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Economia Política II

Estudo do 2º semestre

Beatriz Gomes (a22204720)


2022/2023

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Índice:
 Externalidades (positivas e negativas);

 Classificação de bens económicos;

 Sistema tributário;

 Capital Humano/Ganhos e discriminação;

 Capital;

 Economia de bem-estar;

 Sociedades comerciais;

 Fatores de produção do quadro da macroeconomia;

 Estado fiscal/económico;

 Estado patrimonial;

 Planeamento estratégico (ler artigos professor);

 Moeda.

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Externalidades
As externalidades são no fundo falhas de mercado, pois dos seus atos
intencionais resultam consequências secundárias involuntárias a terceiros que
não participaram da ação, causadas pela sua atividade. De acordo com o livro
de Mankiw: “Uma externalidade é o impacto das ações de uma pessoa sobre o
bem-estar de outras que não participam da ação. Se o impacto for adverso, é
chamada externalidade negativa, se for benéfico, é chamada externalidade
positiva.”.
Externalidade negativa – provoca impactos desfavoráveis contra terceiros
(exemplo: poluição).
 Custo privado – é o custo que uma empresa despende para produzir
um bem ou serviço. Esse custo é composto pelos fatores de produção:
matérias-primas, capital e trabalho;

 Custo social – é a soma dos custos privados dos fabricantes de um


certo bem ou serviço, assim como os custos externos derivados para a
sociedade (terceiros).
Exemplo:
Quando uma pessoa compra um carro, o custo social desse carro seriam os
gases que ele emite no exterior, bem como os efeitos que esses gases têm na
saúde da população. Chamamos isso de custo social, pois tem um custo futuro
indireto para a sociedade. Nesse caso, falamos de externalidade negativa,
então os custos sociais são maiores.

Outro custo social pode ser o da educação. A educação tem um custo privado
para o Estado, mas inúmeros custos sociais (benefícios sociais) para a
população. Nesse caso, falamos de externalidade positiva, então o custo
privado é maior do que o custo social.

 Custo para terceiros – é o custo dos efeitos externos negativos que


uma atividade económica pode ter sobre terceiros (externalidades).
“Na presença de externalidades, o interesse da sociedade em relação a um
resultado de mercado vai além do bem-estar de compradores e vendedores do
mercado; inclui também o bem-estar das demais pessoas afetadas. Como
compradores e vendedores negligenciam os efeitos externos de suas ações ao
decidir quanto demandar ou ofertar, o equilíbrio de mercado não é eficiente na
presença de externalidades. Isto é, o equilíbrio não consegue maximizar o
benefício total para a sociedade como um todo.” – Introdução à economia,
Mankiw.

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Exemplo:
Imaginemos uma fábrica de alumínio que emita poluição: a cada unidade
produzida, uma certa quantidade de fumo entra na atmosfera (externalidade
negativa).

Fig.1 – A curva da procura


reflete o valor para os
compradores e a curva da
oferta representa o custo dos
vendedores. Este gráfico
representa, na ausência de
externalidades, um equilíbrio
do mercado e a eficiência do
mesmo.

No entanto, uma vez que a produção de alumínio causa na verdade um risco


para a saúde dos que respiram esse ar, conclui-se que esta empresa produz
uma externalidade negativa. Como é que isto afeta a eficiência do mercado?
Produto desta externalidade, o custo de produção deste bem para a sociedade
é maior do que o custo privado para a empresa que o produz. A curva do custo
social está acima da curva da oferta porque leva em consideração o impacto
que esta produção emite na sociedade.

Fig.2 – Poluição e ótimo


social. Na presença de uma
externalidade negativa na
produção, o custo social da
fabricação de alumínio é
maior do que o custo privado.
A quantidade ótima de
alumínio Qótima é, portanto,
menor do que a quantidade
de equilíbrio, Qmercado.

Qual será a
quantidade ideal produzida por esta empresa? É natural que o fabricante
deseje alcançar o máximo de lucro que pode obter, no entanto, o fabricante

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também considera que o custo de produção do alumínio inclui também os
custos que o mesmo vai gerar a terceiros (custo social). Tendo esta
informação, o fabricante escolhe então o nível de produção do bem em que a
curva da procura cruza a curva do custo social (aumenta o preço de forma que
a procura baixe).
- Qótima (quantidade social ótima) – produção e consumo equilibrados, de
forma que o custo social esteja acima da quantidade de mercado.
- Qmercado (quantidade de equilíbrio) – produz de acordo com a eficiência do
mercado, ou seja, a empresa produz mais do que aquilo que é necessário. Nas
externalidades negativas, a quantidade de mercado está sempre acima da
quantidade ótima, o que deve ser corrigido ao diminuir a quantidade de
produção.
Externalidade positiva – provoca impactos favoráveis a terceiros (exemplo:
vacinas). Neste tipo de externalidades, o governo pretende internalizá-la e
promovê-la.
Soluções privadas e políticas públicas para o combate às externalidades
A internalização de uma externalidade é a alteração dos incentivos de forma
que as pessoas levem em consideração os efeitos externos das suas ações.
Esses incentivos resultam através de soluções privadas ou políticas públicas:
 Soluções privadas – embora as externalidades provoquem muitas
vezes ineficiência nos mercados, nem sempre é necessário que o
governo intervenha para resolver essas questões é por essa razão de
foram desenvolvidas iniciativas privadas:

1) Códigos morais e sanções sociais – são falácias presentes na


sociedade que influenciam o comportamento dos outros, em que o não
cumprimento das mesmas não resulta de uma sanção jurídica e sim de
uma sanção social (ex. não se deve atirar lixo para o chão, se o fizermos
não somos sancionados juridicamente e sim socialmente). Em termos
económicos, devemos internalizar estas externalidades;

2) Instituições filantrópicas – são obras caritativas que têm por objetivo


tratar das externalidades;

3) Interesse próprio das partes envolvidas – outra maneira pela qual o


mercado pode tratar deste problema é pôr em contacto ambas as partes
envolvidas.

Teorema de Coase – a proposição de que se os agentes privados puderem


negociar sem custos a respeito da alocação de recursos, eles próprios podem
resolver por si próprios o problema das externalidades (exemplo: Pedro tem um
cão que late todas as noites, ao que a sua vizinha Mariana se queixa

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constantemente. Deve ser analisado o benefício de Pedro manter o cão e o
prejuízo de Mariana de o ter de ouvir todas as noites. Para resolver de uma vez
por todas o problema, Mariana decide então oferecer uma certa quantia a
Pedro para que se livre do cão. Pedro apenas aceitará o acordo se a quantia
oferecida por Mariana for maior do que o benefício de ficar com o cão).
Apesar desta solução parecer a mais apropriada, ambos os agentes nem
sempre conseguem encontrar uma solução conjunta decorrentes de uma
externalidade em decorrência de custos de transação (custos incorridos pelas
partes no processo de efetivação de uma negociação). A negociação torna-se
falhada pois muitas vezes o custo de transação é superior ao valor inicial do
acordo das partes (exemplo: se a Mariana falasse uma língua diferente de
Pedro, ambos teriam de contratar um intérprete. No entanto, se o custo para
resolver o problema for menor do que o pagamento ao intérprete, ambas as
partes podem decidir deixar de lado o problema).
Políticas Públicas
Quando uma externalidade provoca a alocação ineficiente de recursos num
mercado, o governo pode intervir e responder de duas formas:
1) Políticas de comando e controlo – hiperatividade, exigem ou proíbem
certos comportamentos;

2) Políticas baseadas no mercado – o governo pode utilizar políticas


baseadas no mercado para incentivar as partes, através de incentivos
privados, e eficiência social. Por exemplo, como vimos o governo pode
internalizar uma externalidade tributando as atividades que geram ext.
negativas e incentivar as ext. positivas. Os impostos implementados
para reduzir as ext. negativas são chamados de impostos de Pigou –
imposto implementado para corrigir os efeitos de uma externalidade
negativa. Exemplo de uma empresa produtora de papel:

Regulamentação: A EPA pode determinar que cada uma das fábricas


deverá reduzir o lançamento de efluentes para 300 toneladas/ano;
Imposto de Pigou: A EPA pode cobrar de cada fábrica um imposto de
50 mil euros por tonelada de efluente lançada ao rio.

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Classificação de bens económicos
Bens rivais e excluíveis
Bens rivais – são bens cuja natureza apenas permite que a sua utilização só
possa ser realizada por uma pessoa, impedindo outras de o utilizarem também.
Neste caso, é o próprio bem que elimina a hipótese de duas ou mais pessoas
de o utilizarem ao mesmo tempo;
Bens excluíveis – são bens que estão atribuídos à propriedade de uma pessoa,
cuja decisão da mesma influência a possibilidade da utilização daquele bem
por outras pessoas. Resumindo, o bem está submetido a ser utilizado
consoante o poder de exclusão/impedimento sobre o mesmo. Aqui já não é o
próprio bem que impede e sim quem tem posse do mesmo.
Bens privados, públicos, semipúblicos e recursos comuns (e monopólio
natural)
1. Bens privados – são excluíveis e rivais (exemplo: gelado). Quando a
pessoa A compra um gelado, pode impedir a pessoa B de o comer pois
a pessoa A é a que tem a propriedade dela. No entanto, se a pessoa A
comer todo o gelado a pessoa B já não o vai poder comer o mesmo
gelado.

2. Bens públicos – não são excluíveis nem rivais (exemplo: conhecimento).


Tanto não se pode impedir (através de uma autoridade) as pessoas de
desfrutar de bens públicos, como também o bem pode ser desfrutado
por várias pessoas sem prejuízo de nenhuma delas.

3. Bens semipúblicos – Estado social – Direitos sociais – O estado fornece


recursos para as necessidades coletivas (ex. Hospital de Santa Maria) –
pago uma taxa.

4. Recursos comuns – são rivais, mas não excluíveis (exemplo: peixes no


mar). Os peixes presentes no oceano são um bem rival, pois quando
alguém pesca, diminui a quantidade de peixe que a próxima pessoa vai
pescar. No entanto, esses peixes não são um bem excluível pois é
quase impossível cobrar aos pescadores todos os peixes que pescam.

5. Monopólio natural – são excluíveis, mas não rivais (exemplo: Corpo de


Bombeiros). Por exemplo, quando existe um fogo na casa de um
habitante de uma cidade, o próprio corpo de bombeiros pode decidir não
prestar o serviço. Contudo, o serviço de bombeiros não é um bem rival,
pois a proteção da casa desta pessoa não invalida a capacidade dos
bombeiros para irem proteger a casa de outrem, estando sempre
disponíveis para todos os casos.

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Sistema tributário
Os impostos são um aspeto cada vez mais presente na vida de uma pessoa
comum. Eles são inevitáveis porque como cidadãos esperamos que o governo
nos ofereça vários bens e serviços dos quais vamos beneficiar, no entanto
esses benefícios possuem um custo. O desempenho do papel do Estado na
economia resulta muitas vezes do investimento do mesmo em bens públicos
(não deixando de incentivar à iniciativa privada), cujo valor de retorno acaba
por ser mais tarde, mais que proporcional ao valor investido – multiplicador do
investimento.
Artigo 113º da CRP – Redistribuição da riqueza e satisfação das necessidades
do Estado.
Artigo 61º da CRP – propriedade privada.
Das várias receitas (temos ainda as patrimoniais e creditícias) as mais
relevantes são as tributárias, de caráter coercivo e que só se encontram
disponíveis para as pessoas coletivas de base territorial referidas visto serem
obrigatórias através do princípio da legalidade a todos que se enquadrem na
respetiva incidência, ou seja, ao contrário do cumprimento voluntário das outras
receitas aqui não se verifica efetivamente direito de escolha por parte de quem
as tem de pagar.
Para o governo poder desempenhar este papel, precisa de arrecadar receita
mediante tributos – são os esforços financeiros realizados pelos cidadãos em
troca da satisfação das necessidades do povo pelo Estado (contraprestações):
 Impostos – prestação patrimonial com tendência pecuniária, unilateral,
coativa, a título definitivo, sem caráter de sanção, devida ao Estado,
para a realização das respetivas finalidades públicas ou necessidades
coletivas. São contraprestações indiretas – só pode pagar o cidadão que
tenham rendimento e capacidade para ser contribuinte.

 Taxa – contraprestação financeira direta devida ao Estado pelo


contribuinte, por uma de três situações:
- Prestação de um serviço – pelo Estado ou qualquer ente público ao
cidadão (ex. hospital);
- Utilização do bem público (ex. comboio);
- Disposição de um bem público por um determinado período ou de um
determinado modo (ex. arrendamento de um pavilhão);
A principal diferença entre ambas as definições acima é: quando se
desembolsa uma determinada prestação e recebe-se algo diretamente em
troca, caso do pagamento de uma consulta num hospital público ou de uma
portagem pelo usufruto da via, estamos perante uma taxa. Quando se
despende um determinado montante e não há lugar a nenhuma
contraprestação, encontramo-nos perante um imposto.

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 Preço – contraprestação direta por um bem semipúblico ou por um bem
privado, dado por uma entidade pública (Ex. bilhetes da TAP).

 Tarifa – contraprestação direta pela utilização de determinados bens


específicos;

 Contribuições – são tributos que incidem sobre a remuneração dos


trabalhadores, com a finalidade de financiar a Segurança Social.
Artigo 103º, 104º e 105º CRP – Impostos
Principais tipos de imposto em Portugal:
Impostos diretos – são tributos que incidem diretamente sobre a renda ou o
patrimônio do contribuinte:
1. Rendimento das Pessoas Singulares (IRS) – é um imposto direto que
incide sobre todos os contribuintes anualmente, calculado com base nos
rendimentos obtidos no ano anterior, deduzidos nas despesas e dos
benefícios fiscais das pessoas singulares.

2. Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRC) – é um


imposto direto que incide sobre os rendimentos das empresas e outras
entidades coletivas. Assim como o IRS, este imposto também é pago
anualmente e é calculado com base no lucro tributável das empresas,
que é determinado após a dedução das despesas e custos necessários
para a obtenção desse lucro.

3. Imposto sobre o Património (IMI) – é um imposto direto que incide


sobre o valor patrimonial tributário dos imóveis localizados em Portugal.
Este imposto é pago anualmente pelos proprietários de imóveis, sejam
estas habitações próprias, segundas residências ou propriedades
destinadas a fins comerciais ou industriais.
Impostos indiretos – são tributos que incidem sobre o consumo de bens e
serviços:
1. Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) – é um imposto indireto
que incide sobre o valor acrescentado em cada fase do processo de
produção e distribuição de bens e serviços. Em Portugal, o IVA é
aplicado a praticamente todos os bens e serviços, com exceção de
alguns casos previstos na lei. O IVA é calculado com base na diferença
entre o valor das vendas de bens ou serviços, e o valor das compras e
dos custos necessários para produzi-los.

2. Imposto sobre os Produtos Petrolíferos e Energéticos (ISP) – O ISP


(Imposto sobre os Produtos Petrolíferos e Energéticos) é um imposto
indireto que incide sobre a comercialização de produtos petrolíferos e

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energéticos em Portugal. Este imposto é aplicado a produtos como
gasolina, gasóleo, GPL, fuelóleo, entre outros.

Capital Humano
Artigo Miguel Furtado
Capital humano – é o investimento que um indivíduo faz em si próprio não só
a nível de educação como de formação profissional, com o objetivo de
aumentar a sua produtividade e qualidade enquanto recurso humano para se
destacar no mercado de trabalho.
Ganhos – são as recompensas obtidas por um indivíduo, em consequência do
seu trabalho.
Diferenciais compensatórios – são o pagamento adicional que é
realizado a um trabalhador por desempenhar trabalhos menos atraentes.
Basta ver um telejornal ou folhear um qualquer papel de imprensa, para nos
depararmos com queixas frequentes relativas à condição de vida por parte dos
cidadãos e a promessas feitas pelos partidos quanto à melhoria do bem-estar
desses, casos por exemplo na diminuição do desemprego ou da aposta em
melhor educação ou formação.
Num mundo com tendência a uma maior globalização e concorrência
interfronteiras, esta problemática assume contornos de prevalência, sendo uma
das prioridades de qualquer país e governo, investir na maior qualificação dos
trabalhadores, de modo a permitir o incremento da sua produtividade e um
maior crescimento económico ao respetivo território, tendo em vista poder
angariar maior receita pública e por sua vez, diminuir o peso do seu défice,
com a consequente melhoria do bem estar e qualidade de vida.
No entanto, apesar do investimento em formação e educação, porque vai
existindo uma maior discrepância de rendimentos entre os vários indivíduos,
não auferindo o operário da construção civil uma remuneração similar à do
médico? E porque é tão essencial continuar a aumentar este investimento?

Esse investimento é constituído por duas teorias:


1. Teoria da instrução – investimento do indivíduo não só a nível
educacional, como também na experiência no mercado;

2. Teoria da sinalização – quando um indivíduo já possui experiência, mas,


no entanto, necessita de um título para que se possa efetivar no
mercado.

A principal explicação reporta-se ao ponto de equilíbrio do mercado,


nomeadamente à oferta e procura (que também é afetada pela natureza do
trabalho – responsabilidades a acarretar, e a qualidade do trabalho –
produtividade), que está interligada diretamente à produtividade de cada

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trabalhador. As empresas procuram sempre maximizar o lucro e, portanto, só
contratam trabalhadores até à altura em que obtêm ganhos efetivos,
dependendo assim a maior ou menor procura por esses, e da contribuição
marginal que proporcionarem à respetiva entidade.
Quanto maior for a produtividade dos mesmos, mais a instituição sairá
beneficiada, acrescendo desta forma as condições remuneratórias para os
mais prolíficos – salários de eficiência, e demandando mais mão de obra. Por
isso, nos sectores onde a oferta de trabalho é maior que a procura, as
remunerações descerão por excesso deste fator de produção e facilidade na
sua contratação, verificando-se o efeito adverso quando existe escassez de
trabalhadores e, portanto, dificuldades em encontrar colaboradores com
qualidade para desenvolver certa função pretendida pela empresa.
Veja-se a conjetura dos médicos, que usufruem de certas regalias devido à
sua insuficiência ou dos pressupostos muitas vezes degradantes dos operários
da construção civil, pelos motivos contrários. Mas quais os outros
determinantes que afetam diretamente essa variação? Um deles é
precisamente o tal investimento nos próprios recursos humanos através da
instrução, que possibilitará um desenvolvimento das aptidões inatas
possuídas, o que provocará consequentemente uma melhor prestação.
Diga-se, pois, que um dos fatores que interfere numa cada vez maior
diferenciação entre trabalho qualificado e não qualificado, aumentando
crescentemente o fosso entre os mais ricos e os mais pobres, incluindo áreas
geopolíticas, é justamente o comércio internacional, acrescido da evolução
sistemática do progresso tecnológico.
O maior ou menor crescimento económico aflui da correta combinação das
suas causas, necessitando obviamente as entidades de pessoas que saibam
manejar corretamente o novo capital excogitado e aproveitar o mais
adequadamente os recursos naturais ainda existentes, incluindo a melhor
forma de os salvaguardar para utilizações futuras. A propagação na educação
ou na formação é deste modo um pilar fundamental, que contribui amplamente
na melhoria da qualidade de vida dos cidadãos e dos Estados, não só a nível
profissional e económico, mas igualmente em termos sociais e inclusivamente
de realização pessoal.
Todavia, a estes determinantes já analisados, devem acrescentar-se
prioritariamente outras três variáveis, que os despoletam, designadamente o
talento natural, o esforço desenvolvido e a sorte. O talento é a capacidade
inata com que nasce o indivíduo; o esforço desenvolvido é a dedicação
prestada por um indivíduo com o intuito de alcançar um determinado objetivo; e
por fim, a sorte, um fator externo que resulta em prol do sucesso do indivíduo.
Como já foi referido há pouco, todos aqueles fatores combinados dão lugar à
teoria do fenómeno do superastro – descreve a tendência à discrepância de
salários recebidos pelos trabalhadores (as pessoas mais ricas ficam cada vez
mais ricas e as pessoas pobres ficam cada vez mais pobres – sucede-se este

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fator pois as pessoas com menor instrução fazem o que qualquer pessoa pode
fazer, enquanto que alguém com maior conhecimento e instrução, acaba por
ter a vantagem de imediatamente ocupar o cargo acima, e consequentemente
receber um valor de remuneração mais elevado).
O indivíduo é considerado um superastro consoante a sua dominação nos
seguintes ramos: competência distintiva; conhecimento tecnológico; e por
fim, produtividade.
Salários acima do ponto de equilíbrio:
 Salários de eficiência – as empresas beneficiam de um pagamento
“excessivo” aos funcionários mais competentes, de forma a aumentar a
sua vontade e dedicação na sua produtividade.

 Legislação do salário mínimo – A legislação do salário mínimo pode


variar consoante a oferta e a procura no mercado de trabalho. Quando
a oferta de trabalhadores é maior do que a procura pelos mesmo, o
salário mínimo pode não ter um grande impacto na economia. Nessa
situação, os empregadores têm mais opções de trabalhadores para
escolher, o que significa que podem oferecer salários mais baixos sem
afetar significativamente a oferta de trabalho. Por outro lado, quando a
demanda por trabalho é maior do que a oferta, ou seja, há mais
empregos disponíveis do que trabalhadores disponíveis, o salário
mínimo pode ter um impacto significativo na economia. Nesse caso, os
empregadores têm menos opções de trabalhadores para escolher, o
que pode levar a um aumento nos salários, incluindo o salário mínimo.

 Sindicatos – os sindicatos podem desempenhar um papel importante


na determinação dos salários e benefícios dos trabalhadores, e a força
coletiva pode ajudar a garantir salários mais elevados para os seus
membros. No entanto, a variação dos salários acima ou abaixo do ponto
de equilíbrio no mercado de trabalho pode depender de uma série de
fatores, incluindo a oferta e a procura por trabalho, a conjuntura
econômica geral e a dinâmica entre os empregadores e os
trabalhadores organizados.

Capital
Como já vimos anteriormente, o salário que recebe um trabalhador está
diretamente ligado ao capital humano(investimento) que o mesmo investiu em
si. No entanto, o capital é também um fator de produção.
O capital é todo e qualquer stock de bens económicos existentes num dado
momento e numa determinada organização económica.
 Capital em sentido económico – é um dos três principais fatores de
produção utilizados na criação de bens e serviços, juntamente com a

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terra e o trabalho. O capital é composto por ativos físicos e financeiros
que são usados para gerar renda e lucro, como máquinas,
equipamentos, edifícios, veículos, stocks, dinheiro e investimentos.

 Capital em sentido jurídico – abrange os bens que, por força das


instituições sociais, permitem obter rendimentos não provenientes do
trabalho;

 Capital em sentido contabilístico – é o conjunto de bens cujo valor se


mantém constante através da respetiva amortização (é o conceito
através do qual são feitas as respetivas constituições de reposição legal,
em que a cada ano se retira uma percentagem ao valor do bem para
efeitos fiscais – para a contabilidade.

 Capitais fixos – é utilizável em mais do que um ato de produção.

 Capitais circulantes/variáveis – é o que se destrói ao longo da cadeia


de produção – exemplo: pagamento de matérias-primas.
Formação de capital
Ao contrário dos fatores de produção naturais (terra e trabalho), o capital é um
fator derivado. O capital pode surgir das poupanças ou de capital acumulado
nas empresas, logo distribuídos pelos sócios ou de um empréstimo. O capital
está hoje presente em todos os processos produtivos.
 Poupança voluntária – resulta de uma livre abstenção de dispor o capital
através do consumo ou do investimento;

 Poupança forçada – é imposta, geralmente pelo Estado ou por


organizações paraestatais, por exemplo o imposto de racionamento dos
bens, desvalorização monetária. Destinatários da poupança: Para
consumo diferido, entesouramento e investimento.

Rendimento – resultado da produção referente a determinado período,


exprimindo a relação existente entre as quantidades produzidas e os lucros
obtidos.
Produtividade – não respeita à criação física ou material dos bens como
rendimento, mas sim à soma das utilidades obtidas.
Rentabilidade – situa-se no plano do lucro do empresário, a produção do bem
determinará um certo rendimento, e esse rendimento será produtivo se dele
resultarem utilidades. Assim, a produção só é rentável quando o preço de
venda está acima do custo de produção.

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Economia de bem-estar (definição)
A economia de bem-estar é um ramo da economia que se concentra na análise
do bem-estar individual e coletivo e das políticas públicas que pretendem
melhorar esse bem-estar. Segundo o economista N. Gregory Mankiw, a
economia do bem-estar procura responder a duas questões fundamentais:
como podemos medir o bem-estar dos cidadãos e de que forma podemos
melhorá-lo?
Para medir o bem-estar das pessoas, este sistema utiliza medidas objetivas,
como a renda e a saúde, mas também medidas subjetivas, como a felicidade e
a satisfação com a vida. Essas medidas subjetivas são importantes porque
podem ajudar a compreender a forma como as pessoas valorizam os diferentes
aspetos das suas vidas, o que pode ser útil na avaliação das políticas públicas.
Já para melhorar o bem-estar das pessoas, são analisadas as diferentes
formas de intervenção do governo na economia – como a regulação de
mercado, a tributação e a dispensação de bens públicos – e avalia as suas
consequências em termos de bem-estar. Nesse sentido, a economia do bem-
estar procura identificar as políticas públicas que podem gerar ganhos líquidos
de bem-estar para a sociedade como um todo, levando em consideração os
custos e benefícios das diferentes alternativas de políticas.
De acordo com Mankiw, a economia do bem-estar é uma disciplina
interdisciplinar, que utiliza conceitos e técnicas da economia, da psicologia e da
filosofia, entre outras áreas. Ela é importante porque ajuda a compreender
como a economia pode afetar o bem-estar das pessoas e a identificar as
políticas públicas que podem promover o bem-estar social.

Sociedades comerciais
As empresas comerciais são aquelas que desenvolvem atividades comercias
(artigo 230º Código Comercial) desenvolventes das seguintes características:
correr um risco – investimento em produtos na esperança de que vendam na
totalidade; maximização do risco e especulação – alteração do preço do
produto conforme certas circunstâncias; atividades económicas (artigo 2º e 3º
do Código de IRS) ou atividades não económicas, tais como: atividades
recreativas, igreja, partidos defensores de uma ideologia.
As empresas comerciais dividem-se entre:
 Empresa comercial de distribuição – distribuição dos bens e serviços;

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 Empresa comercial industrial – relaciona-se com a produção de bens e
serviços (atividades relacionadas com a conversão de matéria-prima em
produtos acabados).
Atividades de intermediação – uma entidade envolve-se na venda de um
produto apesar de não serem proprietários do mesmo. Exemplo: Remax, é um
agente intermediador que não possui as casas, mas ajuda a que a venda
chegue a mais clientes.
1º tipo de E.C. – Empresário em nome individual – O ENI é um trabalhador
independente, que possui a sua própria empresa e trabalha por conta própria,
possui responsabilidade ilimitada pois não tem de responder perante ninguém,
no entanto, se entrar em dívida:
 Princípio da indivisibilidade e unidade do património (artigo 601º CC):
“Pelo cumprimento da obrigação respondem todos os bens do devedor
suscetíveis de penhora, sem prejuízo dos regimes especialmente estabelecidos
em consequência da separação de patrimónios.”
2º tipo de E.C. – Estabelecimento individual de responsabilidade limitada
O Estabelecimento Individual de Responsabilidade Limitada (EIRL) é uma
forma jurídica de empresa em que uma pessoa física empreendedora cria uma
empresa com patrimônio próprio separado de seus bens pessoais, limitando a
sua responsabilidade ao valor do patrimônio que foi investido na empresa.
 Vantagens:
1. Existe controlo sobre o negócio;
2. A criação da empresa só pode ocorrer em método tradicional;
3. Só os bens pessoais do empresário terão de responder perante as
dívidas da empresa, se estas surgirem – enquanto no ENI o empresário
responde com o seu património pessoal, no EIRL cria-se um património
autónomo (que serve para investir e desenvolver a atividade), e em caso
de dívida, o Estado não pode cobrar os bens pessoais do empresário.

 Desvantagens:
1. Há casos em que os patrimónios são conjugados;
2. O capital social inicial tem de ser igual ou superior a 5000€ e, dessa
quantia, dois terços devem ser pagos em dinheiro.
Sociedades comerciais
São sociedades comerciais aquelas que tenham por objeto a prática de atos de
comércio e adotem o tipo de sociedade em nome coletivo, de sociedade por
quotas, de sociedade anónima, de sociedade em comandita simples e
comandita por ações.
Sociedade por quotas – é um tipo de sociedade comercial na qual:
O capital social está dividido em quotas (rigorosamente, o capital social
corresponde à soma do valor nominal de todas as quotas na sociedade);

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os sócios não respondem, via de regra, com o seu património pessoal pelas
dívidas da sociedade (pelas dívidas da sociedade responde, em princípio,
apenas o património da sociedade – ou seja, os sócios têm responsabilidade
limitada); respondendo, contudo, perante a sociedade pela integração de todas
as entradas convencionadas no pacto social; a firma, podendo ter uma
composição variada, conclui, em qualquer caso, pela abreviatura “Lda.” ou pela
palavra “limitada; e o órgão de administração e representação é a gerência,
que é composta pelo gerente ou pelos gerentes (neste último caso, se gerência
for plural).
Sociedade anónima – é um tipo de sociedade comercial na qual:
– o capital social está dividido em ações (ou melhor, no valor nominal ou de
emissão de todas as ações emitidas pela sociedade anónima);
– as ações estão representadas em documentos de papel ou títulos (ações
tituladas) ou em registos individualizados em conta (ações escriturais);
– os acionistas (sócios) limitam a sua responsabilidade à sua própria dívida de
entrada (não respondem, em princípio, pelas dívidas da sociedade e não são
responsáveis perante a sociedade pelo pagamento de todas as entradas
convencionadas no pacto social);
– a firma, podendo ter uma composição variada, concluirá, em qualquer caso,
pela abreviatura “S.A.” ou pela expressão “sociedade anónima”; e,
– o órgão de administração e representação é o conselho de administração, o
administrador único ou o conselho de administração executivo.
Sociedade em nome coletivo – criada necessariamente por duas ou mais
pessoas singulares ou coletivas (sócios),na qual estes, para além de
responderem individualmente perante a sociedade, pela realização da entrada
a que se obrigaram (em dinheiro, em espécie ou em indústria); respondem
pessoal e ilimitadamente pelas dívidas da sociedade (perante os credores da
sociedade), subsidiariamente em relação à sociedade, mas solidariamente com
os outros sócios.
Sociedade em comandita
 Simples – A sociedade em comandita simples é um tipo de sociedade
comercial na qual existem duas categorias de sócios:
1. Os sócios comanditados, que respondem pelas dívidas da sociedade
(perante os credores da sociedade), de forma pessoal, ilimitada,
subsidiária em relação à sociedade e solidária com os outros sócios
comanditados;
2. Os sócios comanditários, que não respondem pelas dívidas da
sociedade; e, na qual, as participações sociais dos sócios, quer dos
sócios comanditados, quer dos sócios comanditários, se designam
“partes” ou “partes sociais”.

 Por ações – é um tipo de sociedade comercial na qual existem em


simultâneo duas categorias de sócios, sendo cada uma delas titular de
uma espécie diferente de participação social:

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1. Os sócios comanditados, que respondem pelas dívidas da sociedade
(perante os credores da sociedade), de forma pessoal,
ilimitada, subsidiária em relação à sociedade e solidária com os outros
(eventuais) sócios comanditados; e cujas participações sociais se
designam “partes” ou “partes sociais”.
2. os sócios comanditários, que não respondem pelas dívidas da
sociedade; e cujas participações sociais se designam “ações”, as quais
devem estar representadas em documentos de papel ou títulos (ações
tituladas) ou em registos individualizados em conta (ações escriturais).

Fatores de produção do quadro da macroeconomia


Com o rendimento recebido por cada cidadão, o mesmo pode usá-lo de apenas
duas formas: consumir ou investir/poupar. Tal como o cidadão, o Estado pode
também consumir, através da despesa pública, ou investir (capital). O
rendimento do Estado por vir através de transferências, do imposto e de outras
receitas.
PIB (Produto interno bruto) – é o valor do mercado de todos os bens e
serviços finais produzidos por um país, num determinado período que
normalmente é anual.
PIB nominal – criado apenas pelos cidadãos portugueses.
PIB real – criado por toda a gente que investe em Portugal – estrangeiros.
Produto nacional bruto – renda total dos residentes num país.
Produto nacional líquido – renda dos residentes num determinado país,
retiradas as perdas de corrente de depreciação.
Renda Nacional – renda total ganha pelos residentes de um determinado país
na produção de bens e serviços.
Renda pessoal – rendas recebidas pelas famílias de cada empresa que não é
uma sociedade anónima.
Renda pessoal disponível – renda que resta dessas empresas e famílias
(exceto as SA que sobra após cumprirem as suas obrigações económicas).
PIB=C+I+DP+Exportações líquidas – esta fórmula é utilizada na contabilidade
nacional para medir o Produto Interno Bruto (PIB) de um país. Esta fórmula
descreve a relação entre as principais variáveis que compõem o PIB:
 C: Consumo, que representa o valor total dos bens e serviços finais
comprados pelos consumidores de um país. Isso inclui gastos com
alimentação, moradia, saúde, educação, transporte, entre outros

 I: Investimento, que representa o valor total dos bens e serviços finais


produzidos por uma economia que são usados para aumentar a

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capacidade produtiva ou substituir bens de capital obsoletos. Isso inclui
investimentos em máquinas, equipamentos, instalações, entre outros.

 DP: Despesas Públicas, que representam o valor total dos bens e


serviços finais adquiridos pelo governo de um país. Isso inclui gastos
com defesa, saúde, educação, entre outros

 Exportações líquidas: que representam a diferença entre o valor das


exportações e o valor das importações de um país. Se o valor das
exportações é maior que o das importações, o resultado é uma balança
comercial positiva, ou superavitária.

Estado fiscal/económico
É um modelo de Estado que tem como principal fonte de financiamento os
impostos e tributos arrecadados dos cidadãos e empresas. Nesse modelo, o
Estado exerce um papel importante na economia, dispondo serviços públicos e
investimentos em áreas como educação, saúde, segurança e infraestrutura.
No estado fiscal, o Estado assume um papel interveniente na economia,
buscando corrigir desigualdades sociais e econômicas, além de promover o
desenvolvimento económico. Para isso, o Estado utiliza-se da arrecadação de
impostos e tributos para financiar suas atividades, bem como programas
sociais e investimentos em infraestrutura.
Entretanto, a implementação do modelo de estado fiscal pode ter seus
desafios, como a alta carga tributária, que pode afetar a competitividade das
empresas e a renda dos cidadãos, além da necessidade de um controle
eficiente dos gastos públicos e da arrecadação dos impostos para garantir a
efetividade das políticas públicas e evitar a corrupção

Estado Patrimonial
Num Estado Patrimonial os bens não pertencem às pessoas, ficando estas
dependentes da forma e do período que o poder público os entender conceder,
encontrando-se ainda isentas de autonomia e de garantias contra a violação
dos seus direitos, que verdadeiramente não existem. Isto é, não são
proprietárias de nada, incluindo das suas liberdades pessoal e económica, não
podendo assim contribuir com impostos por não terem sequer património para
o fazer. É, pois, um Estado Absoluto, ditatorial, cujas decisões são adotadas
por um número limitado de decisores e no qual o alegado bem-estar da
população depende sempre das suas iluminadas visões, de caráter ideológico
ou mesmo de interesses particulares. Temos ainda e infelizmente múltiplos
exemplos no presente, mas onde se realça o passado modelo comunista da
União Soviética (aqui, por razões ideológicas). Um Estado Patrimonial é assim
aquele onde todos ou quase todos os recursos pertencem ao Ente Público, que
decidirá politicamente como serão (ou se serão) distribuídos, enquanto um

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Estado Empresarial usufrui de modo significativo dos meios de produção
(empresas) e da riqueza dai adquirida, consubstanciando ambos como efeito a
afetação da organização e funcionamento dos mercados e das liberdades
pessoal, social e económica, onde se inclui o óbvio condicionamento da
propriedade individual, consequência esta impreterivelmente mais dramática no
primeiro modelo referido. Ora, o Estado Fiscal, onde vivemos, é a sua antítese,
sendo as concernentes decisões assumidas democraticamente pela maioria,
com respeito pelas minorias e pelos mais carenciados, pertencendo por regra
os diversos bens produzidos e transacionados autonomamente no mercado às
famílias e empresas, no âmbito do princípio da livre disponibilidade económica.
Ou seja, verifica-se, de acordo com o explicitado por José Casaltat Nabais, “um
prévio reconhecimento dos direitos, liberdades e garantias fundamentais dos
indivíduos e das pessoas”, o que faz com que deva existir a maior amplitude
possível na livre decisão por parte da respetiva população em todos os
domínios da sua vida, apenas restringida quando o seu exercício possa
provocar malefícios para a coletividade ou para a preservação das liberdades
individuais

Moeda
Segundo o economista Gregory Mankiw a moeda classifica-se como o conjunto
de ativos de um mercado da qual as pessoas utilizam de modo comprar bens
e/ou serviços de outrem.

Funções da moeda:
 Instrumento geral de troca e meio definitivo de pagamento: a moeda
apresenta-se como meio geral e definitivo de pagamento precisamente
porque todos os agentes económicos aceitam a moeda em troca dos
seus bens e/ou serviços, dado que é possível utilizar esta para qualquer
outros bens e/ou serviços, ela não se encontra restringida a apenas um
tipo de bem ou serviço, serve para adquirir qualquer bem ou serviço. A
moeda é o meio de pagamento estabelecido pela lei.

 Unidade de conta e medida comum de valores: com a moeda temos


metro (unidade de conta) que serve de referência a todos os bens. É
possível, através desta comparar valores de diferentes mercadorias.

 Reserva de valores: guardar/acumular a moeda, poupando-a para mais


tarde no futuro utilizá-la para adquirir bens e/ou serviços é
completamente exequível, dado que a moeda dispõe desta
funcionalidade de servir como meio definitivo de pagamento. Esta
característica de reserva de valores não é perfeita porque o poder de
compra varia.

Tipos de moeda:

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 Moeda metálica – A amoedação do metal justifica-se por conta dos
inconvenientes da moeda-mercadoria (fraca durabilidade, problemas de
armazenamento e transporte, etc.);

Assim, rapidamente deu-se a generalização do uso da moeda metálica devido


às suas características: maior durabilidade, facilidade de transporte, não
deterioração, divisibilidade, etc.
Os metais utilizados para servir de moeda eram nomeadamente a prata e o
ouro. A esta circulação no mercado de ouro e prata surgem dois sistemas
monetários:

- Sistema bimetalista – tanto a prata como o outro eram usados como moeda
oficial;
- Sistema monometalista – só um dos metais era utilizado como moeda
oficial.

 Moeda-papel - A sua existência remete para as suas vantagens: mais


leve, menor risco de roubo, maior facilidade na contagem de grandes
quantidades e a impossibilidade de aviltamento por corte. A evolução da
moeda-papel dá-se através da desmetalização, distinguindo-se assim
três fases distintas:

- Moeda-papel representativa – correspondem aos certificados e as notas


emitidas pelos bancos que representavam o valor exato do ouro e de outros
bem depositados pelo respetivo titular;
- Moeda-papel fiduciário – baseia-se na confiança que os clientes depositam

nos bancos. Com

base na confiança passaram a circular no mercado notas de banco com um


valor superior ao do ouro depositado.

- Papel-moeda – surge com a decisão por parte do Estado de inconvertibilidade


das notas de banco em ouro/metal precioso, cabendo ao governo estabelecer o
valor da moeda-papel emitida, podendo este valor coincidir ou não com o ouro
depositado no banco emissor. É a moeda com valor representativo,
determinado oficialmente para servir de moeda, emitido por uma autoridade
oficial. É atualmente o tipo de moeda-papel em circulação.

 Moeda escritural ou bancária – a moeda bancária é constituída pelos


saldos das contas de depósito à ordem. É uma forma de moeda criada
pelos mercados, através dos depósitos e dos créditos, que não utiliza
moeda papel nem a moeda metálica.
Esta moeda não usufrui de existência física, não surge associada nenhum
objeto corpóreo ou mercadoria virou a mas tem a sua existência autónoma
daquelas i corresponde a um aumento de massa monetária em circulação
de um país considerado.
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 Quase-moeda – produtos no ativo financeiro não monetário detentor de
uma liquidez mediata. Dispõe de uma facilidade e rapidez de
convertibilidade em dinheiro.

FMassa Monetária e Velocidade de circulação da moeda


Massa Monetária (M) – quantidade de moeda em circulação em certo momento
num determinado país. É o volume da moeda que se encontra disponível para
as trocas sendo composta pelo somatório do papel-moeda, da moeda metálica
e da moeda bancária ou escritural.
Velocidade de circulação da moeda (V) – medidor do número de vezes que
cada unidade monetária é utilizada nas transações comerciais ao longo de um
certo período de tempo (T), em regra, um ano.
Valor da moeda
As quantias que figuram nas moedas são o valor das mesmas. Salientam se 2
teorias que pretendem explicar o valor da moeda:
 Teoria nominalista – o valor da moeda correspondia ao seu valor
nominal sendo o único responsável pela alteração do valor da moeda, o
soberano quando cunhava moeda;
 Teoria metalista – sustenta a existência de um valor intrínseco da
moeda correspondente à quantidade de metal nela incorporado pela
cunhagem.
Políticas monetárias
As políticas monetárias traduzem se num tipo de política económica, em que as
autoridades monetárias vão atuar sobre a quantidade de moeda em circulação,
as taxas de juros e de crédito controlando a liquidez global do sistema
económico. É o controlo da quantidade de dinheiro em circulação através de
uma autoridade monetária. Todos os países da zona euro usufruem de uma
política monetária única.
A utilidade das políticas monetárias está relacionada com a função do Banco
central pois é através das políticas monetárias que o Banco Central consegue
adequar as condições monetárias da economia- pleno emprego, estabilidade
preços, crescimento económico, etc.
Características das medidas de política monetária
 Expansionista – sim porque o objetivo é o incentivo ao investimento o
que implica um aumento da massa monetária;
 Restritiva – quando visam o controlo da inflação obrigando a uma
diminuição da massa monetária.
Inflação

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A inflação é a subida generalizada, continuada e significativa do nível geral dos
preços. Generalizada porque atinge todos os serviços e bens, sem qualquer
exceção; continuada, pois é um processo que se desenrola no tempo; e por
fim, significativa, dado que ultrapassa um determinado valor transformando-se
num valor bastante elevado que vai ter um peso enorme na economia do país.

Deflação
A deflação é, no fundo, a situação inversa à da inflação. Caracteriza-se pela
descida continuada e generalizada dos preços dos bens e dos serviços numa
dada economia.
Estagnação
A estagnação económica é um termo utilizado para descrever um período
prolongado de crescimento lento ou ausência de crescimento na economia de
um país. Esta paralisação pode ser causada por vários fatores, como a
diminuição da procura por produtos e serviços, a falta de investimentos, a baixa
produtividade, entre outros.

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