O documento resume um texto sobre a educação no Brasil colonial entre os séculos XVI e XVIII. Ele destaca a ação dos jesuítas na educação dos indígenas por meio de colégios, alfabetização e ensino de artes e ofícios. Também discute outros modelos educacionais promovidos por leigos, irmandades e conventos para órfãos, mulheres e escravos. A autora conclui que, embora os jesuítas mereçam estudo aprofundado, outras formas de educação também mereciam maior atenção
O documento resume um texto sobre a educação no Brasil colonial entre os séculos XVI e XVIII. Ele destaca a ação dos jesuítas na educação dos indígenas por meio de colégios, alfabetização e ensino de artes e ofícios. Também discute outros modelos educacionais promovidos por leigos, irmandades e conventos para órfãos, mulheres e escravos. A autora conclui que, embora os jesuítas mereçam estudo aprofundado, outras formas de educação também mereciam maior atenção
O documento resume um texto sobre a educação no Brasil colonial entre os séculos XVI e XVIII. Ele destaca a ação dos jesuítas na educação dos indígenas por meio de colégios, alfabetização e ensino de artes e ofícios. Também discute outros modelos educacionais promovidos por leigos, irmandades e conventos para órfãos, mulheres e escravos. A autora conclui que, embora os jesuítas mereçam estudo aprofundado, outras formas de educação também mereciam maior atenção
Professora: Dra. Solyane Silveira Lima Disciplina: História da Educação no Brasil Discente:_Samile de Souza Carvalho_ Período:_Noturno_
FICHAMENTO 1
VEIGA, Cynthia Greive. Circulação de conhecimento e práticas de educação no Brasil colonial
(séc. XVI a XVIII). In: ____. História da Educação. São Paulo: Editora Ática, 2007. Pg. 49 - 78.
Objeto de Pesquisa: "A educação no Brasil no contexto da colonização portuguesa" (p.49)
Objetivos: É possível presumir que o objetivo da autora, ao tecer a sua narrativa, é traçar um perfil acerca da experiência educacional no Brasil, considerando sua trajetória histórica e os atores sociais que foram responsáveis pela sua construção. Metodologia: Metodologicamente, este texto foi produzido a partir da articulação entre a bibliografia e vestígios escritos, culminando em uma pesquisa documental, segundo a autora: "[...] Para este estudo são destacadas as ações educacionais de religiosos e leigos nos primeiros séculos de estruturação da sociedade colonial" (VEIGA, p. 49, 2007). Neste sentido, a autora divide o texto em cinco partes, a fim de dar conta da ação dos jesuítas e de outros grupos religiosos, inserindo na última parte atividades de reflexão. Fontes: Registros documentais e literários, testamentos, inventários e censo de 1583. Principais conceitos utilizados pelo autor Companhia de Jesus: “[...] foi criada por Inácio de Loyola e reconhecida pelo papa Paulo III em 1540, com foco no combate às heresias e uma ação marcadamente missionária. Sua regra era a total obediência aos mandamentos cristãos, e em nome do serviço de Deus e da fé os jesuítas se espalharam pelo mundo e entraram em contato direto com os seus sujeitos-alvo.” (p. 54) A ação jesuítica: “A ação jesuítica distinguia-se por ser eminentemente prática, não contemplativa. Inserir-se no mundo foi uma referência básica de suas ações. Embora com um objetivo bastante explícito - o de viver em Cristo e ganhar o mundo para Cristo -, suas intenções se voltaram para a necessidade de conhecer o outro para converter e não para a pregação.” (p. 56) Colégios coloniais: “[...] constituíam a base administrativa das atividades dos religiosos e tiveram a atribuição nuclear de concentrar diferentes ações: alfabetização dos indígenas, ensino de artes e ofícios para indígenas e escravos, ensino da gramática latina para filhos de colonizadores e pretendentes ao clero, cultivo de hortas e pomares e criação de animais, entre outras. Além de bibliotecas, os colégios possuíam oficinas, enfermarias e boticas e prestavam assistência À população em geral. As Igrejas e colégios fundados pelos jesuítas foram as primeiras referências de sociabilidade da civilização cristã colonial.” (p. 60) Ratio Studiorum: livro “[...] que previa os processos de ensino e aprendizagem e também a organização dos estudos segundo a Companhia de Jesus - foi publicado em 1599.” (pg. 62-63) Seminários: “[...] internatos destinados ao clero e à educação de órfãos e de filhos dos colonizadores, que se multiplicaram no século XVIII” (p.65) Seminário Episcopal de Nossa Senhora da Graça: “[...] fundado em Olinda em 1800, destacou-se por ter sido um dos primeiros estabelecimentos de ensino brasileiros de cunho marcadamente iluminista.” (p. 66) Corporações leigas: “ As corporações leigas tiveram um papel importante na socialização da cultura religiosa. Isso porque, ao garantir a formação religiosa e moral dos seus membros, cumpriram uma função fundamental na organização e controle dos grupos da cristandade, apartados pelas diferenças étnicas e de classe.” (p.68) História da educação das mulheres: “A história da educação das mulheres no período colonial não se restringe à noção corrente de que elas viviam reclusas e se preparavam para exercer tão somente as funções de senhoras do lar. Como no caso dos homens, a educação das mulheres variava de acordo com a sua condição étnico-social - que, por sua vez, condicionava o modo como eram educadas e os locais onde essa educação ocorria (p. 71) Principais conclusões do autor “Assim, é controverso afirmar que o período colonial se caracterizou por uma educação brasileira. O modelo era lusitano e expressava valores e conteúdos vigentes em Portugal, ainda que aplicados no Brasil.”(p.51) “Quanto ao segundo aspecto a destacar no período, a educação colonial não foi um mero reflexo da expansão ultramarina. As características da educação colonial estiveram associadas às mudanças religiosas da época, às discussões humanistas e científicas, às organizações políticas das monarquias absolutistas, à expansão da burguesia mercantilista e à composição Igraja-Estado. Apesar da característica universalista de sua doutrinação religiosa, a ação católica associou-se aos interesses políticos e econômicos dos colonizadores portugueses.” (p.51) "Entretanto, apesar de o processo de ocupação levado a cabo pelos colonizadores, inicialmente foram os jesuítas os mais bem-sucedidos na empreitada de fixação territorial. Embora também itinerantes, devido à sua prática missionária, os padres da Companhia de Jesus insistiam em permanecer nos lugares - ao contrário dos colonizadores, que muitas vezes abandonavam fazendas e atividades. (p. 56) “A codificação gramatical do idioma tupi-guarani permitiu aos jesuítas recém-chegados dominar a língua local. Isso representou, junto com a alfabetização e a educação estética proporcionada por cantos, danças e representações dos autos religiosos uma parte fundamental do objetivo de educar os indígenas para a civilização. Ao mesmo tempo, essas ações favoreceram a difusão da língua brasílica na Colônia.” (p. 58) “[...] embora trouxessem prestígio, as letras e a cultura ainda não se constituíam um meio necessário para a ascensão social e o enriquecimento. Um sem-número de proprietários e homens abastados gozavam de riqueza e prestígio sem sequer saber ler e escrever.” (p. 64) “Como síntese pode-se afirmar que a presença e a atuação dos jesuítas solidificaram os elos entre a expansão comercial da colonização e a Igreja. O reordenamento do espaço físico e cultural, a submissão dos índios aos valores católicos e a propagação do humanismo cristãonos colégios contribuíram significativamente para a consolidação do absolutismo e da economia mercantilista.” (p. 64) “Além do jesuítico, outros modelos educacionais, vinculados ou não ao clero, também marcaram ordens religiosas, bispado, governo real, corporações, confrarias e sociedades literárias.” (p. 64) “A socialização das mulheres, de forma genérica, circunscreveu-se ao convívio religioso, das missas dominicais e das festas de santos, e não exigia mais que decorar algumas rezas e cânticos.” (p. 75) Comentário pessoal: Com uma linguagem leve, a autora consegue retratar, ainda que sem esgotar, de forma aprofundada, o contexto histórico que cerca a trajetória educacional do Brasil colônia. Neste sentido, o texto carrega a responsabilidade de pontuar a diversidade étnica e cultural dos agentes envolvidos nas primeiras experiências educacionais do período colonial, segundo o que remonta a historiografia. Dito isto, a autora considera, em sua narrativa, a importância da ação dos grupos religiosos para a educação brasileira, conferindo destaque para a ação dos jesuítas. Além dos jesuítas, a autora também dialoga sobre a experiência do ensino promovido por pessoas leigas e por grupos religiosos como as irmandades e os conventos na educação de órfãos, mulheres e alguns escravizados. Trazer luz à estas experiências educacionais foi, em um só tempo, o ponto forte e o ponto fraco do texto, explico o por quê: enquanto historiadores e educadores entendo que a ação dos jesuítas merecem ser estudadas com muita profundidade mas ao dedicar mais da metade da sua escrita aos jesuítas, os “outros espaços e formas de educação e socialização” - como ela mesmo intitula um dos capítulos do seu texto - se tornou um resumo carregado de informações que poderiam ser melhor aprofundadas. Palavras-chave: História da Educação; Brasil Colônia; Jesuítas; Educação de Mulheres.