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INTRODUÇÃO
No período de 2007-2010, como indica Pletsch (2012), o Brasil passou por mudanças
significativas em se tratando da estrutura e do funcionamento da educação dirigida a pessoas com
deficiência, com destaque para a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com
Deficiência, conhecida como Declaração da Organização das Nações Unidas (ONU). Seguindo os
mesmos princípios foram editados: a) a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da
Educação Inclusiva (BRASIL, 2008) – que completa dez anos de implementação; b) o decreto nº
6.571 (BRASIL, 2008) – revogado pelo decreto de nº 7.611, de novembro de 2011; c) a Resolução
4, do Conselho Nacional de Educação Câmara de Educação Básica, instituiu as Diretrizes
Operacionais do Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, modalidade
Educação Especial (BRASIL, 2009).
A visibilidade da pessoa com deficiência está marcada por distintas interpretações e lutas
por uma condição social menos desigual e vem sendo pesquisada por diferente área do
conhecimento a fim de se romper com os estereótipos que a circundam. Nessa direção, este artigo
tem o propósito de apresentar diferentes olhares que socialmente se atribuem a pessoas com
deficiências, seja pela perspectiva histórica ou por categorias isoladas, a partir de dois eixos de
discussão. O primeiro sobre as políticas públicas específicas destinadas a pessoa com deficiência; e
o segundo, sobre a desigualdade expressa na trajetória educacional desses sujeitos.
1
Doutoranda em Educação- PUC-Rio. Professora na Rede Municipal de Educação em Angra dos Reis.
Kelly05maia@gmail.com
O terceiro modelo é o social, abordado pelos autores a partir dos Disability Studies2, e
separados em duas gerações fundamentadas nas correntes marxista e feminista. A primeira geração
era “inspirada no materialismo histórico explicava a opressão por meio de valores centrais do
capitalismo relacionados aos corpos produtivos e funcionais” (GAUDENZI; ORTEGA, 2016, p.
3063). Para as pessoas com deficiência eram oferecidos os salários mais baixos e funções de
qualificação inferior, tendo o sistema capitalista agravado as desigualdades sobre esses sujeitos. A
segunda geração foi a que mais desenvolveu teorias a respeito da deficiência, uma vez que “os
impedimentos intelectuais e o cuidado estavam no centro das discussões e buscou-se desafiar a
cultura da normalidade. ” (p. 3063).
2
Disability Studies – teóricos do modelo social (grupo londrino composto por Oliver, Barnes, Abberley, Barton,
Shakespeare e Finkelstein, todos ativistas da Union Physical Impairment Against Segregation (Upias) que promovem
uma revolução na forma de entendimento e luta política no campo da deficiência (PICCOLO, 2012).
A formação da identidade é outro elemento que encontramos nas pesquisas sobre pessoas
com deficiência, evidenciando a dificuldade em olhar para a pessoa e não para a deficiência em si.
Magalhães e Cardoso (2010) apresentam o conceito de identidade como dinâmico, atravessado pelo
constructo histórico-social e permeado pelas relações de poder.
A identidade está marcada por relações e justificativas dentro de uma norma social das
diferenças, demarcada pelas relações de poder, que ditam quem entra ou quem sai do grupo
formado por determinada identidade.
É nesse contexto de jogos de poder que se observam as práticas de inclusão e exclusão
através da determinação implícita ou explícita de quem merece e não merece
pertencer. A constituição da identidade acaba por ocasionar uma operação
classificatória entre nós e eles ou entre eu e os outros. (MAGALHÃES; CARDOSO,
2010, p. 53).
Nem sempre percebemos que estamos reforçando as atitudes e conceitos que enfatizam
ainda mais a condição da diferença entre sujeitos, ratificando estigmas enraizados ao longo dos
tempos. Hoffman (1963) analisa a questão dos estigmas e destaca que as marcas nos corpos
evidenciavam tanto as pessoas com deficiência, como também aquelas que praticavam algum ato
reprovável socialmente, como traição ou roubo e, ainda, no caso dos escravizados, demarcavam
posse. Dessa forma, as marcas indicavam inferioridade e muitas vezes a exclusão social dessas
pessoas. O estigma como conceito social também passa pelo sentido moral, que classifica,
reconhece e rotula determinado grupo de indivíduos, não se prendendo somente ao físico do corpo,
mas estendendo-se de forma invisibilizada, hoje, no contexto geral da sociedade. O autor afirma que
ao reconhecer que determinado grupo é estigmatizado, configura-se um padrão ou normalidade a
partir de outro grupo.
Magalhães e Cardoso (2010) reconhecem que as pessoas com deficiência sofrem estigmas
por terem sua identidade negada em prol da busca do controle social, que tenta enquadrar os
indivíduos em categorias. Para as autoras, um dos caminhos para a inserção social e educacional da
pessoa com deficiência é repensar essa identidade fora dos estigmas. Portanto, pensar o conceito de
deficiência implica, também, em refletir sobre os processos das “identidades estigmatizadas”, aos
quais, ao longo da história, as pessoas com deficiência foram incorporadas. Conceitualmente, não se
busca negar as diferenças, mas encontrar os caminhos para a inclusão.
Entendemos, com isso, que a identidade está apoiada em um contexto social e cultural,
acompanhada por julgamentos de valor moral e demarca o lugar da pessoa na sociedade. Para
Moreira e Câmara (2008), a identidade é um processo de criação de sentido construída pelas
relações estabelecidas com o outro:
Ao longo, em meio às interações e identificações com diferentes pessoas e grupos com
que convivemos ou travamos contato, construímos nossas identidades, que se formam
mediante os elos (reais e imaginários) estabelecidos com essas pessoas, grupos,
personalidades famosas, personagens de obras literárias, personagens da mídia. [...]
Ainda sobre o tema aqui investigado, Pereira e Barbosa (2016) trazem resultados
interessantes sobre a percepção dos profissionais que avaliam as pessoas com deficiência aptas a
receber o benefício da aposentadoria, com base na lei complementar nº 142/2013, que regulamenta
a aposentadoria especial para as pessoas com deficiência.
A pesquisa indica que a avaliação realizada pelos profissionais da saúde, para conceder ou
não o benefício da aposentadoria, é influenciada também pelo modo como esses profissionais
concebem a deficiência. Os assistentes sociais e os médicos consideram o conceito de deficiência
multifacetado e a visão sobre os segurados se pauta no esforço de compreender a deficiência pelo
modelo social, porém os médicos são impelidos pelas suas práticas a avaliar o sujeito pelo modelo
médico, sendo o modelo social um olhar “imposto” pelas leis específicas às pessoas com
deficiência.
Para os assistentes sociais, “a restrição de participação passa por várias ordens: econômica,
racial, de gênero etc. Tais formas de opressão, para eles, tanto agravam o desempenho das
Os autores revelam que o amparo dos médicos em laudos, exames e pareceres os deixam
mais confortáveis e confiantes para avaliação. Quanto às questões de ordem subjetivas, os médicos
tentam se adequar à nova leitura que traz o modelo social da deficiência, já expressa nas leis: um
olhar para além do corpo que compreende a leitura do contexto de atividades vinculadas à
escolarização ou à vida social. Os autores concluem haver uma “tensão constante entre o conceito
de deficiência dos profissionais e das pessoas com deficiência e o conceito que compreendem ser
operacionalizado pela lei. ” (p. 3024). De um lado está o processo de identificação e nomeação do
Estado para conceituar a deficiência dentro de um perfil clínico, enquanto do outro lado, encontra-
se aquilo que os autores denominam de “politização da deficiência”, ou seja, as narrativas dos
sujeitos sobre os impactos da deficiência na sua vida e história.
Autores como Omote (1996), Piccolo (2012), Januzzi (1992) e Mazzota (1996), corroboram
com o que foi apresentado, evidenciando que ao longo da história da humanidade, a sociedade
optou pela segregação e isolamento das pessoas com deficiência, na busca de torná-las “invisíveis”.
Tais condutas visavam evitar que esses sujeitos causassem “problemas”, levando-os ao
confinamento no lar ou em instituições criadas para esse fim. De acordo com Januzzi (1992) e
Mazzota (1996), o que estava presente nos discursos e nas ações vigentes à época, era o controle em
manter a ordem social; e quando se voltavam ao campo educacional, o que se via, em primeiro
plano, era o interesse em tornar, de alguma forma, as pessoas com deficiência produtivas para o
mercado de trabalho.
Na pesquisa realizada por Nacif et al (2016), foram entrevistados 20 alunos com deficiência
da escola pública na cidade de Santos Dumont-MG e o resultado expressa o olhar deles em relação
à prática de atividades físicas e à qualidade de vida. Ao apresentar a opinião dos alunos sobre as
relações dos pares nas aulas de educação física, uma das questões apontadas pelos autores reflete
sobre a baixa aceitação que alunos com deficiência recebem sobre a participação na prática das
atividades, em relação a colegas sem deficiência. O que reforça a necessidade de se “promover a
aquisição de valores e conhecimentos que permitam dirimir a estranheza causada pela deficiência e
o aprendizado do convívio com as diferenças. ” (p. 120). A escuta aos alunos nessa pesquisa embute
sentidos importantes relacionados ao cotidiano da pessoa com deficiência, representando as mesmas
questões que ecoam fora da escola, quando movimentos minoritários, que muitas vezes se sentem
prejudicados e marginalizados socialmente, manifestam-se nas redes sociais em atos públicos ou em
depoimentos que descrevem as atitudes discriminatórias que vivenciam3.
Tais questões evidenciam que a deficiência tem uma interlocução com o desconhecimento
quanto a seu significado e, por isso, geralmente, nivela todas as questões da deficiência em
igualdade, desconsiderando as diferenciações entre elas.
3
Glat (2009) apresenta depoimentos de 35 mulheres com deficiência intelectual, na faixa etária de 13 a 60 anos,
utilizando o método história de vida, que permite a escuta sobre as vivências de um sujeito ou grupo de sujeitos.
Para Pletsch (2011), a ampliação das políticas não são garantias efetivas de integração da
pessoa com deficiência na sociedade. Estar expresso nas leis não faz com que as pessoas tenham
atitudes e comportamentos “inclusivos”. O próprio serviço público apresenta carências de
atendimentos e de atitudes voltados à diversidade.
Pletsch (2011) enfatiza que a garantia do acesso e da permanência na escola não é suficiente
para a diminuição das desigualdades sociais e enfrentamos problemas significativos quanto à
qualidade da escolarização nas escolas públicas. A Política Nacional de Educação Especial na
Perspectiva de Educação Inclusiva, no que se refere ao Atendimento Educacional Especializado
(AEE), reconhece a importância desse suporte especializado para os alunos com necessidades
educacionais, mas afirma que se faz necessário o acompanhamento e avaliação desse serviço. A
escolarização de pessoas com deficiência, matriculadas nos sistemas comuns apresenta-se como um
desafio às redes de ensino, que se agrava ainda mais quando os alunos são deficientes intelectuais.
Vimos na pesquisa de Pereira e Barbosa (2016) a dificuldade dos médicos peritos nas
avaliações subjetivas (quando a deficiência não é física), o que pressupõe conhecimento para além
do observável, a partir de um conjunto de procedimentos clínicos que o médico realiza sobre o
laudo da deficiência. A deficiência intelectual (DI) se enquadra em um desses casos cuja avaliação
inicial incorpora elementos subjetivos a serem considerados, evidenciando a dificuldade no
Pletsch (2011) sinaliza que a deficiência intelectual é a mais recorrente entre as pessoas, o
que se torna um desafio para escolarização, pois a educação inclusiva pressupõe, além do AEE,
estratégias de aprendizagem diferenciadas nas salas regulares. A autora afirma que, para
desenvolver práticas pedagógicas inclusivas, a escola e os professores precisam antes de tudo
compreender um pouco sobre a deficiência intelectual e aspectos pertinentes à aprendizagem da
pessoa com deficiência intelectual.
O autor considera que a definição do termo deficiência mental era embasada numa ideia de
constructo. Ao pertencer a uma categoria, acreditava-se estar sendo favorecido o seu
reconhecimento “como entidade singular, passível de ser diferenciada de outras entidades e, desse
modo, favorecer a comunicação” (p. 555) e também o “tratamento” da deficiência. Como avaliação
do sujeito, eram empregados testes de quociente de inteligência (QI). O resultado negativo ao teste
era associado a um prognóstico de incapacidade, que acabava orientado as práticas educativas e
sociais de segregação institucionalizada. Como lembra Veltrone e Mendes (2012, p. 369), “O uso
dos testes psicológicos veio junto com a ideologia de que tais alunos diagnosticados, considerados
‘anormais’, deveriam ser educados em classes separadas, segundo preceito da ortopedia mental”. O
sistema de classificação (QI) era reducionista e inadequado, principalmente por categorizar o
indivíduo sob um rótulo permanente e com a necessidade de “corrigir” aspectos como a atenção,
memória, percepção, juízo e vontade.
Em 2007, a AAMR troca seu nome para American Association of Intellectual and
Developmental Disability (AAIDD), permanecendo uma referência sobre incapacidade intelectual
desses indivíduos e, em 2010, ajusta essa nomenclatura para American Association on Intellectual
and Developmental Disabilities (AAIDD), passando a usar o termo “deficiência intelectual”. As
publicações dessa associação têm influenciado o Brasil, que segue e adota as recomendações de
seus estudos (VELTRONE; MENDES, 2012).
Ao longo do texto, os autores que embasaram nossa abordagem tratam da temática social da
pessoa com deficiência de diferentes formas, abrindo a discussão para outras áreas do
conhecimento, num indício de que o tema não está esgotado. Percebemos, ainda, que o contexto que
marca a desigualdade perpassa as questões desse grupo, assim como estão expressas em outros
grupos que se sentem marginalizados por gênero, nível socioeconômico, cor/raça e outras formas de
discriminação que segregam, rotulam e fazem com que as pessoas se sintam diminuídas frente ao
grupo que tem a cultura da normalidade como um dispositivo para manter as diferenças
(GAUDENZI; ORTEGA, 2016).
A desigualdade pode ser estudada por diferentes caminhos e entendemos que, no recorte dos
artigos apresentados, as barreiras encontradas são de origem social e do reconhecimento às
diferenças. Quando pensamos na quebra desse paradigma, logo a escola é lembrada como um dos
espaços para que esse confronto seja discutido, minimizado e a educação seja vista como uma ponte
de acesso para a mobilidade social.
CONCLUSÃO
Este artigo iniciou resgatando os conceitos da deficiência pautados pelos modelos: religioso,
médico e social em diálogo com os diferentes olhares da contemporaneidade sobre a pessoa com
deficiência. Destacamos os avanços e conquistas percebidos no campo do direito, além das leis
implementadas e nomenclaturas adequadas em virtude de uma maior compreensão sobre essa
temática. No campo da efetivação dos direitos garantidos na legislação e do tratamento destinado a
esses sujeitos, percebemos que a desigualdade perpassa o que vem sendo abordado nos textos,
como um elemento presente no contexto social e educacional desses sujeitos, reforçada pela
identidade estigmatizada que marca a pessoa a partir da cultura da normalidade.
Estudos contrários a essa perspectiva caminham para uma afirmação positiva sobre a
diversidade que compõe os sujeitos, quando se propõe a repensar esses conceitos e considerar
outras opções de vida e de sociedade. A associação da qualidade e da equidade, como trazem Alves,
Soares e Xavier (2016), mostra-se central para essa discussão. Mesmo sendo conceitos que suscitam
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Kelly querida,
É muito promissora sua busca preliminar por alargar o conceito de inclusão, de modo a
abranger a educação especial e a inclusão social. A revisão do conceito de inclusão adotado na
formulação da política de inclusão também é promissora. Gostei muito dessa abordagem. Pelo
visto, valeu a pena ter deixado o trabalho com grau IN. Assinalei “lapsus” ao longo do texto e
destaquei em amarelo os problemas de concordância detectados.
Um abraço,
Alicia
RESUMO
Que aspectos se sobressaem quando nos referimos à pessoa com deficiência em sua trajetória? A visibilidade
dessas pessoas está marcada por lutas em se construir ações afirmativas e de condições sociais menos
desiguais. O que se busca é romper com os estereótipos de incapacidade e do padrão da normatização.
Desse modo, ao realizarmos o levantamento bibliográfico, transitar pelas políticas públicas e sobre o contexto
educativo que compõe a historicidade da pessoa com deficiência, evidenciamos que, as políticas públicas de
educação inclusiva têm se direcionado a interlocução do rompimento do paradigma que rotula esse grupo a
uma ideia do nivelamento, em uma unidade, considerando a diversidade entre os sujeitos. Porém, entre as
políticas e as práticas educativas há um abismo que impulsiona o crescimento das desigualdades, tornando a
escolarização dos sujeitos um processo complexo e de muitos entraves a serem superados.