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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

INSTITUTO DE GEOGRAFIA, HISTÓRIA E DOCUMENTAÇÃO


DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA

THIAGO BAGINI
PEREIRA LEITE

FICHAMENTOS 1

CUIABÁ-MT
2021
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
INSTITUTO DE GEOGRAFIA, HISTÓRIA E DOCUMENTAÇÃO
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA

THIAGO BAGINI
PEREIRA LEITE

FICHAMENTOS 1
Trabalho apresentado à disciplina “América
latina contemporânea” ministrada pelo Prof. Dr.
Bruno Pinheiro Rodrigues, como requisito para
obtenção de nota na Atividade Avaliativa 2.

CUIABÁ-MT
2021
FICHAMENTOS
Texto 1: PRADO, Maria Ligia Coelho. À guisa de introdução: pesquisa sobre
História da América latina no Brasil. In: Revista Eletrônica da ANPHLAC, São
Paulo, n. 1, p. 10-12, 2001.
“(...)Afirma-se a admiração dos brasileiros pela cultura da Europa (e mais recentemente
pela dos EUA), em contrapartida a uma postura de desconhecimento ou até mesmo de
desprezo com relação à outra América, a de colonização espanhola. (...)” (PRADO,
2001, p.1)

- Essa tal admiração está enraizada no inconsciente coletivo, apoiada pela cultura de
dominação por muito tempo dominante no país, desde pequenas as crianças aprendem
mais sobre as histórias estrangeiras do que sua próprias raízes. Abençoados somos pelas
mentes que apesar das dificuldades, insistem em difundir o conhecimento acerca de
nossa própria origem.

“(...) É sintomático que o primeiro manual escolar de História da América só tenha sido
publicado em 1900, como resultado de um concurso público, patrocinado pelo governo
republicano, no qual se inscreveu um único concorrente, o vencedor, Rocha Pombo.
(...)” (PRADO, 2001, p.1)

-As ideias de Rocha Pombo podem ser consideradas um pouco ultrapassadas hoje em
dia, mas na epóca foi revolucionário por ter o primeiro manual publicado e num
concurso onde poucos se interessavam sobre a nossa própria história.

“(...)Nos anos da ditadura, as menções à história contemporânea latinoamericana eram


sempre entendidas como perigosas (o exemplo mais radical era a impossibilidade de se
tocar em qualquer questão relativa à Cuba), dificultando ainda mais a pesquisa e a
comunicação com o público. (...)” (PRADO, 2001, p.2)

-Acredito que na epóca da ditadura, se inspiravam tanto nas fortes potencias europeias e
norte americanas que mesmo pesquisar sobre as supostas “sociedades fracas” era algo
visto com maus olhos e muito difícil de se obter resultados pertinentes pela falta de
recursos e investimento.

“(...)De todo modo, se tomarmos os últimos 30 anos, é possível notar avanços


consideráveis. Aumentou o número de dissertações e teses defendidas, cresceram as
publicações na área (tanto de autores brasileiros, quanto de estrangeiros),
desenvolveram-se núcleos de pesquisa continuada com o engajamento de jovens
pesquisadores. (...)” (PRADO, 2001, p.2)

-Nessa ultima citação podemos notar que os resultados do árduo trabalho daqueles que
realmente acreditam na importância do conhecimento acerca da História da Ámerica
Latina estão aparecendo, e a meta é sumir com a má-fama impregnada acerca dessa
área, transmitida, mesmo que não intencional, por nós mesmos.
TEXTO 2: FERRERAS, N. A sociedade de massas: os populismos. In: AZEVEDO, C.;
RAMINELLI, R. História das Américas. Novas perspectivas. Rio de Janeiro: FGV,
2011, p. 213-237

"(…) O populismo como questão historiográfica está relacionado com a denominada


sociedade de massas, entendida como a sociedade que corresponde à sociedade industrial,
onde a cultura, os consumos e a comunicação se dão pela mediação do mercado, criando
relações impessoais entre os sujeitos. (...)" (FERRERAS, 2011, p.213)

-As diferentes classes sociais se unem como um todo, para que o povo seja uma só grande
massa, reduzindo conflitos com uma liderança carismática.

"(…) Cárdenas aproveitou a ocasião para que isso fosse uma cruzada nacional, unificando
diversos setores que não eram totalmente afins a seu governo. (...)" (FERRERAS, 2011,
p.225)

-Aproveitando se de uma crise de grande escala, convenceu mesmo a oposição a se juntar


a ele, com carisma.

"(…) Perón compartilhou algumas coisas com Cárdenas, além do ano de nascimento:
eram militares, faziam parte do aparelho do Estado, os dois soltaram amarras em relação a
seus predecessores e ambos tiveram nas instituições trabalhistas seu ponto de apoio.
Porém, as diferenças nas alianças, estilos e culturas políticas modificaram a equação dos
populismos. (...)" (FERRERAS, 2011, p.227)

-Dois governos que identificados como populistas diferentes, tiveram uma base parecida.

"(…) Criar uma nova identidade e uma nova cultura política implicou apropriar-se do
passado e organizar o futuro. Foi o que fizeram essas lideranças, dar um lugar na história e
um destino a seus seguidores. (...)" (FERRERAS, 2011, p.237)

-Ferreras conclui o pensamento explicando como ambos os líderes trouxeram uma


importância histórica para o populismo na América Latina, sendo estudadas no tempo
contemporâneo.
TEXTO 3: AYEBE, L. F. Estados Unidos e América Latina: a construção da
hegemonia / Luis Fernando Ayerbe. - São Paulo: Editora UNESP 2002. “Imperialismo e
dependência estrutural”, p. 45-61

“(...) A "grande depressão" que afeta a economia internacional entre 1873 e 1895, para
além dos efeitos conjunturais recessivos, contribuiu para desencadear uma reorganização
estrutural do sistema. Junto à queda dos preços de bens industriais e de matérias-primas,
da diminuição do ritmo comercial e do crescimento do desemprego, verifica-se um
aumento da produção e do investimento. (...)” (AYEBE, 2002, p.45)

-Em meio a uma crise de larga escala, internacional, era necessária uma reformulação dos
valores estruturais, a base estava ruindo, então os investimentos e a produção se elevaram
para estabilizar e não levar a um problema pior ainda.

“(…) O boom econômico que sucede à depressão entre os anos 1890 e 1914, conhecido
como belle époque, é uma fase de expansão dos negócios e de prosperidade, fortemente
influenciada pela reorganização do capitalismo já descrita. A integração da economia
internacional aumenta consideravelmente. O processo de industrialização se acentua,
especialmente em algumas áreas periféricas da Europa, América do Norte e Japão. (...)”
(AYEBE, 2002, p.46-47)

-Logo após o período turbulento, a industrialização ganha força, os negócios estão


melhorando e prosperando, a economia melhora drasticamente, seria como num passe de
mágica se não tivesse sido tão minuciosamente estudada e desmembrada em detalhes para
o nosso estudo e entendimento atualmente.

“(…) Para caracterizar a nova situação internacional entre os anos 1875 e 1914, o termo
"imperialismo" aparece entre os analistas como denominação mais frequente. Para alguns,
existe uma política expansionista não necessariamente motivada por interesses
econômicos, para outros, o capitalismo entrou numa nova fase, caracterizada como
imperialista, que só pode ser compreendida pela análise das mudanças estruturais que
aconteceram na economia nas últimas décadas do século XIX. (..)” (AYEBE, 2002, p.54)

-Com a industrialização a todo vapor, a procura por recursos das grandes nações se tornou
cada vez mais frequente e priorizada nessa nova fase.
TEXTO 4: MARTINS, A. S. Anotações sobre a Intervenção na Guatemala em 1954 -
Revista de Estudos e Pesquisas sobre as Américas V.10 N.2 2016 p.1-28

“(…) O golpe de estado de 1954, perpetrado em nome do combate ao comunismo, gerou


protestos em vários países da América Latina e contribuiu decisivamente para a
radicalização política no continente. As ações norte-americanas para a derrubada de um
presidente democraticamente eleito – o primeiro na história da Guatemala a receber a
faixa presidencial de outro mandatário igualmente escolhido em processo democrático -
sepultaram definitivamente os princípios da “política da boa vizinhança”, reforçando
suspeitas latino-americanas de que os Estados Unidos poderiam representar mais uma
ameaça do que propriamente um modelo a ser copiado (...)” (GRANDIN, 2004, p. 5,
apud MARTINS, 2016, p.2)
-Martins começa citando uma fala de Grandin, que diz como o golpe de estado de 1954
trouxe mudanças severas na política da América Latina e principalmente na Guatemala,
principal palco dessa situação.

“(...) O golpe de estado na Guatemala, com a ameaça real de violência e perseguições pelo
novo regime, fez com que um número expressivo de dirigentes políticos, sindicalistas,
líderes camponeses e estudantis, assim como funcionários do governo deposto e suas
famílias, buscassem asilo nas representações diplomáticas existentes na capital do país.
(...)” (MARTINS, 2016, p.15)

-O perigo trazido diante do golpe de estado foi grande o suficiente para gerar uma situação
de “Asilo Diplomático em Massa”, se abrigando dessa ameaça.

“(...) O golpe de junho de 1954 na Guatemala foi a primeira intervenção na ordem interna
de um país latino-americano planejada de forma minuciosa, coordenada no plano
internacional, e que teve como principal finalidade eliminar da vida política, de forma
radical, a participação efetiva de comunistas e outros grupos de esquerda, assim como de
trabalhadores rurais organizados (...)”
-Essa foi a primeira de outras intervenções contra o comunismo, algumas delas vieram até
em forma de luta contra uma ameaça inexistente, em certos países.
BIBLIOGRAFIA
MARTINS, A. S. Anotações sobre a Intervenção na Guatemala em 1954 - Revista de
Estudos e Pesquisas sobre as Américas V.10 N.2 2016 p.1-28

AYEBE, L. F. Estados Unidos e América Latina: a construção da hegemonia / Luis


Fernando Ayerbe. - São Paulo: Editora UNESP 2002. “Imperialismo e dependência
estrutural” , p. 45-61

FERRERAS, N. A sociedade de massas: os populismos. In: AZEVEDO, C.;


RAMINELLI, R. História das Américas. Novas perspectivas. Rio de Janeiro: FGV,
2011, p. 213-237

PRADO, Maria Ligia Coelho. À guisa de introdução: pesquisa sobre História da


América latina no Brasil. In: Revista Eletrônica da ANPHLAC, São Paulo, n. 1, p. 10-
12, 2001.

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