Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO
Curso Tecnológico em Gestão Pública
Salvador
Julho de 2015
1
FRANCIELLE SANTOS SOARES
Salvador
Julho de 2015
2
SUMÁRIO
3
LISTA DE QUADROS
4
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1: Gênero.........................................................................................26
GRÁFICO 8: Frequência.....................................................................................31
LISTA DE FIGURAS
5
LISTA DE SIGLAS
6
1. INTRODUÇÃO
A partir da década de 1990, com a visibilidade adquirida pelos jovens devido a seu
protagonismo nas lutas pela redemocratização dos países da América Latina na
década de 1980 e impulsionada pela Organização Ibera Americana (OIA), a temática
juventude passou a ser discutida como alvo de políticas públicas que deveriam ser
inseridas na agenda governamental.
No Brasil, apesar dos avanços no que se refere a direitos sociais, expressos através
da constituição de 1988, que garante o direito ao acesso universal à saúde, à
educação, ao esporte, ao lazer e à cultura; das discussões centradas nos direitos da
criança e do adolescente que permearam o cenário nacional no período,
apresentando o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) como produto
conquistado por essas lutas, e da segunda metade da década de 1990 ter registrado
esforços na implementação de programas e projetos voltados para esse segmento,
só recentemente, em 2005, a juventude, e todas as especificidades demandadas por
estas, que são abarcadas pelo ECA, uma vez que este estabelece a maioridade
legal como limite do seu domínio, passou a ser pauta governamental.
7
Essa recente mobilização para a organização de políticas públicas voltadas para os
jovens faz emergir a necessidade de se discutir como tem se dado a implementação
das políticas públicas existentes. O presente trabalho surgiu, portanto, da
necessidade de avaliar qualitativamente, através da percepção dos gestores e
alunos, a implementação de políticas públicas voltadas para a juventude nas escolas
públicas. E com este, busca-se responder a seguinte questão: Como as Políticas
Públicas para a juventude são implementadas na Escola Estadual Mário Costa Neto,
na visão dos gestores e dos alunos?
8
instituições educacionais, mostrando que a escola pública, mesmo com suas
limitações, é um importante vetor de políticas públicas para a juventude.
9
2. REFERENCIAL TEÓRICO
O tema Políticas Públicas, de acordo com Souza (2006), surgiu como subcampo
científico na Europa, com trabalhos e pesquisas fundamentados em teorias sobre o
papel do Estado, e de seu ente mais importante – o governo- na formulação e
execução de políticas públicas. Contudo, sua consolidação como área do
conhecimento só se deu nos EUA, mas sem estabelecer, ao contrário da tradição
10
europeia, uma ligação direta com a função do Estado, focando-se em estudos sobre
a ação do governo.
Rua (2009) considera que o caráter público de uma política é estabelecido pelo seu
caráter jurídico imperativo, sendo políticas públicas o conjunto de decisões e ações
que dizem respeito à alocação imperativa de valores envolvendo bens públicos, ele
considera também que quando uma ação parte da sociedade, o que se tem é uma
ação privada de interesse público.
Como aponta Frederickson (1999) apud Secchi (2010, p.4), o Estado moderno, por
possuir o monopólio do uso legítimo da força, ser o maior detentor dos recursos
nacionais e ter como um dos motivos principais de existência e manutenção a
elaboração de políticas públicas, ainda é o vetor principal das mesmas. Entretanto, a
relação entre as esferas pública e privada tem sido cada vez mais fluída,
proporcionando a possibilidade de diversos atores protagonizarem o enfrentamento
dos problemas públicos.
12
TIPOLOGIA CARACTERÍSTICAS
O modelo divide políticas públicas em quatro modelos básicos: as regulatórias, que
estipulam padrões de serviço ou produto para entes públicos ou privados; as
distributivas, que proporcionam benefícios para alguns segmentos da sociedade,
Lowi (1964) mas possuem custos difusos para toda a coletividade; as redistributivas, que
beneficiam alguns atores e têm seu custo obtido através de outras categorias de
atores e as políticas constitutivas, que estabelecem competências, jurisdições,
regras de disputas políticas e de formulação das políticas públicas.
Adota como critério a distribuição de custos e benefícios das políticas públicas na
sociedade. Segundo esse modelo, há políticas do tipo clientelista, que têm seus
benefícios concentrados em determinados segmentos, mas custos financiados pela
coletividade; as políticas de grupos de interesse, que possuem custos e interesses
Wilson (1983) concentrados em certos grupos de atores; as políticas empreendedoras, que tem
seu custo concentrado em determinados grupos, mas benefícios distribuídos por
toda a sociedade e as políticas majoritárias, que são aquelas em que os custos e
benefícios são distribuídos por toda a coletividade.
Baseia-se no chamado nível de saliência, ou seja, na propensão que determinado
assunto possui de atrair a atenção do público em geral e no nível de complexidade,
que seria a necessidade de competências técnicas para sua elaboração e
implementação. O modelo sistematiza políticas públicas em quatro tipos: políticas
de sala operatória, que possuem um grande grau de interesse popular, incluindo a
regulamentação de questões de interesse público; as de audiência, que são
Gormeley (1986) políticas de formulação pouco complexa, no que se refere à estrutura, mas chamam
a atenção da sociedade; as de sala de reuniões, com pouco apelo popular e
exigem conhecimentos específicos, como regulação de mercados, serviços ou
reformas administrativa; as de baixo escalão que são políticas de simples
elaboração porque não atraem o interesse das pessoas, dizem respeito a rotinas
administrativas para agentes públicos, regulação no que se refere à prestação de
contas de cidadãos e empresas para o Fisco, dentre outros.
Possui como critério de diferenciação o conhecimento e a intenção do policymaker.
Gustafsson propõe a existência de políticas reais, que incorporam a intenção do
policymaker de solucionar problemas públicos, e onde este possui competência
para tal; as políticas simbólicas, onde o policymaker pode até possuir competências
para elaborar, mas não manifesta interesse em colocá-las em prática, visando
Gustafsson (1983)
apenas obtenção de capital político; pseudopolíticas, nas quais pode haver
interesse do policymaker em vê-la funcionar, sem, no entanto haver conhecimento
para formulá-la de modo adequado; e as políticas sem sentido, que se trata de uma
política elaborada sem interesse político genuíno em vê-la funcionar, e sem
competências específicas para sua elaboração.
QUADRO 1: Tipologia das Políticas Públicas
FONTE: Elaboração própria, 2015 a partir de Secchi, 2010, p. 04-23.
Deve-se lembrar de que essas tipologias devem ser vistas enquanto tipos ideais,
sendo possível observar-se na prática relações muito mais fluídas e complexas entre
as mesmas. Assim, é possível em uma só política ter-se, por exemplo, a interseção
entre fatores como realidade, competência, simbolismo e efetividade, ou seja, uma
só política costuma reunir elementos de dois ou mais tipos de políticas públicas.
Segundo Sabatier (1986) apud Secchi (2010, p.23), há dois tipos de implementação
de políticas públicas: o modelo top-down, onde há uma distinção clara entre o
momento de tomada de decisão e o de implementação; e o bottom-up, que se
caracteriza pela maior participação de atores durante o processo de implementação
e tomada de decisão.
14
O modelo top down é fundamentado em uma visão mais funcionalista e tecnicista de
políticas públicas. Parte da ideia de que a implementação é um fator que depende
meramente do esforço administrativo para alcançar seus fins e de que as políticas
públicas devem ser formuladas e decididas pela esfera política. Por sua vez o
modelo bottom-up é caracterizado pela maior discricionariedade delegada a
gestores e burocratas, que podem se auto-organizar para desenhar a política
pública. Ou seja, parte da concepção de que a etapa de implementação não é
definida pela tomada de decisão, ou seja, ela não é necessariamente produto de um
plano estruturado que depende apenas de competência técnica e administrativa
para ser posta em prática, mas sim um processo que deve dialogar com os desafios
e necessidade impostos pela prática, podendo assumir diferentes formatos.
A avaliação, segundo Anderson (1979) apud Secchi (2010 p. 26) é o processo que
examina se as ações planejadas por uma política pública foram executadas, se
atingiu seus fins, seus efeitos, o estado que se encontra, assim como a validade de
uma proposta de política pública. A partir dessa definição, para Costa e Castanha
(2003), há a distinção entre uma avaliação exante, que é anterior à implementação;
a avaliação expost, posterior à implementação; e a avaliação interiore, que ocorre
durante a etapa de implementação, visando ajustes imediatos.
Uma avaliação, segundo Subirats (1989) apud Secchi (2010 p.31), pode receber um
viés jurídico ou legal, que se atém a pontos como verificação de legalidade ou
eficiência administrativa e atenção aos direitos básicos dos destinatários; um viés
técnico, ou gerencial, preocupando-se com o alcance de metas econômicas, com o
uso de recursos e eficiência econômica; um viés político, que se volta à percepção
dos beneficiários da política, participação de diversos atores durante o processo de
elaboração e execução da política pública; seus impactos a nível macro e micro.
O tempo que uma política pública leva para que seus efeitos possam ser percebidos
também é outro fator que pode dificultar a fase de avaliação. Sbatur (1993) apud
Secchi (2010, p. 23) alega que o tempo de maturação de uma política pública, até
que possam ser observadas suas implicações, é de em média dez anos.
Ainda como afirma Secchi (2010), a avaliação de uma política pública também pode
ser prejudicada pelo fator político, quando se distorcem e se manipulam resultados a
fim de se obter capital político, entendido aqui como um tipo de capital simbólico, por
meio do qual se busca reconhecimento, força política ou mesmo a mobilização de
pessoas para fins eleitoreiros. Entretanto, apesar das dificuldades citadas, a
avaliação é um instrumento que pode render informações úteis, tanto para o
aprimoramento da própria política pública, como também servindo de referencial
para a formulação e execução de outras políticas.
16
A primeira linha de pensamento vê a juventude como período preparatório, etapa de
transição entre a infância e a idade adulta, portanto as políticas voltadas para esta
deveriam se focar em preparar os jovens para a maturidade. A Educação ocuparia,
portanto, papel central na política pública, sendo complementada por projetos de
esporte, arte, lazer e atividades como voluntariado.
Kauskopf (2003) aponta como limitação desse tipo de enfoque a não visualização do
jovem como sujeito social do presente, o projetando apenas para o futuro, partindo
de uma perspectiva que muitas vezes ignora as especificidades e a heterogeneidade
desse segmento, pressupondo que todos os jovens possam viver a moratória,
gerando outras exclusões e propagando as já existentes.
Como sinaliza Abad (2003), essa abordagem foi predominante até a década de 50,
na América Latina, sendo acessível apenas para alguns grupos sociais,
predominantemente os das classes médias e altas, e ainda hoje orienta um grande
número de políticas públicas, especialmente as direcionadas para adolescentes.
Durante as décadas de 80 e 90, esse tipo de política foi predominante no Brasil, uma
vez que a temática da juventude passou a ser abordada pela opinião pública a partir
da discussão de problemas atribuídos a esta, enfatizando, sobretudo a questão da
17
violência, que pressionou o Estado e a sociedade civil para desenvolvimento de
ações e programas que enfrentassem essas questões.
Esse enfoque, para Kraustopf (2003), cria uma visão estigmatizada e generalizada
da juventude, e ainda hoje é usado para fundamentar a criação e políticas públicas.
O autor alega também que iniciativas baseadas nessa abordagem fragmentada e
setorial tem se mostrado ineficazes, nos países em que essa percepção de
juventude é dominante.
O Brasil possui historicamente uma tradição de lutas por direitos sociais marcados
pelo protagonismo da juventude, o que consolida, para diversos autores, outra
vertente de concepção do jovem, que o percebe como ator com papel especial de
18
transformação e insere a questão da participação no centro do papel desempenhado
por estes, apresentando-a como um elemento importante para pressionar o Estado e
a Sociedade civil para a formulação de políticas públicas para o segmento.
Entretanto, como aponta Fontana (1999), a relação entre Estado e políticas públicas
para a juventude durante o início do século XX foi construída baseando-se na
percepção dos jovens como problema social, uma vez que o crescimento dos
centros urbanos proporcionou um aumento no quadro de abandono de crianças e
adolescentes, ocasionando igual expansão nos índices de criminalidade infanto-
juvenil, forçando o Estado a se voltar para questões relacionadas ao menor, uma
vez que estas podiam ameaçar a ordem social vigente.
Nos anos de 1930, durante a era Vargas, o Estado passou a assumir um papel
assistencialista em relação a adolescentes e crianças pobres. Entretanto, ainda
segundo os autores anteriores, essa leve mudança na postura do Estado não
ocorreu por uma modificação na percepção desse segmento, mas por interesses
populistas, que determinavam esse viés assistencialista, característico do período.
A adoção dessa postura por parte do Estado, ainda como afirmam Hüning e
Guareschi (2002), estabeleceu uma visão estigmatizada dos jovens, associando sua
imagem à marginalização, criminalidade, delinquência e desvios de conduta,
respaldados em argumentos científicos e de especialistas de várias áreas.
O ECA representa um marco na conquista de direitos desse segmento, uma vez que
estabelece o dever do Estado de proteger a criança e o adolescente, assegurar seus
direitos e criar mecanismos para desenvolver suas potencialidades, rompendo com
a tradição de ver o jovem como um problema social.
Apesar das conquistas, Belluzo e Victorino (2004) chamam atenção para o fato
desses avanços formais não significarem necessariamente a concretização dessas
leis, identificando no Brasil um dilema entre a existência de um aparato legal que
garante o direito da criança e do adolescente o efetivo tratamento de suas
demandas.
Novaes (2003), afirma que apesar do ECA e da Constituição de 1988 serem uma
base importante para a formulação de políticas públicas no Brasil, ainda há uma
lacuna no que se refere à elaboração de políticas voltadas para o jovem
propriamente dito: Até o fim do século XX, a juventude não possuía políticas
específicas, sendo contempladas por políticas voltadas para demais grupos e faixas
etárias. Por sua vez, Sposito e Carrano (2003, p.17) identificam essa lacuna como
uma negligência histórica, visto que:
21
Andrade e Silva (2009) salientam que a mobilização para a elaboração dessas
políticas foi fruto da pressão que a sociedade exerceu sobre o Estado após a
repercussão de casos polêmicos envolvendo violência entre os jovens.
A percepção negativa dos jovens por parte da sociedade, que orientou a formulação
de políticas públicas na época, resultou, em políticas que contemplavam jovens
excluídos e baseavam-se na ideia de:
Instituição da
Serviço de Comissão
Parlamentar Formulação da
Assistência ao Constituição
de Inquérito Política Nacional
Menor
do Menor
de 1988 de Juventude
23
Para melhor compreensão do que vêm sendo executado no que se refere às
políticas públicas para a juventude nas escolas, faz-se pertinente citar nesse
trabalho alguns programas recentes voltados para esse segmento.
POLÍTICAS Ano de CARACTERÍSTICAS
criação
Exame que possui como pretensão avaliar as competências e habilidades
básicas de jovens e adultos com a finalidade de reconhecer e certificar os
Exame Nacional para saberes adquiridos dentro e fora do ambiente escolar.
Certificação de 2005 Jovens, do Brasil e exterior, a partir de 15 anos podem solicitar participar
Competências de do exame para obter o certificado de conclusão do Ensino Fundamental.
Jovens e Adultos Entretanto, o certificado de conclusão do ensino médio é restrito para
interessados que residam no exterior.
24
Com a finalidade de proporcionar o acesso à cidadania e reduzir os
índices de analfabetismo, o programa lançado em 2003 contempla todo o
Programa Brasil território nacional e é voltado para a alfabetização de jovens, adultos e
Alfabetizado idosos. Possui como prioridade o atendimento de municípios que
2003 registram taxas de analfabetismo maiores ou iguais a 25% que recebem
apoio técnico para implementar a política.
Os estados, municípios e o Distrito Federal podem se filiar ao programa
através de resoluções específicas publicas no Diário Oficial da União.
25
3. METODOLOGIA DA PESQUISA
Como afirmam Marconi e Lakatos (2011), a objetivo desse tipo de pesquisa não se
limita a descrever os dados obtidos, mas também interpretá-los a fim de se
compreender de forma mais profunda e sistemática a realidade estudada.
26
A entrevista foi realizada com a vice-diretora da instituição e a ex-diretora da Escola
Estadual Mário Costa Neto, buscando-se apreender suas experiências e percepções
a respeito das ações voltadas para a juventude realizadas na dada instituição, e os
questionários, com questões objetivas e subjetivas referentes ao perfil pessoal,
profissional, metodologias de ensino e vivência escolar, foram aplicados com 39
alunos do turno noturno da instituição, a fim de coletar suas vivências e perspectivas
com as políticas desenvolvidas.
A análise de dados foi construída a partir de Secchi (2010), Gil (2005), Santos
(2007) e Santos (2014), buscando-se avaliar os aspectos objetivos e subjetivos da
percepção da política de EJA desenvolvida na escola.
27
4. ANÁLISE DOS RESULTADOS
4.1 Caso estudado
O colégio Estadual Mário Costa Neto, fundado em 1979 pelo Ato de Criação de nº
01, publicado no Diário Oficial do Estado da Bahia, situa-se na Rua Engenheiro
Jaime Zaverucha, no bairro da Federação, entre condomínios de classe média baixa
do Parque São Braz e funciona em três turnos, matutino, vespertino e noturno,
oferecendo Ensino Fundamental II e Ensino Médio.
A gestão informou que entre 2009 e 2013, a instituição pode contar também com o
Programa Escola aberta, que oferecia Oficinas de Percussão ministradas
primordialmente por ex-alunos. Atividade essa encerrada, devido a queixas da
comunidade por conta do barulho dos ensaios realizados. A ex-diretora, que fora
diretora no período de execução do programa, informou que as oficinas eram
28
supervisionadas por a mesma e pela vice-diretora da época, intercalando as
semanas em que estariam presentes.
A pesquisa foi realizada com 39 alunos da instituição do turno noturno, que conta
com a modalidade EJA e possui 67 alunos matriculados, visando identificar o perfil
dos discentes, revelou que 62% dos entrevistados são do sexo masculino, e 38% do
sexo feminino, conforme aponta o Gráfico 1.
Gênero
38%
Masculino
Feminino
62%
GRÁFICO 1: Gênero
FONTE: Elaboração própria, 2015.
29
Faixa Etária
8%
Quanto à faixa etária, a maioria dos entrevistados, 49%, está na faixa entre os 18 e
20 anos, 43% possuem entre 21 e 24 anos, e apenas 8% são menores de idade,
tendo entre 15 e 17 anos.
12%
Integral
Sim 42%
30
Renda Familiar
Série Cursada
0% 0%
1° ano
20%
2° ano
3° ano
48%
Eixo IV
16%
Eixo V
Eixo VI
16% 0% Eixo VII
Cerca metade dos entrevistados, 48%%, cursa o Eixo VII do EJA, equivalente ao
terceiro ano do ensino médio, 16% cursa o Eixo IV, que se equipara ao quinto e
sexto ano do ensino fundamental; 20% cursam o terceiro ano em modalidade regular
31
e 16% dos entrevistados cursam o Eixo VI , equivalente ao primeiro e segundo ano
do ensino médio.
De acordo com a direção da escola, a única política voltada para o segmento jovem
que vem sendo executada na escola é o EJA, não possuindo assim programas de
qualificação profissional, nem de esporte, cultura e lazer. As únicas atividades
extracurriculares oferecidas por esta dizem respeito à disponibilização ocasional de
atividades esportivas, como no caso de gincanas, e atividades culturais, como
organização de quadrilhas juninas e outras comemorações tradicionais, em períodos
bem específicos, revelando a ausência de políticas públicas culturais, esportivas ou
para o lazer na instituição.
A escola oferece
atividades para o Lazer 79% Sim 21% Não
0%
Participação em 67% Atividades 33% Atividades 0% Oficinas Oficinas 0%
Atividades para Lazer esportivas musicais de Teatro de Outros
Dança
14% 4%
Motivos para 59% Interesse 23% Ocupação 0% Incentivo Incentivo Imposição
participação pela atividade do tempo de colegas da de
escola. familiares
50% Mal
41% Bem 0% Bem
organizadas, 9% Não dispõem de
Organização das organizadas, organizadas e
mas contam infraestrutura
Atividades mas não contam com
com adequada e são mal
Para o Lazer dispõem de infraestrutura
infraestrutura organizadas.
infraestrutura adequada
adequada
Participação em 43%
0% Oficina de 0% Oficina de 0%
atividades 57% Futebol Não
Teatro Música Outras
extracurriculares participa
11% Não
30% As
Principal motivo para possui
atividades não
não participar das 48% Falta de interesse
são oferecidas 11% Outros
atividades Tempo pelas
em horários
extracurriculares atividades
viáveis
disponíveis
QUADRO 4: Atividades Extracurriculares
FONTE: Elaboração própria, 2015.
32
Como pode ser observado no quadro 4, 79% dos entrevistados acreditam que a
escola oferece atividades para seu lazer, contra 21% que acreditam que não; 57%
destes reconhecem a presença de atividades esportivas e 33% reconhecem a
existência de atividades musicais, não relatando a presença de oficinas de dança,
teatro, ou qualquer outra atividade.
Nenhum dos entrevistados considera que essas atividades são bem organizadas e
contam com infraestrutura adequada, o que pode advir do fato dessas atividades
não contarem com o suporte de políticas públicas para sua execução, partindo da
iniciativa de professores e gestores, sem dispor de todos os meios e estrutura
necessária.
33
Como relatado, a escola possuía entre 2009 e 2013, oficinas de percussão através
do programa Escola Aberta, e dentre um dos motivos para a extinção do programa e
não instauração de nenhuma das atividades possíveis, como as que envolvem arte,
teatro, ou esporte, segundo a direção da instituição, reside no fato de não poderem
contar com instrutores preparados para monitorar a escola nos finais de semana,
umas vez que é um trabalho voluntário, e exige certo nível de qualificação, foi difícil
para escola encontrar pessoas capacitadas e dispostas a se integrar ao programa
na função de monitoria.
13%
Sim
Não
87%
34
Frequência
42% Regular
Têm faltado muito
55% Raramente falta às aulas
3%
GRÁFICO 8: Frequência
FONTE: Elaboração própria, 2015.
14%
Problemas pessoais
Problemas de saúde
Dificuldade em
acompanhar as matérias
Outros
35
professora da modalidade, segundo a qual, os alunos que têm frequentado a
escola, possuem um perfil mais maduro, e estão mais determinados a concluírem
seus estudos, principalmente os que já se encontram nos anos finais de sua
formação.
Incentivo à permanência
39%
Sim
Não
61%
36
Recursos Didáticos
0%
0%
0% 13%
Livros
Retroprojetor
Internet
Filmes/ Documentários
Palestras
87%
Pretensão Acadêmica
Completar o ensino
médio
43%
Apenas completar o
Ensino Fundamental II
57%
Ingressar em uma
universidade
0%
37
A maioria dos entrevistados, 57%, disseram ter como meta acadêmica a conclusão
do ensino médio, 43% pretendem ingressar em uma universidade. Nenhum dos
entrevistados tem como meta apenas a conclusão do ensino fundamental II.
41% Sim
Não
59%
Trabalho
17% 17%
Falta de incentivo dos
professores
Os principais motivos para a desmotivação dos alunos, que advém de fatores tanto
internos, quanto externos à escola, foi observado pela vice-diretora, que percebe a
inclinação para se sentirem assim devido ao cansaço pelo trabalho, o risco de
repetência pela dificuldade em acompanhar as matérias e problemas pessoais.
42% Sim
Não
58%
A gestão da escola também acredita que a unidade de ensino têm sido capaz de
mediar a relação estudo/trabalho dos discentes, com a flexibilização da carga
horária, e o modo que os eixos estão organizados, principalmente os eixos do
ensino médio, que estão divididos em dois momentos: o Eixo Temático VI, que
abarca a Área 1, Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, e a Área 2, Ciências
39
Humanas e suas Tecnologias; e o Eixo Temático VII, que se foca apenas na Área 3:
Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias.
Aulas
12%
São dinâmicas e
35% interessantes
São pouco atrativas
São moderadamente
53% atrativas
Não consegue
50% acompanhar o conteúdo
ministrado
40
Conforme aponta os gráficos 15 e 14 respectivamente, a maioria dos entrevistados
(65%) admite possuir algum nível de dificuldade para acompanhar os conteúdos e
53% consideram as aulas pouco interessantes, o que pode se relacionar à carência
de demais recursos didáticos que possam tornar as aulas mais dinâmicas, como já
apontado, e pode sugerir uma possível inadequação da metodologia.
Segundo a direção da escola, não são aplicados sistemas avaliativos dessa política
durante sua implementação, o que também pode ser indicado como um dos fatores
da expressiva incidência de desmotivação discente e dificuldade de aprendizado,
uma vez que não há diálogo a respeito da metodologia empregada. Como aponta
Secchi (2010), ouvir os atores envolvidos no processo de implementação de uma
política pública pode ajudar em seu próprio aprimoramento.
Como desafio para a implementação do EJA, foi indicado pela gestão da instituição
à falta de uma vice-direção no turno de execução da política, uma vez que a escola
dispõe apenas de vices nos turno diurnos, ficando a função desfalcada no período
noturno.
41
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
políticas públicas pra a juventude na escola Mário Costa Neto a partir da percepção
para esse segmento na instituição, que não conta com políticas de qualificação
O anseio por políticas do gênero também foi identificado, tanto por parte da gestão
esporte, como também pelo interesse dos alunos em participar dessas atividades,
buscar um maior diálogo com os alunos e o poder público, visando a superação dos
problemas enfrentados.
42
.
43
A presente monografia traz um estudo sobre o perfil dos discentes na escola Estadual Dr.
“Alfredo Pessoa de Lima, de modo que pretendo discutir a realidade em que os mesmos estão
inseridos no âmbito da educação que em geral nos propõe desafios e problemas a serem
enfrentados. O aluno em qualquer modalidade de ensino, nem sempre vai à escola somente
subsídios para uma reflexão maior e impulsionou-me para uma atividade de busca através da
pesquisa e leitura de alguns teóricos que pudessem ajudar-me a entender a realidade que
cerceia os discentes nesta modalidade de ensino e conhecer a trajetória escolar desses jovens.
Neste sentido buscando ampliar os horizontes de nossa análise.”. Foi um estudo de caso,
retrata o perfil dos discentes da citada escola. Para coleta de dados foi usado um questionário
idade.Os professores da EJA se deparam diariamente com jovens que possuem um histórico
Fatores que podem constituir num entrave para um possível sucesso escolar.
REFERÊNCIAS
44
BRASIL. Secretaria-Geral da Presidência da República. Guia de Políticas Públicas
para a Juventude. Brasília, 2006.
GIL, Antonio Carlos. Metodologia do ensino superior. 4 ed. São Paulo: Atlas,
2005.
45
RUA, Maria das Graças. Políticas Públicas. Florianópolis: Departamento de
Ciências da Administração / UFSC, 2009. 130 p.
______. Análise de Políticas Públicas: Conceitos Básicos. In: RUA, Maria das
Graças; VALADÃO, Maria Izabel. O Estudo da Política: Temas Selecionados.
Brasília: Paralelo 15, 1998.
SANTOS, Laurecy Dias dos. Política Pública para a Juventude: A formação cidadã
no interior do Programa Escola Aberta em Pernambuco. Recife, 2009.
46
ANEXO 1:Questionário
Dados Gerais
1) Idade 4) Qual série você está cursando? ______________
Entre 15 e 17 anos ( )
Entre 18 e 20anos ( ) 5) A série cursada é feita em modalidade EJA?
21 a 24 anos ( ) ( ) Sim
2) Trabalha? Qual ocupação? ( ) Não
_____________________ 6) Renda familiar mensal:
3) Se sim, a ocupação é em tempo: ( ) Inferior a 1 salário mínimo
Integral ( ) ( ) Um salário mínimo
Meio período ( ) ( ) Entre 1 e 3 salários mínimos
( ) Maior que 3 salários mínimos
Percepções
7) Participa de atividades extracurriculares 21) Sua frequência nas aulas é:
oferecidas? ( ) Regular
( ) Oficina de Teatro ( ) Têm faltado muito
( ) Oficina de Música ( ) Raramente falta às aulas
( ) Futebol 22) Caso não tenha frequentado as aulas, os
( ) Handebol principais motivos são:
( ) Vôlei ( ) Trabalho
( ) Outras ( ) Problemas pessoais
( ) Problemas de saúde
8) Para você, as atividades existentes: ( ) Falta de motivação
( ) Dificuldade em acompanhar as matérias
( ) São bem estruturadas e organizadas ( ) Outros _________________________
( ) Não possuem infraestrutura adequada para sua 23) Caso trabalhe, acredita que a escola possui
realização, mas são bem organizadas. alguma política para ajudar você a conciliar o
( ) Não possuem infraestrutura adequada nem são trabalho e os estudos?
bem organizadas. ( ) Sim
( ) Não
9) Caso não participe de atividades 24) Se sim, qual política?
extracurriculares, quais os principais _______________________________________
motivos:
( ) Falta de Tempo 25) A escola possui outros meios que contribuem
( ) As atividades não são oferecidas em horários para sua formação profissional? Se sim, quais?
viáveis ( ) Oficinas de capacitação
( ) Não possui interesse pelas atividades ( ) Cursos de Qualificação
disponíveis ( ) Cursos técnicos
( ) Outros ( ) Outros __________________
____________________
10) A escola oferece atividades para seu lazer? 26) A escola possui atividades/meios que incentivam
( ) Sim sua permanência?
( ) Não ( ) Não
( ) Sim
11) Se sim, quais? Se sim, Quais? _________________________________
( ) Atividades esportivas _____________________________________________
( ) Atividades musicais
( ) Oficinas de Teatro 27) Assumindo que a escola possua meios de
( ) Oficinas de Dança qualificação profissional, você acha que:
( ) Outros
Quais? ____________________ Eles ainda são insuficientes ( )
12) Quais os principais motivos para participar São bem desenvolvidos ( )
das atividades existentes: Necessitam serem reformulados ( )
Precisam ser trocados por outros ( )
( ) Interesse por arte.
( ) Interesse por esporte.
( ) Ocupação do tempo.
( ) Incentivo de colegas. 28) Caso acredite que elas precisam ser trocadas por
( ) Incentivo da escola. outras, você acha que deveria ser por qual? E Por
( ) Imposição de familiares quê?
47
( ) Bem organizadas, mas não dispõem de
infraestrutura adequada.
( ) Mal organizadas, mas contam com 29) Qual tipo de atividade você acha que deveria ser
infraestrutura adequada. ofertada na escola?
( ) Não dispõem de infraestrutura adequada e são
mal organizadas.
48
ANEXO 2: Entrevista
49
16. Em sua concepção, qual o papel do PROJOVEM na qualificação profissional
dos jovens e quais suas contribuições a sua inserção profissional?
17. Quanto à participação da ação comunitária promovida pelo PROJOVEM,
como define a participação dos alunos? Como essas ações são realizadas?
18. Você considera isso suficiente? Por quê?
50