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A EDUCAÇÃO NA PEDAGOGIA DOS JESUÍTAS

Márcio Silva Pereira1

É sabido que cada história, independente do contexto, é constituída por marcas


que caracterizam o período em que ocorreram. A História da Educação Brasileira, por
exemplo, é caracterizada pela existência de uma companhia, denominada de Companhia
de Jesus, também conhecida como Educação Jesuítica.

Nesse viés, ao estudar a Educação Brasileira, faz-se necessário compreender


aspectos relacionados a cultura, economia, religião, política, dentre outros para, só então,
nos aprofundarmos no modelo de colonização que era empregado à época.

Destaca-se que, a ideia de Colônia estava calcada em “ser” um país dependente,


sim, as Colônias não possuíam autonomia política ou econômica, tudo precisava girar em
torno das necessidades do país colonizador. Assim, é justamente essa dependência que
caracterizava um sistema colonial.

Como mencionado anteriormente, é imperativo elencar que quando abordamos


o conceito e aplicabilidade da História da Educação Brasileira, temos o dever de externar,
que antes da chegada da Companhia de Jesus, já existia um “modelo” de educação, pois
assim que Pedro Alvares Cabral chegou à Ilha de Vera Cruz, em 1500, encontram uma
população bastante homogênea de ameríndios; não havia um padrão formal de educação,
mas existia.

A Companhia de Jesus atuou no Processo de Colonização do Brasil, passando


inclusive, a receber apoio financeiro do Estado. Ela marcou o ensino brasileiro,
englobando uma política colonizadora religiosa, haja vista, que os primeiros professores
foram padres jesuítas, os quais exerceram papel de destaque na catequização de índios e
colonos.

Datam que em 1550 duas escolas foram criadas por missionárias, ambas, como
o mesmo objetivo: ensinar meninos órfãos a ler e escrever para que pudessem auxiliar os
jesuítas no trabalho catequético. Em 1553, com a chegada de José de Anchieta, os

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Estudante do curso Técnico em Secretaria Escolar - INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO,
CIÊNCIA E TECNOLOGIA BAIANO - Campus Alagoinhas.
jesuítas, assim como as suas obras, se espalharam pelo Brasil e, como resultado dessa
expansão, em 1570 já possuía em solo brasileiro oito estabelecimentos de ensino, que
formavam, gratuitamente, sacerdotes para a catequese. Por consonância, o estudo era
analisado como uma opção concreta para fomentar a preservação de valores morais e
cultura cristã-europeia.

A partir desse momento, outras escolas foram configuradas, e permaneceram


com a mesma perspectiva até a expulsão dos jesuítas em 1759. No entanto, durante mais
de 200 anos, os jesuítas catequizaram índios, formaram sacerdotes, promoveram o
controle da fé e a unificação da língua portuguesa.

Esse processo de escolarização adotado pelos jesuítas foi possível através do


Formalismo Pedagógico; contradição entre os princípios cristãos europeus e a realidade
moral. O currículo escolar previa o domínio da leitura, escrita e cálculos, além da
gramática, filosofia e teologia (quatro matrizes de ensino: Elementar, Humana, Artística
e Teológica) fazendo com que os estudantes adquirissem uma cultura que os
diferenciassem dos demais.

E preciso informar, também, que quando os primeiros colégios foram criados, a


pauta principal era a catequização de indígenas, porém com o passar dos anos, apenas, os
descendentes dos colonizadores tinham acesso às instituições. Nesse sentido, o contato
entre os índios e os colonizadores não era amistoso, os jesuítas, a citar, buscavam, tão
somente, extinguir os costumes dos nativos, convertendo-os ao catolicismo, batizando-
os, mudando seus hábitos e ensinando-lhes a língua portuguesa.

Contudo, foi através da aplicação da pedagogia dos jesuítas, que o país que
conhecemos hoje como Brasil tornou-se, em sua grande maioria, católico, passou a
utilizar o português como língua oficial, formou a elite dominante, além de ter facilitado
a escravidão dos nativos. Ademais, se compararmos com os dias atuais, felizmente,
mudanças significativas ocorreram, principalmente, no que concerne a liberdade de
escolha; religião, educação, política, economia etc.

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