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EMPREENDER POR
NECESSIDADE OU
OPORTUNIDADE?
E-BOOK | EMPREENDER POR NECESSIDADE
OU OPORTUNIDADE?
SUMÁRIO
1. O que é empreender? 3
Referências 14
1 O QUE É EMPREENDER?
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Atualmente, esse conceito “[...] pode ser compreendido como a
arte de fazer acontecer com criatividade e motivação” (BAGGIO;
BAGGIO, 2014, p. 26). Empreender significa executar uma ideia de
negócio, enfrentando os obstáculos e adversidades que possam
surgir pelo caminho e que precisam ser solucionados. É o exercício
de desenvolver novas condutas ou de elaborar transformações no
campo empresarial, com originalidade e coragem para enfrentar os
riscos e desafios.
No Brasil, o empreendedorismo é uma pauta que ocupa lugar de
destaque nas políticas nacionais. Durante os anos de 1980, a te-
mática do empreendedorismo estava mais presente na formação
de estudantes do ensino superior, mas, atualmente, a preocupação
com a formação empreendedora já pode ser vista também em es-
colas de educação básica e profissionalizante.
Diferentes entidades e instituições foram constituídas para dar su-
porte a esse movimento do ideal empreendedor. O apoio ao pe-
queno empresário – com presença marcante do Serviço Brasileiro
de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), bem como de
organizações não governamentais (ONGs) e instituições de apoio
ao pequeno e médio negociante – foi e é muito importante para a
consolidação dessa ideia (COAN, 2013).
As transformações na economia e na sociedade causadas pela
pandemia mundial de Covid-19, a partir de 2020, afetaram sensivel-
mente o Brasil. Vale a pena lembrar que, devido à quarentena e ao
distanciamento social, novos hábitos de consumo passaram a exis-
tir.
O mercado sentiu as mudanças e teve de se adequar à nova reali-
dade, exigindo formas diversificadas para se comercializar: vendas
online, serviços de entrega domiciliar, utilização das redes sociais
para a comunicação entre os clientes etc. Unindo-se a esse cenário,
o desemprego aumentou rapidamente e muitas pessoas visualiza-
ram, em um primeiro momento, a abertura de um pequeno negócio
como sendo a única saída para garantir a subsistência.
É importante lembrar que o empreendedorismo, mesmo sendo
uma alternativa adotada por muitas pessoas para suprir uma ne-
cessidade, deve ser embasado em conhecimento e profissionaliza-
ção para alcançar o sucesso desejado.
Você acredita que, para começar um negócio, basta uma boa ideia
e capital para investir?
Ledo engano. É ingenuidade pensar que, para empreender, é ne-
cessário somente coragem, dinheiro e ideias genuínas. Ter conheci-
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mento sobre a área é fundamental para encarar os desafios: organizar
um negócio, garantir sua manutenção e investir em seu crescimento.
Para começar a pensar sobre a abertura de um negócio – seja ele uma
lanchonete, um pet shop, uma distribuidora de refeições congeladas,
um salão de estética, uma loja de livros usados, um serviço de entre-
gas online etc. –, é necessário que o empreendedor possua ou desen-
volva determinadas competências.
Veja a seguir algumas dessas competências:
• Ter uma visão ampla sobre tudo o que envolve o negócio, para que,
assim, possa administrá-lo sozinho ou com profissionais que sejam
capacitados e possam auxiliá-lo em atividades técnicas mais espe-
cíficas.
• Ter atitudes de liderança, influenciando colaboradores e clientes
com estratégias definidas.
• Ser motivador e se automotivar com otimismo na resolução de pro-
blemas.
• Ter foco e disciplina na condução do tempo.
• Ser resiliente, sabendo enfrentar as dificuldades e buscando a su-
peração dos problemas, sem desistir.
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1.2 EMPREENDEDORISMO: NECESSIDADE OU OPORTUNIDADE?
Nas últimas décadas, a quantidade de empreendedores individu-
ais e empresas de pequeno porte cresceu significativamente no
Brasil, ocupando “[...] a 15.ª posição do Ranking do Empreende-
dorismo por Oportunidades e a 4.ª posição no Ranking do Em-
preendedorismo por Necessidades [...]” (BAGGIO; BAGGIO, 2014,
p. 26). Esse crescimento está ligado tanto ao cenário de oportu-
nidades quanto à realidade socioeconômica do nosso país. É im-
portante destacar que o ato de empreender por oportunidade e
por necessidade possui características distintas: enquanto o pri-
meiro engloba o início de um negócio, mesmo que existam outras
possibilidades profissionais, o segundo ocorre devido à ausência
destas possibilidades e, normalmente, à instabilidade financeira.
Do ponto de vista da teoria, a abertura de um negócio resulta
de uma análise de mercado que visa identificar demandas ainda
não supridas, seguida por uma análise de viabilidade que leve em
consideração o desejo e características individuais dos consumi-
dores e do próprio empreendedor. Mas, na prática, nem sempre é
assim. Quando a necessidade fala mais alto, essa trajetória muitas
vezes não é seguida.
Empreender por necessidade é uma realidade quando, na maio-
ria das vezes, o empreendedor apresenta um desprovimento eco-
nômico e enxerga na abertura de um negócio a única maneira de
sair do problema em que está envolvido. É comum ter uma ação
empreendedora desse tipo após uma demissão do trabalho ou
diversas tentativas de recolocação no mercado.
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Que tal um exemplo?
Caio trabalhou durante 20 anos em uma agência bancária como
caixa. Foi demitido e, devido à ausência de ofertas de emprego
em sua área de atuação, pegou todo o capital resultante de seu
processo rescisório e abriu uma confeitaria em seu bairro.
A decisão por esse tipo de negócio ocorreu devido às suas habili-
dades com a produção de doces.
Porém, Caio não observou um detalhe: grande parte do público
local era composta por idosos aposentados com diabetes, doen-
ça que impossibilita a ingestão demasiada de doces. O ímpeto foi
responsável pela decisão de Caio e, o resultado, desastroso.
Em um prazo curto, com vendas baixas e sem capital para inves-
tir na diversificação de produtos de sua loja, fechou as portas de
seu estabelecimento, com um prejuízo considerável.
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Que tal outro exemplo hipotético?
Jéssica trabalha em uma grande empresa de serviços de entrega
online. Começou a trabalhar nessa área ainda jovem e conseguiu,
ao longo dos anos, uma ocupação de destaque no gerenciamen-
to do negócio. Aprendeu o funcionamento de todas as etapas do
seu trabalho, seus entraves e suas vantagens, além de observar a
demanda de mercado.
Morando em local afastado do centro de sua cidade, Jéssica ob-
servou que um grande problema para os moradores de seu bairro
era a inexistência, dificuldades de acesso ou ineficiência dos ser-
viços de entregas online na sua região. Ao lado de um parceiro
investidor que acreditou em sua ideia, ela fez um planejamento
baseado em pesquisas sobre seu bairro e outros periféricos, so-
bre as carências dos serviços de entrega, sobre os riscos e vanta-
gens deste tipo de negócio em sua região e, unindo esses dados
ao seu conhecimento da área, decidiu abrir sua própria empresa
e investir no ramo.
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2 ORIENTAÇÕES PARA A ABERTURA
DE UM NOVO NEGÓCIO
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a. Produto: tem por finalidade analisar se o produto ou serviço
que está sendo oferecido é ou será bem recebido pelo seu pú-
blico-alvo. O público-alvo, por sua vez, nada mais é do que o
grupo de pessoas a quem o produto se destina, por exemplo:
homens, mulheres, jovens, idosos, classe média, classe alta etc.
O levantamento da receptividade, portanto, pode ocorrer a
partir de uma pesquisa com o público do seu negócio.
Outro exemplo: se o empreendedor pretende abrir uma loja de
bolsas femininas de luxo, pode consultar mulheres de classes
média e alta por meio de entrevistas ou questionários, visan-
do verificar se o produto seria bem recebido por elas. O resul-
tado dessa consulta possibilita reajustes, caso necessário. Ou-
tra possibilidade seria averiguar como tem sido o desempenho
desse setor como um todo no mercado, o que pode ser facil-
mente pesquisado na internet, de forma a identificar se há de-
manda pelo produto.
b. Mercado: foca nas vantagens e desvantagens do lançamen-
to ou modificação de um produto. Essa estratégia requer uma
avaliação da concorrência, dos fornecedores, dos usuários etc.
Deve considerar se o mercado está em expansão ou não, se
está estagnado, entre outras questões. Além disso, o momen-
to deve ser aproveitado para identificar as boas práticas das
outras empresas do setor que podem ser adotadas e as falhas
que podem ser supridas pelo seu negócio, garantindo que sua
empresa tenha algo de novo em relação à concorrência – a
chamada vantagem competitiva.
c. Administrativo: verifica se os colaboradores e funcionários
respondem ou poderão corresponder positivamente aos inte-
resses do negócio. É importante saber identificar quais cola-
boradores possuem as habilidades necessárias para os cargos
designados. Compor um quadro de funcionários competentes
faz parte de uma administração de sucesso.
d. Econômico: avalia se os recursos são suficientes para colocar
em prática a ideia empreendedora, garantir sua manutenção e
tornar possível sua expansão. É importante ter clareza sobre
qual será o investimento real necessário. Não se pode descon-
siderar gastos mensais como eletricidade, água, gás, despesas
legais, recursos indispensáveis para o funcionamento da em-
presa etc.
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Com essas diretrizes claras, é possível verificar se existe mercado
para o que você está oferecendo, se as receitas são suficientes,
se a estruturação dos recursos humanos está adequada à ideia
do empreendimento. A grande questão é: posso transformar a
necessidade em oportunidade?
Sim. Sem dúvida! Retomando o exemplo de Caio: ele poderia
ter realizado uma pesquisa mais aprofundada sobre os possíveis
clientes de sua região, ou seja, ter um conhecimento prévio sobre
quem iria consumir os produtos oferecidos. Dessa forma, estudar,
informar-se e avaliar o mercado se torna uma tarefa imprescindí-
vel para quem busca se arriscar e obter sucesso. Tanto o empre-
endedor por oportunidade quanto o empreendedor por neces-
sidade devem encarar o processo de abertura de uma empresa
como uma aprendizagem que irá agregar mais conhecimento em
todas as suas etapas.
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• o que será oferecido
• qual segmento será atendido
• qual será o capital necessário para a abertura
• qual a infraestrutura necessária
• quais serão os canais de distribuição e comunicação
• quais serão as empresas parceiras para alavancar o empreendi-
mento
• como se dará o relacionamento com os clientes
• qual a previsão de lucros e recursos
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de negócios é o quadro desenvolvido por Alex Osterwalder, co-
nhecido como Canvas. Ele funciona como um mapa da estrutura
organizacional da empresa: apresenta os objetivos pretendidos
pelo empreendedor, o ramo de atuação do negócio, seus respec-
tivos produtos, consumidores, concorrentes, fornecedores, recur-
sos empregados e metas que a empresa deseja alcançar.
O Canvas tradicional consiste em um mapa composto por nove
blocos. São eles:
• Segmento de clientes
• Proposta de valor
• Canais
• Relacionamento com clientes
• Fontes de receita
• Recursos-chave
• Atividades-chave
• Parcerias principais
• Estrutura de custos
Com a ajuda dessa ferramenta, é possível visualizar de uma for-
ma clara se a ideia inicial sobre o empreendimento é viável ou
não.
SAIBA MAIS
Quer saber mais sobre o Canvas?
O Sebrae disponibiliza a ferramenta gratuitamente e explica tudo
sobre como utilizá-la no site Sebrae Canvas. Para conhecer, aces-
se o link: https://sebraecanvas.com/.
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REFERÊNCIAS
BAGGIO, A. F. e BAGGIO, D. K. Empreendedorismo: Conceitos e
Definições. Revista de Empreendedorismo, Inovação e Tecnologia, v. 1,
n.1, p. 25-38, 2014.
CHIAVENATO, I. Empreendedorismo: dando asas ao espírito
empreendedor. Barueri, SP: Manole, 2012.
COAN, M. Educação para o empreendedorismo como estratégia para
formar um trabalhador de novo tipo. LABOR, v. 1, n. 9, p. 1-18, 2013.
DA SILVA, J. A. B.; SILVA, M. S. V. Análise da evolução do
empreendedorismo no Brasil no período de 2002 a 2016. Revista
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Relatório Executivo 2017 \ Coordenação de Augusto Muratori; autores:
diversos autores - Curitiba: IBQP, 2018.174p. : il.
LION, L. J. Empreendedorismo: empreendedores e proprietários-
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05-28,1999.
O PROCESSO empreendedor - O plano de negócio. # Parte
1 vídeo (5 min). Disponível em: https://www.youtube.com/
watch?v=O3VZRvk34Xw&t=9s Acesso em: 25 jun. 2021.
SANTOS, P. V. S.; PINHEIRO, F. A. O plano de negócios como ferramenta
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STANGHERLIN, A.; JOÃO, D. M.; OLIVEIRA, J. N. D. Os desafios
enfrentados pelos pequenos empreendedores durante a pandemia da
Covid-19. Observatório Socioeconômico da COVID-19. Disponível em:
https://www.ufsm.br/app/uploads/sites/820/2020/06/Textos-para-
Discussão-03-Os-desafios-enfrentados-pelos-empreendedores-.pdf.
Acesso em: 6 jun. 2021.
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