para
criação de materiais visuais como convites,
apresentações, papel timbrado, entre outros,
para fortalecer a identidade do Programa, facilitar
o processo de e comunicação entre parceiros,
empresários e o reconhecimento do mesmo pela
comunidade.

50
3.8.2 Comunicação com os atores As ações de divulgação para incentivo à
participação dos Núcleos compreendem a
O relacionamento para transferência da apresentação dos resultados já alcançados,
metodologia pode iniciar a partir do contato da ações de destaque, datas de eventos relevantes
Federação com a ACE. como feiras e seminários, informações técnicas
Depois de realizadas as etapas de diagnóstico sobre temas importantes para as empresas, etc.
e seleção dos municípios, negociação e Geralmente, a comunicação local se dá por
pactuação com as associações, as etapas meio das ACEs, mas a Coordenação tem papel
seguintes compreendem a aplicação prática fundamental, apoiando e fornecendo subsídios
das atividades de do Programa, a seleção e para a ACE. Da mesma forma, as ACEs precisam
capacitação dos atores e o acompanhamento informar a Coordenação, enviando materiais e
do seu desenvolvimento durante período, informações, para que as ações de destaque dos
geralmente, pré-determinado. seus Núcleos sejam veiculadas em outras cidades
A Coordenação deve disponibilizar apoio e estados por intermédio da Coordenação.
técnico para o processo de da metodologia, cuja
comunicação pode ser presencial ou remota, de 3.8.3 Participação nas atividades
acordo com as atividades previstas.
É importante considerar que o Programa O relacionamento interpessoal do
possui, em especial, dois tipos de público para Coordenador Estadual com os Consultores
estabelecer os canais de comunicação: dos Núcleos, bem como com os atores locais
Público interno – Diretores e Presidentes, do programa, é importante para compartilhar
Colaboradores e Parceiros, incluindo os experiências, consolida a confiança e reduzir a
Consultores dos Núcleos; distância entre Coordenação Estadual e ACE.
Público externo – grupo-alvo, sendo É um risco para o Coordenador desconhecer
empresas em potencial ou já participantes ou não acompanhar o conteúdo das informações
dos Núcleos, além de potenciais parceiros e da repassadas para a sua equipe em treinamentos
sociedade em geral. e missões. Afinal, uma das coisas que legitima
Para o público interno são encaminhadas sua posição é a capacidade e o compromisso
informações relacionadas aos processos de e de absorver e disseminar conhecimentos
desenvolvimento do Programa; divulgação de e experiências. O desconhecimento destas
ações de âmbito estadual, relatórios de avaliação, atividades o torna, no decorrer do tempo, um
resultado de negociações de interesse coletivo, mero cobrador de relatórios.
necessidade de atendimento às demandas da Outro argumento para a sua presença regular
CACB, etc. Além de encaminhar, seja por e-mail nas atividades do Programa, é o seu papel como
ou realização de reuniões presenciais, o canal de promotor e indutor de muitos deles, permitindo
comunicação também serve para atender e dar avaliar a qualidade dos eventos e fornecedores.
retorno às solicitações dos diferentes parceiros.
Para o público externo, a Coordenação 3.8.4 Gestão de conflitos
Estadual também atua diretamente no repasse
de informações de interesse, como divulgação de O Empreender estimula empresários a
eventos e soluções, além de fortalecer a imagem se relacionarem com seus concorrentes.
do Empreender. Inicialmente essa proposta parece bastante

51
audaciosa, e realmente é, apesar de ser atrativa a administrado de forma eficaz, com o objetivo
ideia de obter melhores resultados, não podemos de minimiza-lo ou eliminá-lo. O Coordenador
esquecer que estamos lidando com pessoas deve se manter atento durante as visitas e
de perfis distintos e com conflitos inerentes ao conversas com os atores, procurando algum
processo. sinal de descontentamento, falta de motivação,
Da mesma forma, a ACE que implanta o dificuldade de relacionamento entre os atores ou
programa também pode ter dificuldades internas dificuldades para se colocar a estrutura da ACE
de relacionamento, tanto na diretoria quanto na a favor do projeto. O Coordenador não deve ver
equipe de colaboradores. A ACE possui ainda todo conflito como algo de ruim, mas sim como
relacionamento com outras instituições locais e um sensor que indica um processo de mudança
cada uma possui destinto perfil, uma diretoria, e adaptação em andamento.
projetos e interesses. Além de seu papel como sensor, o conflito tem
Cada situação de conflito deve ser muito bem outras características positivas:
analisada antes de a Coordenação interferir. Proporcionar um desafio para a busca de
Recomenda-se que o Coordenador Estadual, ou soluções, enquanto motiva grupos e pessoas a
em alguns casos, o Consultor Regional, interfira, resolver problemas em conjunto;
estimule e participe das negociações nos Levar a descoberta de novos fatos e
seguintes casos: informações que resultem em benefícios para a
A contratação de um novo profissional, ACE;
no caso, o Consultor dos Núcleos, que, às vezes, Medir ou relacionar forças, para uso em
ganha o mesmo valor que o executivo ou outros futuras interações.
funcionários de carreira na ACE, ou com elevada O Coordenador deve administrar o conflito de
exposição junto à diretoria, empresários ou mídia modo inteligente. O ideal é que as partes envolvidas
local, pode levar ao descontentamento de alguns resolvam os conflitos sozinhos tendo em vista
e a algum tipo de conflito interno. que as dissensões são próprias de organizações
Empresários concorrentes podem saudáveis. No entanto, o Coordenador deve estar
apresentar sinais de disputa entre si ou de preparado para lidar com situações de conflitos,
descontentamento com a ACE, ou ainda com se mantendo neutro, imparcial e isento, buscando
o Consultor. Todos esses casos podem acabar informações de todas as partes envolvidas e de
dispersando os participantes que não se sentem possíveis espectadores, sempre por meio de
mais confortáveis, e não reconhecem benefícios perguntas, com a finalidade de transformar o
na sua continuidade. conflito em algo benéfico para os envolvidos, a
A busca de parceria entre entidades ACE e o Programa, cuidando para que não haja
locais para fortalecer o Programa é fundamental sequelas futuras.
e amplamente difundida. Entretanto, no decorrer
da , opiniões ou interesses divergentes podem ser 3.8.5 Busca de parcerias
inflamados e instala-se um jogo de vaidades ou
de manipulação, para ocupar o lugar de destaque Parceria tem sido a designação de certas
como realizador das ações. Nesses casos podem formas de cooperação entre organizações
ocorrer rupturas e a imagem do Programa pode que indica, antes de tudo, uma ação conjunta,
ser prejudicada. motivada pela existência de interesses e objetivos
Todo conflito deve ser imediatamente comuns, na qual cada um aporta e mobiliza os

52
recursos que dispõe para atingir determinados
resultados.
A parceria pode ir além da troca e da satisfação
3.9 Principais Desafios da
Coordenação Estadual
de interesses mútuos. Porém certamente uma
dimensão de complementaridade, isto é, buscar
3.9.1 Sustentabilidade do Empreender na
no outro os recursos e capacidades de que
Federação e nas ACEs
não se dispõe, mas que são necessários para
atingir seus propósitos. Por isso, o pressuposto
Cada Federação possui características
fundamental da parceria é o encontro de
distintas, e nem todas (ou nem sempre)
organizações autônomas, com identidades e
possuem recursos próprios suficientes para
posições claras.
financiar as atividades necessárias para o pleno
O Coordenador deve utilizar sua competência
desenvolvimento e manutenção do Programa.
e o poder de articulação da Federação para
Buscar a sustentabilidade do Programa é
identificar e consolidar parcerias em esfera
tarefa principal da Coordenação e, em especial,
estadual ou federal, que possam beneficiar todas
do Coordenador. A sustentabilidade é um
as ACEs participantes do projeto. Também, cabe
conjunto de forças e recursos (não apenas
ao Coordenador apoiar a ACE na negociação de
financeiros), capazes de manter o Programa em
parcerias para o desenvolvimento do Programa.
desenvolvimento.
Para que isto aconteça, o Coordenador precisa
Um aspecto relevante relacionado à
acompanhar os projetos e iniciativas de interesse
sustentabilidade do Programa, e talvez a principal
que surgem no estado, criando uma rede de
condição para a continuidade do mesmo é
relacionamentos que permita o acesso direto aos
a inclusão do Empreender na estratégia das
tomadores de decisão nos potenciais parceiros.
ACEs. O Programa deve possuir seu próprio
No momento de abordagem dos potenciais
planejamento, mas deve fazer parte do plano
parceiros é recomendável que o Coordenador
de desenvolvimento da Federação e também da
possua modelos de convênios, contratos, acordos,
ACE. Isso inclui a alocação de recursos em seus
que sirvam de exemplo para concretização das
orçamentos.
parcerias.
O Empreender precisa ser internalizado nas
ACEs como importante elemento de sua estrutura
organizacional, sensibilizando a todos para
defender e disseminar a proposta do Programa.
A sustentabilidade é alcançada quando o
Programa conquista a confiança dos agentes e
estes estabelecem parcerias com a Federação
para apoiar o Programa. E, apesar de recursos
financeiros não serem os únicos necessários
para seu desenvolvimento, a sustentabilidade
é também conquistada a partir da qualidade e
eficiência da sua gestão financeira.
O Coordenador Estadual deve levantar
potenciais parceiros (governo, grandes empresas,
universidades, entidades de apoio, instituições
53
financeiras), assim que podem ser agregados os recursos para a ACE. Em muitos casos a
ao programa, assim apresentar para eles os contrapartida ou o escopo do projeto garantem
benefícios gerados convidando os a participar recursos econômicos ou a responsabilização por
desta iniciativa. É importante que o Coordenador parte do parceiro em realizar as ações planejadas.
se torne um bom vendedor do Programa, que
além de mencionar os resultados alcançados nas 3.9.2 Rotatividade de Consultores
empresas atendidas e nos municípios, consiga
também identificar e expressar benefícios para Percebe-se uma alta rotatividade no quadro
potenciais parceiros. dos Consultores de Núcleos das ACEs, provocado
Antes de apresentar uma proposta de parceria por diversos fatores, dentre os quais se destacam:
recomenda-se buscar respostas para algumas insegurança na entidade, remuneração
perguntas. incompatível, dificuldades no relacionamento
Qual o papel e como será a participação da com os outros colaboradores e diretoria, falta de
instituição parceira? Qual o tipo de envolvimento perspectivas futuras na ACE, etc.
e vínculo com o Programa? Geralmente esse cenário é provocado pela
Quais as necessidades do Programa e realização de um processo seletivo inadequado,
que tipos de parcerias podem atender essas em que se criam expectativas para o Consultor
demandas? que não se concretizam no dia-a-dia do
A forma como o Programa é comunicado para desenvolvimento das atividades e, a contratação
a sociedade, para os parceiros e para a diferentes de um profissional que não corresponde ao
instituições existentes, também é fator relevante perfil desejado, que está aquém ou além do
para a sustentabilidade. Os canais utilizados, as demandado, tornando insustentável a sua
mensagens transmitidas e a forma de comunicar, manutenção no Programa.
são capazes de estimular o interesse e atrair O cumprimento correto de todas as etapas
novos parceiros. do processo seletivo aumenta as chances de
E, não menos importante, destaca-se a sucesso para contratação do profissional certo.
necessidade de elaborar um planejamento É importante o alinhamento das expectativas
estratégico bem fundamentado, coerente e do Consultor e da ACE. Realismo e clareza pelas
plausível, o qual seja a ferramenta de análise e partes criam a base para o desenvolvimento de
tomada de decisão. uma relação saudável e duradoura.
Além de buscar e consolidar parcerias, Cabe aqui reforçar que – nos casos em que a
uma alternativa para garantir a manutenção Federação é a responsável pela do Empreender
do Programa, principalmente tratando dos no estado - as ACEs têm as responsabilidades
recursos financeiros, é investigar se existem de divulgar e recrutar os candidatos que devem
editais, políticas ou Programas de incentivo que passar por processo seletivo realizado pela
podem suprir tais necessidades. O Coordenador Federação. Sendo responsabilidade da Federação
pode estabelecer rotinas e mecanismos para identificar entre eles os mais adequados
pesquisar e manter-se atualizado a respeito das conforme o perfil desejado, mas cabe à ACE a
oportunidades tanto para a Federação quanto escolha do profissional e a definição das políticas
para repassar às associações e aos Núcleos. de contrato, remuneração, benefícios, etc.
Lembrando que nem sempre parcerias ou O processo seletivo é o início de uma relação
Programas de apoio repassam diretamente de confiança e suporte que deve ser fortalecida

54
constantemente. O profissional deve manter-se Uma das ações de melhoria é justamente o
em constante aperfeiçoamento e demonstrar apoio ao processo de seleção dos segmentos,
comprometimento, mas as ACEs precisam setores, cadeias produtivas para criação dos
apoia-lo, ofertando as capacitações e as demais Núcleos. Quanto mais estratégicos forem para o
condições necessárias para o bom cumprimento município e para a ACE, maiores são as chances
das suas tarefas. de êxito do Programa.
Outra oportunidade são as redes e as ações
3.9.3 Comprometimento das ACEs microrregionais, porque proporcionam mais
visibilidade e importância econômica para a
Algumas ACEs aderem ao Programa com região.
esperança de obter recursos financeiros e, em O desempenho das ACEs em outros projetos e
seguida, não se comprometem com as suas serviços da Federação e de seus parceiros deve
atribuições para o alcance dos resultados. servir como insumo para o processo de seleção
Como a ACE é a mola propulsora do Programa dos municípios.
no município, a ausência de uma efetiva
participação se reflete em um baixo número de
Núcleos Setoriais, na ausência de resultados
nas empresas retardando ou impossibilitando de
alcançar a sustentabilidade do Programa.
O processo de seleção dos municípios é
responsabilidade da Coordenação Estadual
e deve ser eficaz para evitar ao máximo que
associações com esse perfil sejam escolhidas. É
importante que ela informe as ACEs interessadas
adequadamente sobre os benefícios e desafios
do Programa.
Como se trata de um acordo de parceria, o
engajamento de todos os atores é fundamental,
mesmo quando não há repasse de recursos pela
Federação ou Confederação.
O termo de adesão é um instrumento muito
importante e deve ser utilizado pela Coordenação
(e o Comitê Gestor Estadual quando houver) para
tomar medidas corretivas e, se necessário for,
proceder com a substituição da ACE por outra
localizada preferencialmente na mesma região.
Essas decisões podem acarretar conflitos
institucionais, portanto, o Coordenador deve
estar sempre atento ao desenvolvimento do
Programa nas ACEs e propor ações de melhoria
periodicamente, para não deixar que a situação
chegue nesse ponto.

55
4 Implantando o
Empreender nas ACEs

que envolvem desde os materiais de expediente


até as despesas de deslocamento, devem ser
4.1 Empreender como Estratégia considerados custos fixos da ACE, e não tratadas
da ACE
separadamente, para não serem consideradas
despesas extras e acabar incentivando a cobrança
Considerando o escopo de atuação de uma
por retornos financeiros do Programa.
entidade como a ACE, que busca representar e
O Empreender não pode ser visto como uma
defender os interesses dos seus associados, o
fonte de receitas exclusivamente pelo número de
Programa Empreender se apresenta como uma
(novos) associados, nem pelo valor arrecadado
estratégia com grande capacidade de mobilizar sua
em função das mensalidades pagas por essas
base e promover ações estruturadas, posicionando
empresas.
a ACE como pilar fundamental do associativismo
Os resultados do Programa para a ACE vão muito
em prol do desenvolvimento.
além desses indicadores. A partir dos resultados
Consolidar o Empreender como parte da
obtidos pelas empresas participantes é que se dá o
estratégia da ACE exige a integração com os
convencimento de que a ACE representa de forma
demais projetos e serviços da ACE, a sensibilização
competente e defende os interesses destas, e o
e envolvimento de toda a diretoria e da equipe
reconhecimento da importância do associativismo.
interna de colaboradores, e a inserção das ações do
Dessa forma, as empresas passam a defender a
Programa no plano operacional e financeiro da ACE,
ACE, fortalecendo-a, incluindo o pagamento em dia
que deve abordar os seguintes aspectos:
das mensalidades e contratando outros serviços
Na etapa de :
oferecidos pela ACE.
Adequação da estrutura física;
ACEs que implantam o Empreender com
Confecção de materiais de divulgação;
sucesso têm mais condições de oferecer soluções
Realização de eventos para apresentação
diferenciadas, ampliar seu portfólio, melhorar suas
do Programa aos empresários;
instalações, qualificar sua equipe e ganhar prestígio
Contratação e capacitação contínua de
e reconhecimento no seu município e região.
Consultores.
Implantar o Empreender como parte da
No desenvolvimento do Programa:
estratégia da ACE significa criar valor para ela.
Capacitação dos Consultores;
Além de inserir o Programa no planejamento, o
Confecção de materiais de divulgação;
Empreender deve fazer parte das rotinas da ACE.
Ações de divulgação;
Para isto, recomenda-se:
Apoio às ações dos Núcleos;
Envolver a diretoria, os funcionários e os
Realização de eventos para apresentação
associados no Empreender;
do Programa aos empresários;
Nomear um diretor responsável pelo
Participação em eventos e reuniões
Empreender;
(realizadas pela Federação).
Criar um Comitê Gestor do Empreender
As despesas de remuneração dos profissionais e
no âmbito local;
infraestrutura, bem como custos de manutenção,
57
Discutir o Empreender em reuniões da da vivência de participação no Empreender
diretoria; são chamados a dar seus depoimentos, pode
Divulgar o Empreender conforme também ser criada a figura do Multiplicador do
diretrizes; Empreender, que leva seu testemunho sobre
Designar um diretor para participar das o desenvolvimento de novos serviços, e as
primeiras reuniões de cada Núcleo; vantagens que a ACE passa a ter com a do
Viabilizar infraestrutura para o Empreender.
desenvolvimento do Empreender; Também se recomenda aproveitar
Dar encaminhamento as demandas dos levantamentos já feitos em alguns estados que
Núcleos Setoriais; tem dados concretos, através de pesquisas com
Acompanhar os Núcleos na viabilização empresários participantes de Núcleos.
de soluções externas; O objetivo dessa sensibilização é capacitar os
Intensificar interação com a Federação e atores para que todos os diretores e colaboradores
os demais parceiros do Programa. tenham conhecimentos suficientes sobre o
Programa, para poder (e querer) implantá-lo em
4.1.1 Sensibilização da diretoria e dos sua ACE.
colaboradores da ACE A sensibilização deve ser realizada pela
Coordenação Estadual, mas a ACE se
Um dos objetivos do Empreender é promover responsabiliza pela organização de agenda e
o Desenvolvimento Organizacional e a estrutura e pela presença do público alvo dessa
consequente profissionalização da ACE. ação.
O envolvimento da diretoria e dos colaboradores Recomenda-se sempre, que possível,
da ACE no Programa é fundamental. os seminários para diretores e funcionários
Para tanto, sugere-se um trabalho de sejam realizados em separado em virtude do
sensibilização com todos os diretores e enfoque dado aos temas ser diferente. Por
funcionários, até mesmo prestadores de serviço, exemplo, ao tratar do tema com diretores, o
para apresentar e debater temas como: Coordenador discute aspectos estratégicos;
Missão e tarefa da ACE; com os funcionários, o tema é tratado sob a ótica
Serviços de uma ACE; operacional.
Empreender – estrutura e objetivos;
Papéis e responsabilidades dos parceiros; 4.1.2 Plano de sustentabilidade
Núcleo Setorial;
Desenvolvimento Organizacional de uma O capítulo anterior abordou o tema da
ACE; sustentabilidade do Empreender sob a ótica
Impacto do Empreender. da Coordenação Estadual, que para manter o
O enfoque a ser trabalhado prioritariamente é Programa em desenvolvimento deve buscar
o da cooperação e participação efetiva de todos. alternativas que proporcionem a Federação e
Experimentar a vivência do associativismo - as ACEs oportunidades de parcerias e fonte de
princípio básico do Empreender - entre as recursos (técnicos, materiais e financeiros).
entidades. Editais como o Empreender Competitivo,
A exemplo dos multiplicadores voluntários, desenvolvido pela CACB e Sebrae Nacional, são
(empresários e diretores de ACEs) que por meio excelentes oportunidades de alavancar Núcleos,

58
pois possibilitam a realização de ações mais palestras, consultorias e outras formas de
impactantes, que geralmente necessitam de qualificação dos empresários, dos funcionários e
investimentos maiores. dos processos das empresas).
Da mesma forma existem os recursos por Mensurar a realização de eventos em si é
meio de seleção pública de projetos ou emendas uma maneira de avaliar a dinâmica e o interesse
parlamentares. Por isso a parceria com o poder dos empresários em participar, mas também
público municipal também é importante para o é necessário identificar os resultados obtidos
Empreender. pelas empresas a partir da participação nas
Entretanto, para aproveitar essas ações. Além do aumento de faturamento a
oportunidades, a ACE precisa deixar claro seu redução de desperdício dos custos, a criação de
interesse e apoio para que o Consultor e os novos produtos e serviços ou ainda, o aumento
empresários dos Núcleos possam contar com da satisfação dos funcionários das empresas,
a ACE, pois em muitos casos, é necessária são resultados que devem ser mensurados e
uma figura formalizada (jurídica) para viabilizar divulgados para demonstrar a importância do
a apresentação de projetos de captação de Programa.
recursos. Todas essas possibilidades de realização e
Planejando o Empreender na ACE mensuração devem constar no planejamento e
O debate sobre a sustentabilidade do este deve ser a ferramenta de acompanhamento,
Empreender é pauta das reuniões da diretoria, avaliação e de tomada de decisão do Comitê
mas, principalmente, nas reuniões do Comitê Gestor e da ACE.
Gestor Local que será tratado no próximo item. Com a diretoria e os colaboradores da ACE
Mas é importante reforçar que a manutenção sensibilizados, um Comitê Gestor Local atuante
do Programa em longo prazo só é conquistada e representativo e um planejamento consistente
com a elaboração de um planejamento sólido e são as condições necessárias para garantir a
executável, tanto do ponto de vista da qualidade sobrevivência e o sucesso do Programa.
das ações previstas quanto da capacidade e
interesse na realização.
O planejamento deve contemplar diversas
questões inerentes ao desenvolvimento do
Programa e dos Núcleos, definindo resultados
esperados e estabelecendo metas sempre que
possível, como forma de transformar intenções
em responsabilidades. São alguns exemplos de
resultados que podem ter metas específicas:
Criação de (novos) Núcleos e aumento
do número de empresas participantes;
Satisfação dos participantes;
Melhoria dos resultados financeiros
e número de funcionários das empresas
participantes;
Melhoria ou qualificação da gestão
(incluindo metas para realização de cursos,

59
um termo de parceria, semelhante ao Acordo de
Resultados já mencionado neste manual.
4.2 Criação e Funcionamento O trabalho do comitê começa com a
do Comitê Gestor Local do
identificação e definição dos segmentos
Empreender
prioritários para criação dos Núcleos e contato
inicial com as lideranças e demais empresários,
Antes de iniciar os trabalhos relacionados
convidando-os a participar, sendo essas algumas
aos Núcleos Setoriais a ACE deve constituir um
das atividades do comitê.
Comitê Gestor Local. O comitê é um grupo de
São funções do Comitê Gestor Local do
trabalho que tem a responsabilidade da gestão e
Empreender:
organização do Programa no município.
Identificar e definir os segmentos
Pode ser composto pelos seguintes atores:
prioritários para criação de Núcleos;
Diretor da ACE;
Identificar e convidar líderes e pessoas
Executivo/gerente da ACE;
dos segmentos prioritários para participarem;
Consultor;
Participar das reuniões de criação dos
Consultor Regional ou Coordenador
Núcleos;
Estadual;
Acompanhar e avaliar o desempenho e
Representantes das entidades parceiras.
os resultados dos Núcleos;
O objetivo do Comitê Gestor é envolver vários
Propor medidas de melhorias ou
agentes na criação dos Núcleos Setoriais. Dentre
adequação;
as possíveis entidades parceiras podemos
Garantir a mobilização das forças
destacar:
impulsoras em prol das ações dos Núcleos;
Prefeitura Municipal e as Secretarias de
Divulgar os resultados dos Núcleos
Desenvolvimento Econômico, Planejamento e
Setoriais, estimulando seus integrantes a
Agricultura (quando este setor for selecionado
buscarem novos e melhores resultados de forma
para formação dos Núcleos);
contínua;
Unidades locais/regionais de outros
Promover a integração entre os Núcleos
órgãos públicos;
e estimular a formação de redes de negócios;
Unidades locais/regionais de empresas
Apoiar a ACE e os Núcleos na formação
do Sistema ‘S’, como o Sebrae, Senai, Senac e
de parcerias;
Sesc;
Fazer a gestão e monitoramento da
Instituições de ensino, pesquisa e
evolução da competitividade empresarial e
extensão;
setorial.
Parques tecnológicos;
O Comitê Gestor Local deve se reunir
Entidades de classe como associações e
regularmente e estabelecer mecanismos de
sindicatos;
comunicação e repasse de informações. Ele
Instituições financeiras, etc.
também deve realizar o Planejamento Estratégico
A formalização do Comitê Gestor do
para o desenvolvimento do Programa.
Empreender no município pode acontecer no
mesmo momento em que o Programa for lançado
para os empresários, como forma de demonstrar
o comprometimento das instituições com o
Programa, sendo possível realizar a assinatura de
60
4.2.1 Consolidação das parcerias

Considera-se como parceira toda entidade


4.3 Seleção dos Segmentos,
Setores e Cadeias Produtivas
disposta a colaborar com o fortalecimento
do Empreender no município, seja através da
4.3.1 Definindo segmentos, setores e cadeias
contribuição financeira ou técnica.
produtivas
No decorrer do processo de formação dos
Núcleos e consolidação do Empreender, outras
O futuro e o sucesso do Programa começam
instituições vão sendo agregadas. São instituições
pelo processo de seleção dos segmentos para sua
de atuação específica que concentram seus
. Surge então a necessidade de estabelecer os
esforços em ações de determinados Núcleos,
critérios de seleção que dão origem aos Núcleos,
porém, nem todas as instituições parceiras
com o fim de assegurar que o trabalho tenha
precisam fazer parte do comitê.
êxito, e atenda as expectativas dos parceiros e
De qualquer forma, a ACE e o Comitê Gestor
dos participantes.
podem ajudar os Núcleos a identificar e estreitar
É importante saber diferenciar setores
relacionamentos com outras entidades e
de segmentos. Ambos possuem atividades
conquistar o apoio necessário para a realização
econômicas relacionadas. Os setores são
das ações.
divididos entre primário, secundário e terciário.
É importante reforçar que parceira é
O setor primário trata das atividades primárias,
aquela instituição que participa da busca pelo
como a agricultura, mineração, extrativismo,
fortalecimento e aumento da competitividade das
etc., ou seja, aquelas atividades que fornecem a
empresas participantes do Núcleo e do Programa
matéria-prima para a indústria da transformação.
como um todo; que dedica recursos sejam
A indústria da transformação representa o
humanos, físicos e/ou financeiros para alcançar
setor secundário. Aqui encontramos as indústrias
os objetivos propostos, sendo que estes também
de roupa, de automóveis, de alimentos, entre
devem estar alinhados aos seus próprios objetivos.
outras. Esse setor é bastante importante na
Essa é a diferença entre parceria e patrocínio.
geração de riquezas, pois agrega valor aos
Fornecedores das empresas ou instituições
produtos do setor primário.
privadas com fins lucrativos geralmente não
As indústrias de transformação são divididas
são considerados parceiros. Estas alianças
entre primeiro e segundo nível. Por exemplo,
são caracterizadas como patrocínios, e essas
indústria processadora de minério transforma
empresas não devem fazer parte do Comitê
a matéria-prima em barras e chapas de ferro e
Gestor.
aço, que por sua vez, são matérias-primas para
É fundamental que os aliados sejam
as indústrias metalúrgicas.
comprometidos, participando efetivamente da
E por fim, o setor terciário envolve as
gestão e execução das ações do Programa, na
atividades do comércio e serviços, fundamentais
busca de benefícios para as empresas, a ACE e a
para a multiplicação da renda e manutenção das
sociedade em geral.
riquezas em uma determinada localidade.
Os comitês, quando atuantes, são
Em relação as cadeias produtivas, podemos
corresponsáveis pela consolidação e sucesso
encontrar diferentes setores e segmentos na
do Empreender, incluindo o alcance da
sua formação. A cadeia produtiva têxtil contém
sustentabilidade do Programa.
os produtores de algodão, por exemplo, as
61
indústrias de fabricação de tecidos, as indústrias estratégicos.
químicas – que fabricam as tintas, as indústrias Mas é importante reforçar que a metodologia de
de máquinas de corte costura, os fornecedores cadeias produtivas pode trazer muitos benefícios
de embalagens e outros insumos, os profissionais em termos de fortalecimento da economia local
de design, as indústrias de confecção, o atacado e regional, comprovando a eficácia do Programa.
e o varejo – que comercializam, entre outras.
Basicamente, para atuar com cadeias 4.3.2 Critérios para seleção
produtivas, devem ser observados os seguintes
aspectos: Num primeiro momento devem ser
Qual o grau de encadeamento na região? identificados e selecionados os setores
Ou seja, quantas atividades econômicas que estratégicos, cujo levantamento de informações
fazem parte da cadeia estão presentes em pode começar com as seguintes questões:
determinada localidade? Qual a importância dos setores no
Qual o volume de emprego e renda que município e na região na contribuição de impostos
as atividades geram? O quanto representa em e geração de emprego e renda?
comparação com outras atividades? Os setores estão organizados com a
Qual o potencial de crescimento de existência de entidades representativas? Qual
mercado? Está em evolução, já atingiu seu ponto sua atuação?
de equilíbrio ou está em declínio? Os setores estão integrados e possibilitam
Quais os desafios da cadeia para o relacionamento em rede?
aumentar sua competividade e qual o potencial Os empresários participam das entidades
ou a capacidade de superação? de classe? Aceitam novas ideias e solicitam novas
Algumas atividades econômicas são mais propostas de melhoria para o setor? Existem
fáceis de agrupar em cadeias produtivas como as lideranças reconhecidas na comunidade?
atividades relacionadas a turismo e construção O histórico do setor apresenta
civil. Nesses casos há um volume maior de desenvolvimento? Há tendência de evolução?
empresas para cada atividade, como hotéis e E o crescimento econômico atual apresenta
restaurantes, construtoras e imobiliárias. números satisfatórios?
Mas em geral, atuar com cadeias produtivas Durante o levantamento inicial de
não significa formar diversos Núcleos de cada informações sobre os setores estratégicos
atividade. Por isso, é necessário buscar entender devem ser pesquisados dados referentes aos
melhor essa metodologia e adaptar o Programa, segmentos existentes. Nesse momento é
se for possível. necessário aprofundar mais esses dados e surge
A questão é que para atuar com a metodologia a necessidade de estabelecer os critérios para
de cadeias produtivas, é necessário um seleção dos segmentos que dão origem aos
conhecimento mais aprofundado e, em alguns Núcleos Setoriais.
casos, contar com apoio de especialistas, pois o A seguir são apresentados os principais
tema é bastante complexo. critérios. Alguns são fundamentais e não
O módulo complementar desse manual traz podem ser dispensados, mas outros podem ser
algumas abordagens a respeito de cadeias incorporados conforme características distintas
produtivas e também sobre metodologias de cada município.
para seleção de segmentos economicamente

62
Número de empresas existentes: dificuldades econômicas. Segmentos em
O número de empresas, em conjunto ascensão apresentam situação ou futuro mais
com a importância que estas representam para favorável e propício para a aceitação da proposta
a economia local e regional, são as referências e mobilização das forças.
iniciais para a seleção do Núcleo a ser formado. Existência de líderes e nível de
Um número de 10 ou mais empresas, em geral, comprometimento dos empresários
cria mais oportunidades de sucesso para a Geralmente os líderes empresariais são
iniciativa. reconhecidos e respeitados no seu segmento.
Número de empresas associadas às ACEs: Podem possuir uma visão mais clara do cenário
A ACE deve considerar se a criação e já apresentar boas ideias que são bem aceitas
do Núcleo é orientada prioritariamente pela pelos demais. Um segmento sem lideranças
expressividade do segmento econômico em tem mais dificuldade na formação e gestão do
questão, assim como a participação deste em Núcleo. O perfil dos empresários em relação ao
seu quadro social. Deve ter cuidado em não comprometimento pode ser conhecido avaliando
promover ações tendenciosas e desprovidas os resultados já conquistados em ações
de caráter técnico, como escolher o segmento passadas, além de acompanhar os prazos de
por ser da empresa do presidente ou de outras retorno nas solicitações.
pessoas chaves da ACE. Receptividade e engajamento dos
Importância para o desenvolvimento local empresários:
e regional: O aspecto de natureza comportamental
A importância que o segmento representa mais importante para a prosperidade do Núcleo,
para o desenvolvimento da economia local deve é o nível de comprometimento e afinidade que
ser levada em consideração, sob o ponto de vista, os empresários demonstram perante o trabalho
por exemplo, da geração de emprego e renda, coletivo. Algumas ações já realizadas pela
aumento da arrecadação de impostos, criação de própria ACE podem dar indicações do nível de
novas oportunidades de negócios, importância participação e interesse em ações desse tipo.
para as disposições produtivas locais,entre Pré-existência de entidade representativa
outros dos interesses do segmento:
Sinergia entre os segmentos: Muitos segmentos encontram-se
Os Núcleos também precisam se organizados em sindicatos, cooperativas e
relacionar entre si e desenvolver atividades outras entidades empresariais. Diante desse
complementares, Para isso, é importante que cenário é necessário identificar o histórico de
haja sinergia e interesses entre os segmentos, atuação dessas entidades. Nesses casos há
dando condições para ampliar e fortalecer esse possibilidades de a entidade julgar positivo o apoio
relacionamento. da ACE para a criação de um Núcleo, ou por estar
Tendência de evolução: em declínio necessitando do apoio ou porque
Alguns segmentos da economia, por é atuante, possui lideranças comprometidas e
razões macroeconômicas, podem estar em tem interesse em inovar. Entretanto, nos casos
curva ascendente ou decrescente. Mesmo que em que o histórico demonstra conflitos de
o crescimento ainda seja discreto, é sempre ordem político-institucional, recomenda-se não
recomendável que estes sejam selecionados, avançar na apresentação da proposta. Quando
ao invés daqueles que passam por grandes existem entidades representativas, recomenda-

63
se iniciar a abordagem pela entidade e não pelos FATORES Pontos de 1 a 10

associados. A SEREM PESO


PONDERADOS Segmento Segmento Segmento

Governança e cooperação:
1. Número
Refere-se à capacidade e a disposição de empresas 10
existentes
dos atores sociais de se unirem e cooperarem para 2. Número
fortalecer um segmento ou grupo de segmentos. de empresas 5
associadas ACE
O histórico de atuação da própria ACE e outras 3. Importância
para o
iniciativas para promoção do desenvolvimento desenvolvimento
10

no município podem demonstrar desconfiança local e regional


4. Capacidade de
ou pré-disposição em relação a propostas sustentabilidade
10
financeira do
semelhantes. Núcleo
Demanda espontânea por parte dos 5. Histórico do
10
segmento
associados:
6. Sinergia com
A espontaneidade por parte do 10
outros Núcleos

empresário ou a existência de demanda é um fator 7. Existência de


5
lideranças
importante para a criação de Núcleos, podendo
8. Taxa de
representar maior capacidade de mobilização, mortalidade das 5
empresas
bem como a geração de resultados em curto 9. Tendência de
5
evolução
intervalo de tempo. Por outro lado, deve-se
10. Receptividade
analisar a importância estratégica do segmento, e engajamento 10
dos empresários
além dos outros critérios já mencionados.
11. Pré-existência
Histórico do segmento: de entidade
5
representativa do
Deve ser avaliado se o segmento já segmento
passou por experiências malsucedidas, o que 12. Governança e
10
cooperação
poderia diminuir a disposição dos empresários
13. Demanda
em participar de novas ações. Nesses casos é espontânea
5
por parte dos
importante resgatar informações, identificar os associados

motivos do insucesso e apresentar uma proposta TOTAL 100

que possibilite superar os resultados anteriores.


Tabela 1: Matriz auxiliar na escolha dos primeiros
Para a avaliação, devem ser listados os Núcleos Setoriais
segmentos existentes no município a partir da
Quanto mais alta a correlação dos fatores com
análise dos setores e identificação de cadeias
o segmento em exame, maior é a pontuação
produtivas. Cada segmento deve ser avaliado em
(de 1 a 10 pontos). Os pesos apresentados
relação a esses critérios, e a partir deles, pode
na matriz são somente sugestões e servem
ser elaborada uma matriz auxiliar para a decisão,
apenas como ilustração, tendo sido baseados
conforme modelo a seguir.
em observações dos autores em outras
experiências. Pela sua simplicidade, podem
encurtar, consideravelmente, o processo de
discussão sobre a conveniência ou não escolha
de um segmento ou de outro.
O Comitê Gestor Local pode iniciar a análise

64
dos possíveis segmentos com as informações Possivelmente a Coordenação Estadual
disponíveis e coletadas a partir dos critérios já tenha realizado algumas pesquisas para
listados, mas o Consultor pode identificar outros identificar as oportunidades de atuação
segmentos a partir de outras informações microrregional, durante o processo de seleção
que podem necessitar de mais tempo para dos municípios para do Programa, neste caso, já
conseguir. A tarefa de buscar as informações pode ter apontado para essas possibilidades. O
é de responsabilidade, inicialmente, do levantamento das informações sobre os setores e
Consultor, porém o comitê e a ACE devem segmentos realizado pela ACE também apresenta
verificar a necessidade de apoio para garantir o possibilidades.
cumprimento da tarefa no prazo com a qualidade Para atuar de forma microrregional é importante
necessária para a definição pelo Comitê Gestor. considerar alguns aspectos, o primeiro deles
Além dessa matriz de avaliação, é recomendado é que os municípios vizinhos também podem
elaborar uma apresentação com os cenários possuir ACE. Dependendo da extensão da ação é
encontrados para os principais segmentos e, em necessário não apenas informar, mas envolver as
consenso baseando-se nas evidências, fazer a entidades em todo o processo. Não significa que
priorização para iniciar o trabalho de formação as associações em questão tem que implantar
dos Núcleos. o Empreender e contratar um Consultor, por
exemplo, mas há medidas que podem fortalecer o
4.3.3 Integração microrregional relacionamento, tais como:
Recomenda-se que a filiação seja
A integração microrregional ou regional direcionada a ACE local, sede da empresa
pode ser uma estratégia de atuação bastante interessada em participar;
interessante. Ela pode se dar principalmente nos Que as entidades participem
seguintes casos: conjuntamente das tarefas de mobilização local;
Quando os segmentos selecionados Que as reuniões e outras ações também
apresentam características bastante atrativas possam ser realizadas nos demais municípios,
conforme os critérios apontados, mas não há sede das empresas participantes;
número suficiente de empresas em um município Que nas ações de divulgação do Núcleo
para a formação de um Núcleo; as identidades visuais das demais ACEs sejam
Quando um Núcleo existente identifica a incluídas nos materiais.
oportunidade de ampliação, unindo-se a outros Quando os Núcleos assumem uma dimensão
grupos do mesmo segmento em municípios mais abrangente e demandam mais recursos, as
distintos, para realização de algumas ações como associações podem ampliar a parceria e dividir
eventos, missões, etc; os esforços para viabilizar a manutenção dos
Quando se tratar de uma cadeia produtiva, Núcleos.
uma vez que um dos critérios para essa metodologia Nos casos de Núcleos que se unem a outros
é justamente o grau de encadeamento, ou seja, grupos semelhantes, apenas para a realização
a quantidade de segmentos ligados, existentes de algumas ações em conjunto como eventos e
na região. Dificilmente um único município é missões, isso não deve alterar a formação local e
capaz de possuir volume suficiente de empresas é importante manter o apoio e a assistência aos
e segmentos para o desenvolvimento e ação em empresários.
rede.

65
4.3.4 Lançamento do Programa no município

O lançamento é uma forma de dar visibilidade


4.4 Papel da ACE em Relação aos
Consultores
ao Programa, geralmente planejada para
acontecer após uma série de etapas conforme a
4.4.1 Recrutamento, seleção e contratação
sequência apresentada até aqui.
Na ocasião do lançamento é possível formalizar
No processo de do Programa Empreender
as parcerias estabelecidas para a constituição do
e durante seu desenvolvimento, é necessário
Comitê Gestor Local apresentando a priorização
ter profissionais com perfil adequado tanto no
dos segmentos para a criação dos primeiros
que se refere às habilidades técnicas quanto às
Núcleos.
características de comportamento.
Pode-se incrementar o momento com uma
O processo de recrutamento e seleção (Anexo
palestra ou a presença de empresários de outras
02) e de capacitação dos colaboradores das
cidades que participam de Núcleos, bem como
instituições envolvidas são etapas fundamentais
contar com a presença do Coordenador Estadual
e muito importantes para o sucesso da
e outras lideranças de apoio.
do programa, e principalmente para sua
O evento de lançamento pode ser também
sustentabilidade, pois uma equipe de trabalho
o momento de apresentação da proposta
com profissionais capacitados e sensibilizados
de criação dos Núcleos, caso a ACE já tenha
agiliza o desenvolvimento do projeto.
avançado no processo de contratação do
O recrutamento dos Consultores de Núcleos
Consultor e identificação das empresas.
deve ser um processo formal e técnico, cuja
metodologia prioriza a qualidade dos profissionais
de modo imparcial, sem beneficiar candidatos
que tenham sido indicados e/ou que sejam
funcionários da ACE. Funcionários da ACE ou das
instituições parceiras podem participar desde
que atendam os requisitos relativos ao perfil e a
disponibilidade de tempo para o trabalho.
O Consultor da ACE é o ator primordial na e
continuidade do Empreender. Daí a importância
de uma escolha cuidadosa e criteriosa.
É atribuição da ACE a divulgação da vaga
de Consultor e o recebimento dos currículos.
Sugere-se que a divulgação seja feita através
da imprensa local, na própria ACE, pela internet,
junto aos parceiros, em universidades, entre
outros.
Para facilitar o processo de recrutamento
e seleção do Consultor, torna-se necessário
entender melhor as suas atribuições junto aos
Núcleos Setoriais e a ACE. O Módulo II deste
manual traz a descrição do perfil, das atribuições
66
e responsabilidades do Consultor que devem ser responsabilidade da Coordenação, mas a ACE
utilizadas para formatação do edital ou anúncio se responsabiliza em encaminhar o profissional
para divulgação da vaga. Também serve para para o treinamento, custeando as despesas
a etapa de escolha do profissional dentre os de deslocamento, hospedagem e alimentação
indicados pela Coordenação Estadual. quando houver.
O processo seletivo é responsabilidade da Nos casos em que não haja agenda definida
Coordenação Estadual como já comentado, mas para capacitar novos Consultores, a Coordenação
a ACE é quem deve recrutar os candidatos. A deve disponibilizar profissionais, buscando entre
escolha do profissional entre os selecionados os profissionais atuantes, um Consultor, seja
pela Coordenação é uma etapa igualmente do seu quadro ou de outra ACE e que tenha a
importante realizada pela ACE. habilidade de ajudar os novos em seus primeiros
As experiências ao longo dos anos passos.
demonstram que as ACEs que contrataram um A capacitação na modalidade de ensino a
Consultor sem envolver a Coordenação Estadual distância pode ocorrer com maior regularidade e
no processo seletivo, tiveram mais dificuldades é fundamental que a ACE ofereça as condições
na do Programa decorrentes da escolha dos de acesso a internet e espaço adequado para
profissionais. que o Consultor possa participar da capacitação.
A contratação Além da capacitação na metodologia, o
A contratação deve seguir as regras e Consultor deve manter atualizado e ampliar
possibilidades da própria ACE e de acordo com seus conhecimentos constantemente. Ele
a legislação vigente. Como a recomendação é próprio deve buscar cursos, palestras e outras
para que o Programa faça parte da estratégia capacitações. A Coordenação Estadual também
da ACE, a terceirização desse profissional pode pode oferecer oportunidades, como, por
não ser muito positiva. Por outro lado, também exemplo, estabelecer parcerias com instituições
há alguns benefícios e cabe à ACE analisar com de ensino e de qualificação profissional ou ainda
cuidado para definir o que for melhor para o subsidiar ou financiar parte do investimento de
desenvolvimento do Programa. determinados cursos.
É importante reforçar que o trabalho do Além da atualização e qualificação, essas
Consultor exige disponibilidade para trabalhar são formas de reconhecimento e retenção de
a noite, o que significa horários diferenciados e talentos, tema do próximo item.
flexíveis de trabalho que devem ser considerados
no formato da contratação. 4.4.3 Estabelecimento de políticas de
A contratação deve ser encaminhada tão remuneração, reconhecimento e retenção de
logo seja possível para o início dos trabalhos talentos
e participação na sequência da capacitação
na metodologia organizada pela Coordenação Remuneração não é igual a salário. O
Estadual. salário é o pagamento em função dos serviços
prestados e conforme estabelecido no contrato
4.4.2 Capacitação na metodologia e de trabalho. Já a remuneração se refere as
atualização constante retribuições e recompensas concedidas em
função das atividades exercidas, e da aplicação
A capacitação na metodologia é de do conhecimento e das habilidades pelos

67
profissionais, que podem ser financeiras ou por exemplo, fazer com que a recompensa
econômicas, dependendo das políticas de esteja vinculada ao cumprimento de metas
remuneração adotas pela ACE. (quando definidas unilateralmente de ‘‘cima para
As políticas de remuneração têm como objetivo baixo’’) e torne-se assim um tormento e não o
aumentar o comprometimento das pessoas, sua reconhecimento e a valorização almejados.
motivação, qualidade e produtividade. Uma boa
política de remuneração ajuda a atrair e reter
bons profissionais, além de estimula a criatividade
e desenvolve uma cultura organizacional de
reconhecimento e valorização.
Cada política dessas define seu modelo
de recompensas, os modelos por sua vez
apresentam uma diversidade de tipos de
recompensas, alguns exigem mais análise e
preparação, como a avaliação de desempenho
(já comentada anteriormente no item sobre a
criação de um banco de talentos) que é bastante
interessante, etc. Dentre os tipos de recompensa
podemos citar:
Salários (quando o método de definição
envolve outras medidas além das obrigações
legais, como avaliação de desempenho);
Comissões;
Bônus;
Viagens de incentivo;
Benefícios sociais como planos de saúde,
bolsas de estudo, etc.
Algumas referências apontam para os
cuidados necessários ao se adotar modelos de
recompensa ou planos de incentivo. No caso
do Empreender, é importante destacar que as
políticas de remuneração devem ser ofertadas a
toda equipe da ACE e não apenas ao Consultor.
Isso pode provocar conflitos internos. Outra
questão é que os modelos não estimulam a
cooperação se forem baseados apenas em
critérios individuais e a estratégia do Programa é
totalmente fundamentada sobre os princípios da
cooperação e do associativismo.
Alguns exemplos de associações que já
atuam com o Empreender podem trazer boas
ideias e outras que devem ser evitadas, como,

68
maneiras de proceder.
Dependendo das características locais, o jornal
4.5 Divulgação do Programa no impresso ainda é um bom canal de comunicação
Município em muitos municípios. Revistas e publicações
locais e regionais também são possibilidades,
O sucesso do Empreender está diretamente
assim como o rádio e a TV. A mídia televisiva, no
ligado a participação efetiva dos empresários.
entanto, sempre exige um investimento mais alto,
Sem empresários não há Núcleos e sem Núcleos
com exceção da publicidade gratuita quando a
não há Programa.
ação gera notícia. São alguns exemplos de ações
A adesão dos empresários e o reconhecimento
de divulgação:
da sociedade empresarial dependem, em um
Apoio a eventos (exposição da identidade
primeiro momento da atratividade da proposta
visual);
do Programa, e em seguida momento, dos
Criação de vídeos institucionais (com
resultados gerados para quem participa.
depoimentos e informações);
Mas a participação ainda depende do quanto o
Confecção de materiais como
público-alvo sabe a respeito de tudo isso. Assim, a
folders, banners, e materiais de expediente
comunicação e a divulgação de forma adequada
personalizados como pastas, agendas, canetas;
é tão fundamental quanto a consistência da
Publicação de artigos técnicos sobre
proposta e os êxitos conquistados.
temas afins em sites e outras mídias;
Divulgar as ações e os resultados dos Núcleos,
Realização de eventos como palestras e
além da divulgação institucional do Programa,
seminários sobre os temas de cooperativismo e
deve fazer parte do planejamento elaborado pelo
associativismo, dentre outros;
Comitê Gestor Local e ter recursos previstos no
Geração de notícias (releases) sobre as
orçamento da ACE.
ações dos Núcleos.
Existem inúmeras possibilidades de ações de
Os Núcleos também acabam realizando ações
divulgação e muitas delas têm alcance bastante
de divulgação com o propósito de conquistar
amplo e de baixo investimento. As mídias sociais,
novos integrantes, melhorar a imagem das
por exemplo, apresentam diversos canais
empresas perante o mercado e conquistar
bastante difundidos, de rápida veiculação e
mais clientes. As ações de maior destaque
facilidade de acesso. Dentre essas aplicações
merecem apoio mais efetivo da ACE e dos
da internet podemos mencionar os perfis de
parceiros, principalmente se a ação contribui
relacionamento, sites, blogs e outros, que são
para a consolidação da imagem do Programa no
capazes de gerar publicidade espontânea e
município.
facilitar as relações e o compartilhamento
A Coordenação Estadual também pode
(instantâneo) de informações.
fornecer materiais e indicar formas de divulgação,
Mas alguns cuidados são importantes. Essas
mas a responsabilidade da comunicação no
ferramentas, se mal administradas, podem
município é da ACE.
trazer graves prejuízos, ou ainda, disseminar
rapidamente ações que geram imagem negativa
para o Programa e para a ACE. Para utilizar
com mais segurança, recomenda-se que a ACE
possua profissionais capacitados ou suporte
especializado para saber quais as melhores
69
de participantes seja mais representativo, as
características das empresas também devem
4.6 Definição de Critérios e ser avaliadas, para evitar criar Núcleos com baixo
Regras Gerais do Empreender na
potencial para realização de ações ou para ações
ACE
de maior impacto.
Nos casos do Núcleo regional, também é
4.6.1 Formato dos Núcleos Setoriais do
importante analisar qual a distância média entre
Empreender
as empresas. Não se recomenda uma distancia
superior a 100km entre as empresas, embora essa
Em relação ao formato dos Núcleos Setoriais
já seja uma distância bastante grande. Grandes
do Empreender, é importante ressaltar três
distâncias acabam diminuindo as possibilidades
aspectos: o número mínimo de empresas por
de ações como cursos de qualificação que
Núcleo, o porte das empresas e as regras para
demandariam despesas com deslocamento e
adesão de novos integrantes.
hospedagem de funcionários.
Embora o número mínimo de empresas
Não significa, porém, que mesmo distantes
não seja necessariamente estático, a ACE
não há possibilidades de ações impactantes,
precisa compreender a relevância da questão e
como missões, compras coletivas, contratação
internaliza-la, pois está diretamente vinculada
de consultorias in company, realização de
com o processo de seleção dos segmentos, a
eventos técnicos, etc. Na história do Empreender
criação e a continuidade dos Núcleos.
existem grupos formados por empresas de
O número mínimo recomendado é 10
diversos municípios distantes entre si, que
empresas, mas acerca dessa recomendação, há
se transformaram em redes de negócios e se
duas questões a considerar:
tornaram casos de sucesso.
A representatividade do total de empresas
Em todos os casos mencionados, se a
interessadas em participar em relação ao total
representatividade e a capacidade de realização
de empresas no município (ou microrregião). Por
forem baixas e os empresários estiverem
exemplo, se existe um total de 12 empresas de
distantes entre si, com o tempo os empresários
determinado segmento no município e apenas
podem perder o entusiasmo. Se o Núcleo possui
08 querem participar, isso representa mais de
apenas 08 empresas, a desistência de uma delas
65% do total, o que é uma boa representatividade
representa mais de 12% do grupo.
se analisada isoladamente. Também se pode
O outro aspecto mencionado é a respeito
encontrar um total maior de empresas e o número
do porte das empresas. O Empreender tem
mínimo (10) pode ser pouco representativo,
foco nas micro e pequenas empresas. Elas
nesses casos é necessário alterar a regra para
representam 99% do total existente, dentre
que o Núcleo seja mais representativo;
outras características bastante expressivas. No
A representatividade no mercado
entanto, as ACEs podem possuir em seu quadro
e a capacidade de execução das empresas
de filiação empresas de médio e grande porte.
participantes. Continuando com os exemplos
Impedir sua participação nos Núcleos pode ser
acima, se as 08 empresas interessadas têm
discriminatório e gerar conflitos institucionais.
boa participação no mercado, têm empresários
A participação de médias e grandes empresas
com perfil adequado e recursos que permitam a
nos Núcleos pode trazer alguns benefícios, se o
realização de ações, há justificativa para a criação
propósito de participação delas for adequado aos
do Núcleo. Por outro lado, mesmo que o número
70
interesses do Núcleo e das demais empresas. a aceitar determinados participantes. Cada caso
Algumas ações ganham força, como as compras deve ser criteriosamente analisado e as duas
coletivas, as contratações em conjunto de cursos partes devem esclarecer, justificar seus motivos
e consultorias, missões e eventos. Por outro lado, e chegar a um consenso.
se as grandes empresas participam apenas para A adesão de novas empresas precisa
monitorar o desenvolvimento das concorrentes agregar forças ao grupo. Se existirem conflitos
e tentam obter alguma vantagem sobre o entre o empresário interessado com um ou
Núcleo, as chances de ruptura são grandes e mais empresários do Núcleo, a entrada dele
o conflito gerado entre a ACE e os empresários pode resultar na saída de outros, gerando
das MPEs pode ser ainda maior do que impedir a descontentamento geral e levando o grupo a
participação de uma grande empresa. ruptura. A ACE deve ponderar muito sobre as
Nesses casos, é muito importante conhecer questões e sobre suas atribuições antes de
o histórico da grande empresa e o perfil dos intervir.
seus dirigentes. Além de avaliar qual imagem
os demais empresários têm dessa empresa e 4.6.2 Vínculo com a ACE
como veem sum participação no Núcleo. Para as
médias empresas se recomendam as mesmas Em geral, a regra principal para a participação
orientações, entretanto, a participação delas das empresas é a filiação à ACE. Cada ACE define
apresenta mais condições positivas do que as o prazo limite para que a empresa se associe,
grandes, isso porque os proprietários das médias podendo ser imediato ou após determinado
empresas geralmente são mais acessíveis, com período até que o Núcleo comece a desenvolver
gestão ainda familiar e, apesar de serem médias, as atividades e possibilite ao empresário avaliar
o faturamento pode estar muito próximo ao das se continua ou não fazendo parte do grupo.
pequenas empresas. A mensalidade pode ser baseada nas mesmas
Uma grande empresa pode ser boa parceira condições de filiação normal da ACE ou pode ter
dos Núcleos. Nem sempre elas têm interesse em valores acrescidos em função da participação do
participar do Núcleo, como membros, mas o apoio Núcleo. Entretanto, conforme já comentado, a
em alguns eventos ou para a realização de ações mensalidade não pode ser vista como uma forma
de qualificação, pode ser benéfico, mais depende de sustentabilidade financeira do Programa.
da iniciativa dos empresários participantes do
Núcleo.
O terceiro aspecto é sobre a adesão de
novos integrantes. Alguns Núcleos, depois de
fortalecidos e consolidados, acabam se fechando
e impedindo a entrada de novas ou determinadas
empresas. Mais uma vez isso pode gerar alguns
conflitos entre a ACE e as empresas associadas.
O Núcleo deve ter autonomia e independência
para decidir sobre as suas regras internas de
participação, mas não pode ser excludente ao
ponto de prejudicar a ACE que os atende. Da
mesma forma, a ACE não pode obrigar o Núcleo
71
Aumento do índice de produtividade e
ganhos em qualidade das empresas participantes
4.7 Gestão e Monitoramento do
dos Núcleos;
Empreender na ACE
Aumento do índice de emprego e rendas

4.7.1 Sistemas de gestão nas empresas participantes dos Núcleos;


Número de negócios gerados entre

Um sistema de gestão é o conjunto de partes empresas e Núcleos;

que interagem entre si para desenvolver as ações Aumento do número de associados na

planejadas, e implantar as estratégias e políticas ACE;

definidas para alcançar determinados resultados. Aumento da arrecadação da ACE.

Fazendo a conexão com o Empreender, o Um bom sistema de monitoramento deve

sistema de gestão da ACE para o Programa abordar os dois tipos de indicadores. Eles podem

deve compreender os softwares para registro e ser considerados tangíveis, como os indicadores

acompanhamento do planejamento dos Núcleos; mencionados acima, intangíveis, como a

os próprios planejamentos, as ferramentas percepção das pessoas sobre o desenvolvimento

de avaliação, como pesquisas e definição local, formação de lideranças e até a edificação

de indicadores; as práticas que envolvem o de um clima de otimismo geral que cerca tais

monitoramento e o controle, como reuniões e processos de mudanças.

relatórios de conclusão. Quanto às funções do monitoramento, pode-

A gestão e o monitoramento são essenciais se dizer que é um instrumento que facilita:

também na ACE, pois a Coordenação faz o Informar ao Comitê Gestor Local, a

acompanhamento sob a ótica estadual e suas diretoria da ACE e parceiros sobre o andamento

ações de correção, por exemplo, são de nível do Programa;

macro e não interferem diretamente na gestão Orientar o trabalho para resultados;

local. Alinhar as informações entre os

Conforme já comentado no capítulo anterior, envolvidos.

um sistema de monitoramento eficiente aborda os A CACB disponibiliza o Portal Empreender

diversos indicadores apontados no planejamento com sistema para registro e acompanhamento

do Empreender elaborado pelo comitê local e dos Núcleos e dos seus planejamentos. Alguns

garantem uma avaliação mais criteriosa e ampla estados têm desenvolvido seus próprios sistemas,

dos resultados. Para isso, esses indicadores o que é positivo, mas é muito importante que o

devem ser claros, relevantes, confiáveis e que portal geral do Programa também seja utilizado.

possam ser mensurados. Nesses casos, há um volume maior de trabalho

São exemplos de indicadores de esforço: para alimentação dos sistemas, por isso a CACB

Número de Núcleos e empresas para está sempre em contato com as Federações para

cada período de do Programa; melhorar seu portal.

Aplicação de soluções que representem A ACE deve disponibilizar as condições

a melhoria da competitividade das empresas; necessárias para os Consultores acessarem

Realização de eventos (capacitações, o portal, além de acompanhar o trabalho para

palestras, consultorias). garantir a utilização do mesmo e para saber como

São exemplos de indicadores de Qualidade estão se desenvolvendo os Núcleos.

e Produtividade:
72
4.7.2 Criação do Conselho dos Núcleos função e devem disponibilizar mais tempo, assim,
a periodicidade das reuniões e a efetividade em
Na medida em que os Núcleos são constituídos, relação aos objetivos devem validar a sua criação.
surge a necessidade de melhor integrá-los na
estrutura da ACE, para que se estabeleçam 4.7.3 Estabelecimento de mecanismos de
procedimentos formais com a diretoria acerca da reconhecimento das ações, registro e divulgação
evolução dos trabalhos. das boas práticas
Sugere-se que, a partir da composição do
quinto Núcleo, seja instituído o Conselho de Na primeira apresentação do Programa aos
Núcleos, do qual participam um Coordenador empresários, o estímulo à realização de ações
de cada Núcleo e o Consultor que media os para superar os desafios e para aproveitar
trabalhos. O Conselho de Núcleos deve se reunir oportunidades de desenvolvimento das
periodicamente. empresas são as principais abordagens para a
Cabem aos conselheiros as seguintes sensibilização e adesão dos participantes.
atribuições: Os empresários participantes precisam
Relatar ações dos Núcleos para efeito de constantemente ser incentivados a realizar
disseminação das informações junto a diretoria ações orientadas para resultados que atendam
da ACE; as necessidades, resolvam problemas e/ou que
Promover ações de benchmarking entre proporcionem melhorias, ganhos e aumento
os Núcleos; da competitividade. Essas ações podem ter
Enumerar dificuldades e estabelecer características muito diferentes, de acordo
estratégias para a superação dos problemas com o resultado pretendido. Por exemplo,
relacionados; para capacitar os funcionários das empresas a
Diminuir eventuais questões relativas respeito do sistema eletrônico de emissão de
aos Núcleos e omissas em relação ao regimento notas fiscais, um treinamento com um contador
interno e contrato de convivência; é suficiente para atender a necessidade. Mas
Articular ações conjuntas de interesse aumentar as vendas, a eficiência produtiva ou
coletivo e que visem a integração dos Núcleos; alcançar padrões de qualidade para exportação,
Servir de elo entre nucleados, demandam ações mais relevantes, mais
Coordenação do Programa e diretoria da ACE. estruturadas e comprometimento total do grupo.
A figura do Conselho não é obrigatória, mas Todas as ações que atendem alguma
pode ser bastante positiva. Se entendermos que demanda, mais simples ou mais complexa, são
o Comitê Gestor Local tem o papel de planejar importantes e devem ser estimuladas. Mas os
o Programa, definir estratégias e articular para Núcleos não sobrevivem apenas com ações
alcançar a consolidação e ampliação, o conselho pontuais, de baixo impacto.
tem a característica de analisar as questões O Consultor, o comitê e a ACE tem
inerentes ao dia a dia dos Núcleos, cujas responsabilidades e condições de estabelecer
informações servem de subsídio para o comitê. mecanismos para manter os Núcleos ativos e
O cuidado no caso de constituir o conselho dinâmicos. A proposta é os estimular para manter
é que ele demanda tempo e dedicação, com eles e as empresas em constante evolução.
necessidade de realizar reuniões. Para isso, os Mecanismos de reconhecimento de boas
Coordenadores de cada Núcleo tem mais uma práticas são formas de incentivo, capazes de gerar

73
e difundir conhecimento. No capítulo anterior se e garantir a credibilidade e o interesse dos
recomendou a Coordenação Estadual instituir um participantes.
sistema para disseminação e reconhecimento
das melhores práticas – orientações que podem 4.7.4 Estabelecimento de mecanismos de
ser replicadas localmente. avaliação da satisfação dos empresários e índices
De modo mais exemplificado são apresentadas de execução dos planejamentos dos Núcleos
a seguir algumas práticas que podem ser
adotadas pela ACE: Dentre as primeiras atividades dos Núcleos
Criação de prêmios para as melhores está a elaboração dos planejamentos. São eles
ações ou projetos avaliando critérios como que orientam e direcionam os esforços dos
relevância dos propósitos, resultados empresários e que os mantém envolvidos e
conquistados pelas empresas, envolvimento atuando em conjunto.
dos participantes, capacidade de reaplicação e O planejamento é a mola propulsora do
continuidade; Núcleo. A qualidade, a quantidade e a relevância
Publicação anual ou bianual das das ações programadas é o que dá movimento,
principais ações dos Núcleos, vinculada ou não dinamismo e sustentabilidade.
à premiação; Os Núcleos podem, entretanto, ter um
Realização de eventos para apresentação excelente planejamento, mas sem uma boa
dos casos de sucesso dos Núcleos como gestão (principalmente papel do Consultor), sem
seminários e workshops. Esses eventos também interesse por parte dos empresários, ele acaba se
são importantes para incentivar os empresários a desfazendo.
pensar em como os Núcleos e o cooperativismo A ACE, junto com o comitê, precisa
são capazes de viabilizar resultados; acompanhar de perto o desenvolvimento dos
Criação de fundos de apoio para Núcleos. Para isso, é necessário estabelecer
financiamento de projetos e ações em parceria alguns mecanismos que deem informações para
com instituições financeiras e outros parceiros; que a ACE possa agir em apoio aos Núcleos.
Criação de espaços para divulgação das Os dois principais mecanismos são a pesquisa
ações, como, por exemplo, no portal web da ACE, de satisfação dos empresários e o grau de
nas publicações mensais (ou outra regularidade) execução do planejamento dos Núcleos.
da ACE ou de outros parceiros, com o envio de Uma pesquisa de satisfação deve ser muito
mail marketing aos associados, etc. bem preparada. Embora pareça simples, merece
Esse registro pode servir como um banco atenção e cuidados para garantir resultados
de ações, a qual pode ser consultado pelos legítimos e que sirvam para ações de melhoria.
empresários, Consultores e sociedade em geral, Para uma boa pesquisa de satisfação, devemos
como forma de estimular e também de divulgar os considerar:
Núcleos. As práticas citadas acima pressupõem O objetivo da pesquisa deve ser focado
ações de divulgação, ou seja, não adianta na melhoria para o futuro e não na avaliação
estabelecer uma premiação, por exemplo, sem do passado. É importante manter a abordagem
um momento especial para entrega de prêmios em ações de mudança com a comparação e
ou pelo menos um certificado. análise de resultados que subsidiem a tomada de
Uma vez que a ACE institua os mecanismos decisões; saber quais os interesses e objetivos
deve se esforçar ao máximo para mantê-los dos empresários em relação a sua participação

74
nos Núcleos. É necessário antes de tudo, pelo SIGEOR – Sistema de Gestão Estratégica
entender o que o público alvo necessita para seu Orientada para Resultados (ferramenta
desenvolvimento. Saber apenas se estão ou não disponibilizada pelo Sebrae em parceria com a
satisfeitos não é suficiente para proporcionar CACB e as Federações para gestão de projetos
ações de melhoria; específicos).
Os resultados precisam ser divulgados É importante que as ações sigam uma
após a realização da pesquisa. Por isso, é estrutura padrão de planejamento, com marcos
importante tomar cuidado com os temas críticos ou definição de etapas que possam
abordados, pois investigar conflitos (passado), mostrar a evolução das ações, ou seja, não
além de não resolverem o problema, podem basta avaliar a ação e o prazo final em si, mas
piorar a situação ainda mais; o seu desenvolvimento até a concretização. Isso
As pesquisas pressupõem ações de permite avaliar as dificuldades no processo e
melhoria. Pesquisas que servem apenas para intervir antes de o prazo encerrar.
apontar estatísticas são desnecessárias e geram Esse relatório também é importante para os
descrença. Elas devem possibilitar a realização empresários acompanharem o desenvolvimento
de ações reais e fundamentadas. E as ações do Núcleo do qual participam. Relatórios
tomadas devem ser baseadas nas informações que apresentam dificuldades constantes
coletadas. para execução das ações podem apontar
A elaboração do questionário e a sua aplicação necessidade de revisão do planejamento, indicar
devem ser pensadas e planejadas em função a necessidade de avaliar a continuidade do
dos aspectos mencionados. Existem diversos Núcleo, e se o Consultor está desempenhando
modelos e formas de aplicação que podem ser bem suas atividades.
adaptados as necessidades do Programa. Se Obviamente gráficos e números não são
houver possibilidade, se recomenda consultar suficientes por si só para chegar a essas
especialistas para estruturar essa ferramenta conclusões, por isso a pesquisa de satisfação,
e para saber como utilizar as informações bem como a participação de membros do Comitê
coletadas. Gestor Local em algumas reuniões e em conversas
A partir da primeira aplicação e do informais com os empresários são fundamentais
planejamento das ações de melhoria, podem ser para uma avaliação mais consistente e decisões
estabelecidas metas de aumento da satisfação mais assertivas.
dos empresários. A pesquisa deve ser uma
ferramenta contínua de avaliação, realizada
periodicamente e com o número de respostas
adequado ao objetivo dessa prática.
O acompanhamento da execução dos
planejamentos dos Núcleos é outra forma de a
ACE e o comitê se manterem informados e em
condições de apoiar o desenvolvimento dos
Núcleos.
O Consultor deve ser o responsável por
repassar essas informações. Devem ser utilizadas
as informações geradas pelo Portal Empreender,

75
5 Referências Bibliográficas

BALESTRIN, Alsones; VERSCHOORE, Jorge. Redes de Cooperação Empresarial: estratégias de


gestão na nova economia. Porto Alegre: Bookman, 2008. Disponível em <https://books.google.com.
br/books?id=wIzIDxt3T10C&printsec=frontcover&hl=pt-BR#v=onepage&q&f=false>. Acesso em: 11 de
junho de 2015.

FUNDAÇÃO NACIONAL DA QUALIDADE – FNQ. Política do Banco de Boas Práticas. Disponível em


< http://fnq.org.br/politica_banco_de_boas_praticas.pdf>. Acesso em 26 de julho de 2015.

FUNDAÇÃO NACIONAL DA QUALIDADE – FNQ. Sistemas de Gestão. Disponível em <http://www.fnq.


org.br/sistemas-de-gestao_.pdf>. Acesso em: 31 de julho de 2015.

SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS – SEBRAE. Participação


das Micro e Pequenas Empresas na Economia Brasileira. Brasília: 2014. Disponível em <http://
www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/Estudos%20e%20Pesquisas/Participacao%20das%20
micro%20e%20pequenas%20empresas.pdf>. Acesso em: 01 de agosto de 2015.

SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS – SEBRAE. Sobrevivência


das empresas no Brasil. Brasília: 2013. Disponível em <http://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20
Sebrae/Anexos/Sobrevivencia_das_empresas_no_Brasil=2013.pdf>. Acesso em: 01 de agosto de 2015.

SECRETARIA DO PLANEJAMENTO E GESTÃO DO ESTADO DO CEARÁ. Manual do Sistema de Banco


de Talentos. Disponível em <http://www.gestaodoservidor.ce.gov.br/site/images/stories/manuais/bt4.
pdf>. Acesso em 29

77
PROGRAMA EMPREENDER
MANUAL DE IMPLANTAÇÃO

Módulo 2:
Os Núcleos Setoriais e
o Consultor do Empreender
SUMÁRIO

Apresentação 83

1 - Os Núcleos Setoriais 85
1.1 - O que são e como Funcionam os Núcleos Setoriais.......................................................... 85
1.2 - A Consultoria Grupal.................................................................................................................. 86
1.3 - Etapas de Criação de um Núcleo Setorial............................................................................ 87
1.3.1 Sensibilização dos empresários........................................................................................ 87
1.3.2 Atividades de estímulo à integração e de formação de grupo................................ 89
1.3.3 Elaboração do Planejamento Estratégico do Núcleo................................................. 90
1.3.4 Encaminhamentos após a oficina de planejamento................................................... 92
1.3.5 O dia a dia dos Núcleos Setoriais..................................................................................... 93
1.4 - Definição do Coordenador do Núcleo................................................................................... 96
1.5 - Gestão e Monitoramento dos Núcleos..................................................................................97
1.6 - Acompanhamento da Realização das Ações...................................................................... 98
1.6.1 Plano de ação........................................................................................................................ 98
1.6.2 Elaboração de um cronograma........................................................................................ 99
1.7 - Tipos de Ações.......................................................................................................................... 100
1.7.1 Missões empresariais.......................................................................................................... 100
1.7.2 Atividades de capacitação .............................................................................................. 100
1.7.3 Ações de marketing........................................................................................................... 100
1.7.4 Diálogos empresariais, rodadas e encontros de negócios........................................102
1.7.5 Compras e negociações coletivas.................................................................................. 103
1.7.6 Parcerias com fornecedores............................................................................................ 104
1.7.7 Ações de responsabilidade social e ambiental............................................................ 104
1.7.8 Organização de eventos .................................................................................................. 105
1.7.9 Avaliação das ações........................................................................................................... 105
1.8 - Tipos de Núcleos . ................................................................................................................... 106
1.9 - Amadurecimento dos Núcleos...............................................................................................107
1.9.1 Centrais de Negócios..........................................................................................................107
1.9.2 Associações, cooperativas e sindicatos....................................................................... 108
1.9.3 Arranjos Produtivos Locais (APL).................................................................................... 110
1.9.4 Redes Empresariais de Negócios..................................................................................... 111
1.10 - Principais Desafios na Criação e Desenvolvimento dos Núcleos................................ 114
1.10.1 Falhas na escolha do segmento ou escolha equivocada........................................ 114
1.10.2 Sensibilização ineficaz..................................................................................................... 114
1.10.3 Abordagem ineficaz aos empresários.......................................................................... 114
1.10.4 Planejamentos de ações iniciais muito complexas.................................................. 114
1.10.5 Erros de foco do trabalho................................................................................................ 115
1.10.6 Ineficiência do Consultor................................................................................................. 115
1.10.7 Escolha inadequada do momento para implantação do Núcleo........................... 115
1.10.8 Conflitos não trabalhados............................................................................................... 116
1.10.9 Desinteresse da diretoria e funcionários da ACE...................................................... 116
1.10.10 Não reconhecimento do papel da ACE...................................................................... 116

2 - O Consultor do Empreender 119


2.1 - Perfil, Conhecimento e Habilidades do Consultor.............................................................120
2.1.1 Competências Pessoais.....................................................................................................120
2.1.2 Competências Técnicas ...................................................................................................120
2.1.3 Outras competências e características desejáveis....................................................120
2.2 - Atribuições e Responsabilidades do Consultor................................................................ 121
2.2.1 Em relação à ACE................................................................................................................ 121
2.2.2 Em relação à Coordenação Estadual............................................................................ 121
2.2.3 Em relação aos Núcleos...................................................................................................122
2.2.4 Outros aspectos a considerar.........................................................................................123
2.3 - Funções, Pecados e Virtudes da Moderação....................................................................124
2.4 - Especialista x Consultor de Núcleos...................................................................................125
2.4.1 Apoio de especialistas externos......................................................................................125

3 - Referências Bibliográficas 127


Apresentação
No Módulo I deste manual foram apresentadas
a metodologia e as etapas do processo para
implantação do Programa nos estados e
municípios.
Também no primeiro módulo foram
apresentadas as primeiras ações para formação
dos Núcleos, com a seleção e priorização dos
segmentos, além das orientações para formação
do Comitê Gestor Local e para seleção e
contratação dos profissionais.
O Módulo II traz orientações mais detalhadas
para formação dos Núcleos e sobre o Consultor,
com suas atribuições, perfil e competências
desejadas.
No início do processo, podemos perceber
que as principais atividades são a consolidação
das parcerias e a preparação da ACE e dos
profissionais que irão atuar no Programa. Isso
inclui a preparação da Federação e da ACE para
alcançar a sustentabilidade do Programa.
Entretanto, para executar todas as etapas da
fase de implantação se faz necessário iniciar a
constituição dos Núcleos Setoriais, que é o ponto
de partida para o trabalho com os empresários
que na prática dá subsídios e resultados para
realimentação do processo.
Nesse momento então, sabemos que a ACE
já pode ter realizado sua primeira apresentação
oficial do Programa no evento de lançamento
e possui parceiros que confirmaram seu apoio
para constituir o Comitê Gestor Local.
O lançamento do Programa é a primeira
oportunidade de sensibilização e mobilização
dos empresários, visando unir forças em prol do
desenvolvimento não só das suas empresas, mas
do seu segmento, do município e até mesmo de
uma região.

83
1 Os Núcleos
Setoriais

Identificar oportunidades;
Mapear problemas e necessidades;
1.1 O que são e como Funcionam
Trocar informações e experiências;
os Núcleos Setoriais
Buscar soluções em conjunto.
As possibilidades de ações coletivas
Existem inúmeras formas e exemplos de união
são inúmeras. São exemplos de atividades
de pessoas e empresários, como associações,
desenvolvidas pelos Núcleos Setoriais:
câmaras empresariais, clubes sociais, entre
Compras coletivas;
outros, cujos interesses são comuns entre os
Prestação de serviços ou fabricação de
participantes e cada um possui seus próprios
produtos de forma coletiva;
mecanismos de organização.
Treinamentos e consultorias que
Os Núcleos Setoriais do Empreender são
atendam suas necessidades específicas;
formados por empresários de um mesmo
Certificação de produtos e serviços;
segmento ou ramo de atividade, sempre com foco
Participação coletiva em feiras e eventos;
na micro e pequena empresa, que se encontram
Intercâmbio de informações;
periodicamente para identificar oportunidades,
Exercer poder de lobby por meio de sua
discutir problemas comuns e buscar soluções
ACE e demais parceiros.
conjuntas adequadas às suas necessidades,
Da mesma maneira os resultados para as
com a intenção de criar vantagens competitivas
empresas participantes de um Núcleo podem ser
para as empresas participantes. O que os difere
diversos, de acordo com o tipo, a relevância e o
dos demais formatos de grupos é a metodologia
interesse dos participantes. São alguns exemplos
utilizada para sua formação e condução, além
de resultados possíveis de alcançar:
de, sua característica informal baseada no
Melhoria de gestão;
associativismo e cooperação.
Elevação do faturamento e da
Os Núcleos Setoriais, ao debaterem as
rentabilidade;
necessidades e oportunidades das empresas e
Ampliação do número de funcionários;
buscarem soluções coletivas, desenvolvem uma
Aumento da produção e da produtividade;
série de atividades, que acabam beneficiando
Ampliação de mercado;
não apenas as empresas que dele participam,
Melhoria da qualidade dos produtos e
mas também todas as demais MPEs do mesmo
serviços ofertados;
segmento. Ou seja, as empresas participantes dos
Maior facilidade de acesso ao crédito;
Núcleos Setoriais se tornam grupos de referência
Aumento da rede de contatos do
e amostra significativa das necessidades dos
participante.
segmentos empresariais.
O associativismo aproxima as empresas e
Os empresários participantes dos Núcleos,
incentiva as iniciativas coletivas. A união das
sob a condução de um Consultor e apoiados pela
empresas confere poder e peso político para
ACE, trabalham coletivamente para:
as reivindicações coletivas em relação ao
85
ambiente empresarial, mas não interfere na
individualidade. O que acontece, é uma melhoria
conjunta das empresas e da competitividade 1.2 A Consultoria Grupal
dos negócios ( o que estimula a competição
interna ), mas a competição sadia, que acaba Um Núcleo Setorial não é um grupo que
revertendo em ganhos tecnológicos para todos naturalmente se compõe. As pessoas em
os integrantes dos Núcleos, e em benefícios para um Núcleo somente se integram a partir do
os consumidores com melhores preços e com momento em que certas necessidades podem
qualidade. ser satisfeitas em grupo. 
Ao superar a ideia de que o concorrente é Os Núcleos Setoriais são formados a partir do
inimigo e passar a aceitar o novo paradigma de compartilhamento de objetivos – que justificam
que a união faz a força, as empresas passam a ter sua existência, e pelo reconhecimento da
mais destaque sem perder sua individualidade, importância da participação de cada um dos
compartilham seus conhecimentos e experiências membros para alcançar esse resultado.
e, da mesma forma, são contemplados com um Os objetivos direcionam as ações grupais.
leque de oportunidades. Quando se trabalha com grupos, é necessário
Cooperação significa a possibilidade concreta saber como o objetivo do grupo foi estabelecido,
de agregar valor e inteligência ao processo como o objetivo grupal está em interação com os
produtivo, o que pode significar a diferença entre objetivos de cada membro e como o objetivo do
sobreviver e se desenvolver. grupo influenciou o processo de inclusão grupal.
Quando os motivos que levam os indivíduos
a fazerem parte de um grupo ficam muito
destoantes entre si há, uma tendência a surgirem
insatisfações e angústias que geram estresses e
conflitos. Os objetivos individuais e grupais podem
modificar-se ao longo da existência do Núcleo.
Assim, é necessário rever os objetivos por meio
de uma discussão explícita. A relação entre os
objetivos individuais e coletivos merece atenção
especial e acompanhamento sistemático.
Os motivos para ingressar no grupo e
a experiência das pessoas determinam a
heterogeneidade ou homogeneidade do grupo.
Segundo Pichon-Rivière (1994), “quanto mais
heterogêneo é um grupo, maior a probabilidade
de ser eficaz e atingir o seu objetivo”.
A homogeneidade e heterogeneidade de um
grupo afetam os seus resultados. Para Pichon,
grupos heterogêneos podem apresentar mais
recursos, pois as diferenças podem implicar
em mais diversidade de ideias. E apesar de isso
aumentar a dificuldade no seu funcionamento, o

86
processo de crescimento torna-se mais eficaz em
função do maior compartilhamento interpessoal. 1.3 Etapas de Criação de um
Ao trabalhar com o grupo, o Consultor deve Núcleo Setorial
levar em consideração as características pessoais,
1.3.1 Sensibilização dos empresários
interpessoais, profissionais (econômico-sociais)
e culturais. Neste contexto, é de fundamental
O primeiro passo para a criação de um
importância que o Consultor compreenda a
Núcleo é a seleção dos segmentos conforme as
realidade na qual ele e os participantes do grupo
orientações já apresentadas no Módulo I. Com os
estão inseridos.
segmentos selecionados, o Consultor deve dar
O trabalho desenvolvido pelo Consultor de
início às visitas de convite aos empresários para
Núcleos utiliza os preceitos cooperativistas,
a apresentação do Empreender e da proposta de
garantindo mediante articulação e implantação
criação do Núcleo.
de ações coletivas o alcance dos resultados.
É possível que a ACE ainda não tenha
O Consultor atua, sobretudo, no levantamento
realizado o lançamento do Programa para a
e organização das demandas do Núcleo ao qual
comunidade, então este é o momento de fazer a
assiste, apoiando-os na elaboração de soluções
apresentação oficial, formalizar o Comitê Gestor
para o desenvolvimento das empresas e servindo
Local e sensibilizar os empresários para a criação
de elo até os agentes finais do assessoramento.
do Núcleo Setorial.
O formato desse encontro irá depender dos
seguintes fatores:
Se o evento de lançamento foi realizado;
Se o Comitê Gestor Local foi constituído
e formalizado;
Se os segmentos para criação dos
primeiros Núcleos já foram selecionados;
Se a ACE irá convidar empresários
dos diversos segmentos selecionados ou fará
encontros por segmento.
Considerando que o lançamento já foi
comentado no Módulo I, o foco agora é a
sensibilização dos empresários.
O encontro de sensibilização é um dos eventos
principais para se iniciar o Núcleo Setorial. Por ser
um momento muito importante, o encontro pode
conter uma palestra com algum tema relacionado
ao associativismo, ao cenário econômico ou mais
voltado para as necessidades das empresas.
Nesta palestra o empresário percebe que não
está sozinho, pois outros empresários de seu
segmento e que tem dificuldades semelhantes a
ele também estão presentes.

87
Para muitos empresários este pode ser o A confraternização, bem como a palestra, tem
primeiro contato com a ACE e por isso também é custos para a ACE e com a sequência de eventos
importante apresentar a ACE e qual seu papel no para criação de outros Núcleos, esses custos
Programa. Neste dia o Consultor é apresentado podem ficar muito altos. Por isso é possível reunir
formalmente e deve haver também a formalização mais de um segmento na mesma data para
do início de trabalho com o Núcleo Setorial, mas otimizar os esforços.
isso depende da aceitação dos participantes O convite para esse encontro deve ser feito pela
presentes e do número de adesões. ACE e pelo Comitê Gestor Local, sendo atrativo
A preparação e motivador. O horário, dia da semana e local do
Uma vez definido o segmento a ser abordado, encontro devem respeitar as características do
inicia-se o trabalho de campo do Consultor. segmento.
O convite para o encontro de sensibilização A programação e o formato (como quem
deve ser feito pessoalmente pelo Consultor, e discursa; se haverá mesa de honra, etc.)
se possível, acompanhado por um membro do depende da articulação e negociações realizadas
Comitê Gestor Local, o presidente da ACE ou o até o momento, mas é importante não tornar o
diretor do Empreender. O convite deve ser claro, evento uma oportunidade para manifestações
objetivo e despertar o interesse e a curiosidade políticas ou relacionadas a temas polêmicos,
do empresário. nem mesmo torná-lo muito formal ou estender
Uma aproximação inicial com um empresário as apresentações e falas por mais tempo que o
que desempenhe papel de liderança na atividade necessário.
pode ajudar nos contatos iniciais, abrindo Aos empresários pode-se entregar uma ficha
caminho para um clima de informalidade e de cadastro para preenchimento, contendo
confiança em torno da constituição do Núcleo. os dados principais das suas empresas, qual
Empresários com esse perfil podem apontar o segmento de atuação (se houver mais de
as principais características e dificuldades um segmento convidado) e a confirmação do
das empresas e direcionar a abordagem aos interesse em participar do Núcleo.
demais empresários. Também é importante que Havendo número suficiente de empresas por
o Consultor busque mais informações sobre segmento para formar um Núcleo, é possível
o segmento, o mercado local, a imagem das nesse momento agendar um próximo encontro
empresas para preparar bem seus argumentos para iniciar os trabalhos. No caso de um baixo
para conversar com os empresários e conquistar quórum de empresários por segmento, deve
a confiança e a empatia deles. ser realizada nova reunião de apresentação
Além da entrega dos convites impressos, da proposta, na tentativa de obter o número
recomenda-se o envio por meio eletrônico e o suficiente de empresários interessados em
contato telefônico nos dias anteriores ao evento participar do Programa.
para reforçar o convite e lembra-los do horário e A apresentação
local. Deve sensibilizar os empresários sobre a
O Evento importância do associativismo, mostrando os
O encontro de sensibilização é um momento benefícios e vantagens do trabalho cooperado.
especial de integração e uma confraternização é Deve ainda reforçar o conceito e a filosofia dos
bem-vinda, desde que não seja dada mais ênfase Núcleos e do Programa Empreender, além de
à festividade do que à proposta. esclarecer como funcionam e quais os papéis

88
das instituições envolvidas e do Consultor. partir das qualidades e conhecimentos de cada
Caso o trabalho com os Núcleos Setoriais seja um, inicia-se o intercâmbio que proporciona o
fruto de uma parceria, deve-se reservar às demais desenvolvimento de todo o grupo.
entidades apoiadoras da iniciativa, espaço para O encontro deve seguir uma metodologia
que estas se apresentem institucionalmente. específica que deve ser conduzida por
Além da palestra, a presença de empresários um profissional competente. Devem ser
de outros Núcleos (outros municípios) para relatar selecionadas as dinâmicas de grupo que
suas experiências, também pode ser bastante tenham foco no trabalho coletivo, respeitando as
atrativa. individualidades. Recomendam-se profissionais
Cada evento de apresentação da proposta para com competências e habilidades em formação
criação de um Núcleo deve ser único e especial, de grupo, gestão de conflitos, moderação de
valorizando os empresários, a importância do dinâmicas, ciclo de aprendizagem vivencial
segmento para o desenvolvimento da cidade e da (CAV), relacionamento interpessoal, análise
região e o apoio das instituições parceiras, sempre transacional, etc.
com o objetivo de sensibilizar a todos, inclusive a O formato do encontro depende do nível de
comunidade, para o trabalho cooperado. conhecimento e relacionamento já existente
entre os empresários. Grupos que já realizam
1.3.2 Atividades de estímulo à integração e de ações ou partilham informações não necessitam
formação de grupo de muitas horas de trabalho de integração, e o
direcionamento é mais técnico. Quando a situação
Após os encontros de sensibilização, e com a é inversa, recomenda-se aprofundamento nas
adesão dos empresários, se inicia efetivamente o atividades de conhecimento dos participantes.
trabalho de cada Núcleo Setorial. Nesse tipo de trabalho é comum surgirem
Como os Núcleos Setoriais são compostos por conflitos ou situações delicadas, como a
empresários de mesmos segmentos, é comum dificuldade de algum participante de falar em
que muitos já se conheçam e se relacionem público. Quando a condução dos trabalhos não é
em outras atividades. De qualquer forma, este feita por uma pessoa capacitada, essas situações
é um novo relacionamento e é necessário podem prejudicar a formação e consolidação do
alinhar expectativas a respeito do Programa, da grupo.
metodologia e da participação de todos. O Consultor de Núcleos deve estar preparado
Este é o momento para o grupo estabelecer e capacitado para conduzir as atividades,
os vínculos de relacionamento, suas formas de levando em consideração as particularidades do
aprendizagem e de trabalho, é quando cada grupo. Se houver a necessidade de contratação
um dos empresários passa a ser participante de um profissional terceirizado, o Consultor
de um grupo em que suas ideias e opiniões são pode participar das atividades, mas tomando
consideradas e respeitadas. cuidado para que seu papel no Núcleo não seja
Por isso é importante realizar pelo menos confundido pelos empresários.
um encontro de integração e formação de Este manual apresenta um modelo de
grupo. O objetivo desse encontro é sensibilizar Workshop de Integração de Núcleos Setoriais
os participantes para que trabalhem de acordo (Anexo 04). Tanto a Federação quanto a ACE
com o seu próprio nível de desenvolvimento podem utiliza-lo, seguindo as orientações
e sempre em cooperação com os demais. A a respeito das habilidades do Consultor na

89
condução de dinâmicas, gestão de conflitos, Estratégico, que dá o direcionamento operacional
processamento das atividades (CAV), etc. e estratégico, essenciais para a energia e
O encontro de integração também é o motivação do grupo. O planejamento deve
momento para elaboração do Acordo de ser desafiador, mas realizável, ter clareza nos
Convivência, também chamado de Contrato ou objetivos e contemplar todas as informações
Regras de Ouro. Esse acordo é o primeiro passo necessárias para fazer o monitoramento e a
para a criação do Regimento Interno, mas são avaliação dos resultados previstos.
distintos e igualmente importantes. Um bom planejamento começa com o
Acordo ou Contrato de Convivência levantamento de dados e na análise dos
As características inerentes ao trabalho segmentos, realizado pelo Consultor e a ACE no
associativista recomendam que se pactuem início da implantação do Programa e validado
regras para o Núcleo, que condicionem os pelo Comitê Gestor Local.
participantes a um relacionamento amigável, Outras informações importantes já devem
próspero e participativo. ter sido coletadas nas visitas aos empresários
Isso permite que os participantes definam de líderes, convidados para a apresentação da
forma democrática os critérios de participação proposta conforme orientado na primeira etapa
no Núcleo, a resolução de conflitos internos, os de criação dos Núcleos.
deveres e direitos dos participantes, bem como O Consultor não é necessariamente um
outras questões de interesse dos participantes. especialista na área de atuação dessas empresas,
Na medida em que os trabalhos se consolidam mas precisa ter conhecimento sobre os produtos
e o Núcleo tende à maturidade, pode se adotar e serviços realizados por elas, além de estar
um regimento interno. qualificado para conduzir a oficina de elaboração
Regimento Interno do planejamento e assessoria ao grupo na busca
O Regimento Interno é um documento dos resultados.
que regula as atividades do Núcleo Setorial e A seguir são descritos os aspectos principais
apresenta caráter mais formal que o contrato de inerentes à etapa do planejamento.
convivência. (Anexo 03). Metodologia da dinâmica do encontro
A partir dele é instituída uma estrutura Um elemento chave da metodologia do
organizacional do Núcleo, contemplando-se Empreender é o uso do Metaplan. A técnica de
composição da diretoria e suas responsabilidades, moderação e visualização estimula a participação
procedimentos para inclusão e exclusão de das pessoas por meio do trabalho em grupo e do
nucleados bem como normas que regulam sua registro de suas ideias, sugestões e informações
participação na ACE que o acolhe. em papeletas e/ou tarjetas coloridas, fixadas em
Questões omissas devem ser tratadas no painéis para apresentação e discussão com o
âmbito do conselho de Núcleos ou diretoria da grupo. Sempre com um moderador conduzindo
ACE. os debates para cumprir a pauta e manter o foco
dos diálogos.
1.3.3 Elaboração do Planejamento Estratégico A função disso é facilitar o compartilhamento
do Núcleo da informação, possibilitar a geração de uma
memória coletiva e promover a sistematização e
A primeira atividade dos empresários como ordenação das ideias e informações. O Metaplan
Núcleo Setorial é a elaboração do Planejamento nasceu a partir de uma empresa de consultoria

90
franco alemã, em 1972 e foi adotado pelo método e ações. No módulo complementar há mais
ZOPP (Planejamento de Projetos Orientados por informações sobre cada um desses métodos.
Resultados), como apoio ao processo participativo A orientação principal é que o Consultor
de discussão no decorrer do trabalho. precisa estar bem preparado, dominar o método
A moderação para poder conduzir os trabalhos e possibilitar a
O Consultor tem o papel fundamental de ser o construção de um plano adequado em que os
moderador/facilitador no processo de elaboração empresários se sintam motivados e confiantes.
do planejamento. Deve desenvolver as atividades Há três pontos principais que devem ser
com o cuidado de não direcionar as escolhas observados na hora de selecionar o método
do grupo, mas não deve se omitir ao perceber de planejamento: o diagnóstico, a orientação
incongruências ou conflitos. estratégica e o plano de ações.
É comum, pelo entusiasmo inicial, que os a ) Diagnóstico
empresários queiram desenvolver ações muito A realização de um diagnóstico inicial
complexas, buscando a solução de todos os é fundamental para alinhamento sobre as
problemas de uma só vez. Cabe ao Consultor a necessidades e oportunidades das empresas.
tarefa de alinhar expectativas e mostrar ao grupo Segundo Block (2001, p.132),
que para atingir os resultados propostos eles
O propósito, então de um diagnóstico é mobilizar
devem desenvolver ações que dependem dos ação sobre um problema. Uma ação que melhore o
próprios esforços para suas realizações. E que as funcionamento da organização. O propósito não é
pesquisar.(...)
ações precisam ser desafiadoras, sejam elas de
curto, médio e longo prazo, mas realizáveis, pois Ainda segundo Block (2001), em relação às
do contrário haverá frustração e desistências. formas de pesquisa, é importante ter em mente
O sucesso do Núcleo não depende diretamente que o objetivo é a ação e não a compreensão do
do número de ações. Mais importante que problema. Outro aspecto é que os empresários
quantidade é ter ações bem elaboradas que aceitarem a existência do problema é tão
conquistem e incentivem os empresários para importante quanto a análise do problema a ser
o trabalho, e que realmente tragam resultados resolvido.
positivos para o grupo, isso possibilita a A ferramenta recomendada pela metodologia
perenidade e sustentabilidade do trabalho. do Empreender é a análise S.W.O.T. que
Nas primeiras oficinas de planejamento, caso traduzindo para o português significa Forças,
o Consultor ainda não se sinta seguro para Fraquezas, Oportunidades e Ameaças, ou
conduzir as atividades, pode contar com a ajuda simplesmente, F.O.F.A.. O diagnóstico F.O.F.A.
de alguém da Federação ou de outra ACE mais baseia-se na construção coletiva de um mapa
experiente para apoiá-lo, porém não deve se com informações comuns a todas as empresas.
afastar totalmente da condução dos trabalhos. O diagnóstico é a etapa de análise do
Metodologia de Planejamento planejamento que permite a visualização do
Existem diversos métodos para elaboração cenário para a posterior definição de objetivos
do planejamento, como Canvas, BSC, Visão de futuro, considerando as potencialidades,
Compartilhada e o modelo tradicional mais as necessidades e a capacidade do grupo de
utilizado com os Núcleos, que trabalha o supera-las.
posicionamento estratégico, a análise de b) Estratégia orientada para resultados
ambiente e a elaboração de objetivos, metas Na etapa de formulação estratégica, a

91
orientação para resultados significa elaborar e quais dias da semana são mais adequados ao
estratégias mais abrangentes, estabelecer método e às possibilidades dos empresários.
objetivos claros, efetivos, mensuráveis, A principal recomendação em relação a essa
sustentáveis, aproveitando o melhor das programação é que os encontros não tenham
empresas, seu potencial e recursos. Ou seja, o intervalos muito grandes entre um e outro. O
que importa é o resultado e não a realização das ideal é dividir em no máximo 02 encontros em
ações em si. dias consecutivos ou com intervalo de 01 a 02
A gestão estratégica orientada para resultados dias para não perder a sinergia do grupo e o ritmo
busca a transformação da intenção em resultado do trabalho.
e o gerenciamento e o monitoramento devem Os planejamentos tradicionais sugerem uma
ser feitos em tempo real e de forma sistemática, carga horária de pelo menos 12 horas, mas é
possibilitando a avaliação, a aprendizagem do muito provável que o detalhamento dos planos
grupo e a comunicação eficaz sobre os resultados de ação seja feito nos encontros seguintes. O
alcançados. agendamento deve ser feito com antecedência
c) Plano de ações e com a concordância dos empresários sobre
Geralmente, para cada estratégia e resultados a data e horário de realização das atividades. O
definidos, deve haver um plano de ação para se espaço deve ser adequado para trabalhos em
assegurar a sua implantação e acompanhamento. grupo, permitindo uma boa moderação pelo
A etapa de implantação é a concretização Consultor e a visualização do andamento dos
do trabalho de discussão da etapa anterior trabalhos.
de formulação estratégica. Os planos de ação Os materiais e equipamentos devem estar
devem apontar as necessidades de recursos dispostos e organizados para facilitar as
e o passo a passo para concretizar sua ação. atividades dos grupos e o envolvimento dos
Alguns métodos estabelecem marcos críticos participantes.
para cada atividade, representam a sequência e Os resultados dos encontros devem ser
tem relação direta com o prazo final definido para transcritos em um relatório e o Consultor deve
concretização da ação. enviar a cópia aos empresários o mais breve
Um plano de ação bem elaborado é o possível, após a finalização e antes do próximo
principal elemento para a avaliação e eventuais encontro do Núcleo.
reformulações na busca da implantação das
estratégias e alcance dos objetivos. 1.3.4 Encaminhamentos após a oficina de
Depois de escolhido o método de planejamento
planejamento, há outras questões importantes
que o Consultor deve pensar e preparar. Em Depois da oficina de planejamento, o Núcleo
geral, os métodos também trazem orientações passa a se reunir periodicamente para dar
sobre como proceder com os encontros de sequência aos trabalhos. O desenvolvimento
planejamento, mas é fundamental adapta-los à e consolidação do Núcleo se dá a partir da
metodologia do Programa. execução das ações que foram identificadas
Organização da oficina como o caminho para alcançar os resultados
Em relação à organização da oficina, é estabelecidos.
necessário definir inicialmente a carga horária Ainda é preciso esclarecer e orientar os
e a programação dos encontros, como quantos empresários sobre como colocar em prática o

92
que foi proposto no planejamento. É comum os Planos de Ação (Anexo 05), descrevendo as
que nesse momento os participantes estejam atividades, os recursos necessários e os prazos
bastante motivados e queiram realizar de imediato adequados para seu cumprimento. Também neste
as ações. Nesse momento o Consultor deve momento são divididas as responsabilidades
enfatizar a importância de seguir a metodologia pelas suas execuções.
com assertividade e eficiência, respeitando-a, O cumprimento de cada atividade da ação é
pois ela permite que o grupo tenha mais controle o que garante a sua realização, pois organiza o
e segurança no desenvolvimento do seu trabalho. trabalho e facilita o monitoramento.
A partir da oficina, a metodologia sugere três c) Organizar grupos de trabalho
passos sequenciais para desenvolvimento das A planificação das ações é feita pelos Grupos
ações do Núcleo Setorial. de Trabalho, divididos conforme temas, objetivos
a) Priorização das ações ou estratégias. Cada grupo de trabalho conta
Caso o número de ações apontadas seja muito com alguns empresários que se identificam
grande é recomendado fazer uma priorização de melhor com aquele tema, e um dos integrantes
acordo com critérios que também devem ser também fica com a responsabilidade de
definidos juntamente com os empresários. Iniciar coordenar os trabalhos do grupo e transmitir os
muitas ações ao mesmo tempo exige muito encaminhamentos ao restante do Núcleo nas
envolvimento e dedicação dos empresários e não reuniões periódicas.
se pode esquecer que eles também precisam Essa é uma das formas de fazer com
administrar suas empresas. que a gestão do Núcleo seja compartilhada.
A priorização também pode ser realizada na Geralmente os Grupos de Trabalho se reúnem
etapa de diagnóstico, filtrando os problemas e mais frequentemente, o que otimiza os
oportunidades identificados, pois podem surgir encontros gerais, levando para debate alguns
nessa fase muitas informações e nem todas são encaminhamentos já realizados, facilitando o
de fato importantes ou prioritárias. Assim, no processo de tomada de decisão.
momento de definir as ações, o grupo se preocupa
apenas com as questões já selecionadas. 1.3.5 O dia a dia dos Núcleos Setoriais
Ações de curto prazo são indicadas para gerar
movimento e manter o entusiasmo inicial, mas Outro grande desafio, além da constituição dos
é importante que o Núcleo também desenvolva Núcleos Setoriais é a sua correta manutenção.
ações mais complexas e duradouras e que Para que isto aconteça é necessário estabelecer
apresentam resultados significativos a médio ou rotinas que garantam com que os planos de
longo prazo. ação dos grupos se consolidem e os objetivos se
Cada ação listada no planejamento deve tornem realidade.
ser analisada quanto a sua importância para Na sequência são abordadas as principais
atingir os objetivos e resultados. Priorizar as rotinas que contribuem para um trabalho exitoso.
ações significa estabelecer uma ordem para Convocação das reuniões
sua realização, porém, recomenda-se que todas As reuniões constituem a base do trabalho
tenham prazo final de execução para estimular o dos Núcleos. Sugere-se realizar pelo menos
seu cumprimento. dois encontros por mês para assegurar um bom
b) Planificação ou detalhamento das ações funcionamento dos trabalhos. O ideal é que haja
Depois de priorizadas é importante elaborar alternância entre ações e reuniões. Se houver

93
demanda mais expressiva, podem-se realizar material necessário para a reunião (tarjetas,
reuniões com maior frequência. equipamentos, informações, etc.). Cafezinho,
Se forem criados os grupos de trabalho e estes água e guarnições são bem-vindos;
conseguirem encaminhar as ações com mais Quando oportuno, manter anotações
facilidade, as reuniões gerais podem ter intervalos fixadas na parede ou painéis como forma de
maiores. O cuidado nesse caso, é garantir que os orientar as discussões durante a reunião.
grupos estejam de fato se reunindo e produzindo Condução das reuniões
material e informações necessárias e suficientes O uso do Metaplan permite tornar as reuniões
para a apresentação ao Núcleo. objetivas, dinâmicas, participativas, fáceis de
É recomendável sugerir um calendário anual serem conduzidas e documentadas. A prática
de reuniões e se possível definir dia, hora e local mostrou que o abandono da mesma torna o
permanentes para as reuniões do Núcleo. Por trabalho improdutivo e muitas vezes coloca a
exemplo: sempre na última terça-feira do mês, existência do Núcleo Setorial em risco.
às 19h, na sede da ACE. Essa mera padronização Outros pontos que devem ser observados são:
minimiza muito os eventuais problemas de Ater-se a pauta previamente divulgada e
comunicação e a desinformação em torno da ao tempo pré-estabelecido;
convocação de reuniões. Outros aspectos que Evitar transferir, desnecessariamente,
devem ser observados são: resoluções para reuniões futuras;
Definição clara de pauta, público-alvo, Registrar as deliberações decorrentes da
local e horário; reunião;
As condições do local da reunião (ruído, Estabelecer um clima de participação
iluminação, ventilação); e interatividade entre os presentes, evitando
Distribuição do convite com a devida devaneios e dispersões;
antecedência; Sempre que oportuno, desde que o
Entrega pessoal do convite para as Consultor esteja preparado, podem ser aplicadas
primeiras reuniões ao empresário pelo Consultor; dinâmicas de grupo para descontrair os nucleados
Contato telefônico, e-mail ou envio de e favorecer a integração do grupo;
“torpedo” telefônico no dia ou na véspera da Utilizar instrumentos didáticos
reunião; alternativos como anotações no flipchart,
Regularidade e pontualidade. projetor e outros recursos audiovisuais;
Essas tarefas são de responsabilidade do Ter sempre preparado um “kit reuniões”
Consultor. E apesar de serem aparentemente com material como, tarjetas, papel Kraft, alfinetes
simples de executar, merecem muita atenção, ou fita crepe e modelo de lista de presença.
organização e ferramentas adequadas. Algumas Uma boa reunião depende de muitos fatores.
dicas para o Consultor: A participação dos empresários e a frequência
Sugere-se o uso de um checklist para a da presença estão diretamente relacionadas
organização das reuniões; aos conteúdos, à qualidade do encontro, às
Certificar que as pessoas chave estarão metodologias de debate e encaminhamentos.
presentes na reunião; O Consultor deve tomar alguns cuidados para
Evitar convocar reuniões sem conteúdo, garantir a qualidade dos encontros, tais como:
consequentemente improdutivas; Evitar reuniões longas. O tempo usual
Preparar com antecedência todo para uma reunião produtiva é de no máximo 90

94
min. Daí em diante, as pessoas tendem a se tornar (Anexo 07);
dispersivas, o que pode acarretar evasão de Arquivamento adequado das tarjetas
participantes por ocasião de novas convocações. ou registro eletrônico para eventual utilização
Valorizar a pontualidade; posterior;
Observar a gesticulação, postura e Registro fotográfico e filmagens.
reações faciais das pessoas nas reuniões. Há um grande número de profissionais que
A aceitação ou rejeição a certas opiniões e realiza cotidianamente grandes trabalhos, mas
comentários pode ser notada por sinais não que por deficiências documentais passam
verbais; despercebidos. Sugere-se arquivar na ACE
Para fortalecer as relações sociais entre cópias dos documentos produzidos.
os nucleados, podem ser realizadas reuniões Os relatórios produzidos pelo Consultor e
itinerantes, nas empresas dos nucleados ou enviados à Coordenação Estadual do Programa,
em outros locais definidos pelo grupo. Deve- ao Comitê Gestor Local, e eventualmente a
se estimular este tipo de evento em grupos parceiros institucionais, constituem fonte de
consolidados e de preferência por demanda pesquisa e elemento indicador da evolução do
espontânea do grupo; trabalho realizado. Preenchê-los com atenção e
Para muitos empresários a reunião esmero auxilia no registro formal das atividades
representa uma oportunidade de ampliação da do Núcleo e no planejamento de ações de curto,
rede de contatos. O Consultor, sensível a essa médio e longo prazo.
situação, deve criar momentos de descontração Paralelamente, tal procedimento proporciona
para o grupo como confraternizações, encontros o acompanhamento das atividades dos Núcleos
não formais e bate-papos descomprometidos, por colaboradores da ACE, diretoria e por outros
em que o foco das atenções seja o lazer e o interessados.
convívio social;
Eventualmente, convidados especiais
podem comparecer às reuniões para efeito de
aprofundamento em questões de interesse dos
nucleados. Uma boa escolha pode oportunizar o
compartilhamento de experiências ou mesmo a
elucidação de temas sobre os quais o Consultor
não apresenta domínio pleno.
Registro das reuniões e encaminhamentos
O registro de informações em uma reunião
parece ter caráter burocrático, mas na verdade,
constituem instrumentos de controle e avaliação
dos Núcleos.
Para uma boa documentação, é importante
utilizar alguns instrumentos, tais como:
Lista de presença preenchida
corretamente (Anexo 06);
Relatório de reunião, preenchido após
a reunião e enviada aos integrantes do Núcleo

95
bom relacionamento com os outros Núcleos,
empresários, entidades parceiras, etc.
1.4 Definição do Coordenador do A escolha do Coordenador pode ser informal
Núcleo ou com a utilização de regras definidas pelo
grupo, incluindo a prática da renovação. O
A figura do Coordenador, assim como os
importante é que o Coordenador seja aceito pelo
grupos de trabalho, faz parte do estabelecimento
grupo e tenha perfil de liderança e a habilidade
da governança do Núcleo. Um bom Coordenador
de integrar os participantes.
mobiliza e incentiva os demais empresários a
Dentre os empresários, o ideal é que o
participarem, e representa efetivamente o grupo
Coordenador possua algumas das seguintes
na defesa dos interesses coletivos.
características mais destacadas ou,
São algumas das principais tarefas do
preferencialmente, todas elas nas proporções
Coordenador:
adequadas:
Representar os empresários em reuniões
Bom relacionamento com outros
do conselho e do comitê;
empresários do segmento e em geral no
Realizar as apresentações do núcleo
município;
quando necessário;
Bom relacionamento e imagem perante
Mobilizar os integrantes para participar
entidades parceiras;
das reuniões e ações;
Histórico positivo de atuação como
Incentivar as empresas para que o
liderança;
núcleo realize ações de impacto para solução
Facilidade de comunicação (oratória);
dos problemas e aumento da competitividade
Dinâmico e acessível;
das mesmas;
Preferencialmente, com conhecimento
Apoiar o Consultor na elaboração das
mais aprofundado sobre a atividade e outros
pautas e fornecendo informações sobre questões
temas como gestão, pessoas, inovação, mercado,
específicas;
etc..
Manter contato com os responsáveis dos
Geralmente quando o Núcleo atende os
grupos de trabalho para saber como andam os
requisitos fundamentais para ser um Núcleo, a
encaminhamentos das ações;
escolha do Coordenador é um processo tranquilo
Formatar análises a partir dos relatórios
e ocorre com muita naturalidade.
de monitoramento do planejamento e debater
Recomenda-se que o período de mandato do
com o grupo.
Coordenador não seja superior a um ano, para que
O processo de escolha do Coordenador deve
a gestão do grupo seja sempre renovada, mas os
seguir os princípios do trabalho associativo, sendo
empresários do núcleo devem ter liberdade para
democrático, isento de interesses individuais e
adequar esse período.
permitindo a qualquer membro ocupar o cargo.
O Consultor deve estar atento às percepções
Entretanto, cabe ao Consultor conduzir esse
dos demais participantes quanto à postura e
processo para que a escolha seja a melhor
atitudes do Coordenador, pois no momento de
possível, mas sem interferir diretamente na
uma (nova) eleição, alguns podem querer manter
decisão do grupo. É importante esclarecer
o atual ou substituir, e essa pode ser uma situação
quais as atribuições do Coordenador e pontuar
delicada, principalmente se o Coordenador atual
algumas necessidades específicas, como
manifestar interesse em permanecer como tal.

96
integrantes do Núcleo:
Verificar se as ações realizadas geram os
1.5 Gestão e Monitoramento dos impactos desejados;
Núcleos Informar os parceiros institucionais sobre
o andamento do Programa;
Instituir uma boa gestão do Núcleo é um dos Orientar o trabalho por resultados
desafios que está relacionado ao bom trabalho definidos;
do Consultor, que deve assegurar a utilização Estabelecer melhorias palpáveis ao longo
da metodologia e sensibilizar os empresários do tempo;
para as práticas e rotinas adequadas para o Alinhar informações e expectativas entre
funcionamento e manutenção do grupo. os participantes e parceiros.
Os debates e decisões devem representar A precisa identificação do que deve ser
consenso, o que não significa unanimidade nem monitorado, constitui a base para a avaliação
apoio incondicional. Consenso consiste em um correta do trabalho junto aos Núcleos Setoriais.
acordo quanto às normas que devem reger os É necessário definir quais informações são
comportamentos no que se refere aos objetivos possíveis e importantes de se coletar e o que se
do grupo, que em conjunto, buscam o melhor pode avaliar a partir delas.
caminho para obter os resultados, o que explica
sua importância para a existência e manutenção A partir dos Como estão se desenvolvendo as ações?
relatórios Qual o nível de satisfação conquistado com
do equilíbrio social do Núcleo. das ações cada realização?
que foram Qual o nível de participação dos
O Coordenador e o Consultor do Núcleo realizadas empresários?
devem juntos, conduzir o grupo para atingir seus Qual o índice de participação e frequência
A partir das nas reuniões?
propósitos e resultados, mantendo a formação, reuniões Como está a condução dos trabalhos e do
Coordenador?
seguindo a metodologia e o que foi planejado.
Quais as melhorias concretas alcançadas
As principais rotinas apresentadas nos itens A partir dos
pelos participantes nas suas empresas?
resultados
Que números representam a evolução da
anteriores contribuem para o desenvolvimento e obtidos
competitividade das empresas?
para a gestão do Núcleo. A forma de convocação, A partir da Qual o grau de satisfação na participação do
satisfação dos Núcleo?
a condução, o formato das reuniões e o registro empresários Quais os próximos passos?
delas são, principalmente, tarefas do Consultor. Tabela 1 - Critérios para avaliação e monitoramento dos Núcleos
Monitoramento, avaliação e controle
O sistema de monitoramento se baseia na É recomendável que frequentemente haja
avaliação do alcance dos resultados que se uma exposição do planejamento anual com o
referem ao Núcleo, suas metas e indicadores, propósito de averiguar a fidelidade ao que foi
que devem ser claros, relevantes, confiáveis e de objetivado para determinado intervalo de tempo.
fácil mensuração. É muito comum que no decorrer do processo,
Além da clara identificação de elementos outras ações, não previstas no planejamento
para o monitoramento e acompanhamento do acabem surgindo como oportunidades.
trabalho junto aos Núcleos Setoriais, é preciso Como o planejamento não deve ser algo
definir os canais de comunicação adequados engessado, pelo contrário, deve ser dinâmico
para a comunicação entre os atores. O sistema e flexível, é possível agregar novas ações.
de monitoramento e avaliação é um instrumento Entretanto, é necessário tomar o cuidado para
que facilita aos parceiros institucionais e que o plano não seja esquecido ou que o Nucleo

97
se concentre em uma única ação.
É evidente que se o plano inicial for
abandonado isso também pode significar que 1.6 Acompanhamento da
ele não é coerente com as necessidades das
Realização das Ações
empresas e está equivocado, ou ainda, que os
1.6.1 Plano de ação
empresários não compreenderam a metodologia
e estão mal assessorados.
O Plano de Ação é uma ferramenta para
Vale reforçar que de nada adianta monitorar
acompanhamento de atividades amplamente
os dados, produzir avaliações se não houver
utilizada. Auxilia o Coordenador e o Consultor no
um processo de tomada de decisão que corrija,
monitoramento e acompanhamento do trabalho.
quando necessário, os rumos das ações e do
Geralmente os planos estabelecem quem
planejamento ou que reformule as estratégias
é responsável por cada atividade, as datas de
para aproveitar oportunidades ou superar novos
entrega e observações sobre o andamento das
desafios.
etapas.
O Plano de Ação permite apresentar mais
facilmente o andamento de atividades, mantém
o histórico das execuções das tarefas e permite
prever dificuldades, possíveis atrasos ou
necessidade de novos recursos.
Há diferentes tipos de Plano de Ação, mas
independente do modelo a ser utilizado, é preciso
registrar o andamento e a evolução da tarefa,
juntamente com a avaliação do crescimento e
desenvolvimento das empresas.
Dentre os modelos de tabelas para elaboração
dos planos de ação, podemos destacar:
Tabela simples ou clássica: com data,
título da ação, responsável, status e comentários;
Tabela com Matriz RACI: principalmente
utilizada para atribuição de responsabilidades
por atividade/etapa, incluindo a contribuição dos
parceiros;
Tabela dinâmica: permite a associação a
outras tabelas para acompanhamento estatístico
das tarefas e do plano em geral. Essa tabela
indica a utilização de fórmulas, preenchimento
automático e geração de gráficos.
Para a utilização da tabela dinâmica o
Consultor deve possuir conhecimentos mais
aprofundados em construção de tabelas no
Excel. Alguns sistemas de gestão possuem

98
essas características, ou seja, caso não exista A ação foi mal planejada, apesar de
um sistema com essas opções, o Consultor pode importante, e são necessários mais recursos e
criar uma tabela de acordo com as necessidades tempo;
e a estrutura dos planos. Os empresários estão dispersos ou
Para os empresários as tabelas podem ser mais focados em outras questões externas, mas
simplificadas, mas para facilitar a transferência que afetam suas empresas, como mudanças
das informações, o ideal é que o registro seja no cenário econômico ou período aquecido de
feito eletronicamente, agilizando também o vendas;
compartilhamento dos arquivos. A responsabilidade da realização foi
transferida em grande parte para parceiros ou
1.6.2 Elaboração de um cronograma depende de ação política, ou seja, não depende
da ação do Núcleo.
Um cronograma serve para gerenciar o tempo Evidentemente elaborar um cronograma
de execução do que está no planejamento. não garante por si só a realização das ações,
Sua principal característica é identificar e nem tampouco aponta quais os problemas. Da
monitorar os marcos críticos, muito úteis no mesma forma, de nada adianta um cronograma
processo de monitoramento, pois a partir deles desatualizado.
é possível aplicar medidas corretivas e aumentar Sem os marcos críticos, o cronograma fica
a probabilidade de realizar a ação no tempo muito vago. Ele deve ser compartilhado para que
previsto. as pessoas saibam quais as próximas etapas e
Conseguir realizar as ações dentro dos prazos ações.
programados é um indicador de que o Núcleo
está ativo e de que o planejamento possui ações
coerentes com os interesses dos participantes.
Obviamente que o resultado da ação na melhoria
das empresas ainda é o principal foco, mas é
importante acompanhar o desenvolvimento do
Núcleo.
Quando as ações apontam atrasos ou grande
necessidade de intervenção, podem ser sinais de
que algo não está indo bem. Cabe ao Consultor
e ao Coordenador buscar identificar as possíveis
causas. Alguns exemplos de situações que
podem explicar os atrasos ou não realização das
ações:
Os grupos de trabalho podem estar com
dificuldades de se reunir, de entender as tarefas
ou ainda de se relacionar como grupo e dividir as
responsabilidades;
O planejamento pode conter ações
desnecessárias, incorporadas ao plano sem
análise adequada;

99
que serão apresentados.
Acompanhamento do grupo durante a
1.7 Tipos de Ações missão para garantir o melhor aproveitamento e
apoio ao cumprimento das agendas.
O alcance dos resultados buscados pelo Núcleo
Outra questão muito importante na realização
passa pela realização de diversas atividades
de uma missão é promover um debate e a
como seminários, palestras, cursos, missões
avaliação após sua realização, para identificar os
empresariais, negociações coletivas, entre
aprendizados e oportunidades que podem ser
outras, devidamente planejadas e organizadas.
replicadas pelo Núcleo. Isso é importante para
A seguir são descritas algumas das principais
melhorar as próximas missões do Núcleo.
ações e orientações para conduzi-las com êxito.

1.7.2 Atividades de capacitação


1.7.1 Missões empresariais

Referem-se à aquisição de conhecimentos


Missões empresariais podem ser realizadas
específicos por meio de cursos, treinamentos,
para visitar feiras, congressos, fornecedores e
palestras e reuniões dirigidas a empresários
entidades de apoio. Tem como principal objetivo
e funcionários. As capacitações podem ser
buscar novos conhecimentos referentes a
voltadas a gestão ou com perfil técnico, sendo
mercado, tecnologia, novos produtos e apoio
de curta ou longa duração.
institucional.
Os cursos negociados coletivamente também
Existem alguns desafios na realização dessas
ajudam na redução dos custos, e os empresários
missões:
que já estão sensibilizados da importância
Identificar os eventos ou locais
de adquirir conhecimento para ampliar suas
de interesse dos empresários, quais as
vantagens competitivas acabam gerando muitas
características e possibilidades de agenda;
demandas por capacitações. Isto gera uma
Organizar a visita e fazer o planejamento
grande oportunidade para a ACE, que pode se
financeiro com antecedência para a Programação
beneficiar mediante a satisfação dos empresários
e possibilidade de participação de todos;
associados e de uma receita vinda desse serviço.
Obter subsídios ou patrocínios de
Dependendo da ACE, o serviço de capacitação
instituições parceiras ou até mesmo dos
pode ser gerenciado diretamente pelo Consultor
fornecedores, para redução dos custos e estímulo
ou no caso de ACE mais estruturada via uma área
a participação dos integrantes do Núcleo;
de capacitação específica.
Elaboração de um guia para os
A dica é manter um calendário de cursos e
participantes com a Programação contendo:
palestras, fazendo do aprendizado em sala de
•Endereços e telefones úteis;
aula uma atividade constante, como uma prática
•Programação da feira, palestras, visitas organizacional estendida a todos os empresários
com horários e outras informações
e funcionários das empresas.
pertinentes;
•No caso de missões técnicas para
1.7.3 Ações de marketing
conhecer outras experiências é possível
fazer um breve relato sobre as empresas,
Pode ter dois focos, o de estabelecer uma
instituições, projetos, municípios, etc.,
estratégia de divulgação coletiva de produtos e

100
das empresas participantes do Núcleo e/ou as direto dos empresários, mesmo que sejam
realizações e resultados dos Núcleos Setoriais. contratadas empresas e profissionais
Em conjunto com a ACE, as ações dos Núcleos especialistas para sua execução.
devem ser divulgadas sempre que possível, pois Nos casos de feiras e campanhas, a atividade
além de manter a motivação dos participantes, precisa da coordenação direta de participantes
também estimula outros empresários a fazer do Núcleo e de um planejamento bem elaborado,
parte do Núcleo ou criar outros Núcleos Setoriais. que direcione os esforços de todos para um
Isso acontece porque os resultados passam objetivo motivador e que possibilite melhoria e
a ser visíveis, comprovando que a cooperação crescimento para as empresas.
torna as empresas mais competitivas. Por isso É importante conhecer outras experiências,
as ações de marketing e divulgação são comuns coletar informações e formar parcerias
e amplamente recomendadas. São algumas estratégicas para o sucesso dos eventos.
dessas ações: Para participar de uma feira ou de uma
Criação de identidade visual campanha promocional as empresas precisam
A criação de um logotipo consolida a imagem estar preparadas, oferecendo produtos e serviços
e estabelece a personalidade do Núcleo. Esta de qualidade, cujos diferenciais interessem aos
marca pode ser inserida em documentos como clientes e valorizem a ação a ponto de torná-la
lista de presença, acordos de convivência, tradicional.
projetos de captação de recursos, cartas oficiais. Criação de sites, blogs, perfis de
A identidade do Núcleo também pode ser relacionamento
utilizada em uniformes, selos de participação Atualmente a internet é a ferramenta mais
que diferenciam os integrantes das demais utilizada pelas empresas para divulgação
empresas do segmento, folders e outros materiais e relacionamento com os clientes e pelos
impressos para divulgação das ações. consumidores para pesquisar informações sobre
Folhetaria, informativos e outras mídias empresas e produtos. As possibilidades são
A impressão de folders, veiculação em bastante variadas e cada uma possui vantagens.
televisão, outdoor, entre outras ações de mídia, são Os blogs são dinâmicos, fáceis de desenvolver e
excelentes formas de divulgação de ações como geralmente gratuitos. Os sites (ou homepages) são
palestras, feiras e campanhas promocionais, que mais institucionais e exigem mais conhecimento
têm foco no cliente, no aumento das vendas das e investimento para dar retorno.
empresas, na geração de receitas para o Núcleo Os perfis de relacionamento exigem
ou ainda na sensibilização sobre responsabilidade atualização e acompanhamento diário. Nesse
social e ambiental. caso é importante verificar como se dá a
É muito importante que os empresários alimentação do mesmo, pois o Consultor não
tenham clareza sobre a real necessidade de pode assumir sozinho essa responsabilidade.
investimento em ações desse tipo e sobre o Em todos os casos é necessário analisar o que
retorno que elas proporcionam. Geralmente os se espera com a utilização da ferramenta e o que
custos para esse tipo de divulgação são altos, se pretende comunicar. Já existem profissionais
por isso, o resultado precisa ser significativo para que podem orientar quais as melhores formas
não gerar frustração nos participantes. de utilização e a dinâmica das ferramentas para
Feiras e campanhas promocionais coletivas aproveitar o que elas tem de melhor.
Todas as ações devem prever o envolvimento

101
1.7.4 Diálogos empresariais, rodadas e Rodadas de negócio
encontros de negócios As rodadas de negócio são eventos mais
estruturados e possuem metodologia específica
Essas três modalidades possuem semelhanças para realização. É muito importante que o
em relação aos objetivos, mas a forma de realização Consultor e os empresários responsáveis estejam
difere entre si quanto à formalidade e necessidade preparados para encaminhar a ação.
de estruturação dos encontros, mas todos buscam As rodadas exigem inscrição antecipada das
estimular parcerias e negócios. empresas que querem vender descrevendo seus
Diálogos empresariais produtos e serviços. Paralelamente as empresas
Os diálogos empresariais são encontros abertos interessadas em comprar também se inscrevem
a todos os tipos de empresas. O ambiente permite indicando o que buscam.
que os empresários se reúnam em pequenos A partir das inscrições formata-se a agenda
grupos ou duplas para trocar cartões, apresentar de negociação com horário, data e local definido
algumas informações sobre seus produtos e e qual o objeto da negociação entre comprador e
serviços e, assim aumentar sua carteira de vendedor.
contatos. No local, as mesas devem ser identificadas e
Podem ser promovidos pela ACE em parceria há necessidade de controlar o tempo de cada
com os Núcleos e os demais associados. Outras negociação, tarefa de um moderador.
empresas do município também podem participar. Algumas considerações sobre as rodadas de
A participação pode ser mediante inscrição, mas negócio:
não pode ser algo muito oneroso, uma vez que as Quando as empresas do Núcleo se
possibilidades de geração de negócios são mais caracterizam como compradoras, é possível
superficiais. cobrar inscrição das empresas fornecedoras
Encontros de negócios (vendedoras) interessadas em participar
Os encontros de negócios são mais apresentando suas propostas;
direcionados para negócios e devem abordar um Outras empresas do mesmo segmento
tema ou setor, como construção civil ou tecnologia que não participam do Núcleo, também podem ser
da informação. Podem reunir empresários convidadas para que mais empresas fornecedoras
que oferecem os produtos e serviços a outros queiram participar. Dessas empresas pode ser
empresários potenciais clientes. cobrada uma taxa de inscrição;
O formato também é aberto e sem Para otimizar os esforços e tornar o
agendamentos, mas o número de participantes evento mais atrativo, recomenda-se que o
geralmente é menor. A realização é do Núcleo que Núcleo identifique mais de um tipo de produto
quer oferecer seus produtos ou serviços a clientes ou serviço que deseja negociar, assim, mais
atuais e potenciais, e para isso, deve selecionar as empresas podem ser convidadas a participar;
empresas de interesse e convida-las para o evento. Nas rodadas de negócio é importante
As negociações acontecem num ambiente ter a participação de uma empresa âncora. A
descontraído, mas organizado, com estrutura empresa âncora, geralmente de uma marca
adequada de mesas e um serviço de café. destaque, de porte grande ou médio, é capaz
Nesse caso, como há interesse direto de realizar de atrair determinadas empresas que não viriam
negócios, as empresas convidadas não pagam apenas para atender os pequenos negócios. As
para participar. âncoras podem ser compradoras ou vendedoras

102
dependendo do caso. como os principais fornecedores para cada item;
Para participar de uma rodada os empresários De posse da lista, é necessário identificar
precisam estar preparados também em relação quais itens representam oportunidades para
às propostas que apresentam, especialmente determinar a frequência das negociações;
nos casos em que são vendedores. A participação Os contatos com os fornecedores devem
na rodada deve representar diferencial para o ser feitos ou pelos empresários responsáveis pela
cliente, ou seja, se as condições ofertadas forem ação com ajuda do Consultor;
as mesmas ao ir diretamente à empresa, o evento Toda negociação deve ser registrada para
perde a atratividade. servir de base para negociações futuras e para
evitar que algum empresário obtenha vantagens
1.7.5 Compras e negociações coletivas sobre os demais, o que pode abalar fortemente a
confiança entre os participantes do grupo;
Compra coletiva  é quando um grupo Podem ser realizadas reuniões específicas
de  empresários  se reúne e usa uma velha de negociação e em alguns casos os fornecedores
regra de  mercado, o poder de barganha em podem participar presencialmente, apresentando
que agrupando as empresas, os volumes de suas condições e ofertas.
aquisição são maiores e possibilita descontos dos Além das compras conjuntas, o Núcleo
fornecedores. pode também negociar a venda de produtos ou
Inicialmente a ação começa com negociações serviços de forma coletiva. Essa pode ser uma
informais, em que a negociação é coletiva, mas oportunidade quando uma empresa não tem
a efetivação (faturamento) é individual. Além de condições de sozinha atender ao pedido de um
descontos as condições de pagamento também cliente, ou quando o Núcleo decide participar
podem ser atrativas. de uma feira ou organizar uma campanha com
Nem todos os fornecedores aceitam as uma proposta única, que pode ser atendida por
negociações dessa forma, pois os custos de qualquer empresa participante.
entrega nem sempre se diluem nas vendas. No caso da venda conjunta geralmente a
Por isso, com o amadurecimento do Núcleo, as negociação acontece por uma das empresas que
empresas podem constituir uma central, unificar possui o contato com o cliente. Assim, para aceitar
o processo de compra, e ter um local único para determinado pedido precisa do apoio dos demais
recebimento e distribuição aos associados. Mas integrantes, conforme condições adequadas de
essa ação é bastante complexa e demanda preço, prazo e tributos para todas as partes.
maturidade do Núcleo, empresas com capacidade A oferta de um produto ou serviço similar a
financeira e relacionamento consolidado. preços e prazos iguais também é uma boa prática
As negociações informais podem trazer de venda conjunta. É muito importante, nesse caso,
excelentes resultados de redução de custos cuidar para que a ação não caracterize formação
de aquisição para as empresas. Para essa ação de cartel, prática proibida por lei. A ação deve ser
existem alguns procedimentos que o Consultor de caráter promocional, com prazo de duração
deve seguir. estabelecido e para itens específicos, a exemplo
Recomenda-se elaborar uma lista com os dos supermercados de redes que selecionam
itens de consumo, desde materiais de escritório, alguns produtos e elaboram os encartes com as
matéria-prima, máquinas, etc. A lista deve incluir regras e condições da promoção.
os volumes e valores médios de consumo, bem

103
1.7.6 Parcerias com fornecedores fornecedor. A relação com fornecedores deve ser
pautada pelos interesses coletivos do Núcleo, de
Um dos benefícios da constituição de Núcleos forma ética e profissional.
Setoriais é o aumento do poder de barganha
dos participantes perante seus fornecedores, 1.7.7 Ações de responsabilidade social e
conforme comentado no item anterior. Mas ambiental
além da concessão de descontos e condições
especiais de pagamento, prazo – resultados de Campanhas beneficentes de recolhimento
negociações coletivas, outros atrativos podem de agasalhos e de alimentos funcionam como
ser citados: instrumento de divulgação e valorização do
Concessão de patrocínios (eventos, Núcleo. Também têm sido propostas campanhas
transporte, uniformes, aporte de infraestrutura); para o recolhimento de material escolar e de apoio
Doação de brindes; emergencial a vítimas de catástrofes naturais.
Apoio técnico e tecnológico como A concessão de bolsas e de descontos
treinamentos, palestras, consultorias, a pessoas carentes em serviços e produtos
apresentação de novos materiais, comercializados pelos nucleados, também
desenvolvimento de processos e produtos; demonstra a sensibilidade social do grupo para
Merchandising; questões de caráter humanitário e é reconhecido
Confecção de material publicitário para o pela sociedade.
Núcleo; Mas, ações com o objetivo de demonstrar
Contato com fabricantes. responsabilidade social e ambiental devem ser
São ações muito comuns e positivas, mas bem articuladas e, tanto quanto as outras ações
precisam de atenção e preparo. Toda parceria planejadas, também precisam ter relação com os
com fornecedores deve ter objetivos claros e propósitos dos Núcleos. A ação beneficente não
definição de resultados esperados para os dois pode ser isolada, pontual e aleatória.
lados, em consonância com os objetivos do É importante entender que o desenvolvimento
Núcleo, sendo um meio para a realização das das empresas também passa pelos princípios da
ações, ou seja, a parceria em si não deve ser sustentabilidade, em que suas ações precisam
uma ação do Núcleo, mas o apoio na busca de ser:
recursos e suporte ou contatos. Ecologicamente corretas;
Também é importante que o relacionamento Economicamente viáveis;
do Núcleo com o fornecedor parceiro não limite Socialmente justas;
ou impeça outras negociações e parcerias. Não Culturalmente diversas.
é recomendado que os representantes dessas Esses princípios devem nortear qualquer
empresas fornecedoras participem das reuniões ação social, de cuidado com o meio ambiente,
do Núcleo ou da realização de outras ações que de valorização da cultura, e para o aumento da
não façam parte das negociações da parceria. competitividade das empresas, como parcela
O Consultor e o Coordenador também de contribuição para o desenvolvimento mais
devem prestar atenção ao relacionamento dos responsável.
fornecedores com alguns dos membros do grupo, Todas as ações dos Núcleos devem estar
para evitar ganhos e vantagens individuais, alinhadas ao planejamento. O ideal é unir esforços
como comissões, em função da indicação do com outros Núcleos para valorizar e fortalecer

104
não apenas as empresas daquele segmento, mas já que os Núcleos não possuem formalização
ampliar os resultados para o município como um jurídica e dependem da estrutura das associações
todo, em termos de atividades econômicas. Por para fazer a gestão financeira do evento.
exemplo, as logomarcas podem ser padronizadas Há muitos outros aspectos a considerar, mas
e todos os Núcleos podem ter a sua, as feiras e cada evento possui necessidades específicas
campanhas promocionais podem ser replicadas e o Consultor pode buscar apoio com outros
para os demais segmentos assim como as Consultores, compartilhando experiências,
missões empresariais e capacitações. roteiros e modelos de checklist.

1.7.8 Organização de eventos 1.7.9 Avaliação das ações

Capacitações, encontros de negócios, feiras Após a realização de cada ação, seja uma
e outros eventos demandam muitos e distintos capacitação, um evento ou uma missão, é
esforços para sua realização. O Consultor e a ACE fundamental na reunião posterior fazer uma
são essenciais no processo como apoiadores, avaliação da ação. Alguns resultados, entretanto
mas a responsabilidade da organização não deve só podem ser apontados e mensurados depois
recair apenas sobre esses atores. de determinado tempo e para isso uma nova
Cada ação deve ter empresários responsáveis avaliação pode ser feita.
e quando necessário, dependendo do porte Nas avaliações desse primeiro momento
do evento, outros profissionais podem ser algumas perguntas devem ser respondidas em
contratados. relação aos resultados alcançados com o evento,
Para a realização desses eventos, algumas tais como:
tarefas são indispensáveis: O evento atendeu as necessidades de
A lista de presenças e registro fotográfico desenvolvimento e crescimento das empresas e
são fundamentais para registrar a participação das pessoas?
e também arquivar contatos de participantes e Quantos negócios foram efetivados?
fornecedores; Qual o montante negociado?
Todo evento deve ter um projeto ou no Quantos contatos de novos clientes
mínimo deve possuir um checklist das atividades, foram realizados?
com cronograma, necessidade de recursos e Alguma prática aprendida já foi adotada
nome dos responsáveis; ou será implantada nos próximos dias?
A elaboração de convites, banners, folders Quais os principais aprendizados? Quais
e outras peças são trabalhos especializados que os temas que precisam de novos debates e mais
demandam investimentos, para isso devem informações?
ser elaborados orçamentos com previsão de As empresas tinham as competências,
despesas e identificação das fontes de receita; informações e condições necessárias para
Nos casos de eventos de maior porte participar do evento?
como os encontros de negócios e as feiras, a Em relação à realização do evento, como
elaboração de projetos do evento é essencial aspectos da organização e atendimento das
para captar recursos de patrocinadores; expectativas, é importante avaliar:
As solicitações de patrocínio devem ser As tarefas foram cumpridas conforme
realizadas pelos empresários com apoio da ACE, previsto? Houve necessidades de mudança?

105
Quantas pessoas participaram do
evento? Representando quantas empresas? A
meta estipulada foi atingida?
1.8 Tipos de Núcleos
Observando o checklist ou projeto do
Embora a nomenclatura utilizada se refira a
evento, quais ações contribuíram para atingir os
empresas de uma mesma atividade, os Núcleos
objetivos e quais ações precisam ser alteradas
também podem agrupar diferentes segmentos
para o próximo evento? (como local, data, escolha
desde que o propósito seja relevante, com viés
de palestrante, ações de divulgação, parceiros,
econômico e atenda aos demais requisitos com
público-alvo, etc.).
base nos critérios de seleção dos segmentos
Os profissionais contratados e outros
abordados no Módulo I.
fornecedores atenderam as necessidades?
Os chamados Núcleos Multissetoriais podem
Os recursos investidos e arrecadados
ser formados em função da sua característica
foram suficientes para as despesas do evento?
de localização, como empresas de um parque
O envolvimento dos empresários foi
industrial, um bairro comercial ou prestadores de
satisfatório?
serviços de diversas áreas.
Quais os pontos positivos e as dificuldades
A ACE pode utilizar a metodologia de
encontradas para realização do evento?
moderação e visualização para apoiar grupos
De modo geral, o evento atendeu as
e projetos com objetivos específicos, mas sem
expectativas?
constituir um Núcleo Setorial para isso.
Para cada evento o Consultor deve
Setoriais ou Multissetoriais, os Núcleos
preparar uma ficha de avaliação conforme as
também podem ser locais, microrregionais
características e necessidades de análise. Nas
ou regionais de acordo com a abrangência e a
reuniões seguintes o propósito é que o Núcleo
representatividade de empresas participantes de
faça a avaliação em conjunto, debatendo mais
outros municípios.
abertamente sobre as dificuldades e benefícios
Núcleos que contam com a participação
e já apontando sugestões e possibilidades de
de apenas uma ou duas empresas de outro
melhoria.
município, não são necessariamente Núcleos
Apesar de ser de uma forma mais aberta, o
regionais ou microrregionais. Principalmente
Consultor precisa estruturar o roteiro com as
se a relação com as ACE parceiras dos demais
perguntas e fazer o registro das contribuições.
municípios não for consolidada.
Para isso é possível utilizar a metodologia
Para ser um Núcleo Microrregional ou Regional
de moderação e visualização, com tarjetas e
é necessário possuir representatividade e as
exposição em painéis.
parcerias do Núcleo também precisam ser mais
abrangentes e efetivas. O que difere o Núcleo
Regional de um Microrregional é exatamente o
tamanho da região de atuação do Núcleo.
Tanto microrregiões quanto regiões (ou
mesorregiões) são divisões geográficas definidas
por lei. Segundo a Constituição Nacional de
1988 a finalidade das microrregiões é integrar a
organização, o planejamento e a execução de

106
funções públicas de interesse comum, definidas
por  lei complementar  estadual. Mas na prática
a divisão está mais voltada para as questões 1.9 Amadurecimento dos Núcleos
geográficas.
De qualquer forma, é comum que Alguns Núcleos são constituídos por empresas
representantes públicos e sociedade civil se mais bem estruturadas e com empresários mais
organizem para estabelecer suas próprias preparados, ou que já possuíam relacionamento
delimitações em função dos seus interesses. anterior e por isso rapidamente apresentam
Assim, empresas que querem atuar de forma condições para realizar ações de maior impacto,
coletiva, podem definir quais municípios fazem o que pode demandar envolvimento mais
parte da sua formação. estruturado e metodologias adicionais.
Os grupos regionais também podem congregar Mas nem sempre os Núcleos atingem o nível
diversos  municípios  de uma área geográfica, de maturidade logo nos primeiros meses ou
porém nem todos são limítrofes entre si. anos de desenvolvimento. Não significa que
Apesar de haver liberdade para que os todos os Núcleos devem, obrigatoriamente,
empresários escolham os municípios e evoluir para uma formação diferenciada. Desde
determinem sua abrangência de atuação, é que se mantenham ativos e com ações que
importante conhecer as divisões conforme a geram resultados e contribuam para o aumento
legislação de cada estado, pois em alguns casos da competitividade das empresas, os Núcleos
a coerência entre a formação e a divisão legal podem manter sua estrutura inicial.
das regiões pode, por exemplo, possibilitar maior É muito importante verificar e avaliar
poder de lobby. constantemente os Núcleos e os resultados que
estão sendo obtidos pelas empresas. E quando
houver interesse, maturidade e oportunidade,
o Consultor e a ACE devem apoiar os Núcleos e
permitir sua evolução organizacional.

1.9.1 Centrais de Negócios

Pode-se dizer que uma Central de Negócios


é a evolução das compras coletivas. Com
metodologia específica os empresários são
preparados, capacitados e conhecem as
possibilidades de formalização do processo de
negociação coletiva.
A metodologia da solução disponibilizada pelo
Sebrae é direcionada a grupos com afinidades
comerciais de compra, venda e promoção de
produtos e serviços similares (como marmorarias)
ou que possuem afinidades (como empresas de
móveis, decoração e paisagismo).
Segundo o Sebrae, o projeto de uma Central

107
de Negócios contribui para o fortalecimento e a 1.9.2 Associações, cooperativas e sindicatos
revitalização das pequenas empresas que, por
meio de ações conjuntas de compra, venda e Também é comum que alguns Núcleos
promoção, se tornam mais fortes para superar manifestem interesse em formalizar-se como
dificuldades e gerar novas oportunidades e uma associação, cooperativa ou mesmo
benefícios para toda a cadeia de produção e constituindo um sindicato ou delegacia regional
distribuição. dependendo do caso.
Com as consultorias e capacitações do projeto, Cada uma dessas formas possui características
os empresários participantes podem constituir uma distintas e o Consultor precisa estar preparado
empresa em conjunto como uma distribuidora, para assessorar o grupo ou buscar apoio de
uma associação ou uma Sociedade de Propósito especialistas, indicando as vantagens, os riscos
Específico (SPE) de acordo com seus objetivos. e as condições necessárias para a tomada de
Ainda segundo o Sebrae, ao participar de uma decisão.
Central de Negócios o empresário pode ter acesso a Associações empresariais
algumas possibilidades, além das já mencionadas, De acordo com os conceitos e as legislações
tais como: vigentes, associações (neste acaso abordando
Acesso à mídia/propaganda; principalmente a associação de empresas),
Exportação e compra em conjunto; são pessoas jurídicas que se organizam para a
Criação de uma rede, com identidade realização de atividades não econômicas, ou
própria; seja, sem finalidades lucrativas.
Planejamento de ações de venda; Nessas entidades, o fator preponderante são
Planejamento de marketing conjunto; as pessoas que as compõem. São entidades de
Centralização da distribuição; direito privado e não público.
Formatação de lojas; A formalização de uma associação geralmente
Padronização da marca; não é uma alternativa de evolução muito adequada
Obtenção de melhores condições para para os Núcleos, uma vez que a característica
linhas de crédito. principal é a respeito da sua finalidade, pois não
Muitas dessas possibilidades citadas exigem permite que a entidade obtenha lucro em suas
formalização jurídica, como no caso da centralização ações para seus associados.
da distribuição, mas continuam necessitando do Os princípios de uma associação são iguais
acompanhamento e apoio da ACE e do Consultor, aos dos Núcleos como se pode observar:
principalmente porque a formalização não atende Princípio da gestão democrática pelos
todas as necessidades das empresas nem envolve sócios;
necessariamente todos os empresários. Princípio da participação econômica dos
Alguns participantes podem não ter interesse sócios;
ou não possuir as condições técnicas e financeiras Princípio da autonomia e independência;
para associarem-se a essa nova empresa, mas nem Princípio da educação, formação e
por isso deixam de participar do Núcleo. Cabe ao informação;
Consultor e à ACE avaliar as possibilidades e formas Princípio da interação;
de continuar atendendo tal Núcleo e as empresas Princípio do interesse pela comunidade;
participantes. Em geral as associações são organizações
constituídas com finalidade de:

108
Prestar assistência social e cultural; Há muitas vantagens no sistema de
Atuar na defesa dos direitos das pessoas cooperativismo, e bons exemplos como as
ou de classes específicas de trabalhadores e/ou cooperativas agroindustriais que em diversas
empresários; regiões do país são importantes geradoras de
Defesa do meio ambiente; riqueza e renda. Mas são também complexas
Clubes de serviços; e restritas, exigem profundo conhecimento e
Entidades filantrópicas e religiosas; assessoria especializada, pois a legislação é
Clubes esportivos, entre outros. específica.
Assim, a ACE tem todas as condições A tributação das cooperativas assemelha-se
de representar os interesses das empresas à das empresas em geral, portanto, na prática
participantes, pois as ações que podem ser a cooperativa não tem vantagens tributárias
realizadas por esse tipo de formalização, a significativas, devendo ser analisado caso a caso.
associação que congrega os Núcleos tem Dentre as vantagens podem-se destacar os
condições de realizar. benefícios sociais e educativos aos cooperados
Cooperativas e o impacto positivo na comunidade.
A principal diferença entre associação e Evidentemente a ACE e o Consultor não
cooperativa está na finalidade dos dois formatos. podem impedir a constituição de uma associação
Enquanto as associações são organizações que ou uma cooperativa por parte dos empresários,
têm por finalidade a promoção de assistência mas deve apresentar informações, subsídios
social, educacional, cultural, representação e apontar outros caminhos para atender os
política, defesa de interesses de classe e objetivos e resultados planejados.
filantropia, as cooperativas têm finalidade Sindicatos patronais
essencialmente econômica, seu principal Os sindicatos patronais são entidades
objetivo é viabilizar o negócio produtivo de seus constituídas para representar os interesses
associados junto ao mercado. das empresas de uma determinada categoria
Apesar da finalidade econômica, a cooperativa econômica, dentro da sua região de competência,
também não tem fins de lucro – ela pode sendo que a menor área de representação que
comercializar, mas os resultados retornam aos permite a constituição de um sindicato é a
seus sócios. Outra característica que diferencia municipal.
os dois formatos é que a cooperativa só permite Segundo Moreira (2002), os sindicatos
na sua constituição pessoas físicas. Sendo patronais são responsáveis pela representação
especialmente cooperativas de trabalho ou de legal, coordenação, defesa, desenvolvimento de
produção. estudos e negociações das Convenções Coletivas,
Segundo Rosa (2006) as cooperativas podem que envolvem a regulamentação das condições
ser classificadas conforme seu ramo: como de trabalho, direitos e obrigações, remuneração
agropecuária, de consumo, habitacional, de e benefícios das empresas representadas e seus
produção, de crédito, educacional, de serviços, trabalhadores.
de saúde, especial ou de trabalho. A atuação dos sindicatos patronais reflete
diretamente na economia da região onde atuam.
Para que cumpram o seu papel as cooperativas O sindicato patronal age fundamentalmente nas
devem seguir os princípios cooperativistas que
consistem no conjunto de reconhecimento e questões que envolvem os direitos do trabalho,
normas de valores que sugerem conceitos éticos e
morais deste tipo societário. Rosa (2006) mas também atua na defesa dos interesses

109
de seus representados através de pleitos por - e suas variadas formas de representação e
associação. Incluem também diversas outras
mudanças na legislação, que venham a favorecer organizações públicas e privadas voltadas para:
formação e capacitação de recursos humanos,
seus clientes.
como escolas técnicas e universidades; pesquisa,
Por mais legítimos que possam ser os motivos desenvolvimento e engenharia; política, promoção
e financiamento.
para os empresários constituírem um sindicato,
é muito comum que a primeira intenção Um APL não é necessariamente uma forma
seja em função das reivindicações e críticas de amadurecimento de um Núcleo, mas pode ser
às legislações trabalhistas e a carência de que a partir da criação de um Núcleo em um dos
representação nas convenções estaduais para segmentos do setor produtivo, se inicie o estudo
definição, por exemplo, das regras na contratação e a formalização do APL.
de funcionários e reajustes salariais. Na maioria das vezes não é fácil identificar
Mas essa formalização, assim como as um arranjo conforme as características listadas
demais modalidades apontadas, também possui no conceito acima, mas a possibilidade de atuar
aspectos de organização que demandam alto como APL é logo reconhecida. Esta pode ser
comprometimento, investimentos, obrigações uma oportunidade para o município, a região e
legais, fiscais e etc.. também para a ACE.
A constituição de um sindicato deve ser Segundo o Termo de Referência para Política
acompanhada por profissionais especializados, Nacional de Apoio ao Desenvolvimento de
com planejamento e preparação dos empresários Arranjos Produtivos Locais (2004) é possível
sobre as responsabilidades e obrigações que tem reconhecer a existência de um APL a partir de
que assumir. um conjunto de variáveis, presentes em graus
É recomendado avaliar em todos os casos, se diferentes de intensidade. São elas:
a formalização dos Núcleos representa de fato A concentração setorial de
uma evolução, ou seja, se o grupo tem condições empreendimentos no território;
para assumir tais responsabilidades e o quanto Concentração de indivíduos ocupados
elas podem contribuir para o alcance dos seus em atividades produtivas relacionadas com o
objetivos. setor de referência do APL;
Cooperação entre os atores
1.9.3 Arranjos Produtivos Locais (APL) participantes do arranjo (empreendedores
e demais participantes), em busca de maior
Entre os diversos conceitos existentes, competitividade;
destaca-se o de uma rede de pesquisa Existência de mecanismos de
interdisciplinar, da  Universidade Federal do governança.
Rio de Janeiro, apresentada pelo Observatório Ainda conforme o termo, a justificativa de
Brasileiro de Arranjos Produtivos Locais – OBAPL. atuar com APL como opção estratégica decorre,
fundamentalmente, do reconhecimento de
Arranjos produtivos locais são aglomerações
territoriais de agentes econômicos, políticos e que políticas de fomento a pequenas e médias
sociais - com foco em um conjunto específico de
atividades econômicas - que apresentam vínculos
empresas são mais efetivas quando direcionadas
mesmo que incipientes. Geralmente envolvem a grupos de empresas e não a empresas
a participação e a interação de empresas -
que podem ser desde produtoras de bens e individualizadas.
serviços finais até fornecedoras de insumos e
O tamanho da empresa passa a ser secundário,
equipamentos, prestadoras de consultoria e
serviços, comercializadoras, clientes, entre outros pois o potencial competitivo dessas firmas advém
110
não de ganhos de escala individuais, mas sim de organizando as empresas em Núcleos Setoriais. A
ganhos decorrentes de uma maior cooperação ênfase, entretanto, está no relacionamento entre
entre essas firmas. os Núcleos, na identificação inicial dos setores
A ACE é uma das entidades de governança estratégicos e na formação de uma governança
local fundamental na composição de um mais representativa da cadeia produtiva e dos
APL. A associação pode apoiar, por exemplo, segmentos que a compõem.
na organização das empresas utilizando a O processo de seleção inicial deve identificar
metodologia de moderação e visualização, oportunidades de criação de Redes. Para isso
pois essa competência passa a fazer parte da devem-se observar quantos segmentos estão
entidade e pode ser replicada em muitas outras presentes dentro de um determinado território,
ações da ACE. sendo essa outra característica fundamental,
No portal do OBAPL há diversas publicações as redes dificilmente se constituem apenas com
e orientações de como proceder para atuar com Núcleos e empresas locais.
APL. A constituição da Rede se inicia com a criação
de alguns Núcleos, geralmente das atividades
1.9.4 Redes Empresariais de Negócios âncoras, por exemplo, na cadeia da construção
civil o primeiro Núcleo é de construtoras, já na
Em 2009 o Centro de Desenvolvimento de cadeia do turismo os primeiros Núcleos podem
Tecnologias para a América Latina (CDT-AL) ser hotéis e restaurantes.
estabelecido na Fundação Parque Tecnológico Durante o processo de seleção das cadeias
de Itaipu em Foz do Iguaçu (FPTI) e que era produtivas deve ser verificada também a
coordenado pelo Sebrae, desenvolveu a existência de entidades representativas de classe
metodologia denominada de Redes Empresariais como câmaras, associações de classe, institutos
de Negócios, com o objetivo de estruturar de pesquisa e ensino profissional e outros atores
estratégias de desenvolvimento empresarial em que atuam diretamente com a cadeia ou com os
territórios específicos da América Latina. segmentos. O objetivo é criar um Comitê Gestor
Em 2011, em virtude da parceria da CACB Local da Rede, pois cada uma pode possuir
e do Sebrae para o projeto de Cooperação diversos Núcleos.
Internacional, a metodologia do Empreender Após a criação de pelo menos 05 Núcleos,
foi adequada para a implantação da estratégia é possível elaborar um planejamento para a
do Programa Redes Empresariais de Negócios. cadeia cujas ações têm como objetivo organizar
Com objetivos semelhantes ao Empreender, e integrar as atividades, promover ações de
o Programa Redes pretendia estimular o inteligência de mercado, qualificação à gestão
desenvolvimento de um município ou um das empresas, alcançar padrões de qualidade
território, identificando setores econômicos em todas as atividades e, assim, aumentar a
estratégicos com potencial de crescimento, competitividade da cadeia como um todo.
organizando os diversos segmentos Assim como os Núcleos, a Rede Empresarial
pertencentes a uma mesma cadeia produtiva, de Negócios precisa ter um Plano de Ação bem
formando então as redes de cooperação para o estruturado, neste caso levando em conta as
desenvolvimento dessas atividades econômicas necessidades de melhorias do ambiente, cujos
e para o fortalecimento de toda a cadeia. resultados alcançados demonstram a evolução
De modo geral a metodologia continua do setor.

111
Cabe ao Comitê Gestor Local e representantes com o grau de encadeamento e a abrangência
dos Núcleos Setoriais promover a elaboração do geográfica da Rede, o estabelecimento de uma
planejamento da Rede Empresarial da Cadeia governança específica com a constituição do
Produtiva e suas respectivas estratégias, Comitê Gestor da Rede, pode facilitar o processo
conduzido pela ACE. de gestão da mesma.
A oficina para elaboração do plano pode ser A gestão deve ser compartilhada com divisão
realizada após a formação dos primeiros (e das responsabilidades. É necessário instituir um
principais) Núcleos, de modo que os empresários método de acompanhamento das ações, para
desses grupos já possam participar e apoiar isso é extremamente importante manter registros
o trabalho. A metodologia utilizada para o formais de todas as informações e atividades da
desenvolvimento do planejamento da Rede deve Rede.
ser a mesma utilizada para a criação dos planos O Consultor é responsável por reunir,
dos Núcleos. estruturar e repassar as informações, mantendo
Exemplos de ações que podem ser ativo o canal de comunicação entre empresários,
desenvolvidas pela rede: Comitê e ACE. Caso a Rede tenha condições
Realização de feiras e congressos para criar um número significativo de Núcleos,
técnicos do setor; pode necessitar um Consultor exclusivo, desde
Rodadas de Negócios entre os elos da que respeite a metodologia e as condições
cadeia; orçamentárias do Programa na ACE.
Ações coletivas de marketing como Com a elaboração dos planos de ação
identidade visual e web site da rede; dos diversos Núcleos e da rede, incluindo
Certificação própria de qualidade; questões orçamentárias e responsabilidade dos
Diálogos produtivos com Núcleos de parceiros e público-alvo, é possível oficializar os
outras redes. compromissos detalhados e assumidos.
Gestão da Rede Recomenda-se a elaboração de um
A coordenação geral e acompanhamento documento que contemple as ações da rede
do plano de ações da rede ficam sob apresentadas como macro ações que indicam as
responsabilidade da ACE e das entidades metas e objetivos, como o número de missões,
aliadas, cujas atuações são mais expressivas e capacitações e consultorias, dentre outras
eficazes na cadeia produtiva. Porém, todas as atividades planejadas pelos Núcleos.
instituições que compõem o Comitê Gestor tem Esse documento pode ser chamado de Acordo
papel importantíssimo e essencial para o bom de Resultados ou Termo de Compromissos, é
andamento do processo. importante que os membros do Comitê Gestor
O Comitê deve representar os interesses dos e os Coordenadores dos Núcleos assinem num
empresários no âmbito da cadeia produtiva, momento específico servindo também para
participar da elaboração do planejamento oficializar o lançamento da Rede Empresarial e
estratégico da rede, investir e apoiar na captação dos Núcleos.
de recursos. Cada instituição integrante do Exemplo de Rede Empresarial de Negócios
Comitê Gestor deve ainda, acompanhar os – Projeto Obra Nota 10
Núcleos Setoriais que estejam relacionados à Até 2013 o principal exemplo prático de Rede
sua atuação direta. utilizado nas apresentações da proposta era o
A partir da criação de novos Núcleos, de acordo Programa de Desenvolvimento da Cadeia da

112
Construção Civil do Oeste do Paraná – Programa como PBQP-h – Programa Brasileiro da Qualidade
Obra Nota 10, um programa desenvolvido pelo e Produtividade no Habitat para construtoras;
Sebrae com apoio das ACEs dos municípios PSQ – Programa Setorial da Qualidade; e selo do
envolvidos e outras instituições parceiras. INMETRO para cerâmicas;
O Obra Nota 10 constituiu 19 Núcleos com Programas de gestão da qualidade para
cerca de 350 empresas. Durante 07 anos foram diversas empresas;
realizadas diversas ações com os Núcleos Realização do evento Encontro Nacional
Setoriais dos segmentos pertencentes a esta para Inovação na Construção (ENINC);
cadeia. Rodadas de negócios entre os diversos
Foram criados Núcleos das seguintes elos e entre imobiliárias;
atividades: Capacitações e consultorias técnicas
Construtoras: 01 Núcleo Regional para profissionais e para gestores.
Imobiliárias: 03 Núcleos Setoriais Participavam do Comitê Gestor as seguintes
Indústrias de cerâmica vermelha: 01 entidades parceiras:
Núcleo Regional Sebrae;
Metalúrgicas (funilarias): 01 Núcleo ACEs, a Coordenadoria Regional das
Setorial ACEs e Federação das ACEs;
Marmorarias: 01 Núcleo Regional Caixa Econômica Federal e Banco do
Profissionais: mestres de obras, pintores, Brasil;
eletricistas, encanadores e assentadores de Sindicato da Habitação (Secovi);
revestimento: 09 Núcleos Setoriais Sindicato da Construção Civil
Vidraçarias: 01 Núcleo Regional (Sinduscon);
Decoração: 01 Núcleo Setorial Sindicato das Cerâmicas (Sindicer);
Lojas de material de construção: 01 SENAI, etc..
Núcleo Setorial Atualmente diversos Núcleos ainda são
O Programa foi desenvolvido em 03 municípios conduzidos pelas ACEs e o Sebrae mantém ações
polos, mas também participavam empresas de de apoio às empresas da cadeia da construção.
outras cidades próximas.
Em cada cidade polo, as ACEs conduziam
alguns Núcleos Setoriais e o Sebrae realizava,
principalmente, a gestão dos Núcleos Regionais,
dava suporte aos demais e gerenciava as ações
da Rede.
Algumas ações desenvolvidas pelo Obra Nota
10:
Feiras de imóveis: 07 edições, em 04
cidades (evento continua sendo realizado até
hoje);
Programa de TV Obra Nota 10;
Página na web do programa;
Missões empresariais;
Programas de certificação de qualidade

113
os potenciais nucleados em companhia de algum
empresário do ramo bem aceito pelos demais ou
1.10 Principais Desafios na um representante do Comitê Gestor Local. A ACE
Criação e Desenvolvimento dos também precisa estar atenta à imagem que os
Núcleos
empresários possuem do Consultor.

1.10.1 Falhas na escolha do segmento ou


1.10.3 Abordagem ineficaz aos empresários
escolha equivocada

Pode acontecer que o Consultor e as


É comum que os responsáveis façam uma
entidades parceiras não tenham as condições
análise superficial do potencial dos segmentos
para convencer os empresários a participarem
a serem trabalhados e criem Núcleos com baixo
do trabalho. Na fase inicial dos trabalhos torna-se
potencial de desenvolvimento.
imprescindível identificar e envolver lideranças,
Também se encontram Núcleos criados a partir
bem aceitas pelo segmento empresarial
de interesses individuais de diretores da ACE
em questão. Isso assegura que os demais
ou parceiros, ou ainda, por demanda de alguns
empresários se sintam confiantes em relação à
empresários cujo segmento não apresenta as
iniciativa.
condições ideais para a criação e sucesso de um
O Consultor deve identificar essas pessoas e
Núcleo.
estabelecer um contato direto, apresentando-
É fundamental implantar o Comitê Gestor
lhes a proposta geral do trabalho e definindo
Local e aplicar a matriz de avaliação de potenciais
consensualmente a melhor forma de abordagem
segmentos apresentado neste manual.
aos demais empresários.
Entretanto, esse cenário pode ser facilmente
1.10.2 Sensibilização ineficaz
visualizado durante o processo de levantamento
das informações para seleção dos segmentos.
Como a sensibilização dos potenciais
O perfil dos empresários e a existência ou não
nucleados exige intenso trabalho de campo
de lideranças, são critérios que devem ser bem
e, sobretudo, uma correta abordagem aos
analisados e considerados na hora da escolha.
empresários, pode haver superficialidade no
contato ou distorção dos resultados a que se
1.10.4 Planejamentos de ações iniciais muito
propõe o trabalho associativista. Negativismo
complexas
e descrença são elementos comuns na vida
das pessoas, que precisam habilmente ser
Frequentemente, um Núcleo inicia seus
contornados pelo Consultor, por ocasião dos
trabalhos por ações complexas e de difícil
contatos iniciais.
resolução, se esquecendo da oportunidade de
Também já houve casos em que empresários
atacar problemas mais fáceis e rápidos de serem
não queriam participar, mas também não
resolvidos.
aceitavam que os concorrentes cooperassem
Cabe ao Consultor assessorar bem o grupo na
entre si, contatavam os outros empresários
avaliação da complexidade da resolução de certas
para impedi-los de participar com argumentos
ações e os seus prazos de execução. Na fase
negativos e até maldosos a respeito do Programa.
inicial, deve estimular o grupo a dar preferência
Sempre que possível o Consultor deve visitar
a ações de fácil realização, o que gera no grupo

114
o sentimento de que o trabalho com os grupos fatores relacionados à atuação e ao perfil do
setoriais funciona. Após criar esta confiança, Consultor podem levar ao desmantelamento do
chega a hora do Núcleo enfrentar ações de maior Núcleo:
complexidade e duração. Limitações técnicas do Consultor –
Todo planejamento deve conter ações de quando o processo de seleção não segue as
curto, médio e longo prazo de realização. Cada recomendações;
uma tem sua importância, não apenas para O Consultor não desenvolve novas
atingir os objetivos, mas para manter o grupo habilidades ou não amplia suas competências
envolvido permanentemente com as ações e ao longo do tempo e na medida em que adquire
com o Núcleo em si. experiência;
Problemas comportamentais e
1.10.5 Erros de foco do trabalho interpessoais;
Descompromisso (atrasos e ausências);
Por razões diversas pode ocorrer que alguns Falta de ética;
Núcleos Setoriais adotem linhas de atuação Autossuficiência e isolamento.
incompatíveis com as reais necessidades das Outra armadilha corriqueira é a realização
empresas nucleadas e que não contribuem de frequentes e intermináveis reuniões sem
para que a visão de futuro se torne realidade. conteúdo ou caráter verdadeiramente decisório.
Por exemplo, o grupo insiste na implantação A Federação possui as condições mais
de um ponto de comercialização e negligência adequadas para conduzir o processo de seleção.
a necessidade de aprimorar primeiramente o Cabe a ACE recrutar e depois contratar o
design de produtos. Consultor, dentre os indicados pela Coordenação
Também é muito comum surgirem ações Estadual.
cuja responsabilidade não é do Núcleo e das A ACE deve realizar de forma regular pesquisas
empresas que fazem parte, mas sim do poder de satisfação dos nucleados, avaliando as
público, como mudança na legislação, melhoria reuniões, as ações realizadas, o Consultor e o
de infraestrutura, concessão de benefícios apoio pela própria ACE. Uma medida simples é a
fiscais, etc.. participação eventual de um membro do Comitê
Cabe ao Consultor a busca de informações Gestor Local ou do diretor responsável em
para apoiar o grupo na formulação de um algumas reuniões para avaliar o desenvolvimento
plano de ação adequado, assim já evitando o das atividades e o clima.
surgimento de linhas de atuação incoerentes
com os resultados desejados. O Consultor 1.10.7 Escolha inadequada do momento para
deve se aprofundar em relação à análise de implantação do Núcleo
causas e efeitos de problemas e agregar este
conhecimento na hora da planificação. Fatores como eleições na ACE ou, ainda, em
esferas do poder público podem inviabilizar a
1.10.6 Ineficiência do Consultor implantação do Núcleo Setorial.
Cabe ao Consultor, em comum acordo com
O Consultor é um dos principais agentes do o Comitê Gestor Local, avaliar qual o momento
sucesso do Núcleo Setorial. Nele reside o papel politicamente adequado para a investida. Além
intransferível de coordenar os trabalhos. Alguns disso, fatores sazonais e momentâneos, como

115
entressafra, alta temporada, dissídio coletivo, quadro funcional da ACE, acerca dos objetivos
podem causar transtornos. Ao final do ano ou às e benefícios do Programa, e em consequência
vésperas de grandes feriados, não se aconselha disso, haver desinteresse pela iniciativa.
iniciar a implantação de um Núcleo porque Cabe avaliar de forma criteriosa as causas
impede a continuação da fase inicial do trabalho. de tal postura e apresentar, desde o início dos
É importante analisar de forma criteriosa trabalhos, aos diretores e funcionários da ACE a
as datas e situações listadas acima, e agir de proposta geral do trabalho, mantê-los informados
forma consensual com o Comitê Gestor Local e promover as tomadas de decisões de forma
e com lideranças do segmento em questão, consensual.
acerca da escolha do momento adequado para a Também é interessante a nomeação de um
abordagem aos nucleados. diretor pela ACE para o acompanhamento dos
Núcleos e favorecer, caso possível, a participação
1.10.8 Conflitos não trabalhados de um funcionário da ACE em reuniões dos
Núcleos.
A natureza do trabalho associativista e as
características do comportamento humano 1.10.10 Não reconhecimento do papel da ACE
podem levar a conflitos entre os nucleados.
Conflitos de interesse e diferenças pessoais A ACE tem a máxima importância no
podem acender os ânimos e inviabilizar as ações Programa. É a ACE quem detém e difunde a
do Núcleo. metodologia, possui equipe e estrutura de
Ao Consultor, cabe uma interferência técnica. apoio às empresas, faz parte da rede estadual
Primeiramente, deve-se evitar a participação do Empreender, representa e administra os
de pessoas desagregadoras no Núcleo. Na fase recursos físicos e financeiros que permitem a
inicial deve-se consultar a liderança empresarial existência do Empreender e que remuneram
sobre o perfil dos empresários a serem o Consultor que conduz os trabalhos. A ACE
convidados. Geralmente os mais polêmicos (no dedica esforços e recursos constantes para
sentido negativo) são bem conhecidos e deve- manutenção do Programa. Dentre as entidades
se evitar convidá-los. Com o tempo o Consultor parceiras dos Núcleos, a ACE tem o papel de
deve fazer uma análise própria para verificar se a garantir as condições básicas e necessárias
avaliação pela liderança empresarial é coerente, para o desenvolvimento do Programa, sendo,
e se for necessário devem ser convidados alguns portanto, essencial e indispensável.
que ficaram de fora até então. Os Núcleos possuem autonomia, mas existe
A realização de dinâmicas de grupo e uma relação de interdependência entre os grupos
capacitações específicas podem atenuar conflitos e a ACE. Da mesma forma que a ACE apoia os
internos, bem como a adequada aplicação das Núcleos, divulga suas ações e está sempre
regras de convivência e ou do regimento interno. buscando o fortalecimento do Programa, os
Núcleos e as empresas que participam precisam
1.10.9 Desinteresse da diretoria e funcionários valorizar a ACE e reconhecer sua importância.
da ACE Alguns Núcleos acabam se tornando
autossuficientes e se afastam um pouco da ACE.
Pode não haver total compreensão ou É comum, por exemplo, que cada Núcleo crie um
entendimento, por parte da diretoria e do nome para ser identificado. Porém ao dar o nome

116
ao Núcleo esquece-se de acrescentar ou omitem
o nome da ACE, constando no nome do Núcleo
apenas a mesma designação do segmento
acompanhado do nome da cidade.
Também existem casos de empresários que
realizam algumas reuniões sem o Consultor,
realizam ações sem buscar apoio, não comunicam
a ACE ou não citam a parceria e a importância da
associação.
O Núcleo deixa de ter uma ligação que o
identifique com a ACE. Neste caso o Núcleo ao
perder o elo com a ACE começa a tomar atitudes
como uma instituição jurídica independente,
trazendo problemas políticos-institucionais e
desgaste para o Consultor, para a ACE e seus
dirigentes.
Quando o Núcleo Setorial achar necessário
ter uma denominação, deve ser sempre
lembrado que o nome da ACE deve constar
nesta denominação, como por exemplo: Núcleo
Setorial do “nome do segmento” da “nome da
ACE” de “nome do município”.
Para as demais questões o importante é
sempre demonstrar a importância do apoio da
ACE para o Núcleo. O Consultor deve sempre
reforçar a representatividade da associação e
fazer a ponte entre o Núcleo e a ACE, repassando
informações.
A ACE por sua vez deve tomar o cuidado
para não se afastar dos Núcleos. O presidente,
o diretor do Empreender e outros membros da
diretoria, bem como do comitê devem participar
frequentemente das reuniões e identificar ações
em que a ACE e as outras entidades parceiras
possam contribuir.
Também se recomenda constantemente trazer
casos de sucesso de outros Núcleos e projetos,
para reforçar as vantagens e as oportunidades
de atuar com base nos princípios da cooperação
e do associativismo.

117
2 O Consultor do
Empreender

O sucesso do Programa depende de diversos do trabalho, às políticas de remuneração,


fatores. Começa com a escolha do município e à capacitação e atualização, ao suporte e,
da ACE pela Coordenação estadual, depois vem especialmente, em relação ao reconhecimento
a eleição dos segmentos, a internalização do e valorização das conquistas e desempenho do
Programa na ACE, a criação do Comitê Gestor Consultor, são ações de responsabilidade da ACE
Local e sua atuação efetiva, a participação das e contribuem expressivamente – quando bem
empresas com número e demais características encaminhadas, para o sucesso do Programa.
representativas do segmento, a realização de As informações apresentadas a seguir servem
ações de impacto dos Núcleos, entre outras tanto para a elaboração do edital ou anúncio
etapas e desafios. de divulgação da vaga de Consultor que é
O que torna o Empreender uma proposta responsabilidade da ACE; como também para a
ousada é que esses fatores são dependentes Coordenação Estadual desenvolver o processo
entre si, ou seja, todos são fundamentais para de seleção. (Anexo 02)
garantir o êxito do Programa. Dificilmente haverá
volume significativo de empresas participando se
o segmento for mal escolhido, nem o comitê será
atuante se a ACE não possuir bom relacionamento
e liderança reconhecida.
Dentre todos esses desafios, este capítulo
aborda a etapa relacionada ao Consultor dos
Núcleos. O Consultor é o profissional que está
presente e possui responsabilidades em muitas
das etapas mencionadas. Ele apoia a eleição
dos segmentos, sensibiliza empresários, orienta
os Núcleos, representa a ACE e mobiliza a todos
para a ação.
Partindo do pressuposto que a ACE tem
interesse em atingir ótimos resultados com
o Programa para a ACE e as empresas, o
consultor precisa compreender que possui muita
responsabilidade, não apenas pelos resultados
em si, mas principalmente, por garantir as
condições necessárias para atingi-los.
Contratar um bom Consultor de Núcleos é
sempre um desafio para a ACE. As questões
relacionadas à contratação, ao provimento
das condições necessárias para a realização
119
2.1.2 Competências Técnicas

2.1 Perfil, Conhecimento e O profissional deve apresentar currículo com


Habilidades do Consultor as seguintes informações técnicas:
Curso superior e especializações,
No processo de implantação do Programa
preferencialmente em uma das seguintes áreas:
e durante seu desenvolvimento, é necessário
Administração, Economia ou Ciências Contábeis;
ter um Consultor com perfil adequado tanto no
Experiências que demonstrem
que se refere às habilidades técnicas quanto às
conhecimentos gerais em: administração
características de comportamento. Uma equipe
financeira, legislação empresarial, recursos
de trabalho com bons profissionais, capacitados
humanos, planejamento estratégico, marketing,
e comprometidos, acelera o desenvolvimento
condução de grupos, entre outros;
do Programa e multiplica informações e
Ter boa redação empresarial;
conhecimento para toda a comunidade, por isso,
Ter prática em organização de eventos,
o processo de seleção e capacitação deve ser
cursos, viagens, etc.;
conduzido com muito cuidado e profissionalismo.
Conhecimento sobre técnicas de
planejamento;
2.1.1 Competências Pessoais
Conhecimento sobre o funcionamento e
atuação de entidades de apoio empresarial;
O Consultor deve ter características
E ainda: ter disponibilidade para viajar,
comportamentais que demonstrem sua
trabalhar a noite e preferencialmente possuir
capacidade de conduzir o Núcleo apoiando seu
veículo.
desenvolvimento e o alcance dos resultados
propostos com eficácia e sustentabilidade.
2.1.3 Outras competências e características
Dentre as características destacam-se:
desejáveis
Praticidade e objetividade;
Espírito empreendedor;
Em relação aos tópicos anteriores é importante
Criatividade e versatilidade;
considerar que conhecimentos técnicos podem
Poder de persuasão;
ser adquiridos com capacitações. Encontrar
Independência;
um profissional formado e que possui outras
Flexibilidade;
competências é sempre uma vantagem, mas não
Autoconfiança;
deve ser critério de eliminação. As competências
Assertividade;
humanas, características de comportamento
Proatividade;
são tão importantes quanto às competências
Perseverança;
técnicas. Por exemplo, um profissional formado
Visão ampla dos assuntos;
com conhecimento amplo em administração,
Dinamismo e determinação;
finanças e planejamento, mas com dificuldade de
Facilidade de relacionar-se;
relacionar-se, pode ter problemas para conduzir
Ser arrojado, ter ousadia e ser inovador.
uma reunião e apresentar argumentos para
propor uma possível (e necessária) mudança de
planos.
Da mesma forma, há outras qualidades,

120
nem sempre visualizadas nos processos de
seleção, que são competências e características
importantes no dia a dia dos Núcleos: 2.2 Atribuições e
Capacidade de buscar e apresentar
Responsabilidades do Consultor
soluções: não parar diante do problema e relatar
2.2.1 Em relação à ACE
a situação ao responsável;
Capacidade de síntese e direcionamento:
Apoiar a ACE nas suas atividades de
consegue compreender e agrupar as ideias, fazer
prestação de serviços
análises pertinentes e organizar para facilitar seu
O Consultor deve ser contratado
encaminhamento;
exclusivamente para atuar com os Núcleos, mas
Ser espirituoso, comunicativo, e colocar-
como trabalha na ACE e se relaciona diretamente
se como apoiador. O Consultor deve ser um
com os empresários participantes dos Núcleos,
animador no sentido de manter as pessoas
deve apoiá-la na divulgação de produtos e
motivadas, com entusiasmo e empenho. É
serviços que possam interessar aos empresários.
importante conseguir se comunicar com os
O Consultor também pode apoiar a organização
diferentes perfis de pessoas e ser aceito pelos
e promoção de eventos, além de fornecer
grupos, mas não agir com intenção de ser estrela
informações aos associados.
nem esperar receber os méritos pelos resultados;
Auxiliar a ACE na identificação de novos
Ter boa oratória, postura e apresentação
associados
pessoal adequada: o tom de voz, a linguagem
Na medida em que visita os empresários e
e a dicção são fundamentais para uma boa
conduz as reuniões dos Núcleos, o Consultor
comunicação. A postura interfere na qualidade
deve ser um promotor da ACE. Os membros dos
da informação repassada e na forma como o
Núcleos, necessariamente, não são associados
público a recebe. A apresentação pessoal pode
à ACE. Cabe ao Consultor usar sua sensibilidade
demonstrar o profissionalismo e a preocupação
para identificar as causas e auxiliar a ACE na
em passar uma boa imagem;
captação de novos sócios, ressaltando os
Saber negociar: as habilidades de
serviços prestados e a importância de fortalecer
negociação são essenciais para resolver conflitos
a representação empresarial.
entre empresários, para conquistar parcerias e
Especialmente cabe ao Consultor associar
patrocínios, para sensibilizar os empresários a
todos os integrantes dos Núcleos Setoriais.
participarem dos Núcleos, alterar planos de ação
quando necessário, entre outras situações;
2.2.2 Em relação à Coordenação Estadual
Ter sensibilidade para identificar
posturas, comentários e outras expressões
Participar das atividades de capacitação
que demonstrem desconforto, hostilidade,
promovidas pela Coordenação
desconfiança, etc., que podem gerar conflitos.
Como peça chave em todo o processo de
O processo de seleção deve contemplar
implantação e manutenção do Empreender,
simulações muito adequadas para evidenciar
é fundamental que o Consultor mantenha-se
algumas dessas habilidades. As dinâmicas e o
atualizado e em constante aperfeiçoamento.
roteiro das entrevistas quando bem elaborados
Com o desenvolvimento dos Núcleos é natural
permitem identificar detalhes e atitudes que
que as demandas tornem-se mais complexas,
podem fazer a diferença.

121
exigindo do Consultor capacidade de adaptação junto à comunidade.
e conhecimentos gerais ampliados, a fim de Todos devem preocupar-se com este primeiro
atender as demandas dos empresários. passo, já que uma definição errada dos Núcleos
Participar das reuniões regionais ou pode comprometer a imagem do Empreender e
estaduais do Empreender a sua credibilidade. A variável da quantidade de
Periodicamente a Coordenação estadual Núcleos criados é muito importante, já que desse
pode promover encontros de avaliação e primeiro passo dependem os demais. Deve-se
acompanhamento do Empreender no estado. evitar a criação excessiva de Núcleos, a fim de
É importante a participação do Consultor para não haver a perda de controle.
transmitir suas experiências, inteirar-se das Na medida em que os Núcleos e o Empreender
experiências dos demais Consultores, assimilar as forem se solidificando, assim como a experiência
orientações da Coordenação Estadual e manter- prática de todos os envolvidos com o Empreender,
se atualizado a respeito do Empreender e das os problemas passam a ser solucionados de
eventuais alterações da metodologia que possam maneira mais rápida, o que permitirá a criação de
ter ocorrido. Além disso, o compartilhamento de novos Núcleos Setoriais.
informações enriquece e oxigena o processo, Visitar empresas e contatar empresários
que não pode ficar restrito ao universo de uma Principal agente da ponta do processo,
ACE. o Consultor é o responsável por ir a campo
Fornecer informações sobre o Empreender para sensibilizar os empresários a respeito da
para Coordenação importância do Empreender. Além de conhecer
Com a finalidade de poder rever seu o Programa, o Consultor deve estar muito bem
planejamento e manter o controle do informado a respeito das atividades da ACE, já
Empreender, a Coordenação estadual tem a que, algumas vezes, pode defrontar-se com
responsabilidade de elaborar relatórios mensais situações adversas de descontentamentos ou da
de acompanhamento. A consolidação desses falta de informação sobre a ACE.
documentos depende das informações enviadas Além disso, o Consultor deve estar preparado
pelos Consultores, que detém o controle do com experiências práticas e resultados do
Empreender em cada município. Para que Empreender em outros municípios, com a
haja uma perfeita sintonia entre o Consultor finalidade de expor aos empresários, com base
e a Coordenação Estadual, é importante em fatos concretos, os benefícios do Programa.
que se estabeleçam canais competentes de Deve ter em mãos materiais sobre o Empreender
comunicação e interação. para distribuir ao empresário, uma vez que a
decisão nem sempre é tomada no momento da
2.2.3 Em relação aos Núcleos visita.
Gerenciar e moderar as reuniões
Constituição dos Núcleos Setoriais Contatados os empresários e criados os
Como integrante do Comitê Gestor do Núcleos, cabe ao Consultor moderar as reuniões,
Empreender no município, o Consultor participa de forma a torná-las proveitosas e objetivas.
da escolha dos Núcleos. Esta tarefa deve levar É importante ter em mente que o Consultor
em conta a quantidade de empresas existentes, não deve decidir pelos empresários. O Núcleo é
o dispêndio necessário, recursos e esforço, para formado por eles e são eles que devem escolher
criar o Núcleo e a representatividade do Núcleo seus rumos, sem interferências que não tenham o

122
caráter organizador, orientador e principalmente contratados e pode ser necessário atribuir a um
questionador. dos Consultores a tarefa de coordenar a equipe
Cabe ao Consultor convocar os empresários, de profissionais. Essa escolha também deve ser
organizar as demandas, redigir a pauta do muito criteriosa, pois exige outras competências
encontro e registrar a memória da reunião. como liderança e gestão de equipes.
Para tanto, o Consultor deve ter uma agenda Instituir um Coordenador não significa dar
organizada para realizar seu trabalho, bem como poder ao Consultor escolhido, mas organizar
uma relação de materiais e providências de o gerenciamento do Programa e facilitar a
rotina, como um checklist prévio às reuniões. comunicação dos Consultores e dos empresários
Acompanhar e viabilizar as demandas dos com a ACE e o Comitê Gestor Local.
Núcleos Utilização da metodologia
Após cada reunião o Consultor deve O Consultor deve conhecer, utilizar e valorizar
administrar as demandas que surgiram. É a metodologia de moderação e visualização. Com
importante que ele se disponha a encaminhá-las o passar do tempo é comum que os profissionais
o mais rápido possível a fim de poder posicionar acabem deixando as tarjetas e os painéis de
os membros do Núcleo sobre o andamento visualização de lado. Isso acontece muitas vezes
dos trabalhos na próxima reunião. Deixar as porque os empresários, equivocadamente,
solicitações sem resposta ou encaminhá-las acreditam que a metodologia não contribui ou
de maneira displicente pode acarretar prejuízos não é necessária tanta exposição dos temas e
à imagem do Núcleo, podendo comprometer o debates.
desenvolvimento do Empreender. A visualização permite o acompanhamento
É importante destacar que cabe aos da evolução e facilita o registro das discussões.
empresários dos Núcleos a responsabilidade pelo As fotos dessas anotações dão segurança ao
encaminhamento e execução das demandas Consultor e aos próprios empresários sobre as
com o assessoramento do Consultor, pois do decisões tomadas evitando possíveis conflitos a
contrário, o Consultor fica sobrecarregado, partir de dúvidas sobre o que de fato foi decidido.
comprometendo o trabalho junto aos demais As ferramentas de exposição e construção
Núcleos da ACE. visual dos debates apoiam o trabalho do
Consultor. Permitem que ele visualize todos
2.2.4 Outros aspectos a considerar os pontos apresentados, tendo assim mais
condições de fazer questionamentos e apontar
Número de Núcleos por Consultor possíveis lacunas e carência de informações.
Não existe uma regra, mas a experiência Tarjetas, painéis, flipchart, projeção
mostra que cada Consultor tem condições multimídia, quadro branco, etc., são as
de assumir a condução de 6 a 8 Núcleos, com ferramentas que atendem o conceito de
aproximadamente 15 empresas cada. visualização e fazem parte da moderação.
Esses números variam justamente a partir
do número de empresas participantes de cada
Núcleo, pelo ritmo de trabalho que cada um deles
apresenta e pelo dinamismo do Consultor.
Na medida em que os Núcleos vão sendo
criados na ACE, novos Consultores devem ser

123
necessidades, a propor um objetivo, a realizar o
que foi decidido e a avaliar o que foi feito;
2.3 Funções, Pecados e Virtudes Não se posicionar como instrutor nos
da Moderação quais apresenta suas teorias aos participantes;
Mobilizar os conhecimentos e a energia
A moderação vai além da preparação de
criativa dos participantes em função dos
uma reunião e utilização de ferramentas de
problemas e objetivos do grupo;
visualização. Moderar é estimular e melhorar a
Não induzir o grupo a respostas pré-
qualidade dos debates e do compartilhamento
fabricadas por meio de perguntas tendenciosas;
de informações, ideias e experiências.
Facilitar o compartilhamento de
O moderador em um debate tem a função de
informações estimulando o debate entre
validar as contribuições de cada membro com os
participantes para que manifeste as mais
demais participantes. Quando um participante
diversas opiniões;
apresenta uma ideia, ela deve ser analisada por
Não impor sua interpretação da realidade;
todos quanto aos benefícios, atendimento aos
Introduzir recomendações e técnicas
objetivos e capacidade do grupo de execução.
que viabilizem o alcance dos objetivos do grupo
Nem sempre as ideias são adequadas ou
com a participação de todos;
aceitas por todos. Cabe ao Consultor com as
Não improvisar conteúdos nem entrar
habilidades de moderação, conduzir o grupo
em longas justificativas das regras e técnicas
para uma discussão saudável em que o grupo
utilizadas;
e o proponente em questão analisem e tomem
Contribuir para a criação de um ambiente
decisões pensando no bem coletivo, ou seja, a
agradável, de ajuda mútua, fortalecendo a
ideia passa a ser do grupo e não mais de quem
interação e cooperação entre os participantes;
propôs, portanto, ser aceita ou não, faz parte do
Não reagir de forma pessoal às situações
processo.
de conflito;
A moderação deve buscar o equilíbrio do
Incentivar o grupo a seguir em frente.
processo e a criação de um ambiente harmônico
de trabalho. O moderador deve ser um elemento
neutro, que estabelece esse equilíbrio. Ele não
interfere no conteúdo das discussões, tendo
somente a responsabilidade de facilitar o
processo metodológico.
Um ambiente de equilíbrio e harmonia
possibilita ao moderador, com mais facilidade e
condições, romper hierarquias e desconfianças,
estabelecendo igualdade entre os participantes,
onde todos têm responsabilidades.
Em relação às funções, pecados e as virtudes
da moderação, algumas recomendações são
importantes e servem como primeiro aprendizado
para o Consultor, que deve:
Assessorar o grupo a identificar as

124
2.4.1 Apoio de especialistas externos

2.4 Especialista x Consultor de A contratação de especialistas é uma ação


Núcleos bastante comum, principalmente, a respeito de
temas técnicos relacionados às atividades das
O especialista é um transmissor de
empresas, mas também para apoio em questões
conhecimento, que aconselha empresários na
mais complexas ou que o Núcleo identifica como
tomada de decisão. O Consultor de Núcleos é
estratégico para o desenvolvimento das ações.
um facilitador do processo e do aprendizado
Alguns Núcleos, com o amadurecimento
que apoia os empresários na identificação das
sentem a necessidade, por exemplo, de
suas necessidades e na busca por soluções
elaborar um planejamento diferenciado, e
estimulando-os a tomar suas decisões.
certas metodologias não são dominadas pelo
O Consultor deve ter amplo conhecimento
Consultor. Ou ainda, para definir objetivos mais
sobre técnicas de planejamento, dinâmicas
audaciosos é necessário conhecer mais sobre
de grupo, gestão de conflitos e de discussões,
cenários econômicos ou sobre mercado nacional
administração e organização de empresas,
e internacional.
dentre outros. Ele auxilia metodologicamente
Em geral as contratações de especialistas são
o grupo, orientando e sintetizando os seus
pontuais e por tempo determinado, mas nada
objetivos, debates, propostas e decisões.
impede que o Núcleo recorra às Consultorias
A sua principal tarefa é na orientação do
especializadas sempre que julgar necessário.
processo, não interferindo no conteúdo das
O Consultor do Núcleo deve continuar seu
discussões. Cabe a ele criar um ambiente propício
processo de qualificação profissional e a respeito
que estimule o debate e o compartilhamento
das atividades das empresas, não para atuar
de experiências entre os diversos membros do
como especialista, mas para poder assessorar
Núcleo.
o grupo com qualidade nesses momentos,
O especialista é um profissional com
até mesmo para sugerir a contratação de um
conhecimento mais aprofundado em
especialista quando for o caso.
determinados temas. Sua contratação é baseada
Em geral os empresários demandam por
em necessidades específicas das empresas e
Consultores ativos e participativos, que cumprem
em que ele deve apresentar teorias e possíveis
as tarefas administrativas e operacionais e ainda
soluções.
estão sempre mobilizados, por dentro de todos
O Consultor de Núcleos é sempre um
os assuntos e ações dos Núcleos, pensando em
moderador, mas pode eventualmente atuar como
oportunidades de inovar, superar desafios para
especialista, desde que tenha o conhecimento
crescer e desenvolver as empresas.
necessário. De qualquer maneira, sua postura
não deve ser superior, tampouco deve priorizar
essa forma de atuação. A ACE deve ser informada
e autorizar o Consultor a trabalhar pontualmente
como especialista.

125
3 Referências Bibliográficas

BLOCK, Peter. Consultoria: o desafio da liberdade. São Paulo: Makron Books, 2001.

CARDOSO, Univaldo Coelho. Associação. Série Empreendimentos Coletivos. Brasília: SEBRAE, 2014.

MOREIRA, Gerson Luis. Breve estudo sobre o sindicato. Revista Jus Navigandi. Teresina, ano
07, n 55, 1 março de 2002. Disponível em < http://jus.com.br/artigos/2781/breve-estudo-sobre-o-
sindicato>. Acesso em 09 de julho de 2015.

MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR. Termo de Referência para


Política Nacional de Apoio ao Desenvolvimento de Arranjos Produtivos Locais. Desenvolvido
em 2004. Disponível em <http://www.mdic.gov.br/arquivos/dwnl_1289322946.pdf>. Acesso em: 10
de julho de 2015.

OBSERVATÓRIO BRASILEIRO DE ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS – OBAPL. Arranjos Produtivos


Locais, o que são? Disponível em <http://portalapl.ibict.br/menu/itens_menu/apls/apl_o_que_
sao.html>. Acesso em 10 de julho de 2015.

PICHON-RIVIÈRE, E. O processo grupal. São Paulo: Martins Fontes, 2004.

ROSA, Heloísa Helena de Faria. Constituição de cooperativas: vantagens e desvantagens.


Edição 172, 2006. Disponível em <http://www.boletimjuridico.com.br/m/texto.asp?id=1182>. Acesso
em: 09 de julho de 2015.

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMIÁRIDO – UFERSA. Associativismo e Cooperativismo.


Disponível em <http://www2.ufersa.edu.br/portal/view/uploads/setores/241/Cartilha%20de%20
Associativismo%20e%20Cooperativismo.PET-PROEX.pdf>. Acesso em: 09 de julho de 2015.

127
PROGRAMA EMPREENDER
MANUAL DE IMPLANTAÇÃO

Módulo 3:
Metodologia de Moderação e
Visualização
SUMÁRIO

Apresentação 133

1 - A Metodologia de Trabalho com Núcleos Setoriais 135


1.1 - O Metaplan..................................................................................................................................135
1.2 - A Participação............................................................................................................................136
1.3 - A Moderação............................................................................................................................... 137
1.4 - A Visualização........................................................................................................................... 138
1.4.1 Funções e vantagens da visualização............................................................................139
1.4.2 Vantagens da visualização...............................................................................................139
1.5 - Os Princípios Básicos do Trabalho Participativo............................................................... 140
1.5.1 O debate ativo e consistente............................................................................................ 141
1.5.2 A responsabilidade compartilhada.................................................................................142
1.5.3 Sentimento de Grupo.........................................................................................................143
1.6 - Orientações para a Moderação e Visualização em Reuniões .......................................145
1.6.1 O trabalho de moderação por meio de fichas...............................................................145
1.6.2 Os elementos da visualização..........................................................................................145
1.6.3 Recomendações para o trabalho com os Núcleos..................................................... 147
1.6.4 Principais ferramentas (kits) de trabalho com grupos ............................................ 148

2 - Utilização do Metaplan 151


2.1 - Tempestade de Ideias (Brainstorming)................................................................................ 151
2.2 - Oficina de Planejamento Estratégico dos Núcleos..........................................................152
2.2.1 Abertura dos trabalhos......................................................................................................152
2.2.2 Apresentação pessoal.......................................................................................................152
2.2.3 Programação do encontro...............................................................................................153
2.2.4 Apresentando o Metaplan................................................................................................153
2.2.5 Método de planejamento.................................................................................................153
2.2.6 Definição do público-alvo do Núcleo............................................................................154
2.2.7 Diagnóstico participativo..................................................................................................154
2.2.8 Estabelecendo o Objetivo Geral.....................................................................................156
2.2.9 Estratégias, resultados, metas e indicadores............................................................. 157
2.2.10 Definição das ações........................................................................................................ 158
2.2.11 Identificando as premissas............................................................................................. 160
2.2.12 Relatório do planejamento............................................................................................ 160
2.2.13 Considerações finais....................................................................................................... 160
3 - Referências Bibliográficas 161

Lista de Figuras
Figura 1: Princípios básicos do trabalho participativo.........................................................149
Figura 2: Elementos da visualização.......................................................................................149
Figura 3: Recomendações para a escrita.............................................................................. 150
Figura 4: Vantagens da visualização...................................................................................... 150
Figura 5: Apresentação pessoal...............................................................................................152
Figura 6: Programação................................................................................................................153
Figura 7: Estrutura de planejamento estratégico.................................................................153
Figura 8: Definição de público-alvo.........................................................................................154
Figura 9: Matriz FOFA...................................................................................................................155
Figura 10: Atividade de Diagnóstico FOFA.............................................................................156
Figura 11: Definição do Objetivo Geral...................................................................................... 157
Figura 12: Definição das Estratégias....................................................................................... 158
Figura 13: Definição dos Resultados....................................................................................... 158
Figura 14: Definição das Ações.................................................................................................159
Figura 15: Identificando as Premissas.................................................................................... 160
Lista de Tabelas
Tabela 1: Pergunta orientadora.................................................................................................142
Apresentação
Este módulo apresenta a metodologia
de trabalho com os Núcleos Setoriais, pois
inicialmente a condução de reuniões de grupos
parece uma atividade relativamente simples,
principalmente para aqueles profissionais que
já dominam as técnicas de trabalhos coletivos.
Entretanto, cabe recordar que, dentro do
Programa Empreender, o Consultor necessita
de uma série de instrumentos específicos que
vão ao encontro das necessidades individuais e
do grupo. A forma como ele modera as reuniões
contribui de forma expressiva para o êxito do
trabalho junto aos Núcleos Setoriais.
Considerando todas as características e a
dinâmica implícita nos Núcleos Setoriais (papéis
desempenhados, fases e funcionamento dos
Núcleos), é necessário que a moderação seja
vista como uma facilitação das propostas
individuais e do grupo, e com apoio das ações
adotadas. Constitui, portanto, um recurso que
auxilia no alcance dos objetivos propostos.
A base da moderação aqui utilizada se baseia
em alguns elementos de outras metodologias,
que empregam o enfoque participativo para
trabalhos com grupos, como, por exemplo, o
Metaplan.

133
1 A Metodologia de Trabalho
com Núcleos Setoriais

No processo de construção coletiva, mais


especificamente no que se refere aos Núcleos
Setoriais, o elemento primordial, que norteia 1.1 O Metaplan
todo o trabalho, são as contribuições que os
participantes trazem. Dessa forma, deve- A metodologia de moderação e visualização
se utilizar uma metodologia de trabalho é uma técnica utilizada no trabalho com
que possibilite a compatibilização entre as grupos, conhecida como Metaplan. O método
necessidades levantadas pelos empresários e a foi desenvolvido a partir dos anos 70, por uma
flexibilização da proposta de trabalho de modo a empresa de Consultoria alemã orientada para
satisfazer as expectativas de todos. a capacitação de executivos de empresas –
A metodologia do Empreender fornece Metaplan Gmbh.
instrumentos que permitem administrar os A principal função do Metaplan é democratizar
conteúdos gerados pelos participantes, canalizar o uso da palavra, possibilitar a geração de uma
as informações e construir resultados coletivos. memória coletiva e promover a sistematização e
Nesse contexto, a metodologia de trabalho ordenação das ideias e informações.
com os Núcleos Setoriais contempla os seguintes A técnica permite a participação das pessoas
elementos: registrando suas ideias em tarjetas coloridas,

Participação; fixando-as de forma organizada em painéis para

Moderação; visualização, apresentação e discussão com o

Visualização; grupo.

Orientação para resultados. A técnica é destinada a:

O elemento que trata da orientação para Processo de moderação de reuniões de


resultados advém do método ZOPP (Planejamento grupos de trabalho com enfoque participativo;
de Projeto Orientado por Objetivos). É um método Moderação de oficinas de planejamento,
de planejamento desenvolvido e adotado monitoramento e avaliação.
oficialmente pela GTZ (Agência Alemã para Pode ser usado em qualquer circunstância e
Cooperação Técnica), desde 1983, em todos os com qualquer tipo de grupo social, independente
projetos da Cooperação Técnica Alemã. O método de classe, nível de conhecimento, grau de
ZOPP incorporou ao processo de planejamento as instrução e idade.
técnicas de moderação e visualização (Metaplan), O Metaplan se apoia em três componentes
ajustando a sua aplicação para os envolvidos nos fundamentais:
projetos técnicos da cooperação. A visualização constante de todo o
trabalho produzido;
O trabalho em grupo;
E o trabalho de moderação.
O Metaplan demonstra flexibilidade
possibilitando a alteração contínua e sistemática

135
das análises e dos resultados, conforme a
dinâmica própria de cada sistema e a necessidade
de ajustes a partir da aprendizagem obtida com a 1.2 A Participação
ação dos participantes.
O Metaplan configura o eixo principal para o O primeiro elemento, a participação, diz respeito
entendimento das relações, fluxos e estruturas a uma terceira linha metodológica desenvolvida
que são vivenciadas pelos integrantes do Núcleo a partir das experiências do Metaplan, do método
setorial complementando e fortalecendo a ZOPP e por diversas instituições e profissionais
efetividade da participação e da motivação. que trabalham sob os princípios do trabalho
participativo, chamado de Enfoque Participativo.
Independente do método utilizado de
planejamento, o Enfoque Participativo pressupõe
que todo o conteúdo a ser trabalhado por
grupos parte das experiências, vivências e
conhecimentos dos participantes, ou seja, os
indivíduos que compõem o grupo é que definem
os pontos principais a serem trabalhados –
áreas que receberão a intervenção. Por isso a
importância da seleção prévia dos participantes,
de forma a estabelecer um determinado grau de
homogeneidade no grupo a ser formado.
O intercâmbio e a socialização das realidades
individuais com os demais “companheiros de
adversidade” permitem conhecer e confrontar
as possíveis diferenças das reações e formas de
agir de cada participante, o que contribui para
a ampliação dos horizontes com alternativas e
novos caminhos.
Dessa forma, a participação constitui o eixo
para que todo o processo de aprendizagem
seja eficaz no que diz respeito à essência de
sua proposta – compartilhamento e realização
conjunta.

136
Assim, a moderação de Núcleos Setoriais
deve facilitar o compartilhamento de
1.3 A Moderação informações e provocar discussões, deve ser
um meio de transformar a comunicação entre as
Do latim Moderatione, moderação significa ato pessoas, tornando-a mais objetiva e produtiva,
ou efeito de moderar, tornar adequado ou, todavia, favorecendo as diferentes contribuições feitas
qualidade que consiste em evitar excessos pelos participantes.
ou falta, prudência ou comedimento. Ou seja, As intervenções da moderação no trabalho de
moderação é o trabalho de facilitar a conversa um grupo têm que ser precisas, pois o Consultor,
entre pessoas em grupo com o propósito de enquanto moderador trabalha simultaneamente
promover a participação ativa dos indivíduos com duas funções.
de forma equitativa e produtiva, aproveitando o Ao ser convidado para o trabalho de Consultor,
melhor da contribuição de cada um e do tempo ele recebe da coordenação da ACE a função de
disponível para a discussão. conduzir o processo de trabalho, objetivando
Neste contexto, o Consultor, durante o trabalho um ou mais produtos: um relatório, um projeto
com os Núcleos Setoriais, é a pessoa que tem delineado ou o auxílio à solução dos problemas
como função estabelecer o equilíbrio e regular empresariais/organizacionais dos participantes.
as discussões de um grupo de trabalho para que Por outro lado, após iniciar as discussões, o
as diferenças entre as opiniões e conhecimentos Consultor recebe do grupo a função de conduzi-
dos participantes não se manifestem de forma los da forma mais imparcial possível nos
desordenada ou negativa, fazendo com que o trabalhos, o que inclui, por exemplo, “proteger” o
grupo possa atuar de forma harmônica, produtiva grupo de interferências externas. O processo de
e eficaz por meio de regras de convivência moderação deve conciliar essas duas posições
definidas em conjunto e aceitas por todos. do Consultor.
A moderação de um grupo tem como funções A função do Consultor e a sua autoridade
básicas: advêm de dois pressupostos básicos:
Mobilizar e estimular a energia criativa, a
capacidade de análise crítica, os conhecimentos Sua competência técnica
e experiências individuais dos participantes; Ele domina as técnicas de moderação,
Oferecer ao grupo técnicas apropriadas planejamento, dinâmicas de grupo, bem como
para facilitar o desenvolvimento dos trabalhos; os elementos de gestão empresarial; é apto
Viabilizar procedimentos de Consultoria para identificar, reconhecer e diagnosticar
para o trabalho com grupos que apresentem problemas nas empresas dos participantes, além
problemas e situações semelhantes, de daqueles relacionados à comunicação entre os
realidades e graus de complexidade distintos; participantes e de lidar com os mesmos. Para
Manter em movimento o processo tanto, ele tem que detectar a hierarquia que
participativo de discussão com perguntas que se estabelece dentro de qualquer grupo e das
permitam a todos expor seus pontos de vista; distintas estruturas.
Criar um ambiente informal e agradável
para viabilizar a discussão de temas importantes Sua neutralidade
e delicados, não abordados habitualmente pelos Ele tem de transmitir ao grupo que ele
participantes. não desfruta de benefício pessoal na condução

137
do debate. No caso da moderação de reuniões
de Núcleo setorial, o Consultor deve portar-
se com imparcialidade em todo o processo, 1.4 A Visualização
estabelecendo as soluções de problemas e ações
em conjunto com os participantes. A visualização caracteriza um processo a partir
do qual a informação é transmitida e transformada
visualmente com a coleta, agrupamento e
apresentação de dados. A visualização permite
um entendimento imediato dos procedimentos
e análises. A comunicação continuada de cada
informação contribui para a assimilação de todo
o processo e permite a equalização da visão
entre agentes envolvidos.
A visualização pode ser utilizada de diversas
formas:
a) Apresentação, pelo moderador ou outra
pessoa, de temas previamente debatidos
e visualizados levando em conta que as
informações dadas ao grupo devem ser dosadas,
pois informações em excesso desnorteiam;
b) Visualização simultânea de uma reunião de
debate por um moderador, diretamente sobre
folha de papel grande com pincel atômico ou por
meio de fichas escritas pelo moderador, presas
em painel, quadro ou parede tomando o cuidado
de não interferir no trabalho do grupo;
c) Visualização das contribuições dos
participantes de um evento com moderação ativa,
no qual a visualização é prerrogativa do grupo ou
pode estar a cargo do moderador, sendo que os
participantes lhe fornecem as fichas escritas;
d) Visualização permanente de regras,
procedimentos, programas, paralelamente ao
trabalho de grupo, que inclusive, pode não dispor
de moderador formal.
Nos casos “a” e “d”, a visualização tem como
função complementar a apresentação das
regras de uma nova etapa ou a introdução de
novos conteúdos na discussão. A visualização,
portanto, não substitui a apresentação verbal,
por isso deve ser “limpa”, isto é, conter o mínimo
de informações.

138
Nos casos “b” e “c”, o moderador exerce uma Prestar a devida atenção às posições dos
função ativa junto ao grupo em diferentes níveis membros mais fracos do grupo;
de intensidade. Alcançar os objetivos propostos por meio
Vale, como regra geral, que as informações da obtenção de resultados concretos.
dadas pelo moderador ao grupo, devem ser Todos estes aspectos são importantes na
visualizadas para fins de registro e fazer parte da medida em que os objetivos do intercâmbio e
documentação. constante compartilhamento de experiências
No cuidado e capricho com a visualização, demandam técnicas de sistematização e
o moderador demonstra respeito com os gerência dos dados.
participantes e o trabalho deles, gerando
satisfação no grupo e maior grau de identificação 1.4.2 Vantagens da visualização
com os painéis e quadros.
Constituem vantagens dessa técnica:
1.4.1 Funções e vantagens da visualização A visualização é imediata e sem
interrupção: não há necessidade de uso de
Há muitos motivos pelos quais um grupo equipamentos eletrônicos, fazer impressões, nem
poderia decidir por se reunir e trocar informações. anotações de apoio necessitam ser fotografadas;
Por um lado, as ações de agregar, estruturar, A flexibilidade: as tarjetas – cartelas
combinar, transformar e distribuir a informação ou cartões, como são chamados – são fixados
são atividades que cada organismo vivo do com fita adesiva ou alfinetes e podem ser
planeta e, também, que toda organização reestruturados durante o processo de uma
desenvolve diariamente, pelo simples motivo discussão;
de que são essenciais para a continuidade da O transporte: os quadros, painéis e os
vida. Por outro lado, a troca de informações pode materiais podem ser facilmente transportados a
servir a propósitos específicos, dos quais os mais qualquer lugar;
importantes são: A simplicidade na utilização: é
Facilitar a recepção por parte de um comparativamente mais fácil aprender como
indivíduo ou mais; usar esta tecnologia;
Facilitar o processamento por parte de O custo reduzido: as tarjetas e quadros
um indivíduo ou mais; podem ser adquiridos facilmente ou serem feitos
Facilitar a distribuição aos demais e o pelo próprio usuário a custos bastante reduzidos.
nivelamento e socialização a todos. Além dos aspectos práticos da utilização
Assim a técnica de visualização se mostra da ferramenta, outras vantagens podem ser
como um recurso extremamente conveniente atribuídas à técnica de visualização permanente,
para a rápida documentação de resultados de que enriquecem o processo de construção
uma discussão em grupo sendo relativamente participativa, tais como:
econômica e de fácil manejo. Além disso, a Possibilita a distinção entre informações
visualização em discussões de grupos auxilia a: essenciais e secundárias;
Manter o assunto em andamento, Racionaliza a discussão e permite
evitando dispersões ou confusões; aprofunda-la;
Clarear e administrar os conflitos; Possibilita representar de forma didática
Alcançar um sentido comum; situações complexas;
139
Aumenta a transparência do processo de
trabalho de grupo;
Registra afirmações, divergências e
1.5 Os Princípios Básicos do
Trabalho Participativo
conclusões instantaneamente. Não há dificuldade
para retomar posteriormente ao assunto ou para
O Empreender por meio de trabalho participativo
resumi-lo;
propõe reunir empresários que atuam de forma
Possibilita armazenar ideias e
isolada em grupos com foco e objetivos comuns.
informações para uso e discussão posterior;
Para isso, além das orientações relacionadas às
Permite a modificação dos painéis,
etapas de sensibilização, planejamento e gestão,
pois as fichas são móveis e colocadas em sua
é necessário considerar aspectos voltados às
disposição definitiva apenas no final do evento;
relações humanas e sociais.
Possibilita guardar os painéis e utiliza-
De acordo com teorias da psicologia, a
los posteriormente em novos trabalhos ou para
participação efetiva dos indivíduos, em qualquer
a documentação. Eles podem ser copiados ou
processo pelo qual estão passando, só é possível por
fotografados facilitando a confecção de relatório
meio de estímulos que estes recebem. Ou seja, tem
do evento;
de haver motivação para que as pessoas realmente
Garante a participação de todos sem
se comprometam e, portanto, participem.
diferenciação de hierarquia ou influência da
O estímulo à participação nas reuniões dos
timidez individual, pois as fichas são anônimas;
Núcleos Setoriais depende de uma série de variáveis
Permite que cada participante veja
que vão desde a motivação do Consultor, passando
suas contribuições nos painéis e identifique sua
pela forma como o grupo é provocado, até os fluxos
parcela no trabalho conjunto.
de relacionamento que se estabelecem entre os
distintos agentes que interagem no grupo são
importantes.
O processo deve possibilitar e estimular
o compartilhamento de conhecimentos e
experiências, para assim agregar valor por meio do
aprendizado mútuo. Diferentes competências e
habilidades complementam o potencial do grupo e
de cada participante.
É importante entender que mesmo com
objetivos comuns e com certa homogeneidade, o
grupo é formado por pessoas com crenças e valores
diferentes, e, portanto, com comportamentos
e atitudes distintas. O processo e a moderação
devem conduzir o grupo a agir com respeito e a criar
relações de confiança.
Os princípios básicos do trabalho participativo
constituem-se, portanto, no debate ativo e
consistente, na responsabilidade compartilhada e
no sentimento de grupo.

140
1.5.1 O debate ativo e consistente do grupo em si para criar um ambiente que
facilite o debate ativo e permita a manifestação
Todo início de trabalho com um Núcleo e contribuição de todos. Para isso, é fundamental
começa impreterivelmente pela identificação dos formular perguntas orientadoras de forma correta
fatores e problemas1 do objeto em análise. São que digam respeito à realidade dos participantes,
os primeiros debates no processo de formação utilizando-as nos momentos adequados.
do grupo. Geralmente não é uma tarefa simples e Um grupo só se compromete se entende:
tampouco se restringe ao início do processo. O que se espera dele;
Há duas situações bastante comuns que o Por que deve executar determinada
Consultor deve estar preparado para encontrar. A tarefa;
primeira diz respeito ao entendimento que alguns Como deve fazê-la;
empresários têm em relação aos problemas e Qual o resultado final esperado;
aos meios para solucioná-los. Em muitos casos a Quais os possíveis usos dos resultados.
responsabilidade pelas dificuldades é transferida Durante a condução das discussões do
para outros, como o governo, ou o empresário Núcleo, o Consultor tem como tarefa básica
embasa suas teorias em percepções e não em esclarecer estes pontos. Ao se iniciar uma
fatos. Situações como essa podem direcionar nova etapa, os pontos devem ser explicados
o grupo para debates sem consistência e ao ao grupo e as perguntas respondidas. Durante
planejamento de ações equivocadas. o trabalho, a explicação desses aspectos deve
A segunda situação diz respeito às pessoas estar visualizada permanentemente, geralmente
acostumadas ao estilo autoritário, que na forma de uma pergunta a ser respondida pelo
têm dificuldade de abandonar, mesmo que grupo.
temporariamente no âmbito das reuniões dos Em relação à consistência dos debates, o
Núcleos Setoriais, o estilo rotineiro de trabalho e Consultor também tem a tarefa de identificar
experimentar novas formas de se comunicar, se as discussões sem propósitos que não levam o
expor e trabalhar com outros. Nestes casos, os grupo a lugar algum, e ficar atento às colocações
demais membros podem enxergar o participante sem fundamentos de alguns participantes,
autoritário como alguém com poder dentro geralmente polêmicos, que insistem em certos
do grupo e se sentirem desconfortáveis, e até debates.
enganados, já que a proposta inicial enfatiza a O princípio básico da moderação se resume
participação e a construção coletiva. a propiciar perguntas como fio condutor do
A moderação por parte do Consultor, desenvolvimento do trabalho de um grupo que,
profissional que conduz o processo, é uma além de reduzir as possibilidades de que o grupo
proposta metodológica para auxiliar no se sinta dominado pelo Consultor, direciona o
aperfeiçoamento da postura individual no grupo para um debate saudável e produtivo, que
trabalho em grupo, no planejamento de ações, motiva os participantes e estimula a participação
no aprendizado da interação democrática entre ativa.
as diferentes pessoas que o compõe. Ao estimular uma discussão de interesse de
O Consultor tem que conhecer e aceitar os todos os participantes, a pergunta que inicia a
diversos perfis presentes. Manter a confiança nova etapa tem um impacto muito grande. Para
tanto deve ser bem preparada a pergunta:
1 Os fatores e problemas se referem a todos os temas que
direcionam os debates do grupo, sendo amplamente analisados
para garantir a relevância das ações e objetivos.
141
Deve Não deve A “moderação automatizada”, na qual cada
Ser clara e objetiva Gerar dúvidas evento se iguala aos anteriores, com rotina e
Despertar curiosidade Gerar justificativas talvez mesmo com uma suposta perfeição,
Ser interessante Ser desagradável/ incômoda
pode ser prejudicial ao grupo. Cada grupo quer
Levar a respostas fechadas (sim
Favorecer várias opiniões e tem o direito a um tratamento diferenciado por
ou não)
Suscitar novas perguntas Dirigir-se a uma só pessoa parte do Consultor. Este deve se preparar para
Estar bem visualizada Ser camuflada cada reunião de maneira diferenciada e conduzir
Tabela 1: Pergunta orientadora cada reunião de acordo com as necessidades
do grupo, sejam estas articuladas ou não, e não
É importante sempre utilizar as técnicas de conforme alguma “ortodoxia” ou “tradição”.
visualização e não apresentar perguntas ‘soltas’ Quando o Núcleo apresentar um número maior
que não permitam a contribuição e ordenação de participantes, a pergunta colocada pode ser
das ideias. O Consultor deve se preparar bem para tratada em subgrupos. Cada pessoa tem mais
formular perguntas adequadas ao perfil do grupo tempo disponível para contribuir propiciando o
e pertinentes ao contexto das empresas, que estímulo à motivação e participação de todos,
não apresentam riscos de má interpretação ou e a socialização dos resultados dos subgrupos
descontentamento dos participantes. ocorre em plenária.
Deve prevalecer a regra de que a discussão e a Grupos pequenos aumentam a produtividade
solução, ou pelo menos, esclarecimento de conflitos possuem mais chances aos participantes
pessoais surgidos no debate, têm preferência sobre de opinar, principalmente os mais inibidos.
a continuidade da discussão temática. Também aumentam o grau de responsabilidade
Enquanto houver divergências pessoais não e participação, pois recebem (e assumem) uma
trabalhadas, não há espaço criativo suficiente para tarefa e têm que apresentar os resultados aos
debater os temas. O Consultor deve desenvolver sua demais.
percepção para detectar fontes de agressividade
e resistência. A comunicação não verbal, por 1.5.2 A responsabilidade compartilhada
exemplo, pode anunciar conflitos. A situação deve
se possível, ser esclarecida diante do grupo, sem Além das ideias e opiniões, há sentimentos
maior envolvimento ou justificativas por parte do circulando pelo grupo: frieza, aborrecimento
Consultor, pois ele corre o perigo de perder sua e desconfiança podem bloquear o trabalho.
imparcialidade. Quando o Consultor detecta a dificuldade do
O Consultor deve ter autocrítica, admitir erros e grupo em se articular, por exemplo, pelas poucas
desculpar-se por elas quando houverem, mas não contribuições recebidas ou pelo aumento no
entrar em longas justificativas – quem se justifica, número de pessoas se levantando e andando
se acusa. pela sala, ele deve entrar em estado de alerta. A
Todo movimento do Consultor (a mímica, o baixa participação é um termômetro do nível de
ritmo, o tom de voz) é registrado e tem influência desmotivação e deve ser considerada sob todos
na motivação do grupo. O Consultor tem que atuar os ângulos. Ela pode ter causas simples e, neste
naturalmente, conhecer seus pontos fracos e fortes. caso, demanda soluções simples, como:
Ele pode procurar apoio de outros numa situação Dividir o grupo em subgrupos após
crítica, evitando que seus limites prejudiquem o intervalos ou quando há dominação por parte de
grupo. poucos participantes;

142
Evitar sempre ambientes com o Consultor cometeu algum erro ou “se perdeu”,
temperaturas muito baixas, fechados, com a melhor alternativa é ser franco: “desculpem
muitos ruídos ou exposição demasiada ao sol; minha falha!”.
Evitar que organizadores de eventos Sugerir ao grupo um “flash”: cada
ofereçam refeições pesadas; participante fala em um ou dois minutos como
Perguntar ao grupo se quer intervalo de se sente, o que está achando do trabalho e
café; qual a sua sugestão para continuar. A palavra
Trocar de sala; passa de um para outro, seguindo a ordem no
Redefinir os objetivos a serem atingidos círculo; ninguém deve responder à fala de outro
pelo grupo. participante. O Consultor visualiza no quadro as
Por outro lado, a desmotivação pode ter sugestões para uma discussão sobre a estratégia
causas mais graves, que demandam ações a ser seguida.
preventivas no trabalho com o grupo, pois Poder falar sobre a desmotivação é a base
quando um destes problemas surge pode ser para o grupo voltar a assumir novamente a
tarde para a continuidade do trabalho sem atritos responsabilidade em relação às divergências, e
que comprometam a participação efetiva. retomar bons níveis de participação.
Em situações tensas, o grupo facilmente critica Nem sempre, porém, é possível motivar
o Consultor: “não há disciplina”, “o trabalho não novamente o grupo. Em situações extremas,
esta rendendo”, “o método é inadequado”. Uma como incompatibilidade de opiniões ou atritos
vez desmotivados os empresários se afastam a pessoais, o Consultor deve expor ao grupo as
partir de desculpas como essas, e não se sentem graves consequências destes fatores sobre o
mais responsáveis pelos resultados, nem mesmo processo e sugerir a interrupção do trabalho do
pela situação instalada. Núcleo setorial, marcando simultaneamente data
O Consultor não deve reagir a estas acusações, para sua retomada.
pois a reação direta é precipitada e facilita ao
grupo achar um culpado. O conflito deve ser 1.5.3 Sentimento de Grupo
retransmitido ao grupo e submetido à discussão.
A forma pela qual o Consultor pode intervir é Faz parte das atribuições do Consultor,
tornar manifesto o desconforto pelo qual o grupo enquanto moderador, fomentar um sentimento
está passando, fornecendo a ele instrumentos de grupo, de modo que cada um se sinta
para lidar com a falta de energia criativa. representado nos resultados finais de cada
Quando um grupo não avança no trabalho e reunião de Núcleo setorial. Além de sua habilidade
apresenta sinais de desmotivação, o Consultor individual na comunicação interpessoal, o
pode: Consultor, deve:
Intervir rapidamente com perguntas Sempre buscar o consenso. O consenso
para que o grupo se conscientize da situação sempre implica em compromissos. Estes devem
momentânea; ser aceitáveis para todos. Se não for possível,
Lembrar ao grupo que o trabalho é dele, deve registrar as divergências e visualizá-las, ou
não do Consultor! Oferecer-se para discutir o sugerir ao grupo dar peso com pontos coloridos
método em outro momento, pois este tipo de para escolher uma das propostas, evitando
discussão é apenas uma válvula de escape do sempre o termo “votação”, pois alguém ou um
grupo para fugir de suas responsabilidades. Se subgrupo sempre sai derrotado;

143
Levar o grupo a seguir algumas regras participação, mas ela não é um peso demasiado,
comuns, por exemplo: pois o resultado do trabalho é antes de tudo

•Falar de forma precisa e concisa; responsabilidade do grupo. Se um grupo

•Concentrar no tema em questão; trabalha de forma integrada, o Consultor

•Contrato de convivência. age espontaneamente sem formalidades na


Não criticar ou elogiar individualmente condução da discussão.
um participante excluindo os demais;
Cada ideia, colaboração e proposta são
importantes, mesmo que seja repetida. Temas
que não têm relação direta com a discussão atual
são registrados em tarjetas, afixadas à parte, e
abordados em outro momento.
O Consultor deve treinar sua postura, como
falar de forma clara e pausadamente; pedir
atenção com colocações, como “Beltrano tem
uma dúvida”; falar diretamente com as pessoas,
não com os quadros, chamando-as pelo nome;
não se segurar em objetos ao redor; aceitar ajuda
dos participantes.
Uma reunião com moderação é uma reunião
de trabalho com uma metodologia específica.
Uma reunião de Núcleo Setorial não é um
evento social, mas também não é um curso.
Tomar cuidado com pessoas alheias ao trabalho
(observadores) quando presentes na sala, pois
em muitos casos:
Despertam desconfiança no grupo;
Inibem a espontaneidade das colocações;
Interferem levantando questões não
pertinentes.
Para a consolidação do sentimento do grupo,
deve haver apenas Consultores e empresários
no ambiente de trabalho. Uma das situações
mais delicadas é a presença de jornalistas ou
equipes de TV; fazem ruído interferindo, na
concentração do grupo e provocam mudança no
comportamento das pessoas, diferentemente da
participação de diretores e presidentes das ACE
e demais membros do Comitê Gestor Local que
podem participar frequentemente das reuniões.
A responsabilidade do Consultor é grande
na moderação das discussões e estímulo à
144
Folhas de papel Kraft, folhas de flip-chart
ou painéis de cortiça ou isopor. Podem ser tipo
1.6 Orientações para a softboards ou afixados na parede;
Moderação e Visualização em
Tarjetas de cartolina, em diferentes
Reuniões
formatos, tamanhos e cores, podendo ser

1.6.1 O trabalho de moderação por meio de comprado papel sulfite colorido e cortado em 02

fichas ou 03 tamanhos;
Pincéis atômicos, para escrita nos

O trabalho de moderação se dá em conjunto cartões;

com as técnicas de visualização por meio de fichas Alfinetes para mapa, adequados para

e outros instrumentos que são apresentados a afixar de forma flexível os cartões nos painéis;

seguir2. Cola líquida, fita adesiva (tipo crepe),

O procedimento geral para a coleta de ideias tesouras, régua.

registradas em fichas e sua estruturação simples


em painéis é: Softboards

Fornecer para cada participante fichas e


pincel atômico; Softboards são painéis com uma largura

Recolher as fichas preenchidas e fixá- de 1,25m e uma altura de 1,50m, mantidos por

las no quadro para que todos saibam o que já foi um quadro de madeira, metal ou plástico numa

escrito; posição vertical a aproximadamente 0,50m acima

Quando todos tiverem terminado, o do nível do chão. Geralmente os Softboards são

moderador lê tarjeta por tarjeta ao grupo. Neste cobertos de material suave, para afixação dos

momento, caso haja dúvidas na interpretação do demais elementos e são utilizados como recursos

conteúdo da tarjeta, o mesmo deve ser explicado à visualização, devido aos seguintes aspectos:

pelo seu autor. Possibilidade para afixação de papel

Efetuar uma análise: “O que falta?”; (folhas de flipchart, papel A4, etc.) e tarjetas,

Iniciar a organização e a fixação das facilmente com alfinetes sobre eles;

tarjetas de acordo com uma lógica de similaridade Facilidade em transportá-los de uma

de ideia ou objetivo, com a participação do grupo; sala à outra ou para diferentes cantos de uma

Agrupadas as fichas, dar títulos às sala, servindo ao mesmo tempo como quadros e

colunas e diferentes grupos ou “nuvens”, com a como separadores das áreas de trabalho;

cooperação do grupo; Quando apresentam as duas faces para

Efetuar outra análise: “O que falta?”. afixação, permite maior flexibilidade em seu
emprego.

1.6.2 Os elementos da visualização Em caso de utilização de softboards, o


Consultor deve ter atenção com os seguintes

Os materiais básicos que constituem o aspectos:

conjunto de elementos da visualização para Decisão quanto a sua alocação e

moderação de oficinas e reuniões: disponibilidade em quantidade suficiente.


2 A oficina de capacitação tem como objetivo repassar Normalmente, é necessário: de 01 ou 02
as formas e materiais utilizados para a visualização, com mais
profundidade e de modo mais completo, a partir de exercícios softboards para uma discussão entre 5 a 10
práticos que possibilitem aos consultores vivenciar as dinâmicas e
as técnicas de moderação e visualização.
pessoas;
145
Verificação do bom estado de uso; As setas são usadas para ligar tópicos ou itens
Afixação de uma folha de papel grande (tipo ou ainda reforçar e destacar algum aspecto que
flipchart) em cada lado do softboard; mereça atenção.
Colocação de número suficiente de Vários sinais ou símbolos podem ser
alfinetes na borda superior de cada softboard; empregados, ao lado dos conteúdos das tarjetas,
Distribuição dos softboards, mesas, para evidenciar que, por exemplo, naquele ponto
cadeiras de uma forma que cada participante do houve discordância.
grupo seja capaz de ver o painel, nitidamente.
Quando não se tem os softboards, deve-se A Redação das Tarjetas
procurar espaços com paredes amplas, sem
janelas, quadros ou obstáculos e afixar papel Escrever é um dos modos mais simples de
Kraft. Nos casos de se usar o papel Kraft, deve- armazenar informação e de visualizá-la. Na
se fixar as tarjetas com fita crepe. Visualização empregada pelo trabalho com os
Núcleos Setoriais, a escrita é efetuada em tarjetas.
Tarjetas Isto apresenta certo número de vantagens se
comparado com a escrita nos quadros-negros
As tarjetas são formas geométricas ou flipcharts:
confeccionadas em cartolina em diferentes Cada participante da reunião pode fazer
cores. Constituem um dos principais recursos sua contribuição em tarjetas sem deixar seu lugar.
empregados na Visualização Móvel. Geralmente, Por esta razão, escrever tarjetas é conveniente
as tarjetas encontram-se disponíveis em 06 para todo mundo e, se desejado, as ideias de um
cores claras (branco, amarelo, verde, azul, rosa grupo podem ser recolhidas e visualizadas sem
e alaranjado) e em 03 formas (retangular, oval e revelar a autoria das contribuições individuais.
circular). As informações, uma vez escritas em
Outros formatos têm sido utilizados (como tarjetas, podem ser agrupadas, arranjadas
as nuvens) para títulos, de forma a propiciar um ou reorganizadas numa imensa variedade de
maior número de elementos. (colocar a imagem maneiras. Isto é simplesmente impossível com
dos modelos de tarjetas) a informação escrita em quadros-negros ou
flipcharts.
Outros Elementos Gráficos Obviamente, não apenas o total arranjo
das informações, mas também componentes
Existem também vários elementos tais como isolados podem ser facilmente trocados, se
etiquetas adesivas ou ainda linhas conectoras, escritos sobre tarjetas. Isto permite rápida
sinais e setas, etc. (boa parte deles pode ser correção ou refinamento de afirmações
obtida com o emprego de pincéis atômicos). individuais.
As linhas de ligação são confeccionadas com Para utilização das tarjetas de forma eficaz,
o auxílio de pincéis atômicos ou fitas adesivas o Consultor deve considerar certas regras
coloridas, são utilizadas para ligar um elemento a de visualização, normas e estimular que os
outro. Os pontos podem ser usados para marcar participantes as utilizem.
um ou muitos cartões, por exemplo, aqueles que
você deseja discutir durante a reunião atual ou
os mais importantes.
146
1.6.3 Recomendações para o trabalho com os forma legível e certificar-se de que a tarefa foi
Núcleos entendida;
Organizar o grupo e distribuir as tarefas e
Nas primeiras reuniões os participantes quais são as etapas do trabalho;
precisam conhecer a metodologia de moderação Estabelecer horário de trabalho, estimar
e visualização, quais instrumentos e ferramentas quanto tempo requer cada etapa e monitorar
são utilizados e quais as etapas do processo. o desenvolvimento das tarefas em função do
Geralmente essas recomendações são tempo;
apresentadas verbalmente pelo Consultor quem Determinar tempo para reflexão individual
domina a metodologia e orienta os empresários de cada participante, sem falar;
a cada atividade. Algumas dicas mais básicas Dividir os subgrupos tomando alguns
podem ser apresentadas em tarjetas, mas sempre cuidados especiais, tais como:
tomando o cuidado para não exigir mais atenção •Os subgrupos devem ter entre 4 e 6
para a metodologia do que para os debates e pessoas;
resultados das discussões. •Lideranças ou perfis mais dominantes
não devem ficar todos no mesmo grupo;
Recomendações para o trabalho em grupo •Flexibilizar a troca de grupo, em função
da afinidade com o tema ou com os demais
Para o trabalho em grupo com as técnicas de participantes;
moderação e visualização, principalmente nos •Verificar antes da reunião/oficina se o
trabalhos com subgrupos, são apresentadas espaço e a acústica são adequadas para trabalho
inicialmente as seguintes recomendações para em subgrupos;
os participantes: •Definir o tempo dos debates conforme
A partir da distribuição das tarefas e a programação do encontro para não estender
divisão dos subgrupos, verificar quem modera e ou não ter tempo suficiente para o debate e para
quem organiza a visualização; terminar a reunião no horário previsto;
Registrar as ideias em tarjetas, permitindo Visualizar os resultados após a finalização
que todos manifestem as opiniões para o debate; das apresentações dos subgrupos e concluir
Fazer a leitura, esclarecer, ordenar e a respeito, procurando verificar se há mais
analisar todas as contribuições, identificando contribuições dos participantes;
pontos em comum, contradições e divergências; Se não houver apresentação dos
Visualizar os resultados e concluir a subgrupos, o Consultor deve fazer a leitura,
respeito, procurando verificar o que o grupo esclarecer, ordenar e analisar todas as
deseja transmitir à plenária; contribuições, identificando pontos em comum,
Preparar a apresentação dos resultados, contradições e divergências;
verificando quem vai expor as conclusões. Ao final da reunião arrumar o local de
Para o Consultor, as recomendações são mais trabalho, guardando todos os materiais utilizados.
abrangentes. Ele tem a função de se preocupar
com as seguintes questões:
Preparar um lugar adequado para o
trabalho;
Escrever o tema ou a pergunta de

147
Recomendações para a apresentação em 1.6.4 Principais ferramentas (kits) de trabalho
plenária com grupos

A forma como o Consultor apresenta e Para o trabalho em grupo devem ser


conduz as reuniões, sua postura, tom de voz, e repassados aos empresários os elementos e
outros aspectos relacionados ao processo de recomendações já apresentados. Para isso o
comunicação, são fundamentais para manter Consultor pode ter alguns conjuntos de tarjetas
o interesse e a participação do grupo. Para isso (kits) permanentes que utiliza em diversos
apresentamos algumas recomendações: momentos.
Para a apresentação, primeiramente deve- Para utilizar esses kits ele precisa passar
se estabelecer contato com a plenária, assim, pela oficina de capacitação, pois apresentar
capta-se a atenção dos presentes; um material sem conhecimento pode dar aos
É necessário ler todas as fichas, pois a empresários a impressão de despreparo e pode
visualização não fala por sim mesma; mostrar as gerar desconfiança quanto a metodologia.
fichas ao fixa-las e falar devagar e em voz alta; Alguns kits são simples e devem ser
No caso da leitura, após a fixação das fichas, confeccionados a cada encontro. O recomendado
indicá-las no momento da leitura coordenando é que o Consultor prepare antes as tarjetas que já
visão e audição e associando imagem, corpo e voz; sabe que irá utilizar.
Durante toda a apresentação é importante
observar as reações e fazer perguntas para Kit: Princípios básicos do trabalho
certificar-se de que a plenária está acompanhando participativo
e entendendo a apresentação;
O Consultor deve considerar o Antes de definir os rumos pretendidos
conhecimento da plenária sobre o tema e pelos participantes do Núcleo, é importante
evitar comentários intermináveis, repetitivos ou que todos compreendam que compartilham
dispensáveis; responsabilidades e que é necessário
Nas apresentações realizadas pelo comprometimento e esforço de todos, além de
Consultor dos trabalhos individuais, dos subgrupos conhecer algumas regras para facilitar e organizar
ou do Núcleo de modo geral, deve-se apresentar o trabalho.
apenas os resultados desses sem incluir as ideias Os problemas, necessidades e objetivos podem
que o grupo ou algum participante optou em retirar ser os mesmos, mas as pessoas são diferentes
da apresentação; e têm ideias e opiniões que divergem. Isso pode
Para criar vínculo com a plenária o provocar conflitos. Cabe ao Consultor administrar
Consultor deve responder todas as perguntas e esses conflitos para que os participantes sejam
alinhar as ideias para os próximos passos. capazes de gerar melhorias e crescimento.
Essas recomendações servem especialmente Este kit é geralmente utilizado nas oficinas de
para o trabalho do Consultor, que é quem deve planejamento e em encontros estratégicos, no
dominar todos os aspectos da metodologia. período de formação dos Núcleos.
Como os empresários participam pontualmente
nas apresentações, não é necessário que eles
sejam orientados, por exemplo, sobre tom de voz
ou como fazer a leitura das ideias.

148
Elementos da
visualização
Princípios básicos do
trabalho participativo
Círculos para Organizar Numerar Ovais para tarefas Nuvens para
Todos são responsáveis pelo éxito do grupo. ressaltar algo (15cm) (10cm) específicas títulos
(20cm)
Condução dos trabalhos por moderador externo.
Não se respeita a hierarquia; as ideias é que são respeitadas!
Diversos
tamanhos Retangulares de
Procurar conjuntamente por soluções de forma aberta e transparente. Diversas tiras parafrases longas,
Fichas uso geral
Diversos formas explicacões e perguntas
(10x21cm)
Cada participante fala na sua vez e tenta ser breve e objetivo. cores

Registro visual permanente das discussões.


Escrever de forma legível; apenas uma ideia por ficha. Em TAMANHOS e cores Preferencia
Escrita
diferentes para destacar algo para o preto
As conclusões, propostas e decisões representam um consenso.
Consenso não é unanimidade.
É compromisso para a ação!
Consenso é o duro aprendizado de respeitar a opinião do
outro mesmo sendo essa diferente da nossa e, ainda assim,
Símbolos ? Falta
informação
! Importante Conflito
PAREI

trabalharmos conjuntamente com um objetivo comum.

Figura 1: Princípios básicos do trabalho participativo Desenhos

Kit: Elementos da visualização

}
Setas, linhas
Os elementos da visualização (uso de diversas e gráficos

formas, cores e tamanhos de tarjetas) enriquecem


Figura 2: Elementos da visualização
uma apresentação e ganham a atenção dos
participantes. Não devem ser utilizados em
Kit: Recomendações para a escrita
exagero, mas é importante preparar um material
Para que a escrita nas tarjetas seja eficaz e
com criatividade.
facilite o processo de debate e organização das
Os elementos da visualização são
ideias, as recomendações devem ser passadas
apresentados na íntegra na oficina de
pelo Consultor logo no primeiro momento em que
capacitação e não precisam necessariamente ser
as tarjetas forem usadas. O Consultor, entretanto,
apresentados por completo aos participantes nos
não deve agir com pressão sobre os participantes
Núcleos. Em geral eles vão tomar conhecimento
para que sigam à risca as recomendações.
ao utilizar o material durante as reuniões do
Por mais que a escrita favoreça a participação
Núcleo.
com menor necessidade de exposição, alguns
Algumas dessas tarjetas podem estar
empresários podem se sentir desconfortáveis
preparadas previamente, mas o principal objetivo
em ter que escrever por motivos como: acham
de apresentar os elementos neste momento é
que a letra não é ‘bonita’, ou até mesmo, por
conhecer as possibilidades de como utilizar.
dificuldades em função da baixa escolaridade.
O Consultor deve ficar atento ao estoque
O Consultor deve tomar muito cuidado
de material que disponibiliza para não faltar
nessas situações. Em alguns casos é possível
justamente no meio da atividade.
se aproximar e oferecer alguma ajuda, mas este
apoio também pode deixar o participante ainda
mais constrangido.
Em nenhuma hipótese o Consultor deve
corrigir erros de português, eliminar as tarjetas
cujas ideias julgar incoerentes ou irrelevantes.
Nesses casos, o Consultor deve estar circulando
e orientar os participantes antes da apresentação

149
para a plenária. Se não for possível, e surgirem que garante o êxito do trabalho do Consultor na
dúvidas, o Consultor deve questionar o grupo moderação. O pleno entendimento metodologia,
com cuidado e, se necessário, substituir ou associada ao domínio de outros métodos
complementar a ideia. complementares é que determina o ritmo das
oficinas e reuniões.
Na condução do trabalho, o Consultor deve
Recomendações
para a escrita saber dominar estes métodos, de forma a
propiciar a melhor utilização dos seus recursos
O quê? Por que?
e técnicas e, possibilitar todos os benefícios que
Escrever com Evitar
letras legível
Facilita a leitura palavras ele pode trazer a seus usuários.
Usar letra isoladas
de forma No máximo 4 Possibilita leitura
linhas por ficha a distância Explicitar A proposta da metodologia é auxiliar na
as ideias
Apenas uma Facilita a
Escrever com
lado grosso do ideia por ficha estruturação Cada ideia introdução das mudanças requeridas pelos
das ideias deve ser
pincel
Ideias consisas Reduz os mal compreensível
por si só
participantes do Núcleo Setorial, a partir da
e precisas entendidos
definição da posição que as empresas desejam
Figura 3: Recomendações para a escrita
ocupar dentro de um determinado período de
tempo. Geralmente os participantes acreditam
Kit: Vantagens da visualização
que tem “total compreensão” dos problemas que
O kit a seguir apresenta as principais
os afetam e de como suas empresas estarão
vantagens da visualização, mas para repassar
em dois ou três anos. Entretanto, a experiência
esse conteúdo aos empresários é muito
mostra que esse conhecimento da situação é
importante avaliar bem os aspectos abordados
parcial, fragmentado e emergencial.
anteriormente. O kit apresenta os pilares da
Torna-se necessário trazer à tona e clarear os
moderação de reuniões de Núcleos e o Consultor
relacionamentos, as estruturas ou a larga gama
deve usá-lo para sensibilizar os empresários e
de aspectos que interagem com essa situação
conquistar o interesse e a confiança deles para
problemática.
utilizar a metodologia.

Vantagens da
visualização

Vantagens Por que

Torna transparente
Apoio a Aumenta a o processo de
apresentação integração grupal trabalho
dos resultados Facilita a
Facilita a estruturação
Fortalece o efeito concentração
da aprendizagem das ideias
Cria um centro e a memorização
comum de
atenção Aumenta a Utiliza outro canais Propicia a
qualidade da de percepção além verificação da
comunicação da audição etapa das
Registra todas discussões
Facilita a Todos atuam na
as contribuições participação visualização com
ativa contribuições

Figura 4: Vantagens da visualização

Os princípios do trabalho participativo


para as reuniões dos Núcleos Setoriais são
complementares e, portanto, interagem entre
si. Não é somente o conhecimento do Metaplan

150
2 Utilização do
Metaplan

O próximo passo depende neste caso do


método de planejamento escolhido ou da
2.1 Tempestade de Ideias necessidade de definição sobre determinado
(Brainstorming) tema. Ou seja, a técnica de “tempestade de
ideias” pode ser utilizada em diversos momentos
Recomenda-se, para dar direcionamento a e atividades, como na construção de diagnósticos
qualquer objetivo do grupo, colocar, em uma participativos, na definição de objetivos e ações,
linguagem tão precisa quanto possível, perguntas avaliação de cenários, gestão de conflitos, etc.
orientadoras para provocar os debates. As A dinâmica deve compreender análise
perguntas orientam toda a discussão, estimulam consistente das informações apresentadas,
uma “tempestade de ideias”, suscitando todos os apontando propostas, estratégias e ações,
aspectos intervenientes à proposição. orientando a continuidade do processo. A
O objetivo da técnica de brainstorming tempestade de ideias não pode ser finalizada
é coletar de modo organizado as ideias, em si mesma: deve ser considerada como
proposições, sugestões e opiniões a respeito um mecanismo de busca e apresentação de
dos temas levantados com as perguntas. informações e ideias e direcionar para a ação.
Essa técnica permite a participação de todos
e de modo bastante ativo, além de estimular o
compartilhamento entre os participantes.
Para utilizar a técnica da “tempestade de
ideias”, o Consultor deve apresentar a dinâmica
da atividade explicando as regras de visualização
e recomendações para escrita, além de orientar
as etapas do trabalho em grupo.
A pergunta deve ser apresentada com
as complementações necessárias sempre
verificando se a plenária compreendeu as
orientações. A partir da pergunta apresentada,
os empresários escrevem ideias, uma em cada
tarjeta, que devem ser coletadas e afixadas no
painel.
Após os participantes já terem anotado todos
os fatores relevantes e nenhuma nova ideia
ter surgido, realiza-se uma leitura das tarjetas,
fixadas no softboard ou no papel Kraft colado na
parede. Caso todos estejam de acordo com o que
está afixado e não tenham mais colaborações,
inicia-se o próximo passo.
151
2.2.1 Abertura dos trabalhos

2.2 Oficina de Planejamento Para dar início às atividades, programe


Estratégico dos Núcleos a abertura dos encontros convidando
representantes da ACE e de outras instituições
A oficina de planejamento estratégico dos
parceiras que fazem parte do Comitê Gestor
Núcleos é o primeiro encontro de trabalho efetivo
Local. Deixe fixado no painel (parede ou até em
do Núcleo e é a etapa de utilização mais intensiva
modo projeção), as palavras de recepção e título
da metodologia de moderação e visualização.
do encontro.
No módulo anterior foram descritas as
principais questões inerentes à etapa de
2.2.2 Apresentação pessoal
planejamento que serão reforçadas agora de
modo mais prático, com a apresentação do passo
Cada participante do Núcleo e os convidados
a passo da realização do encontro.
devem se apresentar usando as tarjetas. Como os
Assim que para chegar até o momento do
participantes ainda não conhecem a metodologia,
encontro, considera-se que o Consultor:
o Consultor deve passar orientações básicas
Validou junto aos empresários o melhor
para o preenchimento das mesmas. O Consultor
momento para realização da oficina, programando
também deve se apresentar. Ele pode ser o
data e horários para obter a máxima participação
primeiro para mostrar como utilizar as tarjetas e
e produtividade do grupo;
os painéis.
Identificou e preparou estrutura adequada
com espaço para as atividades e providenciou
equipamentos e materiais necessários;
Apresentação
Preparou os kits de tarjetas com as pessoal
principais recomendações e orientações sobre o
Nome Empresa Hobby/Lazer Expectativas
Metaplan;
Figura 5: Apresentação pessoal
Selecionou o método de planejamento e
estabeleceu a sequência das atividades de acordo
Além das informações básicas, outras podem
com o perfil do grupo e suas competências.
ser inseridas de acordo com a necessidade ou
A sequência apresentada pode ser adaptada
característica do grupo.
na medida em que o Consultor ganhar
As expectativas devem ser lidas e alinhadas
experiência. Também é importante estar
aos objetivos do trabalho. Caso apareça alguma
preparado tecnicamente quanto ao método
expectativa que não pode ser atendida ou
de planejamento pretendido, caso o Consultor
está fora do contexto, é importante esclarecer
opte por algo mais complexo do que a proposta
tomando o cuidado para não constranger ou
a seguir. De qualquer forma, alguns pontos são
frustrar a pessoa que a escreveu.
essenciais conforme já comentado no módulo
anterior e independente do método devem ser
mantidos.

152
2.2.3 Programação do encontro não foram realizadas conforme metas, prazos
e metodologias, a revisão pode demandar mais
tempo.

Programação
A cada 02 anos, após a formação do Núcleo,
recomenda-se realizar a Oficina de Planejamento
completa.

Horário:
00h00 às 00h00
Intervalo:
00h00 às 00h00
2.2.4 Apresentando o Metaplan

1º Encontro
00/00/0000
2º Encontro
00/00/0000 É extremamente importante apresentar um
pouco da metodologia aos empresários antes
Abertura Estratégias
Apresentação pessoal
Diagnóstico F.O.F.A
Resultados
Ações
de iniciar as atividades com o Núcleo. Para isso
Objetivos geral Prmissas
é recomendado utilizar os kits apresentados
Figura 6: Programação anteriormente conforme as orientações.
Como o Metaplan está sempre presente no dia
A Programação pode ser apresentada a dia do Núcleo, esta apresentação deve ser feita
utilizando o computador e equipamento de com atenção e preparo. Os empresários precisam
projeção. A programação acima é um exemplo ter empatia pelas ferramentas e compreender o
e pode sofrer alterações, caso seja necessário papel do moderador.
antecipar ou estender os horários. O kit “Princípios básicos do trabalho
A oficina de planejamento base pode ser participativo” é o ponto chave desse momento.
realizada com carga horária entre 12 e 16 horas, Os empresários devem compreender bem a
podendo ser divididas em 02 encontros. Realizar questão da responsabilidade compartilhada e o
mais de 02 encontros dificulta a estruturação do que significa consenso.
planejamento e pode dispersar os participantes.
É importante cumprir horários de início e término, 2.2.5 Método de planejamento
e até mesmo dos intervalos. A sequência das
atividades também deve ser respeitada. Público Núcleo Diagnóstico do
alvo setorial setor/segmento
Quando os empresários chegam na oficina
de planejamento, já devem ter passado pelo FORÇAS
OBJETIVO GERAL
Workshop de Integração e espera-se que o OPORTUNIDADES
F.O.F.A
relacionamento entre eles tenha evoluído, FRAQUEZAS
ESTRATÉGIAS
facilitando as atividades em grupo que serão AMEAÇAS

propostas nesta nova etapa. Por esse, motivo RESULTADOS

também não é necessário incluir dinâmicas de METAS INDICADORES


PREMISSAS
grupo na programação.
AÇÕES
Os encontros de revisão e adequação do
planejamento podem ser realizados anualmente Figura 7: Estrutura de planejamento estratégico

ou semestralmente e não exigem mais do que


4 horas de trabalho, sendo a organização do Existem diversos métodos para elaboração de
encontro mais simples. Porém, isso irá depender planejamento estratégico, mas todos demandam
do desenvolvimento durante o ano; se as ações um diagnóstico de ambiente antes de definir

153
objetivos e estratégias. Diferente das empresas, Essa atividade pode ser feita em plenária.
os planos para Núcleos Setoriais não apresentam Caso a definição já tenha sido articulada durante
Missão e Visão – compreendidos pelo Objetivo as etapas de constituição do Núcleo, o Consultor
Geral, pois seu horizonte de tempo para aplicação pode levar proposições para validação do grupo.
é menor e a construção desse plano é tarefa
de todos os participantes, que são igualmente
responsáveis pela execução do mesmo.
Público
Núcleo setorial
Este esquema proposto deve ser apresentado alvo

aos participantes antes de iniciar as atividades.


É importante que todos entendam e concordem Figura 8: Definição de público-alvo

com a sequência para atingir um resultado


satisfatório ao final do encontro. 2.2.7 Diagnóstico participativo
Como mencionado anteriormente, em
encontros futuros de revisão e adequação do O diagnóstico participativo permite, em conjunto
plano, não é necessário reescrever cada um desses com as técnicas e elementos da moderação e
itens, mas eles devem ser validados novamente. visualização, que os Núcleos façam o seu próprio
O Objetivo Geral e os Resultados precisam ser diagnóstico e a partir daí comecem a autogestão
analisados e mensurados constantemente, caso do seu planejamento e desenvolvimento.
contrário é necessário repensar toda a estratégia Antes de realizar o diagnóstico dos Núcleos, o
e redesenhar o plano de ações. Este esquema Consultor deve coletar informações diretamente
pode ser apresentado em projeção utilizando com empresários, além de pesquisas e estudos
recursos de animação para demonstrar o passo a sobre a atividade das empresas. Também é
passo e o resultado de cada tarefa. possível e recomendado que seja aplicado o
O Consultor deve estar preparado a respeito da questionário MPE baseado no MEG® - Modelo de
metodologia, além de ter coletado informações Excelência em Gestão3. Esse questionário levanta
pertinentes e relativas ao segmento em questão, informações internas das empresas e serve de
utilizando exemplos coerentes com a realidade subsídio para iniciar a atividade de diagnóstico
dos empresários. participativo, ou seja, não elimina sua necessidade
Cada bloco dessa estrutura representa uma e importância, mas pode direcionar os debates.
atividade em grupo. A cada tarefa realizada, pode- Além dos resultados das pesquisas, entrevistas
se voltar ao esquema e indicar onde o grupo se e questionários, também podem ser usadas
encontra e qual o próximo passo. outras fontes de informação com o objetivo
de complementar as análises e incrementar o
2.2.6 Definição do público-alvo do Núcleo processo de tomada de decisão.
As informações coletadas previamente
O público-alvo pode parecer um tanto óbvio não devem ser apresentadas juntamente com
em um primeiro momento, mas os segmentos conclusões e definição de ações, mesmo que na
apresentam empresas com diferentes condição de sugestão. O diagnóstico participativo
características, como porte, localização e tipos deve ser construído pelos participantes.
de clientes. Assim Núcleo precisa definir se abriga
todas as empresas ou direciona seus esforços de
3 O Módulo de Conteúdos Complementares desse manual
modo mais específico. apresenta informações sobre o MEG® e o modelo de questionário
baseado no modelo.
154
Na elaboração do planejamento do Núcleo o forma metodológica quais são as forças, as
diagnóstico pode ser realizado em dois momentos fraquezas, as oportunidades e as ameaças que
distintos, sendo antes ou depois da definição do circundam o conjunto de empresas participantes
Objetivo Geral. do Núcleo, ajudando na tomada de decisões para o
A realização do diagnóstico antes da definição melhor desempenho. Os quatro aspectos do FOFA
dos objetivos possibilita conhecer o cenário atual referem-se aos abordados nos itens anteriores e
e visualizar melhor as potencialidades e desafios podem ser vistos segundo duas dimensões.
que o Núcleo possui. Com essas informações, Interna e externa: fatores internos (forças
há mais condições de definir um objetivo real, e fraquezas) que podem ser controlados pela
considerando suas limitações e quais desafios o organização; e os fatores externos (oportunidades
grupo é capaz de superar. Por outro lado, realizar e ameaças) devem ser aproveitados
o diagnóstico após a definição do Objetivo Geral (oportunidades), ou evitados (ameaças).
permite a análise mais direcionada, a qual busca Positivas e negativas: é positiva ou
identificar os desafios e oportunidades específicas alavancadora, a relação entre as forças e as
para alcançar os objetivos traçados. oportunidades; negativa ou problemática, a
As duas formas são eficazes. Para optar por relação entre as ameaças e as fraquezas. A
uma delas o Consultor deve analisar o perfil relação entre as forças e as ameaças pode
do grupo e o conhecimento dos empresários. indicar vulnerabilidade e entre as fraquezas e as
Para Núcleos que estão em fase inicial e sem oportunidades, limitações.
histórico de relacionamento recomenda-se iniciar Para avaliar as forças e as fraquezas, deve-
pelo diagnóstico para fortalecer as relações se considerar as funções empresariais (recursos
e proporcionar maior motivação no momento humanos, finanças, marketing, produção). Uma
da definição do objetivo. Para grupos que já força é algo que a empresa faz bem ou que
tiveram outras tentativas, mas não evoluíram, constitua uma característica que aumente a
o diagnóstico no início dos trabalhos serve para sua competitividade. Uma fraqueza é algo que
identificar possíveis falhas com uma análise mais falta para a empresa; algo que ela execute mal
aprofundada, o que permite a definição de um ou que a ponha em desvantagem em relação
objetivo mais coerente e confiável. à concorrência. As fraquezas, em geral, são
justamente ausência dos elementos que poderiam
Diagnóstico FOFA (análise SWOT) ser encontrados nas forças.

O instrumento recomendado para realizar EM RELAÇÃO AOS OBJETIVOS

APOIA DIFICULTA
o diagnóstico participativo da situação atual
das empresas é a ferramenta FOFA. O FOFA – FORTALEZAS FRAQUEZAS
INTERNA

Quais são as Fortalezas do Quais são as Fraquezas que o


(Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças), núcleo para enfrentar as
ameaças e aproveitar
núcleo precisa tratar para
enfrentar as Ameaças e
as oportunidades aproveitar as Oportunidades?
é um instrumento de identificação de uma
ORIGEM

situação atual e serve de apoio ao planejamento OPORTUNIDADES AMEAÇAS


EXTERNA

Quais são as Oportunidades Quais as Ameaças vigente


estratégico. A palavra FOFA vem da expressão que podem ser aproveitadas que podem prejudicar
pelo núcleo? o núcleo e que precisam
de atenção?
inglesa SWOT: Strenght (Forças), Weakness
(Franquezas), Opportunities (Oportunidades) e
Threats (Ameaças). Figura 9: Matriz FOFA

Por meio da FOFA podem-se relacionar, de

155
As questões externas são importantes ainda explanação sobre a importância do diagnóstico
para a definição do Objetivo Geral, pois de acordo e da identificação dos fatores que interferem no
com o cenário é possível planejar a situação futura desenvolvimento e crescimento das empresas.
desejada, levando em conta as possibilidades e os Cada fator é representado por uma cor em um
riscos que se apresentam. Da mesma forma, os painel. Cada grupo de trabalho fica responsável
fatores internos são importantes para a definição por debater e colocar as ideias nas tarjetas e fixa-
das Estratégias, pois para alcançar os objetivos las no local. Também é possível realizar o rodízio
é preciso direcionar os esforços considerando dos participantes em cada painel para que todos
as potencialidades e as carências das empresas possam contribuir com os quatro fatores.
que precisam ser desenvolvidas. É comum neste momento que os empresários se
Na etapa de análise podem ser realizadas aprofundem mais nas discussões e se distanciem
algumas perguntas, tais como: um pouco da atividade em si. Entretanto, essas
Quais pontos fortes podem ajudar as discussões são bastante importantes e não é
empresas a superar as ameaças? recomendado inibi-las ou podá-las.
Quais oportunidades devem ser O Consultor deve circular entre os grupos
aproveitadas para o crescimento das empresas? e perceber quando a discussão é produtiva e
Que pontos fortes devem ser usados para quando o debate se distancia do foco. Deve
garantir o aproveitamento das oportunidades? passar as instruções calmamente e verificar se
Quais fraquezas devem ser trabalhadas todos compreenderam. Não pode esquecer de
para promover o desenvolvimento das empresas? delimitar o tempo e as regras para realização da
O Consultor deve orientar os participantes atividade.
para obter respostas consistentes, que tratem Ao final, o próprio Consultor pode ler as tarjetas
das situações, pois é muito comum que os de cada painel ou pedir para um representante
empresários preencham as fichas com ideias de de cada grupo fazer a leitura, sem se aprofundar
ações ao invés de descrever a situação atual. muito nas explicações. Também é importante
O Consultor, previamente, deve estruturar um perguntar se todos estão de acordo, se há algum
conjunto de tarjetas que orientem a utilização complemento, observação ou dúvida.
deste instrumento. Em geral, após a leitura e complementação das
ideias, é necessário agrupar as fichas por temas
FOFA
que possuem relação entre si, organizando blocos
FORÇAS OPORTUNIDADES
e dando títulos que identifiquem os conteúdos.
Quais os pontos fortes da empresa Considerando as características A partir desses blocos podem ser definidas
para enfrentar as ameaças e das empresas, quais aportunidades
aproveitar as oportunidades? podem ser aproveitadas? estratégias e resultados ou partir diretamente
para o plano de ações. Para passar à próxima
FRAQUEZAS AMEAÇAS
atividade, os painéis com o resultado da FOFA
Considerando a forma de atuação devem estar à vista para subsidiar a realização da
Quais os pontos fracos que das empresas e a definição do
impedem a melhoria e crescimento
das empresas?
negócio, quais situações externas
representam uma ameaça?
tarefa.

Figura 10: Atividade de Diagnóstico FOFA 2.2.8 Estabelecendo o Objetivo Geral

Para a elaboração da FOFA, o Consultor A definição do Objetivo Geral exige que os


deve, antes de explicar as tarefas, fazer uma empresários pensem nos resultados desejados

156
para o grupo e para cada uma das empresas a O Objetivo Geral dá legitimidade às ações
partir do esforço coletivo. planejadas e até mesmo à existência do Núcleo
Novamente o Consultor precisa ter Setorial.
conhecimento sobre o tema e sua importância
para o Núcleo. O objetivo deve ser desafiador,
alcançável e significativo. Os empresários devem Objetivo Qual o objetivo geral a ser
geral alcançado pelo núcleo?
se sentir representados, entendendo que suas
ideias e interesses estão presentes na definição.
A definição clara do objetivo é de extrema Figura 11: Definição do Objetivo Geral

importância, pois orienta a ação eficaz dos


participantes do Núcleo. Pode ser definido Para essa atividade, devem ser formados
como um propósito ou alvo que se pretende grupos menores para debaterem sobre os
atingir. O objetivo de um Núcleo está relacionado objetivos do Núcleo cujas ideias devem ser
diretamente às necessidades e interesses registradas em uma folha de flipchart. Um
levantados pelos empresários. representante de cada grupo apresenta o
Para Chiavenato (2004), os objetivos devem resultado para os demais. O Consultor conduz a
atender simultaneamente a seis critérios: atividade de junção das ideias numa única versão
Ser focalizado em um resultado maior a que contemple os pontos chaves. Esta versão
atingir e não em uma ação; final deve ser validada pelo grupo geral.
Ser consistente, possibilitando seu Durante os debates, novamente o Consultor
desdobramento em resultados e ações; deve circular entre os grupos e apoiá-los sempre
Ser específico, isto é, delimitado e bem que perceber alguma dificuldade ou confusão.
definido em relação ao propósito; Essa deve ser a última atividade do primeiro
Ser mensurável, ou seja, que pode ser encontro, mas caso o grupo esteja Programado
medido; para avançar, este é o momento de organizar a
Ser relacionado com um determinado próxima atividade.
período de tempo;
Ser alcançável, isto é, os objetivos devem Para a próxima atividade as tarjetas dos
ser perfeitamente possíveis. painéis com a FOFA devem ser separadas por
Ainda segundo Chiavenato (2004), os objetivos temas e agrupadas em ‘nuvens’ que recebem um
podem ser rotineiros, de aperfeiçoamento e título. Esse título pode ser indicado pelo próprio
inovadores. Consultor, com aval dos empresários.
Objetivos rotineiros são os objetivos Cada nuvem determina um foco ou área
do cotidiano e que servem como padrões de estratégica para o qual o grupo deve ter uma
desempenho do dia a dia. estratégia de atuação apontando resultados com
Objetivos de aperfeiçoamento são os metas e indicadores.
objetivos que servem para melhorar e alavancar
os atuais resultados da organização, no sentido 2.2.9 Estratégias, resultados, metas e
de aperfeiçoar e incrementar aquilo que já existe. indicadores
Objetivos inovadores são os objetivos que
incorporam ou agregam algo totalmente novo à As estratégias compreendem o conjunto
organização. de direcionadores competitivos que definem

157
a posição e o caminho que o Núcleo tomará Tanto os resultados quanto as estratégias
para atingir o objetivo proposto com o melhor podem ser trabalhadas em plenária. O Consultor
desempenho das empresas. precisa esclarecer bem cada tarefa dando
As estratégias são conjuntos de esforços exemplos adequados, mas tomando o cuidado
convergentes, coordenados e integrados para para não manipular o grupo e não perder o
proporcionar resultados relevantes. São definidas controle do debate.
a partir da análise do ambiente externo que Algumas metas podem ser difíceis de definir
aponta as oportunidades e ameaças no entorno no momento da oficina, e é comum que após
das empresas do Núcleo e do ambiente interno, essa etapa sejam necessárias pesquisas mais
que indica quais habilidades e capacidades as aprofundadas, para traçar metas a partir de
empresas possuem e podem ser aplicadas para parâmetros confiáveis.
alcançar o objetivo, além dos pontos fracos, que
precisam ser corrigidos ou melhorados. 2.2.10 Definição das ações

Após a visualização dos resultados produzidos


Quais estratégias de atuação devemos definir
Estratégias para direcionar os esforços e assim alcançar o
objetivo do núcleo? pelo Núcleo até este ponto, o Consultor convida o
grupo a iniciar o processo de definição das ações.
O Consultor deve conduzir os debates com
Figura 12: Definição das Estratégias
todo cuidado, pois é comum que os empresários
estejam empolgados com o processo e se
Os resultados são dados essenciais para o
sintam motivados, a ponto de indicar ações
monitoramento da evolução das empresas e do
muito complexas ou de difícil (quase impossível)
Núcleo. Eles devem ser plausíveis e desafiadores.
execução. Alguns exemplos de ações que devem
Podemos dizer que os Resultados são o Objetivo
ser devem evitadas:
Geral, traduzido em metas e prazos.
Transferência de responsabilidade:
Os resultados dizem respeito aos produtos
se referem às ações cuja responsabilidade ou
ou situações a serem concretizadas pelo
capacidade de execução não é dos membros
planejamento com base na realização das
do grupo, como por exemplo, arrumar ruas ou
ações. Devem partir do diagnóstico de forma a
mudar a legislação. Em geral são ações para
satisfazer as exigências advindas do objetivo.
resolver os problemas relacionados ao Governo,
Este requer certo número de resultados
principalmente, do município. O Consultor deve
correspondentes e alinhados às estratégias.
apontar para os riscos de ações desse tipo, pois a
Para definir um resultado é preciso saber o que
frustração é praticamente certa;
se pretende atingir (indicador), qual a medida de
Mudar o mundo: motivados pela sensação
crescimento desejada (meta) e o período para
de poder que a coletividade proporciona, é comum
seu cumprimento (prazo).
os empresários definirem ações com objetivos
grandiosos que demandam altos investimentos
Resultados
Quais resultados devem ser alcançados pelo e mudanças radicais nas empresas. Embora a
núcleo e pelas empresas?
motivação seja positiva, o Consultor deve apontar
para a situação atual das empresas e que sonhar
Figura 13: Definição dos Resultados
é importante, mas é necessário reconhecer a
realidade e agir com os pés no chão;

158
Representatividade: outro tipo de ação Para esta atividade os empresários devem ser
bastante comum é o interesse dos empresários em novamente divididos em pequenos grupos. Cada
mudar a realidade não apenas das suas empresas, grupo fica responsável pela identificação das
mas de todo o segmento em seu município ou Ações por Estratégia (nuvem). E neste caso, cada
região. Cabe ao Consultor esclarecer que o Núcleo grupo se movimenta pelos painéis para que todos
provavelmente não representa todas as empresas contribuam com sugestões de ações para todas
do segmento e, portanto, não tem capacidade as estratégias.
para agir além das empresas participantes do Assim como nas atividades anteriores, neste
Núcleo; momento os empresários também podem se
Negociações ilícitas: embora não seja tão aprofundar mais que o necessário, chegando a
comum, alguns grupos podem entender que por detalhar as ações. Cabe ao Consultor lembrá-los
fazerem parte de um Núcleo certas negociações de que haverá um momento especial para essa
são possíveis, como o tabelamento de preços. Esta tarefa.
prática configura formação de cartel e é crime. As Ações devem ser apresentadas, discutidas,
O Consultor deve esclarecer aos participantes complementadas e validadas pelos participantes.
que ações (ou debates) dessa natureza não são Detalhamento das ações
permitidas; O detalhamento das ações geralmente acontece
Conscientização: é bastante comum após a oficina de Planejamento Estratégico, mas é
surgirem ações com o objetivo de conscientizar possível realizar essa tarefa na oficina caso o grupo
pessoas. Conscientização consiste no concorde e haja tempo suficiente.
autodesenvolvimento crítico a partir do Em um primeiro passo o grupo deve priorizar
conhecimento, vivências, reflexão e julgamento quais as ações devem ser realizadas inicialmente.
do indivíduo sobre o que é certo ou errado, bom A priorização pode ser feita em plenária, e para
ou mau e, que acontece dentro do indivíduo. A organizar e facilitar a identificação dessas ações, o
ação externa pode agir no sentido de sensibilizar Consultor pode fazer algumas perguntas ao grupo,
as pessoas chamando atenção e estimulando a tais como:
reflexão. Por exemplo, para internalizar a cultura da Que ações podem ajudar a minimizar as
qualidade nas empresas, os funcionários devem carências das empresas de modo mais rápido?
ser sensibilizados de diferentes formas adquirindo Que ações possibilitam aproveitar as
informações e conhecimentos para, a partir daí, oportunidades atuais mais significativas?
determinar se é bom ou não, e, conscientes, tomar Quais ações utilizam recursos já disponíveis
a decisão de mudar seu comportamento. e que podem trazer ainda mais vantagem para as
Além do cuidado para evitar ações conforme empresas?
os exemplos acima, o Consultor também deve Quais ações dependem mais do
orientar os participantes para incluir ações envolvimento dos próprios empresários?
consistentes em relação às práticas de gestão Em seguida passam para o detalhamento das
mesmo que os empresários não tenham indicado. mesmas, com o preenchimento das informações
conforme a Ficha de Plano de Ação (Anexo 05),
que possui basicamente os seguintes campos
Quais as ações levarão o grupo a conquistar os
Ações resultados e a alcançar o objetivo geral? para completar:
Título da ação;
Figura 14: Definição das Ações Etapas ou tarefas;

159
Responsáveis pela ação e tarefas; deles e que podem exigir a revisão do planejamento.
Prazos de execução; Para encerrar as atividades, o Consultor pode
Necessidade de recursos: materiais, perguntar aos empresários como estão se sentindo
financeiros, econômicos, etc.. após elaborar seu planejamento. É um momento
As demais ações não precisam ser detalhadas interessante em que os participantes demonstram
neste momento. Para aquelas atividades do seu entusiasmo e reconhecem que a partir desse
corrente ano, o detalhamento deve abordar as plano, o sucesso depende do esforço de cada um
quais resultados as ações estão vinculadas. e de todos em conjunto.
Após o detalhamento do plano de ação,
o Consultor deve compilar as informações e 2.2.12 Relatório do planejamento
encaminhá-las aos participantes, ao Comitê Gestor
Depois de realizadas todas as etapas do
Local e a diretoria da ACE para que acompanhem o
planejamento, como base em tudo o que foi
desenvolvimento dos trabalhos.
debatido e construído, o Consultor deve estruturar
A partir das informações da coluna “Quando?”,
um relatório do planejamento realizado que servirá
do plano de ação, deve ser elaborada uma agenda
de base e orientação para o desenvolvimento das
de trabalho para orientar a atuação do Consultor e
atividades do Núcleo.
do Núcleo.
Na medida em que as reuniões vão acontecendo
e os trabalhos forem sendo realizados, o
2.2.11 Identificando as premissas
Consultor deve periodicamente complementar o
planejamento com as indicações de ações e em
Algumas situações devem ser consideradas
que fase se encontra. O documento se torna uma
para que o desenvolvimento do Núcleo transcorra
espécie de memória da vida do Núcleo Setorial.
normalmente, por exemplo, a manutenção do
A atualização e registro dos acontecimentos do
cenário econômico do país e suas taxas de
Núcleo podem ser feitos de uma maneira bem
crescimento, o apoio das instituições parceiras
prática, anexando atas ou relatórios de reuniões
ou mesmo a participação e comprometimento
do Núcleo, de forma que todos os detalhes do dia
dos empresários podem afetar positiva ou
a dia se tornem a história do Núcleo ao longo dos
negativamente os resultados a alcançar pelo
anos.
grupo.

2.2.13 Considerações finais

Quais premissas devemos considerar para


Premissas conquistar os resultados e alcançar o Ao seguir a metodologia de moderação e
objetivo do núcleo?
coordenação dos Núcleos Setoriais, o Consultor e
os integrantes do Núcleo, com certeza terão êxito
Figura 15: Identificando as Premissas
no processo e resultados para os empresários,
ACE, parceiros e clientes (beneficiários finais dos
Em geral, poucos Núcleos utilizam esse fator
Núcleos Setoriais).
embora seja comum em muitas empresas como
Os resultados (positivos) de curto, médio e longo
ferramenta de monitoramento. O importante é que
prazo são os fatores que mais motivam e mantém
os empresários compreendam que ao definir metas
o Núcleo ativo e em processo de crescimento
e objetivos estão assumindo responsabilidades,
contínuo.
mas que há questões que não dependem da ação

160
3 Referências Bibliográficas

CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações.
3ª Ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.

161
PROGRAMA EMPREENDER
MANUAL DE IMPLANTAÇÃO

Anexos
SUMÁRIO

Apresentação 167

1 - Termo de Adesão 169

2 - Processo de Seleção do Consultor 175


2.1 - Divulgação da vaga................................................................................................................... 175
2.1.1 Consultor de Núcleos.......................................................................................................... 175
2.1.2 Competências Técnicas do Consultor............................................................................ 176
2.1.3 Competências pessoais..................................................................................................... 176
2.2 - Processo de Inscrição e Seleção.......................................................................................... 177
2.2.1 Documentação necessária............................................................................................... 177
2.3 - Processo de Seleção............................................................................................................... 177
2.3.1 Plano de trabalho para oficina de seleção de profissionais...................................... 177
2.3.2 Entrevista............................................................................................................................. 179
2.3.2.1 Plano da entrevista.......................................................................................................... 179
2.3.2.2 No momento da entrevista........................................................................................... 179
2.3.2.3 Sugestões de perguntas............................................................................................... 179
2.3.2.3 Finalizando a entrevista............................................................................................... 180
2.4 - Processo de contratação...................................................................................................... 180

3 - Regimento Interno de Núcleo Setorial 181

4 - Workshop de Integração 185


4.1 - Objetivo ...................................................................................................................................... 186
4.2 - Visão Geral................................................................................................................................. 186
4.2.1 Tempo de desenvolvimento do workshop................................................................... 186
4.2.2 Número de participantes................................................................................................. 186
4.3 - Atividades...................................................................................................................................187

5 - Ficha de Plano de Ação 191

6 - Lista de Presenças 193

7 - Relatório de Reunião de Núcleo 195

Lista de Tabelas
Tabela 1: Resultado da Dinâmica de Grupo............................................................................178
Tabela 2: Sugestões de perguntas para entrevista de candidatos................................. 179
Tabela 3: Habilidades identificadas na entrevista............................................................... 180
Apresentação
O Programa Empreender tem como objetivo
estimular o desenvolvimento das empresas e
consequentemente de um município ou um
território, identificando setores econômicos
estratégicos com potencial de crescimento,
organizando e fortalecendo-os. Sempre com
foco na micro e pequena empresa, a metodologia
orienta a organização dos segmentos em Núcleos
Setoriais.
Este manual apresentou nos módulos
anteriores as etapas para implantação do
Programa Empreender, a metodologia e as
ferramentas utilizadas em cada fase. Além das
orientações e descrição dos processos, diversos
modelos são apontados para dar apoio e suporte
às atividades de implantação e desenvolvimento
do Programa.
Estes modelos, apresentados a seguir, servem
de base para a realização das atividades e podem
ser adaptados às realidades locais, necessidades
específicas e características particulares, sempre
respeitando os objetivos e resultados esperados
a partir da sua aplicação.
Além de serem apresentados neste manual,
os modelos fazem parte do material entregue às
Federações e ACE responsáveis pela implantação
do Empreender nos estados e municípios.

167
1 Termo de
Adesão

CONTRATO DE PARCERIA QUE


ENTRE SI CELEBRAM A INSTITUIÇÃO A
E A INSTITUIÇÃO B.

Pelo presente instrumento particular de contrato, regulamentado pela Lei nº 10.406, de 10 de janeiro
de 2002 - Código Civil brasileiro cujas disposições e termos as partes contratantes concordam em
observar, de um lado, a Instituição A, com sede e foro jurídico na Rua (ou Av) ______________
nº _____, Bairro _______________, nesta Cidade _______________ - UF, inscrita
no CNPJ/MF sob o nº __.___.___/0001-__, neste ato representada pelo seu Presidente,
__________________________, (naturalidade), (estado civil), (profissão), inscrito no CPF/
MF sob o nº ___.___.___-__, portador da Cédula de Identidade nº ______________ SSP-
UF, residente e domiciliado nesta Cidade __________________, doravante denominada
INSTITUIÇÃO A, e do outro, a entidade ______________________, estabelecido na Rua
_____________, nº ____, bairro da ___________, na cidade do ___________ - UF,
inscrita no CNPJ sob o nº __.___.___/0001-__, neste ato representada por seu Presidente
______________________, (naturalidade), (estado civil), (profissão), inscrito no CPF/MF sob o
nº ___.___.___-__, portador da Cédula de Identidade nº ______________ SSP-UF, residente
e domiciliado nesta Cidade __________________, doravante denominada INSTITUIÇÃO B,
resolvem celebrar o presente Contrato de Prestação de Serviços, mediante as cláusulas e condições
seguintes:

Clausula Primeira: Do Objeto

Este contrato tem por objeto a cooperação técnica financeira entre a INSTITUIÇÃO A e a INSTITUIÇÃO
B, visando estabelecer ações e atividades para:
Implantar o Programa Empreender na entidade INSTITUIÇÃO B a fim de proporcionar-lhe meios
para o aprimoramento gerencial, técnico e administrativo;
Proporcionar meios de profissionalização de seus dirigentes e funcionários, no sentido de
transformar a entidade INSTITUIÇÃO B em entidade prestadora de serviços, de conformidade com a
demanda de seus associados e tendo por fim sua sustentabilidade;

Clausula Segunda: Da Responsabilidade das Partes

Da Instituição A,
Prestar assessoria técnico-financeira na entidade INSTITUIÇÃO B para implantação do Programa
Empreender;
Designar um coordenador, a fim de gerenciar as ações e atividades para o êxito do Programa;
Repassar recursos financeiros previstos, na forma do que dispõe a Cláusula Quarta;
Monitorar as ações e atividades desenvolvidas pela INSTITUIÇÃO B necessárias ao bom
andamento do Empreender;
Continuar o processo de assessoramento e acompanhamento ao Programa junto a INSTITUIÇÃO
B, após o término de envio do repasse financeiro previsto na cláusula quarta.

Da Instituição B,

Proporcionar meios às empresas informais de se informarem quanto a vantagens e desvantagens


da informalidade, e auxiliar o empresário na formalização, no desenvolvimento, na modernização, na
ampliação de sua empresa e apoiá-lo no seu trabalho;
Cumprir na sua plenitude os objetivos do Programa Empreender, implantando consultoria grupal
para micro, pequenas e médias empresas;
Contratar um Consultor para criação de Núcleos Setoriais e desenvolvimento das atividades dos
Núcleos, aumentando a competitividade das empresas participantes;
Colocar à disposição do Consultor, instalações, materiais e recursos financeiros compatíveis a
cada ação e atividade do objeto deste termo, como segue abaixo:
•Meio de locomoção para visitas às empresas;
•Materiais diversos para a devida aplicação do METAPLAN;
•Sala ampla para reunião dos empresários participantes do Programa Empreender;
•Uso de mesa, telefone, computador e internet;
•Arcar com os impostos e taxas referentes à contratação do Consultor.
Responsabilizar-se para que o Consultor cumpra as metas repassadas previamente pela
coordenação do Programa, bem como associar todos os empresários participantes dos Núcleo Setoriais,
seguindo as regras da Cláusula Segunda e item específico sobre as metas propostas;
Apresentar à INSTITUIÇÃO A mensalmente, até o dia 5 (cinco), balanço de execução das ações do
mês anterior, objeto deste Contrato, por meio de relatórios entregues pela coordenação do Empreender;
A INSTITUIÇÃO B não poderá utilizar os recursos repassados em atividade adversa do objeto deste
contrato, sob pena de rescisão imediata do presente termo, bem como da devolução à INSTITUIÇÃO A
de todos os valores que lhe tiverem sido repassados, acrescidos de correção monetária pela variação do
IGP-M, sem prejuízo de responder pelas perdas e danos daí advindos;
Remeter à INSTITUIÇÃO A mensalmente, até o dia 5 (cinco), em relação ao mês anterior, recibo
da INSTITUIÇÃO B, atestando recebimento do repasse financeiro conforme valores da Cláusula Quarta e
cópia dos encargos sociais pagos referentes ao pagamento do Consultor;
A INSTITUIÇÃO B se responsabiliza pelo cumprimento das metas e deverá manter em arquivo
toda documentação física e contábil pertinente ao objeto desta avença, pelo prazo de cinco (5) anos
após o seu término, à disposição de auditores da INSTITUIÇÃO A;
Fazer constar em toda e qualquer forma de publicidade e material didático, que se trata de
realização conjunta entre a INSTITUIÇÃO B e a INSTITUIÇÃO A;
A INSTITUIÇÃO B, após o término do envio do repasse financeiro como consta na cláusula quarta,
se responsabilizará pela sustentabilidade do Programa INSTITUIÇÃO A, bem como sua transformação
em um serviço permanente prestado aos seus associados.
Para os treinamentos do Consultor da INSTITUIÇÃO B, a mesma se responsabilizará pelos valores
referentes ao transporte de sua sede até o local do treinamento e, também, o retorno do mesmo.

Do Executivo da Instituição B,

Coordenar e organizar as ações de Relações Públicas pertinentes ao Contrato;


Desenvolver, organizar e otimizar processos necessários para execução do presente contrato;
Planejar, acompanhar e avaliar a eficácia dos processos;
Desenvolver parcerias e estimular a prestação de serviços entre associados;
Definir em conselho, juntamente com o presidente, a diretoria e o consultor da INSTITUIÇÃO B
os Núcleos que serão criados;
Participar dos treinamentos e dos demais seminários de aperfeiçoamento oferecidos pela
INSTITUIÇÃO A;

Do Consultor de Núcleos da INSTITUIÇÃO B

Definir em conselho, juntamente com o presidente, a diretoria e o executivo da INSTITUIÇÃO B


os Núcleos a serem criados;
Visitar empresas e contatar empresários para a formação e manutenção dos Núcleos Setoriais;
Desenvolver as ações estabelecidas nas reuniões dos Núcleos Setoriais, tais como contatos com
outras entidades, organização de treinamentos, palestras e missões, busca de informações, formação
de redes de apoio e cooperação e outros;
Auxiliar a INSTITUIÇÃO B na busca de novos associados, desenvolvimento de novos serviços e
geração de receitas alternativas;
Participar dos treinamentos e dos demais seminários de aperfeiçoamento oferecidos pela
INSTITUIÇÃO A;
Criar os Núcleos Setoriais seguindo metas e instruções para consolidação conforme relacionado
a seguir:
•Preenchimento de cadastro de Núcleo Setorial e envio para aprovação pela coordenação;
•Todos os empresários que participarem do Núcleo Setorial deverão filiar-se a INSTITUIÇÃO B;
•Número mínimo de _____ participantes por Núcleo Setorial;
•Em caso de a INSTITUIÇÃO B ter apenas um Núcleo e o mesmo parar de se reunir, ou o número
de seus participantes for inferior a 10 empresários, o recurso financeiro não será enviado. Esta
situação perdurará até que o Núcleo retome suas atividades com o quórum mínimo, ou um novo
Núcleo seja criado;
•Não haverá repasse retroativo ao período em que o Núcleo não tenha funcionado;
•Cuidar para que cada nova empresa participante do Núcleo preencha formulário de cadastro.
Cláusula Terceira: Do Prazo

O prazo de validade do presente contrato será de ________ meses, a partir de ___ de


____________ de 20___, com término em ___ de __________ de 20___, podendo ser
alterado ou renovado por meio de Termo Aditivo, firmado de comum acordo entre as partes, tendo como
limite máximo de duração o Convênio Assinado entre a INSTITUIÇÃO A e a INSTITUIÇÃO B, a que se acha
vinculado este contrato.

Cláusula Quarta: Do Repasse Financeiro

A INSTITUIÇÃO A efetuará repasse financeiro, conforme valores, instruções e cronograma


previsto no segundo item desta cláusula, em conta corrente bancária específica da INSTITUIÇÃO B, para
cobrir encargos sociais e honorários relativos à contratação do Consultor:
•O repasse financeiro só será feito após a prestação de contas ser remetida à INSTITUIÇÃO A e
esta verificar que a mesma se encontra corretamente preenchida;
•O repasse financeiro para pagamento de parte dos honorários do Consultor será de R$
_____________, desde que sejam observados os requisitos do item específico sobre as
metas propostas e instruções de trabalho da Cláusula Segunda;
•A partir de ____ de ____________ de 20___, ficam todas as despesas de contratação do
Consultor e do projeto por responsabilidade da INSTITUIÇÃO B, continuando apenas o acompanhamento
e monitoramento por parte da coordenação do Programa nesta entidade.

Cláusula Quinta: Da Contratação do Consultor de Núcleos

A INSTITUIÇÃO B está ciente de que o Consultor de Núcleos contratado prestará serviços


exclusivamente no que tange ao Programa Empreender. A INSTITUIÇÃO B será a único responsável pela
contratação para os fins previstos neste instrumento compreendendo, dentre outras obrigações daí
decorrentes, o pagamento dos honorários do Consultor, não havendo vínculo de qualquer natureza do
mesmo com a INSTITUIÇÃO A;
Fica a INSTITUIÇÃO B responsável por contratá-lo, conforme as leis trabalhistas vigentes;

Cláusula Sexta: Do Acompanhamento e Fiscalização

À INSTITUIÇÃO A ficará assegurado o direito de acompanhar e fiscalizar a execução dos trabalhos


desenvolvidos, assim como questionar quaisquer eventualidades que desvirtuem o objeto dos mesmos;
Fica a INSTITUIÇÃO B obrigada mensalmente, até o quinto dia útil, a enviar relatório técnico e
recibo afirmando o recebimento de repasse financeiro e cópia de pagamento de encargos referente à
contratação do Consultor, à INSTITUIÇÃO A, acompanhada da pertinente documentação comprobatória,
considerando-se como válidas somente os relatórios que obedecerem à forma e às condições
estabelecidas na Cláusula Segunda;
A falta de envio dos relatórios e do recibo ensejará a suspensão dos repasses financeiros e se, no
prazo de sessenta (60) dias, permanecer tal anormalidade, este instrumento será rescindido conforme
determina a Cláusula Sétima, obrigando-se a INSTITUIÇÃO B a devolver à INSTITUIÇÃO A todos os valores
que lhe tiverem sido repassados, acrescidos de juros de 1% (um por cento) ao mês, correção monetária
pela variação do IGP-M e multa de 2% (dois por cento), sem prejuízo das perdas e danos daí advindos.
Cláusula Sétima: Da Rescisão

A infração de quaisquer cláusulas ou condições estabelecidas no presente contrato implica o direito


da parte inocente de rescindi-lo, independentemente de notificação ou aviso prévio, ficando-lhe, ainda,
resguardado o direito de haver da parte culpada, perdas e danos que do fato lhe resultarem.

Cláusula Oitava: Das Disposições Gerais

As partes acordam que a INSTITUIÇÃO B não poderá ceder, transferir ou subcontratar a execução
de parte ou de todo o objeto deste Contrato de Parceria;
As omissões, modificações e outros ajustes necessários ao cumprimento deste contrato, serão
efetivados através de Aditivos a este instrumento;
Fica eleito o Foro da Comarca de UF para dirimir eventuais dúvidas decorrentes deste Termo de
Adesão.
E, por acharem justas e contratadas, as partes assinam o presente instrumento, em duas (2) vias de
igual teor e forma, para todos os efeitos legais, na presença das testemunhas que, também o subscrevem.
____________________, UF, _____ de ______________ de 20____.

INSTITUIÇÃO A

____________________________
Nome
Presidente da Instituição A
INSTITUIÇÃO B

____________________________
Nome
Presidente da Instituição B

Testemunhas

___________________________
Nome
CPF

___________________________
Nome
CPF
2 Processo de Seleção
do Consultor

A ACE responsável pela implantação do


Empreender no município, para dar início às
atividades do Programa, deve contratar um 2.1 Divulgação da vaga
Consultor de Núcleos.
O processo de seleção do Consultor
Para divulgar a vaga é importante considerar
passa pelas seguintes etapas:
as informações referentes ao seu perfil e sua
Divulgação da vaga
função. Essas informações devem compor o
Inscrição e pré-seleção dos candidatos
edital ou anúncio da vaga.
Processo de seleção
Contratação do Consultor
2.1.1 Consultor de Núcleos

O Consultor deverá desenvolver diversas


atividades para a formação e manutenção dos
Núcleos Setoriais, além de contribuir para a
sustentabilidade do Programa na ACE. Deve
utilizar a metodologia para desenvolver seu
trabalho e garantir a efetividade dos Núcleos.
Dentre as principais atividades desenvolvidas
pelo Consultor estão:
Formação de Núcleos Setoriais
Juntamente com o Comitê Gestor de Núcleos
Setoriais, o facilitador deverá participar da
identificação e seleção dos segmentos prioritários
para constituição dos Núcleos Setoriais,
observando-se as diretrizes, os objetivos e
os potenciais setores estratégicos para o
desenvolvimento do município em questão.
Planejamento Estratégico dos Núcleos
Setoriais
O Núcleo é formado por empresários de um
mesmo segmento, que passam a desenvolver
atividades de forma coletiva, visando o
desenvolvimento de suas empresas. Para tanto o
Núcleo deverá fazer o planejamento estratégico
que se constituirá no instrumento indutor
do desenvolvimento das empresas de forma

175
estruturada e estratégica. capacidade pessoal de conduzir o Núcleo
Nessa atividade a experiência e conhecimento apoiando seu desenvolvimento e o alcance
do Consultor são vitais para se estabelecer um dos resultados propostos com eficácia e
plano de ação consistente e desafiador para o sustentabilidade.
Núcleo. Dentre as características se destacam:
Assessoria e acompanhamento das Praticidade e objetividade;
ações dos Núcleos Setoriais Espírito empreendedor;
Depois de realizado o Planejamento Estratégico Criatividade e versatilidade;
do Núcleo Setorial, o Consultor prestará Persuasão;
assessoria aos participantes do Núcleo Setorial, Independência;
no desenvolvimento das atividades e ações Flexibilidade;
estabelecidas, bem como no monitoramento Autoconfiança;
dos resultados obtidos pelo Núcleo, propondo Assertividade;
melhorias e novas estratégias, se necessário for. Proatividade;
Perseverança;
2.1.2 Competências Técnicas do Consultor Ter visão ampla das coisas;
Dinamismo e determinação;
O Consultor deve apresentar currículo com os Facilidade de relacionar-se;
seguintes pré-requisitos: Ser arrojado, ousado e inovador.
Curso Superior e especializações,
preferencialmente em uma das seguintes áreas:
Administração, Economia, Ciências Contábeis;
Experiências que demonstrem
conhecimentos gerais em: administração
financeira, legislação empresarial, recursos
humanos, planejamento estratégico, marketing e
condução de Núcleos, entre outros;
Ter boa redação empresarial;
Ter disponibilidade para viajar, trabalhar a
noite e preferencialmente possuir veículo;
Ter prática em organização de eventos,
cursos, viagens, etc.;
Conhecimento sobre técnicas de
planejamento;
Conhecimento sobre o funcionamento
e atuação de entidades empresariais e de apoio
empresarial.

2.1.3 Competências pessoais

O Consultor deve ter características


comportamentais que demonstrem sua

176
2.2 Processo de Inscrição e 2.3 Processo de Seleção
Seleção
Os candidatos selecionados deverão participar
A divulgação da vaga poderá ocorrer utilizando de Oficina de Seleção conduzida pela Federação,
os meios de comunicação usuais como jornal que deve informar aos candidatos com pelo
impresso, mala direta, rádio, etc., aproveitando o menos 01 semana de antecedência data e o local
apoio de parceiros. da oficina.
O anúncio da vaga pode ser simplificado ou
conter informações mais aprofundadas no estilo 2.3.1 Plano de trabalho para oficina de seleção
edital, tomando os devidos cuidados para garantir de profissionais
transparência e legitimidade ao processo.
Orienta-se que no anúncio da vaga seja Introdução
solicitada documentação que facilite a análise Duração: 10 minutos
dos currículos e seja divulgada data limite para Recepção dos candidatos
entrega dos documentos.

2.2.1 Documentação necessária Esclarecimento sobre as etapas do


processo seletivo e das atividades que serão
Curriculum Vitae com foto desenvolvidas no dia.
Carta de apresentação pessoal 1
Dinâmica de apresentação pessoal: Balcão
Relatos de experiências profissionais 2
de Classificados
Os currículos e demais documentos serão Objetivo
recebidos e analisados pela ACE e pela Federação. Avaliar a autopercepção e identificar
pontos fortes do candidato, comunicação e
desenvoltura.
Material:
Papel e canetas
Procedimentos:
Os candidatos devem fazer um anúncio
oferecendo-se a si próprio ao mercado. Deverão
relatar quais são seus talentos e pontos fortes e
fazer seu marketing pessoal não só em relação
à requisitos técnicos mas pessoais e atitudinais.
Em seguida deverão apresentar ao grupo seu
anúncio e em que meio de comunicação fariam.
1 Texto de apresentação das competências pessoas e Tempo:
breve justificativa para sua contratação.
2 Descrever experiências profissionais que comprovem 10 minutos para elaboração do anúncio e
suas habilidades e conhecimentos em administração, finanças,
legislação empresarial, recursos humos, planejamento, marketing 3 minutos para apresentação.
e condução de Núcleos, entre outros, e anexar documentação
Aproximadamente 50 minutos no total
comprobatória como declarações, projetos, relatórios, fotos, etc.,
que demonstrem o trabalho realizado. ( mínimo 01 relato, máximo Obs.: o Núcleo poderá questionar o
03)
177
apresentador (facultativo). do amante e pediu que ele arrumasse a quantia
Dinâmica de Núcleo: “Quem é o responsável pedida pelo barqueiro. Irritado ele falou que não
pela morte de Maria?” lhe daria o dinheiro porque se assim o fizesse
Contar a história vivida pela Maria, fixando no estaria encarando-a como prostituta.
painel as tarjetas com os personagens da história. Eles brigaram e Maria voltou até o barqueiro
Após a leitura, pedir aos participantes que listem e implorou para que ele a levasse até o outro
individualmente os responsáveis (personagens) lado do rio, mas ele falou que só faria isso se
pela morte da Maria em grau de importância. ela lhe pagasse adiantado. Maria desesperada e
Depois os participantes devem ser divididos sem opções resolveu atravessar a ponte mesmo
em grupos para definir a ordem dos responsáveis correndo o risco. Quando estava atravessando a
pela morte de Maria a partir das suas opiniões ponte o louco a matou.
e buscando o consenso no grupo. Depois de Classificar os 06 personagens em ordem
definida a nova ordem, o grupo escolhe um dos decrescente de responsabilidade, isto é, colocar
membros para apresentar o resultado. na linha 01 o maior responsável pela morte de
Texto: Quem é o responsável pela morte de Maria e na linha 06 o menos culpado.
Maria? Um dos participantes deverá para apresentar
MARIA era casada com JOÃO e eles se o resultado do grupo.
amavam muito. Depois de certo tempo, João
começou a chegar cada vez mais tarde em casa, OPINIÃO PESSOAL

dizia que tinha muito trabalho e que precisa 01.


dedicar mais tempo para a empresa, precisando 02.
seguidas vezes viajar. 03.

Maria se sentiu solitária e também começou 04.

a ter dúvidas se realmente o João estava 05.


06.
trabalhando ou saindo com outra mulher, então
procurou uma AMIGA. A amiga sugeriu a Maria
OPINIÃO DO NÚCLEO
que arranjasse um AMANTE e apresentou-a
01.
a um conhecido que morava do outro lado da
ponte. Os dois começaram a se encontrar. 02.
03.
Seguidas noites Maria atravessava a ponte e
04.
ia ter com seu amante, sempre retornando para
05.
casa antes de João chegar.
06.
Um dia, quando voltava, encontrou um LOUCO
Tabela 1: Resultado da Dinâmica de Grupo
no meio da ponte. Assustada correu de volta para
casa do amante e pediu ajuda para atravessar a
Como se trata de um processo de seleção, o
ponte. Ele respondeu que não tinha nada a ver
processamento dessa dinâmica não é obrigatório,
com isso e que o problema era dela, sugerindo
mas é natural que os participantes queiram
que ela fosse até a margem do rio e pedisse que
saber qual a resposta certa, ou seja, quem é o
o BARQUEIRO que ali morava a transportasse
responsável pela morte de Maria.
até a outra margem.
O responsável pela morte de Maria é o
O barqueiro disse que a levaria por R$ 100,00.
Louco, cujo personagem efetivamente cometeu
Como ela não tinha dinheiro voltou até a casa
178
crime. Os demais personagens podem ser Tratar o candidato como convidado;
responsabilizados de acordo com os princípios Começar no horário;
de cada participante. Recepcioná-lo pessoalmente e o
O propósito não é acertar a resposta, mas avaliar acompanhá-lo para o local da entrevista;
a postura dos candidatos durante o debate para Deixar o candidato falar;
definir a resposta do grupo. É importante verificar Falar apenas o necessário para obter
como cada um se posiciona para defender sua informações.
opinião, quem assume a liderança do debate e
qual o nível de participação nas discussões. 2.3.2.3 Sugestões de perguntas

2.3.2 Entrevista N PERGUNTAS


Fale de um projeto/ação/atividade em que o
1
cliente ficou satisfeito: dar evidências
Fazer as entrevistas somente com os
Quais objetivos pessoais e profissionais que você
2
candidatos que mais se destacaram nas tem para sua vida nos próximos 02 anos?
dinâmicas, e as mesmas podem ser feitas logo 3 O que você está fazendo para atingi-los?

depois de terminadas as dinâmicas. 4 Como você reage a imprevistos?

Se houverem muitos candidatos selecionados Você costuma fazer lista de prioridades?


5 Lembra-se de alguma situação em que utilizou
para esta etapa, podem ser agendadas entrevistas este recurso?

para o dia posterior, mas o ideal é realizar a oficina O que faz com o seu tempo livre? Quais os
6
últimos livros que leu e quando foi?
pela manhã e realizar as entrevistas pela tarde. Qual foi o trabalho que considera a sua melhor
7
obra profissional?
8 E qual considera ter sido um fracasso?
2.3.2.1 Plano da entrevista
Qual a visão que você tem de uma empresa
9
ideal?
Ler o currículo e outros documentos 10 O que considera importante em um ser humano?
minutos antes de cada entrevista 11 Pode falar um pouco de sua vida familiar?

Anotar as informações de que precisa e 12


Quais suas perspectivas para os próximos 05
anos?
que não estejam no currículo
Que tipo de trabalho sente-se apto a
13
Preparar perguntas específicas para o desenvolver?

candidato 14 O que é empregabilidade para você?


O que considera ser uma proposta de trabalho
15
interessante?
2.3.2.2 No momento da entrevista 16 Sabe alguma coisa a respeito dessa proposta?
17 Seu valor de mercado?
Quanto mais informal e descontraído o Lembra-se de algo que tenha feito e que não
18
gostou?
cenário, melhor será o resultado da entrevista;
O que é fundamental para que um grupo de
Criar um ambiente apropriado; 19
trabalho funcione de acordo?
Não fazer perguntas óbvias, aquelas cuja 20
Se você pudesse fazer somente uma pergunta
ao entrevistador, que pergunta você faria?
resposta está no Currículo.
Tabela 2: Sugestões de perguntas para entrevista de
Evitar perguntas fechadas, aquelas cuja candidatos
resposta sugere sim ou não;
Evitar interrupções; O que cada uma dessas questões sugere que

Evitar ter mais de uma pessoa seja investigado?

entrevistando o candidato;

179
IDENTIFICAÇÃO DE TIPOS DE
PERGUNTAS
HABILIDADES

1
Planejamento, desenvolvimento pessoal
e profissional e busca de resultados
2.4 Processo de contratação
2e3 Prioridades, metas, objetivos
Correr riscos, busca de resultados,
Após o processo de seleção e a identificação
3
desafios, criatividade, flexibilidade dos profissionais aptos para o trabalho, a ACE irá
Determinação, perseverança, realizar a contratação do Consultor.
4
praticidade, iniciativa
Comunicação, desenvolvimento,
5, 6 e 7
versatilidade
6e9 Atualização e desenvolvimento
8, 9 e 16 Empreendedorismo
10 e 11 Valores
Visão futurista, arrojo, independência,
12
iniciativa
7 e 13 Talento
14 Atualização
15, 17 e 18 Valorização de potencial
19 e 20 Relacionamento interpessoal

Tabela 3: Habilidades identificadas na entrevista

2.3.2.3 Finalizando a entrevista

Esclarecimento de possíveis dúvidas que


porventura o candidato tenha sobre o processo
de entrevista e sobre as atividades que o
Consultor contratado desempenhará.
Informar a data aproximada para comunicação
do resultado da seleção.

180
3 Regimento Interno
de Núcleo Setorial

CAPÍTULO I
DO NÚCLEO E SEUS FINS

Art. 1º – O Núcleo de (nome do Núcleo), criado em (data da fundação) no município de


______________________, sem finalidade econômica lucrativa, política ou religiosa, regerá
suas atividades de acordo com as normas deste Regimento Interno e o disposto nos Estatutos Sociais
da ___________________ (nome da ACE);
Art. 2o – Tem por finalidade o desenvolvimento do setor e o aprimoramento dos nucleados, no que
concerne ao aperfeiçoamento técnico e gerencial, atuando sempre sob os preceitos da ética e da
deontologia na atividade empresarial.
Art. 3º – O Núcleo será acompanhado por um Consultor, designado pela ACE.

Parágrafo único: o papel do Consultor é moderar reuniões e acompanhar a implantação de


ações, sendo o elo entre o Núcleo, Empresas e Entidades, gerindo o Núcleo.

CAPITULO II

DO QUADRO SOCIAL

Art. 3º – O quadro social será constituído por pessoas jurídicas, colaboradores de empresas de áreas
afins, profissionais liberais e profissionais autônomos que possuam Alvará de Licença e Localização
expedido pelo órgão competente da Prefeitura do município onde estejam sediados (as).
Art. 4o – O pretendente será admitido e considerado integrante do Núcleo se atender aos seguintes
critérios:
I – Ser Associado da ACE;
II – Ser colaborador de empresa associada à ACE;
III – Ser Associado de entidade empresarial de outro município;
IV – Participar de no mínimo 04 (quatro) reuniões e/ou atividades promovidas pelo Núcleo.

Parágrafo Primeiro – Será excluído do Núcleo o empresário que tiver mais de 50% de ausência
no decorrer do ano civil, a partir da data de admissão.

Parágrafo Segundo – Também será excluído do Núcleo o empresário que faltar por mais de 03
(três) reuniões consecutivas, sem justificativa aceita pela coordenação do Núcleo;

Parágrafo Terceiro – O Associado que não estiver em dia com o pagamento de sua mensalidade
não terá os privilégios da condição de nucleado e será passível de exclusão do Núcleo;
Art. 5º - São direitos assegurados aos nucleados:

I – Ter mais de um representante no Núcleo, podendo assistir e participar de todas as reuniões


plenárias, periódicas ou extraordinárias do Núcleo, cabendo a cada nucleado, quando for o caso, direito
a um voto por empresa, desde que seja seu representante legal;
II - Votar e ser votado para ocupar os cargos de direção do Núcleo, observada a ressalva do parágrafo
primeiro deste artigo;
III - Para o exercício de seus direitos o Associado deve estar quite com as obrigações regimentais;

CAPÍTULO III

DOS ÓRGÃOS DE DIREÇÃO

Art. 6º - São órgãos deliberativos do Núcleo:


I - A Assembleia Geral;
II - A Coordenação.

Parágrafo Único – Os membros da Coordenação dos Núcleos Setoriais exercerão suas funções
sem direito a remuneração.

Art. 7.º - A Assembleia Geral, órgão soberano do Núcleo, reger-se-á pelo abaixo exposto:
a) reunir-se-á ordinariamente até a primeira quinzena do mês de ___________ de cada ano,
para apreciar e aprovar as contas e eleger a nova Coordenação, com mandato de 01 (um) ano.
b) o mandato de 01 (um) ano poderá ser prorrogado por mais 01 (um) ano.
c) O mandato da Coordenação termina em ______________ de cada ano, coincidindo com a
posse dos integrantes eleitos para as diretorias da ACE.

Parágrafo único – A eleição processar-se-á pela maneira como o determinar a própria


Coordenação.

Art. 8.º - A Coordenação do Núcleo é o órgão que o administra, sendo formado por um Coordenador e
Vice-Coordenadores, cujas pastas deverão ser definidas de acordo com a necessidade de cada Núcleo.

Parágrafo primeiro – A Coordenação, em conjunto ou isoladamente, será responsável pelas


obrigações assumidas em nome do Núcleo.

Parágrafo Segundo – O Consultor do Núcleo deverá acompanhar todas as atividades promovidas


pelo Núcleo ou indicar representante legal.

Art. 9º - Ao Coordenador do Núcleo compete:


I - Convocar, instalar e presidir as reuniões do Núcleo e as Assembleias Gerais.
II - Representar o Núcleo perante a ACE.
Art. 10º – Aos Vice-Coordenadores competem substituir o Coordenador nas suas ausências ou impedimentos
e desenvolver as atividades, de acordo com os cargos estabelecidos no Regimento Interno de cada Núcleo.

CAPÍTULO IV

DO CAIXA DO NÚCLEO

Art. 11 – O Caixa do Núcleo será regido conforme abaixo:


a – A responsabilidade de gerenciar o Caixa do Núcleo é do Departamento Financeiro da ACE, através
da conta corrente da mesma. Os pagamentos devidos serão efetuados pelo Departamento Financeiro,
baseado no saldo do Núcleo: caso o saldo esteja negativo o pagamento não será realizado.
b – Será repassado para a conta da ACE o valor equivalente a 10% (dez por cento) da receita bruta
de cada evento promovido pelo Núcleo, a título de gerenciamento e ressarcimento de despesas com o
respectivo evento (telefone, internet, material de expediente, combustível, etc.).

Parágrafo Primeiro – O Consultor do Núcleo é o responsável pela operacionalização dos


valores arrecadados nos eventos, recebendo o montante referente às inscrições e repassando ao
Departamento Financeiro.

Parágrafo Segundo – Excepcionalmente, o Núcleo poderá movimentar conta bancária conjunta,


devendo ser aberta em nome de dois ou mais integrantes da Coordenação.

CAPÍTULO V

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 12 - Compete ao Consultor do Núcleo, em conjunto com o Coordenador de Serviços, comunicar


à diretoria da ACE a constituição do Núcleo, além de informar a composição da Coordenação e todas as
modificações subsequentes.
Art. 13 - Detalhes característicos do Núcleo poderão ser acrescentados no Regimento Interno, desde
que não conflitem com o estabelecido neste.
Art. 14 - Os casos omissos neste Regimento Interno, bem como as dúvidas originadas da interpretação
deste, serão resolvidos pelo Conselho de Núcleos Setoriais.

Cidade, ____ de ___________de _______.


4 Workshop de
Integração

A organização de segmentos econômicos com o desenrolar das atividades.


por meio da formação de Núcleos Setoriais Idade mínima permitida para participação
representa uma ação da parceria de entidades – 18 anos.
organizadas com o objetivo de criar ambiente O Consultor da ACE deve participar do
favorável ao desenvolvimento das micros e evento como integrante normal do Núcleo.
pequenas empresas. O evento está programado para um
O sucesso dessa iniciativa depende da grupo de 25 pessoas, podendo ser realizado com
continuidade das ações dos Núcleos Setoriais, no mínimo 10 pessoas e no máximo 28 pessoas.
que necessitam tanto de instrumentos e técnicas,
quanto de atitudes e comportamentos coerentes
com os objetivos propostos.
O Workshop de Integração para Núcleos
Setoriais, pretende ajudar os participantes na
elaboração de um pensamento estratégico e de
cooperação, no processo de desenvolvimento
das empresas participantes
Este anexo funciona como um Guia do
Multiplicador, apresentando as atividades
estruturadas estrategicamente com objetivos
e procedimentos especificados, para o
desenvolvimento do Workshop com os diversos
segmentos econômicos.
Dependendo do conhecimento e habilidades
do Consultor, ele mesmo poderá conduzir esse
workshop, mas geralmente recomenda-se que
outro profissional que possua as competências
necessárias realize essa tarefa.
Antes de iniciar o workshop:
Esclarecer aos participantes do Núcleo
Setorial formado ou em formação, que o workshop
se destina exclusivamente aos integrantes do
Núcleo e não será permitido a participação de
convidados ou representantes.
Informar previamente aos integrantes do
Núcleo sobre o objetivo do evento e porque será
realizado. É importante que os mesmos venham
sabendo do que se trata e não fiquem surpresos

185
4.1 Objetivo 4.2 Visão Geral

O “Workshop de Desenvolvimento Interpessoal As atividades propostas para o desenvolvimento

para os Núcleos Setoriais” pretende: do presente Workshop valorizam o conhecimento

Integrar os participantes de Núcleos e experiência dos participantes enfatizando a

Setoriais, e fazê-los refletir sobre o ganho responsabilidades implicadas em seu papel com

de escala por meio da cooperação e do o participante de Núcleo Setorial, por meio do

associativismo em contraposição a concorrência desenvolvimento cognitivo, sócio emocional e de

predatória e trabalho individual. atitudes.


A metodologia proposta é essencialmente
vivencial, utilizando:
Técnicas de dinâmica de grupos,
Insumos conceituais
Apresenta como objetivo geral promover
a experimentação de diferentes valores que,
se presentes, facilitam a implantação do
Empreender, que tem como objetivo principal
contribuir para o aumento da competividade
das micro e pequenas empresas, de uma melhor
organização de suas demandas e dos processos
de autodesenvolvimento.
Mais especificamente visa que o participante
do presente workshop seja capaz de compreender
como seu comportamento e motivação afetam
sua performance, bem como a das demais
pessoas e setores envolvidos no processo de
desenvolvimento sustentável.

4.2.1 Tempo de desenvolvimento do workshop

Aproximadamente 4 horas

4.2.2 Número de participantes

Todas as atividades foram planejadas


para um grupo de 25 pessoas.

186
Aproximadamente 45 minutos
Procedimentos:
4.3 Atividades Pedir que os participantes estruturem
suas autoapresentações em uma folha de papel
Atividade 1 – Abertura
sulfite: (opcional).
Na abertura deverá ser apresentado de forma
Dados para apresentação:
sucinta o Programa Empreender e o objetivo do
•Nome
workshop, buscando fazer um link com as fases
•Empresa/instituição que trabalha
sequenciais das atividades do Núcleo Setorial.
•Tempo de Empresa/Instituição
Devem falar o Presidente e o Consultor da ACE
•Função que ocupa, etc.
e por último o Coordenador do evento que dará
inicio ao trabalho.
•Uma data importante na sua vida
e por que.
Tempo 15 minutos.
Tempo 5 minutos.
Atividade 2 – Cumprimento Diferente
Um a um os participantes se apresentam.
Objetivo:
Tempo aproximado 40 minutos
Descontrair o grupo proporcionando um
Obs.: caso o workshop esteja sendo composto
clima favorável para o início dos trabalhos.
por mais de um segmento, o participante deverá
Tempo de desenvolvimento:
informar também a que segmento pertence.
Aproximadamente 10 minutos
Material necessário:
Procedimentos:
Folha de papel sulfite
Pede-se aos participantes que andem
Pincel atômico ou canetas
pela sala, relaxando o corpo, livrando-se das
Atividade 4 – Integração
tensões do dia;
Objetivos:
Orientar que estarão se cumprimentando
Proporcionar oportunidade para que os
de forma diferente, conforme a instrução do
integrantes se reconheçam e iniciem processo
coordenador;
de integração;
O facilitador dá as consignas de diferentes
Desenvolver capacidade de empatia nos
formas de cumprimentar.
participantes;
Cumprimentar encostando
Transmitir ao grupo, de forma indireta, a
• Ombro com ombro
diferença dos sentimentos gerados quando se
•Joelho com joelho caminha sozinho, sem direção, sem reconhecer
•Quadris com quadris os outros e de outro lado quando se reconhece as
•Cabeça com cabeça pessoas e pode compartilhar ações e objetivos.
•Pernas com pernas Tempo de desenvolvimento:
Obs.: o facilitador pode variar as consignas
Aproximadamente 60 minutos
conforme observar a espontaneidade do grupo.
Procedimentos:
Atividade 3 – Apresentação dos
Pedir aos participantes que coloquem as
Participantes
vendas nos olhos e caminhem pela sala fazendo
Objetivo:
o reconhecimento do local. Tempo aproximado:
Iniciar o processo de conhecimento e
5 minutos
integração dos participantes do grupo.
Solicitar que retirem as vendas e
Tempo de desenvolvimento:
continuem caminhando pela sala como se não
187
tivessem pessoas no local. Tempo aproximado: 3 voluntários deverão ficar de pé, seguram uma
minutos corda esticada na altura do queixo.
Solicitar que continuem caminhando O facilitador pede que os demais
pela sala, reconhecendo as pessoas. Tempo participantes se posicionem em um dos lados da
aproximado: 2 minutos corda, passando a consigna de que todos tem
Ainda caminhando, solicitar que olhem que passar de um lado para o outro lado por cima
as pessoas nos olhos. Tempo aproximado: 2 da mesma, inclusive os dois que estão segurando
minutos a corda, que deverão ser substituídos por outros
Formar pares e cada pessoa deve dois participantes que já concluíram a tarefa.
relatar um fato significativo na vida pessoal Os participantes só poderão contar
(podem ocupar qualquer local da sala). Tempo com eles próprios como recursos para transpor
aproximado: 10 minutos a corda. Quem já passou para o outro lado da
Processamento: corda, não poderá voltar para o lado de origem.
Os participantes serão convidados a Tempo: 30 minutos.
expressar sentimentos e percepções sobre a Processamento:
vivência; Os participantes serão convidados a
Fazer conexão entre o momento de expressar sentimentos e percepções sobre a
estar vendados sem reconhecer as pessoas com vivência.
a situação de estar sozinho no segmento em Tempo aproximado 35 minutos.
que atuam e quando reconhecem as pessoas e Entrega e leitura do texto A Lenda dos
podem compartilhar situações importantes nos Porcos Espinhos.
Núcleos Setoriais; Material necessário:
Tempo aproximado: 30 minutos Cópia do texto para cada participante.
Material necessário: Uma corda com 05 metros de
Vendas para os olhos (uma para cada comprimento.
participante). A lenda dos Porcos-Espinhos
Atividade 5 – Desafio Conta uma lenda que:
Objetivos: Durante a era glacial, muitos animais morriam
Aperfeiçoar e desenvolver habilidades por causa do frio.
para a gestão de ações em equipe; Os porcos-espinhos, percebendo a situação
Experimentar situação de resolução resolveram se juntar em grupos; assim, se
de conflitos, liderança disfuncional e falta de agasalhavam e protegiam mutuamente, mas
motivação de uma equipe; os espinhos de cada um feria os companheiros
Evidenciar que a sinergia do trabalho em mais próximos, justamente os que forneciam
grupo é um fator diferencial para a superação mais calor e, por isto, tornaram a se afastar uns
de obstáculos e dificuldades existentes em dos outros, voltando a morrer congelados, e
atividades individuais. precisaram fazer uma escolha: ou desapareciam
Tempo de desenvolvimento: da face da terra, ou aceitavam os espinhos do
Aproximadamente 65 minutos. semelhante.
Procedimentos: Com sabedoria, decidiram voltar e ficar juntos.
O facilitador solicita dois voluntários, que Aprenderam a conviver com as pequenas feridas
deverão se posicionar no centro da sala. Os dois que uma relação muito próxima pode causar, já

188
que o mais importante era o calor do outro.
E terminaram sobrevivendo...
Atividade 6 – Encerramento: Próximos
Passos
Objetivos:
Fazer um link das atividades do Workshop
com as ações e funcionamento do Núcleo
Setorial;
Informar aos participantes os
próximos passos (planejamento estratégico e
monitoramento das ações) do Núcleo Setorial.
Tempo de desenvolvimento:
Aproximadamente 30 minutos.
Procedimentos:
Os participantes são convidados a
expressar sentimentos e percepções sobre as
vivências e os aprendizados das dinâmicas
do workshop. O facilitador pede que cada um
escreva em uma folha de papel sulfite ou em uma
tarjeta de cartolina, uma palavra que expresse
esse sentimento (guardar a tarjeta para o final da
atividade). Tempo: 10 minutos.
O facilitador resgata com o grupo as
vivências e os aprendizados das dinâmicas do
workshop, e estimula o grupo a trabalhar de
forma cooperativa e efetiva as ações que serão
identificadas no planejamento estratégico do
próximo encontro. Tempo: 15 minutos.
O facilitador pede que cada participante
leia a tarjeta (papel) com a palavra que expresse
o sentimento, ao final parabeniza todos pelo
trabalho e agradece a participação. Tempo: 05
minutos.
Material necessário:
Tarjetas coloridas ou folha de papel sulfite
para cada participante
Pincel atômico para cada participante

189
5 Ficha de Plano
de Ação

Programa Empreender PLANO DE AÇÃO Data: N°

ACE: Núcleo Setorial:

Objetivo Geral:

1. Estratégia(s) vinculada(s): 2. Resultado(s) vinculado(s):

3. Ação a ser desenvolvida:

4. Prazo para execução: 5. Responsável:


Início: _____ /_____ /_____ Término: _____ / _____ /_____

6. Colaboradores: 7. Parceiros:

8. Recursos necessários: (materiais, equipamentos, financeiros, horas técnicas)

9. Ação a ser desenvolvida:

Data p/ realização da atividade Executado


Recursos Necessários
9. Atividades: Responsável
Início Término Sim Não

9.1

9.2

9.3

9.4

9.5

9.6

9.7

9.8

Coordenador: Consultor: Quem cobra as ações/projetos:

191
6 Lista de
Presenças

Logo do Núcleo Nome do Núcleo Setorial LOGO DA ACE

ACE: Tema do Encontro: Data: ____/___/___

Núcleo Setorial: Horário:

Consultor: Local:

Nº Nome Empresa Email Fone Assinatura

10

11

12

Marque com um X o grau da sua satisfação ao término da reunião:

SATISFEITO INDIFERENTE INSATISFEITO

193
7
Relatório de
Reunião de Núcleo

ACE: Relatório de
Data: ______/_____/______
Reunião de Núcleo

Núcleo: Horário:
Das _____:_____ às _____:_____

Consultor: Local:

Assuntos para resolver Tempo previsto

1.

2.

3.

4.

5.

Tema de pauta Conteúdos, resultados e decisões

Data, horário e local da próxima reunião:

Assinatura do Consultor Assinatura do Coordenador Assinatura do Representante da ACE

195
Endereço: SCS Quadra 03 - Bloco A nº 126
Edifício CACB - 70313-916 - Brasília - DF
Fone: +55 61 3321-1311
www.cacb-empreender.org.br

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