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Escola Superior de Negócios e Empreendedorismo de Chibuto

(ESNEC)

Curso: Gestão comercial

IIIº Ano – Semestre I

Cadeira: Economia Internacional

Tema:

Balança de Pagamentos

Discentes: Docente:

José Carlos Dr. Amácio Benedito

Letícia Macamo

Chibuto, Julho de 2022


Índice
1.Introdução.....................................................................................................................................2

1.1.Objectivos..............................................................................................................................3

1.1.1.Geral................................................................................................................................3

1.1.2.Específicos.......................................................................................................................3

2.Metodologia..................................................................................................................................3

3.Enquadramento teórico: Balança de Pagamentos.........................................................................4

3.1.Conceitos básicos...................................................................................................................4

3.2.Estrutura da balança de pagamentos......................................................................................5

3.3.O princício contabilístico de partidas dobradas.....................................................................7

3.4.Posicionamente de Moçambique -Balança de Pagamentos 2021..........................................9

3.4.1.Conta Corrente..............................................................................................................10

3.4.2.Conta capital..................................................................................................................11

4.Conclusão...................................................................................................................................12

5.Referências bibliográficas..........................................................................................................13
1.Introdução
A Balança de Pagamentos consiste em um conjuntos de contas agregadas, que se divide em
subcontas, dependendo do objecto de análise. Por conceito, é compreendida por Vicchi (2017),
tomando por base o Fundo Monetário Internacional (FMI) como sendo o registro contabilístico
de toda transacção económica entre uma nação e o resto do mundo em certo período de tempo.

Em Moçambique, a balança de pagamento é compilada em dólares norte-americanos no


Departamento de Estudos Económicos e Estatística do Banco de Moçambique e segue
basicamente o formato da 5ª edição do Manual da Balança de Pagamentos do Fundo Monetário
Internacional. (BM, 2021)

Este trabalho foi atribuido no âmbito da cadeira de Economia Internacional, e tem como
propósito analisar a Balança de pagamentos de Moçambique. Diante do mesmo serão discutidos
aspectos relacionados à estrutura da balança de pagamentos, far-se-à a descrição das contas
corrente, e de capital, no contexto global e na perspectiva específica de Moçambique. Far-se-à
por último a descrição de aspectos que explicam o princípio contabilístico de partidas dobradas.

O trabalho divide-se em 5 partes, onde na primeira parte encontramos a introdução, onde vai se
apresentar um breve resumo dos conteúdos que serão abordados no trabalho, com inclusão dos
objectivos. Na segunda parte encontramos a metodologia que apresenta-nos os métodos usados
na busca de informações. Na terceira parte encontramos o desenvolvimento, onde abordar-se-á a
exposição das informações relacionadas à Balança de pagamentos. Na quarta parte apresentar-se-
á a conclusão do trabalho. Na quinta e última parte apresentar-se-á as referências bibliográficas.

1.1.Objectivos
1.1.1.Geral
 Analisar a Balança de Pagamentos de Moçambique.

1.1.2.Específicos
 Apresentar a estrutura da Balança de Pagamentos;
 Explicar o princípio contabilístico de partidas dobradas;
 Debruçar em torno de posicionamento de Moçambique na balança de pagamentos-2021.

1
2.Metodologia
A metodologia e aparte da pesquisa mais importante, uma vez que indica com detalhe, os
caminhos seguidos para o alcance dos objectivos da pesquisa. Falar da pesquisa científica, é falar
de um conjunto de caminhos sistematizados do ponto de vista científico, que detêm como foco
principal, o alcance de soluções que estejam em consonância com os seus respectivos objectivos.

Segundo Freitas & Prodanov (2013, p. 14), “metodologia é a aplicação de procedimentos e


técnicas que devem ser levadas em consideração para a construção do conhecimento, com o
propósito de comprovar sua validade e utilidade nos diversos âmbitos da sociedade”. “é o
conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos adoptados para se atingir o conhecimento”
(Gil, 1989, p. 27).

Para a presente pesquisa, foram tidos em consideração os dados de natureza quantitativa, que de
acordo com Richardson (1989), este tipo de dados é caracterizado por ser de natureza secundária,
colectados com recurso a documentos, publicações, anuários e outros, e o seu tratamento e feito
tendo em conta as técnicas estatísticas.

A presente pesquisa é classificada como descritiva, que segundo Gil (1989) tem por objectivo
primordial o estabelecimento de relações entre variáveis ou a descrição das características de
determinada população ou fenómeno.

Para a materialização da pesquisa fez-se o uso do método dedutivo, que segundo Gil (2008) parte
de princípios reconhecidos como verdadeiros e indiscutíveis e possibilitam chegar a conclusões
de maneira puramente formal, isto é, em virtude unicamente de sua lógica.

Para a obtenção de informações, aplicou-se a documentação directa, através da pesquisa


bibliográfica, sendo que para Gil (1989) esta se utiliza fundamentalmente das contribuições de
diversos autores sobre determinado assunto.

2
3.Enquadramento teórico: Balança de Pagamentos
3.1.Conceitos básicos
De acordo com Carvalho et al. (2000, p. 109), “O Fundo Monetário Internacional (FMI) define
balanço de pagamentos como o registro sistemático das transações econômicas entre residentes e
não residentes de um país durante determinado período de tempo.”

Já Simonsen & Cysne (1995, p. 75), definem balança de pagamentos como um registro
sistemático de transações entre residentes e não-residentes de um país durante determinado
período de tempo.

Distinguem-se residentes de não residentes pelo local em que os bens e serviços são produzidos e
consumidos. Assim sendo, define-se como residente a pessoa física ou jurídica domiciliada em
um país; incluem-se neste conceito indivíduos com residência fixa, mesmo sendo imigrantes
filiais de empresas estrangeiras sediadas no país, funcionários em serviço no exterior, bem como
os indivíduos que se encontram transitoriamente no exterior a viagens de turismo, negócios e
outros. Os não residentes, por consequência, são todos aqueles que não estão condizentes na
definição acima.

Maia (1999) cita que as finalidades primordiais dos balanços de pagamentos são: informar como
o país se comporta em suas transações com o exterior; tornar-se um instrumento para o governo
tomar decisões necessárias para corrigir problemas relactivos às transações com o exterior; e
servir para medir os efeitos das medidas tomadas.

Em Moçambique, a Balança de Pagamentos é elaborada pelo Banco Central (Banco de


Moçambique), com base no registro das transações efectuadas por residentes e não residentes1.

3.2.Estrutura da balança de pagamentos


O quandro 1, a seguir apresentado, mostra de forma resumida, a estrutra da balança de
pagamentos.

Quadro 1: Estrutura do balanço de pagamentos

1
Recuperado em http://www.ine.gov.mz/documentos/metadados/sector-externo/balanca-de-pagamentos/
at_download/file.

3
BC – BALANÇA COMERCIAL
Exportações (FOB)
Importações (FOB)
BS – BALANÇA DE SERVIÇOS
Viagens Internacionais
Transportes
Seguros
Serviços Governamentais
Rendas de capitais
Lucros e dividendos
Lucros reinvestidos
Juros
Serviços diversos
TU – TRANSFERÊNCIAS UNILATERAIS
TC – SALDO DA BALANÇA DE PAGAMENTOS EM CONTA CORRENTE (BC+BS+TU)

KA – MOVIEMTO DE CAPITAL AUTÔNOMOS


Investimentos diretos
Reinvestimentos
Empréstimos e financiamentos
Amortizações
Capitais em curto prazo
Outros capitais
EO – ERROS E OMISSÕES
BP – SALDO TOTAL DO BALANÇO DE PAGAMENTOS (TC+KA+EO)
Fonte: Silva (2000)

Para Dornbusch & Fischer (1982, p. 549), a balança de pagamentos é o registro das transações
econômicas com o resto do mundo. Segundo Dornbusch (1991, p. 204) “Existem duas contas
principais no balanço de pagamentos: a conta corrente e a conta capital. A conta corrente
registra o comércio de bens e serviços, assim como os pagamentos de transferências. Os serviços
incluem fretes e pagamentos de royalties e de juros. As transferências de pagamentos consistem

4
em remessas, donativos e subvenções. A conta capital registra as compras e vendas de activos,
como por exemplo, estoques, títulos e terra”.

Na contabilidade da balança de pagamentos existe uma regra simples: qualquer transação que
leve a um pagamento por parte de residentes de um país representa um débito. Assim, a
importação de automóveis, a utilização de navios estrangeiros e depósitos em contas no exterior
são contabilizados como débitos.

Ainda segundo o mesmo autor, O superávit completo do balanço de pagamentos é a soma dos
superávits em conta corrente e na conta capital. Se ambas contas capital e conta corrente
estiverem em déficit, então o balanço de pagamentos como um todo está em déficit. Quando uma
conta está em superávit e a outra em déficit, precisamente pela mesma extensão, o balanço de
pagamentos como um todo é zero – nem está em superávit nem em déficit. (Dornbusch, 1991, p.
205)

Do ponto de vista contábil o balanço de pagamentos é meramente um registro das transações de


um país com o mundo exterior. De uma perspectiva econômica, porém, tais transações não
podem ser analisadas como um simples segmento da economia (o sector externo, por exemplo),
porque, em larga medida, o balanço de pagamentos é o resultado-síntese do funcionamento
global de cada economia nacional, reflectindo a operação, em nível micro e macroeconômico,
das actividades principais de seus agentes econômicos, sejam públicos ou privados. (Feijó et al.
2003, p.140).

É na balança de pagamentos que são registados todos os movimentos financeiros decorrentes das
relações econômicas ocorridas entre um determinado país e o resto do mundo, isto é, as entradas
de capitais alicerçadas pelas exportações de mercadorias, as saídas de capitais associadas às
importações de mercadorias, as entradas de capitais motivadas pelos investimentos realizados
por agentes econômicos estrangeiros, as entradas de capitais associadas a subsídios ou a
remessas de emigrantes, entre muitos outros movimentos financeiros.

Os registros contábeis no balanço de pagamentos são elaborados dentro do princípio das partidas
dobradas. Explicamos a seguir como este princípio funciona.

5
3.3.O princício contabilístico de partidas dobradas
Partida dobrada é o método de registro onde um débito é sempre igual a um crédito de mesmo
valor2. É também conhecido por partida digráfica, pois o método baseia-se no princípio da
contraposição de valores. A essência do método das partidas dobradas consiste no facto de que
um registro a débito, em uma ou mais contas (aplicação de recursos), deve corresponder a um
crédito do mesmo valor (origem dos recursos), em uma ou mais contas, de tal maneira que a
soma dos valores debitados seja sempre igual à soma dos valores creditados, ou seja:

1. Não há débito sem crédito correspondente


2. Soma dos débitos = soma dos créditos
3. Aplicações = origens

O sistema compreende não apenas o princípio de que todo débito corresponde a um crédito, mas
também reúne certas exigências como, por exemplo:

a. A conta devedora é sempre inscrita em primeiro lugar e a credora, em segundo;


 D – Caixa
 C – Bancos
b. O valor do débito ocupa a coluna da esquerda e o do crédito, a da direita;
 D – Caixa 200,00MT
 C – Bancos 200,00MT
c. De uma forma mais conservadora, à qual a Esaf ( Escola de Administração
Fazendária) associa-se, a conta credora deve estar antecedida da preposição ou
expressão “a”;
 Caixa 200,00MT
 a Bancos 200,00 MT
d. O livro Razão é o que agrupa as contas sempre com lançamentos de débito e
crédito;
e. As somas dos valores do débito no Razão devem ser sempre iguais às somas dos
valores do crédito no mesmo livro;
f. O Razão é o livro principal do qual se levanta o balancete, peça que é ponto de
partida para o levantamento do balanço;

2
Recuperado em https://rediceac.org/wp-content/uploads/2020/09/Manual-de-contabilidade.pdf

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g. O livro Diário é o que reúne os factos em ordem cronológica e todos os factos
nele transcritos devem ser passados, também, para o livro Razão;
h. O balanço, equilibrando débitos e créditos, é o ápice do processo, evidenciando o
patrimônio, e deve ser inscrito no livro diário;
i. No lançamento, debita-se a aplicação e credita-se a origem do recurso.

Se considerarmos a questão pelo seu rigor técnico e científico, a partida dobrada aparecerá como
único método verdadeiro e útil, posto que evidencia as causas e os efeitos dos fenômenos
patrimoniais. Por essa razão, é aceito e usado há quase seis séculos. É o procedimento (método)
contábil por excelência para o registro dos factos3.

Relembrando os efeitos do DÉBITO e do CRÉDITO nos diversos tipos de contas:

Quadro 2: Efeitos do débito e do crédito nos diversos tipos de contas.

CONTAS PARA AUMENTAR PARA SALDO


DIMINUIR
ACTIVO DEBITAR CREDITAR DEVEDOR
PASSIVO CREDITAR DEBITAR CREDOR
PATRIMÔNIO LÍQUIDO CREDITAR DEBITAR CREDOR
DESPESAS DEBITAR CREDITAR DEVEDOR
RECEITAS CREDITAR DEBITAR CREDOR
RETIFICADORA DE ATIVO CREDITAR DEBITAR CREDOR
RETIFICADORA DE PASSIVO DEBITAR CREDITAR DEVEDOR
Fonte: Carvalho (2000).

3.4.Posicionamente de Moçambique -Balança de Pagamentos 2021


Dados provisórios de 2021 apontam para uma recuperação gradual da economia global,
decorrente da reabertura dos mercados a nível mundial, em resultado do relaxamento das
medidas restritivas para conter o impacto de COVID-19. Outrossim, o início do processo de
vacinação em larga escala, que culminou com a retoma gradual das actividades económicas dos
sectores mais afectados pela pandemia, concorreu para o desempenho favorável da actividade
económica no mundo. Com efeito, registou-se uma melhoria nos preços médios das principais

3
Recuperado em https://rediceac.org/wp-content/uploads/2020/09/Manual-de-contabilidade.pdf

7
mercadorias no mercado internacional, em face do aumento da procura externa e consequente
aumento dos volumes das principais mercadorias de exportação.

Assim, as necessidades líquidas de financiamento externo à economia moçambicana, medidas


pelo saldo conjunto da CC e de capital, diminuíram em 4.9 %, tendo alcançado a cifra de USD
3,549.9 milhões, (23.4% PIB). Esta melhoria é reflexo da redução do défice da CC, em relação a
2020, de cerca de 4 pontos percentuais (pp) para 23.8% do PIB, num contexto em que o saldo
superavitário da conta capital contraiu 53 pontos base, para 0.4% do PIB. (BM, 2021)4

O gráfico 1 apresenta a evolução das necessidades líquidas de financiamento externo, nos


últimos cinco anos, bem como a trajectória da conta financeira.

Gráfico 1. Saldo conjunto das contas corrente e capital em % do PIB.

Fonte: Banco de Moçambique5.

Como pode-se aferir no gráfico 1, nos últimos cinco anos, o saldo deficitário conjunto das CC e
capital apresentou um comportamento misto determinado, essencialmente, pela evolução dos
fluxos da CC. No caso vertente de 2021, a CC inverteu o comportamento evidenciado em 2020,
ao registar uma melhoria do défice como resultado do abrandamento do saldo deficitário das
contas de serviços e de bens em USD 223 milhões e USD 36 milhões, respectivamente,
coadjuvados pela variação positiva do saldo das transferências correntes em USD 48.7 milhões.

4
Recuperado em https://www.bancomoc.mz/fm_pgtab1.aspx?id=73
5
Recuperado em https://www.bancomoc.mz/fm_pgtab1.aspx?id=73

8
Por seu turno, os influxos de capitais da conta financeira fixaram-se em USD 2,764 milhões,
equivalente a 18.2% do PIB, representando um decréscimo de USD 930.3 milhões face a igual
período de 2020, como resultado da redução na contratação líquida de passivos sob forma de
Outro Investimento, num contexto em que se registou o incremento nos influxos de IDE que tem
sido a principal fonte de financiamento da economia moçambicana, nos últimos anos. Assim, o
saldo global da BoP de Moçambique foi deficitário, situando-se em USD 791.3 milhões o
equivalente a 5.2 % do PIB, mantendo-se no terreno negativo observado em 2020, com um saldo
de USD 740 milhões.

3.4.1.Conta Corrente
Como referido acima, o défice da CC melhorou em relação a 2020, em 6.6%, ao situar-se em
USD 3,614.9 milhões, montante equivalente a 23.8% do PIB.

A diminuição do saldo negativo da CC deveu-se, por um lado, à contração do défice da conta de


serviços em 11.3%, como resultado do efeito conjugado da redução dos custos de importação de
serviços, contra o aumento das receitas de exportação de serviços em 6.6% e 5.2%,
respectivamente, e por outro lado, do acréscimo do saldo excedentário das transferências
correntes de 7.2%, atingindo a cifra de USD 726.3 milhões (equivalente a 5% do PIB), explicado
pelo crescimento dos recebimentos líquidos de recursos por parte de outros sectores da
economia, com enfoque para os realizados pelos emigrantes. Outrossim, o decréscimo do saldo
deficitário da conta de bens contribuiu, igualmente, para a evolução favorável da CC, ao registar
uma redução de 1.6%, alcançando os USD 2,258.3 milhões, influenciado pelo incremento das
receitas de exportação em 55.5%, superior ao aumento da factura de importação de bens, em
22.2 pontos percentuais (pp). A tabela 1, ilustra a evolução da conta corrente em Moçambique no
ano 2021.

Tabela 1: Evolução da Conta Corrente (USD milhões)

9
Fonte: Banco de Moçambique6.

O decréscimo do défice da CC foi refreado pelo incremento nas saídas líquidas de rendimentos
de factores de produção (capital e trabalho) em 18.5%, como resultado do aumento das
exportações de capitais, na componente de lucros e dividendos, em 92.7%. Excluindo as
transacções dos GP, o défice da CC deteriorou em 38.3% e fixou-se em USD 5,489.4 milhões,
equivalente a 36.1% do PIB.

3.4.2.Conta capital
No período em análise “2021”, o fluxo de rendimentos secundários e para o resto do mundo
resultou na entrada líquida de recursos na ordem de USD 726.3 milhões, após ter se situado em
USD 677.6 milhões em 2020, traduzindo-se numa melhoria de 7.2%. O fluxo da conta de
rendimentos secundários é explicado, fundamentalmente, pelo aumento de recebimentos líquidos
de recursos por parte de outros sectores da economia, salientando-se as remessas de emigrantes
para apoio às famílias, que incrementaram em 73.8%, em linha com o registado na remuneração
de empregados, que no período da COVID-19 apresentam valores superiores em relação aos
períodos anteriores à pandemia. Este cenário mostra que parte das operações da CC estão a ser
financiadas com recurso a fluxos financeiros de emigrantes moçambicanos no resto do mundo, a
avaliar pelo aumento registado de 2020 para 2021, de 1% para 2% do PIB. Por seu lado, as
remessas de imigrantes mantiveram o seu peso em percentagem do PIB da ordem de 1%, o que,
em parte, pode estar relacionado com a fraca mobilidade de não residentes para o país, no
contexto da pandemia de COVID-19. Do lado da Administração Central registou-se uma redução
no influxo de donativos para consumo, de 12.8%, fixando-se em USD 209.4 milhões. A seguir,

6
Recuperado em https://www.bancomoc.mz/fm_pgtab1.aspx?id=73

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mostraremos a Evolução da conta de Rendimentos Secundários e Transferência de Capital para
Moçambique em 2021, conforme a tabela 2.

Tabela 2: Evolução da conta de Rendimentos Secundários e Transferência de Capital (USD


Milhões).

Fonte: Banco de Moçambique.

4.Conclusão
Após a pesquisa do presente trabalho, foi possível concluir que a Balança de Pagamentos de
Moçambique cobre o volume de transacções de todos os sectores residentes em território
moçambicano com os não residentes. Ela cobre as principais transacções correntes e financeiras
que Moçambique realiza com o exterior.

A Balança de Pagamentos de Moçambique contabiliza as importações e exportações de


mercadorias no momento em que são registadas na fronteira alfandegária. A mesma, é compilada
em dólares norte-americanos no Departamento de Estudos Económicos e Estatística do Banco de
Moçambique. Em Moçambique, a Balança de Pagamentos é elaborada pelo Banco Central
(Banco de Moçambique), com base no registro das transações efectuadas por residentes e não
residentes. A balança de pagamento é composta por diversas contas. O saldo conjunto das contas
corrente e de capital indica se, num determinado período, uma economia teve capacidade ou
necessidade de financiamento sobre o exterior. Na mesma lógica das contas, pode-se verificar
um fenómeno contabilístico bastante relevante a sua compreensão, pois é tido como guia para os
fazedores da contabilidade no geral, trata-se do princípio contabilístico das partidas dobradas. A
essência do método das partidas dobradas consiste no facto de que um registro a débito, em uma

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ou mais contas (aplicação de recursos), deve corresponder a um crédito do mesmo valor (origem
dos recursos), em uma ou mais contas, de tal maneira que a soma dos valores debitados seja
sempre igual à soma dos valores creditados.

Em suma, garantir a estabilidade na balança de pagamento, é essencialmente fazer com que o


volume de exportações registadas supere o volume de importações, sem com isso comprometer o
projecto de desenvolvimento económico assumido pelo governo de Moçambique, o controle da
balança de pagamentos faz parte da politica monetária definida pelo regulador do sistema
financeiro nacional, considerando que “garantir da estabilidade macroeconómica e o controle da
inflação” constitui um dos principais objectivos de actuação do banco central, a estabilidade da
balança de pagamentos possui um papel preponderante na alcance do referido objectivo, dado o
nível de influencia que o indicador possui sobre outros elementos na estrutura económica do
país.

5.Referências bibliográficas
1. Carvalho, M. & Leite, C. R. (2000). Economia Internacional – São Paulo: Saraiva.
2. Dornbusch, R. & Fisher, S. (1982). Macroeconomia. (2. ed.). São Paulo: McGraw-Hill do
Brasil.
3. Dornbusch, R. & Fisher, S. (1991). Macroeconomia. ( 5. ed.). São Paulo: Makron do
Brasil.
4. Freitas, E. C. & Prodanov, C. C. (2013). Metodologia do trabalho científico: Métodos e
técnicas da pesquisa e do trabalho académico. (2ª ed.). Novo Hamburgo: Universidade
Feevale.
5. Feijó, A. C. et al. (2003). Contabilidade Social. Rio de Janeiro: Elsevier.
6. Gil, A. C. (1989). Métodos e técnicas de pesquisa social. (2a ed.). São Paulo: Atlas.
7. Gil, A. C. (2008). Métodos e técnicas de pesquisa social. (6a ed.). São Paulo: Atlas.
8. Maia, J. M. (1999). Economia Internacional e Comércio Exterior. (5. ed.). São Paulo:
Atlas.
9. Richardson, R. J. (1989). Pesquisa Social: Métodos e técnicas. São Paulo

12
10. Silva, R. A. (2000). O Processo de Abertura Comercial no Brasil Durante os Governos
Sarney – Collor – Fhc e seus Impactos Sobre o Setor Industrial. Recuperado em
http://www.ccsa.ufpb.br/de/Monografias/ROSILEIDE%20AGAPITO%20DA%20SILV
A.pdf Acesso em 04 de Julho de 2022.
11. Simonsen, M. H.C. R. P. (1995). Macroeconomia. (2. ed.). São Paulo: Atlas.
12. Vicchi, V. (2017). Balanço de Pagamentos. Brasil: ENAP. Recuperado em
https://repositorio.enap.gov.br/bitstream/1/3095/2/Balan%C3%A7o%20de
%20Pagamentos_2017.pdf Acesso em 04 de Julho de 2022.

Sites consultados
13. https://www.bancomoc.mz/fm_pgtab1.aspx?id=73
14. https://rediceac.org/wp-content/uploads/2020/09/Manual-de-contabilidade.pdf
15. http://www.ine.gov.mz/documentos/metadados/sector-externo/balanca-de-pagamentos/
at_download/file.

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