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INCLUSÃO SOCIAL

O QUE É INCLUSÃO SOCIAL?

 Conceitualmente dizendo:

 É um conjunto de meios e ações que combatem a exclusão


aos benefícios da vida em sociedade, provocada pela
diferença de classe social, origem geográfica, educação,
idade, existência de deficiência ou preconceitos raciais
 Inclusão Social é oferecer aos mais necessitados
oportunidades de acesso a bens e serviços, dentro de um
sistema que beneficie a todos e não apenas aos mais aptos
PPD - PESSOAS PORTADORAS DE
DEFICIÊNCIA

 Quem são?
 Há muitos conceitos para classificar o portador de deficiência e foram
mudando ao longo da História, assim como as palavras utilizadas para
exprimi-los
 Termos como: retardado, doentinho, aleijado, surdo-mudo, surdinho,
mudinho, excepcional, mongolóide, débil mental e outros, não são mais
aceitos, pois carregam muitos preconceitos
 Atualmente, os termos adequados são: Pessoa Portadora de Deficiência,
Pessoa com Deficiência ou Pessoa com Necessidades Especiais
 Estes termos sinalizam que, em primeiro lugar, referimo-nos a uma
pessoa que, dentre outras características, tem uma deficiência, mas ela
não é esta deficiência
PPD - PESSOAS PORTADORAS DE
DEFICIÊNCIA

 Estes termos também despertam controvérsias; cada um deles


tem defensores, com argumentos próprios
 Acredita-se que o fundamental é referir-se a estas pessoas ou
conversar com elas de forma natural e respeitosa

 Em termos gerais, podemos definir que "Pessoa Portadora de


Deficiência" é a que apresenta, em comparação com a maioria
das pessoas, significativas diferenças físicas, sensoriais ou
intelectuais, decorrentes de fatores inatos e/ou adquiridos, de
caráter permanente e que acarretam dificuldades em sua
interação com o meio físico e social
NO BRASIL - PESSOAS PORTADORAS DE
DEFICIÊNCIA

 O Decreto n. 3.298 de 20 de dezembro de 1.999 considera pessoa portadora de


deficiência a que se enquadra em uma das seguintes categorias:

1.Deficiência Física: Alteração completa


ou parcial de um ou mais segmentos do corpo
humano, acarretando o comprometimento da
função física, apresentando-se sob a forma de
paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia,
tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia,
hemiplegia, hemiparesia, amputação ou ausência
de membro, paralisia cerebral, membros com
deformidade congênita ou adquirida, exceto as
deformidades estéticas e as que não produzam
dificuldades para o desempenho de funções;
NO BRASIL - PESSOAS PORTADORAS DE
DEFICIÊNCIA

2.Deficiência Auditiva:
Perda parcial ou total das
possibilidades auditivas
sonoras, variando em
graus e níveis que vão
de 25 decibéis (surdez leve)
à anacusia (surdez profunda);

3.Deficiência Visual:
Acuidade visual igual ou menor
que 20/200 no melhor olho,
após a melhor correção, ou campo
visual inferior a 20 (Snellen), ou
ocorrência simultânea de ambas
as situações;
NO BRASIL - PESSOAS PORTADORAS DE
DEFICIÊNCIA

4.Deficiência Mental:
Funcionamento intelectual geral
significativamente abaixo da média,
oriundo do período de desenvolvimento,
concomitante com limitações associadas
a duas ou mais áreas da conduta
adaptativa ou da capacidade do indivíduo
em responder adequadamente às
demandas da sociedade;

5.Deficiência Múltipla:
É a associação, no mesmo indivíduo,
de duas ou mais deficiências primárias
(mental/visual/auditiva/física), com
comprometimentos que acarretam
conseqüências no seu desenvolvimento
global e na sua capacidade adaptativa.
O EXTREMO DA ESCALA DAS DEFICIÊNCIAS

 As pessoas consideradas superdotadas ou com altas


habilidades, fazem parte do extremo da escala das
habilidades intelectuais, se caracterizam por um notável
desempenho e elevado potencial em qualquer dos seguintes
aspectos, isolados ou combinados:

 Alta capacidade intelectual geral;


 Aptidão acadêmica específica;

 Pensamento criativo ou produtivo;

 Capacidade de liderança;

 Talento especial para artes;

 Capacidade psicomotora.
CONDUTAS TÍPICAS - OUTRAS DEFICIÊNCIAS

 Há um outro grupo de comportamentos e atitudes que se


diferencia do padrão considerado normal e que recebe o nome
de condutas típicas
 São definidas como manifestações de comportamento típicas
de portadores de síndromes e quadros psicológicos,
neurológicos ou psiquiátricos, que ocasionam atrasos no
desenvolvimento e prejuízos no relacionamento social, em
grau que requeira atendimento educacional especializado
 Como por exemplo o Autismo, que é uma síndrome definida
por alterações presentes por volta do 3º ano de vida,
caracterizada pela presença de desvios nas relações
interpessoais, linguagem/comunicação, jogos e
comportamentos
AUTISMO

 Dentre os sinais mais característicos do autismo, podemos citar:


1. Tendência ao isolamento;
2. Movimentos repetitivos, aparentemente sem função e sem objetivo
(esteriotipia);
3. Dificuldade no relacionamento com outras pessoas (não mantém diálogo,
mantém o olhar distante, rejeita contatos físicos);
4. Faz uso de seu nome quando se refere a si próprio;
5. Repete palavras ou frases constantemente (ecolalia);
6. Ausência de noção de perigo;
7. Permanência em situação de fantasia desvinculada da realidade;
8. Hiperatividade intensa e permanente;
9. Necessidade de manter rotinas obsessivas de comportamento, apresentando
reação de pânico quando há alguma interferência
VÍDEO
“Deficiente ao contrário”
GRADAÇÕES DAS DEFICIÊNCIAS

 Deficiência: "No domínio da saúde, deficiência representa qualquer perda ou


anormalidade da estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica".
Dizer que um indivíduo "tem uma deficiência" não implica, portanto, que ele
tenha uma doença nem que tenha de ser encarado como "doente".
 Incapacidade: No campo da saúde, indica uma desvantagem individual,
resultante da desvantagem ou da deficiência, que limita ou impede o
cumprimento ou desempenho de um papel social, dependendo da idade, sexo
e fatores sociais e culturais.
 A incapacidade, estabelecendo a conexão entre a deficiência e a desvantagem,
representa um desvio da norma relativamente ao comportamento ou atividade
habitualmente esperados do indivíduo. A incapacidade não é um desvio do
órgão ou do mecanismo, mas sim um "desvio" em termos de atuação global
do indivíduo e pode ser temporária ou permanente, reversível ou irreversível,
progressiva ou regressiva.
VÍDEO
“Vida em Movimento”
VERDADES E MITOS SOBRE AS DEFICIÊNCIAS

 Verdades:

 Deficiência não é doença;


 Algumas crianças portadoras de deficiências podem necessitar
de escolas especiais;
 As adaptações são recursos necessários para facilitar a
integração dos educandos com necessidades especiais nas
escolas;
 Síndromes de origem genética não são contagiosas;

 Deficiente mental não é louco.


VERDADES E MITOS SOBRE AS DEFICIÊNCIAS

 Mitos:

 Todo surdo é mudo;


 Todo cego tem tendência à música;

 Deficiência é sempre fruto de herança familiar;

 Existem remédios milagrosos que curam as deficiências;

 As pessoas com necessidades especiais são eternas crianças;

 Todo deficiente mental é dependente.


O QUE FAZER, SE SUSPEITAR DA OCORRÊNCIA
DE DEFICIÊNCIA?

 Entre em contato com a família,


para verificar se os comportamentos
estão presentes também em casa e
se já foi tomada alguma providência;
 Recomende que a criança seja

Encaminhada a especialistas, para


fins de avaliação
 E o mais importante,

NÃO tenha PRECONCEITOS!


VÍDEO
“Carlinhos”
POR QUE TEMOS PRECONCEITOS?

 É normal ter preconceito.


 O preconceito faz parte da natureza humana, desde o início dos
tempos. O homem desconfia e tem medo de tudo o que é diferente
dele mesmo. O "outro" inspira receio, temor, insegurança; daí para
adotar atitudes defensivas e de ataque é um passo.
 Esses sentimentos eram importantes no tempo das cavernas, quando
os homens eram poucos e lutavam bravamente para sobreviver em
um ambiente hostil. Infelizmente, persistem até hoje, nas lutas entre
católicos e protestantes, árabes e judeus, muçulmanos e cristãos,
brancos e negros... A lista dos pontos de divergência é grande mas,
no fundo, o ponto essencial reside na diferença entre Eu e o Outro.
POR QUE TEMOS
PRECONCEITOS?

 Os diferentes ritmos, comportamentos, experiências, trajetórias


pessoais, contextos familiares, valores e níveis de conhecimento de
cada criança (e do professor) imprimem ao cotidiano escolar a
possibilidade de troca de repertórios, de visão de mundo, bem como os
confrontos e a ajuda mútua, e a conseqüente ampliação das
capacidades individuais.
 Por que as pessoas portadoras de deficiência são "invisíveis"?
 Às vezes, até parece que as pessoas com deficiência não existem, são
fantasmas... Elas não são muito vistas nas ruas, ou na televisão, ou na
política... Como se explica isso?
POR QUE TEMOS
PRECONCEITOS?

 Na verdade, desde que o mundo é mundo sempre houve


pessoas com deficiência. Mas, nem sempre estas pessoas
foram consideradas da mesma maneira.
 No passado, a sociedade freqüentemente colocou obstáculos à
integração das pessoas deficientes. Receios, medos,
superstições, frustrações, exclusões, separações estão,
lamentavelmente, presentes desde os tempos da antiga
Grécia, em Esparta, onde essas pessoas eram jogadas do alto
de montanhas, ou em Atenas, onde elas eram abandonadas
nas florestas.
VÍDEO
“Inclusão Social”
O PRECONCEITO É HISTÓRICO

 Segundo a UNESCO (1977), pode-se dividir a história da


humanidade em cinco fases, de acordo com o modo como os
deficientes foram tratados e considerados:

1.Fase filantrópica: em que as pessoas com deficiência são


consideradas doentes e portadoras de incapacidades
permanentes inerentes à sua natureza. Portanto, precisavam
ficar isoladas para tratamento e cuidados de saúde
2.Fase da "assistência pública“: em que o mesmo estatuto de
"doentes" e "inválidos" implica a institucionalização da ajuda
e da assistência social
O PRECONCEITO É HISTÓRICO
3.Fase dos direitos fundamentais: iguais para todas as pessoas,
quaisquer que sejam as suas limitações ou incapacidades. É a época
dos direitos e liberdades individuais e universais de que ninguém pode
ser privado, como é o caso do direito à educação
4.Fase da igualdade de oportunidades: época em que o
desenvolvimento econômico e cultural acarreta a massificação da
escola e, ao mesmo tempo, faz surgir o grande contingente de crianças
e jovens que, não tendo um rendimento escolar adequado aos
objetivos da instituição escolar, passam a engrossar o grupo das
crianças e jovens deficientes mentais ou com dificuldades de
aprendizagem
5.Fase do direito à integração: se na fase anterior se "promovia" o
aumento das "deficiências", uma vez que a ignorância das diferenças,
o não respeito pelas diferenças individuais mascarado como defesa
dos direitos de "igualdade" agravava essas diferenças, agora é o
conceito de "norma" ou de "normalidade" que passa a ser posto em
questão
O PRECONCEITO NA ATUALIDADE
 Estratégias para facilitar mudança de atitudes:
 Filmes mostrando como pessoas com necessidades especiais
podem viver integradas em sua comunidade;
 Palestras com pessoas com necessidades especiais relatando suas
experiências;
 Palestras com profissionais acerca da problemática das
deficiências;
 Livros e folhetos informativos sobre a deficiência.
CONVENÇÃO SOBRE OS DIREITOS DA PESSOA COM
DEFICIÊNCIA
- ONU -

 Reconhecendo que a deficiência é um conceito em evolução e


que a deficiência resulta da interação entre pessoas com
deficiência e as barreiras devidas às atitudes e ao ambiente
que impedem a plena e efetiva participação dessas pessoas na
sociedade em igualdade de oportunidades com as demais
pessoas
DÉCADA DAS AMÉRICAS
DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA 2006 - 2016

PELOS DIREITOS E A DIGNIDADE DAS PESSOAS


COM DEFICIÊNCIA
Igualdade, Dignidade e Participação”

OBJETIVOS:

 Dar visibilidade ao tema


 Fortalecer a vontade política
 Atrair recursos humanos, técnicos e econômicos para a cooperação
 Propiciar ações regionais concertadas
OS DIREITOS NA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL

 Logo no artigo 1° da Constituição são mencionados dois dos


fundamentos que amparam os direitos de todos os brasileiros,
incluindo, é claro, as pessoas com deficiência : a cidadania e a
dignidade
 Cidadania: é a qualidade de cidadão
 E cidadão é o indivíduo no gozo de seus direitos civis, políticos,
econômicos e sociais numa Sociedade, no desempenho de seus
deveres para com esta
 Dignidade: é a honra e a respeitabilidade devida a qualquer pessoa
provida de cidadania.
VÍDEO
“Parapan”
CENÁRIO ATUAL

 O Brasil está entre os cinco países mais inclusivos das Américas,


reconhecido por sua legislação e políticas públicas voltadas para as
pessoas com deficiência

 Como fator diferencial está a organização do movimento social e a


formação da rede de conselhos de direitos

 Nas duas últimas décadas, o modelo com base em ações assistenciais


vem sendo substituído pelo paradigma da inclusão social,
caracterizado pela autonomia das pessoas com deficiência, respeito à
diversidade e à dignidade, participação e equiparação de
oportunidades, sob a perspectiva dos direitos humanos
SOCIEDADE INCLUSIVA

Todas as pessoas têm igual valor;


 A diferença entre as pessoas é um princípio básico e nenhuma
forma de discriminação pode ser tolerada;
 A existência de pessoas com deficiência faz parte da
diversidade humana;
 O respeito e a valorização das diferenças definem a sociedade
inclusiva.
QUANDO VOCÊ ENCONTRAR UMA
PESSOA COM DEFICIÊNCIA...

 Segundo o CEDIPOD - Centro de Documentação e


Informação do Portador de Deficiência e a CORDE-
Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora
de Deficiência, aqui vão algumas dicas de comportamento
QUANDO VOCÊ ENCONTRAR UMA
PESSOA COM DEFICIÊNCIA...
 Muitas pessoas não deficientes ficam confusas quando
encontram uma pessoa com deficiência. Isso é natural. Todos
nós podemos nos sentir desconfortáveis diante do "diferente"
 Esse desconforto diminui e até desaparece quando há
convivência entre pessoas deficientes e não deficientes
QUANDO VOCÊ ENCONTRAR UMA
PESSOA COM DEFICIÊNCIA...
 Não faça de conta que a deficiência não existe. Se você se
relacionar com uma pessoa deficiente como se ela não tivesse
uma deficiência, você vai estar ignorando uma característica
muito importante dela
 Dessa forma, você não estará se relacionando com ela, mas
com outra pessoa, uma que você inventou, que não é real
QUANDO VOCÊ ENCONTRAR UMA
PESSOA COM DEFICIÊNCIA...
 Aceite a deficiência. Ela existe e você precisa levá-la na sua
devida consideração
 Não subestime as possibilidades, nem superestime as
dificuldades e vice-versa
QUANDO VOCÊ ENCONTRAR UMA
PESSOA COM DEFICIÊNCIA...
 As pessoas com deficiência têm o direito, podem e querem
tomar suas próprias decisões e assumir a responsabilidade por
suas escolhas
 Ter uma deficiência não faz com que uma pessoa seja melhor
ou pior do que uma pessoa não deficiente
QUANDO VOCÊ ENCONTRAR UMA
PESSOA COM DEFICIÊNCIA...
 Provavelmente, por causa da deficiência, essa pessoa pode ter
dificuldade para realizar algumas atividades e, por outro lado,
poderá ter extrema habilidade para fazer outras coisas.
Exatamente como todo mundo.
 A maioria das pessoas com deficiência não se importa de
responder perguntas, principalmente aquelas feitas por crianças,
a respeito da sua deficiência e como ela transforma a realização
de algumas tarefas
QUANDO VOCÊ ENCONTRAR UMA
PESSOA COM DEFICIÊNCIA...
 Quando quiser alguma informação de uma pessoa deficiente,
dirija-se diretamente a ela e não a seus acompanhantes ou
intérpretes
 Sempre que quiser ajudar, ofereça ajuda. Espere sua oferta ser
aceita, antes de ajudar. Pergunte a forma mais adequada para
fazê-lo
QUANDO VOCÊ ENCONTRAR UMA
PESSOA COM DEFICIÊNCIA...
 Mas não se ofenda se seu oferecimento for recusado, pois nem
sempre as pessoas com deficiência precisam de auxílio. Às
vezes, uma determinada atividade pode ser mais bem
desenvolvida sem assistência
 Se você não se sentir confortável ou seguro para fazer alguma
coisa solicitada por uma pessoa deficiente, sinta-se livre para
recusar. Neste caso, seria conveniente procurar outra pessoa que
possa ajudar
QUANDO VOCÊ ENCONTRAR UMA
PESSOA COM DEFICIÊNCIA...
 As pessoas com deficiência são pessoas como você. Têm os
mesmos direitos, os mesmos sentimentos, os mesmos receios, os
mesmos sonhos
 Você não deve ter receio de fazer ou dizer alguma coisa errada.
Aja com naturalidade e tudo vai dar certo
 Se ocorrer alguma situação embaraçosa, uma boa dose de
delicadeza, sinceridade e bom-humor nunca falha!
VÍDEO
“Inclusão: um ato de amor”
QUEM É O VERDADEIRO
DEFICIENTE?

“Se você deixa de ver a pessoa, vendo apenas a deficiência quem é o


cego?
Se você deixa de ouvir o grito do seu irmão para a justiça, quem é
o surdo?
Se você não pode comunicar-se com sua irmã e a separa, quem é o
mudo?
Se sua mente não permite que seu coração alcance seu vizinho,
quem é o deficiente mental?
Se você não se levanta para defender os direitos de todos, quem é o
aleijado?
A atitude para com as pessoas deficientes pode ser nossa maior
deficiência...
E a sua também”

(Autor desconhecido)

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