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Universidade Federal de Ouro Preto

Departamento de Educação – DEEDU


Estudos Históricos Sobre Educação
Prof. Marcus Vinícius Fonseca
Valor: 1 ponto.

Atividade – Filme A Missão


NOME: Gabriella Pinheio Tardelli
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1) Cynthia Greive Veiga (2007) demarca um longo período de permanência dos jesuítas no Brasil
colonial destacando a intrínseca relação entre esse grupo e o projeto de ocupação e povoamento na
América Portuguesa. Elabore um texto apresentando as principais características apontadas pela
autora em relação à corporação representada pelos jesuítas destacando, sobretudo, os elementos que
ela chama de “ação civilizadora: ir e ensinar”. Caracterize também a ação pedagógica exercida
pelos padres jesuíta a partir de uma relação direta entre o filme e o texto.

Orientações:

- Procure sintetizar e destacar os elementos apresentados pela autora em seu texto.


- Procure apresentar o enredo do filme com ênfase no protagonismo dos jesuítas
- Apresente um título que seja capaz de sintetizar as ideias desenvolvidas no seu texto.
- O texto deve ter necessariamente de duas a três laudas (páginas) – Fonte Times New Roman 12,
espaço 1,5.
Com a chegada dos colonos português ao território brasileiro, surge a necessidade não apenas de
ocupação das terras para evitar possíveis invasões de outros povos, como também de instaurar no
Novo Mundo suas tradições, culturas e religião, e esse processo se deu através do princípio de
imposição de suas crenças e costumes sobre os povos originários e sobre os povos escravizados
trazidos do continente africano, com a intenção de dizimar suas culturas e que esses incorporassem
tudo o que fosse da cultura portuguesa.
Sob o cenário europeu em que a forma eficaz de se educar era através da religiosidade, qualquer
outro método divergente da mentalidade da metrópole seria recusado, a intenção era a conversão do
gentio, ou seja, do não-cristão. Junto a isso, surge um movimento contrarreforma protestante na
primeira metade do século XIV, a ação dos jesuítas, que tinha o ideal de espalhar a fé cristã pelo
mundo, através do combate à heresia e ações missionárias, essa ação civilizatória tinha por
fundamento o “ir e ensinar”, o ato de se deslocarem para pregar a palavra de Deus. No Brasil, os
jesuítas chegaram no ano de 1549 e se deslocavam das cidades coloniais até as aldeias indígenas, e
possuíam o domínio de algumas línguas indígenas pois acreditavam no método de conhecer o outro
para efetivar a ação. Um dos primeiros atos civilizatórios instaurados pelos jesuítas era a fixação dos
povos que normalmente eram nômades em uma região, para que assim fosse possível a estruturação
de uma vila que seguia os padrões das colônias, construção de igreja, de casas, estabelecimento de
uma produção de estocagem de alimentos, etc. As arte também fazia parte do método educacional,
como através da música, em que os jesuítas os ensinavam a construir e tocar instrumentos comuns
da metrópole, cantos e teatros cristãos. Portanto, o ato de “ir” triunfa sobre as distâncias físicas e
também sobre as distâncias culturais.
O filme A missão estreado em 1986, retrata exatamente as missões jesuíta dentre as fronteiras do
Uruguai, Brasil e Argentina no ano de 1750, a missão representada é a Missão São Carlos, para a
qual o padre Gabriel foi designado no intuito de catequizar a tribo de índios guaranis que ocupavam
a parte superior das Cataratas. O longa-metragem também retrata as guerras territoriais que
ocorriam entre as Coroas da Espanha e Portugal nessa região, e a conduta dos membros das Coroas
em relação aos povos habitantes que iam contra a conduta da companhia jesuíta. Os primeiros
tinham uma visão desumanizada dos indígenas e os viam como selvagens, não acreditavam na ação
missionária de conversão, e não reconheciam e respeitavam a demarcação territorial estabelecida
pelos padres; já os segundos acreditavam na filosofia de eram almas puras e só precisavam desse
método educacional para estarem no padrão social cristão da época, além disso, reconheciam e
defendiam o território estabelecido e construído através da missão. Nesse último aspecto, o filme
exemplifica muito bem como era a construção das vilas missionárias, onde aparecem a
transformação das aldeias, em casas e igreja numa organização estilo europeia.
Durante todo o filme podemos perceber a clara romantização na retratação dos padres jesuítas em
relação aos povos indígenas, como uma figura sonhadora, defensora e protetora dos povos, fato que
mascara a intenção civilizatória, em aniquilar aquelas culturas, costumes e cotidiano praticados, e
imposição dos seus ideais.

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