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"Além dos benefícios para as receitas fiscais estatais — de acordo com a Direção-Geral
do Orçamento, o Estado arrecadou 541,3 milhões de euros de Imposto sobre o Tabaco nos
primeiros seis meses deste ano —, o aumento da taxação dos produtos de tabaco é
também um grande inibidor. Segundo a OMS, é mesmo o preço que mais influencia os
padrões de consumo, sendo também aquele que funciona de melhor forma a curto prazo."
Este efeito externo, que não é tomado em consideração pelo agente, pode originar situações
em que a decisão do agente económico seja, do ponto de vista social, pouco eficiente ou porque:
A problemática do consumo excessivo de tabaco recai sobre o serviço nacional de saúde pois
sobrecarga o mesmo, sendo necessário desenvolver os recursos humanos e financeiros para
fazer face às emergências dos hospitais, ou seja, as doenças resultantes do hábito de fumar são
muito dispendiosas para os cofres do Estado. Neste sentido, estas despesas podem ser
amenizadas com o montante arrecadado pelo Estado de “541,3 milhões de euros de Imposto
sobre o Tabaco nos primeiros seis meses deste ano”.
O Código dos Impostos Especiais sobre o Consumo fixa que o consumo dos bens que estão
sujeitos a estes impostos (tabaco, hidrocarbonetos e álcool) constitui custos sociais que não são
considerados aquando da fixação dos seus preços pelos agentes económicos privados, mas que
devem ser sustentados pelos respetivos consumidores. Assim, este imposto serve um propósito
extrafiscal, sendo um instrumento de políticas sectoriais, nomeadamente das áreas da saúde,
energia, transportes e ambiental.
Na União Europeia, a carga fiscal que incide sobre o preço médio de venda ao público de um
maço de cigarros oscila entre os 72.1% no Luxemburgo e 84.1 % na Grécia e no Reino Unido.
Portugal encontra-se em linha com esta média, representando a carga fiscal em média 78.4 % do
preço de venda ao público.
Uma das principais medidas previstas pela OMS no plano de ação contra o tabagismo é o
agravamento, austero, das taxas de imposto de forma a regular o acesso e o consumo de tabaco.
A OMS estima que o aumento em 50% dos impostos sobre o tabaco, reduziriam num prazo de 3
anos o número de fumadores em cerca de 49 milhões e a morte de 11 milhões de pessoas. Esta
organização considera que a forma mais eficiente de diminuir o consumo do tabaco é através do
aumento da tributação e refere que, um aumento de imposto de 10%, diminui o consumo de
tabaco em 4% nos países de rendimento mais elevado, e de 5% nos países de rendimento mais
baixo.
Para produzir, as empresas de um mercado têm custos - parte destes custos serão pagos
pela empresa e a outra parte será externalizada para os custos serem suportados pela sociedade.
Por exemplo, uma empresa de medicamentos emite poluentes prejudiciais à saúde da população.
Neste caso, o custo da saúde é externalizado para a sociedade.