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Pâmela da Silva Rodrigues Amaro de Souza

Matrícula: 202210016211
Economia do Setor Público - LISTA 1

1 - Cite e defina as Falhas de Mercado.


No setor público, as falhas de mercado tratam-se de quando o mercado não aloca
de forma eficiente os recursos para conseguir atender todas as demandas da
população, assim, abrindo margem para uma interferência do Estado (ou governo),
que passa a corrigir tais ineficiências. São elas:

Existência de bens Públicos: São bens não excludentes e não rivais, ou seja, o
consumo por um indivíduo não reduz o acesso de outros, portanto, deve estar
disponível para todos. Devido a isso, o setor privado pode não ter incentivos para
fornecer tais bens, levando a um fornecimento ineficiente ou inexistente. Exemplos
incluem as ruas pavimentadas (sendo um bem tangível) e a defesa nacional (que é
um bem intangível).

Monopólios naturais: Em alguns casos, monopólios ou oligopólios podem abusar


do poder de mercado, resultando em preços mais altos e/ou menor quantidade de
bens ou serviços fornecidos. No setor público, a regulação é necessária para evitar
tal perda de bem-estar e deste modo assegurar o compartilhamento dos benefícios
entre consumidores e produtores.

Externalidades: São efeitos positivos ou negativos que afetam terceiros e não são
refletidos nos preços de mercado. Por exemplo, uma fábrica que polui um rio,
afetando a qualidade da água para a comunidade local, não arca com os custos
dessa poluição. Isso pode levar a uma alocação ineficiente de recursos, já que o
custo da poluição não é suportado pela fábrica, mas sim pela sociedade.

Informação incompleta: Em muitos setores, como saúde e finanças, uma parte


envolvida em uma transação pode ter mais informações do que a outra, resultando
em decisões ineficientes. Isso pode ser mitigado por regulamentações e
intervenções do governo para proteger consumidores e garantir transações mais
equitativas.

Mercados Incompletos: acontece com a precariedade de infraestrutura para uma


boa oferta de bens e serviços, apresentando risco para o investimento.

Ocorrência de desemprego e inflação


2 - Explique por que a estabilização econômica pode ser considerada um bem
público.

Em função da sua natureza de benefício não excludente e não rival, a estabilização


econômica pode ser considerada um bem público, visto que, quando se trata de
estabilização econômica, os benefícios habitualmente não podem ser exclusivos
somente para um grupo específico da sociedade, como por exemplo, o controle de
inflação, beneficia a toda população e todos podem desfrutar simultaneamente, de
maneira generalizada.

3 - Para cada programa listado abaixo, discuta quais falhas de mercado podem
ser (ou são) usadas como justificativa parcial:
a) Seguro Desemprego
b) Defesa nacional
c) Incentivos ao carro elétrico
d) Renovação urbana
e) Concessão dos serviços de água e esgoto a uma empresa

a) Falhas de Informação:
No caso do seguro desemprego, a perda de emprego é uma situação na qual a
assimetria de informação é prevalente. Os trabalhadores podem ter menos
informações sobre o tempo necessário para encontrar um novo emprego ou sobre
as condições do mercado de trabalho. Isso poderia levar a um subfornecimento de
seguro desemprego no setor privado, já que as empresas de seguros podem não ter
informações completas sobre a probabilidade de desemprego de um indivíduo.

b) Bem Público:
A defesa nacional é frequentemente vista como um bem público devido à sua
natureza de não exclusão e não rivalidade. A proteção da nação e dos cidadãos
contra ameaças externas é algo que beneficia toda a população, e é difícil excluir
indivíduos desse benefício. O setor privado pode não ter incentivos para fornecer
defesa nacional devido à dificuldade de cobrar individualmente pelo serviço e devido
à necessidade de ampla coordenação e recursos massivos, sendo assim,
necessário que o governo intervenha.

c) Externalidade Positiva.
Os veículos elétricos, por exemplo, trazem benefícios ambientais e de saúde pública
(redução da poluição, diminuição das emissões de gases de efeito estufa). No
entanto, esses benefícios não são totalmente refletidos nos preços de mercado dos
carros elétricos, o que pode levar a uma alocação ineficiente de recursos. Subsídios
ou incentivos governamentais são justificados para corrigir essa falha de mercado e
promover a adoção de tecnologias mais sustentáveis.
d) Externalidades e Mobilidade Imperfeita dos Recursos.
A renovação urbana frequentemente enfrenta problemas de externalidades, pois os
benefícios de melhorias urbanas (novos espaços públicos, infraestrutura, etc.)
podem se estender para além dos limites de propriedades específicas. Além disso,
a mobilidade imperfeita dos recursos, como a falta de investimentos privados em
áreas de baixo desenvolvimento, pode ser um fator que justifica a intervenção do
governo para revitalizar áreas urbanas.

e) Monopólio Natural.
Os serviços de água e esgoto muitas vezes são considerados monopólios naturais
devido aos altos custos fixos e à infraestrutura necessária. Isso pode levar a uma
situação na qual é mais eficiente ter apenas uma empresa fornecendo esses
serviços. No entanto, sem regulação ou intervenção do governo, essa empresa
poderia abusar do poder monopolista, resultando em preços elevados e baixa
qualidade dos serviços. A concessão regulamentada, controlada pelo governo, pode
ser uma forma de mitigar essa falha de mercado.

4 - O que acontece à alocação eficiente entre bens públicos e privados à medida


que uma economia se torna mais rica? Você consegue pensar em exemplos de
bens públicos, cujo consumo aumentaria mais do que proporcionalmente ao
aumento da renda? Menos que proporcionalmente ao aumento da renda?

A alocação dos bens públicos e privados, podem passar por mudanças, tendo em
vista, a influência que o comportamento de consumo, as preferências individuais e
os padrões de demanda tem sob tais bens, conforme uma economia torna-se mais
rica.

5 - Apresente os argumentos dos defensores de menos gastos em bens públicos e


os defensores de mais gastos. Quais são os principais desacordos entre os dois
grupos?

Os defensores da redução dos benefícios públicos recomendam uma política fiscal


rigorosa, menos intervenção do Estado na economia e a crença de que o setor
privado aloca recursos de forma mais eficiente. Por outro lado, os defensores do
aumento dos bens públicos recomendam a estimulação económica, a redistribuição
do rendimento e o investimento em infra-estruturas e educação para promover o
crescimento económico e reduzir a desigualdade. As principais diferenças entre
estes grupos são as diferentes atitudes em relação à dívida nacional, o papel do
Estado na economia e as opiniões sobre os efeitos dos gastos do sector público na
economia. Estas diferenças reflectem visões ideológicas e filosóficas sobre a
política governamental e fiscal. As decisões políticas relativas às despesas do
sector público são influenciadas por fatores econômicos e pelas preferências
ideológicas dos decisores.

6 - Um dos principais assuntos da atualidade é a crise climática. Diversos países


estão discutindo e aplicando medidas para conter o aquecimento global. Nesse
sentido, considere a atmosfera mundial como um bem público “internacional”.
Quais são alguns dos problemas para garantir que os indivíduos e os países tomem
medidas para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa?

No contexto das questões climáticas, a atmosfera global é frequentemente


considerada um bem público internacional porque as ações de um país e as
emissões de gases com efeito de estufa podem afetar diretamente outros países e
até mesmo todo o planeta. Mas garantir que as pessoas e os países tomem
medidas para reduzir as emissões de gases com efeito estufa enfrenta vários
desafios, como, por exemplo, a tragédia dos Comuns: a atmosfera é muitas vezes
considerada uma espécie de "comum global". Isso significa que qualquer país ou
indivíduo que reduza suas emissões pode não experimentar todos os benefícios
dessa ação, enquanto os custos recaem sobre eles. Isso pode levar à exploração
não sustentável da atmosfera, pois cada ator busca seu próprio interesse.

7 - Muitos economistas receiam que, a menos que todos os países sejam


obrigados a reduzir os seus níveis de emissões de gases com efeito de estufa, as
reduções nas emissões num país possam ser parcialmente compensadas por
aumentos noutro. Explique como isso pode ocorrer.

A preocupação com o vazamento de carbono refere-se ao fato de que as reduções


nas emissões de gases de efeito estufa em um país podem ser parcialmente
compensadas por aumentos em outros países devido à falta de ação coordenada
global para reduzir as emissões. Isso pode ocorrer devido ao deslocamento de
emissões, ao comércio de emissões, às vantagens comparativas em recursos
fósseis e às fugas de carbono do setor energético. Para enfrentar esse desafio, são
necessários acordos internacionais eficazes que envolvam a cooperação global na
redução de emissões em todos os países e minimizem o vazamento de carbono. A
coordenação global é fundamental no combate às mudanças climáticas.

8 - Explique porque é que um sistema de implementação conjunta para a redução


dos gases com efeito de estufa é mais eficiente do que um sistema em que cada
país deve reduzir a sua poluição num montante fixo.
Um sistema de implementação conjunta para a redução de gases de efeito estufa é
mais eficiente do que um sistema em que cada país deve reduzir sua poluição em
um montante fixo por várias razões, como, por exemplo, Incentivar a eficiência ao
permitir que os países escolham onde reduzir emissões com menor custo. Estimular
o comércio de emissões, permitindo a compra e venda de créditos de emissão entre
países. Promover a inovação, à medida que os países buscam soluções mais
eficientes, incentivar a cooperação internacional para atingir objetivos comuns e etc.
O Monitoramento constante é essencial para garantir o cumprimento das
obrigações de redução dessas emissões.

9 - Uma importante classe de externalidades para a qual a atenção tem sido


dirigida recentemente é chamada de externalidades de informação. A informação
produzida por um indivíduo ou empresa gera benefícios ou malefícios para outros.
Você consegue pensar em outros exemplos de externalidades de informação e
seus efeitos?

As barreiras à entrada são barreiras que dificultam a entrada de novas empresas no


mercado, e essas barreiras podem levar ao surgimento de poder de monopólio.
Existem diferentes tipos de barreiras à entrada, tais como economias de escala,
recursos únicos, controle de acesso, barreiras regulamentares e elevados custos de
investimento.

Para combater os monopólios naturais, os governos podem impor regulamentações.


Isto pode incluir regulação de preços, padrões de qualidade e serviço, acesso justo,
regulação de preços e supervisão e revisão regulatória. O seu objectivo é equilibrar
os interesses do monopolista com os dos consumidores e da sociedade, garantindo
preços justos, qualidade de serviço adequada e concorrência leal quando
apropriado.

10. Quais são os diferentes tipos de barreiras à entrada que fazem surgir o
poder de monopólio? Por que pode ser desejável que o governo regule os
monopólios naturais e de que forma essa regulação pode ser feita?

Barreiras à entrada, tais como economias de escala, controle de recursos escassos,


conhecimentos técnicos e barreiras regulamentares, podem levar ao surgimento de
monopólios naturais. Os governos podem querer regular os monopólios naturais
para evitar o abuso do poder de mercado e garantir preços justos, serviços de
qualidade, acessibilidade universal e eficiência. Os reguladores impõem
regulamentos estabelecendo limites máximos de preços, padrões de qualidade e
regras operacionais para equilibrar os interesses dos monopólios e dos
consumidores.

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