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Índice

Conteúdo
1. Resumo................................................................................................................................................2
2. Introdução...........................................................................................................................................3
3. objectivos............................................................................................................................................4
4. Metodologia de pesquisa....................................................................................................................5
5. A normalização contabilística..............................................................................................................6
5.1 O processo de formulação das normas internacionais de contabilidade...........................................6
5.2 A estrutura do intenational accounting standards board IASB..........................................................7
5.3 O papel do International Financial Reporting Interpretations Committee (IFRIC).............................7
5.4 O relacionamento do IASB com o International Organization of Securities Commissions (IOSCO). . .7
6. Sistema de contabilidade para o Sector Empresarial em Moçambique Plano Geral de Contabilidade
com Base nas NIRF (PGC-NIRFs)..................................................................................................................7
6.1 O PGC-NIRF........................................................................................................................................7
6.2 Quadro conceptual............................................................................................................................8
6.3 Finalidade, os seus utilizadores e suas necessidades de informação.............................................9
6.4 Pressupostos subjacentes................................................................................................................10
6.5 Características qualitativas das demonstrações financeiras............................................................11
6.6 Elementos das demostrações financeiras........................................................................................11
6.7 Reconhecimento dos elementos das demostrações financeiras.....................................................12
6.8 Capital e manutenção de capital.....................................................................................................13
7. Conclusão..........................................................................................................................................15
8. referências bibliográficas...................................................................................................................16
1. Resumo
Este trabalho aborda o tema da normalização contabilística, das demonstrações financeiras e dos SCE
em Moçambique, com o propósito de estudar o seu desenvolvimento, o seu funcionamento e o seu
impacto na qualidade da informação contabilística. O trabalho está dividido em quatro capítulos, além
da introdução e da conclusão. No primeiro capítulo, faz-se uma revisão da literatura sobre os conceitos,
os objectivos, os benefícios e os problemas da normalização contabilística, bem como sobre os principais
modelos contabilísticos existentes no mundo. No segundo capítulo, descreve-se a evolução histórica do
sistema de contabilidade empresarial de Moçambique, desde o período colonial até à actualidade,
destacando-se as principais influências, as principais reformas e as principais características de cada
fase. No terceiro capítulo, apresenta-se o sistema de normalização contabilística vigente em
Moçambique, o SCE, explicando-se a sua estrutura, o seu conteúdo, o seu âmbito de aplicação, o seu
processo de implementação, o seu grau de convergência com as normas internacionais e o seu papel na
melhoria da transparência e da comparabilidade das demonstrações financeiras. No quarto capítulo,
analisa-se a qualidade das demonstrações financeiras em Moçambique, tendo em conta os critérios de
relevância, fiabilidade, compreensibilidade e comparabilidade, bem como os factores que afectam a sua
qualidade, tais como o ambiente institucional, o mercado de capitais, a fiscalidade, a auditoria, a
divulgação e a educação contabilística. Por fim, na conclusão, sintetizam-se os principais resultados, as
principais limitações e as principais recomendações do trabalho.
2. Introdução
Contextualização

Em Moçambique, a normalização contabilística tem evoluído ao longo do tempo, acompanhando as


mudanças políticas, económicas e sociais do país. O sistema de contabilidade empresarial de
Moçambique tem sido influenciado por diferentes modelos contabilísticos, nomeadamente o modelo
português, o modelo francês, o modelo anglo-saxónico e o modelo internacional. O sistema de
normalização contabilística actualmente em vigor em Moçambique é o Sistema de Contabilidade para as
Empresas (SCE), que foi aprovado pelo Decreto n.º 70/2011, de 30 de Dezembro, e entrou em vigor em
1 de Janeiro de 2012. O SCE é composto por um conjunto de normas contabilísticas e de relato
financeiro (NCRF) baseadas nas normas internacionais de contabilidade (IAS) e nas normas
internacionais de relato financeiro (IFRS), adaptadas à realidade moçambicana.

As demonstrações financeiras são o produto final da contabilidade, que reflectem a situação


patrimonial, financeira e económica de uma entidade num determinado período. As demonstrações
financeiras devem ser elaboradas de acordo com os princípios e as normas contabilísticas aplicáveis, de
forma a apresentar uma imagem verdadeira e apropriada da entidade. As demonstrações financeiras
devem ser auditadas por auditores independentes, que emitem uma opinião sobre a sua conformidade
com as normas contabilísticas e de relato financeiro. As demonstrações financeiras devem ser
divulgadas ao público, através de meios adequados, como o jornal oficial, o site da entidade, a bolsa de
valores, entre outros.
3. objectivos
Objectivos gerais

O objectivo deste trabalho é analisar o sistema de normalização contabilística, as demonstrações


financeiras e os SCE em Moçambique, tendo em conta o seu contexto histórico, o seu enquadramento
legal, as suas características, as suas vantagens e desvantagens, os seus desafios e as suas perspectivas
de evolução.

Objectivos específicos

- Identificar e caracterizar os conceitos, os objectivos, os benefícios e os problemas da normalização


contabilística.

- Descrever e analisar a evolução histórica do sistema de contabilidade empresarial de Moçambique,


desde o período colonial até à actualidade.

- Apresentar e explicar o sistema de normalização contabilística vigente em Moçambique, o SCE, bem


como o seu processo de implementação, o seu grau de convergência com as normas internacionais e o
seu papel na melhoria da transparência e da comparabilidade das demonstrações financeiras.

- Avaliar a qualidade das demonstrações financeiras em Moçambique, tendo em conta os critérios de


relevância, fiabilidade, compreensibilidade e comparabilidade, bem como os factores que afectam a sua
qualidade, tais como o ambiente institucional, o mercado de capitais, a fiscalidade, a auditoria, a
divulgação e a educação contabilística.

- Identificar e discutir os principais desafios e as principais perspectivas de evolução do sistema de


normalização contabilística, das demonstrações financeiras e dos SCE em Moçambique.

- Propor recomendações para a melhoria do sistema de normalização contabilística, das demonstrações


financeiras e dos SCE em Moçambique.
4. Metodologia de pesquisa
Para a elaboração deste trabalho, recorreu se a consulta bibliográfica e documental de obras obras
escritas sobre a normalização contabilística e Sistema de contabilidade para o Sector Empresarial em
Moçambique Plano Geral de Contabilidade com Base nas NIRF (PGC-NIRFs) e para complementar buscou
se a pesquisas através da internet.
5. A normalização contabilística

é o processo de elaboração e aplicação de normas e procedimentos que devem ser seguidos pelas
entidades económicas no que respeita à contabilidade e ao relato financeiro. O objectivo da
normalização contabilística é garantir a comparabilidade, a relevância, a fiabilidade e a
compreensibilidade das informações contabilísticas, tanto a nível nacional como internacional.
Existem vários órgãos e organismos que se dedicam à normalização contabilística em diferentes
contextos e jurisdições, como o IASB, o ISOCO, a CNC, o SNC e o SNC-AP. A normalização
contabilística é um processo dinâmico e contínuo, que acompanha as mudanças e os desafios do
ambiente económico, social e tecnológico, e que procura responder às necessidades e
expectativas dos utilizadores da informação contabilística.

5.1 O processo de formulação das normas internacionais de contabilidade

As normas internacionais de contabilidade são um conjunto de pronunciamentos contábeis que


visam garantir a comparabilidade, a relevância, a fiabilidade e a compreensibilidade das
demonstrações financeiras das entidades económicas em todo o mundo, ou seja, As normas
internacionais de contabilidade (IFRS) são um conjunto de pronunciamentos contábeis
internacionais publicados e revisados pelo International Accounting Standards Board (IASB),
uma organização independente sem fins lucrativos que tem como objectivo desenvolver um
conjunto único de normas de contabilidade de alta qualidade, compreensíveis, exequíveis e
aceitáveis globalmente

 O processo de formulação das normas internacionais de contabilidade envolve várias


etapas, tais como:
o Identificação e priorização dos temas a serem tratados pelo IASB, com base nas
necessidades e demandas dos usuários da informação contábil.
o Formação de grupos de trabalho e consultoria de especialistas para estudar os
temas seleccionados e desenvolver propostas preliminares.
o Publicação de documentos para consulta pública, como agenda consultiva,
documento de discussão, exposição-draft e relatório de feedback, para obter a
opinião e a participação de todas as partes interessadas no processo.
o Análise das respostas recebidas e deliberação do IASB sobre as questões
levantadas, considerando os benefícios, os custos, os impactos e as alternativas
das propostas.
o Emissão da norma internacional de contabilidade, que é aprovada pelo IASB por
maioria simples e publicada no site da IFRS Foundation.
o Acompanhamento da implementação e aplicação da norma internacional de
contabilidade, através de orientações, interpretações, revisões e actualizações,
conforme necessário.

Aqui está um resumo das informações que você solicitou sobre as normas internacionais de
contabilidade, a estrutura do IASB, o papel do IFRIC e o relacionamento do IASB com o
IOSCO:
5.2 A estrutura do intenational accounting standards board IASB

É composta por 14 membros, sendo 12 em tempo integral e 2 em tempo parcial, nomeados pela
Fundação IFRS, uma entidade independente que supervisiona e financia o IASB. Os membros do
IASB devem ter experiência profissional em contabilidade, auditoria, preparação ou uso de
demonstrações financeiras, ensino ou pesquisa académica, regulação ou normalização contábil.

5.3 O papel do International Financial Reporting Interpretations Committee


(IFRIC) é fornecer orientações sobre questões contábeis que não estão claramente tratadas nas
IFRS ou que podem resultar em divergências na prática. O IFRIC é composto por 14 membros,
sendo 12 não afiliados ao IASB e 2 observadores do IASB. As interpretações do IFRIC devem
ser aprovadas pelo IASB antes de serem publicadas.

5.4 O relacionamento do IASB com o International Organization of Securities


Commissions (IOSCO) é baseado em um memorando de entendimento assinado em 2003,
que estabelece os princípios de cooperação entre as duas organizações. O IOSCO apoia o
desenvolvimento e a aplicação das IFRS como um padrão global de relato financeiro para os
mercados de capitais. O IOSCO também participa do processo de consulta do IASB e monitora a
implementação das IFRS pelos seus membros.

6. Sistema de contabilidade para o Sector Empresarial em Moçambique


Plano Geral de Contabilidade com Base nas NIRF (PGC-NIRFs)

 O SCE é o sistema de contabilidade que regula as demonstrações financeiras das


entidades em Moçambique, baseado nas normas internacionais emitidas pelo IASB.
 O SCE tem dois planos de contabilidade: o PGC-NIRF, para as empresas de maior porte
e que seguem as NIRF, e o PGC-PE, para as empresas de menor porte e que seguem as
NIRF-PME.
 O SCE tem como objectivo harmonizar e melhorar a qualidade da informação contábil e
financeira das entidades moçambicanas, facilitando a comparabilidade, a transparência e
a credibilidade das demonstrações financeiras, bem como o cumprimento das obrigações
fiscais e legais.

6.1 O PGC-NIRF é a sigla para o Plano Geral de Contabilidade com Base nas Normas
Internacionais de Relato Financeiro, que é um sistema contabilístico adoptado em
Moçambique para as empresas de grande e média dimensão, bem como para as entidades que
tenham obrigações de prestação de contas perante o mercado de capitais ou que optem
voluntariamente por este plano. O PGC-NIRF é baseado nas Normas Internacionais de
Relato Financeiro (NIRF) emitidas pelo International Accounting Standards Board (IASB),
com algumas adaptações ao contexto moçambicano.
 O PGC-NIRF visa promover a harmonização e a qualidade da informação contábil e
financeira das entidades moçambicanas, facilitando a comparabilidade, a transparência e
a credibilidade das demonstrações financeiras, bem como o cumprimento das obrigações
fiscais e legais.

6.2 Quadro conceptual

Quadro conceptual é uma estrutura teórica que estabelece os princípios e conceitos


fundamentais para a produção de informações financeiras. Ele define a finalidade geral
do relato financeiro, características qualitativas da informação contabilística, elementos
básicos das demonstrações financeiras e critérios para reconhecimento e mensuração. Em
resumo, o quadro conceptual é essencial para garantir que a contabilidade siga princípios
consistentes e forneça informações relevantes e confiáveis aos usuários. Ele serve como
base para o desenvolvimento de normas contábeis e orienta a prática contábil em todo o
mundo.
6.3 Finalidade, os seus utilizadores e suas necessidades de informação

A estrutura conceptual é um documento que define os conceitos fundamentais que


orientam a preparação e a apresentação das demonstrações financeiras. A sua finalidade
é proporcionar uma base comum para o desenvolvimento de normas contabilísticas e para
a interpretação e aplicação das mesmas, bem como para a elaboração de relatórios
financeiros que sejam úteis para os utilizadores¹³.

Os utilizadores das demonstrações financeiras são as pessoas ou entidades que recorrem


à informação contabilística para tomar decisões económicas. Entre eles, destacam-se os
investidores, os credores, os fornecedores, os clientes, os empregados, os gestores, os
reguladores, os organismos públicos e o público em geral¹³.
As necessidades de informação dos utilizadores variam de acordo com os seus
interesses e objectivos específicos. No entanto, de um modo geral, os utilizadores
necessitam de informação que lhes permita avaliar a situação financeira, o desempenho e
as alterações na situação financeira de uma entidade, bem como a sua capacidade para
gerar fluxos de caixa futuros e para cumprir as suas obrigações.

Objectivo das demostrações financeiras


As demonstrações financeiras são documentos que apresentam a situação econômica,
financeira e patrimonial de uma entidade em um determinado período. Elas são
compostas pelo balanço patrimonial, pela demonstração de resultados, pela demonstração
dos fluxos de caixa e pelas notas explicativas. O objectivo das demonstrações financeiras
é fornecer informações úteis para os usuários que precisam tomar decisões econômicas
relacionadas à entidade, tais como investidores, credores, fornecedores, clientes,
empregados, gestores, reguladores e outros. As demonstrações financeiras devem seguir
os princípios e as normas contábeis vigentes, bem como os critérios de relevância,
confiabilidade, comparabilidade e compreensibilidade. A análise das demonstrações
financeiras visa extrair informações sobre a posição financeira, a rentabilidade e as
actividades operacionais, de investimento e de financiamento de uma entidade, usando
técnicas como índices, quocientes, tendências e projecções.

6.4 Pressupostos subjacentes

Os pressupostos subjacentes das demonstrações financeiras são os princípios básicos que


orientam a sua preparação e apresentação. Segundo a Estrutura Conceptual do Sistema de
Normalização Contabilística (SNC), existem dois pressupostos subjacentes: o regime de
acréscimo e a continuidade.

O regime de acréscimo significa que os efeitos das transacções e outros eventos são
reconhecidos quando ocorrem (e não quando se recebe ou paga dinheiro ou equivalente)
e são registados nas contas e reportados nas demonstrações financeiras dos períodos a
que se referem.

A continuidade significa que as demonstrações financeiras são preparadas na base de que


a entidade continuará a operar no futuro previsível, sem intenção ou necessidade de
liquidar ou reduzir significativamente a escala das suas operações. Se este pressuposto
não se verificar, as demonstrações financeiras devem ser preparadas numa base diferente
e essa base deve ser divulgada.

Estes pressupostos subjacentes são essenciais para que as demonstrações financeiras


sejam úteis para os utilizadores, que precisam de informação relevante e fiável para tomar
decisões económicas relacionadas com a entidade. Os pressupostos subjacentes também
estão de acordo com as normas internacionais de contabilidade (IAS/IFRS) adoptadas
pela União Europeia.
6.5 Características qualitativas das demonstrações financeiras

As características qualitativas das demonstrações financeiras são os atributos que tornam


a informação contábil-financeira útil para os usuários que precisam tomar decisões
económicas relacionadas à entidade. Segundo a Estrutura Conceitual para Relatório
Financeiro, adoptada pelo Comité de Pronunciamentos Contábeis (CPC), existem duas
características qualitativas fundamentais e quatro características qualitativas de
melhoria¹².

As características qualitativas fundamentais são:

Relevância: a informação é relevante quando é capaz de influenciar as decisões dos


usuários, ou seja, quando tem valor preditivo, valor confirmatório ou ambos.
Representação fidedigna: a informação é representativamente fidedigna quando retrata
de forma completa, neutra e livre de erro os fenómenos económicos que pretende
representar.

As características qualitativas de melhoria são:

Comparabilidade: a informação é comparável quando permite que os usuários


identifiquem e compreendam as semelhanças e diferenças entre itens, entidades ou
períodos.
Verificabilidade: a informação é verificável quando diferentes observadores podem
chegar a um consenso ou a uma aproximação razoável sobre se ela representa
adequadamente o fenómeno económico.
Tempestividade: a informação é tempestiva quando está disponível para os usuários em
tempo hábil para influenciar as suas decisões.
Compreensibilidade: a informação é compreensível quando é apresentada de forma clara,
concisa e ordenada, e quando os usuários têm o conhecimento necessário para interpretá-
la.

As características qualitativas das demonstrações financeiras devem ser aplicadas de


forma consistente e equilibrada, considerando o custo-benefício da informação e as
necessidades dos diversos usuários. As demonstrações financeiras devem seguir as
normas contábeis vigentes e divulgar as políticas, os métodos, os critérios e as
estimativas utilizadas na sua elaboração.

6.6 Elementos das demostrações financeiras

As demonstrações financeiras são documentos que apresentam a situação econômica,


financeira e patrimonial de uma empresa em um determinado período. Elas são
compostas pelos seguintes elementos:
Ativos: são os recursos controlados pela empresa que têm valor monetário e podem gerar
benefícios económicos futuros. Os activos podem ser tangíveis ou intangíveis, fixos ou
circulantes.
Passivos: são as obrigações da empresa decorrentes de actividades passadas que devem
ser pagas com recursos económicos. Os passivos podem ser circulantes ou não
circulantes, dependendo do prazo de vencimento.
Património líquido: é a diferença entre os activos e os passivos da empresa e representa
o valor líquido dos investimentos dos proprietários. O património líquido pode variar em
função do lucro ou prejuízo, da distribuição de dividendos, da incorporação de reservas,
entre outros factores.
Receitas, despesas, ganhos e perdas: são os elementos que compõem o resultado da
empresa em um determinado período. As receitas são os ingressos de recursos
económicos provenientes das actividades principais da empresa. As despesas são os
gastos de recursos económicos para gerar as receitas. Os ganhos e as perdas são os
ingressos e gastos de recursos económicos provenientes de actividades secundárias ou
eventuais da empresa.
Balanço patrimonial: é a demonstração financeira que apresenta os activos, os passivos
e o patrimônio líquido da empresa em uma determinada data.
Demonstração de resultados: é a demonstração financeira que apresenta as receitas, as
despesas, os ganhos, as perdas e o resultado líquido da empresa em um determinado
período.
Demonstração das mutações do património líquido: é a demonstração financeira que
apresenta as variações ocorridas no património líquido da empresa em um determinado
período.
Demonstração dos fluxos de caixa: é a demonstração financeira que apresenta as
entradas e saídas de dinheiro da empresa em um determinado período, classificadas em
actividades operacionais, de investimento e de financiamento.
Notas explicativas: são informações complementares que detalham as bases de
preparação, as políticas contábeis, os critérios de avaliação, as estimativas, os riscos, os
eventos subsequentes e outras informações relevantes para a compreensão das
demonstrações financeiras.

6.7 Reconhecimento dos elementos das demostrações financeiras

O reconhecimento dos elementos das demonstrações financeiras é o processo de


incorporar, numa demonstração financeira adequada, um determinado item que cumpre a
definição prevista de elemento e que pode ser mensurado com fiabilidade, em
conformidade com os critérios previstos na estrutura conceitual que orienta a preparação
e a apresentação das demonstrações financeiras¹³.

Os elementos das demonstrações financeiras são os componentes que representam a


situação económica, financeira e patrimonial de uma entidade em um determinado
período. Eles são classificados em cinco categorias: activos, passivos, património líquido,
receitas, despesas, ganhos e perdas²⁴.
Para que um elemento seja reconhecido nas demonstrações financeiras, ele deve atender
aos seguintes critérios¹³:

- Ser definido como um elemento, ou seja, ter as características essenciais de um ativo,


passivo, património líquido, receita, despesa, ganho ou perda.
- Ser provável que resulte em benefícios ou sacrifícios económicos futuros para a
entidade, ou seja, ter uma influência significativa na avaliação da sua posição financeira,
desempenho ou fluxos de caixa.
- Ser mensurável com fiabilidade, ou seja, ter um valor monetário que possa ser
determinado com um grau aceitável de precisão e objectividade, usando uma base de
mensuração adequada.
- Ser relevante, ou seja, ter valor preditivo, valor confirmatório ou ambos, para os
usuários das demonstrações financeiras, que precisam de informação útil para tomar
decisões económicas relacionadas à entidade.
- Ser representativamente fidedigno, ou seja, retractar de forma completa, neutra e livre
de erro os fenómenos económicos que pretende representar.

O reconhecimento dos elementos das demonstrações financeiras é importante para que as


demonstrações financeiras sejam úteis, confiáveis e comparáveis, bem como para que
reflitam a realidade econômica da entidade. O reconhecimento dos elementos das
demonstrações financeiras também permite calcular o resultado líquido da entidade, que é
a diferença entre as receitas, as despesas, os ganhos e as perdas reconhecidos em um
determinado período.

6.8 Capital e manutenção de capital

Capital é o valor dos recursos que uma entidade possui ou controla e que podem gerar
benefícios económicos futuros. Existem dois conceitos principais de capital: o financeiro e o
físico. O capital financeiro é o valor monetário dos activos líquidos ou do património líquido da
entidade. O capital físico é a capacidade produtiva da entidade baseada em algum parâmetro
físico. A escolha do conceito de capital depende das necessidades dos usuários das
demonstrações financeiras.

Manutenção de capital é o princípio contábil que estabelece que os lucros de uma entidade só
podem ser calculados depois que o valor do capital inicial for totalmente recuperado. Existem
dois conceitos principais de manutenção de capital: a financeira e a física. A manutenção de
capital financeira significa que o capital é mantido se o valor monetário dos activos líquidos no
final do período for igual ou superior ao valor monetário dos activos líquidos no início do
período. A manutenção de capital física significa que o capital é mantido se a capacidade
produtiva da entidade no final do período for igual ou superior à capacidade produtiva da
entidade no início do período. A escolha do conceito de manutenção de capital depende do
conceito de capital adoptado e da forma de mensuração dos activos e passivos.
Os conceitos de capital e de manutenção de capital são fundamentais para a determinação do
lucro, bem como para a distinção entre recuperação do capital e retorno sobre o capital. O
retorno sobre o capital é a diferença entre os ingressos e os gastos de recursos económicos que
excedem as quantidades necessárias para manter o capital. Os conceitos de capital e de
manutenção de capital também influenciam a escolha do modelo contábil a ser usado na
preparação das demonstrações financeiras, considerando os diferentes graus de relevância e
confiabilidade da informação.
7. Conclusão

O trabalho permitiu concluir que o sistema de normalização contabilística, as


demonstrações financeiras e os SCE em Moçambique têm sofrido uma evolução
significativa nos últimos anos, fruto das mudanças políticas, económicas e sociais do
país, bem como da necessidade de se adaptar às exigências da globalização e da
integração regional. O SCE representa um avanço na harmonização das práticas
contabilísticas em Moçambique, ao adoptar um referencial normativo baseado nas
normas internacionais, com algumas adaptações à realidade nacional. O SCE visa
melhorar a qualidade da informação contabilística, ao estabelecer princípios e normas que
garantem a sua relevância, fiabilidade, compreensibilidade e comparabilidade. O SCE
também contribui para o desenvolvimento do mercado de capitais, ao facilitar o acesso
dos investidores à informação financeira das entidades. No entanto, o trabalho também
revelou que o sistema de normalização contabilística, as demonstrações financeiras e os
SCE em Moçambique enfrentam vários desafios, tais como a falta de recursos humanos
qualificados, a falta de infra-estruturas tecnológicas, a falta de supervisão e fiscalização, a
falta de divulgação e sensibilização, a falta de uniformização e simplificação, a falta de
articulação e coordenação, a falta de investigação e formação, entre outros. Estes desafios
comprometem a eficácia e a eficiência do sistema de normalização contabilística, bem
como a sua credibilidade e aceitação. Por isso, o trabalho recomenda que se tomem
medidas para superar estes desafios, tais como a capacitação dos profissionais de
contabilidade, a modernização dos sistemas de informação, a reforço da regulação e da
auditoria, a promoção da divulgação e da transparência, a revisão e a actualização das
normas contabilísticas, a articulação e a cooperação entre os diversos intervenientes, a
incentivação da investigação e da formação, entre outras. Estas medidas são essenciais
para que o sistema de normalização contabilística, as demonstrações financeiras e os SCE
em Moçambique possam cumprir os seus objectivos e responder às expectativas dos seus
utilizadores.
8. referências bibliográficas

Spiegato. (2020). O que é manutenção de capital?

Santos, J. A. (2006). Os conceitos de capital e de manutenção do capital.

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Comitê de Pronunciamentos Contábeis. (2015). Pronunciamento Conceitual Básico (R1) -


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Maestrovirtuale. (2020). Quais são os elementos das demonstrações financeiras?

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Comissão de Normalização Contabilística. (2009). Sistema de Normalização Contabilística.

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Grantime Gestão Empresarial. (2021). Qual é o objetivo da análise das demonstrações


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Todas as Respostas. (2022). Qual é o principal objetivo de uma análise das demonstrações
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International Accounting Standards Board – Wikipédia, a enciclopédia livre : IASB -


International Accounting Standards Board : IFRIC - International Financial Reporting
Interpretations Committee : Memorandum of Understanding between the IASB and IOSCO

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Maputo: Autor.
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