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Fases da industrialização brasileira

Para fins de estudo, o desenvolvimento industrial do Brasil é dividido em quatro fases.

 1530 – 1808: período colonial, quando as indústrias estavam proibidas


 1808 – 1930: compreende a época joanina, o Primeiro e o Segundo Reinado, e a Primeira
República. Surgem as primeiras fábricas, mas o café era o grande produto de exportação.
 1930 – 1956: alguns assinalam que nestas décadas se deu a Revolução Industrial
Brasileira. O governo Vargas passa a ser o grande investidor e formador da indústria pesada no
País.
 1956 – até os dias de hoje: começa com o estímulo à indústria de automóveis por JK, a
abertura da economia ao capital estrangeiro e a globalização.

1ª fase: período colonial


Durante o período colonial, a metrópole portuguesa proibia a manufatura, pois os produtos iriam
concorrer com os do reino e, com o fortalecimento da economia, a colônia poderia se tornar
independente, o que não interessava a Portugal.

2ª fase: primeiras fábricas no Brasil


Em 1808, com a vinda da família real para o Brasil, o Príncipe-regente D. João tomou algumas
medidas que favoreceram o desenvolvimento industrial, entre elas:

 extinção da lei que proibia a instalação de indústrias de tecidos na colônia;


 liberação da importação de matéria prima para abastecer as fábricas, sem a cobrança
 da taxa de importação.

Essas medidas não surtiram o efeito esperado, pois o mercado interno ainda era pequeno. A
maior parte da população era escravizada e não poderia comprar estes artigos.

Industrialização no Segundo Reinado


Durante o Segundo Reinado, a principal atividade econômica no Brasil era a cafeicultura. Ao
longo do século XIX, estados e governos estavam ligados à produção de café, de onde provinha
a riqueza e o poder.

Apesar da elite cafeicultora não se interessar pela atividade industrial, surgem as primeiras
fábricas no Brasil. Estas se dedicam a produzir produtos de consumo doméstico como tecidos,
ferramentas e velas.

Com a Tarifa Alves Branco, em 1844, aumentam-se as taxas alfandegárias que os produtos
importados deveriam pagar. Com isso, surge um ambiente favorável para o surgimento das
primeiras manufaturas e produzir aqui ficaria mais barato.

Nesta época, se destacam as atividades empreendedoras do barão de Mauá que investiu em


ferrovias, estaleiros, iluminação pública, bancos, etc.

Ao mesmo tempo, o País começa a receber as novidades tecnológicas como a eletricidade, o


bonde de tração animal e o telefone.
Fatores da industrialização no Brasil
Vários fatores contribuíram para o processo de industrialização no Brasil no começo do século
XX:

 a exportação de café gerou lucros que permitiram o investimento na indústria;


 os imigrantes estrangeiros traziam consigo as técnicas de fabricação de diversos produtos;
 a formação de uma classe média urbana consumidora.

A passagem de uma sociedade agrária para uma urbano industrial mudou a paisagem de
algumas cidades brasileiras, principalmente das capitais dos estados.

Industrialização na Primeira República


Durante a Primeira República (1899-1930), verificamos a instalação de tecelagens, montadoras
de automóveis, fábricas de calçados, alimentos, produtos de higiene e limpeza como sabão, etc.
As condições de trabalho eram duras com jornadas de 14 horas, seis dias na semana e o salário
baixo.

Também a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) impulsou a industrialização no Brasil. Com o


conflito era inviável importar produtos manufaturados da Europa e dos Estados Unidos e muitos
artigos foram substituídos pela fabricação local.

No entanto, o grande impulso industrial no Brasil ocorreria após a crise do café e a de 29.

3ª fase: industrialização no governo Vargas


O primeiro governo de Getúlio Vargas (1930-1945) foi decisivo para a industrialização brasileira.

Com o governo Vargas, o Estado passa a investir e abrir empresas públicas. Ele privilegia a
indústria pesada, ou seja, aquela que transforma a matéria-prima e fabrica bens de grande porte.

O contexto exterior também ajudou, pois era complicado importar máquinas num momento em
que os países europeus se preparavam para a guerra. Curiosamente, a Alemanha nazista tornou-
se compradora do algodão brasileiro a fim de vestir seus soldados.

Para instalar a indústria pesada era preciso financiamento e isso foi possível graças ao
empréstimo obtido junto aos Estados Unidos. Assim foi construída a Companhia Siderúrgica
Nacional, em 1941, em Volta Redonda (RJ). Este acordo se deu na época quando o Brasil foi
lutar junto aos americanos na Segunda Guerra Mundial.
Outras indústrias de base do período são a Companhia do Vale do Rio Doce (1942), para a
extração de minério de ferro e a Fábrica Nacional de Motores (1942).

Quanto à mão de obra empregada nas fábricas, observamos o crescimento de operários vindos
do nordeste brasileiro.

4ª fase: do governo JK até os dias de hoje


Com a chegada de Juscelino Kubitschek à presidência, se observa o crescimento da indústria de
bens intermediários.

JK privilegiou a indústria automobilística em detrimento do transporte ferroviário e a fabricação de


autopeças conheceu um grande impulso. Para isso, abriu a economia brasileira ao capital
estrangeiro.

Igualmente, verifica-se um incremento industrial automobilístico de São Paulo, no ABCD paulista


(Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul e Diadema).

A construção de Brasília também garantiu o fomento da indústria nacional, pois era preciso muito
material para levantar a nova capital.

Ditadura militar e indústria no Brasil


Com o golpe de 1964 houve a instalação de um ditadura militar de caráter autoritário e
nacionalista no Brasil.

O Estado volta a aparecer como um grande investidor e realiza obras de grande porte como a
usina hidrelétrica de Itaipu, a rodovia Transamazônica e a ponte Rio-Niterói.

Os gastos com estes empreendimentos, no entanto, aumentam a dívida externa e provocam uma
inflação descontrolada no País.

Industrialização e neoliberalismo
A eleição de Collor de Mello, em 1989, e os dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso
(1994-2002), significam a implantação do neoliberalismo no Brasil.

Desta forma, as estatais são privatizadas, a economia se abre ao capital estrangeiro na maior
parte dos setores, e o trabalhadores veem seus direitos diminuírem.

Acompanhando a tendência mundial, a atividade industrial no Brasil decresce e desponta o setor


de serviços, tendência que segue no século XXI.

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