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(ESNEC)
Tema:
Balança de Pagamentos
Discentes: Docente:
Letícia Macamo
1.1.Objectivos..............................................................................................................................3
1.1.1.Geral................................................................................................................................3
1.1.2.Específicos.......................................................................................................................3
2.Metodologia..................................................................................................................................3
3.1.Conceitos básicos...................................................................................................................4
3.4.1.Conta Corrente..............................................................................................................10
3.4.2.Conta capital..................................................................................................................11
4.Conclusão...................................................................................................................................12
5.Referências bibliográficas..........................................................................................................13
1.Introdução
A Balança de Pagamentos consiste em um conjuntos de contas agregadas, que se divide em
subcontas, dependendo do objecto de análise. Por conceito, é compreendida por Vicchi (2017),
tomando por base o Fundo Monetário Internacional (FMI) como sendo o registro contabilístico
de toda transacção económica entre uma nação e o resto do mundo em certo período de tempo.
Este trabalho foi atribuido no âmbito da cadeira de Economia Internacional, e tem como
propósito analisar a Balança de pagamentos de Moçambique. Diante do mesmo serão discutidos
aspectos relacionados à estrutura da balança de pagamentos, far-se-à a descrição das contas
corrente, e de capital, no contexto global e na perspectiva específica de Moçambique. Far-se-à
por último a descrição de aspectos que explicam o princípio contabilístico de partidas dobradas.
O trabalho divide-se em 5 partes, onde na primeira parte encontramos a introdução, onde vai se
apresentar um breve resumo dos conteúdos que serão abordados no trabalho, com inclusão dos
objectivos. Na segunda parte encontramos a metodologia que apresenta-nos os métodos usados
na busca de informações. Na terceira parte encontramos o desenvolvimento, onde abordar-se-á a
exposição das informações relacionadas à Balança de pagamentos. Na quarta parte apresentar-se-
á a conclusão do trabalho. Na quinta e última parte apresentar-se-á as referências bibliográficas.
1.1.Objectivos
1.1.1.Geral
Analisar a Balança de Pagamentos de Moçambique.
1.1.2.Específicos
Apresentar a estrutura da Balança de Pagamentos;
Explicar o princípio contabilístico de partidas dobradas;
Debruçar em torno de posicionamento de Moçambique na balança de pagamentos-2021.
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2.Metodologia
A metodologia e aparte da pesquisa mais importante, uma vez que indica com detalhe, os
caminhos seguidos para o alcance dos objectivos da pesquisa. Falar da pesquisa científica, é falar
de um conjunto de caminhos sistematizados do ponto de vista científico, que detêm como foco
principal, o alcance de soluções que estejam em consonância com os seus respectivos objectivos.
Para a presente pesquisa, foram tidos em consideração os dados de natureza quantitativa, que de
acordo com Richardson (1989), este tipo de dados é caracterizado por ser de natureza secundária,
colectados com recurso a documentos, publicações, anuários e outros, e o seu tratamento e feito
tendo em conta as técnicas estatísticas.
A presente pesquisa é classificada como descritiva, que segundo Gil (1989) tem por objectivo
primordial o estabelecimento de relações entre variáveis ou a descrição das características de
determinada população ou fenómeno.
Para a materialização da pesquisa fez-se o uso do método dedutivo, que segundo Gil (2008) parte
de princípios reconhecidos como verdadeiros e indiscutíveis e possibilitam chegar a conclusões
de maneira puramente formal, isto é, em virtude unicamente de sua lógica.
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3.Enquadramento teórico: Balança de Pagamentos
3.1.Conceitos básicos
De acordo com Carvalho et al. (2000, p. 109), “O Fundo Monetário Internacional (FMI) define
balanço de pagamentos como o registro sistemático das transações econômicas entre residentes e
não residentes de um país durante determinado período de tempo.”
Já Simonsen & Cysne (1995, p. 75), definem balança de pagamentos como um registro
sistemático de transações entre residentes e não-residentes de um país durante determinado
período de tempo.
Distinguem-se residentes de não residentes pelo local em que os bens e serviços são produzidos e
consumidos. Assim sendo, define-se como residente a pessoa física ou jurídica domiciliada em
um país; incluem-se neste conceito indivíduos com residência fixa, mesmo sendo imigrantes
filiais de empresas estrangeiras sediadas no país, funcionários em serviço no exterior, bem como
os indivíduos que se encontram transitoriamente no exterior a viagens de turismo, negócios e
outros. Os não residentes, por consequência, são todos aqueles que não estão condizentes na
definição acima.
Maia (1999) cita que as finalidades primordiais dos balanços de pagamentos são: informar como
o país se comporta em suas transações com o exterior; tornar-se um instrumento para o governo
tomar decisões necessárias para corrigir problemas relactivos às transações com o exterior; e
servir para medir os efeitos das medidas tomadas.
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Recuperado em http://www.ine.gov.mz/documentos/metadados/sector-externo/balanca-de-pagamentos/
at_download/file.
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BC – BALANÇA COMERCIAL
Exportações (FOB)
Importações (FOB)
BS – BALANÇA DE SERVIÇOS
Viagens Internacionais
Transportes
Seguros
Serviços Governamentais
Rendas de capitais
Lucros e dividendos
Lucros reinvestidos
Juros
Serviços diversos
TU – TRANSFERÊNCIAS UNILATERAIS
TC – SALDO DA BALANÇA DE PAGAMENTOS EM CONTA CORRENTE (BC+BS+TU)
Para Dornbusch & Fischer (1982, p. 549), a balança de pagamentos é o registro das transações
econômicas com o resto do mundo. Segundo Dornbusch (1991, p. 204) “Existem duas contas
principais no balanço de pagamentos: a conta corrente e a conta capital. A conta corrente
registra o comércio de bens e serviços, assim como os pagamentos de transferências. Os serviços
incluem fretes e pagamentos de royalties e de juros. As transferências de pagamentos consistem
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em remessas, donativos e subvenções. A conta capital registra as compras e vendas de activos,
como por exemplo, estoques, títulos e terra”.
Na contabilidade da balança de pagamentos existe uma regra simples: qualquer transação que
leve a um pagamento por parte de residentes de um país representa um débito. Assim, a
importação de automóveis, a utilização de navios estrangeiros e depósitos em contas no exterior
são contabilizados como débitos.
Ainda segundo o mesmo autor, O superávit completo do balanço de pagamentos é a soma dos
superávits em conta corrente e na conta capital. Se ambas contas capital e conta corrente
estiverem em déficit, então o balanço de pagamentos como um todo está em déficit. Quando uma
conta está em superávit e a outra em déficit, precisamente pela mesma extensão, o balanço de
pagamentos como um todo é zero – nem está em superávit nem em déficit. (Dornbusch, 1991, p.
205)
É na balança de pagamentos que são registados todos os movimentos financeiros decorrentes das
relações econômicas ocorridas entre um determinado país e o resto do mundo, isto é, as entradas
de capitais alicerçadas pelas exportações de mercadorias, as saídas de capitais associadas às
importações de mercadorias, as entradas de capitais motivadas pelos investimentos realizados
por agentes econômicos estrangeiros, as entradas de capitais associadas a subsídios ou a
remessas de emigrantes, entre muitos outros movimentos financeiros.
Os registros contábeis no balanço de pagamentos são elaborados dentro do princípio das partidas
dobradas. Explicamos a seguir como este princípio funciona.
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3.3.O princício contabilístico de partidas dobradas
Partida dobrada é o método de registro onde um débito é sempre igual a um crédito de mesmo
valor2. É também conhecido por partida digráfica, pois o método baseia-se no princípio da
contraposição de valores. A essência do método das partidas dobradas consiste no facto de que
um registro a débito, em uma ou mais contas (aplicação de recursos), deve corresponder a um
crédito do mesmo valor (origem dos recursos), em uma ou mais contas, de tal maneira que a
soma dos valores debitados seja sempre igual à soma dos valores creditados, ou seja:
O sistema compreende não apenas o princípio de que todo débito corresponde a um crédito, mas
também reúne certas exigências como, por exemplo:
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Recuperado em https://rediceac.org/wp-content/uploads/2020/09/Manual-de-contabilidade.pdf
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g. O livro Diário é o que reúne os factos em ordem cronológica e todos os factos
nele transcritos devem ser passados, também, para o livro Razão;
h. O balanço, equilibrando débitos e créditos, é o ápice do processo, evidenciando o
patrimônio, e deve ser inscrito no livro diário;
i. No lançamento, debita-se a aplicação e credita-se a origem do recurso.
Se considerarmos a questão pelo seu rigor técnico e científico, a partida dobrada aparecerá como
único método verdadeiro e útil, posto que evidencia as causas e os efeitos dos fenômenos
patrimoniais. Por essa razão, é aceito e usado há quase seis séculos. É o procedimento (método)
contábil por excelência para o registro dos factos3.
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Recuperado em https://rediceac.org/wp-content/uploads/2020/09/Manual-de-contabilidade.pdf
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mercadorias no mercado internacional, em face do aumento da procura externa e consequente
aumento dos volumes das principais mercadorias de exportação.
Como pode-se aferir no gráfico 1, nos últimos cinco anos, o saldo deficitário conjunto das CC e
capital apresentou um comportamento misto determinado, essencialmente, pela evolução dos
fluxos da CC. No caso vertente de 2021, a CC inverteu o comportamento evidenciado em 2020,
ao registar uma melhoria do défice como resultado do abrandamento do saldo deficitário das
contas de serviços e de bens em USD 223 milhões e USD 36 milhões, respectivamente,
coadjuvados pela variação positiva do saldo das transferências correntes em USD 48.7 milhões.
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Recuperado em https://www.bancomoc.mz/fm_pgtab1.aspx?id=73
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Recuperado em https://www.bancomoc.mz/fm_pgtab1.aspx?id=73
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Por seu turno, os influxos de capitais da conta financeira fixaram-se em USD 2,764 milhões,
equivalente a 18.2% do PIB, representando um decréscimo de USD 930.3 milhões face a igual
período de 2020, como resultado da redução na contratação líquida de passivos sob forma de
Outro Investimento, num contexto em que se registou o incremento nos influxos de IDE que tem
sido a principal fonte de financiamento da economia moçambicana, nos últimos anos. Assim, o
saldo global da BoP de Moçambique foi deficitário, situando-se em USD 791.3 milhões o
equivalente a 5.2 % do PIB, mantendo-se no terreno negativo observado em 2020, com um saldo
de USD 740 milhões.
3.4.1.Conta Corrente
Como referido acima, o défice da CC melhorou em relação a 2020, em 6.6%, ao situar-se em
USD 3,614.9 milhões, montante equivalente a 23.8% do PIB.
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Fonte: Banco de Moçambique6.
O decréscimo do défice da CC foi refreado pelo incremento nas saídas líquidas de rendimentos
de factores de produção (capital e trabalho) em 18.5%, como resultado do aumento das
exportações de capitais, na componente de lucros e dividendos, em 92.7%. Excluindo as
transacções dos GP, o défice da CC deteriorou em 38.3% e fixou-se em USD 5,489.4 milhões,
equivalente a 36.1% do PIB.
3.4.2.Conta capital
No período em análise “2021”, o fluxo de rendimentos secundários e para o resto do mundo
resultou na entrada líquida de recursos na ordem de USD 726.3 milhões, após ter se situado em
USD 677.6 milhões em 2020, traduzindo-se numa melhoria de 7.2%. O fluxo da conta de
rendimentos secundários é explicado, fundamentalmente, pelo aumento de recebimentos líquidos
de recursos por parte de outros sectores da economia, salientando-se as remessas de emigrantes
para apoio às famílias, que incrementaram em 73.8%, em linha com o registado na remuneração
de empregados, que no período da COVID-19 apresentam valores superiores em relação aos
períodos anteriores à pandemia. Este cenário mostra que parte das operações da CC estão a ser
financiadas com recurso a fluxos financeiros de emigrantes moçambicanos no resto do mundo, a
avaliar pelo aumento registado de 2020 para 2021, de 1% para 2% do PIB. Por seu lado, as
remessas de imigrantes mantiveram o seu peso em percentagem do PIB da ordem de 1%, o que,
em parte, pode estar relacionado com a fraca mobilidade de não residentes para o país, no
contexto da pandemia de COVID-19. Do lado da Administração Central registou-se uma redução
no influxo de donativos para consumo, de 12.8%, fixando-se em USD 209.4 milhões. A seguir,
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Recuperado em https://www.bancomoc.mz/fm_pgtab1.aspx?id=73
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mostraremos a Evolução da conta de Rendimentos Secundários e Transferência de Capital para
Moçambique em 2021, conforme a tabela 2.
4.Conclusão
Após a pesquisa do presente trabalho, foi possível concluir que a Balança de Pagamentos de
Moçambique cobre o volume de transacções de todos os sectores residentes em território
moçambicano com os não residentes. Ela cobre as principais transacções correntes e financeiras
que Moçambique realiza com o exterior.
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ou mais contas (aplicação de recursos), deve corresponder a um crédito do mesmo valor (origem
dos recursos), em uma ou mais contas, de tal maneira que a soma dos valores debitados seja
sempre igual à soma dos valores creditados.
5.Referências bibliográficas
1. Carvalho, M. & Leite, C. R. (2000). Economia Internacional – São Paulo: Saraiva.
2. Dornbusch, R. & Fisher, S. (1982). Macroeconomia. (2. ed.). São Paulo: McGraw-Hill do
Brasil.
3. Dornbusch, R. & Fisher, S. (1991). Macroeconomia. ( 5. ed.). São Paulo: Makron do
Brasil.
4. Freitas, E. C. & Prodanov, C. C. (2013). Metodologia do trabalho científico: Métodos e
técnicas da pesquisa e do trabalho académico. (2ª ed.). Novo Hamburgo: Universidade
Feevale.
5. Feijó, A. C. et al. (2003). Contabilidade Social. Rio de Janeiro: Elsevier.
6. Gil, A. C. (1989). Métodos e técnicas de pesquisa social. (2a ed.). São Paulo: Atlas.
7. Gil, A. C. (2008). Métodos e técnicas de pesquisa social. (6a ed.). São Paulo: Atlas.
8. Maia, J. M. (1999). Economia Internacional e Comércio Exterior. (5. ed.). São Paulo:
Atlas.
9. Richardson, R. J. (1989). Pesquisa Social: Métodos e técnicas. São Paulo
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10. Silva, R. A. (2000). O Processo de Abertura Comercial no Brasil Durante os Governos
Sarney – Collor – Fhc e seus Impactos Sobre o Setor Industrial. Recuperado em
http://www.ccsa.ufpb.br/de/Monografias/ROSILEIDE%20AGAPITO%20DA%20SILV
A.pdf Acesso em 04 de Julho de 2022.
11. Simonsen, M. H.C. R. P. (1995). Macroeconomia. (2. ed.). São Paulo: Atlas.
12. Vicchi, V. (2017). Balanço de Pagamentos. Brasil: ENAP. Recuperado em
https://repositorio.enap.gov.br/bitstream/1/3095/2/Balan%C3%A7o%20de
%20Pagamentos_2017.pdf Acesso em 04 de Julho de 2022.
Sites consultados
13. https://www.bancomoc.mz/fm_pgtab1.aspx?id=73
14. https://rediceac.org/wp-content/uploads/2020/09/Manual-de-contabilidade.pdf
15. http://www.ine.gov.mz/documentos/metadados/sector-externo/balanca-de-pagamentos/
at_download/file.
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