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Fernando Paulo

Aspectos relevantes na planificação orçamental

Universidade Rovuma
Lichinga
2022
Fernando Paulo

Aspectos relevantes na planificação orçamental


(Licenciatura em Direito)

Trabalho de Pesquisa da Cadeira de Finanças Públicas e Direito


Financeiro a ser apresentado no Departamento de Direito, sob
orientação do Docente: Dr. Dilson Lourenço

Universidade Rovuma
Lichinga
2022

Índice
1. Introdução................................................................................................................................4

1.1.0. Objectivos:.........................................................................................................................4

1.1.1. Objectivo Geal:..................................................................................................................4

1.1.2. Objectivos específicos:......................................................................................................4

1.1.3. Metodologia.......................................................................................................................4

2. Planificação orçamental...........................................................................................................5

2.1.0. Planificação orçamental em Moçambique.........................................................................5

2.1.1. Aspectos relevantes na planificação orçamental................................................................5

2.1.2. Receitas..............................................................................................................................6

2.1.3. Despesas.............................................................................................................................6

2.1.4. Programas...........................................................................................................................7

2.1.5. Investimentos públicos.......................................................................................................7

2.1.6. Classificadores do plano e orçamento................................................................................7

2.1.7. Acordos e contratos internacionais....................................................................................8

2.1.8. Escalonamento de encargos contratuais.............................................................................8

2.1.9. Principais Instrumentos de Planificação, Orçamentação e Elaboração de Relatórios.......8

2.2.0. Estratégia Nacional de Desenvolvimento 2015-2035........................................................9

2.2.1. Plano Quinquenal do Governo (PQG)...............................................................................9

2.2.2. Sistema de Administração Financeira do Estado (SISTAFE)...........................................9

2.2.3. Planos Estratégicos Sectoriais, Provinciais e Distritais...................................................10

2.2.4. Cenário Fiscal de Médio Prazo........................................................................................10

Conclusão...................................................................................................................................11

Referência bibliográfica.............................................................................................................12
1. Introdução
O presente trabalho com o seguinte tema aspectos relevantes na planificação orçamental, é mais
um tema que diz respeito a cadeira. Dizer que a planificação é a determinação de onde se quer
estar no futuro e as acções e recursos necessários para chegar lá. As instituições do Estado
devem tomar decisões sobre como perseguir a sua missão de modo a atingir os objectivos
preconizados. Assim, a planificação torna-se uma ferramenta pró-activa que permite não apenas
antecipar crises, mas também aproveitar as oportunidades que são apresentadas. A orçamentação
é um instrumento de planificação que permite identificar os programas de trabalho do Governo
(projectos e actividades) a serem realizados e ainda estabelecer os objectivos, as metas, os custos
e os resultados com a maior transparência possível.

1.1.0. Objectivos:
1.1.1. Objectivo Geal: saber quais são os aspectos relevantes na planificação orçamental;

1.1.2. Objectivos específicos:


 Falar dos spectos relevantes na planificação orçamental;
 Saber conceituar panificação orcamental;
 Especificar os tipos de aspectos relevantes na planificação orçamental.

1.1.3. Metodologia

A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica e documental, tendo como base livros e
artigos científicos referentes ao tema.

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2. Planificação orçamental
A planificação é descrita como um processo de visualização de futuro. A planificação envolve a
resposta de perguntas como: o que deve ser feito? Quem vai fazer? Como vai fazer? Em quanto
tempo irá fazer? Quanto irá custar?

A planificação é um instrumento de gestão usado para ajudar as organizações a executarem


melhor as suas tarefas focalizando os recurso e as energias para garantir, no máximo, o alcance
dos objectivos da organização. É um instrumento usado para verificar e ajustar a direcção da
organização em resposta as dinâmicas dos ambientes interno e externo da organização. Um
orçamento deve ser entendido como um plano onde serão inscritas as receitas e despesas
previstas para um determinado período. É entendida como uma ferramenta que deverá ser
acompanhada de forma subsequente controlando as despesas e optimizando as receitas.

A orçamentação permite ao Governo, entre outras, o controlo das despesas, organização dos
recursos por categorias de despesas, receitas e poupanças, saber o estado das finanças com algum
rigor, funcionando como instrumento de monitoria e controlo dos gastos de recursos.

2.1.0. Planificação orçamental em Moçambique


Em Moçambique o quadro de planificação e orçamentação tem dois níveis de governação,
nomeadamente o governo central, que é constituído pelos órgãos centrais e locais do Estado
(Províncias, Distritos e Localidades) e o governo local constituído pelas autarquias locais. O
governo central está desconcentrado até ao nível de Localidade e todos os níveis funcionam de
forma hierárquica e segue instrumentos e mecanismos sincronizados. Mesmo as autarquias
locais, que têm uma grande autonomia administrativa, financeira e patrimonial, estão sujeitas à
tutela administrativa central do Estado. Esta organização constitucional tem uma grande
influência directa sobre os processos de tomada de decisão na planificação e orçamentação.

2.1.1. Aspectos relevantes na planificação orçamental


O Governo de Moçambique, no seu processo de planificação e orçamentação, rege-se por
normas e instrumentos legais aprovados pela Assembleia República (tem carácter legal) como
aprovados pelo Governo (tem carácter administrativo e executivo). Estes instrumentos podem ser
Leis, Planos, Estratégias, Políticas, Procedimentos entre outros, que servem para orientar o

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processo de planificação. Os Aspectos gerais dos instrumentos da planificação e orçamentação à
luz da Lei do SISTAFE Lei n.º 13/2020 de 23 de Dezembro são:

 Receitas;
 Despesas;
 Programas;
 Investimentos públicos;
 Classificadores orçamentais;
 Acordos e contratos internacionais;
 Escalonamento de encargos contratuais.

2.1.2. Receitas
À luz do artigo 26 da Lei n.º 13/2020 de 23 de Dezembro, Constituem receitas públicas, todos os
recursos monetários ou em espécie, seja qual for a sua fonte ou natureza, postos à disposição do
Estado, com ressalva daquelas em que o Estado seja mero depositário temporário.

Nenhuma receita pode ser estabelecida, inscrita no Plano Económico e Social e Orçamento do
Estado ou cobrada senão em virtude de lei.

Os montantes de receita inscritos no Plano Económico e Social e Orçamento do Estado


constituem limites mínimos a serem cobrados no correspondente exercício.

2.1.3. Despesas
À luz do artigo 27 da Lei n.º 13/2020 de 23 de Dezembro, Constitui despesa pública todo o
dispêndio de recursos monetários ou em espécie, seja qual for a sua proveniência ou natureza,
feito pelo Estado, com ressalva daqueles em que o beneficiário se encontra obrigado à sua
reposição.

Nenhuma despesa deve ser assumida, ordenada ou realizada sem que, sendo legal, se encontre
inscrita no Plano Económico e Social e Orçamento do Estado aprovado, tenha cabimento na
correspondente verba orçamental e seja justificada quanto à sua economicidade, eficiência,
eficácia e resultados.

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As despesas só devem ser assumidas durante o ano económico para o qual tiverem sido
planificadas e orçamentadas. As dotações orçamentais constituem o limite máximo a utilizar na
realização de despesas públicas, no correspondente exercício.

2.1.4. Programas
À luz do artigo 28 da Lei n.º 13/2020 de 23 de Dezembro, Programa é um conjunto de
subprogramas ou acções com objectivos específicos e características comuns, orientados para o
fornecimento de bens e serviços públicos. Os programas são constituídos por subprogramas que
se subdividem em projectos e actividades, de carácter plurianual, que concorrem, de forma
articulada e complementar, para a concretização dos objectivos da Estratégia Nacional. Os
programas podem ser implementados por um ou vários órgãos e instituições do Estado e
entidades descentralizadas. 4. Os programas são geridos por um Coordenador designado pelo
Governo, sob proposta do Ministro que superintende a área de Planificação. O Coordenador,
como responsável do programa garante a articulação inter e intra-sectorial para a sua
implementação.

2.1.5. Investimentos públicos


À luz do artigo 29 da Lei n.º 13/2020 de 23 de Dezembro, Os órgãos e instituições do Estado e
entidades descentralizadas devem formular os investimentos públicos a serem incluídos
anualmente no Plano Económico e Social e Orçamento do Estado, tendo como base os
Programas aprovados na Estratégia Nacional. A avaliação e aprovação dos investimentos
públicos referidos em cima e é feita nos termos a regulamentar. O investimento público aprovado
só pode ser incluído no Plano Económico e Social e Orçamento do Estado se tiver financiamento
garantido.

2.1.6. Classificadores do plano e orçamento


À luz do artigo 30 da Lei n.º 13/2020 de 23 de Dezembro, Compete ao Governo aprovar e
manter os classificadores do plano e orçamento, cuja estrutura obedeça às seguintes regras:

a. A receita é classificada de acordo com os critérios económico, territorial e por fontes de


recurso;
b. A despesa é classificada de acordo com os critérios orgânico, territorial, económico,
programático e funcional.

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A classificação económica, tanto da receita como da despesa, compreende as seguintes
categorias:

a) corrente;
b) de capital.

2.1.7. Acordos e contratos internacionais


À luz do artigo 31 da Lei n.º 13/2020 de 23 de Dezembro, A assinatura de acordos e contratos
internacionais que impliquem a assunção de responsabilidades financeiras para o Estado ou
envolvam matéria fiscal carecem de prévia autorização do Ministro que superintende a área de
Finanças. A falta de autorização do Ministro que superintende a área de Finanças determina a
nulidade do acordo ou do contrato, não podendo por isso ser licenciada qualquer transferência
cambial. Os contratos celebrados ao abrigo dos acordos internacionais devem ser remetidos ao
Tribunal Administrativo, no prazo de 30 dias, para efeitos de fiscalização nos termos da
legislação aplicável.

2.1.8. Escalonamento de encargos contratuais


A luz do artigo 32 da Lei n.º 13/2020 de 23 de Dezembro Os compromissos resultantes de leis,
acordos ou contratos firmados pelos órgãos e instituições do Estado, nos termos do artigo 31 da
presente Lei, que envolvam despesas para mais de um exercício económico, devem apresentar o
escalonamento plurianual dos respectivos encargos, associado ao respectivo enquadramento no
Plano Económico e Social e Orçamento do Estado, para que a liquidação do encargo esteja
garantida na dotação do ano do pagamento do respectivo montante escalonado.

2.1.9. Principais Instrumentos de Planificação, Orçamentação e Elaboração de Relatórios


Os principais instrumentos que orientam o processo de planificação e orçamentação do país são:

 Estratégia Nacional de Desenvolvimento 2015-2035

 Plano Quinquenal do Governo (PQG)

 A Lei 9/2002/ de 12 de Fevereiro, Lei do SISTAFE

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 Planos Estratégicos Sectoriais e Territoriais, que no caso vertente da APIEX são o Plano
Integrado de Investimentos e o Plano Estratégico de Promoção de Investimento Privado;

 Cenário Fiscal de Médio Prazo (CFMP)

 Metodologia para a Elaboração das Propostas do Plano Económico e Social, Orçamento do


Estado e Balanço do Plano Económico e Social (Guião Único) aprovado pelo MEF em Maio de
2017).

2.2.0. Estratégia Nacional de Desenvolvimento 2015-2035


A Estratégia Nacional de Desenvolvimento é um instrumento de orientação estratégica do
governo que visa orientar o desenvolvimento económico e social do País a longo prazo, cabendo
aos sectores traduzir as linhas prioritárias em acções específicas. As linhas prioritárias definidas
pela Estratégia Nacional de Desenvolvimento inspiram-se nas abordagens definidas nos
seguintes instrumentos: Agenda 2025, os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, o Plano
Prospectivo Indicativo, o Plano Estratégico e Indicativo da SADC; o Mecanismo Africano para a
Revisão de Pares; as Estratégias sectoriais e Territoriais, Relatórios nacionais de avaliação da
pobreza, entre outros instrumentos nacionais e internacionais.

2.2.1. Plano Quinquenal do Governo (PQG)


É o principal instrumento de planificação no contexto moçambicano. Este plano apresenta os
principais objectivos para um período de 5 anos e é a base de todo o processo de planificação
durante estes anos. Outros planos devem ter em consideração os principais objectivos aqui
apresentados. O PQG é aprovado pela Assembleia da República e reflecte as grandes linhas de
orientação do executivo por um período de 5 anos. A forma de operacionalização do PQG são os
Planos Económicos e Sociais Anuais que também são aprovados em sede da Assembleia da
República.

2.2.2. Sistema de Administração Financeira do Estado (SISTAFE)


Com a aprovação da Lei nº 9/2002, de 12 de Fevereiro, o processo de orçamentação em
Moçambique ganhou uma nova dinâmica introduzindo modelos de gestão que são mais
apropriados para as necessidades de uma administração pública moderna e efectiva (Lawson et
al., 2008: 19). O SISTAFE é um sistema de orçamentação, de programação financeira, de
contabilidade e de controlo interno integrado que inclui os seguintes objectivos:

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i. Estabelecer e harmonizar as regras de e procedimentos de programação;
ii. Avaliação, controle e gastos de recursos públicos;
iii. Desenvolver subsistemas que fornecem informação atempada e fiável sobre a
orçamentação e conservação dos bens dos órgãos e instituições do Estado; e,
iv. Estabelece, implementa e mantém um sistema de controlo interno eficiente e efectivo e
procedimentos de auditoria aceites internacionalmente.

2.2.3. Planos Estratégicos Sectoriais, Provinciais e Distritais


A Planificação estratégica sectorial em Moçambique consiste na determinação de prioridades
estratégicas, desde o estabelecimento de agendas políticas, sua ligação com o quadro fiscal e
macroeconómico de médio prazo, formuladas com recurso a diversos documentos estratégicos
(Estratégia Nacional de Desenvolvimento 2015-2035, PQG, CFMP, entre outros,) descrevendo
as políticas sociais e estruturais bem como os programas a serem desenvolvidos no médio prazo
de forma a promover o crescimento económico e reduzir a pobreza. Este processo a nível
sectorial pretende resolver os problemas de um determinado sector e aproveitar as oportunidades
num determinado espaço numa determinada época e respondendo adequadamente às
necessidades prioritárias desse sector. Aqui enquadram-se o PII e o PEPIP.

2.2.4. Cenário Fiscal de Médio Prazo


O CFMP organiza as acções do Governo em programas, de acordo com a Metodologia de
Orçamento-Programa, orienta a afectação dos recursos públicos, procurando assegurar o
alinhamento das acções aos objectivos e à orientação estratégica, que identificam os principais
focos e prioridades da acção governamental e permite: (i) destacar as grandes linhas da política e
da estratégia do Governo, que são detalhadas e operacionalizadas pelo PES e OE; (ii) a definição
de envelope de recursos e da despesa pública no médio prazo; (iii) a fixação dos limites
indicativos de programação para a elaboração do orçamento anual e (iv) afectação dos recursos
externos.

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Conclusão
O presente trabalho conclui que neste processo, deve-se ter presentes as normas e os
procedimentos definidos pela Lei do SISTAFE, em Moçambique o quadro de planificação e
orçamentação tem dois níveis de governação, nomeadamente o governo central, que é
constituído pelos órgãos centrais e locais do Estado (Províncias, Distritos e Localidades) e o
governo local constituído pelas autarquias locais. O governo central está desconcentrado até ao
nível de Localidade e todos os níveis funcionam de forma hierárquica e segue instrumentos e
mecanismos sincronizados. Mesmo as autarquias locais, que têm uma grande autonomia
administrativa, financeira e patrimonial, estão sujeitas à tutela administrativa central do Estado.
Esta organização constitucional tem uma grande influência directa sobre os processos de tomada
de decisão na planificação e orçamentação.

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Referência bibliográfica
BLANCO, C. R., MURILLO, R. A., VELASCO, R. V. RAMIREZ, E. M., SOTELO, S. &
FERNÁNDEZ,A.S. (2007).

BRUNNSTRON, S. São Paulo: Manole, 1997.

BUSQUET, L. (2001). Manual de Planificação, Orçamentação e Elaboração de Relatórios. Belo


Horizonte: Edições Busquet.

CARDIA, M. C. G. (1998). Agência para a Promoção de Investimento e Exportações (APIEX).


(2nd ed.) João Pessoa: Editora Universitária (UFPB).

Uso de legislação

Lei n.º 13/2020 de 23 de Dezembro

Lei nº 9/2002, de 12 de Fevereiro

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