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Índice

1.CAPÍTULO-I...........................................................................................................................................3
1.1.Introdução..........................................................................................................................................3
1.2.Objectivos..........................................................................................................................................4
1.2.1.Gerais..........................................................................................................................................4
1.2.2.Específicos..................................................................................................................................4
1.3.Metodologia.......................................................................................................................................4
2.CAPÍTULO-II..........................................................................................................................................5
2.1.Orçamento.........................................................................................................................................5
2.1.1.Importância do Orçamento do Estado.........................................................................................6
2.1.2.O Orçamento Como Instrumento de Gestão Estratégica (GE)....................................................7
2.1.3.Gestão Orçamental......................................................................................................................7
2.2.Pressupostos básicos de programação................................................................................................8
2.3.Analise Orçamental em Moçambique...............................................................................................8
2.3.1.Plano plurianual - ppa.................................................................................................................9
2.3.2.Lei de directrizes orçamentárias - ldo.......................................................................................10
2.4.Enquadramento jurídico do Orçamento...........................................................................................10
2.5.Fases de elaboração da proposta Orçamental...................................................................................10
2.6.Princípios orçamentários.................................................................................................................11
2.7.Informação obrigatória na elaboração da proposta do orçamento do estado....................................12
2.8.Papel da programação financeira na gestão de política macro-economica.......................................13
3.CAPÍTULO-III.......................................................................................................................................13
3.1.Receitas e despesas públicas............................................................................................................13
3.2.Despesas de Funcionamento............................................................................................................15
3.3.Despesas de Investimento................................................................................................................15
3.4.Despesas públicas............................................................................................................................15
3.5.Receitas Públicas............................................................................................................................16
3.5.1.Princípios da receita Pública.....................................................................................................16
3.5.2.Classificação das receitas..........................................................................................................17
3.5.3.Regime das receitas..................................................................................................................18
3.5.4.Natureza dos Imposto: Directos e Indirectos.............................................................................19
4.CAPÍTULO- IV......................................................................................................................................20

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4.1.Conclusão........................................................................................................................................20
4.2.Referencias bibliográficas................................................................................................................21

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1.CAPÍTULO-I
INTRODUÇÃO

1.1.Introdução
O presente trabalho de pesquisa foi atribuido no âmbito da cadeira de Gestão de finanças
públicas, sendo esta, uma actividade financeira do Estado que visa satisfazer necessidades
colectivas ou alcançar outro tipo de objectivos económicos, políticos e sociais e que concretiza
na arrecadação de receitas e na realização de despesas. Neste trabalho iremos abordar o tema
sobre orçamento público tendo como finalidade um orçamento bem elaborado com previsões de
receitas e estimativas de despesas. Podemos ver que com o desenvolvimento económico,
considerando-se as receitas arrecadadas através de tributos vindos da população, há de se ter um
controle para equilibrar essas despesas de acordo com a arrecadação, não podendo haver um
desequilíbrio onde as despesas são maiores que as receitas, pois isso iria acarretar um deficit
público.

Com o intuito de manter o orçamento as mais reais possíveis as alterações são feitas a cada
gestão, com isso percebemos a importância de organizar e controlar o orçamento público, para
que não seja desviado para outros fins e deixe de investir nos objectivos especificados no
orçamento público.

O Nosso objectivo principal deste trabalho, é debruçar em torno da programação e gestão do


orçamento de Estado, concretamente em Moçambique. O trabalho encontra-se subdividido em
quatro (4) capitulos, nomeadamente: a introdução, que contem o resumo de todos conteúdos
abordados no trabalho, incluindo os objectivos e a metodologia usada na elaboração do trabalho;
a revisão da literatura, que inclui os conceitos básicos sobre o tema e a análise do Orçamento
Moçambicano; análise de Receitas e despesas públicas, que inclui as receitas correntes e receitas
de capital e por fim as conclusões, onde apresentar-se-a as conclusões obtidas após a elaboração
do trabalho e as referências bibliográficas que serviram de base para a elaboração do mesmo.

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1.2.Objectivos
1.2.1.Gerais
 Falar da programação e gestão Orçamental em Moçambique

1.2.2.Específicos
 Descrever a finalidade de um programa de governo;
 Explicar o a visão conceitual de Orçamento segundo diferentes autores;
 Acompanhar a execução dos gastos públicos;
 Apresentar os pressupostos básicos de programação;
 Apresentar o Papel da programação financeira na gestão de política macro-economica;
 Debruçar em torno do Orçamento do estado Moçambicano;
 Estabelecer a distinção entre Impostos e taxas.

1.3.Metodologia
Metodologia é o caminho para se chegar a um determinado fim. É um método científico como o
conjunto de procedimentos intelectuais e técnicas adotadas para se atingir o conhecimento (Gil,
2006, P.26).

O presente trabalho foi elaborado com auxilio de documentos electronicos, disponíveis na


internet.

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2.CAPÍTULO-II
REVISÃO DA LITERATURA

2.1.Orçamento
Lunkes (2010), na sua abordagem sobre o orçamento, afirma que:

“A origem da palavra orçamento deve-se aos antigos romanos, que usavam uma bolsa de tecido
chamada de fisco para colectar os impostos. Posteriormente, a palavra foi também utilizada para
as bolsas de tesouraria e também para os funcionários que as usavam”. (p.24).

De acordo com Welsch (1973, citado em Lunkes, 2010):

“O orçamento é um plano administrativo que abrange todas as fases das operações para um
período futuro definido. Segundo o mesmo autor, orçamento é a expressão formal das políticas,
planos, objectivos e metas estabelecidas pela alta administração para a empresa como um todo,
bem como para uma das suas subdivisões” (p.27).

Para Xavier (2008), o orçamento é um instrumento de planeamento que espelha as decisões


políticas, estabelecendo as acções prioritárias para o atendimento das demandas da sociedade, em
face da escassez de recursos.

Boisvert (1999, citado em Lunkes, 2010), sustenta que o orçamento é um meio eficaz de efectuar
a continuação dos planos. Ele fornece as medidas para avaliar a performance da organização.

Nesta vertente, o orçamento representa um instrumento de gestão para apoiar o gestor na sua
tomada de decisão. Ou seja, é um instrumento de avaliação, com vista a alcançar os objectivos
definidos para os gestores e, para a organização.

Welsch (1973, citado em Lunkes, 2010) associa o orçamento às funções administrativas,


abrangendo o panejamento, execução, controle, avaliação, motivação e coordenação.

Segundo Boisvert (1999, citado em Lunkes, 2010),“a execução do orçamento contribui para
assegurar a eficácia da organização e o comando que vai possibilitar a difusão dos planos”. (p.
29).

Brookson (2000, citado em Lunkes, 2010) afirma que os orçamentos são essências para o
planeamento e o controle da empresa. Eles ajudam a coordenar as acções dos líderes de

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diferentes áreas, estabelecem um compromisso com os objectivos da empresa, conferem
autoridade ao gestor de cada área para fazer despesas e fornecer metas claras de receitas.

O orçamento é a peça mais importante da administração pública. Nele estão os programas e


projectos de um governo que, ao distribuir entre vários órgãos o dinheiro arrecadado dos
cidadãos, define suas prioridades (Xavier, 2008).

Brookson (2000, citado em Lunkes, 2010) apresenta seis objectivos principais do orçamento que
a seguir passa-se a descrever:

 Planeamento: auxiliar a programar actividades de um modo lógico e sistemático que


corresponda a estratégia de longo prazo da empresa.
 Coordenação: ajudar a coordenar as actividades das diversas partes da organização e
garantir a consistência dessas acções.
 Comunicação: informar mais facilmente os objectivos, oportunidades e planos da
empresa aos diversos gerentes de equipas.
 Motivação: fornecer estímulo aos diversos gerentes para que atinjam metas pessoais e da
organização.
 Controle: controlar as actividades da organização por comparação com os planos
originais, fazendo ajustes onde necessário.
 Avaliação: fornecer bases para a avaliação de cada gerente, tendo em vista as suas metas
pessoais e as de seu departamento. (p.29)

2.1.1.Importância do Orçamento do Estado


 Em democracia, o orçamento reflecte os objectivos e aspirações do povo;
 O governo é um dos principais actores na economia. As compras governamentais assim
como a maneira como o governo arrecada o dinheiro para fazer as suas compras afecta
toda a gente;
 O orçamento é conexão vital que traduz a política em prestação de serviços;
 Orçamento é um instrumento poderoso para conduzir ao desenvolvimento e
redistribuição na sociedade.

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2.1.2.O Orçamento Como Instrumento de Gestão Estratégica (GE)
Na perspectiva de Lunkes (2010), focado apenas no que está a sua volta e mergulhados nos
problemas do dia-a-dia, os administradores que não utilizam o orçamento como instrumento de
gestão sentem-se até felizes por não ter muito compromisso com o futuro. Assim como a luneta,
a bússola o GPS etc., o plano estratégico, o orçamento, fluxo de caixa, os relatórios financeiros e
contáveis etc., são instrumentos de condução que nos permitem chegar aonde nós queremos.

Conforme o pensamento de Lunkes, o orçamento, o plano de contenção de gastos e os trabalhos


de consciencialização formam as três frentes principais para a adequação das despesas da
organização. Neste sentido, o objectivo principal do orçamento, além de guiar a organização é o
de contingências, controlar, e organizar os gastos, de modo que a receita prevista possa produzir
o resultado positivo desejado (Lunkes, 2010).

2.1.3.Gestão Orçamental
Gestão orçamental, de acordo com Jordan (2003), consiste numa planificação sistemática das
actividades a desenvolver pela fixação de objectivos a atingir e pela verificação da medida em
que as realizações correspondem aos objectivos previamente fixados.

Gino e Ferreira (2004) acrescentam que a Gestão Orçamental encontra-se apoiada na execução
do orçamento do estado, nas várias fases da despesa e da receita.

Segundo Perreira e Franco (1994 citado em Medeiros, 2013):

“Gestão orçamental pode ser definida como o tipo de gestão das organizações que
se caracteriza pelo planeamento sistemático das actividades da organização, em
que o planeamento se traduz por orçamentos que são planos de acção que fixam a
cada gestor em quantidades, valores e prazos os meios a utilizar e os proveitos ou
operações a realizar” (p.2).

Portanto, a Gestão Orçamental refere-se a um conjunto de tarefas que procuram garantir a


afectação eficaz de todos os recursos disponibilizados nos orçamentos a fim de serem atingidos
os objectivos que fazem parte destes, optimizando as organizações a irem ao encontro as metas
orçamentais.

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2.2.Pressupostos básicos de programação
Aspectos Gerais

Dos últimos progressos do sistema de planificação em Moçambique são de realçar os seguintes:

 O desenvolvimento do planificação estratégico de médio e longo prazo, através da


adopção de instrumentos tais como a Agenda 2025, o Programa Quinquenal do Governo,
o PARP (incluindo a Matriz Estratégica), o CFMP, Planos Estratégicos Sectoriais,
Provinciais e Distritais e da sua harmonização;
 A articulação dos planos de desenvolvimento nacionais com as políticas e planos
estratégicos sectoriais e territoriais;
 O aprimoramento da Metodologia da Planificação e Orçamentação por Programas (POP)
visando melhorar a programação e gestão orçamental;
 A planificação mais participativa das instituições públicas (centrais, provinciais, distritais
e autárquicas) e da sociedade civil na definição das opções estratégicas de
desenvolvimento;
 O desenvolvimento de metodologias para assegurar a integração dos assuntos transversais
no processo de planificação;
 O reforço da articulação entre o Governo e os Parceiros de Cooperação e a respectiva
simplificação de procedimentos na programação e execução orçamental, em particular
através do Apoio Directo ao Orçamento do Estado.

2.3.Analise Orçamental em Moçambique


O orçamento do Estado Moçambicano obedece as regras estabelecidas na Constituição da
República e às regras estabelecidas na Lei 9/2002, de 12 de Fevereiro, Lei do SISTAFE.

A Assembleia da República é o órgão que aprova o orçamento, que lhe é remetido sob proposta
do governo. Em termos constitucionais, o orçamento é fiscalizado pela Assembleia da República
e pelo Tribunal Administrativo.

No entanto, o orçamento moçambicano é deficitário por depender de cerca de 40% porcento da


ajuda externa e fraca colheita de recursos financeiros ou seja, fraca capacidade tributária.

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Em Moçambique, há uma tendência de aumento das despesas públicas, pois, verificam-se casos
de desvios de fundo por funcionários do Estado, o que faz com que muitas actividades não se
realizarem.

Contudo, o orçamento do Estado moçambicano, tende a melhorar, muito mais pela descoberta de
recursos naturais, o que aumenta de certa forma o Produto Interno Bruto.

É de salientar que o orçamento moçambicano não é equilibrado, pois, as receitas e as despesas


não estão em pé de igualdade.

Segundo Araújo e Arruda (2004), orçamento público é a Lei de iniciativa do Poder Executivo e
aprovada pelo Poder Legislativo, que estima a receita e fixa a despesa para o exercício
financeiro, que, nos termos do art. 34 da Lei n. 4.320/64, coincidirá com o ano civil.

Para a elaboração e o controle do orçamento público em Moçambique deve obedecer aos


princípios orçamentários que estão previstos na Constituição Federal e na Lei n. 4.320/64, que
são eles: unidade, anualidade, universalidade, programação, especificação, exclusividade,
clareza, equilíbrio, publicidade.

Essa lei deve ser elaborada por todas as esferas de governo em um exercício para, depois de
devidamente aprovada, vigorar no exercício seguinte. Terá como base o Plano Plurianual e será
elaborado respeitando-se a Lei de Directrizes Orçamentárias, será aberto em forma de partidas
dobradas em seu aspecto contabilístico é instrumento de planeamento que permite acompanhar,
controlar e avaliar a administração das acções públicas.

2.3.1.Plano plurianual - ppa


Destas etapas o PPA que é o Plano Plurianual é realizado no início de cada governo e define as
directrizes e as prioridades da Gestão Governamental, como nacional e municipal, onde são
descritos quais serão os objectivos e acções e a serem executadas em um período de quatro anos,
como se posiciona Soares (2006, p. 7), ao se referir ao plano plurianual.

O plano plurianual é um plano de médio prazo, através do qual procura-se ordenar as acções do
governo que levem ao atingimento dos objectivos e metas fixados para um período de quatro
anos, ao nível do governo federal, e também de quatro anos ao nível dos governos estaduais e
municipais.

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Os objectivos deste plano são caracterizados conforme o ato de descrever e traçar as finalidades
de um programa de trabalho de forma clara onde deverá conter um conjunto de acções que
contribuam para a execução destes planeamentos, sendo bem detalhadas as suas realizações,
sempre em benefício da sociedade, e essas acções as quais podem se concretizar em um projecto,
actividade, que será revertida para a colectividade em forma de obras e melhorias para a à vida
social.

2.3.2.Lei de directrizes orçamentárias - ldo


A Lei de Directrizes Orçamentária (LDO), é também um instrumento de planeamento, e está na
Constituição Federal no art. 165 § 2º da CF/88, que assim dispõe.

A lei de directrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública


federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientará a
elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e
estabelecerá a política de aplicações das agências financeiras oficiais de fomento.

2.4.Enquadramento jurídico do Orçamento


As funções jurídicas do Orçamento decorrem do seu elemento político e consubstanciam-se no
aparecimento de toda uma série de normas destinadas a concretizar os fins de garantia que o
Orçamento visa prosseguir. Ele constitui uma limitação jurídica Administração, diversa e mais
forte que a do Direito Administrativo: os seus poderes financeiros devem ser autorizados
anualmente e por isso são limitados.

2.5.Fases de elaboração da proposta Orçamental


Processo orçamentário ou ciclo orçamentário é dividido em quatro fases, que são: elaboração,
aprovação, execução e controlo.

Segundo Teodoro Waty , o processo orçamental começa com o estabelecimento de objectivos e


metas de natureza económica, social, administrativa e política. Esta constitui a primeira fase.

A segunda fase é a de desenvolvimento de planos financeiros de curto, médio e longo prazo que
é a de realização de projecções e previsões no tempo e formulação de critérios para a selecção de
programas. Estes programas implicam necessariamente, uma priorização de sectores e áreas, de
acordo com as políticas seleccionadas e as metas e objectivos traçados.

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A orçamentação anual dos recursos de acordo com as metas, os objectivos e os programas
definidos e a sua execução do orçamento constitui a terceira fase.

E por fim, a última fase do processo orçamental é a monitoria e avaliação do orçamento


executado, dos programas financeiros e das metas de forma a garantir a necessária transparência,
eficácia e eficiência de todo processo.

A proposta da lei do orçamento do Estado, é elaborada pelo governo e submetida à Assembleia


da República, e deve conter informação fundamentadora sobre as previsões de receitas, os
limites das despesas, o financiamento do défice e todos os elementos que fundamentam a política
orçamental.

Na elaboração da proposta do orçamento, o governo deverá dar prioridades ao cumprimento do


seu programa e ter em conta a necessária relação entre as previsões orçamentais e a evolução
provável da conjuntura política, económica e social.

Isto quer significar que, o montante e tipo de receitas e despesas a inscrever no orçamento
deverão estar de acordo a política do governo e o momento económico, político e social que se
vive no país.

2.6.Princípios orçamentários
Princípios são regras que devem ser seguidos e obedecidos para a elaboração do orçamento por
parte do Poder Executivo.

Estes princípios são:

 Universalidade – contém todas as receitas e despesas do Estado. O Legislativo deverá


conhecer antecipadamente o montante dos gastos públicos programados que compreende
as receitas e despesas e com isso autoriza a cobrança de receitas até o limite capaz de
cobrir as despesas.
O Poder Executivo não poderá realizar operações das receitas e gastos sem a autorização
do Legislativo.
 Anualidade – este princípio nos mostra que o orçamento deve obedecer a um período
limitado de tempo e este período corresponde ao ano civil.  Unidade – significa que o
orçamento deve ser uno, isto é cada unidade governamental deve possuir apenas um

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orçamento, compreendendo todas as receitas e despesas do exercício, havendo uma
comparação dos dois totais, se há um equilíbrio, saldo positivo ou deficit.
 Especificação – tem como finalidade impedir as autorizações globais, tanto na
arrecadação de tributos quanto na sua aplicação. Tendo que haver um plano de cobrança
de tributos e um programa de investimentos, onde os mesmos terão que ser bem
detalhados. Isto facilita a fiscalização do Poder Legislativo, fazendo com que os
Parlamentares sejam fiscalizadores sobre as finanças do Poder Executivo.
 Exclusividade – este princípio tem como objectivo impedir a autorização de conteúdo
estranho a fixação das despesas e previsões das receitas, não tendo abertura para créditos
suplementares e contratações de operações de créditos.
 Orçamento Bruto – todas as receitas e despesas deverão aparecer no orçamento descrito
com valores brutos, sem qualquer tipo de dedução.
 Não Afectação das Receitas – este princípio determina a não vinculação da receita, onde
o legislador não poderá vincular receitas públicas a determinados despesas, órgãos ou
fundos, disposto na Constituição Federal no art. 167 IV.
 Equilíbrio – estabelece que o total da despesa orçamentária não poderá ultrapassar o da
receita orçamentária prevista para cada exercício.
 Universalidade – nos informa, que o orçamento tem que especificar todas as receitas e
todas as despesas, referentes aos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, também os
órgãos da Administração Directa e Indirecta.
 Publicidade – refere-se ao fato de que todo o conteúdo orçamentário tem que ser
divulgado através do meio de comunicação, para que a comunidade tenha conhecimento
para a eficácia de sua validade.

2.7.Informação obrigatória na elaboração da proposta do orçamento do estado


Considerando o estabelecido pelo Regulamento do SISTAFE, as propostas de orçamento
sectoriais devem, obrigatoriamente, conter:

 O balancete do primeiro semestre do exercício em curso, por fonte de recursos;


 Os Mapas de execução orçamental do primeiro semestre do ano em curso e apresentação
do progresso físico das acções pelo mesmo período;

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 Os Mapas de previsão da execução orçamental até à data de encerramento do exercício
em curso e do progresso físico das acções pelo mesmo período;
 A fundamentação da proposta e os respectivos anexos numéricos, contempla a
discriminação das receitas e das despesas e respectiva justificação.

2.8.Papel da programação financeira na gestão de política macro-economica


A Programação Financeira, é o principal instrumento de gestão dos recursos financeiros
públicos, a qual será elaborada com base no OGE em execução e aprovada pela Comissão
Permanente do Conselho de Ministros.

A programação financeira compreende:

a) A previsão do comportamento da receita

b) A previsão das necessidades de financiamento (interno e externo)

c) A consolidação dos cronogramas de desembolso, e

d) O estabelecimento do fluxo de caixa (priorização das acções a realizar).

3.CAPÍTULO-III
ANÁLISE DE RECEITAS E DESPESAS

3.1.Receitas e despesas públicas


Define-se como receita pública todo e qualquer recolhimento de recursos feitos aos cofres
públicos que o governo tem direito a arrecadar amparado pela Constituição em virtude de leis,
contratos ou outros títulos de que derivem direito em favor do Estado. É a entrada de elementos
para o activo.

A Lei n. 4.320/64 Classifica a receita pública em receita orçamentária e receita


extraorçamentária. A receita extra-orçamentária são recursos de terceiros que transitam pelos
cofres públicos e a receita orçamentária é aquela que de fato pertence à entidade e se classifica
economicamente em: receitas correntes (recurso destinado a atender as despesas classificáveis
em despesas correntes) e receitas de capital (recurso destinado a atender as despesas
classificáveis em despesa de capital, e ainda, o superávit do orçamento corrente).

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Despesas Públicas são os gastos realizados pelos órgãos públicos em bens e serviços, com a
dotação autorizada pelo orçamento. É um ato onde o lançamento contabilístico acontece sem que
haja desembolso, a geração de empenho é suficiente para que haja registo, seu fato gerador,
sendo assim, é contabilizado por regime de competência. Para classificar uma despesa quanto à
sua natureza considera-se a categoria económica, o grupo a que pertence, a modalidade da
aplicação e o elemento.

Nos termos do artigo 14 da Lei nº9/2002, de 12 de Fevereiro (Lei do SISTAFE), todos os órgãos
e/ou instituições do Estado, devem prever o volume de recursos monetários ou em espécie, seja
qual for a sua fonte ou natureza, que tenha sido estabelecidas por lei, sob pena de, não estando
inscritas no OE, não as poderem cobrar e, consequentemente não as aplicar.

No que tange aos saldos transitados de Receitas Próprias e Consignadas, estes deverão ser
programados como saldos de receitas próprias e consignadas, estimados no ano n-1,
prioritariamente para projectos de investimento. Para o efeito, estarão disponíveis no MEO
(Módulo de Elaboração Orçamental) as fontes de recurso específicas para a programação dos
saldos transitados.

Receitas do Estado Nos termos do artigo 14 da Lei nº9/2002, de 12 de Fevereiro (Lei do


SISTAFE), todos os órgãos e/ou instituições do Estado, devem prever o volume de recursos
monetários ou em espécie, seja qual for a sua fonte ou natureza, que tenha sido estabelecidas por
lei, sob pena de, não estando inscritas no OE, não as poderem cobrar e, consequentemente não as
aplicar.

No que tange aos saldos transitados de Receitas Próprias e Consignadas, estes deverão ser
programados como saldos de receitas próprias e consignadas, estimados no ano n-1,
prioritariamente para projectos de investimento. Para o efeito, estarão disponíveis no MEO
(Módulo de Elaboração Orçamental) as fontes de recurso específicas para a programação dos
saldos transitados.

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3.2.Despesas de Funcionamento
Os recursos para o funcionamento de cada órgão e/ou instituição do Estado são atribuídos
tomando em consideração as necessidades financeiras para o pagamento de Salários e
Remunerações do pessoal existente e outras para o seu funcionamento normal no contexto de
restrições orçamentais, durante o exercício económico.

São definidos limites financeiros para três grupos de despesas, nomeadamente:

 Despesas com o Pessoal - inclui-se nesta categoria de despesas, recursos para o


pagamento de Salários e Remunerações, e Outras Despesas com o Pessoal.
 Bens e Serviços - recursos para o pagamento de bens adquiridos e serviços.
 Outros - para os restantes encargos das despesas de funcionamento (excepto despesas
com pessoal e bens e serviços)

3.3.Despesas de Investimento
São estabelecidos limites financeiros indicativos para os recursos internos para cada órgão e/ou
instituição do Estado. Em relação ao financiamento externo, os limites a considerar na proposta
orçamental dependerão, para além da pertinência dos projectos orçamentais a desenvolver, da
documentação comprovativa do acordo de financiamento, que seja apresentada.

3.4.Despesas públicas
1
Constitui despesa pública todo dispêndio de recursos monetários ou em espécie, seja qual for a
sua proveniência ou natureza, gastos pelo governo com ressalva daqueles em que o beneficiário
se encontra obrigado à reposição dos mesmos.

Nenhuma despesa pode ser assumida , ordenada ou realizada, sem que, sendo legal, se encontre
inscrita devidamente no Orçamento do estado aprovado, tenha cabimento na correspondente
verba Orçamental e seja justificada, quanto à sua economicidade, eficiência e eficácia.

As despesa só podem ser assumidas durante o ano economico para o qual tiverem sido
orçametadas

1
Lei nᵒ 9/2002 de 12 de Fevereiro (Lei do SISTAFE),

15
As dotações Orçamentais constituem o limite máximo a utilizar na realização de despesas
públicas, no correspondente exercício.

3.5.Receitas Públicas
2
Constituem receita pública todos os recursos monetários ou em espécie seja qual for a sua fonte
ou natureza, postos a disposição do estado com ressalva daquelas em que o estado seja de mero
depositário temporário.

Nenhuma receita pode ser estabelecida, inscrita no Orçamento do estado ou cobrada se não em
virtude de lei, e ainda que estabelecidas por lei, as receitas só podem ser cobradas se estiverem
previstas no Orçamento do estado aprovado

Os montantes de receita inscritos no Orçamentodo Estado, constituem limites mínimos a serem


cobrados no correspondente exercício.

3.5.1.Princípios da receita Pública


 Princípio da legalidade - O primeiro princípio que tem que ser respeitado na execução
das receitas e a legalidade. O que significa que a receita só poderá ser cobrada se tiver
existência legal e se estiver inscrita no orçamento. As operações de liquidação, que
consistem na determinação do montante que o Estado tem a receber de terceiros
(contribuinte, utente, devedor) cabendo geralmente a sua execução aos serviços
liquidadores de receitas, como As Alfândegas e a Direcção Nacional de Impostos.

 Princípio da Competência - estabelece que as Receitas e as Despesas devem ser


incluídas no apuramento do resultado do período em que foram geradas, sempre
simultaneamente quando se correlacionarem (Princípio da Confrontação das Despesas
com as Receitas), independentemente de recebimento ou pagamento. Prevalece sempre o
período em que ocorreram. As Receitas são consideradas realizadas (ocorridas):
a) Nas vendas a terceiros de bens ou serviços, quando estes efectuarem o pagamento
ou assumirem o compromisso firme de efectivá-lo, quer pela investidura na
propriedade do bem vendido, quer pela fruição (usufruto) do serviço prestado;

2
Lei nᵒ 9/2002 de 12 de Fevereiro (Lei do SISTAFE),

16
b) Quando do desaparecimento parcial ou total de um passivo, qualquer que seja o
motivo; e
c) Pela geração natural de novos activos independentemente da intervenção de
terceiros.
 Princípio da Realização - Como norma geral, a receita é reconhecida no período
contábil em que é realizada. A realização usualmente ocorre quando bens ou serviços são
fornecidos a terceiros em troca de dinheiro ou de outro elemento activo. Este principio
tem sido um dos mais visados, principalmente pelos economistas, por julgarem que o
processo de produção adiciona valor aos factores que estão sendo manipulados.

3.5.2.Classificação das receitas


As Receitas estão divididas em Receitas Correntes e Receitas de Capital, que se classificam por
categoria economia.

Receitas Correntes

Receitas Correntes “ as receitas Tribut|rias (decorrentes da arrecadação de impostos, taxas e


contribuições de melhoria), de Contribuições, Patrimonial, Agropecuárias, Industrial, de Serviços
e outras e, ainda as provenientes de recursos de outras pessoas de direito público ou privado,
quando destinados a atender despesas classific|veis em despesas correntes”. As Receitas
Correntes, que se classificam por fontes, dividem-se em:

 Receitas Tributárias (impostos, taxas e contribuição de melhoria);


 Receita Patrimonial (receitas imobiliárias, receitas de valores mobiliários, participações e
dividendos, e outras receitas);
 Receita Industrial (receitas de serviços industriais e de outras receitas industriais);
 Transferências Correntes (receitas diversas, multas, contribuições, cobrança divida activa,
outras receitas diversas);
 Receitas Agropecuárias;
 Receitas de Serviços e de outras;
 E, provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público e
ou privado, a fim de atender as Despesas Decorrentes.

17
Receitas de Capital

Receitas de Capital: São os ingressos de recursos financeiros oriundos de actividades


operacionais ou não operacionais para aplicação em despesas operacionais, correntes ou de
capital, visando ao alcance dos objectivos traçados nos programas e acções de governo. São
denominados receita de capital porque são derivados da obtenção de recursos mediante a
constituição de dívidas, amortização de empréstimos e financiamentos e/ou alienação de
componentes do activo permanente, constituindo-se em meios para atingir a finalidade
fundamental do órgão ou entidade, ou mesmo, actividades não operacionais visando estímulo às
actividades operacionais do ente.

As receitas de capital são provenientes da realização de recursos financeiros oriundas de


constituição de dívidas; os recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privados
destinados a atender as despesas classificáveis em despesas de capital (como: aquisição de bens
móveis e imóveis ou ampliação das Unidades de Saúde destinadas à realização das acções de
atenção básica) e ainda o super|vit do orçamento corrente”. As Receitas de Capital (operações de
crédito, alienação de bens móveis e imóveis, Amortização de Empréstimos Concedidos,
transferências de capital, outras receitas de capital.

3.5.3.Regime das receitas


Tributos: Impostos e taxas

Impostos - são prestações pecuniárias requeridas aos particulares através de poderes de


autoridade, a título definitivo e sem contrapartida específica, tendo por fim a cobertura de
encargos públicos. Estamos perante obrigações legais, com carácter definitivo (que, portanto,
não provoca reembolso ou devolução), sem contrapartida específica (daí a unilateralidade), sem
força sancionatória nem compensatória. As contribuições especiais correspondem ou a um
benefício individualizado, resultante da actuação de um sujeito público (mais-valias prediais) ou
da necessidade de compensar o Estado ou um sujeito público (sujeito activo da relação jurídico-
tributária) pelo uso anormal dos bens ou serviços por parte de certos sujeitos económicos (por
exemplo, o antigo imposto de camionagem, justificado pela degradação que os pesados induziam
nas estradas.

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Taxas - São prestações pecuniárias, que pressupõem ou dão origem a uma contraprestação
específica resultante de uma relação concreta entre o contribuinte e um bem ou serviço público
(v.g. portagens e imposto de justiça). As taxas podem ser aplicadas na utilização de um bem do
domínio público. Pode, todavia, sustentar-se ainda que há uma situação semelhante no caso do
uso ou da compra de bens patrimoniais e de serviços de entes públicos. As taxas visam, assim,
facilitar ou dificultar o acesso aos serviços públicos e proceder à justa distribuição dos encargos
públicos.

3.5.4.Natureza dos Imposto: Directos e Indirectos


Impostos directos - atingem directamente a riqueza, através da elaboração de um rol
administrativo. Os impostos directos incidem directamente sobre o rendimento apurado para um
agente económico num determinado período de tempo, seja ele dos indivíduos, seja das
empresas. Segundo o critério jurídico, formulado por Otto Mayer (1846-1924), o imposto directo
é precedido de um processo administrativo de lançamento e liquidação, no qual se determina
quem é o contribuinte, qual a matéria colectável e qual a prestação devida (colecta). Segundo os
critérios económicos, o imposto directo incide sobre situações de ser ou estar. Nesse sentido,
parece ser de adoptar o critério económico de Alfred de Foville (1842-1913), que consiste em
entender os impostos directos como aqueles que tributam a riqueza enquanto fenómeno constante
ou permanente e os indirectos como os que atingem manifestações esporádicas ou ocasionais de
riqueza (Impostos sobre o Rendimento, chamado de IRS para as pessoas Singulares e de IRC
para as pessoas Colectivas)

Impostos indirectos - atingem indirectamente a riqueza considerada, sem essa discriminação. O


imposto indirecto não careceria de processo administrativo e incidem sobre situações de fazer.
Em regra os restantes impostos – os que não incidem sobre o rendimento mas antes sobre o
consumo como sejam o Imposto sobre o valor acrescentado, o Imposto sobre os produtos
petrolíferos, o Imposto sobre os veículos o Imposto sobre o Tabaco, entre outros – são impostos
indirectos. Para outros, o directo não é susceptível de repercussão fiscal, Segundo os critérios
económicos o imposto indirecto é susceptível dessa repercussão (de ser ou estar). No entanto,
nenhum destes critérios parece ser satisfatório, uma vez que há impostos indirectos que dão lugar
a processos administrativos de liquidação (direitos aduaneiros), havendo impostos directos que
são repercutíveis (IRC, por exemplo).

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4.CAPÍTULO- IV
CONCLUSÕES E REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

4.1.Conclusão
Após a pesquisa deste trabalho, foi possível concluir que o orçamento de estado, é uma, previsão,
plano ou simplesmente um documento no qual estão previstas as receitas a arrecadar e as
despesas a realizar. O orçamento é classificado de acordo com a classificação económica,
política e jurídica. As funções económicas se referem ao uso racional de recursos e as políticas se
referem aos meios ou um rol de actividades a serem realizados. As funções jurídicas
correspondem a inúmeras regras existentes que regulam todo processo orçamental e mais. O
orçamento do Estado obedece a regras estabelecidas na Constituição da República, na Lei
9/2002, lei do SISTAFE e seu regulamento. Um dos princípios fundamentais do orçamento é do
equilíbrio. O equilíbrio consiste na igualdade de receitas a arrecadar e despesas a realizar.
Uma vez que o orçamento é uma previsão, este está sujeito a alteração, mas esta alteração é feita
em termos definidos por lei. Umas das causas da alteração do orçamento são as calamidades
naturais. A Conta Geral do Estado, é a conta pela qual se verifica o grau de execução orçamental
e financeira, bem como a avaliação do desempenho dos órgãos e instituições do Estado.
Em Moçambique, o orçamento obedece a lei e estritamente as regras orçamentais, e este tende a
evoluir apesar das grandes dificuldades que apresenta. O objectivo do Estado e do Orçamento é
de satisfação das necessidades sociais.
Podemos dizer que o orçamento público é um instrumento de planeamento das acções
governamentais onde constam especificadas e detalhadas todas as receitas e despesas que serão
executadas em um determinado exercício. Dessa forma, o orçamento passou a ser peça
estratégica para o controle financeiro, deixando compatíveis receitas e despesas em volume,
dentro de um determinado período de tempo.

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4.2.Referencias bibliográficas
1. Gino, A., & Ferreira, O. (2004). Manual de Técnicas de Gestão orçamental. INAInstituto
Nacional de Administração
2. Jordan, H., Neves, J. C. & Rodrigues, J. A. (2003). Elaboração própria, baseada no livro
o controlo de gestão. Acedido a 01 de Outubro, 2015,
em:https://www.baralhodeideias.wordpress.com/2013/02/06/gestãoorçamental.
3. Lunkes, R.J. (2010). Manual de orçamento. (2.ª ed.). São Paulo: Atlas S.A
4. Xavier, I. (2008). Orçamento, planeamento e custos de obras. São Paulo.
5. Lei nᵒ 1/2018 (Lei da revisão pontual da constituição da república de Moçambique de 12
de Junho)
6. Lei nᵒ 9/2002 de 12 de Fevereiro (Lei do SISTAFE)
7. http://www.tesouro.fazenda.gov.br/hp/lei_responsabilidade_fiscal.asp .
Acessado em 10-08-2007
8. Otto Mayer (1846-1924). Manual de orçamento. (3ª.ed.).lisboa
9. Alfred de Foville (1842-1913). Finanças públicas. (1ª.ed.) São paulo, Brazil
10. Gil, A. C. (2006). Técnicas de investigação em ciências sociais. São Paulo: Atlas.

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