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Segundo Reinado Ciclo do café

Na segunda metade do século XIX, o café tornou-


O Segundo Reinado é a fase da Histó ria do Brasil se o principal produto de exportaçã o brasileiro,
que corresponde ao governo de D. Pedro II. Teve sendo também muito consumido no mercado
início em 23 de julho de 1840, com a mudança na interno.
Constituiçã o que declarou Pedro de Alcâ ntara Os fazendeiros (barõ es do café ), principalmente
maior de idade com 14 anos e, portanto, apto paulistas, fizeram fortuna com o comé rcio do
para assumir o governo. O 2º Reinado terminou produto. As mansõ es da Avenida Paulista
em 15 de novembro de 1889, com a Proclamaçã o refletiam bem este sucesso. Boa parte dos lucros
da Repú blica. do café foi investida na indú stria, principalmente
O governo de D. Pedro II, que durou 49 anos, foi nas cidades de Sã o Paulo e Rio de Janeiro,
marcado por muitas mudanças sociais, política e favorecendo o processo de industrializaçã o do
econô micas no Brasil. Brasil.
Política no Segundo Reinado Imigração
A política no Segundo Reinado foi marcada pela Muitos imigrantes europeus, principalmente
disputa entre o Partido Liberal e o Conservador. italianos, chegaram para aumentar a mã o de obra
Estes dois partidos defendiam quase os mesmos nos cafezais de Sã o Paulo, a partir de 1850.
interesses, pois eram elitistas. Neste período o Vieram para, aos poucos, substituírem a mã o-de-
imperador escolhia o presidente do Conselho de obra escrava que, devido as pressõ es da
Ministros entre os integrantes do partido que Inglaterra, começava a entrar em crise. Alé m de
possuía maioria na Assembleia Geral. Nas eleiçõ es buscarem trabalho nos cafezais do interior
eram comuns as fraudes, compras de votos e até
paulista, també m foram para as grandes cidades
atos violentos para garantir a eleiçã o. do Sudeste que começavam a abrir muitas
Término da Guerra dos Farrapos indú strias.
Quando assumiu o impé rio a Revoluçã o Questão abolicionista
Farroupilha estava em pleno desenvolvimento. - Lei Eusébio de Queiró z (1850): extinguiu
Havia uma grande possibilidade de a regiã o sul oficialmente o trá fico de escravos no Brasil
conseguir a independê ncia do restante do país. - Lei do Ventre Livre (1871): tornou livre os filhos
Para evitar o sucesso da revoluçã o, Dom Pedro II de escravos nascidos apó s a promulgaçã o da lei.
nomeou o barã o de Caxias como chefe do - Lei dos Sexagená rios (1885): dava liberdade aos
exé rcito. Caxias utilizou a diplomacia para escravos ao completarem 65 anos de idade.
negociar o fim da revolta com os líderes. Em - Lei Á urea (1888): assinada pela Princesa Isabel,
1845, obteve sucesso atravé s do Tratado de aboliu a escravidã o no Brasil.
Poncho Verde e conseguiu colocar um fim na Crise do Império
Revoluçã o Farroupilha. A crise do 2º Reinado teve início já no começo da
Revolução Praieira década de 1880. Esta crise pode ser entendida
A Revoluçã o Praieira foi uma revolta liberal e através de algumas questõ es:
federalista que ocorreu na província de - Interferê ncia de D. Pedro II em questõ es
Pernambuco, entre os anos de 1848 e 1850. religiosas, gerando um descontentamento nas
Dentre as vá rias revoltas ocorridas durante o lideranças da Igreja Cató lica no país;
Brasil Império, esta foi a ú ltima. Ganhou o nome - Críticas e oposiçã o feitas por integrantes do
de praieira, pois a sede do jornal dirigido pelos Exé rcito Brasileiro, que se mostravam
liberais revoltosos (chamados de praieiros) descontentes com a corrupçã o existente na corte.
situava-se na rua da Praia. Alé m disso, os militares estavam insatisfeitos
Guerra do Paraguai com a proibiçã o, imposta pela Monarquia, pela
Conflito armado em que o Paraguai enfrentou a qual os oficiais do Exé rcito nã o podiam dar
Tríplice Aliança (Brasil, Argentina e Uruguai) declaraçõ es na imprensa sem uma pré via
com apoio da Inglaterra. Durou entre os anos de autorizaçã o do Ministro da Guerra;
1864 e 1879 e levou o Paraguai a derrota e a - A classe mé dia brasileira (funcioná rio pú blicos,
ruína. profissionais liberais, jornalistas, estudantes,

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artistas, comerciantes) desejava mais liberdade e
maior participaçã o nos assuntos políticos do país.
Identificada com os ideais republicanos, esta
classe social passou a apoiar a implantaçã o da
Repú blica no país;
02- Sã o mudanças significativas que ocorreram no
- Falta de apoio dos proprietá rios rurais,
Império Brasileiro a partir dos meados do século
principalmente dos cafeicultores do Oeste XIX, EXCETO:
Paulista, que desejavam obter maior poder
(a) Incentivo à imigraçã o europeia, com a
supressã o do trabalho escravo, através do
sistema de parceria introduzido na lavoura
cafeeira do Vale do Paraíba pelo Senador
Vergueiro.
(b) Surto de desenvolvimento industrial sob o
patrocínio do Barã o de Mauá , garantindo a
liberaçã o de capitais ingleses, apó s a extinçã o
do trá fico negreiro.
(c) Impulso à s atividades urbanas em curso no
país, propiciado pela decretaçã o da tarifa
político, já que tinham grande poder econô mico. protecionista Alves Branco, possibilitando o
Fazendeiros de regiõ es mais pobres do país aumento das rendas governamentais.
també m estavam insatisfeitos, pois a aboliçã o da (d) Disponibilidade de capitais, antes empregados
no trá fico de escravos africanos que, apó s o
escravatura, encontraram dificuldades em
decreto da lei Eusébio de Queiró s, foram
contratar mã o de obra remunerada. canalizados para a modernizaçã o do país.
Fim da Monarquia e a Proclamação da
República
03- Qual era a importâ ncia econô mica do café no
Em 15 de novembro de 1889, o Marechal Deodoro Segundo Reinado? Quais fatores explicam a
da Fonseca, com o apoio dos republicanos, rá pida expansã o dessa atividade?
destituiu o Conselho de Ministros e seu
presidente. No final do dia, Deodoro da Fonseca
assinou o manifesto proclamando a Repú blica no
Brasil e instalando um governo provisó rio.
No dia 18 de novembro, D. Pedro II e a família
imperial brasileira viajaram para a Europa. Era o
começo da Repú blica Brasileira com o Marechal
Deodoro da Fonseca assumindo, de forma
provisó ria, o cargo de presidente do Brasil. 04- Observe a imagem abaixo e complete:

RECAPITULANDO!!! a) O principal
produto agrícola
01- Explique a diferença entre o parlamentarismo de todo o
europeu e o parlamentarismo brasileiro? Segundo Reinado
foi o
.

b) Favorecido
pelas condiçõ es
geográ ficas da
regiã o

do Brasil,
principalmente no
paulista, as lavouras de café alcançaram
tamanho desenvolvimento que, a partir de 1850,
o café era o principal produto na pauta das
brasileiras.

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c) A classe dos grandes produtores de café pode 08- Em 4 de setembro de 1850, foi sancionada no
ser dividida em dois setores bá sicos: o setor Brasil a Lei Eusébio de Queiró s (ministro da
, composto pelos fazendeiros Justiça), que abolia o trá fico negreiro em nosso
de café da Baixada Fluminense e do Vale do país. Em decorrência dessa lei, o governo imperial
Paraíba, e o setor brasileiro aprovou outra, "a Lei de Terras".
composto pelos Dentre as alternativas a seguir, assinale a
fazendeiros de café do Oeste paulista. correta.

(a) A Lei de Terras facilitava a ocupaçã o de


05- Assinale a alternativa correta sobre a propriedades pelos imigrantes que passaram a
economia cafeeira durante o Império. chegar ao Brasil.
(b) A Lei de Terras dificultou a posse das terras
(a) A aboliçã o da escravidã o inviabilizou a pelos imigrantes, mas facilitou aos negros
expansã o do plantio, por falta de mã o-de-obra libertos o acesso a elas.
especializada. (c) O governo imperial, temendo o controle das
(b) A decadê ncia da economia cafeeira no Vale terras pelos coroné is, inspirou-se no "Act
do Paraíba coincidiu com a franca expansã o Homesteade" americano, para realizar uma
do plantio no chamado Oeste Paulista. distribuiçã o de terras aos camponeses mais
(c) O escoamento do produto foi facilitado pela pobres.
ampla construçã o de estradas, que permitia (d) A Lei de Terras visava a aumentar o valor das
aos caminhõ es o transporte até os portos. terras e obrigar os imigrantes a vender sua
(d) O fim do impé rio teve como consequê ncia força de trabalho para os cafeicultores.
imediata a desestruturaçã o e decadê ncia da (e) O objetivo do governo imperial, com esta lei,
economia cafeeira e a substituiçã o por uma era proteger e regularizar a situaçã o das
política industrialista. dezenas de quilombos que existiam no Brasil.
(e) A política imperial preocupou-se
essencialmente em favorecer os interesses dos 09- "Nã o se pode esquecer os laços estreitos que
produtores de açú car do Nordeste, ignorando ligavam a economia agroexportadora brasileira à
as necessidades dos produtores de café. Inglaterra. Os ingleses, nas dé cadas de 1840-50,
praticamente dominavam o comé rcio de
06- Cite três realizaçõ es do Barã o de Mauá . E por importaçã o-exportaçã o do país; nos anos de
que as empresas do Barã o de Mauá foram à 1840, firmas britâ nicas controlavam 50% das
falê ncia? exportaçõ es brasileiras de café e açú car e 60%
das de algodã o. Da mesma maneira, os bancos
ingleses, atravé s de empré stimos externos ao
Estado, se faziam presentes na economia
nacional. A este tipo de presença econô mica,
agrega-se que as pressõ es inglesas (...) assumiam
a forma militar, com o aprisionamento de navios
brasileiros." (Joã o L. Fragoso e Francisco C. T. da Silva,
"A Política no Impé rio e no início da Repú blica Velha." In
Maria Yedda Linhares (org.), "Histó ria Geral do Brasil")
Alé m dessa presença econô mica, o país
citado exerceu pressõ es para que o governo
brasileiro...

(a) Aprovasse a Tarifa Alves Branco.


07- Irineu Evangelista de Souza, barã o de Mauá , (b) Abolisse o trá fico negreiro.
foi considerado um grande empreendedor durante (c) Impulsionasse a "Era Mauá ".
o Segundo Reinado por que: (d) Rompesse relaçõ es com o Paraguai.

(a) Rompeu com a tradiçã o agroexportadora, 10- Sobre a Guerra do Paraguai, assinale V
típica de sua é poca, e investiu na (verdadeiro) ou F (falso).
industrializaçã o.
(b) Investiu na produçã o siderú rgica no país, ( ) O principal fator para a eclosã o da guerra
ampliando e intensificando as atividades foram as disputas pelo controle da Bacia do Prata,
da fundiçã o de Ponta de Areia, em Niteró i. formada pelos rios Paraná , Paraguai e Uruguai,
(c) Trouxe as primeiras mudas de café para o pois os rios eram importantes para a navegaçã o e
Brasil, sendo assim, o responsá vel pela o comércio internacional.
superaçã o da crise econô mica regencial. ( ) O Paraguai nã o apresentava saída para o mar,
(d) Despertou a antipatia de produtores e os rios platinos garantiam o escoamento dos
estrangeiros que nã o se interessavam pela produtos paraguaios para o exterior. Para o Brasil,
produçã o nacional. os rios representavam a ú nica via de comunicaçã o
entre a província de Mato Grosso e a regiã o Sul.

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( ) A pó s a guerra, o Paraguai ficou em absoluta (b) A participaçã o do setor industrial no
miséria: boa parte de suas terras foram anexadas movimento republicano, reivindicando
pelos vencedores, além de arcar com uma pesada uma política pú blica de austeridade
dívida de guerra. A populaçã o do país foi reduzida financeira.
a 1/5. (c) O descontentamento dos proprietá rios de
( ) O Brasil nã o obteve muitas vantagens com o terra com a libertaçã o dos escravos sem
conflito. Cerca de 40 mil soldados morreram em indenizaçã o.
combate, e as dívidas contraídas com a guerra (d) A necessidade, por parte dos fazendeiros
foram grandes, o que gerou o aumento da inflaçã o. do café , de obterem a autonomia dos
estados atravé s da implantaçã o do
11- Antes da guerra com o Brasil, o Paraguai federalismo.
tinha uma economia está vel, com estradas de
ferro, siderurgia e grande nú mero de indú strias. 14- O movimento resultou da insatisfaçã o e
A balança comercial era favorá vel e nã o havia manifestaçã o de trê s forças: uma parcela do
analfabetismo infantil no país. exé rcito, fazendeiros do oeste paulista e
membros da Igreja Cató lica.
a) Compare as situaçõ es socioeconô micas do
Paraguai e do Brasil, em meados do século XIX. Momentaneamente unidas, conservaram
profundas divergências na organizaçã o do novo
regime. Identifique o fato histó rico mencionado
pelo texto.

(a) Abdicaçã o do imperador Pedro I.


(b) Proclamaçã o da Repú blica.
(c) Ato Adicional de 1834.
(d) Organizaçã o do Gabinete de Conciliaçã o.
(e) Introduçã o do Parlamentarismo como
sistema político.

15- Com o desenvolvimento do capitalismo


industrial, a Inglaterra passou a querer que a
escravidã o acabasse. Assinale as frases que
mostram por que a Inglaterra queria isso:
12- Coloque V (verdadeiro) e F (falso) para as
seguintes afirmaçõ es:
( ) Como nã o recebia salá rio, o escravo nã o tinha
dinheiro para comprar produtos industrializados
( ) A partir do início do século XIX, os governantes
ingleses.
do Paraguai criaram um país com uma estrutura
( ) Os fazendeiros donos de escravos preferiam
voltada para os interesses do povo paraguaio. Seu
contratar imigrantes para trabalhar em suas
objetivo era tornar o Paraguai livre da exploraçã o
terras.
do capitalismo internacional.
( ) Se a escravidã o acabasse, o dinheiro gasto
( ) O projeto de desenvolvimento paraguaio
pelos fazendeiros para comprar escravos poderia
agradou muito a Inglaterra, que apoiava as açõ es
ser usado para adquirir produtos industrializados
de independência econô mica de todos os países da
ingleses.
América Latina.
( ) Os comerciantes de escravos estavam
( ) A Inglaterra financiou o Brasil, a Argentina e
perdendo dinheiro com o negó cio e por isso
o Uruguai na luta contra o Paraguai, pois queria
começaram a se dedicar a outras atividades.
que todos os países latino americanos fossem
apenas consumidores de produtos
16- Durante o século XIX, no Brasil, desenvolveu-
industrializados ingleses.
se uma campanha em favor da aboliçã o da
( ) Outra consequência da Guerra do Paraguai
escravidã o negra. A culminâ ncia dessa campanha
para o Brasil foi o crescimento da simpatia da
deu-se com a Lei Á urea, em 1888. Ao ser extinta a
causa republicana, demonstrada pelo exército.
escravidã o, os libertos...
( ) A economia do Império foi bastante abalada
pela guerra, que tornou o Brasil cada vez mais (a) Permaneceram nas mesmas condiçõ es de
dependente de empréstimos da Inglaterra. vida, dada a inexistê ncia de uma política
governamental que os integrasse à
13- Foi um dos fatores que levaram o Brasil à sociedade.
queda da monarquia e à instauraçã o do regime (b) Iniciaram negó cios pró prios, inserindo-se
republicano no mercado capitalista, graças a subsídios
do governo.
(a) O radicalismo da jovem oficialidade (c) Ocuparam postos no mercado de trabalho
militar, que propunha uma ampla capitalista, em razã o da política
revoluçã o social. governamental de educaçã o formal.

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(d) Foram alvo de atitudes segregacionistas 18- Leia as sentenças a seguir sobre o
da sociedade branca, dificultando-lhes a movimento abolicionista e assinale a que estiver
ascensã o social em razã o das disposiçõ es incorreta.
previstas nas leis abolicionistas.
(a) Associaçõ es e clubes voltaram-se contra a
17- Relacione as colunas. escravidã o, fazendo propaganda aberta e
levantando fundos para a compra de
( ) Lei que autorizava a cartas de alforria.
(01) Bill Aberdeen marinha inglesa a (b) Somente os grupos escravizados e os
apreender os navios alforriados participaram do movimento.
negreiros e julgar os (c) A s fugas de escravos tornaram-se cada
responsá veis em tribunais vez mais frequentes ao longo do sé culo
(02) Lei Eusébio de da Inglaterra. XIX. Ativistas, entre eles filhos da elite
Queiroz cafeeira, organizavam grupos para ajudar
( ) Declarava livres os filhos escravos a fugir das fazendas,
de mulher escrava nascidos conduzindo-os a lugares seguros, como a
a partir de 1871, com cidade de Santos.
(03) Lei Rio condiçõ es impostas pelos (d) Muitos proprietá rios, sem condiçõ es de
Branco ou Lei do fazendeiros. impedir as fugas, tomaram a iniciativa de
Ventre Livre libertar os escravos em troca de sua
( ) Proibiu definitivamente permanência na lavoura por mais alguns
o trá fico de escravos para o anos.
(04) Lei dos Brasil.
Sexagenários
( ) Libertava os escravos
com mais de 60 anos.

19- . Utilize as palavras do quadro para


elaborar um texto sobre as relaçõ es entre
alguns fazendeiros e a monarquia brasileira
apó s a aboliçã o da escravidã o.

aboliçã o revolta
fazendeiros de caféVale do Paraíba indenizaçã osustentaçã o política

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