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Vivian Donadon Maldonado

Graduada em Pedagogia
Especialista em Educação Especial Inclusiva
vivicrispin@hotmail.com
Alfabetizar um aluno é uma das tarefas docentes mais gratificantes.
A alfabetização natural e espontânea para alunos com autismo é diminuída
potencialmente, uma vez que há falha em condições essenciais para apropriar-
se da cultura já estabelecida, tais como a dificuldade na interação social e na
flexibilidade comportamental e intelectual.
Levar uma criança que tem o transtorno do espectro autista até o momento da
alfabetização é a preocupação de muitos pais e professores e é sempre um
caminho que precisa ser percorrido com paciência, sem pressa e envolve
muitas etapas.
Dessa forma, este curso busca trazer algumas informações, sugestões e
estratégias de avaliação com alternativas de atividades para alfabetizar as
nossas crianças.
Quando se trata de autismo, há uma diversidade muito grande de
características envolvendo tanto os casos mais leves como os mais graves e
para que as ações pedagógicas voltadas à alfabetização possam ser
planejadas, é importante conhecer cada um deles.
Então, a primeira etapa diz respeito a conhecer quem é a personagem, quem é
esse aluno e quais são as suas características, a fim de entender se já é
possível iniciar o processo ou não.
Em alguns casos, já se pode poder entrar com o trabalho apresentando os
fonemas de imediato, mas em outros tem que se percorrer um longo caminho,
construindo uma história até chegar na fase quando vai ser possível decodificar
a leitura.
No caso do TEA, para que o processo de alfabetização ocorra é preciso um
amadurecimento da neurobiologia do cérebro.
Assim, não podemos esperar que uma criança de 1 ano aprenda a ler, bem
como ela ainda não pode se alimentar com determinados alimentos.
Logo, nós precisamos de habilidades prévias e se nós não as tivermos, o que
vai acontecer é um insucesso, fazendo com que nós acreditemos que a criança
com TEA não é capaz de aprender a ler e, na verdade, não é isso.
O que ocorre é que nós deixamos de cumprir alguns elementos básicos,
algumas histórias prévias que antecediam esse processo de alfabetização.
Um aspecto extremamente importante e que é uma das dificuldades que
configura o autismo é exatamente o ponto central - a comunicação e a
linguagem.
Assim, esses são justamente os aspectos avaliados no autismo, na deficiência
intelectual e nas dificuldades adaptativas.
Destacando que quando se tem dois problemas concomitantemente, essa
avaliação se torna ainda mais importante.
Às vezes, nós nos surpreendemos quando a criança pronuncia a primeira
palavra, pois para nós, a sensação é de que aquilo está começando naquele
momento, mas na verdade o ser humano começa a trabalhar as habilidades
para falar e andar desde o seu nascimento.
A causa do autismo ainda é desconhecida, o que nós temos são muitas
hipóteses, sendo que uma das possíveis causas diz respeito ao prejuízo
qualitativo na área da linguagem.
Por isso, dentro de uma visão desenvolvimentista, que considera a linguagem
como ponto central no estudo do autismo, é necessário voltar aos precursores
de linguagem - que nada mais é do que tudo aquilo que acontece desde o
nascimento de um bebê até o momento em que ele vai falar, expressar
oralmente aquilo que ele deseja, ou seja, onde surge a linguagem expressiva e
compreensiva
Alguns alunos com TEA já chegam à escola lendo, porque possuem hiperlexia
(desenvolvimento precoce em leitura, memorização de números, letras, escrita,
que se dá por estimulação ambiental) causando ainda mais dificuldades na
escolarização dos mesmos, pois essa característica não garante a
aprendizagem, muitas vezes, esse aluno é confundido, do ponto de vista da
avaliação inicial, com alguém que tem altas habilidades.
Os hiperléxicos não costumam conseguir interpretar o que decodificam. Por
isso, preferimos usar o termo “decodificação” no lugar de “leitura”, já que a
leitura requer, pelo menos, a compreensão, e no nível mais elaborado a
interpretação.
A interpretação exige, colocar-se no lugar do autor e dos personagens, e
relacionar ideias.
Não há somente um único tipo de hiperlexia e nem muito menos, com o mesmo
funcionamento.
A leitura inicia-se pela memorização, entre 2 e 4 anos de idade, e como a
criança não preenche os critérios do diagnóstico do autismo, em seguida,
inicia-se a associação e a interpretação, quando o trabalho é conduzido na
escola por essa direção.
A situação também pode ser diferente do primeiro caso quando a hiperlexia
está associada as características do autismo e, normalmente, entre 2 e 4 anos.
Além da leitura compulsiva por memorização, a criança também tem gosto ou
compulsão por numerais decorando, por exemplo, placas de carros e números
de telefones, ou ainda apresenta a necessidade de repetir sequências como
quando entra em elevadores.
Também pode ocorrer um fato curioso que é capaz de confundir o diagnóstico,
no início do desenvolvimento, além da hiperlexia, a criança apresenta também
as características do autismo, mas estas vão desaparecendo no decorrer do
tempo.
Os alunos costumam, em função desse saber avançado em relação a sua
idade, rejeitar os seus pares na escola e preferir conviver com crianças mais
velhas ou até mesmo adultos, com quem possam compartilhar interesses
semelhantes. Esse tipo de hiperlexia costuma ter boa evolução na leitura, já
que com o trabalho dos alfabetizadores de forma adequada, intensifica-se a
capacidade de interpretar-se a contento.
A primeira coisa que costumamos fazer é não incentivar o prosseguimento
dessa leitura.
Caso isso se transforme em uma espécie de compulsão e a criança queira ler
absolutamente tudo que está ao seu alcance, o que devemos fazer é
contextualizar, utilizando o objeto de leitura de forma generalizada.
Outra estratégia é fazer com que a criança desenhe aquilo que está
supostamente lendo, para dar início a uma representação gráfica, visto que a
leitura sem a escrita é um outro problema causado pela hiperlexia.
É importante ainda incentivar a imaginação e a brincadeira, transformando
sucata em brinquedos, brincar com letras, inibindo um pouco a quantidade de
livros e revistas que estão à mostra e dar preferência a livros que possuam
imagens mais compatíveis à faixa etária da criança.
Se o aluno rejeitar todas essas estratégias, será necessário seguir o passo a
passo do método fônico, refazendo caminhos para garantir a representação da
escrita, a representação grafofonêmica e também a capacidade de
interpretação.
De certa forma, em casos de hiperlexia, uma das principais estratégias é
justamente inibir a leitura, o que acaba fazendo com que muitos pais se
preocupem que a criança perca o interesse pela leitura ou pela escola. Porém,
se soubermos ditar o caminho adequado, isso não ocorrerá de forma alguma.
Levando-se em conta que o TEA apresenta espectros; ou seja, variações
diversas em suas maneiras de se manifestar em uma pessoa, percebe-se que
não há uma fórmula pronta para alfabetizar uma criança com autismo.

O que pode ser feito é analisar quais as necessidades mais prementes do


pequeno a fim que se estabeleça um roteiro que atenda a sua demanda. Vale
ressaltar que além da equipe de educadores, a presença de terapeutas
também deve ser frequente.

Alfabetização combina com diversão. Suas aulas podem ter muita música,
teatro, gincanas e tudo mais que atraia a atenção de uma criança com autismo.
A pessoa com Autismo tem uma forma muito peculiar de ver o mundo, olha de
forma diferente para objetos e pessoas, perde com isso a absorção de
mensagens que desenvolvem conceitos sociais e, por isso, tem dificuldade de
interagir. Não sabem o que fazer, como ou porque devem se portar de tal
maneira. Boas maneiras não significam nada, são códigos sem sentido que
não são fortes o suficiente para segurar a sua ação impulsiva.
As pessoas com autismo não conseguem muito bem planejar, ou seja, existe
um déficit na função cognitiva superior conhecida como Função Executiva e
devido a isso eles têm dificuldades em planejar. Lembremos que, para ler, eu
preciso ser capaz de seguir passos. Usar as letras certas que representam um
som (ou mais de um) em uma ordem determinada com um ritmo correto.

Tem dificuldade de comunicação e junto a isso um déficit no desenvolvimento


da linguagem - mesmo quando a fala está presente, o uso adequado da
linguagem para estabelecer um canal competente de comunicação é falho - e
também tem um comportamento muitas vezes que privilegia a repetição e a
rotina, os movimentos previsíveis (as mudanças não são o seu forte) e tudo
isso afeta diretamente a aprendizagem acadêmica tão abstrata e muitas vezes
incoerente.

O que uma criança típica aprende e desenvolve naturalmente, a criança com


Autismo precisa ser orientada com persistência para fazer. É preciso pensar
em desenvolver tudo o que está imaturo.
Primeiramente, precisamos trabalhar muito mais seleção, classificação,
consciência corporal, orientação espacial, coordenação viso-motora, ordenação
temporal, sequência lógica. Tudo de forma adequada àquele aluno.

Geralmente, as técnicas comportamentais dão muito resultado. Isso significa


estruturar o que será ensinado com uma rotina visual, elogiando muito os
acertos, ignorando os comportamentos inadequados.

Quanto mais visual pudermos direcionar as estratégias de ensino mais certo


será a compreensão. Parece difícil, mas é preciso, sobretudo, estabelecer
metas, eleger estratégias e acreditar que eles podem, do jeito deles, eles são
capazes de aprender qualquer coisa.
Assim como muitas crianças com desenvolvimento típico, a pessoa com
Autismo vai se adequar melhor a um ou a outro de acordo com seu perfil. Quer
seja leitura global, método silábico, abordagem Montessoriana, método fônico...
Com a valiosa ajuda da informática ou por meio de blocos de madeira ou
mesmo com um alfabeto móvel.
Uma mistura de abordagens ou aquela que você mesmo acabou
desenvolvendo. A verdade é que sua crença na capacidade de aprendizagem
desta pessoa é que vai verdadeiramente valer como elemento de sucesso e lhe
garanto: a sua satisfação fará valer a pena este desafio!

A qualidade, e não apenas a presença da comunicação pré-verbal e verbal do


sujeito com autismo, é uma condição importante para aprender a ler e a
escrever. Sendo assim, o primeiro passo do processo de alfabetização de
alunos com TEA.
Dentro do processo de comunicação e linguagem, é necessário avaliar a
criança desde o nascimento, levando em consideração os precursores de
linguagem no processo de alfabetização
Dentre eles destacamos:
OLHAR: o olhar é o primeiro deles
Caso o mesmo não apresente a qualidade do olhar, recomendamos que se
faça uma estimulação que pode ser através do apoio de uma lanterna, para
direcionar o olhar, de uma brincadeira em frente ao espelho, como desenhar no
mesmo.
O adulto, que estiver trabalhando com a criança pode colar adesivos brilhantes
em sua testa, usar adereços na cabeça, levantar objetos que emitam som até o
alto e principalmente, falar com a criança sempre olhando nos olhos. Se houver
desconforto por parte da criança diminuímos o tempo e a intensidade.
Para avaliar essa característica, é preciso observar o olhar da criança nos
diversos planos. Sabemos que a criança com autismo tem certa dificuldade de
sustentar o “olho no olho” e acaba direcionando o olhar para a nossa boca.
Essa diferença é muito sutil e por isso deve ser avaliada com atenção.
Ao sustentar o olhar nos olhos do interlocutor, a criança tem a possibilidade de
entender as sensações e emoções que estão sendo passadas, o que fará
diferença no futuro, em um estágio mais avançado, deverão ser feitas
perguntas sobre a emoção de um personagem, sobre o que o autor quis dizer,
quais foram os sentimentos expressos no determinados parágrafos, entre
outras questões de interpretação.
Para que essa avaliação seja mais precisa, é interessante que o interlocutor
mova-se verificando se a criança acompanha estes movimentos.
Ainda, uma outra forma importante de fazer essa observação é utilizar um
objeto de interesse da criança colocando-o no plano vertical e/ou no horizontal,
verificando se existe a coordenação viso motora, bastante necessária para a
prática de escrever.
É também muito importante avaliar se o aluno possui a percepção dos
detalhes, ao contar uma história ou apresentar uma gravura, se acompanha e
explora o objeto com o olhar.

SORRISO RESPONSIVO: é o início de um diálogo sem palavras.


No momento já há início de uma leitura emocional no rosto do professor.
Caso o aluno ainda não apresente o sorriso responsivo e não faça leituras
emocionais, sugerimos atividades como apresentar vídeos de familiares dos
alunos enviando recados diversos e demonstrando intensidade em suas
expressões emocionais, tais como: parabéns, filho!! Acalme-se eu já vou te
buscar!
O repertório pode ser escolhido de acordo com o universo de informações que
a família nos indica. Posteriormente ao reconhecimento de emoções nos
vídeos, usamos fotografias desses mesmos familiares para o reconhecimento
de emoções e, somente depois, passamos para o reconhecimento em rostos
de pessoas desconhecidas. Mas é importante que essas sejam imagens
humanas e não rostos de personagens de desenhos animados. Porém, caso o
aluno ainda não tenha desenvolvido sorriso responsivo, isso não é um
obstáculo para alfabetização como é a falta do uso do olhar.
Também há a questão da vocalização, que são os gritos que o bebê costuma
dar no berço ou no colo, esses são sinais de saúde, sinais que a linguagem
está tomando o percurso adequado. Estão interpretando.
Quando o aluno vocaliza, isso facilita o processo de alfabetização, pois é mais
fácil fazer com que ela repita os fonemas.
Do contrário, isso não representa um impedimento, pois existe uma diversidade
muito grande dentro do autismo, tendo crianças não-verbais e com plenas
capacidades de aprender a ler e escrever.
COMPORTAMENTOS DE ATENÇÃO COMPARTILHADA: começa aqui a
imitação, ao replicar uma tarefa a criança imita.
Quando o aluno não apresenta nenhum comportamento de atenção
compartilhada, o alfabetizador necessitará estimulá-lo, pois a ação instrumental
interferirá na aquisição de um vocabulário básico e na formação de pequenas
frases no decorrer do amadurecimento da alfabetização.
Não existe escrita imitativa – uma cópia, sem imitação arbitrária – mas
inicialmente, todos nós aprendemos a escrever reproduzindo a escrita da letra
feita por alguém.
As intervenções costumam ter bons resultados com a atividade lúdica e o
direcionamento da atenção e do olhar, conforme a nossa necessidade e
objetivo.
Por exemplo, se eu desejo desenvolver o “apontar” para que o aluno aponte a
resposta certa, vou procurar colocar o seu brinquedo preferido em seu campo
visual e, posteriormente, com ajuda física, ensinar o apontar.
Quando houver a habilidade de apontar, somente com a indicação verbal, o
comportamento pode ser considerado como estabelecido.
Para fazer a avaliação dessa característica, costuma-se utilizar, por exemplo,
lanternas que produzem imagens (animais, objetos).
Para isso, diminui-se a iluminação do ambiente movendo a luz da lanterna na
parede e observando se a criança acompanha esse movimento, exercitando o
uso do olhar num processo de atenção.
É importante lembrar que essa etapa é parte de uma sequência e somente
poderá ser desenvolvida depois de feita a avaliação do uso do olhar e os
movimentos antecipatórios.
Após a utilização da lanterna, utiliza-se um objeto mais próximo da realidade
escolar.
Por exemplo, podemos utilizar um papel grande em uma parede, riscando uma
linha e pedindo que a criança passe o dedo em cima, até que chegamos ao
momento em que a criança seja convidada pelo seu olhar (ou pelo seu dedo) a
observar um objeto disposto em um local diferente.
Se um estudante com TEA apresentar altos níveis de ansiedade, sua atenção
será prejudicada e, consequentemente, a aprendizagem também.
Neste caso, uma das providencias pedagógicas será o fracionamento do tempo
das atividades para garantir a diminuição da ansiedade e melhorar a qualidade
da atenção.
O que esperamos é que a criança faça uma imitação espontânea já por volta
dos treze meses, quando a ensinamos a bater palminhas, por exemplo.
Em geral, um aluno autista com 6-7 anos não imita ou então tem uma imitação
atrasada, ou seja, aquela em que a criança ouviu uma frase há um tempo e
acaba repetindo fora de contexto.
A criança precisa repetir o fonema que você está emitindo, imite a escrita, pois
a cópia é uma forma de imitação.
Um ótimo exercício para isso é utilizar o espelho. Se a criança é muito
refratária à questão da imitação, pode-se induzi-la imitando seus gestos: se a
criança bate na mesa, você bate também, colocando-se à frente dela como se
fosse um espelho ou uma sombra.
As imitações motoras são também bastante atrativas: brincar de bola, pular em
uma cama elástica, jogar bolinhas para o alto...
Ensinar a criança a imitar coisas simples e através da brincadeira auxiliarão
muito na imitação da escrita, que nada mais é do que uma cópia.
Após a etapa de verificação desses primeiros percussores, deve-se observar o
que o paciente tem e o que não tem preservado, então montar um plano de
ação com atividades para possibilitar o desenvolvimento do uso do olhar, os
movimentos antecipatórias, a atenção compartilhada e a imitação, que são
habilidades indispensáveis a tudo que virá depois.
Embora a recomendação seja de que não se tenha pressa durante as
avaliações, sabemos que essa etapa não demanda de muito tempo. Já o
tempo para intervir é imprevisível, pois depende de vários fatores, como o
tempo que você passa com a criança, bem como a quantidade de vezes que as
atividades se repetem.
A sugestão é que sejam feitas pelo menos três tentativas a cada dez minutos,
alternando as atividades para evitar o cansaço e a perda de interesse da
criança frente aos estímulos.
É muito importante que encaremos esse processo de forma científica, fazendo
anotações, produzindo relatórios sobre os resultados, observando quais são as
falhas, o que precisa ser melhorado.
SENTAR:
Algumas crianças com autismo apresentam dificuldades em permanecer
sentadas, porém o comportamento de sentar é aprendido e podemos ensiná-
las a permanecer sentadas em contextos nos quais esse comportamento é
necessário, além disso, sentar é requisito para aprendizagens mais complexas
como a leitura, a escrita e a matemática.
ESPERAR:
Esperar é um comportamento necessário em várias situações do cotidiano.
Algumas crianças com autismo apresentam dificuldades em esperar, porém
esse comportamento pode ser aprendido e podemos ensiná-las a esperar para
que possam fazê-lo em contextos nos quais isso é necessário.
Nós temos dois tipos de métodos de alfabetização, esses métodos são
classificados de acordo com o processamento psicológico da criança.
Assim, nós aprendemos através de duas formas de processamento
psicológico: por análise ou por síntese.

São considerados métodos analíticos aqueles que partem de um todo para


uma unidade menor.
E são eles: psicolinguístico, natural, sentenciação, palavração.
Esses métodos não usamos na alfabetização do estudante com TEA, pois são
mais complexos e de muita memorização.

Os métodos sintéticos são utilizados para alfabetização de crianças com TEA,


sendo eles: alfabético; silabação; fônico.
Esses métodos são denominados sintéticos porque parte é uma parte menor,
como a letra, a sílaba e o fonema para formar o todo (palavra e sílaba).
Exemplo do método alfabético: o método tradicional, em que é apresentado o
alfabeto e o nome das letras.
Exemplo do método de silabação: As famílias silábicas são apresentadas
diretamente, para depois formar palavras e aumentar o repertório, também pelo
viés da memória.

Exemplo do método fônico: O alfabeto é apresentado de uma maneira bastante


singular, sem falar os nomes das letras, mas sim os seus sons.
A alfabetização começa com a apresentação das vogais:

Apresentar de formas gradativa e com uma sequência planejada de forma


intencional, de acordo com as características artísticas.
Primeiramente, trabalharemos com duas vogais (A/I)
Após todas as etapas que serão apresentadas aqui e a certeza de que os
nossos alunos manipularam com facilidade o reconhecimento dessas duas
primeiras vogais, apresentaremos as outras três vogais que faltavam para
completar o grupo (E/O/U)
Será iniciado com duas vogais e não com uma, pois as crianças com TEA
aprendem mais rapidamente e com mais propriedade quando podem comparar
e diferenciar.
VOGAL A E I:

● Apresentação dos sons e das imagens que representem esse som;


● No primeiro momento, somente imagens que gerem acertos, ou seja,
todas as imagens terão seus nomes iniciados por A ou I
● Não apresentamos a grafia, ou seja, a letra escrita, mas somente a ficha
de imagens e o som, perguntando quais figuras ou quais objetos
começam com AAAAAAAAA ou IIIIIIIIIIIIII;
● A pronúncia da vogal feita pelo alfabetizador é prolongada.

● Aqui entram imagens diferentes das anteriores, sendo 3 com A e 3 com


I, misturadas.
● A fase anterior é muito importante, pois teremos a certeza de que o
estudante já diferencia e reconhece os sons.

● O professor apresentará a primeira ficha de imagens, mas agora com a


presença da letra A, somente em caixa alta.
● Apresenta 4 imagens e todas começam pela letra A.
● A letra A aparece em caixa alta e em negrito.

ANJO APITO ABELHA AVIÃO


● Cada imagem que o estudante apontar com o reconhecimento correto
de quais se iniciam com A, o professor apontará para a letra que está no
mesmo espaço das imagens.
● Usar imagens diferentes repetindo quantas vezes for necessário.
● Posteriormente, a escrita imitativa, a cópia da letra ou até mesmo a
escrita espontânea.
● O professor escreve a letra A na presença do estudante e pede que ele
reproduza.
● Se houver dificuldade, há a possibilidade de cobrir a letra feita pelo
professor, o estudante passa por cima da letra escrita pelo professor,
sem pontilhado, evite o pontilhado, pois o estudante com TEA pode ter
dificuldade em discriminar que os pontinhos formam uma escrita e sendo
assim, use o ato de ele passar em cima da letra escrita mesmo.

● O estudante receberá um exercício com imagens para ESCREVER O


SOM INICIAL A.
● Abaixo de cada imagem, deixe um espaço para o estudante escrever a
letra A.
● Aqui, entram 4 imagens e todas começam com A:

_______________ _____________ _________________ _________________

● Se tivermos a certeza de que ele já identifica o som inicial e representa


graficamente escrevendo, faremos os mesmos procedimentos com a
vogal I - Exercícios da Segunda etapa e terceira etapa.

● É hora de reconhecer e discriminar as vogais apresentadas.


● Aqui entram 4 imagens e todas começam com a letra A e I.
● Abaixo de cada imagem um espaço para o estudante escrever a letra A
eI

_____________ ____________ _____________ ___________


● Aqui entram 4 imagens e todas começam pela letra A e I
● Abaixo de cada imagem, um espaço para o estudante escrever a letra A
eI

_____NJO ___ OGURTE _______PITO ______OIO

● Se o estudante acertar o som inicial de todas as imagens poderemos


passar para a etapa seguinte.
● Caso contrário, será preciso exercitar incansavelmente até
conseguirmos o aprendizado, além de desenvolver brincadeiras e
atividades que explorem a percepção auditiva e visual – condições
básicas para o processo de alfabetização.

● Hora da discriminação visual e auditiva.


● Aqui, entram imagens diferentes das anteriores, sendo pelo menos 3
com A, 3 com I.
● A cada desenho apontado pelo professor, o estudante escreverá a letra
correspondente, com o apoio visual da imagem.
● Se o estudante consegue escrever a letra solicitada, com o comando do
som, iniciaremos o ditado.
● Uma prática antiga nos dirá se há a consciência de que cada som
pronunciado tem uma representação gráfica.
● O ditado nos dirá, em caso de acerto, que podemos passar para
apresentação das outras vogais.
● Caso contrário, refaremos o caminho usando imagens sempre
diferentes.
● Quando nossos estudantes conseguirem escrever as vogais estudadas
sem apoio visual de imagens e apenas com estímulo auditivo.
● Então, chegou a hora de apresentar as vogais E, O U seguindo as
mesmas etapas.
VOGAL E, O U.

● Aqui, entram 4 imagens e todas começam pela letra E.


● Nesta fase, a preocupação com a vogal representar uma sílaba inicial
isolada já diminuiu.

● Aqui, entram imagens e todas começam com O.


● Entram imagens e todas começam pela letra U.

● O professor poderá criar exercício semelhantes a esses, quantos forem


necessários, até o estudante acertar todas as questões, com imagens
diferentes, para evitar a memorização sem aprendizagem.

● Entram imagens diferentes das anteriores, sendo 3 com E, 3 com O e 3


com U.

● A atividade acima é muito importante, pois teremos a certeza de que o


estudante já diferencia e reconhece os sons.
● O professor apresentará a primeira ficha de imagens, mas agora com a
presença da letra E, somente em caixa alta.
● Entram 4 imagens e todas começam pela letra E.
● A letra E aparece em caixa alta e em negrito.

ELEFANTE ESCADA ESCOVA ESTRELA


● Cada imagem que o estudante apontar com o reconhecimento correto
do que é que, se inicia com E, o professor apontará para a letra que está
no mesmo espaço das imagens.
● Assim como na primeira etapa, nós repetiremos esta com imagens
diferentes, quantas vezes forem necessárias.
● Posteriormente, inicia-se a escrita imitiva, a cópia da letra ou até mesmo
a escrita espontânea.
● O professor escreve a letra E na presença do estudante e pedirá que ele
reproduza adotando os mesmos procedimentos anteriores.

● O estudante receberá um exercício com imagens para ESCREVER O


SOM INICIAL E.
● Entram 4 imagens e todas começam com a letra E.
● Abaixo de cada imagem, um espaço para o estudante escrever a letra E.
E_______________ _____________ _____________ _____________

● Entram 4 imagens e todas começam com a letra E.


● Abaixo de cada imagem, um espaço para o estudante completar as
palavras que começam com a letra E.

_____LEFANTE _____SCADA _______SCOVA _____STRELA

● Se tivermos a certeza de que o estudante já identifica o som inicial e


representa graficamente escrevendo, faremos os mesmos
procedimentos com a vogal O – realizar a sexta, sétima e a oitava etapa
com a letra O.
● Se tivermos a certeza de que o estudante já identifica o som inicial e
representa graficamente escrevendo, faremos os mesmos
procedimentos com a vogal U – realizar a sexta, sétima e a oitava etapa
com a letra U.

● Hora da discriminação visual e auditiva.


● Entram imagens diferentes das anteriores, sendo pelo menos 3 com E, 3
com O, 3 com U.
● A cada desenho apontado pelo professor, o estudante escreverá a letra
correspondente, com o apoio visual da imagem.

● Ditado de todas as vogais, preferencialmente fora de ordem, sem o


apoio visual de imagens. O tempo varia em cada situação, mas é
preciso ter cuidado para não passar as etapas sem que o estudante
esteja apto e também que o alfabetizador não torne o trabalho repetitivo,

● oferecendo atividades que o estudante já realiza com expertise.
Somente depois dessa etapa, vamos para os encontros vocálicos.

Ao apresentarmos os encontros vocálicos, partimos do princípio de que a


criança já domina completamente todas as vogais.
Não existe uma ordem de apresentação dos encontros vocálicos – é
interessante que você observe-os e utilize-os de acordo com a situação.
Para exemplificar, escolhemos AI e EU, com o cuidado de escolher encontros
vocálicos que tivessem letras diferentes para que possamos utilizar 4 vogais e
também porque estes encontros facilitam a representação gráfica.
Como a criança já domina o som e a letra, nesta etapa já podemos apresentar
a figura com a grafia.
Para se trabalhar com os encontros vocálicos é preciso que os mesmos
possam ser representados concretamente por imagens ou por ações como:
EU – usar fotografia do estudante
AI – a imagem de alguém sentindo dor
OI – alguém acenando
Procedimentos importantes para a apresentação dos encontros vocálicos:
● Ter em mãos cartões com a vogais separadas, por ex.: um cartão com a
letra A e outro com a letra I

● Aproximar os 2 cartões mostrando que quando as letras se juntam


produzem um novo som AI, mostrar um novo cartão em que apareça o
encontro vocálico já formado AI com apoio da imagem que represente a
cena:
Precisamos mostrar, graficamente, a junção das letras. Faça isso com um
vídeo, uma animação, ou então com cartões colados em palitinhos e depois
apresente as duas vogais juntas. Dessa forma, a criança é capaz de perceber
que as duas vogais trabalhadas anteriormente agora estão juntas e formam um
novo som. Se não trabalharmos bem essa junção, pode ficar a ideia de que o
AI é uma terceira coisa e não duas letras que se unem para um novo contexto.

● Escrever, na frente do estudante, o encontro vocálico trabalhando com


apoio visual do cartão com imagem e pedir que o estudante faça o
mesmo,
● Pedir que o estudante escreva, novamente, o mesmo encontro vocálico,
mas dessa vez sem apoio visual.
● Apresentar da mesma forma os demais encontros vocálicos:
1º letras separadas;
2º desenho com a imagem do encontro e a escrita;
3º escrever com o estudante o encontro vocálico.
● Após ter aprendido todos realizar ditado dos mesmos sem nenhum apoio
visual.
● Após esta etapa aprendida se passa a ensinar todas as consoantes.
APRESENTANDO AS CONSOANTES B – T – M
● Apresentar uma de cada vez.
● Começar com a letra B.

O som da letra B:
● Apresentar somente imagens cujos objetos iniciam-se com B sem a
presença da letra.
● O educador pode apresentar mais do que 4 imagens ao longo do
processo até ter a certeza de que o reconhecimento do som inicial se
concretizou.

O som da letra T:
● Apresentar somente imagens cujos objetos iniciam-se com T sem a
presença da letra.
● O educador pode apresentar mais do que 4 imagens ao longo do
processo até ter a certeza de que o reconhecimento do som inicial se
concretizou.
O som da letra M:
● Apresentar somente imagens cujos nomes iniciam-se com M sem a
presença da letra.
● O educador pode apresentar mais do que 4 imagens ao longo do
processo até ter a certeza de que o reconhecimento do som inicial se
concretizou.

O som das letras B - T - M


● Agora nesta etapa apresenta somente imagens cujos nomes comecem
com B – T – M sem a presença da letra.
● O reconhecimento deve ser feito pelo som e pela imagem.
● Utilizar os mesmos desenhos anteriores, mas todos juntos.
● Nesta etapa, o estudante deve escrever a primeira letra.

O som da letra B:

____ALÃO ___ANANA ____OLA ____OLO

● Agora, apenas indicamos o som e perguntamos aos estudantes com


qual som começa cada desenho.
● Os mesmos deverão escrever ou colar a letra inicial abaixo do desenho.

O som da letra B:
__________ ____________ _____________ _______________

● Em seguida, continuamos usando somente o som B.


● O educador fala o som e o estudante escreve, sem nenhum apoio visual
de nenhuma imagem.

ATENÇÃO:
FAREMOS AS MESMAS ETAPAS COM AS LETRAS
● T
● Escrever a primeira letra.
● Escrever ou colar a letra inicial abaixo do desenho.

DITADO:

● Ao final, é hora de verificar a consciência fonológica e ver se o estudante


já é capaz de diferenciar uma consoante da outra.
● Somente com estímulo auditivo, realizar o ditado com as consoantes B e
T.
● Escreva o som B.
● Escreva o som T.

ATENÇÃO:
FAREMOS AS MESMAS ETAPAS COM AS LETRAS
● M.
● Escrever a primeira letra.
● Escrever ou colar a letra inicial abaixo do desenho.
DITADO:

● É hora de verificar a consciência fonológica e ver se o estudante já é


capaz de diferenciar uma consoante da outra.
● Somente com estímulo auditivo, realizar o ditado com as consoantes B –
T – M.
● Escreva o som B.
● Escreva o som T.
● Escreva o som M.

FORMAÇÃO DE PALAVRAS COM O VOCABULÁRIO QUE JÁ


TEMOS:
● Apresentar as palavras formadas, também relacionadas às imagens:

BOTA LATA MOLA MALA BEBÊ MATO

● Realizar os exercícios sempre com uso de imagens.

● Ligar a palavra ao desenho: Ex.:

LATA
BOTA

● Completar as palavras com as letras que faltam:

__O__A __A___A ___O__A ___A___A __E__Ê


___A___O

● Desenhar ou colar a figura correspondente às palavras:

BALA BOLA LATA MALA MOLA

● Ditado:
Escrevendo as palavras somente com estímulo auditivo, sem o apoio da
imagem.

● ATENÇÃO:
● Realizar as mesmas etapas com palavras de 3 sílabas:

LUA MÃO TOMATE LEÃO LEITE LIMÃO

ENTÃO:
Realizar as seguintes etapas para apresentação das demais consoantes.
Seguir esta ordem:
● N–P–V
● D–F–S
● J–G–V
● C–Q–R
● Z–X–
● W – K- Y

QUE SÃO:
● Apresentar somente imagens cujos nomes iniciam-se com a consoante
sem a presença da letra.
● O estudante deve escrever a primeira consoante.
● Escrever ou colar a letra inicial abaixo do desenho.
● O educador fala o som e o estudante escreve, sem nenhum apoio visual
de nenhuma imagem .
● Ditado.
● Formação de palavras com o vocabulário que já temos.
● Ligar a palavra ao desenho.
● Desenhar ou colar a figura correspondente às palavras.
● Escrevendo as palavras somente com estímulo auditivo, sem o apoio da
imagem.
● Formar e apresentar com auxílio de imagens novas palavras de 3
sílabas.

Após todas as etapas anteriores vencidas, chega o momento de trabalharmos


as famílias silábicas de todas as consoantes estudadas.
Vamos seguir as mesmas ordens dos grupos das consoantes.
Seguir esta ordem:
● B–T-M
● N–P–V
● D–F–S
● J–G–V
● C–Q–R
● Z–X–
● W – K- Y
Devemos começar a trabalhar como trabalhamos os encontros vocálicos.
Mostre as letras separadas.

+ = BA
E depois juntas, como ficam.
Trabalhe as letras com todas vogais formando a família silábica.
Você pode usar cartazes para fixar as famílias silábicas.
Trabalhe uma letra de cada vez.

Em seguida comece a trabalhar a escrita.


Escreva junto com seu aluno as sílabas.
No quadro, no caderno, em folhas separadas, enfim do jeito que achar melhor
e aos poucos vá retirando a ajuda.
É interessante trabalharmos as famílias silábicas de diferentes formas, como o
reconhecimento.
Depois disso, vamos mostrar para o aluno as famílias silábicas dentro das
palavras e pedir para que eles façam o reconhecimento: quais as palavras que
começam com bbbbbbbb?
Explore aqui a família silábica do fonema.
Mostre para o aluno, na prática, o que é um “pedaço” de alguma coisa (pedaço
de biscoito, por exemplo).
Nesse momento, para ajudar o reconhecimento, ainda vamos utilizar as
sílabas iniciais marcadas com cores diferentes – por isso trabalhamos tanto a
percepção visual, para que o aluno consiga reconhecer esse tipo de
diferenciação entre as cores e sílabas.
Note que, nesta etapa, estamos trabalhando a sílaba inicial das palavras, não
mais o fonema e a consoante.
Após vários exercícios de fixação das famílias silábicas, começamos a
aumentar o vocabulário, apresentando formações de palavras possíveis com
as sílabas, sem deixar de representar as palavras com as figuras, para que o
aluno tenha o apoio visual, que auxiliará na memorização, na leitura e na
interpretação da imagem.

Etapas para apresentação das famílias silábicas:


1ª – cartões com consoantes e vogais separadas;
2ª – montar a sílabas;
3ª – apresentar imagens com as iniciais das sílabas;
4ª – escrever com o aluno, com apoio de imagens, as sílabas aprendidas.
Depois de bem fixado, chegou a hora do ditado.
Realize o ditado 1º com apoio de imagens.
Mostre a imagem e o aluno escreve com que sílaba começa.
Depois, faça o ditado só com estímulo verbal.
Fale a palavra e o aluno escreve a inicial da palavra.
Trabalhe cada grupo de consoante com sua família silábica de uma vez, só
passe para o próximo grupo quanto tiver a certeza que seu aluno assimilou
todos conteúdos ensinados.
Apresente todos os grupos de consoantes.

Pronunciar os sons dos dígrafos, apresentando como cada um se modifica em


situações diversas.
Nesse momento, apresentaremos três dígrafos importantes: CH, LH e NH. Na
nossa língua, o conceito de dígrafo é a junção de duas letras que apresentam
um único som.
Devemos começar a trabalhar como trabalhamos a apresentação das famílias
silábicas.
Mostre as letras separadas.

C + H = CH
E depois juntas como ficam?
Que palavras formam?
Mostre imagens com estas palavras e destaque os dígrafos.
CHAPÉU

CHINELO

É importante trabalharmos já com os fonemas inseridos nas palavras, visto que


nesse momento o aluno já lê.
Até chegarmos nessa etapa, todas as habilidades já devem ter sido bem
treinadas, para que nosso aluno seja capaz de imaginar, trabalhar polissemia e
diversos significados.
Como podemos ver na imagem a seguir, nesta etapa deve-se montar um
vocabulário.
É interessante que apresentemos, sempre que possível, uma representação
imagética para cada uma destas palavras, levando objetos para mostrar aos
alunos, colando figuras, desenhando, etc.
O vocabulário é importantíssimo para que possamos desenvolver a ideia de
leitura. Para apresentar as palavras, inicialmente, separe cada dígrafo com
uma cor diferente.
Em um segundo momento, apresente todas as mesmas palavras novamente,
porém utilizando a mesma cor.
Caso isso não dê certo, retorne à etapa anterior dando ênfase nos sons de
cada dígrafo para fazer com que a criança reconheça as palavras
independentemente da cor. Somente após o cumprimento desta etapa,
seguimos adiante.

Após o estudo desses três primeiros dígrafos, a nossa sugestão é apresentar o


RR e o SS, que ainda não apresentam muitas dificuldades.
A única dificuldade que pode ocorrer é com determinada palavra que tenha um
som de R mais forte, por exemplo a palavra Rato, pois a criança pode entender
que começa com RR. Por isso, temos que ter cuidado em como apresentar
palavras com som forte ou som fraco.
Uma boa ideia é dizer que esse tipo de dígrafo só ocorre no meio ou no miolo
da palavra (aí já estamos apresentando um outro conceito: começo, meio e
fim). Mostre uma fruta ou um pão à criança e apresente o que significa miolo.

Com a mesma ideia da etapa anterior, mostre primeiro o vocabulário com os


dígrafos em cores diferentes e depois todas as palavras na mesma cor.

Nesse momento temos um leitor experiente, ávido por querer ainda mais e por
isso vamos ampliar cada vez mais o vocabulário.
Não é necessário escrever todas as palavras aprendidas, mas é sempre bom
renovar o vocabulário e para termos certeza de que estamos conseguindo ter
êxito, o ideal é fazer o ditado, como em todas as etapas anteriores.
● Quando apresentarmos, por exemplo, os dígrafos GUE e GUI, mostre a
necessidade dos três fonemas confrontando com palavras como
GUERRA e ÉGUA.
● Evite fazer apresentações isoladas. Isso vale para todos os outros
encontros também: os consonantais, as inversões, etc. Contextualize
sempre!
● Ao apresentar o GE e o GI, confrontar com o J! Foneticamente, não há
diferença na pronúncia, mas há diferença na grafia, daí a importância
das fichas de leitura e de vocabulário.
● No momento da apresentação do NH, aproveite para dar a ideia de
diminutivo. Contextualize e mostre à criança a importância do NH: bola –
bolinha, gato – gatinho, etc.
● Utilize fonemas que a criança já conheça e já saiba lidar, formando
sílabas palavras e frases.

🠶 O acento agudo é usado nas vogais quando a mesma fica


mais forte.
🠶 Mostre a seu aluno imagens com a escrita.
🠶 Mostre o acento.
🠶 Destaque a pronúncia.

Você pode levar várias figuras para comparar e destacar o acento.


Faça também outros exercícios como:
● Escreva as palavras que possuem acento agudo (o alfabetizador
começa e o aluno termina) .

Sofá, Café, Céu, Vó, Nó, Já, Índio, País

● Escolha 5 palavras para escrever no quadro abaixo:

● Leia a frase e depois vamos cantar a música:

O Sapo não lava o pé.


● Você consegue desenhar o que acabou de ler?

Caso o aluno não consiga desenhar, ele pode colar uma imagem

● Usando um marca texto circule as palavras com acento agudo.


Faça o mesmo para o acento circunflexo.
🠶 O acento circunflexo é usado nas vogais que ficam com o som
fechado.
🠶 Mostre a seu aluno imagens com a escrita.
🠶 Mostre o acento.
🠶 Destaque a pronúncia.

VOVÔ

Escreva as palavras que possuem acento circunflexo (o alfabetizador começa e


o aluno termina).

Vovô, Você, Vôlei, Ônibus, Bebê, Cadê,

● Escolha 5 palavras para escrever no quadro abaixo:


● Leia a frase e depois vamos cantar a música:

Dorme, dorme o bebê.

● Você consegue desenhar o que acabou de ler?

Caso o aluno não consiga desenhar, ele pode colar uma imagem

● Usando uma caneta marca texto, circule as palavras com acento


circunflexo.
Aqui o educador irá apresentar a letra maiúscula e a minúscula e pode também
usar o termo letra grande e letra pequena.

● Faça na lousa, com letra de forma, em maiúsculo e minúsculo, a vogal


escolhida.

● Reproduza com os alunos o movimento de traçado da letra escolhida com o


dedo no ar.

● Sobre a carteira.
● na areia.

● Confeccione um cartaz com a letra escolhida em maiúsculo e minúsculo, e


cole diversas imagens que o objeto começa com a letra escolhida. Pronuncie
com o aluno o nome de cada figura, dando ênfase ao som da vogal.

● Oriente o aluno a realizar a atividade educativa proposta na ficha. Peça para


que passe o dedinho sobre o tracejado da vogal maiúscula e minúscula
seguindo as setas de acordo com a numeração. Disponibilize lápis de ponta
grossa e oriente-o a cobrir com cuidado as letras tracejadas. Em seguida, peça
que observe os desenhos ilustrados na folha de atividade. Pergunte o nome de
cada desenho e com que letra começa a palavra. Incentive o diálogo, para que
o aluno possa se expressar.

● Realizando cópia do quadro.


● Realizando ditado.

O professor escolhe o termo de acordo com a condição de compreensão do


aluno. Deve-se lembrar também de que se o termo não for conhecido do aluno,
ou seja que não faça parte do vocabulário dele, podemos, e devemos escolher
palavras que nos permita trabalhar a ideia de substantivo.

🠶 Substantivo próprio.
🠶 Até aqui nosso aluno já possui bastante conhecimento.
🠶 Então, podemos partir do seu nome.
🠶 Explicar que seu nome é importante.
🠶 Por isso, um nome próprio se escreve com a inicial maiúscula.

Henrique

Vamos apresentar agora os diferentes tipos de nomes.


Para isso, o professor pode utilizar os seguintes exercícios:
1- Qual o seu nome?____________________________________
2- Onde você mora?____________________________________
O seu nome e o nome de onde você mora são substantivos PRÓPRIOS.

Mas os nomes jacaré, jipe, martelo, são substantivos COMUNS.

Os substantivos próprios são nomes de pessoas e lugares e os nomes de


coisas, e objetos são substantivos comuns.

O professor pode realizar quantos exercícios julgar necessários para trabalhar


esses conceitos.

Para que o aluno compreenda que adjetivo é a característica que traz


diferenciação, sugerimos que o professor apresente vários tipos de carros,
depois fixe a atenção do aluno na imagem que tem um carro amarelo, e peça
que o diferencie dos outros. Reforce a ideia de característica/adjetivo

Exemplos:
1- Vamos completar o quadro com adjetivos
Menino alto
Casa
Cachorrinho
Boneca
Comida

Para que o aluno compreenda o conceito de diminutivo, apresente figuras que


os represente, por exemplo:

PEIXE

PEIXINHO
PEIXÃO

Leve para sala vários objetos de tamanhos diferentes e compare, classifique.


ATIVIDADES DE SOBREPOR ÀS IMAGENS:
Os alunos pegam as mesmas imagens em fichas e sobrepõem na imagem
adequada.

● Realize as mesmas atividades com o aumentativo.


Em primeiro momento trabalharemos com o eu.
Eu sou...........

MENINA MENINO
● Nesta tabela fixar a foto do aluno, representando se é menino ou
menina.

Usaremos para trabalhar o gênero feminino e masculino, imagens de animais e


seus pares.
Use jogos, como jogo da memória.
E assim vamos formando seus pares.

● Diversifique as atividades, até que os alunos entendam a atividade de


gênero.

BR, CR, PR, DR, TR, CL E OUTROS MAIS QUE O PROFESSOR


PUDER TRABALHAR...
Para realização desta atividade é importante que os alunos
conheçam o alfabeto e saibam o que são vogais e consoantes.
Atividades:
● Use um dado de letras, jogue o dado, formando palavras com encontros
consonantais, registrando as mesmas no quadro.

● Trabalhe com placas, nas quais os alunos terão que juntar as


letras formando as palavras.
● Trabalhe com a escrita das palavras.

Iniciaremos a formação de frases só com imagens.


O MACACO COME BANANA.

O MACACO COME BANANA

O MACACO COME BANANA

● Colocando no quadro as imagens, escrevendo embaixo das


mesmas.
● Cada aluno pode montar uma frase.
● Depois copiar as frases no caderno.

Nesta atividade o aluno encaixa as frases nos desenhos


correspondentes.

● Trabalhando a construção das frases com figuras, sempre no


final, realizando a cópia das mesmas.
● Construindo frases só com apoio visual:
O trabalho com produção textual se dá a partir da palavra e frase.
De início, podemos usar figuras e aos poucos ir substituindo só pela escrita.
Apresente as imagens e monte o texto junto com os alunos.

Em seguida, inicie o texto e deixe que o estudante dê continuidade do mesmo:


Exercícios que os alunos podem completar como desejar, desde que tenha
sentido.

🠶 Você pode construir com alunos pequenos livros, cada dia você
confecciona com ele uma página e no final ficará um lindo texto e um
lindo livro.
🠶 Você pode dar as figuras e eles construírem os textos.

Ou construírem o texto e depois ilustrar.


Neste modulo o professor fará a proposta de temas variados e apoiará o aluno
com perguntas para ajudar a estruturar o pensamento.

TEMA: Meu Passeio Preferido


● Qual foi o seu passeio preferido?
● Quem foi com você?
● O que vocês fizeram?
● Como terminou?
● Você gostaria de voltar lá?
E o aluno responde interpretando a pergunta.
● Realizando a interpretação, usando música, cantando, destacando,
perguntando o que acontece na música.
Podemos usar figuras também para trabalhar com a interpretação do texto.

● Escreva o texto junto com os alunos.


● Em seguida, deixe os alunos criarem seu texto.

Existem alguns passos que auxiliam na aprendizagem da leitura para alunos


autismo.

Veremos aqui algumas dicas que nos auxiliarão a trabalhar o incentivo à leitura
de nossos alunos.
Alunos com TEA, normalmente, precisam ter uma rotina que garanta
previsibilidade ao seu dia-a-dia. Para eles, é importante saber o que vai
acontecer, quais serão as atividades do dia, e principalmente se haverá algo de
diferente. Essa antecipação dos acontecimentos ajuda a se sentirem seguros,
porque dessa forma ele compreende seus objetivos e consegue saber o que as
outras pessoas esperam que eles façam em cada momento.

Ler sobre atividades habituais pode ajudar a interpretar o texto e associá-lo ao


seu cotidiano.

Ler todos dias um pequeno livro em sala durante a rotina ajuda a adquirir e
entender o hábito da leitura.

É comum que alunos autistas demonstrem o chamado interesse restrito, ou


seja, gostam tanto de um determinado assunto que se fixam nele. Gostam de
ler, saber e falar sobre ele, tornando-se praticamente especialistas. O interesse
restrito pode ser por um assunto (como dinossauros), uma ação (como alinhar
objetos), um objeto (seu brinquedo preferido) ou até um tema mais amplo
(como matemática).

É possível aproveitar o interesse restrito para incentivar a leitura, procurando


livros que tratem do tema pelo qual ela é fissurada. Se seu aluno gosta muito
de trens, que tal ler com ele um livro que fale tudo sobre isso? Podem começar
com um livro infantil mais curto, com frases curtas e imagens relacionadas,
mas há grandes chances de a criança não querer parar por aí e logo pedir um
novo livro para aprender ainda mais.

Alguns alunos com TEA têm dificuldade de lidar com contextos novos e com o
desconhecido. Por isso, é importante procurar histórias com as quais ela se
sinta confortável e, melhor ainda, se identifique. É bom que os livros tenham
personagens da sua idade, mostrem familiares, locais que ela já conheceu, ou
atividades que ela pratica.
Livros personalizados têm um apelo especial para leitores com autismo.
Quando o aluno cria seu próprio personagem para ser o protagonista e se
reconhece no livro, isso gera identificação e a aproxima das situações vividas
na história. O resultado é que ela vai querer ler o livro repetidas vezes, dessa
forma incentivando o hábito da leitura e potencializando seu aprendizado.

Seja na escola ou em casa, alunos com TEA têm mais facilidade para aprender
determinado conceito quando começa com passos básicos e vai aumentando a
complexidade gradativamente, em uma ordem lógica.
Ao ensinar alunos com autismo a ler, comece com os fonemas, ou seja, o som
produzido por cada letra. Ensine usando exemplos de palavras que o aluno usa
bastante, como P de “pai”, por exemplo, relacionando sempre a objetos e
elementos de seu dia-a-dia,
Depois, ela começará a formar sílabas, e para essa fase existem diversos
jogos educativos que podem auxiliar o aprendizado. Só mais tarde, ela terá
consciência sobre a formação das palavras e frases.
Em cada explicação, é importante manter instruções diretas e objetivas,
lembrando que pessoas com autismo têm dificuldade com conceitos abstratos.
É bom sempre seguir uma lógica: revisar o que a criança já sabe, apresentar
um único conceito novo, e então praticá-lo.
O tempo de atividades ou de leitura também devem ser ajustados aos poucos.
Tente ler por alguns minutos de cada vez no início. Em seguida, aumente
gradativamente o tempo de leitura quando a criança melhorar sua capacidade
de atenção.

Cada pessoa aprende melhor de uma forma e o mesmo acontece com alunos
com autismo. Por isso, é importante buscar estímulos multissensoriais, porque
pode ser que seu aluno aprenda mais usando a visão, ou então o som, e até
mesmo o toque.
Alunos mais visuais gostam de ver aquilo que estão lendo ou aprendendo, por
isso é essencial que as imagens do livro correspondam ao que está escrito
nele. Dessa forma, são criadas associações entre o texto e os recursos visuais,
favorecendo o desenvolvimento da linguagem.
Alunos mais auditivos preferem ouvir instruções orais e depois discutir o que
aprenderam para solidificar o material. Na leitura, uma boa ideia é adquirir um
Audiolivro para a criança ouvir enquanto acompanha o texto escrito, para assim
ir decodificando as palavras.
Já os alunos “mão na massa” aprendem melhor fazendo, e absorvem melhor o
conhecimento quando podem tocar e manipular objetos. Procure livros que
sejam acompanhados de outros elementos, ou então seja criativo e crie você
mesmo objetos para personificar a leitura! Se a história se passa em uma
caverna, que tal criar uma caverna. Construa objetos que aparecem na história,
eles vão deixar a leitura mais divertida e fazer com que aprender se torne uma
verdadeira brincadeira.

● Enquanto seu aluno colore, rabisca ou cola, o professor direciona um


foco de luz com o apoio de uma lanterna, para a atividade que está sendo
realizada;
● Durante a rotina diária, o professor deve inserir sempre que possível
músicas que contenham bastantes rimas. Lembre-se de assinalar a
apresentação das rimas com palmas;
● Caso seu aluno ainda não consiga escrever a letra solicitada, ele pode
cobrir e fazer colagens de sobreposição de letras, mas a escrita deve ser
incentivada;
● Ofereça letras com traço contínuo fino para cobrir. Ao colorir,
preferencialmente, o aluno deve usar uma cor diferente do traço que está na
folha;
● Se usar letra móvel na atividade, será necessário fotografar e apresentar
o modelo na revisão do que foi aprendido;
● Quando o aluno não consegue desenhar letras, normalmente, também
não consegue desenhar. Essa é a hora de investir no simbolismo, pois quando
chegamos no momento da interpretação e da produção textual, diversos tipos
de textos serão trabalhados, da narração às histórias em quadrinhos e a
capacidade de imaginat será cada vez mais indispensável;
● Utilize folhas A3 e caneta tipo piloto por deslizarem com mais facilidade
nos papéis e facilitarem o movimento de pinça;
● Apresentar as letras não só em folhas de exercícios, mas organizar um
cartaz com pelo menos 10 imagens de figuras que iniciem com a letra
trabalhada;
● O cartaz exposto facilitará a evocação da memória aprendida. É
importante que o cartaz só contenha imagens e não a letra;
● Brincar de amarelinha e usar uma letra de madeira ou borracha para
marcar os quadrantes;
● Colorir letras vazadas com tinta, respeitando o limite do contorno;
● Procurar letras de madeira em cestas com vários objetos;
● Relacionar com o ensino da matemática, quantas letras encontrou no
cesto, pintou ou encontrou na chamada dos nomes dos colegas;
● Completar os nomes dos colegas da sala que o aluno já utilizou em
outros exercícios. Se ainda não conseguir escrever, poderá colar letras
impressas nos espaços adequados;
● Cobrir com cola colorida na letra com barbante, com apoio do bico do
tubo;
● Construir letras com massinhas ou palitos de picolé;
● Recortar letras grandes impressas em papel comum. O formato da letra
em bastão facilita esse recorte;
● Procure estimular a escrita em diversos planos, no quadro, pois facilita o
uso do olhar direcionado à atividade executada, sem perda da atenção;
● Oferecer escrita em planos inclinados. Pode-se usar pranchetas ou livros
grossos inclinados;
● Oferecer oportunidade de cópia com o modelo no plano lateral e
horizontal, ou seja, em uma página ou folha deve haver a letra escrita pelo
professor e ao lado o espaço em branco para o aluno escrever;
● Mostrar figuras uma a uma, alternando-as, começando com uma letra e
outra com outra letra, o aluno levantará a letra do som correspondente como
resposta;
● Oferecer imagens para colar no lugar certo;
● Ditado com apoio visual – o alfabetizador apresenta um cartão com
figuras cujos nomes iniciem pela letra;
● Ditado com apoio visual temporário – o professor escreve as letras no
quadro ou folha de papel no plano vertical, enquanto pronunciamos os sons.
Depois apaga ou guarda, se fez em papel, e dita sem apoio visual;
● Ditado sem apoio – ditar sem ter feito nenhuma forma de apoio antes.
Simplesmente diga: eu dito e você escreve.

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