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CO L EÇ ÃO S A N TA N D ER B R A S I L
PAPEL-MOEDA
CO L EÇ ÃO S A N TA N D ER B R A S I L
Sérgio Rial
Presidente
Patricia Audi
Vice-presidente executiva de
Comunicação, Marketing, Relações
Institucionais e Sustentabilidade
14
Introdução do papel na circulação monetária
26
96
Cédulas estrangeiras
104
Ensaios, provas e processos de impressão
122
Cédulas em números
124
Glossário
125
Bibliografia
FUNDO
Nota de 10 mil-réis
impressa pela Casa da
Moeda do Rio de Janeiro.
Coleção Santander Brasil.
(Ver página 117).
Anatomia de uma cédula 200 REAIS EMISSOR Banco Central do Brasil FAMÍLIA E ANO 2ª, 2020 IMPRESSÃO Casa da Moeda do Brasil DIMENSÕES 142 mm x 65 mm
CORES PREDOMINANTES cinza e sépia MATERIAL papel fiduciário com gramatura 94g/m2, contendo fibras luminescentes
AN V ERSO Elementos gráficos Elementos de segurança RE V ERSO Elementos gráficos Elementos de segurança
É a face principal de uma cédula G1. O elemento principal é S1. Marca tátil: três barras S4. Fio de segurança: É a face contrária, contendo G1. O elemento principal do G4. A numeração individualiza S7. Fibras: elemento de
ou moeda, na qual constam a efígie de uma mulher, que inclinadas impressas em observando a cédula contra os elementos acessórios. No reverso é a figura do lobo-guará cada nota e, no caso do Real, ela segurança em forma de tiras
os seus principais elementos simboliza a República e cumpre alto-relevo no canto inferior a luz, é possível notar um fio caso do Real, há um animal (Chrysocyon brachyurus). é impressa duas vezes: no canto coloridas que são adicionados
de identificação, como padrão o papel de personificar o Estado. esquerdo auxiliam pessoas com escuro que foi embutido no da fauna brasileira, além da inferior esquerdo e na parte à massa do papel durante a
monetário, país, valor e efígie. Ela está presente em todas as deficiência visual a identificar o papel antes da impressão, legenda (ou dístico) do Banco G2. Legenda do Banco superior direita. fabricação.
cédulas do real. valor da cédula. permitindo a leitura por Central do Brasil e as chancelas Central do Brasil.
equipamentos eletrônicos de do ministro da Economia e do G5. Código usado pelo Banco
G2. A expressão “Deus seja S2. Microimpressões: com uma seleção e contagem de cédulas. presidente do Banco Central. G3. Reprodução das assinaturas Central para identificar o ano e
louvado” aparece nas cédulas lente de aumento, é possível do ministro da Economia (ou o mês de emissão das cédulas e
brasileiras desde 1986. perceber o número 200. S5. Quebra-cabeça: impressão da Fazenda) e do presidente cujo significado não é divulgado.
de partes coincidentes do do Banco Central do Brasil.
G3. Legenda ou dístico da S3. Filigrana ou marca d’água: ao número 200 no anverso e Chamadas de chancelas, elas
República Federativa do Brasil. colocar a cédula contra a luz, a no reverso da cédula permitem são atualizadas conforme
imagem do lobo-guará pode ser a formação da figura completa mudam os titulares do cargo.
G4. Ano em que foi aprovado o observada junto ao número 200. quando ela é observada
design da cédula, no caso, 2020. contra a luz.
G4 G3 S5 S2 G1 G2 G5 G4
S6 S3 S4 G2 S1 G3 G1
A 12 B A 13 B
À ESQUERDA
Napoleon Potyguara
Lazzarotto. Detalhe da
obra Evolução da Moeda,
1968. Sgraffito sobre
madeira aglomerada.
Coleção Santander Brasil.
Introdução do papel
na circulação monetária
Na história das civilizações que se dedicaram ao comércio, sempre hou- Fabio Rogério Cassimiro Corrêa
ve um momento em que, naturalmente, era preciso dar preço às coisas. Pesquisador de História Bancária
Escolhiam, então, alguma mercadoria para servir como medida de valor
para todas as outras. Foi assim que o gado acabou virando “dinheiro”,
pois podia ser acumulado e transportado com relativa facilidade – para
os padrões da época, é claro. Da mesma forma, alguns povos viram no
sal uma maneira prática de medir, conservar, transportar e subdividir os ACIMA Moeda de prata
valores de outros produtos. Aliás, o uso do sal como “moeda” deu origem de 320 réis cunhada no
Brasil em 1695. Coleção
aos termos soldo e salário, por exemplo. Santander Brasil.
À certa altura, algumas sociedades optaram por metais preciosos,
ABAIXO Balança para
como prata e ouro, para medir valores – o que oferecia uma vantagem pesar ouro utilizada em
importante, já que eles podiam ser plasmados em moedas padronizadas meados do século XIX.
Coleção Santander Brasil.
de acordo com o seu peso. Essa padronização foi tão importante que,
durante os séculos XVI e XVIII, a riqueza dos reinos era medida justa-
mente pela quantidade de metais acumulados no comércio internacional.
Não demorou, porém, para que a circulação monetária encarasse
seus primeiros desafios, entre eles, a impossibilidade de multiplicar seu
volume na mesma velocidade em que as transações comerciais aumenta-
vam. Isso teve um lado bom, pois impediu a desvalorização das moedas.
Porém, a partir do século XVIII, a inelasticidade do dinheiro se tornou
incompatível com o nível de crescimento do comércio. Foi daí que nasceu
a tensão que oporia posicionamentos “inflacionários” e “restritivos”, tanto
na opinião pública quanto entre formuladores da política monetária.
A 15 B
O primeiro movimento da substituição da moeda metálica pelo pa-
pel-moeda aconteceu ainda no século XVIII, quando uma tira de papel
passou a representar determinada quantia de moeda-mercadoria (ouro
e prata). Era a moeda-papel, que serviria como intermediária nesta longa
transição. Até o estabelecimento do legítimo papel-moeda – ou seja, a
moeda já completamente sem lastro, baseada única e exclusivamente
na confiança do público e na garantia do Estado – passaram mais de cem
anos, ocorrendo entre o fim do século XIX e o início do século XX.
O caminho luso-brasileiro
D. Rodrigo de Souza
Coutinho, conde de
O financiamento da dívida pública desafiava os pensadores portugueses Linhares, divulgador dos
benefícios do papel-moeda
desde o final do século XVIII. Entre eles, D. Rodrigo de Souza Coutinho se para o reino de Portugal.
José Maria Coggiani,
destacou pela inovação da sua proposta: criar um banco público e introduzir
Conde de Linhares,
o papel na circulação monetária de Portugal, ideias que seriam colocadas litografia, 1842-1852,
27 cm x 19 cm. Biblioteca
em prática com a transferência da corte portuguesa para o Brasil em 1808. Nacional de Portugal.
Foi sob os conselhos de D. Rodrigo que o príncipe regente D. João VI
Bilhetes do 1º Banco do
Napoleon Potyguara assinou o Alvará de 12 de Outubro daquele ano, fundando o Banco do Brasil dos valores de 80,
Lazzarotto.
Evolução da Moeda, 1968. Rapidamente, os Estados se deram conta de que podiam aumentar o Brasil. Primeiro banco instalado em terras portuguesas, recebeu o privilégio 90 e 100 mil-réis.
1ª série, 1810. Coleção
Sgraffito sobre madeira volume das moedas cunhando valores maiores na face, sem necessaria- de emitir bilhetes com poder liberatório de moeda. Em seguida, D. João VI Santander Brasil.
aglomerada, 144,5 cm
x 315,5 cm. Coleção mente elevar o peso das peças. Os “levantamentos da moeda”, como eram determinou a emissão dos bilhetes para permuta do ouro em pó na capi-
Santander Brasil. chamados, equivalem ao que hoje conhecemos como desvalorizações da tania de Minas Gerais, outro tipo de moeda-papel usado nos pagamentos
ABAIXO
moeda, um recurso que permitia aos soberanos ampliarem os meios de dos metais adquiridos pelas Casas de Fundição do Ouro.
Petrus Christus. pagamento à disposição de seus súditos. Ao mesmo tempo, intensificavam Além de instituir a circulação em papel, o príncipe regente também
Um Ourives em Sua
a arrecadação fiscal por meio da senhoriagem, uma espécie de lucro obtido promoveu o levantamento da moeda de cobre, fazendo com que as peças
Oficina, 1449.
Óleo em painel de pela diferença entre o valor extrínseco da moeda – ou seja, seu valor de existentes recebessem um carimbo que dobrava o seu valor de face. A
carvalho, 98 cm x 85 cm.
Metropolitan
face – e o valor intrínseco, dado pelo custo de produção dela pelo Estado. medida, porém, se mostrou um verdadeiro desastre para os cofres pú-
Museum of Art. Além das peças cunhadas, havia também uma moeda miúda, sob a blicos: a grande diferença entre o valor de face e o valor real das moedas
forma de ouro em pó, que chegava às oficinas dos ourives para ser trans- incentivou falsificadores, que passaram a comprar cobre em barras para
formada em barras e joias – ou, simplesmente, guardada em segurança. cunhar réplicas das peças oficiais.
Esses profissionais davam aos depositantes recibos e certificados para D. João VI voltou a Portugal, deixando em seu lugar o filho D. Pedro I,
comprovar a entrega, os quais acabavam circulando no que em 1822 proclamaria a Independência do Brasil. Poucos anos depois,
comércio na realização de pagamentos. a falsificação já representava uma calamidade para o recém-inaugurado
Os ourives logo repararam que, em circunstâncias Império brasileiro. Conhecido como “derrame do cobre falso”, o incidente se
normais, havia sempre uma parte do ouro depositado espalhou por várias províncias, mas foi especialmente grave na Bahia, onde
que não era requisitada pelos proprietários. Então, pas- a própria tesouraria provincial recebia exemplares sabidamente falsos no
saram a usar esses valores em operações lucrativas, pagamento de tributos. Uma estimativa da época aponta que a proporção
mantendo em caixa apenas um múltiplo do montante de moedas falsas em circulação chegou a dois terços do total.
para atender aos clientes. Parece uma prática familiar? Em 1827, o governo imperial decidiu retirar todas as peças de cobre de
Pois é: foi esse dinheiro de ourivesaria que inspirou o circulação na província da Bahia, trocando-as por cédulas com a promessa
funcionamento dos bancos de Estado, criados quando de, futuramente, entregar moedas que poderiam ser usadas como meio
os soberanos perceberam que também podiam emitir de pagamento oficial. Essa foi a primeira vez que o termo cédula foi usado
notas sobre tesouros reais para estimular o comércio e para designar o papel-moeda do Estado brasileiro, aparecendo novamente
financiar a dívida pública. apenas em meados do século XX.
A 16 B A 17 B
Rua Direita (Rio de
A moeda-papel do Brasil Independente Janeiro), ponto de
convergência dos negócios
de todo o Império.
Mesmo emancipado, o Brasil seguiu utilizando o sistema de Portugal até Victor Adam, Rue Droite:
à Rio Janeiro, gravura,
1833, quando realizou a reforma completa do sistema monetário. Dois
1835. Fundação Biblioteca
fatores influenciaram diretamente esse processo: a liquidação do primeiro Nacional / BN-Digital.
Banco do Brasil, em 1829; e a decisão de estender a retirada da moeda de Retrato do Visconde de
cobre para todas as províncias. A reforma estabe- Itaboraí, defensor da
centralidade das emissões
leceu a emissão e o conhecimento de cédulas para de papel-moeda no Rio
resgatar as moedas de cobre, que seriam realizados de Janeiro. Sebastien
Auguste Sisson, litografia,
pelas tesourarias provinciais em todo o Império. 1861. Biblioteca Brasiliana
Guita e José Mindlin.
Vale dizer que as cédulas emitidas para o resga-
te do cobre não representavam, para os padrões da
época, uma moeda-papel legítima. Ao contrário dos
bilhetes do Banco do Brasil, elas não prometiam
um pagamento em ouro, mas eram um certificado
de entrega de moedas de cobre – as quais, dife-
rentemente do ouro e da prata, não faziam parte
do padrão monetário do Império. As peças de cobre tinham um caráter Monopólio versus pluralidade monetária
divisionário, sendo empregadas para troco e nas transações do dia a dia.
A reforma previa que, futuramente, as cédulas seriam substituídas por Entre 1831 e 1840, por causa da abdicação do imperador D. Pedro I ao
bilhetes de um novo Banco do Brasil, resgatáveis em ouro. Entretanto, trono, o Brasil foi governado por regentes. Nesse período, uma série de
como a organização dessa instituição nunca se concretizou, o próprio conflitos estourou nas províncias – eram as chamadas revoltas regen-
Tesouro Nacional ficou incumbido de emitir notas para substituição – ciais, que confrontavam os interesses ligados à centralização político-e-
tanto dos bilhetes do antigo Banco do Brasil quanto das cédulas para o conômica no Rio de Janeiro e às reivindicações autonomistas das elites
resgate da moeda de cobre. provinciais. Com a antecipação da maioridade de D. Pedro II, próximo na
Era apenas o início da longa atuação do Tesouro Nacional como res- sucessão imperial, os levantes armados diminuíram, mas os conflitos se
ponsável pelo papel-moeda no Brasil, função que exerceu, com algumas perpetuaram nas disputas entre o Partido Conservador e o Partido Liberal.
interrupções, até a fundação do Banco Central do Brasil, em 1965. Além Do ponto de vista monetário, ambos os partidos tinham opiniões
de notas, o Tesouro Nacional emitiu também bilhetes, usados no paga- coerentes com suas posições sobre a centralização ou a descentraliza-
ACIMA
Cédula de 1 mil-réis mento de despesas públicas e dados a credores do Estado a título de ção do poder. Enquanto o Partido Conservador tendia a se alinhar com
emitida em 1833 para antecipação de receita. as ideias de restrição e centralização das emissões de papel-moeda no
o resgate da moeda
de cobre em todas as Rio de Janeiro, o Partido Liberal aderiu ao princípio da flexibilização e da
províncias do Império.
pluralidade das emissões, defendendo a instalação de bancos emissores
Coleção Santander Brasil.
também nas províncias. Paralelamente, diversos bancos começaram a ser
Moedas de cobre
resgatadas e carimbadas
organizados nas províncias para emitir vales, usados de forma parecida
com a metade do valor com os bilhetes de bancos emissores.
para desestimular a
falsificação. Coleção O Partido Conservador não tinha como conter a disseminação desse
Santander Brasil. vales e, por isso, regularizou as emissões com um banco emissor oficial.
A Lei nº 683, de 5 de junho de 1853, criou uma instituição sediada no
Rio de Janeiro que deteria o monopólio da emissão de bilhetes em todo
o Império. Em seguida, os dois principais emissores de vales do Rio de
Janeiro – o Banco do Brasil e o Banco Comercial do Rio de Janeiro – fun-
diram-se para formar uma terceira instituição, novamente com o nome
de Banco do Brasil, que passou a exercer o monopólio.
A 18 B A 19 B
Em 1857, houve uma verdadeira reviravolta política para reverter essa bancos não tivessem reservas de ouro em caixa, teriam de adquiri-lo no
situação. O liberal Bernardo de Souza Franco assumiu o Ministério da mercado com grande prejuízo.
Fazenda e autorizou a constituição de diversos bancos emissores nas De fato, o câmbio – que havia atingido sua máxima histórica em 1888
províncias, os quais começaram a expedir bilhetes que concorriam com – começou a recuar rapidamente ainda no final daquele ano, forçando o
as notas do Banco do Brasil. Banco Nacional do Brasil e o Banco de São Paulo a recolherem rapida-
Entretanto, durante a implementação da reforma de Souza Franco, o mente os seus bilhetes em circulação. O Banco do Comércio do Rio de
Brasil foi atingido pelos reflexos de uma das primeiras crises financeiras Janeiro sequer chegou a distribuir os seus.
mundiais, que derrubou o câmbio e causou inúmeras falências. O revés foi O regime imperial deu lugar à República em 15 de novembro de 1889,
atribuído ao excesso de moedas em circulação, o que acabou provocando quando as forças armadas depuseram o imperador e levaram o Marechal
a queda de Souza Franco. Ele foi substituído pelo conservador Barão de Deodoro da Fonseca ao poder. Rui Barbosa foi nomeado ministro da
Uruguaiana, o qual promoveu uma contrarreforma para inviabilizar as Fazenda e, apesar de adversário da reforma de Ouro Preto no Senado,
emissões dos bancos provinciais. deu continuidade à obra do antecessor, ampliando o direito de emissão
Como resultado, alguns bancos provinciais foram transformados em para outros dez bancos. Porém, ainda devido ao recuo do câmbio, essas
20 mil-réis. Emitido
caixas filiais do Banco do Brasil, enquanto outros, como o Banco da Bahia instituições também declinaram do direito de emitir. pelo Banco Nacional do
e o Banco da Província do Rio Grande do Sul, tiveram de abrir mão do O novo ministro decidiu, então, flexibilizar as emissões, amparando-se Brasil. 1ª estampa, 1890.
Impressão: American Bank
direito de emissão e seguiram funcionando como bancos comerciais até no argumento de que a abolição do trabalho escravo exigia uma nova Note Company. Coleção
Nota de 10 mil-réis Santander Brasil.
a segunda metade do século XX. estrutura financeira, sendo urgente multiplicar o meio circulante. Assim,
emitida pelo Tesouro
Nacional. 5ª estampa, outra reforma foi aprovada em janeiro de 1890. Ela dividiu o Brasil em re- 100 mil-réis. Emitido pelo
1868. Impressão: Perkins, Banco União de São Paulo.
Bacon & Petch. Coleção
Uma vitória do papel-moeda sobre o ouro giões monetárias, em cada uma das quais foi instalado um banco emissor 1ª estampa, 2º tipo, 1890.
Santander Brasil. privado, cujos bilhetes seriam resgatáveis em ouro apenas quando o câm- Impressão: Giesecke &
Devrient / Laemmert & C.
A retomada do monopólio pelo Banco do Brasil, bio fosse favorável, o que na prática equivalia a uma inconversibilidade. Coleção Santander Brasil.
porém, duraria pouco. Com o envolvimento do Após o descontrole inflacionário que se seguiu às reformas de 1889
Brasil na Guerra do Paraguai (1864-1870) e o e 1890, os governos aplicaram diversas medidas de restrição do meio
consequente salto na dívida do Império, a emis- circulante. A mais rígida delas foi a executada por Joaquim Murtinho,
são de papel-moeda, já plenamente inconver- ministro da Fazenda no governo Campos Sales, que em 1898 mandou
sível, foi adotada pelo Tesouro Nacional para incinerar grande parte do papel em circulação – o que acabou resultando
financiar o déficit público. em uma grave recessão econômica.
As emissões de bilhetes bancários conversí-
veis em ouro só voltariam a ser discutidas no par-
lamento em 1887. A cafeicultura estava em plena
expansão e os superávits na balança comercial
contribuíam para a valorização do câmbio, favo-
recendo novamente a conversibilidade dos bilhetes bancários em ouro.
Foto do edifício da
Em 1888, o liberal Visconde de Ouro Preto, último ministro da Caixa de Conversão, no
Fazenda do Império, autorizou a organização de um banco emissor para Rio de Janeiro. Autor
desconhecido, s/n,
substituir as notas inconversíveis do Tesouro Nacional. Inicialmente, o 1911- 1922. Gelatina,
17,2 cm x 23,4 cm.
privilégio de emissor foi concedido apenas ao Banco Nacional do Brasil,
Fundação Biblioteca
sendo, em seguida, estendido ao Banco de São Paulo e ao Banco do Nacional / BN-Digital.
Comércio do Rio de Janeiro. Reverso da nota de 1
O sucesso da reforma do Visconde de Ouro Preto dependia da esta- conto de réis emitida pela
Caixa de Conversão. 1ª
bilidade da taxa de câmbio, pois os bilhetes deveriam ser pagos à vista estampa, 1911. Impressão:
e em ouro. Se o câmbio ficasse estável, eles seguiriam circulando no Joh Enschede en Zonen.
Coleção Santander Brasil.
comércio como moeda. Mas, diante de uma desvalorização cambial, os
bilhetes seriam imediatamente apresentados para pagamento e, se os
A 20 B A 21 B
A retração da economia só daria trégua por volta de 1904, com o
afluxo de capital estrangeiro e a elevação dos preços do café, que se
seguiram à implementação do plano de valorização de 1906. A valori-
zação do grão, aliás, foi um marco importante na história monetária do
Brasil: para elevar os preços do produto e gerar sucessivos superávits
na balança comercial, o plano incluía um programa de estabilização do
câmbio e conversibilidade da moeda, executado pela Caixa de Conversão,
órgão federal responsável por atrelar as emissões monetárias ao afluxo
de divisas estrangeiras.
Em 1914, a eclosão da 1ª Guerra Mundial provocou uma intensa re-
tirada de divisas da Caixa de Conversão, obrigando-a a suspender suas
emissões e pondo fim a um dos raros períodos em que o Brasil experi-
mentou uma expansão do crédito com estabilidade cambial.
Ao longo do conflito, que só teria fim em 1918, o governo brasileiro
recorreu várias vezes às emissões de papel-moeda inconversível, o que
resultou no aumento da inflação. Muitas dessas emissões foram feitas
para equilibrar o déficit público ou financiar novos programas de valori-
zação do café. O ápice aconteceu em 1923, quando o Banco do Brasil
– o quarto com esse nome – foi autorizado a emitir bilhetes que seriam
conversíveis apenas quando o câmbio estivesse estável.
Depois de anos de inflação e desequilíbrio cambial, em 1926
Washington Luís assumiu a Presidência da República com a promessa
de estabilizar a moeda e o câmbio. Ele defendia que as tentativas an-
teriores estabeleciam a conversibilidade, mas sem garantir a fixação do
câmbio. O seu plano, por outro lado, previa que a fixação seria assegurada
pela Caixa de Estabilização, organismo com papel similar ao da Caixa de
Conversão, que deveria determinar a taxa cambial e imprimir ou recolher
notas próprias à medida que entravam ou saíam reservas. Após a fixação
do câmbio, estava prevista a substituição do mil-réis, usado até então,
por um novo padrão monetário, que se chamaria cruzeiro.
Em 1929, uma nova crise econômica mundial atingiu em cheio a agro-
exportação e evidenciou a fragilidade dos planos de Washington Luís.
Na prática, ele contava exclusivamente com a capacidade do programa
de valorização do café em regular os preços do produto no mercado
internacional, equilibrando a balança comercial pelo aumento do valor
das exportações do produto. Quando os preços desabaram em decor-
rência da crise, o plano de estabilização e a popularidade do presidente
colapsaram juntamente com a bolsa de Nova York.
A 22 B A 23 B
Um dos resultados indiretos da recessão foi impulsionar e
expor o descontentamento em relação ao poder exercido por
São Paulo e à supervalorização da pauta cafeeira sobre a po-
lítica econômica do Brasil. Essa supervalorização, por sua vez,
foi um dos motores do movimento militar que levou à deposição
de Washington Luís e à ascensão de uma junta militar liderada
por Getúlio Vargas. Com a recuperação econômica, por volta
de 1933, o novo presidente instituiu definitivamente o papel
inconversível, desvinculando a moeda brasileira do ouro ou de
qualquer outra riqueza tangível.
Assim, encerrou-se a trajetória de conversão da moeda-mer-
cadoria em papel-moeda. Complexo, esse processo ainda hoje
desperta fantasias e muita desconfiança – especialmente por
Alexandre von
Baumgarten. se tratar de uma promessa lastreada na confiança de que o Estado ga-
Estatística Bancária rantirá a obtenção de bens no valor inscrito em uma cédula.
Comparativa, São Paulo,
Banco Holandez Nas décadas seguintes, a quantidade de papel-moeda se tornaria um
Unido, 1943. Coleção
problema menor, com o volume de crédito e a inflação passando, gradual-
Santander Brasil.
ABAIXO
mente, para o controle de instituições como a Caixa de Mobilização Bancária
Maços de notas de 2, 5 (1933), a Superintendência da Moeda do Crédito (1942) e o Banco Central
e 1.000 cruzeiros com
invólucro da Caixa de
do Brasil (1965), que podiam regular a liquidez do sistema financeiro aumen-
Amortização, 1958-1961. tando ou diminuindo as disponibilidades de caixa dos bancos comerciais.
Coleção Santander Brasil.
Nesse novo contexto, uma parte significativa das transações já não
dependia do uso de “dinheiro vivo”, já que os podiam ser feitos por meio
de cheques, duplicatas, letras e outros títulos, verdadeiras moedas ban-
cárias cujo uso cresceu sem parar ao longo do século XX. Desde o começo
do século XXI, pode-se dizer que as cédulas vêm entrando em extinção,
principalmente por causa da intensificação de pagamentos por meio de
cartões, boletos e transferências eletrônicas. Hoje, aliás, já vislumbramos
a iminência de novas formas de moedas totalmente eletrônicas.
Incineração de cédulas
de cruzeiro real durante
o primeiro ano de
implementação do
Plano Real. Otávio
Magalhães, s/n,
27 de junho de 1994.
Estadão Conteúdo.
A 24 B
Linha do tempo do
papel-moeda no Brasil
A 27 B
Livro de onde eram
destacados os bilhetes
Bilhetes para permuta do
em duas vias. Michel
ouro em pó na capitania
Becheleni, sem data.
das Minas Gerais, diversos
Museu do Diamante /
valores, 1ª e 2ª série.
Ibram.
Coleção Santander Brasil.
80 mil-réis. Banco do
Brasil. 1ª emissão, 1810.
Bilhete da Administração Coleção Santander Brasil.
Geral dos Diamantes no
valor de 25 oitavas de
ouro, emitido em 1779.
Coleção Santander Brasil.
Moedas de
cobre. Coleção
Santander Brasil.
A 28 B A 29 B
Bilhetes de 2 mil-réis (2º
tipo, 1828) e 90 mil-réis
(3º tipo, 1829) emitidos
pelo Banco do Brasil.
Coleção Santander Brasil.
A 30 B A 31 B
Moedas de cobre
carimbadas com a metade
do valor em 1833. Coleção
Santander Brasil.
Exemplar de conhecimento
de cédula, emitido pelas
tesourarias provinciais
quando faltavam
cédulas, 1838. Coleção
Santander Brasil.
Praia da Baía do
Sueste, Fernando de
Noronha (PE), s/d.
Foto de Leandro
Macedo Gonçalves.
1833
Primeira reforma Acabar com as moedas de cobre O degredo em
financeira do Brasil Para retirar de vez as moedas falsas da Fernando de Noronha
Mesmo emancipado de Portugal, circulação e carimbar as legítimas com A Lei nº 52, de 3 de outubro de 1833,
o Brasil ainda seguia o sistema os novos valores, o governo decidiu serviu como desfecho para o escândalo
monetário lusitano. A primeira reforma ampliar para todas as províncias de falsificação de moedas. Em seu
aconteceu em 1833, quando o padrão o resgate da moeda de cobre, artigo 8º, indicava que fabricantes e
mil-réis foi desvalorizado perante o substituindo-as por cédulas. Como o introdutores de peças falsas seriam
ouro. A moeda de cobre, pelo contrário, número de cédulas foi insuficiente para “punidos pela primeira vez com a
foi valorizada para coibir a falsificação, resgatar todo o cobre em circulação no pena de galés para a ilha de Fernando
utilizando-se um carimbo para reduzir Brasil, as tesourarias provinciais foram de Noronha, pelo duplo do tempo de
o seu valor de face à metade. autorizadas a emitir “conhecimentos prisão que no Código Criminal está
de cédulas”. Eles também circulavam designada para cada um destes crimes;
como meio de pagamento, mas eram e nas reincidências serão punidos com
uma espécie de certificado de custódia galés perpétuas para a mesma ilha,
que conferia ao portador o direito de além do dobro da multa”.
receber cédulas no futuro.
A 33 B
Notas de 1, 5, 10, 20,
50, 100, 200 e 500
mil-réis. Emitidas pelo
Tesouro Nacional.
1ª estampa, 1835.
Impressão: Perkins,
Bacon & Petch. Coleção
Santander Brasil.
1835
Emissões do Tesouro Nacional
A reforma monetária iniciada em
1833 foi concluída apenas em 1835,
quando o Tesouro Nacional assumiu
definitivamente a responsabilidade
sobre o papel-moeda brasileiro. Todos
os papéis que estavam em circulação
– bilhetes de permuta do ouro em
pó, bilhetes do Banco do Brasil,
cédulas e conhecimentos de cédulas
das tesourarias provinciais – foram
substituídos pelas notas que o Tesouro
Nacional encomendou na Inglaterra.
A 34 B A 35 B
30 mil-réis. Emitido pelo
Banco do Brasil – Caixa Filial
de São Paulo. 2ª série, 1856.
Impressão: Casa da Moeda
do Rio de Janeiro. Coleção
Friedrich Salathé. Santander Brasil.
Plantação de Café, 1835.
Gravura a água-tinta.
Fundação Biblioteca
Nacional / BNDigital.
1857
Reforma pela descentralização
Com a ascensão do liberal Bernardo de
Souza Franco ao Ministério da Fazenda,
foi realizada uma reforma bancária que NO ALTO 100 mil-réis. Emitido Estudo para bilhete de
pelo Banco do Maranhão. 200 mil-réis produzido
descentralizou as emissões de bilhetes. pelos impressores
3ª série, 1862. NO MEIO 100
Seis novos bancos foram autorizados mil-réis. Emitido pelo Banco da Knowles & Foster
a emitir bilhetes nas províncias, Bahia. 2ª série, 1858. ACIMA para o Novo Banco de
10 mil-réis. Emitido pelo Banco Pernambuco. 1ª série,
concorrendo diretamente com o Banco 1859. Coleção
da Província do Rio Grande do
do Brasil. Entretanto, naquele mesmo Sul. 1ª série, 1859. Impressão: Santander Brasil.
ano, uma crise financeira atingiu as Knowles & Foster. Coleção
Santander Brasil.
principais praças do Império. Embora
a crise tivesse origens externas,
desencadeada pelo fim da Guerra da
Crimeia, os conservadores acusavam o
excesso de papel-moeda em circulação
pela queda no câmbio.
A 38 B A 39 B
Fundo: reprodução da obra Combate
Naval de Riachuelo, de Victor
Meirelles, no reverso da nota de
500 mil-réis. Caixa de Estabilização.
1ª estampa, 1927. Impressão:
American Bank Note Co. Coleção
Santander Brasil. (Ver página 58)
500 mil-réis. Bilhete 5 mil-réis. Nota emitida 500 réis. Emitida pelo 500 mil-réis. Emitido
emitido pelo Banco pelo Tesouro Nacional. Tesouro Nacional. pelo Banco Nacional
Comercial e Agrícola, em 5ª estampa, 1866. 1ª estampa, 1874. do Brasil. Reimpressão
1858, e convertido em Impressão: Perkins, Impressão: American Bank sobre nota da 5ª estampa
bilhete do Banco do Brasil Bacon & Petch. Coleção Note Company. Coleção do Tesouro Nacional.
após a contrarreforma de Santander Brasil. Santander Brasil. Impressão: American Bank
1859. Impressão: Perkins, Note Company. Coleção
Bacon & Company. Santander Brasil.
Coleção Santander Brasil.
A 42 B A 43 B
O Banco dos Estados Unidos Nascido em 1853, o Banco
do Brasil foi o primeiro do Brasil obteve autorização
autorizado a funcionar após para emitir novamente em
a reforma de Rui Barbosa. 1890, encomendando novas
Inicialmente, a instituição estampas com alegorias da
aproveitou as notas do Tesouro República. 30 mil-réis.
Nacional e depois encomendou 1ª série, 1890. Impressão:
estampas próprias. 200 mil-réis, Waterlow & Sons.
1890. Impressão: American Coleção Santander Brasil.
Bank Note Company. Coleção
Santander Brasil.
1890
Santa Catarina e Paraná.
10 mil-réis. 1ª estampa,
1890. Impressão: Giesecke
& Devrient / Laemmert & C.
Coleção Santander Brasil.
A reforma de Rui Barbosa
Primeiro ministro da Fazenda da
República, Rui Barbosa se deu conta
de que era impraticável exigir que
Nos estados de Pernambuco,
os bancos pagassem em ouro os
Paraíba, Rio Grande do Norte
bilhetes apresentados ao caixa. Por e Ceará as emissões bancárias
isso, admitiu uma flexibilização dessa ficaram a cargo do Banco
Emissor de Pernambuco.
regra, argumentando que a abolição
100 mil-réis. 1ª estampa,
da escravatura, em 1888, exigia a 1890. Impressão: American
multiplicação do meio circulante. A reforma Bank Note Company.
Coleção Santander Brasil.
Rui Barbosa. foi aprovada em janeiro de 1890, dividindo
Fotografia de o Brasil em regiões monetárias onde a
Fitz Gerald, 1919.
Gelatina, 22,2 cm x
circulação ficou a cargo de bancos. Os seus
15,8 cm. Fundação bilhetes eram resgatáveis em ouro apenas
Biblioteca Nacional / quando o câmbio fosse favorável – ou seja,
BN Digital.
na prática, eram inconversíveis.
A 44 B A 45 B
Além do estado que lhe deu
nome, os bilhetes do Banco
Emissor da Bahia também
circularam em Alagoas
e Sergipe. 50 mil-réis.
Reimpressão sobre nota da
8ª estampa do Tesouro
Nacional. Impressão:
American Bank Note Company.
Coleção Santander Brasil.
A 47 B
Obrigação ao portador
(debênture) emitida pelo
Banco Industrial dos
Estados do Sul. Coleção
Santander Brasil. 1891.
Impressão: Companhia
Editora Fluminense.
Coleção Santander Brasil.
1891
Crescimento da especulação Do encilhamento à crise
Ao mesmo tempo que a reforma As reformas monetária, bancária e
bancária ampliou a oferta de crédito, legislativa, aliadas ao crescimento
uma reforma legislativa sobre das exportações nos anos anteriores,
sociedades anônimas facilitou a impulsionaram o surgimento de novas
incorporação de companhias. Elas companhias. Muitas queriam atrair
podiam até emitir debêntures e letras compradores para suas ações, mas, mesmo
hipotecárias – duas modalidades prometendo altos rendimentos, não eram
de títulos mobiliários que tinham a viáveis. Os papéis se multiplicaram no
emissão controlada no Império em mercado de ações, e o clima de euforia foi
razão do medo de serem usadas chamado de “encilhamento”, gíria para se Angelo Agostini,
como meio de pagamento, referir ao momento que antecede a largada Revista Ilustrada
desorganizando o meio circulante. dos cavalos em uma corrida. A bolha [Rio de Janeiro], 1893,
ano 18, ed. 655,
estourou em meados de 1891, gerando
p. 4-5. Fundação
descontentamento com o mercado de ações. Biblioteca Nacional –
Hemeroteca Digital.
A 48 B
Bilhetes de 10, 20, 30,
50, 100, 200 e 500
mil-réis. Emitidos pelo
Banco da República do
Brasil. 1ª estampa, 1893.
Impressão: Giesecke &
Devrient / Laemmert & C.
Coleção Santander Brasil.
1893 »
Banco da República do Brasil
A crise do encilhamento fez com que
o Governo Federal restringisse as
emissões bancárias ainda em 1892, e o
excesso de papel-moeda foi apontado
como um fator determinante para
agravar o problema. Para aumentar
o controle, o monopólio de emissões
foi concedido ao Banco da República
do Brasil, nascido da fusão do Banco
da República dos Estados Unidos do
Brasil com o Banco do Brasil.
A 50 B
Vales de 100 e 200
réis emitidos por Nota de 500 réis.
estabelecimentos Emitida pelo Tesouro
comerciais durante a Nacional em resposta à
década de 1890. Coleção disseminação de bilhetes
Santander Brasil. e vales de pequeno
valor. 3ª estampa, 1893.
Impressão: American
PÁGINA AO LADO
Bank Note Company.
Vales para troco e Coleção Santander Brasil.
bilhetes de pequeno valor
emitidos por estados,
municipalidades e
comerciantes no início da
década de 1890. Coleção
Santander Brasil.
« 1893
Emissões abusivas e ilegais Falsa, mas oficial Praga dos vales
Depois de anos de expansão Os poderes municipais e estaduais Apelidado de “praga dos vales”, o
monetária, as restrições acabaram aproveitaram para fazer suas próprias problema foi discutido na Câmara dos
incentivando uma prática antiga: a emissões. Apesar de consideradas Deputados. As apólices de estados
emissão de moedas por indivíduos ilegais pelo Governo Federal, era difícil e municípios e debêntures emitidas
e comerciantes. Elas recebiam os combatê-las, já que a Constituição por companhias e particulares, apesar
mais diversos nomes, como vales, de 1891 concedera liberdade a de simularem captações de crédito,
obrigações, cautelas e livranças. Havia estados e municípios para contraírem eram colocadas em circulação como
também os apelidos locais, como as dívidas, inclusive sob a forma de moedas sem fazer referência aos juros
ficas de Alagoas, os borós do Ceará, títulos ao portador. Os defensores cobrados, além de serem impressas
os borrusques de Minas Gerais e os argumentavam que esses pedaços da em pequenos valores e em formato de
calcários, sampaios e haja-paus de dívida pública entravam em circulação bilhetes de banco.
Pernambuco. em razão da escassez de moedas de
níquel e de notas de pequeno valor
para troco no comércio.
A 53 B
2 mil-réis. Emitida
pelo Tesouro Nacional.
9ª estampa, 1899.
Impressão: American Bank
Note Company. Coleção
Santander Brasil.
1898 1899
Queimando dinheiro Fake news de 2 mil-réis
O governo Campos Sales inaugurou A insatisfação geral com a política
Efígie do ministro Joaquim
Murtinho em prova de
seu primeiro ano no poder com uma econômica do governo estava
impressão de nota de 2 medida drástica: queimando papel- presente em discursos na tribuna
mil-réis para o Tesouro moeda. O objetivo era contrair o meio do Congresso e nas páginas dos
Nacional, sem data.
Impressão: Casa da Moeda
circulante, e a ação dividiu opiniões. principais jornais do Brasil. A
do Rio de Janeiro. Coleção Enquanto muitos a viram como uma indignação deu origem a uma fake
Santander Brasil. solução aos excessos cometidos news: acusava-se o ministro Joaquim
entre 1890 e 1892, outros criticaram Murtinho de reproduzir o retrato de
duramente o governo e o ministro da sua amante nas cédulas de 2 mil-
Fazenda, Joaquim Murtinho, por causa réis impressas em 1899. A estampa,
da grande retração causada. contudo, era obra do artista austríaco
Theodor Kiesel.
A 54 B A 55 B
1 conto de réis. Caixa de
Conversão. 1ª estampa,
1911. Impressão: Joh
Enschede em Zonen.
Coleção Santander Brasil.
A 56 B A 57 B
Bônus de 10 mil-réis.
Emitido pelo Tesouro do
Estado do Rio Grande
do Sul. Série D, 1932.
Impressão: Livraria
do Globo. Coleção
Santander Brasil.
Em momentos de crise as
contas externas precisavam
ser saldadas com ouro e
prata. Em 1929, diante
da fuga desses metais, a
Caixa de Estabilização foi
impedida de converter suas
notas em moedas metálicas
e foi liquidada. Este baú
foi utilizado para o câmbio
de moedas entre os portos
brasileiros e italianos.
Coleção Santander Brasil.
A 58 B A 59 B
Bônus de 5, 50 e 100
mil-réis. Emitidos pelo
Tesouro do Estado
de São Paulo, 1932.
Impressão: Companhia
Melhoramentos. Coleção
Santander Brasil.
Bônus do Partido
Libertador autografado
por Raul Pilla, sem data.
Coleção Santander Brasil.
1932 1933
Uma nova revolução Vale 20 pila! Passada a tempestade,
Em 9 de julho estourou a Revolução Paralelamente a revolução que o cruzeiro
de 1932, que colocou as forças estourou em São Paulo, os partidários A Crise de 1929 interrompeu o plano
paulistas em guerra com as tropas de Raul Pilla, no Rio Grande do Sul, de Washington Luís de reformar o
federais. Para manter as operações organizaram um levante em oposição sistema monetário que instituiria
de financiamento do café, até então a a Getúlio Vargas e ao governo o cruzeiro. Marco de um século da
cargo do Banco do Brasil, o Tesouro estadual. As operações militares primeira reforma monetária do Brasil,
Estadual passou a emitir uma foram financiadas pela emissão de 1933 foi também o ano que encerrou
moeda local sob a forma de bônus bônus que levavam a assinatura de a recessão. O ministro da Fazenda,
do tesouro estadual para prosseguir Pilla e a esses papéis é atribuída a Osvaldo Aranha, aproveitou a ocasião
nas operações de crédito por meio origem do uso da expressão “pila” para apresentar ao presidente Getúlio Modelo de nota de 100
dos bancos paulistas e viabilizar as para se referir a dinheiro. Vargas uma nova proposta para cruzeiros para o Tesouro
operações militares. a moeda brasileira. Ele chegou a Nacional. 1ª série (não
circulou). Impressão:
encomendar as estampas a diversos Carte Valori Turati
fabricantes estrangeiros. Lombardi & C. Coleção
Santander Brasil.
A 60 B
PÁGINA AO LADO
Painel com reprodução
da obra Primeira Missa
em detalhe da cédula de
1.000 cruzeiros. Tesouro
Nacional. 1ª estampa,
1943. Impressão:
American Bank Note.
Coleção Santander Brasil.
1942
De mil-réis para cruzeiro
O padrão cruzeiro foi finalmente
instituído em 1942: 1 cruzeiro
(Cr$ 1,00) valia 1 mil-réis (1$000),
e o centavo era utilizado como O presidente Getúlio Vargas
usou de sua conhecida habilidade
submúltiplo. Enquanto as novas
política para apresentar o cruzeiro
estampas encomendadas à como fruto de seu governo.
American Bank Note não ficavam Na medida em que as novas
estampas iam chegando dos
prontas, as notas da 15ª, 17ª e
Estados Unidos, em 1944, Vargas
19ª estampas do padrão mil-réis autografava pessoalmente os
receberam um carimbo do novo valor. primeiros exemplares que depois
foram oferecidos a entidades
assistenciais. Foto: Agência
Nacional, 13 de junho de 1944.
Arquivo Nacional. Fundo Correio
da Manhã (BR RJANRIO PH 0 FOT
00154 079).
A 63 B
A cédula de 1.000 cruzeiros traz, A cédula de 200 cruzeiros combina a A cédula de 20 cruzeiros faz referência
no anverso, a efígie do explorador efígie de D. Pedro I com a reprodução à instalação da República, com a efígie
português Pedro Álvares Cabral e, no da obra Grito do Ipiranga, do artista de marechal Deodoro e a reprodução
reverso, a reprodução da obra Primeira Pedro Américo. Tesouro Nacional. da obra Proclamação da República,
Missa no Brasil, de Victor Meireles. 1943. Impressão: American Bank Note. de Cadmo Fausto de Souza. Tesouro
Tesouro Nacional. 1ª estampa, 1943. Coleção Santander Brasil. Nacional. 1943. Impressão: American
Impressão: American Bank Note. Bank Note. Coleção Santander Brasil.
Coleção Santander Brasil.
1943
Getúlio Vargas:
narrativa em cruzeiros
Getúlio Vargas viu nas novas estampas
de cruzeiro uma oportunidade de
construir sua imagem perante a
população. A sequência de estampas,
valores, efígies e obras de arte criavam
uma narrativa de heróis dignos do
panteão da nação brasileira, no qual
Getúlio Vargas surgia como único
personagem vivo, herdeiro daquela A cédula de 500 cruzeiros evoca o A cédula de 100 cruzeiros traz a efígie ACIMA E NA PÁGINA SEGUINTE
tradição. Sua obra, o Estado Novo, foi príncipe D. João VI combinado com uma de D. Pedro II combinada com alegorias A cédula de 10 cruzeiros traz a efígie do
representação alegórica da Abertura que teriam, de acordo com o relatório presidente Getúlio Vargas e a obra de Cadmo
retratada como elemento da União dos Portos. Tesouro Nacional. 1943. do Ministério da Fazenda, o objetivo Fausto de Souza que o ministro Osvaldo
Nacional, referência ao papel de Vargas Impressão: American Bank Note. evocar o amor pela cultura atribuído Aranha apresentou como a “alegoria ao
na reversão da descentralização política, Coleção Santander Brasil. ao governante. Tesouro Nacional. Estado Novo que promoveu a unidade
1943. Impressão: American Bank Note. nacional”. Tesouro Nacional. 1943. American
ocorrida após a Constituição de 1891. Coleção Santander Brasil. Bank Note. Coleção Santander Brasil.
A 64 B A 65 B
5 cruzeiros. Emissor:
Tesouro Nacional.
3ª estampa, 1961.
Casa da Moeda do Brasil.
Coleção Santander Brasil.
1944 1961
Diversificação da A “nota do índio”
economia brasileira Esta cédula de 5 cruzeiros marcou a
A 2ª Guerra Mundial marcou o primeira de impressão moderna da
Produção de algodão Casa da Moeda do Brasil. Ela ficou
início de um período de intenso
em cooperativa no interior
de São Paulo. crescimento da economia brasileira, conhecida como “nota do índio”,
Autor desconhecido. devido principalmente à aceleração pois trazia o retrato de perfil de um
Década de 1940. indígena do lado direito.
da urbanização e da industrialização
Coleção Santander Brasil.
e à diversificação das exportações.
O algodão foi o símbolo da época,
contrabalançando o declínio da
cafeicultura.
A 68 B
Instalações industriais da
Casa da Moeda do Brasil.
Calazans, 12 jan. 1970.
Arquivo Nacional –
Fundo Correio da Manhã
(BR RJANRIO
PH 0 FOT 00154 77).
Anúncio de máquina
de contabilidade.
O Observador
Econômico e
Financeiro, 1959,
nº 284. Fundação
Biblioteca Nacional /
Hemeroteca Digital.
A 73 B
A cédula de 500 cruzados 5.000 cruzados. Homenagem
traz o retrato do célebre ao artista plástico paulista
compositor carioca Heitor Cândido Portinari, trazendo
Villa-Lobos, ladeado por uma seu rosto em composição com
representação de vitórias- trecho do painel Tiradentes,
régias. No reverso, há a executado em 1949. O reverso
reprodução de uma fotografia apresenta uma gravura
de Villa-Lobos regendo, com a baseada na fotografia de
vista de uma floresta ao Portinari desenhando o painel
fundo. Banco Central do Baianas. Banco Central do
Brasil, 1986. Impressão: Casa Brasil, 1986. Impressão: Casa
da Moeda do Brasil. Coleção da Moeda do Brasil. Coleção
Santander Brasil. Santander Brasil.
Cédulas de cruzeiros
carimbas com os novos
valores em cruzados.
Banco Central do Brasil,
1986. Impressão: Casa da
Moeda do Brasil. Coleção
A cédula de 10.000 cruzados
Santander Brasil. O escritor Machado de Assis
homenageia o médico Carlos
estampa a cédula de 1.000
Chagas, compondo o seu
cruzados junto à vista da Rua
retrato com uma gravura do
Direita em 1905, símbolo
ciclo de vida do Trypanosoma
do Rio de Janeiro retratado
cruzi, espécie de protozoário
pelo autor. Banco Central do
descrito por ele em 1909 – e
Brasil, 1986. Impressão: Casa
causador da enfermidade
da Moeda do Brasil. Coleção
que receberia o nome de
Santander Brasil.
Doença de Chagas. No
reverso, está a gravura do
A 76 B A 77 B
A cédula de 50 cruzados Alusiva ao centenário da
novos traz a efígie do escritor República, a cédula de 200
Carlos Drummond de Andrade, cruzados novos conta com a
combinando-a com elementos efígie simbólica e a gravura
da paisagem de Itabira, Minas representativa dos republicanos
Gerais, sua cidade natal. O Silva Jardim, Benjamin Constant,
reverso apresenta uma gravura marechal Deodoro da Fonseca
mostrando o mineiro em e Quintino Bocaiúva. No
sua mesa de trabalho e uma reverso, um detalhe da obra
reprodução do seu poema Pátria, do pintor Pedro Bruno.
Canção Amiga. Banco Central Banco Central do Brasil, 1989.
do Brasil, 1989. Impressão: Casa Impressão: Casa da Moeda do
da Moeda do Brasil. Coleção Brasil. Coleção Santander Brasil.
Santander Brasil.
1989
Cédulas de cruzados
A chegada do cruzado novo carimbas com os novos
Com o avanço da inflação, veio mais valores em cruzados
novos. Banco Central do
uma alteração do padrão monetário Brasil, 1989. Impressão:
no Brasil: o cruzado (Cz$) deu lugar Casa da Moeda do Brasil.
ao cruzado novo (NCz$), que tinha Coleção Santander Brasil.
valor equivalente a 10.000 cruzados.
Inicialmente, aproveitou-se as
estampas dos valores de 1.000, 5.000
e 10.000 cruzados novos, que foram
carimbados com os valores de 1, 5 e
10 cruzados novos. Posteriormente,
foram produzidas novas estampas
para as notas de 50, 100, 200 e 500
cruzados novos.
A 80 B A 81 B
A cédula de 1.000 cruzeiros O médico Vital Brazil foi
traz no anverso o retrato do homenageado na cédula de
engenheiro militar e sertanista 10.000 cruzeiros. Sua efígie vem
mato-grossense Marechal Cândido acompanhada de uma gravura
Rondon, acompanhado de uma que mostra a extração de veneno
paisagem florestal com uma para a produção de soro antiofídico
estação telegráfica. No reverso, – o cientista foi reconhecido
estão membros da etnia Karajá internacionalmente pela descoberta
junto a elementos simbólicos de sua da especificidade desse soro.
cultura. Banco Central do Brasil, Banco Central do Brasil, 1991.
1990. Impressão: Casa da Moeda Impressão: Casa da Moeda do
do Brasil. Coleção Santander Brasil. Brasil. Coleção Santander Brasil.
1990
Brasil. Coleção Santander Brasil. Casa da Moeda do Brasil. Coleção
Santander Brasil.
O Plano Collor e a
volta do cruzeiro
Durante a implementação do Plano
Collor, o padrão monetário brasileiro
passaria por mais uma reforma,
voltando a se chamar cruzeiro (Cr$).
Inicialmente, circularam cédulas de
50, 100, 200, 500 cruzados novos
carimbadas com o novo padrão, e a
Casa da Moeda emitiu novas cédulas
baseadas nos mesmos desenhos
das anteriores. Mais tarde, foram
desenvolvidas estampas inéditas para
os valores de 1.000, 5.000, 10.000,
50.000 e 100.000 cruzeiros.
A 84 B A 85 B
A Conferência das Nações Unidas
sobre o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento – ou Rio-92 –,
sediada no Rio de Janeiro, inspirou
a cédula de 100.000 cruzeiros.
Foi a primeira a fazer referência
unicamente ao meio ambiente.
Banco Central do Brasil, 1993.
Impressão: Casa da Moeda do
Brasil. Coleção Santander Brasil.
A 86 B
Rompendo com a sequência de
personalidades iniciada em 1984, as
estampas do cruzeiro real passaram a
retratar cenas da cultura regional. Na
cédula de 5.000 cruzeiros reais vê-se
a efígie de um gaúcho, ladeado por um
painel com as ruínas da Igreja de São
Miguel das Missões, no Rio Grande
do Sul, construção jesuítica do século
XVII. Banco Central do Brasil, 1993.
Impressão: Casa da Moeda do Brasil.
Coleção Santander Brasil.
1993
Cruzeiro real
Já durante o governo de Itamar Franco,
a inflação continuava a corroer o poder
de compra da moeda brasileira – e,
mais uma vez, a mudança do padrão
monetário foi a solução. Três zeros
foram cortados, e a moeda passou a
se chamar cruzeiro real (CR$). A cédula de 50.000 cruzeiros
reais homenageia a Bahia,
destacando a efígie de uma baiana
com elementos da cultura e da
religiosidade afro-brasileiras. No
reverso, há uma cena da baiana em
trajes festivos com um tabuleiro
de acarajé e, ao fundo, a Igreja
de Nosso Senhor do Bonfim, em
Salvador. Banco Central do Brasil,
1993. Impressão: Casa da Moeda
do Brasil. Coleção Santander Brasil.
A 88 B
1994
O real
Cédulas da primeira família do real.
Na parte central do anverso,
vê-se o valor em numeral arábico,
acompanhado de uma efígie simbólica
da República, reproduzida a partir
de uma escultura. No reverso,
dependendo do valor, há um animal
da fauna brasileira.
Cédulas de 1, 2, 5 e 10 reais com A cédula de 1 real possui carimbo
efígie simbólica da República comemorativo dos Correios,
no anverso e os animais beija- alusivo ao 1º ano de circulação do
flor, garoupa, garça e arara- novo padrão monetário. Banco
vermelha que as estampam, Central do Brasil (1ª família, 1994).
respectivamente, no reverso. Impressor: Casa da Moeda do
Banco Central do Brasil. 1ª família. Brasil. Coleção Santander Brasil.
Impressão: Casa da Moeda do
Brasil. Coleção Santander Brasil.
A 91 B
Cédulas de 20, 50 e 100 reais
com efígie simbólica da República
no anverso e os animais mico-
leão-dourado, onça-pintada
e garoupa que as estampam,
respectivamente, no reverso.
Banco Central do Brasil. 1ª família.
Impressão: Casa da Moeda do
Brasil. Coleção Santander Brasil.
A 92 B
Anverso das cédulas
da 2ª família do real
impressas entre 2010 e
2013. Banco Central do
Brasil. Impressão: Casa da
Moeda do Brasil. Coleção
Santander Brasil.
A 94 B A 95 B
A 96 B A 97 B
PÁGINAS ANTERIORES
Composição com diversas
notas emitidas em países e
territórios da comunidade
britânica de nações
(Commonwealth),
tendo no anverso a efígie
da rainha Elizabeth II.
Coleção Santander Brasil.
Cédulas
estrangeiras
Além dos diversos papéis que contam a história do Brasil
desde os tempos mais remotos, o acervo da Coleção
Santander também abriga uma grande diversidade de
notas estrangeiras, incluindo exemplares que circularam
em todos os continentes. A maior parte desse acervo
teve origem na constituição do museu do antigo Banco
da Província do Rio Grande do Sul, que durante as dé-
cadas de 1950 e 1960 solicitou a seus correspondentes NO ALTO Nota canadense de 2 dólares,
internacionais, principalmente na Europa e nos Estados comemorativa à coroação da rainha
Elizabeth II. Bank of Canada. Impressão:
Unidos, que lhe enviassem exemplares de notas e mo- British American Bank Note Company,
edas para compor a coleção. Essa forma de aquisição 1954. Coleção Santander Brasil.
acabou por privilegiar os papéis que circulavam em na- ACIMA E NA PÁGINA AO LADO Nota
francesa que circulou no território da Nova
ções europeias, ou mesmo em suas colônias, ex-colônias Caledônia. Banque du Indochine, 1963.
e zonas de influência espalhadas pelo globo. s/n. Coleção Santander Brasil.
A 99 B
EM SENTIDO HORÁRIO
Nota de 10 dólares do
protetorado britânico de
Hong Kong com a sede do
Chartered Bank (anverso)
e o porto da cidade
(reverso). The Chartered
Bank, 1975. Impressão:
Thomas de La Rue.
Coleção Santander Brasil.
A 101 B
EM SENTIDO HORÁRIO
Nota francesa de
10 francos, ou 10 NF,
abreviação para nouveau
franc, com retrato do
Cardeal Richelieu. Banque
de France, 1959. Coleção
Santander Brasil.
Nota nicaraguense de 20
córdobas, monumento à
Rafaela Herrera (anverso)
e proposta do Canal da
Nicarágua (reverso). Banco
Nacional de Nicarágua,
1953. Impressão: Thomas
de La Rue. Coleção
Santander Brasil.
Nota neerlandesa de 10
gulden que circulou na
colônia da Nova Guiné,
contendo a efígie da
rainha Juliana (anverso)
e representação de uma
Ave do Paraíso (reverso).
Dutch Administration, Nota taiwanesa de 10 yuan
1954. Impressão: Johan com efígie de Sun Yat-Sem.
Enschede en Zonen. Bank of Taiwan, 1954.
Coleção Santander Brasil. Coleção Santander Brasil.
A 102 B
Ensaios, provas e processos de impressão
Estudo da Casa da
Moeda do Rio de Janeiro
para bilhetes de 50 mil-
ACIMA Bilhete para
réis do Banco do Brasil,
permuta de ouro em pó
1828-1829. Coleção na província de Minas
Santander Brasil. Gerais que não chegou a
circular (1818). Coleção
PÁGINAS ANTERIORES Santander Brasil.
Estudo de nota realizado
À DIREITA Prova de
pela Casa da Moeda impressão de cédula para
do Rio de Janeiro para o troco do cobre (1833).
o Tesouro Nacional. Impressão: Casa da
Década de 1900. Moeda do Brasil. Coleção
Coleção Santander Brasil. Santander Brasil.
A 107 B
Maço de bilhetes de
10 mil-réis contendo os
canhotos laterais dos
bilhetes emitidos e os
bilhetes que não foram
colocados em circulação.
Banco da Província do
Rio Grande do Sul. 1ª
série, 1859. Coleção
Santander Brasil.
Quando, em 1835, o Tesouro Nacional assumiu definitivamente a
função de órgão emissor do papel-moeda brasileiro, as encomendas
de notas passaram a ser realizadas com regularidade junto a im-
pressores ingleses, principalmente à firma Perkins, Bacon & Peach,
oficina pioneira no mundo que detinha as patentes dos métodos de
Pedra litográfica utilizada
na impressão de apólices.
impressão mais seguros do período, e que fabricou todas as notas do
Coleção Santander Brasil. Tesouro Nacional entre os anos de 1835 e 1868. Elas representaram
grande avanço em relação aos bilhetes e às cédulas produzidos an-
teriormente, pois foi utilizado um papel especial com filigrana (marca
d’água) e desenhos mais elaborados que dificultavam a falsificação.
Os bilhetes impressos em Londres eram produzidos em calcografia
– o principal método de produção de papel-moeda ao longo do século
XIX –, consistindo em gravura de entalhe em matrizes metálicas.
As gravações eram realizadas por artistas que, cuidadosamente,
desenhavam diretamente nas chapas de cobre utilizando ferramentas
afiadas de aço, como o buril. O cobre era preferido por se tratar de
um metal mais macio para ser trabalhado. As matrizes, depois de
prontas, eram entintadas e o excesso retirado de modo que a tinta
permanecesse apenas nas cavidades desenhadas da chapa e, logo em
seguida, eram pressionadas contra a superfície do papel com auxílio
de um prensa cilíndrica, forçando que apenas determinadas áreas
da folha penetrassem sulcos do metal para receber os pigmentos.
Rapidamente, os fabricantes de papel-moeda introduziram inova-
Matriz de impressão
em cobre utilizada na ções importantes, como os desenhos mais complexos aplicados nas
produção dos bilhetes do
matrizes de cobre por meio de tornos geométricos.
Banco da Província do Rio
Grande do Sul. Coleção
Santander Brasil.
A 108 B A 109 B
Estudo de bilhete produzido
pela Knowles & Foster para
o Novo Banco de Pernambuco,
Embora a aplicação da calcografia à produção de papel-moeda
em 1858. Coleção apresentasse uma série de vantagens em relação à tipografia e à
Santander Brasil.
litografia, as matrizes de cobre tinham uma vida útil relativamente
PÁGINA AO LADO
curta devido à plasticidade do metal, além disso, depois de algumas
Detalhe da nota de 2 mil-réis centenas de ciclos, os entalhes tinham de ser retocados, fazendo com
do Tesouro Nacional impressa
pela firma inglesa Perkins, que as impressões de uma mesma estampa apresentasse diferenças
Bacon & Co. perceptíveis que prejudicavam a distinção entre notas falsas e verda-
deiras. Para resolver o problema a firma Perkins, Bacon & Company
desenvolveu um processo bastante complexo de transferência dos
desenhos das chapas de cobre para matrizes definitivas de aço tem-
perado, permitindo assim a impressão de notas idênticas em larga
escala e garantindo para a firma de Londres o domínio da produção
de bilhetes de banco e selos postais até a década de 18601 .
Na década de 1850, o Estado imperial autorizou diversos bancos
a emitirem bilhetes com poder liberatório de moeda. Inicialmente, foi
concedido o monopólio de emissão ao Banco do Brasil (terceiro ban-
co com este nome desde 1808). Um pouco mais tarde, foi concedida
autorização para mais seis bancos emissores com atuação em diver-
sas províncias. A esses bancos emissores organizados na década de
1850 coube a tarefa de introduzir novos fornecedores, como as firmas
inglesas Knowles & Foster e Bradbury Wilkinson & Company e a esta-
dunidense American Bank Note Company – que se tornaria a principal
fornecedora do Tesouro Nacional ao longo das décadas seguintes.
Após receberem autorização para emitir seus próprios bilhetes,
muitos bancos tinham urgência em tê-los impressos para usufruir
desse raro privilégio. E como as impressões realizadas na Inglaterra
podiam demorar muitos meses, alguns bancos optaram por encomen-
dar suas notas localmente, como foi o caso do Banco do Brasil, que
encomendou suas primeiras estampas à Casa da Moeda, em 1854, e
também o Banco Comercial e Agrícola, que encomendou na mesma
1. Maurício Munuera. Análise de cédulas do Banco do Rio Grande do Sul emitidas no século
XIX. (Relatório de pesquisa para uso interno). São Paulo. Coleção Santander Brasil, 2019.
A 111 B
instituição uma primeira série, em 1857. Posteriormente, ambos os
bancos fizeram novas encomendas em Londres e Nova York.
Ao terminar a produção de uma dessas séries de bilhetes, alguns
fabricantes tinham o costume de remeter a seus clientes as matrizes
de impressão para assegurá-los de que não poderiam ser utilizadas
indevidamente. Alguns impressores, por outro lado, remetiam a seus
clientes provas de que haviam inutilizado suas matrizes, imprimindo
alguns exemplares com as matrizes danificadas com ferramentas de
aço, comprovando-se assim que elas não seriam utilizadas novamente.
Entre os muitos fornecedores recém-introduzidos pelos bancos
emissores da década de 1850 estava o American Bank Note Company.
As impressões desta companhia de Nova York representaram um
importante avanço no desenho do papel-moeda brasileiro. As notas
encomendadas pelo Banco do Brasil vinham impressas de ambos os
Amostras de bilhetes lados do papel numa combinação bem-sucedida de técnicas de im-
do Banco Comercial pressão distintas. O papel recebia incialmente uma estampa de base
e Agrícola que foram
impressos com matrizes em calcografia que apresentava grande segurança e, logo em seguida,
inutilizadas pelo
recebia outra impressão em litografia, que, por sua vez, possibilitava
fabricante. O bilhete de 50
mil-réis foi impresso pela maior liberdade artística e permitia o uso de cores vivas e variadas.
Casa da Moeda do Rio de
Janeiro e o de 20 mil-réis
O trabalho realizado para o Banco do Brasil abriu o mercado brasi-
pela Perkins, Bacon & Co. leiro para a American Bank Note, que se tornaria o principal fornece-
Coleção Santander Brasil.
dor de notas para o Tesouro Nacional entre
os anos de 1869 e 1899.
Quando o Brasil retomou as emissões
bancárias, entre 1888 e 1896, a American
Bank Note permaneceu como principal for-
necedor de papel-moeda do país, entre-
tanto, assim como ocorrera na década de
1850, a ampliação dos emissores permitiu
a entrada de novos fornecedores.
Anverso e reverso de
bilhete de 100 mil-réis.
Emitido pelo Banco do
Brasil. Série A, 1868.
Impressão: American
Bank Note Company.
Coleção Santander Brasil.
A 112 B
PÁGINA AO LADO
Detalhe de uma cautela
de ação do Banco Sul
Americano (1891).
Impressão: Companhia de
Artes Gráficas do Brasil.
Coleção Santander Brasil.
No alto, prova de
impressão calcográfica
de nota de 100
mil-réis da 5ª estampa
do Tesouro Nacional e,
Por outro lado, além dos bancos emissores do papel-moeda oficial, abaixo, exemplar de nota
da mesma estampa em
a Constituição de 1891 concedera liberdade aos estados e municípios que se pode observar o
para emitirem bônus da dívida sob a forma de títulos ao portador que resultado da combinação
da calcografia com
foram largamente utilizados como moeda regional. Além disso, a nova a litografia. Tesouro
Nacional, 1870. Impressão:
lei das sociedades anônimas, aprovada em 1890, criou um regime de American Bank Note.
ampla liberdade à constituição de companhias, que inundaram o mer- Coleção Santander Brasil.
A 115 B
Notas da “série
francesa” desenhadas
por Georges Duval e
Emile Crosbie para o
Tesouro Nacional.
De cima para baixo:
prova de impressão
de nota de 20 mil-réis;
nota de 100 mil-réis
A própria Casa da Moeda atuou na impressa pela
Banque de France;
produção de debêntures e letras hipotecá- exemplar de nota de
rias aos bancos recém-constituídos como 10 mil-réis impressa
pela Casa da Moeda do
o Banco da República do Brasil, em 1893. Rio de Janeiro. Coleção
A ampliação do meio circulante causou, como não poderia ser di- Santander Brasil.
ferente, um terrível processo inflacionário. A partir de 1893, o Estado
brasileiro se viu na obrigação de intervir no sentido contrário da ges-
tão anterior, aplicado medidas de redução do meio circulante, fazendo
retornar as emissões ao Tesouro Nacional, que passou a substituir
uma parte daquela imensa massa de bilhetes bancários por novas
notas lastreadas no compromisso do Estado brasileiro.
A aquisição de novas notas no exterior representava um custo muito
elevado ao Tesouro num contexto em que as contas públicas apresen-
tavam um gigantesco déficit. A partir de 1893, o Tesouro Nacional fez
novas encomendas ao seu tradicional fornecedor, a American Bank
DE CIMA PARA BAIXO Note Company, porém, desta vez, as impressões tinham qualidade
Prova de impressão de inferior, menor variedade de cores e papel muito inferior.
obrigação ao portador
(debênture) produzida Nos anos seguintes, com o objetivo de reduzir os custos de produ-
pela Companhia de Artes ção do papel-moeda, o governo brasileiro buscou diversificar os seus
Gráficas do Brasil ao
Banco União Agrícola fornecedores, fazendo inicialmente algumas encomendas a Bradbury,
de Crédito Real do Brasil Wilkinson & Company, de Londres. Ao mesmo tempo, a Casa da
em 1891. Coleção
Santander Brasil. Moeda do Rio de Janeiro produziu ensaios para notas do Tesouro que
Modelo de obrigação ao
não chegaram a ser produzidas.
portador (debênture) Em 1901, o Tesouro Nacional resolveu adquirir para Casa da Moeda
de 200 mil-réis. Emitida
pelo Banco da República a tecnologia para produção de notas, apólices, selos e estampilhas,
do Brasil em 1891. contratando junto ao Banque de France, que era um importante pro-
Impressão: Casa da Moeda
do Rio de Janeiro. Coleção dutor desses papéis, a compra de máquinas para produzir localmente
Santander Brasil. e a assessoria técnica para treinar os funcionários da Casa da Moeda.
Desse modo, os gravadores franceses Georges Duval e Emile Crosbie
produziram mais 15 estampas de diversos valores, das quais uma primei-
ra parte foi produzida pelo Banque de France e o restante impresso na
Casa da Moeda com máquinas francesas e técnicos contratados naquele
país para produzir e treinar os funcionários da instituição brasileira.
A Coleção Santander Brasil possui uma ampla variedade de en-
saios e provas de impressão produzidos nas primeiras décadas do
século XX, tanto pela Casa da Moeda como por impressores ingleses,
estadunidenses, franceses e italianos.
A 116 B
ACIMA E NAS
PÁGINAS SEGUINTES
Provas de impressão para
anverso e reverso de nota
Estudos de nota realizados de 200 mil-réis produzidas
pela Casa da Moeda do Rio pela Casa da Moeda do Brasil
de Janeiro para o Tesouro para o Tesouro Nacional
Nacional. Década de 1900. (não circulou). Sem data.
Coleção Santander Brasil. Coleção Santander Brasil.
A 119 B
Cédulas em números
Total .............................................................................................................................................12.665
A 123 B
Glossário Bibliografia
Bilhete Divisas Obrigação AMATO, Claudio Patrick; NEVES, Irlei CORRÊA, Fábio Rogerio Cassimiro. MEILI, Julio. O meio circulante no Brasil
Designa os papéis bancários Valores em moedas estrangeiras, Mesmo que debênture Soares das; SCHULTZ, Júlio Ernesto. Rompendo com a economia política (parte III). Zurich: Typographia de Jean
emitidos sob a forma de títulos ao metais preciosos ou créditos (ver termo anterior). Cédulas do Brasil, 1833-2016. 7ª clássica no século XIX: a recepção das Frey, 1903.
portador conversíveis em ouro e acumulados em função da balança de edição. São Paulo: Artgraph, 2016. ideias de Henry Dunning MacLeod
regulados pelo Estado. pagamentos de um país. Comportam- Papel-moeda no Brasil. In: Anais do XI Congresso MUNUERA, Maurício. Análise de
se como moeda internacional. Refere-se ao papel monetário ANDRADA, Antônio Carlos Ribeiro Brasileiro de História Econômica cédulas do Banco do Rio Grande do
Bônus inconversível que circula sob o regime de. Os bancos de emissão no Brasil. e 12ª Conferência Internacional de Sul emitidas no século XIX. (Relatório
Títulos de crédito oferecidos por Emissão do curso forçado. Diferentemente da Rio de Janeiro: Leite Ribeiro, 1923. História de Empresas. de pesquisa para uso interno). São
instituições públicas Ato de lançar títulos em circulação, moeda-papel, que cumpre a função Paulo. Coleção Santander Brasil, 2019.
ou privadas, adquiridos como como ações, debêntures, títulos de representar uma determinada CAVALCANTI, Amaro. O meio GAMBI, Thiago Fontelas Rosado.
meio de investimento. públicos e o próprio papel-moeda. quantidade de moeda metálica, circulante nacional: resenha e O banco da ordem: política e finanças MUSEU DE VALORES DO BANCO
o papel-moeda está lastreado na compilação chronologica de legislação no império brasileiro (1853-66). CENTRAL. Do mil-réis ao cruzado
Cédula Emissor confiança e, portanto, é chamado e de factos. Segundo volume (de 1836 (Tese de Doutorado. Universidade novo. Rio de Janeiro: Banco Central do
Originalmente, refere-se a um escrito Orgão responsável pela emissão de também de “moeda fiduciária”. a 1866). Rio de Janeiro: Imprensa de São Paulo), 2010. Brasil, 1989.
de dívida do Estado, sem que haja papel-moeda. No caso do Brasil, esta Nacional, 1893, p. 223.
referência a sua conversão em uma função recaiu sobre bancos privados Título ao portador GONÇALVES, Cleber Baptista. Casa OLIVEIRA, Cecília Helena de Salles;
mercadoria específica, como o ouro ou autorizados pelo governo, além de Título que confere algum direito BANCO CENTRAL DO BRASIL. da moeda do Brasil: 290 anos de RIBEIRO, Angela Maria Gianeze. A
a prata. No Brasil, a palavra “cédula” outros órgãos estatais, como Tesouro a quem o possuir. Nos casos em Novo padrão monetário. Brasília: história, 1694-1984. Rio de Janeiro: linguagem das moedas: três leituras
foi usada pela primeira vez entre 1828 Nacional, Caixa de Conversão, Caixa que o direito em questão era uma s/ ed., 1970. Casa da Moeda do Brasil, 1989. sobre iconografia numismática. São
e 1833 nas chamadas “cédulas para de Estabilização e, a partir de 1965, promessa de pagamento à vista, ele Paulo: Museu Paulista – USP, 2003.
o resgate da moeda de cobre”, mas Banco Central do Brasil. acabava se confundindo com o próprio BANCO CENTRAL DO BRASIL. LEVY, Maria Barbara. História da bolsa
só veio a ser empregada de forma papel-moeda e, por isso, seu uso foi O dinheiro no tempo. Exposição do de valores do Rio de Janeiro. Rio de PELAEZ, Carlos Manuel; SUZIGAN,
corrente em meados do século XX. Moeda-papel duramente restringido durante a maior Museu de Valores do Banco Central do Janeiro: Ibmec, 1977. Wilson. História monetária do Brasil.
Notas ou bilhetes monetários parte do século XIX. A sua reabilitação Brasil. Fôlder de exposição promovida Rio de Janeiro: Ipea, 1976.
Debênture contendo promessa de pagamento em ocorreu somente após 1889, com pela Delegacia Regional em São Paulo LEVY, Maria Barbara. A indústria
Mesmo que obrigação. Trata-se de um metais e que são lastreados em ouro a Proclamação da República. No do Banco Central do Brasil. Produção: do Rio de Janeiro através de suas SAES, Flavio Azevedo Marques de.
instrumento de crédito sob a forma ou prata. Em muitos casos, quando ano seguinte, foi aprovada a lei Museu de Valores: Despa: Gabin. sociedades anônimas: esboços de Crédito e bancos no desenvolvimento
de título ao portador, normalmente a troca desses papéis por moeda das sociedades anônimas, que São Paulo, 1994. história empresarial. Rio de Janeiro: da economia paulista, 1850-1930. São
lançado (ou emitido) por uma sociedade metálica (conversibilidade) é apenas autorizava a emissão desses papéis Editora UFRJ, 1994. Paulo: Ipea, 1986.
anônima para contração de dívidas. um aspecto formal, costuma-se utilizar por companhias e, em 1891, uma BANCO DO BRASIL. MUSEU E
também o termo “papel-moeda”. nova Constituição conferiu amplo ARQUIVO HISTÓRICO. Cédulas LEVY, Maria Barbara; ANDRADE, SAES, Alexandre Macchione; SAES,
Dinheiro direito para que estados e municípios brasileira da República: emissões Ana Maria Ribeiro de. Fundamentos Flavio Azevedo Marques de.
Com a evolução no uso de moedas, a Nota emitissem dívidas sob a forma de do Tesouro Nacional. Rio de Janeiro: do sistema bancário do Brasil: 1834- História econômica geral. São Paulo:
palavra mudou muito de significado ao Termo utilizado de forma genérica título ao portador. s/ ed., 1965. 1860. In: Estudos Econômicos, v. 15, Saraiva, 2017.
longo dos séculos. Originalmente, foi para designar os papéis que circulam número especial, p. 17-48, 1985.
empregada no sentido de “poder de como moeda oficial. No Brasil, os CAVALCANTI, Amaro. Resenha SANTOS, Roger dos. Cruzeiro: moeda
compra”, diferenciando-se de “moeda” papéis monetários foram chamados financeira do ex-imperio do Brazil LISSA, Violo Idolo. Catálogo do suporte comunicacional da ideologia
– ou, mais especificamente da moeda de bilhetes, notas e cédulas. A palavra em 1889. Rio de Janeiro: Imprensa papel-moeda no Brasil, 1771- varguista. In: Intercom: Sociedade
metálica, elemento que materializava “bilhetes” é usada para designar os Nacional, 1890. 1986: emissões oficiais, bancárias e Brasileira de Estudos Interdisciplinares
esse dinheiro. Durante os séculos papéis emitidos por bancos oficiais, regionais. Brasília: Brasiliana, 1987. da Comunicação. XVIII Congresso de
XVIII e XIX, porém, o termo passou a enquanto “nota” é mais genérica, CAVALCANTI, Amaro. O meio Ciência da Comunicação na Região
ser usado como sinônimo de moeda podendo ser usada tanto nas emissões circulante nacional: resenha e MALDONADO, Rodrigo; ANTUNES, Sudeste. Bauru, 2013.
metálica e, atualmente, chamamos o bancárias quanto governamentais. Já o compilação chronologica de legislação Fernando. Papel-moeda: livro
próprio papel-moeda de dinheiro. uso do termo “cédula” para se referir a e de factos. Rio de Janeiro: Imprensa completo, 1630-2018. 2ª edição. SILVA, Antonio de Moraes. Diccionário da
dinheiro é relativamente recente. Nacional, 1893. São Paulo: MBA Editores, 2018. Lingua Portuguesa, tomo II, F-Z. Lisboa:
Typ. de Antonio José da Rocha, 1858.
A 124 B A 125 B
BANCO SANTANDER BRASIL COLEÇÃO SANTANDER BRASIL – PAPEL-MOEDA – COLEÇAO SANTANDER BRASIL
ARTE E MEMÓRIA BANCÁRIA
Presidente Coordenação editorial
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Carlos Trevi Fabio Rogério Cassimiro Corrêa
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Comunicação, Marketing, Relações Museóloga Textos
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Técnicos em documentação Pesquisador de história bancária
Superintendente executiva de de conservação de acervos Fabio Rogério Cassimiro Corrêa
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Bibiana Berg Maurício Munuera Preparação de textos
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e da Coleção Santander Brasil Historiadores Regina Cassimiro
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Lauri Henrique Ferreira Lopes
Matheus Pastrello da Silva Créditos das imagens nas páginas
Maurício Mendes Vieira Leandro Andrade: 6, 8, 10-11, 12-13, 17
Expomus Exposições, Museus (abaixo), 18 (abaixo), 20 (fundo), 21 (abaixo),
e Projetos Culturais 22, 24 (abaixo), 27 (fundo), 29 (acima e à
direita), 30 (à direita), 31 (no alto e a direita),
32, 35 (fundo), 40-41 (fundo), 44 (fundo e
acima), 45 (no alto), 46, 54-55, 56 (no alto),
57 (abaixo), 58, 64 (fundo), 68 (no alto), 69, 71
(à direita), 72, 74-75, 76 (à esquerda), 78-79,
81 (à direita), 82-83, 87, 89, 94 (à direita),
95, 96-97, 109 (no alto), 111, 113, 114, 119
(acima), 120-121, 122, 126-127
Fitz Gerald: 44 (abaixo)
Felipe Conde: 15, 26, 29 (à esquerda), 108, 109
(abaixo), 110
Otávio Magalhães: 25
Michel Becheleni: 28
Leandro Macedo Gonçalves: 32 (à direita)
Agência Nacional: 63
Calazans: 71 (no alto)
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