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José Roberto Anselmo*

Elvis Donizeti Voltolin**

Direito à acessibilidade da pessoa


com deficiência e inclusão social

Resumo: O trabalho que agora se apresenta tem como objetivo buscar um conceito de direito à
acessibilidade da pessoa com deficiência. Para tanto, parte da concepção de que a deficiência não é
uma característica própria de um grupo de pessoas, as pessoas com deficiência, e, na verdade, uma
peculiaridade do ambiente ou do objeto, que pode vir a tornar limitada a pessoa que dele se utiliza
ou agravar a limitação previamente existente. O direito à acessibilidade é o veículo por meio do qual
se dá a participação de todas as pessoas na sociedade, constituindo um instrumento fundamental
para a inclusão social e para a afirmação da cidadania de cada um, independentemente de suas
características físicas ou mentais.
Palavras-chave: Acessibilidade. Pessoa com deficiência. Inclusão social. Proteção constitucional.
Cidadania.

Right to accessibility for people with disability and social inclusion


Abstract: The present work aims to search a concept of right to accessibility for disabled people.
Thus, it starts from the conception that deficiency is not an attribute specific to a group of people,
disabled people. Actually it is a peculiarity of environment or of the object, which can turn limited
the person who uses it, or even can aggravate a previously existent limitation. Right to accessibility
is the vehicle through which happens the participation of all people in society, constituting an
elemental gadget for social inclusion and for affirmation citizenship of each one, independent of its
physical or mental attributes.
Key words: Accessibility. Disabled people. Social inclusion. Constitutional protection. Citizenship.

1 Quem é o titular do direito à acessibilidade?


A abordagem de qualquer ponto relativo ao universo das pessoas com
deficiência (e a acessibilidade é apenas um deles) sempre deve ser realizada

*
Doutor em Direito pela Universidade Católica de São Paulo – Mestre e Especialista em Direito
pela Instituição Toledo de Ensino em Bauru, São Paulo – Professor de Direito Constitucional da
Instituição Toledo de Ensino em Bauru – Advogado. http://www.ite.edu.br. E-mail:
jranselmo@uol.com.br.
**
Mestrando em Direito Constitucional pela Instituição Toledo de Ensino em Bauru, São Paulo –
Especialista em Direito Civil, Processual Civil e Tributário pela Instituição Toledo de Ensino
em Bauru – Advogado. E-mail: voltolin@yahoo.com.br.

Revista do Curso de Direito da FSG Caxias do Sul ano 4 n. 8 jul./dez. 2010 p. 111-126
com cautela. Como assegura Marcia Cristina de Souza Alvim, o primeiro 1

contato com o grupo pode passar uma falsa ideia de homogeneidade.


A realidade enfrentada pelas pessoas com deficiência é heterogênea,
seja quanto às pessoas assim predicadas, seja quanto às deficiências que
apresentam, seja ainda quanto à forma de abordar essas deficiências.
Num mesmo grupo, existem idosos, crianças, homens e mulheres.
Alguns são cegos, outros são surdos. Compõem esse grupo aqueles que,
desde o nascimento, nunca caminharam sobre as próprias pernas e aqueles
que, no curso da vida, ficaram privados de sua mobilidade em razão da
idade avançada ou em decorrência de um acidente de trânsito sofrido na
juventude.
Evidentemente, a forma de abordagem da própria condição de pessoa
com deficiência variará diante da experiência de vida de cada um. Aparen-
temente, o que nunca andou aceita a sua paraplegia com uma facilidade
maior que aquela manifestada pelo jovem que perdeu sua mobilidade aos
vinte anos de idade num acidente automobilístico. Para o primeiro, a
cadeira de rodas poderá ser encarada como um instrumento capaz de
propiciar-lhe acessibilidade; para o segundo, tenderá a ser definida como
um símbolo da falta de autonomia. 2

As deficiências, aprofundando a heterogeneidade entre as pessoas,


distinguem-se, na mesma medida, entre si. Como assinala Marta Gil, é 3

admissível dividir as deficiências em quatro grupos distintos: (a) deficiência


mental, (b) deficiência física, (c) deficiência sensorial e (d) deficiência orgâ-
nica.
Baseando-se em definição proposta, em 1992, pela American Association
of Mental Retardation, a autora concebe como pessoa com deficiência men-
tal aquela cujo funcionamento intelectual se dá em nível significativamente
inferior ao da média, apresentando, de forma concomitante, limitações de
duas ou mais das seguintes áreas de habilidades adaptativas: comunicação,

1
As pessoas portadoras de deficiência e o município. In: PRADO, Adriana Romeiro de Almeida
(Coord.). Município acessível. São Paulo: Fundação Prefeito Faria Lima – CEPAM, Unidade de
Políticas Públicas – UPP, 2001. p. 43-50. p. 44.
2
SAPEY, Bob; STEWART, John; DONALDSON, Glenis. Increases in wheelchair use and
perceptions of disablement. Disability & Society, Taylor & Francis Group, v. 20, n. 5, p. 489-
505, ago. 2005. ISSN 0968-7599 (print)/ISSN 1360-0508 (on-line)/05/050489-17. In: Legal
Collection, EBSCOhost. Acesso em: 24.jul. 2009. p. 495.
3
Deficiência: uma forma de viver o mundo. In: PRADO, Adriana Romeiro de Almeida (Coord.).
Município acessível. São Paulo: Fundação Prefeito Faria Lima – CEPAM, Unidade de Políticas
Públicas – UPP, 2001. p. 11-28. p. 12-15.

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autocuidado, habilidades sociais, participação familiar e comunitária,
autonomia, saúde e segurança, funcionalidade acadêmica, de lazer ou de
trabalho. Referida deficiência manifesta-se antes dos dezoito anos de idade.
Entende-se por deficiência física a decorrente de problemas ortopédi-
cos, que dificultam ou impossibilitam a realização de movimentos comuns
à média das pessoas.
As deficiências sensoriais são as que, de qualquer forma, interferem na
percepção do indivíduo em relação ao ambiente que o cerca. Podem ser
visuais, auditivas ou de comunicação.
Orgânicas são as deficiências apresentadas por pessoas que sofrem de
patologias clínicas crônicas, capazes de fragilizá-las ou de trazer-lhes seque-
las. É o caso dos hemofílicos, dos diabéticos e dos pacientes com problemas
renais crônicos.
Sempre que a pessoa apresentar mais de uma deficiência, como é o
caso dos que são surdos e mudos, dir-se-á tratar-se de pessoa portadora de
deficiência múltipla. 4

Como se nota, a abordagem do direito à acessibilidade das pessoas


com deficiência não se faz num campo homogêneo. Pelo contrário, as
limitações e peculiaridades de cada ser humano são diferentes e as formas
de encará-las e vivenciá-las também deverão sê-lo.

2 Acessibilidade e desenho universal


Embora não estivesse se reportando à questão da acessibilidade da
pessoa com deficiência, as palavras do então Diretor da Unesco, Federico
Mayor, expressam a síntese da questão a ser tratada nesse item: “A meu ver,
o primeiro direito da pessoa deficiente é não sê-lo”. 5

De uma maneira bastante singela, com base em artigo da autoria de


Adriana Romeiro de Almeida Prado, é possível identificar a acessibilidade
6

como a capacidade do ambiente de apresentar características que


possibilitem o seu uso facilitado e universalizado. Homens, mulheres,
crianças, idosos e pessoas com deficiência gozam do mesmo conforto
quando situados num ambiente acessível, esquecendo-se de suas diferenças.

4
Ibidem, p. 15.
5
Ibidem, p. 23.
6
Ambientes acessíveis. In: PRADO, Adriana Romeiro de Almeida (Coord.). Município acessível.
São Paulo: Fundação Prefeito Faria Lima – CEPAM, Unidade de Políticas Públicas – UPP,
2001. p. 28-35.

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Assim, para pessoas surdas, a instalação de carpetes diminui a concen-
tração de ruídos no local, aguçando a audição e propiciando uma estada
mais agradável. Se o mesmo lugar contar com uma luminosidade mais
incisiva, mostrar-se-á mais acolhedor para as pessoas que apresentem defi-
ciência visual. 7

Como salienta a arquiteta, os ambientes são dotados de barreiras,


visíveis e invisíveis, que vêm a extirpar-lhes, total ou parcialmente, a acessi-
bilidade. 8

As barreiras visíveis, assevera, definem-se por um critério objetivo, isto


é, analisando o próprio ambiente. São os obstáculos concretos que preju-
dicam a acessibilidade nos espaços. É o caso das escadas que dificultam a
locomoção de pessoas idosas, mormente as que caminham apoiando-se em
muletas ou valendo-se de cadeiras de rodas.
Por outro prisma, a noção de barreiras invisíveis parte de um refe-
rencial subjetivo, baseando-se nas características do usuário de um determi-
nado espaço. O grau de acessibilidade é medido a partir da deficiência
apresentada pela pessoa dentro de um ambiente. A largura da porta de um
elevador não representa uma barreira para as pessoas em geral; todavia, se
não observar determinadas medidas, impossibilitará ao cadeirante a utiliza-
ção de referido meio de transporte.
As definições de barreiras visíveis e invisíveis admitem a afirmação de
que a incapacidade para a prática de um determinado ato não decorre da
pessoa que lhe deseja dar ensejo, mas do ambiente em que a pessoa se
coloca. Ambientes acessíveis às pessoas idosas, sem escadas e rampas, fazem
com que a dificuldade de locomoção não se apresente. Locais com ampla
iluminação melhoram a visibilidade da pessoa com dificuldades para enxer-
gar, conferindo-lhe autonomia. Na mesma medida, ambientes mal-ilumi-
nados e repletos de degraus dificultam o trânsito de qualquer pessoa,
inclusive daquelas que, em situações normais, possuem a capacidade de se
locomoverem e enxergarem normalmente.
A acessibilidade, retomando-se as palavras de Federico Mayor, confere
à pessoa com deficiência a possibilidade de não sê-lo. Naquele local, onde
se encontra, possui ampla autonomia para praticar os mesmos atos levados
a efeito pelas demais pessoas.

7
Ibidem, p. 31.
8
Ibidem, p. 29.

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Em tom uníssono, é possível afirmar com Adriana Romeiro de
Almeida Prado que o impedimento não decorre da pessoa, com deficiência
9

ou não, mas do ambiente onde se coloca. A incapacidade para a prática de


determinados atos não é inerente à pessoa, mas ensejada pela relação
estabelecida com o ambiente. Merece destaque o excerto que se segue da
obra da autora:
É nesse momento que se mostra que o impedimento não está na pessoa, mas
sim na relação da mesma com o ambiente. Portanto, é o meio que é deficiente,
não possibilitando acesso a todas as pessoas, não lhes proporcionando a equipa-
ração de oportunidades.
O objetivo do direito à acessibilidade, portanto, é conferir, ao maior
número de pessoas, mobilidade e autonomia para o exercício de suas
atividades num determinado local, a fim de que possam usufruir do espaço
com segurança, confiança e comodidade, sejam ou não pessoas com
deficiência. 10

Aprofundando-se na discussão do tema, Adriana Romeiro de Almeida


Prado sustenta existir uma relação muito íntima entre as concepções de
11

ambientes acessíveis e de desenho universal.


Julio Cesar Botelho assevera que a ideia de desenho universal consis-
12

te em admitir os bens de produção segundo uma ótica mais abrangente,


permitindo sejam utilizados pelo número mais amplo possível de destina-
tários, com necessidades e características diferentes.
Na verdade, a noção de desenho universal tem como referencial a
certeza de que as pessoas não são iguais. Aliás, o decurso da vida faz com
que a mesma pessoa sinta necessidades diferentes quanto à acessibilidade
em um mesmo ambiente: a pessoa idosa, agora cadeirante, que, desde a
juventude, residiu no mesmo imóvel, passará a ter dificuldades de estar em
determinados cômodos quando o seu acesso é viabilizado por meio de
escadas, ainda que com poucos degraus.

9
Acessibilidade na gestão da cidade. In: ARAUJO, Luiz Alberto (Coord.). Defesa dos direitos das
pessoas portadoras de deficiência. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006. p. 09-29. p. 11.
10
Ibidem, mesma página.
11
Ibidem, p. 15.
12
O transporte coletivo e a pessoa portadora de deficiência. In: ARAUJO, Luiz Alberto (Coord.).
Defesa dos direitos das pessoas portadoras de deficiência. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006. p.
175-181. p. 176.

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Um mesmo estabelecimento comercial pode ser frequentado por
crianças, jovens, idosos e pessoas que não enxergam. Haverá aqueles que se
locomovem por si e há aqueles que se valem de muletas ou de cadeiras de
rodas para poderem deslocar-se de um ponto para outro.
O local deve ser receptivo a todas essas pessoas. Assim, o desenho do
objeto ou do espaço deve garantir acolhida àqueles que dele fazem uso ou o
visitam. É dessa finalidade que surge a noção de desenho universal.
A acessibilidade, nesse contexto, pode ser entendida como a qualidade
do objeto ou do ambiente que o torna receptivo e útil à imensa gama de
pessoas que dele se utilizam, ou, pelo menos, à maioria delas.

4 Da Convenção sobre os Direitos


das Pessoas com Deficiência
A necessidade jurídica de incluir na sociedade a pessoa com
deficiência começou a ganhar evidência a partir do ano de 1981, declarado
pela Organização das Nações Unidas o Ano Internacional dos Portadores de
Deficiência.
Até então, o tratamento jurídico deferido à pessoa com deficiência era
o mesmo destinado às demais, sendo embasado, para citar dois exemplos,
na Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, e na Declaração
Universal dos Direitos da Criança, de 1959.
No ano seguinte, 1982, por meio da Resolução 37, de 13 de dezem-
bro, a Assembleia das Nações Unidas aprovou o Programa de Ação Mundial
para as Pessoas Portadoras de Deficiência. Tinha por escopo conferir-lhes a
igualdade de oportunidades e de participação inerentes às demais pessoas.
Este, aliás, é o primeiro objetivo colimado pelo documento:
A finalidade do Programa de Ação Mundial referente às Pessoas Deficientes é
promover medidas eficazes para a prevenção da deficiência e para a reabilitação
e a realização dos objetivos de “igualdade” e “participação plena” das pessoas
deficientes na vida social e no desenvolvimento. Isto significa oportunidades
iguais às de toda a população e uma participação equitativa na melhoria das
condições de vida resultante do desenvolvimento social e econômico. Estes
princípios devem ser aplicados com o mesmo alcance e a mesma urgência em
todos os países, independentemente do seu nível de desenvolvimento.
Em 13 de dezembro de 2006, a adoção da Convenção sobre os Direitos
das Pessoas com Deficiência pela Assembleia Geral da Organização das
Nações Unidas revigorou a busca pela sedimentação e pela concretização

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da inclusão social das pessoas com deficiência. Amita Dhanda chega a 13

afirmar que a maior contribuição do documento internacional não é de


natureza puramente dogmática ou tecnicista. A Convenção trouxe um
conteúdo humanístico e axiológico para o ordenamento de todos os
Estados signatários.
O documento traz, logo no pórtico, propósito similar ao preconizado
pelo Programa de Ação Mundial para as Pessoas Portadoras de Deficiência,
dispondo, na primeira parte de seu artigo 1º: “O propósito da presente
Convenção é promover, proteger e assegurar o exercício pleno e equitativo
de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais por todas as pes-
soas com deficiência e promover o respeito pela sua dignidade inerente”.
O direito à acessibilidade, assinalam Flavia Maria de Paiva Vital e
Marco Antônio de Queiros, constitui-se num dos instrumentos eleitos pe-
14

la Convenção para promover a inclusão social das pessoas com deficiência.


Previsto no artigo 9º, o direito à acessibilidade está inquinado a
possibilitar a todas as pessoas com deficiência viver de forma independente,
autônoma, participando de todos os aspectos da vida. O dispositivo, sem
qualquer ar de modéstia, não se limita a exigir dos Estados signatários, e o
Brasil é um deles, a promoção da acessibilidade ao meio físico; impõe uma
15

passada mais larga, buscando promover a acessibilidade à informação e à


comunicação.
Em seus comentários à Convenção, os autores lembram que as
modernas tecnologias permitem à pessoa surda comunicar-se, até mesmo
por meio de um telefone, apesar desse meio de comunicação ser priorita-
riamente auditivo. O mesmo direito à acessibilidade admite às pessoas com
deficiência visual ou auditiva participarem interativamente de palestras e
conferências, valendo-se de tecnologias assistivas já disponibilizadas no
mercado. 16

13
Construindo um novo léxico dos direitos humanos: convenção sobre os direitos das pessoas com
deficiências. SUR – Revista Internacional de Direitos Humanos, São Paulo, Rede Universitária de
Direitos Humanos, n. 8, p. 42-59, jun. 2008. p. 45-46. p. 46
14
Artigo 9º – Acessibilidade. In: RESENDE, Ana Paula Crosara; VITAL, Flavia Maria de Paiva
(Coord.). A convenção sobre direitos das pessoas com deficiência comentada. Brasília: Secretaria
Especial dos Direitos Humanos. Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora
de Deficiência, 2008. p. 45-48.
15
A Convenção foi internalizada pelo Brasil por meio do Decreto Legislativo número 186, de 9 de
julho de 2008.
16
Artigo 9º – Acessibilidade. In RESENDE, Ana Paula Crosara; VITAL, Flavia Maria de Paiva
(Coord.). A convenção sobre direitos das pessoas com deficiência comentada. Brasília: Secretaria

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Essa preocupação com o direito à acessibilidade da pessoa com
deficiência ao meio cultural já foi objeto de abordagem em trabalho
elaborado por Ciane Gualberto Feitosa Soares,17 assinalando que prédios
públicos, como museus, deveriam valer-se, concomitantemente, de siste-
mas de informação escrita, simbólica, sonora, em braile ou qualquer outra
forma de multimídia, assegurando ao usuário, inclusive à pessoa com
deficiência, o pleno acesso ao conteúdo do prédio, possibilitando-lhe
escolher, de antemão, visitar um determinado acervo, poupando-lhe um
deslocamento desnecessário.
Aliás, o acesso da pessoa com deficiência a prédios públicos não deve
se dar por meio de uma via alternativa, como uma porta nos fundos do
prédio. Os ideais de inclusão social denotados pela Convenção obrigam
que a entrada seja a mesma deferida às demais pessoas, pela porta principal.
É esse novo arcabouço axiológico, enaltecido por Amita Dhanda, que
deve inspirar a interpretação do direito à acessibilidade da pessoa com
deficiência, considerando-o não apenas como um direito de ir, vir e ficar,
mas como um instrumento eficaz na promoção da dignidade da pessoa
humana, permitindo-lhe ir, vir e ficar ao lado dos demais membros da
sociedade, contando com as mesmas prerrogativas.

5 Do tratamento legislativo da acessibilidade no Brasil


O ordenamento constitucional brasileiro incorporou a proteção da
pessoa com deficiência a partir da Emenda Constitucional nº 1, de 17 de
outubro de 1969.
18
Naquela oportunidade, o texto do parágrafo 4º, do artigo 175,
limitou-se à abordagem da educação a ser ministrada às pessoas com
deficiência, exigindo lei especial que dispusesse sobre o assunto.
Nove anos mais tarde, o artigo único da Emenda Constitucional 12,
de 17 de outubro de 1978, aprofundou a disciplina do campo de proteção
dos direitos da pessoa com deficiência.

Especial dos Direitos Humanos. Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora
de Deficiência, 2008. p. 45-48. p. 47-48.
17
Acessibilidade e preservação de bens culturais imóveis. In PRADO, Adriana Romeiro de
Almeida (Coord.). Município acessível. São Paulo: Fundação Prefeito Faria Lima – CEPAM,
Unidade de Políticas Públicas – UPP, 2001. p. 35-41.
18
“Art. 175. A família é constituída pelo casamento e terá direito à proteção dos Poderes Públicos.
[...] § 4º Lei especial disporá sobre a assistência à maternidade, à infância e à adolescência e sobre
a educação de excepcionais”.

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O caput do dispositivo garantia-lhes a melhoria de sua condição social
e econômica, a qual se daria por meio da educação, da assistência, da
proibição da discriminação e do acesso físico aos edifícios e logradouros
públicos, como dispunham seus incisos I a IV. 19

O direito à acessibilidade, a partir de então, passou a contar com previ-


são expressa nas constituições brasileiras, e fora retomado pela de 1988 em
seus artigos 227, parágrafo 2º, e 244. Os dois dispositivos seguiram a
diretiva encampada pelo inciso IV do artigo único da Emenda Constitu-
cional 12, de 1978, restringindo-se ao acesso a edifícios e logradouros
públicos, equipando-se este último com acesso ao transporte coletivo.
Como ocorria quando previsto no parágrafo 4º, do artigo 175, da
Emenda Constitucional nº 1, de 1969, o direito à acessibilidade permanece
ao lado da proteção da família na Constituição vigente, estando ambos
previstos no mesmo Capítulo. Prescreve o parágrafo 2º do artigo 227: “A
lei disporá sobre normas de construção dos logradouros e dos edifícios de
uso público e de fabricação de veículos de transporte coletivo, a fim de
garantir acesso adequado às pessoas com deficiência”.
A competência para a elaboração da lei exigida pelo parágrafo 2º,
assinala Ives Gandra Martins, é atribuída a cada município, haja vista a
20

proteção da acessibilidade constituir-se em assunto de interesse local, nos


termos do artigo 30, inciso I, da Constituição Federal. 21

Como consigna Fernanda Dias Menezes de Almeida, o exercício de 22

referida competência ficará sujeita ao crivo de cada Comuna, cabendo-lhe


escolher o momento correto de implementá-la a fim de melhor atender ao
interesse local.
O artigo 244 da Carta de Regência, reportando-se às disposições do
segundo parágrafo do seu artigo 227, impôs ao legislador ordinário a
criação de lei que regule retroativamente o direito à acessibilidade aos
logradouros, edifícios de uso público e dos veículos de transporte coletivo
já existentes em 5 de outubro de 1988:

19
“Artigo único – É assegurada aos deficientes a melhoria de sua condição social e econômica
especialmente mediante: I – educação especial e gratuita; II – assistência, reabilitação e reinserção
na vida econômica e social do país; III – proibição de discriminação, inclusive quanto à admissão
ao trabalho ou ao serviço público e a salários; IV – possibilidade de acesso a edifícios e
logradouros públicos”.
20
BASTOS, Celso Ribeiro; MARTINS, Ives Gandra. Comentários à Constituição do Brasil:
(promulgada em 5 de outubro de 1988), v. 8, arts. 193 a 232. São Paulo: Saraiva, 1998. p. 989.
21
Art. 30. Compete aos Municípios: I – legislar sobre assuntos de interesse local; [...].
22
Competências na Constituição de 1988. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007. p. 101.

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Art. 244. A lei disporá sobre a adaptação dos logradouros, dos edifícios de uso
público e dos veículos de transporte coletivo atualmente existentes a fim de
garantir acesso adequado às pessoas portadoras de deficiência, conforme o
disposto no artigo 227, § 2º.
As leis de que trata o artigo 244 são federais. A primeira delas é a Lei
10.048, de 11 de agosto de 2000; a segunda, tida como o Estatuto da
acessibilidade, é a Lei 10.098, de 19 de dezembro do mesmo ano (2000).
Ambas foram regulamentadas pelo Decreto 5.296, de 2 de dezembro de
2004.
Advirta-se que as leis federais citadas não excluem a competência dos
Estados e Municípios de disciplinarem a questão da acessibilidade, pois,
23
como estipula o inciso II, do artigo 23, da Constituição Federal, a
competência legislativa lhes é comum. 24

A Lei 10.098, de 19 de dezembro de 2000, trouxe inovações


importantes na tutela do direito à acessibilidade da pessoa com deficiência.
Uma delas consiste na definição, em seu artigo 2º, inciso I, da própria
amplitude do termo acessibilidade:
Art. 2º. Para os fins desta Lei são estabelecidas as seguintes definições:
I – acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para utilização, com
segurança e autonomia, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das
edificações, dos transportes e dos sistemas e meios de comunicação, por pessoa
portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida; [...].
Finalmente, trinta anos após a previsão genérica contida no artigo
175, parágrafo 4º, da Emenda Constitucional nº 1, de 17 de outubro de
1969, o termo acessibilidade ganhou definição no ordenamento jurídico
brasileiro e vem sendo aplicado pela jurisprudência, obrigando, não apenas
os setores públicos, mas também os particulares a respeitá-lo.
Como exemplo do afirmado, cite-se acórdão proferido em sede de
reexame necessário pelo Tribunal de Justiça do Estado do Paraná nos autos
do Processo 0382730-1.25

23
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
[...] II – cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de
deficiência.
24
BASTOS, Celso Ribeiro; MARTINS, Ives Gandra. Comentários à Constituição do Brasil:
(promulgada em 5 de outubro de 1988), v. 9, arts. 233 a 246. ADCT. São Paulo: Saraiva, 1998.
p. 155.
25
BRASIL. Reexame necessário nº 382730-1. Processo 0382730-1. Relator: Desembargador
Leonel Cunha. Curitiba, 4 de setembro de 2007.

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Consta do texto do decisório que Samuel Roosevelt Sonsin impetrou
mandado de segurança em face do Prefeito Municipal de Santo Antônio da
Platina e do Fiscal e Técnico de Edificações da Vigilância Sanitária da
Prefeitura Municipal de Santo Antônio da Platina. Alegou que locara um
imóvel localizado num prédio com o intuito de instalar, no local, um
consultório odontológico particular. Embora o imóvel se encontrasse loca-
lizado no andar térreo, não dispunha de características que conferissem
acessibilidade às pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida.
Após o impetrante reformar todo o imóvel, a autoridade competente
não lhe conferiu o alvará de funcionamento para a abertura de seu
consultório odontológico. A negativa se fundamentou, justamente, sobre o
fato de que o local não conferia acessibilidade às pessoas com deficiência
ou com mobilidade reduzida, não se adequando, dentre outros diplomas
legais, às disposições da Lei 10.098/00. Esta, em seu artigo 11, caput, exige
que a construção, ampliação ou reforma de edifícios públicos ou privados
de uso coletivo sejam executadas de modo a possibilitar o acesso às pessoas
com deficiência ou com mobilidade reduzida. 26

Em primeira instância, o impetrante obteve liminar, a qual obrigara a


concessão do alvará. Naquela oportunidade, o julgador, dentre outros
argumentos, entendeu que o fato de o consultório não conferir acessibili-
dade às pessoas com deficiência não as privava do direito à saúde, haja vista
poderem se dirigir a outros profissionais que executassem atendimento
similar. Outrossim, a imposição da acessibilidade somente seria obrigatória
para órgãos públicos, sendo facultativa para a iniciativa privada, que, nessa
hipótese, apenas deixaria de atender alguns clientes, mormente as pessoas
com deficiência ou com mobilidade reduzida, impossibilitadas de se loco-
moverem até o profissional.
Buscando a concretização do princípio da igualdade e a reafirmação
do princípio da dignidade da pessoa humana, o Tribunal de Justiça do
Paraná reformou a sentença prolatada. Consignou-se que, embora de
natureza privada, o consultório odontológico que se pretendia instalar,
tinha por escopo atender à saúde bucal de toda a coletividade, a qual inclui
as pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida. O consultório
particular, nos termos do artigo 11, da Lei 10.098/00, está predestinado ao

26
Art. 11. A construção, ampliação ou reforma de edifícios públicos ou privados destinados ao uso
coletivo deverão ser executadas de modo que sejam ou se tornem acessíveis às pessoas portadoras
de deficiência ou com mobilidade reduzida.

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uso coletivo e, dessa forma, deve guarnecer-se de características que lhe
confiram plena acessibilidade.
Sem dúvida, as pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida
têm o direito de acesso aos serviços odontológicos prestados pelo impetran-
te, daí o motivo pelo qual o alvará de funcionamento lhe deve ser negado.
Referida decisão demonstra o aprimoramento pelo qual vem passando
o direito à acessibilidade na legislação brasileira. Iniciou-se, de forma
tímida, com o parágrafo 4º do artigo 175, da Emenda Constitucional nº 1,
de 17 de outubro de 1969. Naquela oportunidade, contemplava, apenas, a
educação a ser ministrada às pessoas com deficiência. Passados quarenta
anos, o direito à acessibilidade se difundiu pelo ordenamento, abrangendo
os sistemas de transporte, as edificações e os meios de comunicação,
impondo-se não apenas aos entes públicos, mas também aos particulares.

6 Acessibilidade e inclusão social


No ano de 2006, a Corte Federal do Canadá, por meio de seu Juiz
Richard G. Mosley, foi instada a se manifestar em processo no qual, na
qualidade de litisconsortes ativos, figuravam The Canadian Association of
the Deaf, James Roots, Gary Malkowiski, Barbara Lagrance e Mary Lou
Cassie. Considerando que a Monarquia é a forma de governo canadense, a
demandada era a Rainha.27
O escopo do feito era o de conferir às pessoas com deficiência auditiva
o direito de ter acesso às informações públicas relativas ao governo. Dentre
outros pontos, os demandantes diziam-se prejudicados quanto à acessibili-
dade ao processo de desenvolvimento político, bem como quanto às
oportunidades de firmarem contratos com o governo, haja vista que o
anúncio do Estado não alcançava, com a devida eficácia, as pessoas surdas
ou com pouca audição.
A Corte Federal do Canadá acolheu o pedido deduzido, mas foi
cautelosa quanto à estipulação da forma de divulgação das informações
pretendidas. Consignou que o estabelecimento desses mecanismos deveria
se dar em trabalho conjunto realizado entre o Governo do Canadá e as
organizações que representavam as pessoas surdas ou com pouca audição.

27
Disponível em: <http://decisions.fct-cf.gc.ca/en/2006/2006fc971/2006fc971.html>. Acesso em:
26 jul. 2009.

122 Revista do Curso de Direito da FSG • ano 4, n. 8, jul./dez. 2010


A decisão é acertada e se provê de um mecanismo de dupla acessi-
bilidade que, muitas vezes, não é levado em consideração quando da abor-
dagem do tema. O direito à acessibilidade da pessoa com deficiência não
deve ser descrito, unicamente, como um vetor que permite à pessoa com
deficiência ingressar no universo das pessoas sem deficiência. Também é
necessário que as pessoas sem deficiência se preocupem em, pelo menos,
visitar o mundo em que vivem as pessoas com deficiência.
A acessibilidade e a consequente inclusão não consistem, apenas, em
trazer as pessoas com deficiência para o cotidiano da vida social; deve haver
uma simbiose tamanha que a própria sociedade se preocupe em entender
28
como é vista pelas pessoas a quem a inclusão se destina.
Em sua fundamentação, a decisão reporta-se ao depoimento da
demandante Barbara Lagrange, bastante elucidativo quanto a essa via dupla
que deve estar incutida quando do estudo da acessibilidade.
Barbara Lagrange, salienta o Juiz incumbido da solução da contenda,
é uma mulher surda e que se vale da linguagem dos sinais como seu
método primário de comunicação. A demandante registra, ainda, em seu
depoimento, suas dificuldades para ler e escrever em inglês.
A limitação quanto ao idioma não é, evidentemente, uma caracterís-
tica exclusiva das pessoas com deficiência, mas pode, quando associada a
uma limitação física, como a surdez, vir a prejudicar a acessibilidade a
determinadas informações, dificultando a inclusão social.
A situação descrita pela depoente denota que o interlocutor, ao enviar
sua mensagem, deve considerar que a limitação do receptor pode não estar
restrita à sua deficiência. Às vezes, outros fatores que acabam por limitar a
sociedade em geral, como o analfabetismo ou o desconhecimento de uma
língua estrangeira, associam-se à deficiência, agravando a dificuldade da
promoção da acessibilidade. Essa conclusão só pode ser atingida quando o
emissor da mensagem coloca-se no lugar ocupado por um receptor com
deficiência.
Diante desse raciocínio, revela-se sem efetividade a divulgação, pelo
governo, de informações que não se valham da linguagem dos sinais para
atingir a população constituída pelas pessoas com deficiência. Se o objetivo

28
Para o aprofundamento na questão da solidariedade como preceito constitucional, consulte-se:
DANIEL, Roberto Francisco. Solidariedade como princípio constitucional. In: SEGALLA, José
Roberto Martins; ARAUJO, Luiz Alberto David (Coord.). 15 anos da Constituição Federal.
Bauru: EDITE, 2003. p. 483-499.

José Roberto Anselmo e Elvis Donizeti Voltolin • Direito à acessibilidade da pessoa com deficiência... 123
é fazer com que a mensagem chegue a esse grupo, que se utilize da forma
de comunicação que lhes é peculiar.
O mesmo raciocínio se aplica à situação em que uma pessoa surda e
analfabeta quer assistir a um filme. Nessa situação, a legenda não cumprirá
seu papel quando a pessoa somente se comunicar por meio da linguagem
de sinais.
A busca da inclusão social por meio da acessibilidade exige que a
sociedade se insira no ambiente da pessoa com deficiência, compreen-
dendo-o e dando-lhe operacionalização. As informações conferidas pelos
29

governos podem e devem estar legendadas; no entanto, a mensagem deve


ser, concomitantemente, decodificada na linguagem dos sinais. O mesmo
se diga quanto às atividades de entretenimento e de divulgação da cultura,
como o é o cinema.
Aliás, o artigo 19, da Lei 10.098, de 19 de dezembro de 2000, prevê
que os serviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens deverão adotar
um plano de medidas técnicas destinadas a permitir a divulgação de sua
mensagem por meio da linguagem de sinais ou outra forma de subtitula-
ção, a fim de garantir o acesso à informação às pessoas com deficiência
auditiva. 30

Por último, e conclua-se dessa forma, registre-se que falar em acessibi-


lidade, como se afere do julgado mencionado, significa falar em participa-
ção política, participação das pessoas com deficiência na construção da
cidadania, que, segundo o inciso II, do artigo 1º, da Constituição Federal
brasileira, coloca-se como um dos princípios fundamentais da própria
República Federativa do Brasil. 31

Incluir significa dar oportunidade de participação política nos


destinos da sociedade e a inclusão se fará quando a sociedade se mostrar
receptiva ao direito à acessibilidade da pessoa com deficiência e começar a
indagar-se sobre a melhor forma de conferi-lhe esse acesso.

29
DANIEL, Roberto Francisco. Ser pessoa: a base ontológica do direito. In: ARAUJO, Luiz
Alberto David (Coord.). 15 anos da Constituição Federal. Bauru: EDITE, 2003. p. 551-564.
30
“Art. 19. Os serviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens adotarão plano de medidas
técnicas com o objetivo de permitir o uso da linguagem de sinais ou outra subtitulação, para
garantir o direito de acesso à informação às pessoas portadoras de deficiência auditiva, na forma e
no prazo previstos em regulamento”.
31
“Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos: [...] II – a cidadania; [...]”.

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