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AFO, ORÇAMENTO

PÚBLICO
E DIREITO
FINANCEIRO
Ciclo Orçamentário e Créditos
Adicionais

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
AFO, ORÇAMENTO PÚBLICO E DIREITO FINANCEIRO
Ciclo Orçamentário e Créditos Adicionais

Sumário
Manuel Regis Pinon

Apresentação. . .................................................................................................................................. 3
Ciclo Orçamentário e Créditos Adicionais.. ................................................................................. 4
1. Ciclo Orçamentário...................................................................................................................... 4
1.1. Conceitos Introdutórios.. .......................................................................................................... 4
1.2. Ciclo Orçamentário Resumido e Ampliado.......................................................................... 6
1.3. Exercício Financeiro X Ciclo Orçamentário. . ....................................................................... 11
1.4. Planejamento/Elaboração.. ...................................................................................................12
1.5. Elaboração, Discussão e Aprovação do Orçamento.........................................................12
1.6. A Execução do Orçamento.. ................................................................................................... 20
1.7. Avaliação e Controle............................................................................................................... 25
1.8. Prazos do Ciclo Orçamentário.. ............................................................................................ 39
2. Créditos Adicionais. . ..................................................................................................................42
2.1. Créditos Suplementares e Especiais.. .................................................................................46
2.2. Créditos Extraordinários.. .....................................................................................................49
Resumo............................................................................................................................................. 54
Mapas Mentais............................................................................................................................... 58
Questões Comentadas em Aula..................................................................................................60
Questões de Concurso..................................................................................................................64
Gabarito............................................................................................................................................ 77
Referências Bibliográficas. . ......................................................................................................... 78

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Apresentação
Olá, amigo(a) concurseiro(a)!
O nosso objetivo, nesta aula, é avançar mais acerca do estudo do Orçamento Público,
detalhando alguns assuntos e conhecendo um pouco mais acerca do Ciclo Orçamentário
(incluindo a fiscalização e o controle interno e externo dos orçamentos) e dos Créditos Orça-
mentários Adicionais.

Hoje você, novamente, verá na prática vários conceitos e informações aprendidos na aula
inaugural. Além disso, vai acertar muitas questões de prova com base naqueles artigos da CF
que estudamos na aula inicial.
Boa aula!
Prof. Manuel Piñon

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CICLO ORÇAMENTÁRIO E CRÉDITOS ADICIONAIS


1. Ciclo Orçamentário
1.1. Conceitos Introdutórios
O ciclo orçamentário, no sentido amplo, é um processo que abrange as etapas do plane-
jamento ao controle, passando pela elaboração e a própria execução da LOA – Lei Orçamen-
tária Anual.

Elaboração

Ciclo orçamentário Aprovação


Avaliação

Execução

Na verdade, o ciclo orçamentário não é estanque, mas sim um processo dinâmico, flexível
e contínuo, que passa pelas etapas de planejamento/elaboração, discussão/aprovação, exe-
cução, controle e avaliação no que diz respeito à programação de gastos do setor público do
ponto de vista físico e financeiro, integrando planejamento e orçamento.

001. (CESPE/TCE-PE/ANALISTA/2017) A respeito do ciclo, do processo e dos princípios do


orçamento público, julgue o item subsequente.

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Constituído por diversas etapas, desde a proposta orçamentária até a aprovação da lei orça-
mentária, o ciclo orçamentário é, ao longo de todo exercício, um processo intermitente no que
diz respeito a análises e decisões.

Na verdade, o ciclo orçamentário é um processo dinâmico, flexível, integrado e contínuo, no


qual se planeja, elabora, aprova, executa, controla e avalia a programação de gastos do setor
público tanto no aspecto físico quanto financeiro.
Errado.

Planos nacionais,
Plano Purianual - PPA
regionais e setoriais

Controle e
Lei de Diretrizes
avaliação da execução
Orçamentárias - LDO
orçamentária e financeira

Execução Elaboração da proposta


orçamentária e financeira orçamentária anual - LOA

Discussão, votação e aprovação


da Lei Orçamentária Anual

Os instrumentos de Planejamento e Controle Orçamentários podem ser assim visualizados:

Lei de Diretrizes
Plano Plurianual – PPA
Orçamentárias – LDO

Planos nacionais, regionais


e setoriais

Controle de execução Elaboração da Proposta


orçamentária e financeira Orçamentária Anual – LOA

Execução orçamentária e Aprovação da Lei


financeira Orçamentária Anual

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A integração das etapas e também dos instrumentos de planejamento é fundamental,


tendo em vista que o processo orçamentário não algo isolado, já que, por exemplo, a elabora-
ção da proposta de Orçamento Anual (LOA), primeira etapa do ciclo orçamentário, renova-se
anualmente e é resultante das definições da programação de médio prazo (PPA), que por sua
vez detalha o plano de longo prazo (Planos Nacionais, Regionais e Setoriais), de acordo com
as orientações anuais da LDO, refletindo assim a plena integração do processo de planeja-
mento e orçamento.

1.2. Ciclo Orçamentário Resumido e Ampliado


Normalmente, o Ciclo Orçamentário é apresentado em provas de concursos na sua versão
resumida, no qual temos basicamente 4 fases. Entretanto, pode aparecer em sua prova uma
referência ao Ciclo Orçamentário Ampliado que, ao incorporar as etapas relativas ao PPA à
LDO, passa a ter 8 fases.
Sinteticamente falando, o ciclo orçamentário resumido ocorre em quatro etapas distintas:
1) planejamento / elaboração da proposta orçamentária;
2) elaboração / discussão/estudo/aprovação da Lei de Orçamento;
3) execução orçamentária e financeira; e
4) avaliação/controle.

Elaboração Aprovação

Avaliação Execução

002. (CESPE/DPU/AGENTE/2016) Julgue:


O ciclo orçamentário pode ser definido como um rito legalmente estabelecido, com etapas
que se repetem periodicamente e que envolvem elaboração, discussão, votação, controle e
avaliação do orçamento.
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O ciclo orçamentário ocorre nas seguintes etapas:


1) elaboração/planejamento da proposta orçamentária;
2) discussão/estudo/aprovação da Lei de Orçamento;
3) execução orçamentária e financeira; e
4) avaliação/controle.
Note que, no item, está faltando a fase de execução.
Entretanto, não vamos brigar com a questão. Se for para brigar, vamos deixar para a fase de
recursos, que, nesse caso, não tiveram efeito.
Note que, no item, o CESPE fala que o ciclo orçamentário envolve as etapas de elaboração,
discussão, votação, controle e avaliação do orçamento, ou seja, o item não afirma que o ciclo
orçamentário envolve somente essas etapas. Em outras palavras, o CESPE disse que tais eta-
pas estão contidas no ciclo orçamentário, o que é verdade.
Caso tivesse a palavra “somente” ou a palavra “apenas” no item, ele seria falso, já que, como
bem sabemos, a execução também é uma etapa que não foi contemplada na assertiva.
Certo.

Do ponto de vista administrativo, o planejamento representaria a tentativa do adminis-


trador público de receber e compreender corretamente as demandas da sociedade, estimar a
capacidade de recolhimento de recursos financeiros e alocar os recursos limitados às ações
prioritárias.
Importante destacar que a fase de elaboração pode ser enquadrada na fase 1 (como antes
apresentado) ou como integrante da fase 2 (como no desenho seguinte), já que o parlamento
também colabora com a feitura do Orçamento Público por meio de emendas.
Numa última etapa, o Poder Público fiscalizaria e controlaria os gastos efetuados a fim
de verificar a acuidade da programação. As informações obtidas pela fiscalização e controle
dos gastos públicos, nas quais estarão destacados as falhas e os méritos do planejamento
vigente, irão orientar no planejamento para o exercício subsequente.

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• Planejamento das
ações governa-
•Controle e avaliação mentais e elabora-
da execução ção das propostas
orçamentárias

Avaliação Elaboração

Execução Aprovação • Discussão, vota-


ção e aprovação
•Execução dessas leis (PPA,
Orçamentária LDO e LOA)

Veja a seguir como é RESUMIDO o ciclo orçamentário graficamente:

Planejamento

Controle Elaboração

Execução

003. (CESPE/DEPEN/AGENTE/2015) Julgue:


As fases do ciclo orçamentário podem ser aglutinadas de acordo com suas finalidades e pe-
riodicidades.

Na verdade, NÃO podem ser aglutinadas, já que cada fase tem um responsável próprio, finali-
dade diversa e periodicidade que precisa ser atendida.
Errado.

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O PULO DO GATO
No conceito mais abrangente de ciclo orçamentário, as etapas relativas ao PPA e à LDO são
incorporadas.

De acordo com a teoria defendida pelo doutrinador SANCHES, Osvaldo Maldonado, que
não pode ser considerada como doutrina majoritária, mas que pode ser cobrada em sua prova,
em O ciclo orçamentário: uma reavaliação à luz da Constituição de 1988: Revista de Adminis-
tração Pública, Rio de Janeiro: FGV, v. 27, n.4, pp. 54-76, out./dez. 1993, o ciclo orçamentário
ampliado desdobrar-se em oito fases, quais sejam:
1- formulação do planejamento plurianual, pelo Executivo;
2 – apreciação e adequação do plano, pelo Legislativo;
3 – proposição de metas e prioridades para a administração e da política de alocação de
recursos pelo Executivo;
4 – apreciação e adequação da LDO, pelo Legislativo;
5 – elaboração da proposta de orçamento, pelo Executivo;
6 – apreciação, adequação e autorização legislativa;
7 – execução dos orçamentos aprovados;
8 – avaliação da execução e julgamento das contas.
De acordo com a teoria defendida por esse doutrinador, no conceito resumido do Ciclo
Orçamentário existe uma aglutinação inapropriada das fases relativas ao PPA e à LDO, já que
cada uma delas possui ritmo próprio, finalidade distinta e periodicidade definida.
Aproveite para visualizar graficamente como é o ciclo orçamentário numa visão ampliada:

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Ciclo / processo orçamentário

Discussão, votação
Elaboração Execução Avaliação e controle
e aprovação

1- 2 - Discussão,
Elaboração votação e
do PPA aprovação do
PPA

4 - Discussão, 8 - Avaliação
3-
votação e 7 - Execução e controle
Elaboração
aprovação da orçamentária da execução
da LDO
LDO orçamentária

5- 6 - Discussão,
Elaboração votação e
da LOA aprovação da
LOA

004. (CESPE/STF/ANALISTA/2013) Com relação aos orçamentos públicos, julgue o


item a seguir.
Nos termos da CF, o ciclo orçamentário desdobra-se em oito fases, cada uma com ritmo pró-
prio, finalidade distinta e periodicidade definida.

Embora no texto da CF não esteja escrito em sua literalmente que o ciclo orçamentário seja
desdobrado em 8 fases, parte da DOUTRINA, com base no texto da CF, organizou o ciclo orça-
mentário ampliado em 8 fases. Assim, o entendimento do CESPE, nessa questão, foi de que a
divisão do ciclo orçamentário em 8 fases não contraria a CF.
No conceito mais abrangente de ciclo orçamentário, as etapas relativas ao PPA e à LDO são
incorporadas desdobrando-se em oito fases, quais sejam:
1 – formulação do planejamento plurianual, pelo Executivo;
2 – apreciação e adequação do plano, pelo Legislativo;
3 – proposição de metas e prioridades para a administração e da política de alocação de re-
cursos pelo Executivo;
4 – apreciação e adequação da LDO, pelo Legislativo;

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5 – elaboração da proposta de orçamento, pelo Executivo;


6 – apreciação, adequação e autorização legislativa;
7 – execução dos orçamentos aprovados;
8 – avaliação da execução e julgamento das contas.
Certo.

1.3. Exercício Financeiro X Ciclo Orçamentário


De acordo com a nossa Norma Geral sobre Direito Financeiro e Orçamento Público, a Lei
n. 4.320/1964, o exercício financeiro deve coincidir com o ano civil, ou seja, inicia-se no dia 01
de janeiro e termina em 31 de dezembro de cada ano. Confira, com grifos nossos:

Do Exercício Financeiro
Art. 34. O exercício financeiro coincidirá com o ano civil.
Art. 35. Pertencem ao exercício financeiro:
I – as receitas nele arrecadadas;
II – as despesas nele legalmente empenhadas.

Guarde, portanto, que enquanto o exercício financeiro atualmente no Brasil coincide com o
ano civil, ou seja, inicia-se em 1º de janeiro e se encerra em 31 de dezembro de cada ano, o
ciclo orçamentário é mais longo, já que começa no exercício anterior com as etapas de ela-
boração/planejamento da proposta orçamentária e de discussão/estudo/aprovação da Lei
de Orçamento e somente se encerra nos exercícios seguintes com a sua avaliação e controle.

005. (CESPE/DPU/AGENTE/2016) Julgue:


Para efeitos da LOA, o exercício financeiro tem início com a aprovação da lei, não coincidindo
este com o ano civil.

O exercício financeiro coincide com o ano civil, ou seja, inicia-se em 1º de janeiro e se encerra
em 31 de dezembro de cada ano, não tendo início com a aprovação da lei, que ocorre no exer-
cício/ano anterior.
Errado.

006. (CESPE/TRT-8/ANALISTA/2016) Julgue:


Ao aprovar a LOA, o Poder Legislativo autoriza que o Poder Executivo aplique os recursos fi-
nanceiros em gastos necessários à manutenção dos serviços públicos ao longo do exercício
financeiro, o qual não coincide com o ano civil.

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Na verdade, quando aprova a LOA o Congresso Nacional emite uma autorização ao Poder
Executivo para que este gaste o dinheiro necessário à manutenção dos serviços públicos ao
longo do exercício financeiro QUE COINCIDE com o ano civil.
Errado.

Amigo(a), agora vamos conhecer um pouco mais acerca de cada uma dessas etapas do
ciclo orçamentário.

1.4. Planejamento/Elaboração
A Constituição Federal determinou a aprovação dos Planos Plurianuais – PPA – que esta-
belecerão, de forma regionalizada, as Diretrizes, Objetivos e Metas – DOM – da administração
pública para as despesas de capital e outras delas decorrentes e as relativas aos programas
de duração continuada.
O legislador cuidou de garantir a aplicação uniforme dos recursos em todo o território
nacional, exigindo a regionalização dos recursos planejados no PPA e executados com base
nas leis orçamentárias anuais.
Além disso, limitou sua abrangência às despesas de capital, ou seja, das quais resulte
um aprimoramento do serviço prestado pelo Estado ou a criação de um novo serviço, como
a construção de rodovias, incluídas as despesas decorrentes, no nosso exemplo, o custo de
manutenção da nova estrada.

1.5. Elaboração, Discussão e Aprovação do Orçamento


1.5.1. Elaboração do Orçamento

Feito o planejamento, o Poder Executivo deve encaminhar ao Parlamento o projeto de Lei


de Diretrizes Orçamentárias LDO, inovação da Constituição Federal de 1988, que constitui o
elo entre planejamento e orçamento.
A LDO compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo
as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, que deverão ser compatí-
veis com o PPA, orientará a elaboração da lei orçamentária, disporá sobre as alterações na
legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais
de fomento.
Note que nem toda a programação prevista no PPA tem que estar presente nas LDO, pois
o plano vale por quatro anos, enquanto a LDO, apenas por um ano.

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Além disso, a LDO deve ressaltar as prioridades para a lei orçamentária do exercício sub-
sequente. Dessa forma, é comum que a LDO preveja a inclusão no orçamento de apenas uma
parcela do previsto no PPA, muito embora não haja dispositivo legal ordenando a matéria.
Em seguida, a proposta para o orçamento do exercício subsequente é encaminhada ao
Congresso, que deve assegurar a compatibilidade com a LDO e com o PPA.

Essa competência é exclusiva do CHEFE DO PODER EXECUTIVO, função essa exercida pelo
Presidente da República (ou Governadores e Prefeitos). Tenha em mente que a iniciativa é
sempre do Poder Executivo.

007. (CESPE/SEDF/ANALISTA/2017) A respeito do orçamento público, julgue o item a seguir.


As etapas que compõem o processo orçamentário no DF incluem a elaboração da proposta
orçamentária pela Câmara Legislativa e a aprovação pelo governador do DF.

Na verdade, a proposta orçamentária é elaborada pelo Poder Executivo e aprovada pelo


Legislativo.
Errado.

De acordo com o artigo 22 da Lei n. 4.320/1964, no que diz respeito ao seu conteúdo, a
proposta orçamentária que o Poder Executivo encaminhará ao Poder Legislativo nos prazos
estabelecidos nas Constituições federal e estaduais e nas leis orgânicas dos municípios, será
composta por:
1) Mensagem, que conterá exposição circunstanciada da situação econômico-financeira,
documentada com demonstração da dívida fundada e flutuante, saldos de créditos especiais,
restos a pagar e outros compromissos financeiros exigíveis; exposição e justificação da polí-
tica econômico-financeira do Governo; justificação da receita e despesa, particularmente no
tocante ao orçamento de capital.
Importante registrar que essa mensagem presidencial é o instrumento de comunicação
oficial entre o Presidente da República e o Poder Legislativo usado para encaminhar os proje-
tos do PPA, da LDO e da LOA.
2) Projeto de Lei de Orçamento – PLOA.
3) Tabelas explicativas sobre receitas e despesas de vários anos, em colunas distintas e
para fins de comparação.
4) Especificação dos programas especiais de trabalho custeados por dotações globais,
em termos de metas visadas, decompostas em estimativa do custo das obras a realizar e

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dos serviços a prestar, acompanhadas de justificação econômica, financeira, social e admi-


nistrativa.
Merecem destaque no âmbito da elaboração da proposta orçamentária, as atividades pre-
liminares inerentes à alocação dos recursos, considerando o cenário fiscal, de modo a com-
patibilizar capacidade de financiamento e dispêndio dos recursos previstos, passando pelas
etapas de fixação da meta fiscal, projeção de receitas, projeção das despesas obrigatórias e
apuração das despesas discricionárias.
Para cada unidade administrativa, temos a respectiva proposta orçamentária parcial com
a descrição resumida das suas principais finalidades, que necessita respeitar a política eco-
nômico-financeira, o programa anual de trabalho do Governo e, quando fixado, o limite global
máximo para o orçamento de cada unidade administrativa, sendo acompanhada de tabelas
explicativas da despesa, com a justificação detalhada de cada dotação solicitada.
As dotações orçamentárias são classificadas de forma a explicitar o montante de recur-
sos empregados nas principais atividades do Estado sob várias óticas, como veremos adian-
te ao longo do curso.
Caso haja necessidade de criação de dotação ou complementação de dotações existen-
tes, pode-se abrir créditos adicionais, cuja iniciativa é sempre do Presidente da República,
ainda que para os créditos que visem a atender os Poderes Legislativo e Judiciário, bem
como o Ministério Público da União.

Todos os Poderes (Legislativo, Judiciário e Ministério Público) elaboram suas propostas or-
çamentárias parciais e encaminham para o Poder Executivo, o qual é o responsável constitu-
cionalmente pelo envio da proposta consolidada ao Legislativo.

Nesse sentido, a LRF reforçou essa autonomia administrativa e financeira dos poderes ao
determinar que o Poder Executivo de cada ente coloque à disposição dos demais Poderes e
do Ministério Público, no mínimo 30 dias antes do prazo final para encaminhamento de suas
propostas orçamentárias, os estudos e as estimativas das receitas para o exercício subse-
quente, inclusive da corrente líquida, e as respectivas memórias de cálculo.
Entretanto, se tais Poderes/órgãos não encaminharem as respectivas propostas orça-
mentárias dentro do prazo estabelecido na LDO, o Poder Executivo considerará, para fins de
consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na LOA vigente, ajusta-
dos de acordo com os limites estipulados na LDO.
A CF/1988 não traz nenhuma diretriz em termos de orientação do que deve ser feito para
o caso em que o Poder Legislativo não receba a proposta orçamentária no prazo fixado. As-
sim, nos socorremos à velha Lei n. 4.320/1964 que apresenta orientação nesse sentido:

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Art. 32. Se não receber a proposta orçamentária no prazo fixado nas Constituições ou nas Leis
Orgânicas dos Municípios, o Poder Legislativo considerará como proposta a Lei de Orçamento
vigente.

Assim, cabe ao Poder Legislativo apreciar novamente o orçamento em vigência no mo-


mento como se fosse uma nova proposta.
Note que essa solução “meia boca” ignora, por exemplo, os programas que já se encerra-
ram ou que vem a ser finalizados ao longo do exercício.
Registre-se que também para as Defensorias Públicas da União, Estaduais e do Distrito
Federal também foi assegurada autonomias funcional e administrativa e a iniciativa de sua
proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na LDO e subordinação ao disposto
no artigo 99 § 2º da CF/1988, depois da entrada em vigor da EC – Emenda Constitucional n.
74/2013, que acrescentou o § 3º ao artigo 134 da CF/1988, estendendo essas prerrogativas à
Defensoria Pública da União – DPU e do Distrito Federal. Confira:

§ 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia funcional e administrativa e a


iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orça-
mentárias e subordinação ao disposto no art. 99, § 2º.
§ 3º Aplica-se o disposto no § 2º às Defensorias Públicas da União e do Distrito Federal.

JURISPRUDÊNCIA
Registre-se que o Pleno do STF por meio da ADPF 307 determinou a suspensão do
trâmite legislativo do PLOA justamente por ausência de consolidação da proposta da
Defensoria Pública Estadual nos termos em que fora encaminhada, mesmo em conso-
nância com a LDO.

DICA
Não confunda EC – Emenda Constitucional com Emenda ou
Emenda Parlamentar. A EC é uma alteração da Constituição
Federal – CF, enquanto Emenda ou Emenda Parlamentar, aqui
em nossa matéria, é uma modificação nas Leis Orçamentá-
rias.

As emendas aos orçamentos anuais ou aos créditos adicionais, que deverão ser compa-
tíveis com a LDO e com o PPA, podem objetivar o acréscimo de dotação orçamentária inicial-
mente proposta pelo Executivo ou a criação de uma nova despesa, bem como a redução ou
supressão de dotação proposta.

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Nos casos de redução ou supressão de dotação proposta, não há, obviamente, necessi-
dade de indicação de recursos para atender a emenda. Contudo, nos casos em que o parla-
mentar deseje aumentar os recursos destinados a determinada despesa, ou criar despesa
nova, a Constituição Federal, observando o princípio do equilíbrio, determina que devem ser
indicados os recursos necessários para o atendimento à emenda, admitidos apenas os prove-
nientes de anulação de outra despesa, excluídas as que incidam sobre dotações para pessoal
e seus encargos, serviço da dívida e transferências tributárias constitucionais.

1.5.2. Discussão, Estudo e Aprovação

A fase de discussão e debate entre os membros do Poder Legislativo acerca da proposta


enviada pelo executivo é regulada pelo artigo 166 da nossa CF/1988, a seguir transcrito com
grifos nossos:

Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamen-
to anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na
forma do regimento comum.

Cabe a uma comissão mista permanente composta por senadores e deputados, deno-
minada de CMO – Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização, que tem
o papel de examinar e emitir parecer sobre os projetos relativos ao PPA, LDO, LOA, créditos
adicionais e sobre as contas apresentadas anualmente pelo Presidente da República, exami-
nar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos na
CF/1988 e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária.
Similarmente, nos demais entes federados temos uma comissão permanente comum, já
que tem somente uma casa legislativa, sendo composta por deputados nos Estados e no DF
e por vereadores nos Municípios.
Importante registrar ainda que, enquanto não iniciada a votação, na Comissão Mista (não
é no Plenário) da parte cuja alteração é proposta, o Presidente da República pode enviar men-
sagem para propor modificação nos projetos do PPA, da LDO, da LOA e de Crédito Adicionais.

De acordo com a nossa CF/1988 (artigo 166, § 8º) existe possibilidade de rejeição, ou seja, de
não aceitação do projeto de LOA pelo Poder Legislativo.

Embora muitas vezes tenhamos uma certa antipatia ou insatisfação com atuação dos re-
presentantes do povo, as famosas “emendas parlamentares” tem por objetivo, em tese, servir
para aperfeiçoar o que o Poder Executivo propôs por meio dos instrumentos de planejamento
e orçamento e tem o poder de influenciar no que tange à alocação do dinheiro público.

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O PULO DO GATO
As Emendas Parlamentares devem ser apresentadas na Comissão Mista, que deve emitir um
parecer sobre elas, para depois serem apreciadas no plenário das 2 casas do CN – Congres-
so Nacional.

Além das emendas individuais de cada parlamentar, temos também as emendas apre-
sentadas pelas comissões – emendas de comissões permanentes da Câmara e do Senado
(materialmente ligadas à área de atuação, como educação e saúde) e as apresentadas pelas
bancadas – emendas de bancada – estaduais (para matérias ligadas aos seus estados/DF).
O artigo 63 da nossa CF/1988 regula essa matéria no sentido de que não pode haver
aumento da despesa prevista nos projetos apresentados pelo Poder Executivo. Também as
emendas apresentadas não podem ser incompatíveis com o PPA e com a LDO.

008. (CESPE/TRT-8/ANALISTA/2016) Julgue:


O legislador tem a prerrogativa de apresentar qualquer tipo de modificação à lei orçamentária
anual, quando essa é submetida à aprovação do Congresso Nacional.

Embora o parlamentar possa apresentar emendas ao projeto de LOA, para que elas sejam
aprovadas pelo CN, existem diversas restrições que precisam ser atendidas, como aquelas
do artigo 63 da nossa CF/1988, que nos diz que não pode haver aumento da despesa prevista
nos projetos apresentados pelo Poder Executivo, não podendo também as emendas apresen-
tadas serem incompatíveis com o PPA e com a LDO. Além disso, temos também as restrições
impostas pelo § 3º do artigo 166 da nossa Carta Magna.
Errado.

Veja o que nos revela o § 3º do artigo 166 da nossa CF/1988:

§ 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente
podem ser aprovadas caso:
I – sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes
orçamentárias;
II – indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa,
excluídas as que incidam sobre:
a) dotações para pessoal e seus encargos;
b) serviço da dívida;
c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal; ou

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III – sejam relacionadas:
a) com a correção de erros ou omissões; ou
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei (são chamadas de emendas de redação, pois vi-
sam melhorar o texto, tornando-lhe mais claro e preciso).

009. (CESPE/TCE-PE/AUDITOR/2017) Acerca dos instrumentos de planejamento e orçamen-


to, julgue o item a seguir.
Para que determinada emenda ao projeto de lei orçamentária seja aprovada, é suficiente que
ela tenha sido apresentada na Comissão Mista de Orçamentos e não anule despesas de pes-
soal e encargos sociais, do serviço da dívida ou de transferências constitucionais.

Na verdade, o item está errado, já que uma emenda ao projeto da LOA ou a um projeto que o
modifique somente pode ser aprovada se respeitadas as seguintes condições:
1) seja compatível com o PPA e com a LDO;
2) indique os recursos necessários. Lembrando que são admitidos apenas os provenientes de
anulação de despesa, excluídas as que incidam sobre:
a) dotações para pessoal e seus encargos;
b) serviço da dívida;
c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal; ou
3) seja relacionada:
a) com a correção de erros ou omissões; ou
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei (a famosa emenda de redação, já que seu
intuito é melhorar o texto).
Seguindo essa linha de raciocínio, podemos concluir que além de apresentar na Comissão
Mista de Orçamentos e de não anular despesas apontadas, ainda precisa existir compatibili-
dade com o PPA e com a LDO.
Errado.

No que diz respeito às emendas parlamentares, a Lei n. 4.320/1964 também apresenta


restrições. De acordo com a Lei Geral dos Orçamento, não pode ser admitida emenda que:
1) altere a dotação solicitada para despesa de custeio, exceto se provada, nesse ponto, a
inexatidão da proposta;
2) conceda dotação para o início de obra cujo projeto não esteja aprovado pelos órgãos
competentes;
3) conceda dotação para instalação ou funcionamento de serviço que não esteja anterior-
mente criado;

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4) conceda dotação superior aos quantitativos previamente fixados em resolução do Po-


der Legislativo para concessão de auxílios e subvenções.
Importante registrar que tem sido frequente a aprovação de emendas parlamentares com
recursos provenientes da Reserva de Contingência e de reestimativas de receitas.
O caso de emendas que objetivem aumentar a previsão de receitas não está, explicita-
mente, previsto na CF/1988, mas podem ser apresentadas e aprovadas sob a proteção do
mandamento constitucional que prevê a aprovação de emendas que sejam relacionadas com
a correção de erros ou omissões.
O Congresso Nacional revisa a previsão, que pode ser maior ou menor do que a do Poder
Executivo. Se for maior, haverá receitas em maior quantidade que despesas e o excesso de
receitas poderá ser utilizado para o atendimento às emendas parlamentares.
Entretanto, se a previsão de arrecadação de receitas feita no Congresso Nacional for me-
nor do que a encaminhada pelo Presidente da República, deverá haver cortes nas programa-
ções de despesa constantes do projeto de lei orçamentária.
Cabe lembrar que a revisão da estimativa de receitas pode ser feita em qualquer momento
durante a tramitação da lei orçamentária no Congresso Nacional.
Para concluir essa etapa do Ciclo Orçamentário, resta falarmos acerca da aprovação e
sanção da LOA.
Após discutido o projeto de lei (PLOA), deve haver a respectiva aprovação em cada uma
das casas que formam o Congresso Nacional, que ocorre por maioria simples, já que é uma
lei ordinária, embora com rito especial.

DICA
Nossa Carta Magna determina que a sessão legislativa não
seja interrompida sem a aprovação da LDO. Assim, não have-
rá recesso parlamentar se a LDO não for aprovada. Entretan-
to, como tal regra não se aplica à LOA ou ao PPA, pode haver
esse recesso mesmo com a LOA ou PPA ainda pendentes de
aprovação.

Com a sanção presidencial, que é a concordância do Chefe do Poder Executivo com o que
foi aprovado no CN, encerra-se a essa fase. Entretanto, caso haja o veto, que é a discordância
do Chefe do Executivo do que voltou do CN, seja parcial ou total, ele deve ser apreciado pelo
Poder Legislativo, que pode rejeitar ou confirmar o veto.
Anualmente, a LDO determina que se o Projeto de Lei Orçamentária – PLOA – não for
sancionado pelo Presidente da República até 31 de dezembro do ano corrente, parte da pro-
gramação dele constante poderá ser executada até o limite de 1/12 do total de cada ação
prevista no PLOA, multiplicado pelo número de meses decorridos até a sanção da respectiva

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lei. Registre-se, porém, que o limite previsto de 1/12 ao mês não se aplica ao atendimento de
algumas despesas determinadas na própria LDO daquele ano.

1.6. A Execução do Orçamento


A fase de execução orçamentária e financeira do orçamento público consiste na arre-
cadação das receitas e na realização das despesas, tornando real e operacional o que fora
planejado e programado.
A LOA é organizada na forma de créditos orçamentários com suas respectivas dotações
orçamentárias.
Assim, o crédito orçamentário é composto pelo conjunto de categorias classificatórias e
contas que especificam as ações e operações autorizadas na LOA, enquanto a dotação é o
montante de recursos financeiros com que conta o crédito orçamentário. Em outras palavras,
podemos dizer que para um crédito orçamentário temos uma dotação, que é o limite de recur-
so financeiro autorizado para aquele crédito.
Importante ter em mente que os recursos orçamentários seguem o ciclo orçamentário em
sentido amplo, que abrange as etapas do planejamento ao controle, passando pela elabora-
ção e a própria execução da lei orçamentária anual.
Iniciando a execução do orçamento temos a programação orçamentária e financeira que
nada mais é do que a adaptação do fluxo dos pagamentos ao fluxo dos recebimentos, de
modo que a despesa fixada seja “adaptada” ao resultado da arrecadação do ente.
Nessa linha de raciocínio, a mencionada programação visa customizar a velocidade de
execução do orçamento ao fluxo de recursos financeiros, de modo a garantir a execução dos
programas anuais de trabalho, realizados por meio do Sistema Integrado de Administração
Financeira do Governo Federal – SIAFI, com base nas diretrizes e regras estabelecidas pela
legislação vigente.
O SIAFI é do que o principal instrumento de registro, acompanhamento e controle da exe-
cução orçamentária, financeira e patrimonial do Governo Federal.
Guarde que as diretrizes gerais da programação financeira da despesa autorizada na LOA
são fixadas em Decreto.
Nesse contexto, merece menção destacada a previsão no artigo 47 da Lei n. 4.320/1964,
de que, logo depois de promulgada a LOA, baseada nos limites nela fixados, o Poder Executi-
vo deve aprovar um quadro de cotas trimestrais da despesa que cada unidade orçamentária
pode usar, sendo que essas cotas trimestrais podem ser modificadas durante o ano em fun-
ção, por exemplo, das oscilações na receita pública.

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O PULO DO GATO
Quem aprova a LOA é o Poder Legislativo, mas é o Poder Executivo quem aprova o quadro
de cotas trimestrais, logo após a promulgação da LOA e com base nos limites nela fixados.
Assim, cabe ao Poder Executivo aprovar um quadro de cotas trimestrais da despesa que cada
unidade orçamentária fica autorizada a gastar.

010. (CESPE/PGE-PE/ASSISTENTE/2019) Para limitar os gastos do governo, um dos meca-


nismos utilizados é a publicação de decreto que disponha sobre a programação orçamentária
e financeira bem como o cronograma mensal de desembolso. Acerca desse assunto, julgue o
item subsequente.
O ato pelo qual determinada unidade orçamentária ou administrativa transfere a outras uni-
dades orçamentárias ou administrativas o poder de utilizar créditos que lhes tenham sido
dotados caracteriza o que se denomina descentralização de créditos.

Exato. A descentralização de créditos ocorre quando uma unidade orçamentária transfere a


outras unidades as dotações orçamentárias. Confira no MCASP, com grifos nossos:

As descentralizações de créditos orçamentários ocorrem quando for efetuada movimentação de


parte do orçamento, mantidas as classificações institucional, funcional, programática e econômi-
ca, para que outras unidades administrativas possam executar a despesa orçamentária.
Certo.

O objetivo de se fixar essas cotas trimestrais é assegurar às unidades orçamentárias,


tempestivamente, recursos necessários e suficientes a melhor execução do seu programa
anual de trabalho, equilibrando a receita arrecadada e a despesa realizada, para evitar even-
tuais insuficiências de caixa. Além disso, tenha mente que as cotas trimestrais podem ser
alteradas durante o exercício, mas, claro, respeitando limite da dotação orçamentária.
Guarde ainda que, além dos créditos orçamentários previstos na LOA, a programação da
despesa orçamentária abarca ainda os créditos adicionais e as operações extraorçamentárias.

A LRF – Lei de Responsabilidade Fiscal melhorou ainda mais essa ferramenta orçamentária
ao determinar que a elaboração da programação financeira e do cronograma mensal de de-
sembolso ocorra no prazo de 30 dias após a publicação da LOA. Veja o artigo 8º da LRF, com
grifos nossos:

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Art. 8º Até trinta dias após a publicação dos orçamentos, nos termos em que dispuser a lei de di-
retrizes orçamentárias e observado o disposto na alínea c do inciso I do art. 4º, o Poder Executivo
estabelecerá a programação financeira e o cronograma de execução mensal de desembolso.

Ainda nesse artigo, a LRF ordena que os recursos legalmente vinculados à finalidade es-
pecífica devem ser usados somente para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em
exercício diferente daquele em que ocorrer o ingresso.
Mentalize recurso vinculado como sendo aquele que possui destinação obrigatória a de-
terminada despesa e, assim, a LRF dispõe que se é recurso vinculado, continuará vinculado,
mesmo em exercício financeiro diverso daquele em que tenha ocorrido o ingresso.
Nessa pegada, após a LOA ter sido aprovada e sancionada, o Quadro de Detalhamento da
Despesa (QDD) será definido como sendo um instrumento que detalha, em nível operacional,
os subprojetos e subatividades constantes da lei orçamentária anual, especificando as Unida-
des Orçamentárias de cada órgão, fundo ou entidades dos orçamentos fiscal e da seguridade
social, especificando, para cada categoria, a fonte de recursos, a categoria econômica, o gru-
po de despesa e a modalidade de aplicação.
É o ponto de partida para a execução orçamentária.
Importante guardar que Executar o Orçamento é, em verdade, realizar as despesas públi-
cas nele previstas, seguindo os três estágios da execução das despesas previstos na Lei n.
4.320/1964: empenho, liquidação e pagamento.
Aqui entra em cena uma ferramenta usada para limitação dos gastos do Governo Federal:
o famoso “Decreto de contingenciamento dos gastos”, que na mais é do que o Decreto de
Programação Orçamentária e Financeira juntamente com a Portaria Interministerial que deta-
lha os valores autorizados para movimentação e empenho e para pagamentos no decorrer do
exercício, tendo como suporte legal além da Lei n. 4.320/1964 e da LRF, a LDO de cada ano.
Após a entrada em vigor da LRF com seu foco no atendimento das metas fiscais e do
maior controle sobre os gastos públicos, tanto para equilibrar os orçamentos, como para
indicar transparência dos compromissos governamentais com a dívida pública, de modo a
fomentar e manter expectativas claras e objetivas, a administração pública buscou melhor
programar financeiramente a execução das suas despesas.
Na prática, a execução do orçamento deve estar atrelada ao real ingresso de recursos, ou
seja, à medida que os recursos financeiros vão ingressando nos cofres do governo, eles são
liberados para os órgãos setoriais baseado na programação financeira para a execução dos
seus programas de trabalho. Nessa pegada, acaba ficando a critério do Governo executar este
ou aquele projeto, sem obedecer a qualquer hierarquia orçamentária.
A execução orçamentária completa-se com a execução financeira, que passa pela progra-
mação dos recursos financeiros de forma a garantir o atendimento à demanda de recursos
aos órgãos e entidades da Administração Pública direta e indireta.

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DICA
Sinteticamente falando, a execução orçamentária é a utiliza-
ção das dotações dos créditos consignados na LOA, enquanto
a execução financeira é a utilização de recursos financeiros.

A correta gestão pública, pautada em uma execução orçamentária e financeira eficiente,


advém da integração coerente entre o que foi planejado e o que será realmente realizado.
Sendo assim, não há que se falar na alocação de recurso sem ter o entendimento dos concei-
tos de PPA, LDO e LOA.
A fim de se evitar o comprometimento de recursos orçamentários que poderiam ficar sem
o correspondente financeiro em virtude de frustração na arrecadação da receita, anualmente,
o Presidente da República tem publicado um decreto de contingenciamento, bloqueando re-
cursos, que passam a não estar disponíveis para empenho até segunda ordem.
Na prática, a execução orçamentária e a execução financeira ocorrem, concomitantemen-
te, por estarem atreladas uma à outra. Se existir orçamento e não houver o financeiro, não
poderá ocorrer a despesa. De outra parte, pode haver recurso financeiro, mas não se poderá
gastá-lo, caso não exista disponibilidade orçamentária.
Guarde, portanto, que a execução orçamentária pode ser definida simplesmente como a
utilização dos créditos consignados na Lei Orçamentária Anual – LOA, ou seja, a execução
orçamentária é a utilização dos CRÉDITOS consignados no orçamento.
Por seu turno, a execução financeira, de modo distinto, representa a utilização de recur-
sos financeiros, visando atender à realização dos projetos e/ou atividades atribuídas às Uni-
dades Orçamentárias pelo Orçamento.
Lembre-se de que todo o processo orçamentário tem seu rito precípuo estabelecido no
artigo 165 da CF/1988 que determina a necessidade do planejamento das ações de governo
por meio do:
• Plano Plurianual de Investimentos – PPA;
• Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO;
• Lei Orçamentária Anual – LOA.

As etapas seguintes à publicação da LOA, à nível federal, devem estar em consonância


com as normas de execução orçamentária e de programação financeira da União.

Volto a destacar que, após a LOA ter sido aprovada e sancionada, o Quadro de Detalhamento
da Despesa (QDD) será definido como sendo um instrumento que detalha, em nível opera-
cional, os subprojetos e subatividades constantes da LOA, especificando as Unidades Orça-
mentárias de cada órgão, fundo ou entidades dos orçamentos fiscal e da seguridade social,

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especificando, para cada categoria, a fonte de recursos, a categoria econômica, o grupo de


despesa e a modalidade de aplicação. É o ponto de partida para a execução orçamentária.

Não é demais reforçar que as dotações orçamentárias são classificadas de forma a ex-
plicitar o montante de recursos empregados nas principais atividades do Estado sob vá-
rias óticas.
Caso haja necessidade de criação de dotação ou complementação de dotações existen-
tes, pode-se abrir créditos adicionais, cuja iniciativa é sempre do Presidente da República,
ainda que para os créditos que visem a atender os Poderes Legislativo e Judiciário, bem
como o Ministério Público da União.
Vale revermos agora a CF/1988 em seu artigo 168:

os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, compreendidos os créditos suplementa-


res e especiais, destinados aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério Público e
da Defensoria Pública, ser-lhes-ão entregues, em duodécimos, até o dia 20 de cada mês.

Ainda falando em execução orçamentária, vale informar que com a entrada da Emenda
Constitucional – EC n. 86/2015, apelidada de “EC do orçamento impositivo”, tornou obrigató-
ria a execução da programação orçamentária relativas às emendas individuais à LOA por par-
te dos congressistas, sendo que tais emendas serão aprovadas até 1,2% da Receita Corrente
Líquida – RCL prevista no projeto de LOA encaminhado ao Congresso Nacional.
Depois tivemos a promulgação da EC n. 100/2019, por meio das quais as emendas de
bancada também passaram a ser obrigatórias (limite para a execução de 0,8% em 2020 e, a
partir de 2021, de 1% da RCL) e houve a revogação dos incisos I a IV do § 14, que tratavam das
medidas a serem tomadas em caso de impedimento de ordem técnica que inviabilizassem a
execução das emendas.
No dia 12/12/2019, o Congresso Nacional promulgou a EC – Emenda Constitucional n.
105/2019, acrescentando o artigo 166-A em nossa Carta Magna, tratando das emendas indi-
viduais impositivas.

Vale ressaltar que tais Emendas Constitucionais são estudadas com mais detalhes em aula
específica no tópico orçamento autorizativo x orçamento impositivo.

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1.7. Avaliação e Controle

Superada a fase de execução, cabe agora ao Poder Executivo a obrigação de dar publici-
dade da execução orçamentária até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, sub-
metendo todo o processo à avaliação da sociedade.
Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arre-
cade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens ou valores públicos, ou sobre os quais
a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária. Essa
ideia é válida para Estados, DF e Municípios.

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Confira a literalidade do parágrafo único do artigo 70 da CF/1988:

Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize,
arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União
responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.

Em termos de União, o Presidente deverá prestar contas ao Congresso Nacional, anual-


mente, até sessenta dias (60 dias) após o início da sessão legislativa.
Se as contas do Presidente da República não forem apresentadas ao Congresso Nacio-
nal até sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, a Câmara dos Deputados deverá
proceder à tomada de contas.
Quer as contas do Presidente da República sejam apresentadas espontaneamente no pra-
zo constitucional, quer sejam tomadas pela Câmara dos Deputados, dentro de sessenta dias
após o seu recebimento, o Tribunal de Contas da União deverá apreciá-las mediante parecer
prévio. O parecer prévio será encaminhado de volta ao Congresso Nacional.
Entramos agora em um tema relevante para o Direito Financeiro e para AFO: a fiscalização
e o controle orçamentário.
Podemos dizer que a avaliação orçamentária integra o controle orçamentário, consistindo
em uma análise da eficácia e da eficiência
das ações realizadas, servindo também para avaliar os responsáveis da gestão no que diz
respeito ao alcance dos objetivos e maximização
da utilização dos recursos públicos.
Quando falamos em análise da eficiência, avalia-se a medida da relação entre os recursos
efetivamente utilizados para a realização de uma meta para um projeto, atividade ou progra-
ma frente a padrões estabelecidos.
Por outro lado, quando falamos em análise da eficácia, avalia-se a medida do grau de
alcance das metas fixadas para um determinado projeto, atividade ou programa em relação
ao previsto.
Temos ainda a avaliação da efetividade, que é relação entre os resultados alcançados
(impactos observados) e os objetivos (impactos esperados) que motivaram a atuação insti-
tucional. A efetividade possibilita que seja verificado se um dado programa produziu efeitos
no ambiente externo em que interveio, em termos econômicos, técnicos, socioculturais, ins-
titucionais ou ambientais.

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EFICIÊNCIA EFICÁCIA EFETIVIDADE

CUSTO RESULTADO IMPACTO

fazer corretamente fazer que deve ser feito fazer corretamente


o que deve ser feito

utilizar produtividade
capacidade de atingir objetivos
os recursos transformar a
situação existente

custo-benefício cumpre metas


mudança e
desenvolvimento

mínimo de perdas
realiza o que foi proposto
e/ou desperdícios relação entre a produção
e capacidade de produzir

Em suma, de acordo com Alexandre Marinho e Luís Otávio Façanha:

a efetividade diz respeito à capacidade de se promover resultados pretendidos; a eficiência deno-


taria competência para se produzir resultados com dispêndio mínimo de recursos e esforços; e a
eficácia remete a condições controladas e a resultados desejados de experimentos, critérios que,
não se aplicam automaticamente às características e realidade dos programas sociais.

No âmbito do controle, merece destaque fiscalização orçamentária e financeira do Estado,


que possui caráter político no sentido de impedir que o Poder Executivo exceda os créditos
que lhe foram concedidos, o desperdício dos recursos públicos e a dilapidação do patrimônio
público, mas sem atrasar/parar a execução orçamentária para não prejudicar vida da popu-
lação e do próprio Estado.
Nessa linha pensa, o Doutrinador Kiyoshi Harada, que disse: “a fiscalização e controle or-
çamentário serve justamente para coibir abusos do Poder Público no que se refere ao dinheiro
público e sua destinação dentro da melhor destinação e com responsabilidade.”
A fundamentação legal da fiscalização dos Controles Interno e Externo tem sede no artigo
70 da CF/1988, cujo objeto de análise tem três elementos distintos: legalidade, legitimidade e
economicidade no que diz respeito à despesa pública. Confira a literalidade que pode apare-
cer em sua prova, com grifos nossos:

Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das
entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade,
aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante
controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.

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DICA:
Legalidade = observância dos requisitos normativos.
Legitimidade = eficiência do gasto.
Economicidade = custo x benefício.

Sob o ponto de vista da legitimidade, verifica-se se houve eficiência do gasto em atender


as necessidades públicas, conferindo se a despesa atingiu o bem jurídico valorado pela nor-
ma ao autorizá-la.
Quando a fiscalização é feita para a avaliar o nível de economicidade alcançado, confere-
-se se despesa foi realizada com o menor custo possível, se houve a melhor relação custo/
benefício para alcançar a finalidade pretendida.
No que diz respeito à aplicação de subvenções, a ideia verificar se os valores repassados
a entidades sem fins lucrativos, como ONGs e OSs, foram efetivamente aplicados naquilo que
devia ter sido, bem como aprovar as respectivas prestações de contas.
Note que também foi dado destaque à fiscalização da renúncia de receitas. A ideia do
constituinte foi reforçar a necessidade de sejam realizadas fiscalizações para verificar se as
desonerações fiscais nas suas variadas formas (isenções, reduções de alíquotas, crédito pre-
sumido etc.) atingiram ou não a sua finalidade. Registre-se que esse tema recebeu atenção
especial no artigo 14 da LRF.

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Vale destacar que o foco dessa fiscalização é contábil, financeiro, orçamentária, operacio-
nal e patrimonial da Fazenda Pública do Estado, nas 3 esferas: federal, estadual e municipal.
A fiscalização com foco no aspecto da legalidade visa verificar se a despesa está acordo
com as normas previstas na Constituição, na Lei n. 4.320/1964 e na LRF – Lei de Responsa-
bilidade Fiscal.
A fiscalização operacional é relacionada ao procedimento de arrecadação e liberação
de verbas.
Vale destacar, na fiscalização financeira, temos a verificação da entrada e da saída de di-
nheiro, enquanto na fiscalização orçamentária fiscaliza-se a correta execução do orçamento.

O PULO DO GATO
Importante destacar que a fiscalização orçamentária envolve todas as etapas do ciclo or-
çamentário, ou seja, todas as etapas do ciclo orçamentário devem ser objeto de controle e
fiscalização.

Já a fiscalização patrimonial está relacionada à própria execução orçamentária no senti-


do de mudanças patrimoniais, sendo que as alterações patrimoniais devem ser fiscalizadas
permanentemente pelo Estado.

A CMO – Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização examinará e emitirá


parecer sobre as contas e o Plenário do Congresso Nacional deliberará sobre sua aprovação.
Não há prazo legal para apreciação das contas pelo Congresso.

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As contas podem ser aprovadas ou rejeitadas. Se forem rejeitadas, o Senado Federal irá
processar e julgar o Presidente da República, funcionando como presidente, o do Supremo
Tribunal Federal, exigindo-se quórum de dois terços dos votos do Senado.
Tanto a nossa Carta Magna quanto a própria Lei n. 4320/1964 determinam a coexistência
de dois sistemas de controle: interno e externo. O controle interno é aquele realizado pelo ór-
gão no âmbito da própria Administração, do próprio Poder, dentro de sua estrutura. O controle
externo é aquele realizado por uma instituição independente e autônoma.
Veja o dispositivo da Lei n. 4.320/1964:

Art. 75. O controle da execução orçamentária compreenderá:


I – a legalidade dos atos de que resultem a arrecadação da receita ou a realização da despesa, o
nascimento ou a extinção de direitos e obrigações;
II – a fidelidade funcional dos agentes da administração, responsáveis por bens e valores públicos;
III – o cumprimento do programa de trabalho expresso em termos monetários e em termos de rea-
lização de obras e prestação de serviços.

Em nível federal, de acordo com o próprio site do Ministério do Planejamento e Orçamento,


que foi incorporado pelo Ministério da Economia, a fiscalização do Orçamento Público é rea-
lizada oficialmente de duas formas: pelos controles interno e externo.

Pelo Controle Interno, quando o controle é feito pelos órgãos do próprio Poder Executivo,
especialmente pela Controladoria-Geral da União – CGU e, ainda, cada Ministério possui um
Assessor de Controle Interno, vinculado tecnicamente à CGU.
O controle interno tem previsão constitucional no artigo 74 da CF/1988, e consiste em um
sistema integrado de fiscalização dos três Poderes com o objetivo de apoiar o controle exter-
no em sua missão institucional.

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Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de
controle interno com a finalidade de:
I – avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de
governo e dos orçamentos da União;
II – comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orça-
mentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da
aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado;
III – exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e have-
res da União;
IV – apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.
§ 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade
ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade
solidária.
§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da
lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.

Veja agora os principais pontos da Lei n. 4.320/1964 acerca do controle interno:


1) O Poder Executivo exercerá os três tipos de controle: legalidade, fidelidade funcional e
cumprimento do programa de trabalho, sem prejuízo das atribuições do Tribunal de Contas
ou órgão equivalente.
2) O órgão incumbido da elaboração da proposta orçamentária ou a outro indicado na
legislação, caberá o controle estabelecido no cumprimento do programa de trabalho. Esse
controle far-se-á, quando for o caso, em termos de unidades de medida, previamente estabe-
lecidos para cada atividade.
3) No que diz respeito à verificação da legalidade dos atos de execução orçamentária,
guarde que ela deve ser prévia, concomitante e subsequente.
4) No que diz respeito à prestação ou tomada de contas anual, quando instituída em lei,
ou por fim de gestão, poderá haver, a qualquer tempo, levantamento, prestação ou tomada de
contas de todos os responsáveis por bens ou valores públicos.
5) É da competência dos serviços de contabilidade ou órgãos equivalentes verificar a exa-
ta observância os limites das cotas trimestrais atribuídas a cada unidade orçamentária, den-
tro do sistema que for instituído para esse fim.
Guarde ainda que, ao tomar conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, o
responsável pelo controle interno deve comunicar o TCU ou ao Tribunal de Contas do Estado,
Município ou dos Municípios, sob pena de responsabilidade solidária do chefe do Poder que
se omitiu a esse respeito.
De acordo com Tathiane Piscitelli, deverão ser verificados:

a) o cumprimento das metas previstas pelo Plano Plurianual, a execução dos programas de gover-
no e dos orçamentos da União;

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b) a legalidade e resultados, quanto à eficácia e à eficiência, relativos aos gastos públicos realiza-
dos por órgãos e entidades federais e também referentes à aplicação de recursos provenientes de
subvenções; e
c) o cumprimento dos limites e condições de operações de crédito, avais e garantias, além de di-
reitos e deveres da União.

O controle da execução orçamentária, previsto na Lei n. 4.320/1964, estabelece três tipos de


controle orçamentário:
1) o de legalidade dos atos (prévio, concomitante ou subsequente);
2) da fidelidade funcional dos agentes públicos; e
3) o cumprimento do programa orçamentário.

011. (CESPE/CGM-JOÃO-PESSOA/TÉCNICO/2018) Em relação à atuação contábil, financeira


e orçamentária da União, julgue o item que se segue.
Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário devem manter, de forma integrada, sistema
de controle interno, com a finalidade de avaliar o cumprimento das metas previstas no plano
plurianual e a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União.

Assertiva de acordo com o artigo 74 da Constituição Federal, que trata do controle interno.
Confira, com grifos nossos:

Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de
controle interno com a finalidade de:
I – avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de
governo e dos orçamentos da União;
II – comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orça-
mentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da
aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado;
III – exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e have-
res da União;
IV – apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.
Certo.

Pelo Controle Externo, que, em nível federal, é exercido pelo Poder Legislativo, com o au-
xílio do Tribunal de Contas da União – TCU.
Registre-se que nos outros entes que integram o nosso Brasil, o controle externo é exer-
cido de forma similar, aplicando as disposições federais naquilo que couber.

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Nessa toada, para os estados, cabe a sua realização à Assembleia Legislativa, com auxílio
do TCE – Tribunal de Contas do Estado.
Já em âmbito municipal, é exercido pela Câmara Municipal, com auxílio também do TCE
– Tribunal de Contas do Estado (regra geral) ou do Tribunal de Contas do Município (São Pau-
lo – TCM-SP e Rio de Janeiro – TCM-RJ) ou, quando for o caso, do Tribunal de Contas dos
Municípios, no caso da Bahia – TCM-BA, Pará – TCM-PA e Goiás – TCM-GO.
Dessa mesma forma, no DF o Controle Externo é exercido pela Câmara Legislativa com o
auxílio do TCDF – Tribunal de Contas do Distrito Federal.
Confira na diretamente na CF/1988:

Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal
de Contas da União, ao qual compete:
I – apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer pré-
vio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento;
II – julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores pú-
blicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e man-
tidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra
irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público;
III – apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer tí-
tulo, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder
Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das con-
cessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não
alterem o fundamento legal do ato concessório;
IV – realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Comissão téc-
nica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, opera-
cional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário,
e demais entidades referidas no inciso II;
V – fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União
participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo;
VI – fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acor-
do, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município;
VII – prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou
por qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas;
VIII – aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as
sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano
causado ao erário;
IX – assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato cum-
primento da lei, se verificada ilegalidade;
X – sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos
Deputados e ao Senado Federal;
XI – representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados.

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§ 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional,
que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.
§ 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivar as me-
didas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito.
§ 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de título
executivo.
§ 4º O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral e anualmente, relatório de suas
atividades.

Controle
Institucional
Controle Externo Controle Interno

CGU Controladorias dos


Realizado pelo (órgão central do Sistema de Estados e
Poder Legislativo Controle Interno do Municípios ou
Poder Executivo Federal) órgãos equivalentes

Outros órgãos públicos


Auxílio dos Tribu-
(Ministério Público Federal, Ministérios Públi-
nais de Contas
cos Estaduais, Tribunais de Justiça, Polícia
Federal, Polícias Estaduais)

012. (CESPE/MDIC/AGENTE/2014) No que se refere ao ciclo orçamentário, julgue o item.


O controle externo da execução orçamentária realizada pelo MDIC constitui atribuição da
Controladoria-Geral da União, conforme previsão constitucional.

O item está errado, pois a CGU é um órgão de Controle Interno, sendo o Controle Externo atri-
buição do Congresso Nacional com o auxílio do TCU.
Errado.

Em nível federal, nós já temos consciência que é do Poder Legislativo a responsabilidade


pela realização do controle externo, com o auxílio do Tribunal de Contas da União, cujas fun-
ções estão delineadas no artigo 71 e 49, X da CF/1988.
A fiscalização externa por parte do Congresso Nacional se dá especialmente na CMO –
Comissão Mista permanente de Senadores e Deputados, que nos termos do artigo 166 § 1º da
CF/1988, é constituída para examinar e emitir pareceres sobre os projetos das leis orçamen-
tárias e as contas apresentadas pelo Presidente da República e, também acerca dos planos

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e programas previstos na Magna Carta, com acompanhamento e fiscalização das gestões


orçamentárias respectivas.
Vale destacar essa CMO, no exercício de suas atividades, poderá verificar indícios de des-
pesas não autorizadas e, nessa situação, de acordo com o artigo 72, caput, da CF/1988, pode-
rá solicitar esclarecimentos à autoridade responsável.
Entretanto, caso os esclarecimentos solicitados não sejam prestados, ou considerados
insuficientes, a CMO encaminha o caso para o TCU, a quem será solicitado que, no prazo de
30 dias, se pronuncie conclusivamente sobre o assunto. Caso o TCU entenda que a despesa
é irregular, a Comissão Mista poderá propor ao Congresso Nacional sua sustação, desde que
possa causar “dano irreparável ou grave lesão à economia pública”, como consta o artigo 72, §
1º, § 2 º da CF/1988.
Confira a literalidade que pode aparecer em sua prova:

Art. 72. A Comissão mista permanente a que se refere o art. 166, §1º, diante de indícios de des-
pesas não autorizadas, ainda que sob a forma de investimentos não programados ou de subsídios
não aprovados, poderá solicitar à autoridade governamental responsável que, no prazo de cinco
dias, preste os esclarecimentos necessários.
§ 1º Não prestados os esclarecimentos, ou considerados estes insuficientes, a Comissão solicitará
ao Tribunal pronunciamento conclusivo sobre a matéria, no prazo de trinta dias.
§ 2º Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a Comissão, se julgar que o gasto possa causar
dano irreparável ou grave lesão à economia pública, proporá ao Congresso Nacional sua sustação.

Vamos agora conhecer um pouco mais sobre o TCU no artigo 73 da nossa CF/1988:

Art. 73. O Tribunal de Contas da União, integrado por nove Ministros, tem sede no Distrito Federal,
quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o território nacional, exercendo, no que couber, as
atribuições previstas no art. 96.
§ 1º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão nomeados dentre brasileiros que satisfa-
çam os seguintes requisitos:
I – mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade;
II – idoneidade moral e reputação ilibada;
III – notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de administração
pública;
IV – mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija os co-
nhecimentos mencionados no inciso anterior.
§ 2º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão escolhidos:
I – um terço pelo Presidente da República, com aprovação do Senado Federal, sendo dois alterna-
damente dentre auditores e membros do Ministério Público junto ao Tribunal, indicados em lista
tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios de antiguidade e merecimento;
II – dois terços pelo Congresso Nacional.
§ 3º Os Ministros do Tribunal de Contas da União terão as mesmas garantias, prerrogativas, impe-
dimentos, vencimentos e vantagens dos Ministros do Superior Tribunal de Justiça, aplicando-lhes,
quanto à aposentadoria e pensão, as normas constantes do art. 40.

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§ 4º O auditor, quando em substituição a Ministro, terá as mesmas garantias e impedimentos do
titular e, quando no exercício das demais atribuições da judicatura, as de juiz de Tribunal Regional
Federal.

Perceba que o TCU, mesmo sendo um órgão que auxilia o Congresso Nacional no Controle
Externo, possui atribuições constitucionais próprias, as quais não dependem de autorização
ou necessariamente de provocação do Poder Legislativo.

DICA
Fique atento ao fato de que compete ao TCU apreciar (e não
julgar) as contas prestadas anualmente pelo Presidente da
República, mediante parecer prévio (inciso I).

Em outras palavras, é da competência exclusiva do Congresso Nacional julgar anualmen-


te as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar os relatórios sobre a execução
dos planos de governo. Para os demais administradores e responsáveis por dinheiros, bens e
valores públicos compete ao TCU o julgamento das contas (inciso II).
Importante chamar a sua atenção também ao fato de que, no caso de contrato, o ato de
sustação será adotado diretamente pelo CN – Congresso Nacional, que solicitará, de imedia-
to, ao Poder Executivo as medidas cabíveis. Todavia, se o CN ou o Poder Executivo, no prazo
de 90 dias, não efetivar as medidas cabíveis, o Tribunal decidirá a respeito.
Devemos guardar também que as decisões do TCU resultarem imputação de débito ou
multa têm eficácia de título executivo extrajudicial, e assim, a dívida passa a ser líquida e certa.
Importante registrar que de acordo com o artigo 75 da nossa CF/1988, as normas esta-
belecidas em sua seção IX, “DA FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA”,
se aplicam no que couber à organização, composição e fiscalização dos Tribunais de Contas
dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos Muni-
cípios. Confira:

Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no que couber, à organização, com-
posição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos
Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios.
Parágrafo único. As Constituições estaduais disporão sobre os Tribunais de Contas respectivos,
que serão integrados por sete Conselheiros.

Vamos aos principais pontos na Lei n. 4.320/1964 sobre o Controle Externo:


1) O controle da execução orçamentária, pelo Poder Legislativo, terá por objetivo verificar
a probidade da administração, a guarda e legal emprego dos dinheiros públicos e o cumpri-
mento da Lei de Orçamento.

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2) O Poder Executivo, anualmente, prestará contas ao Poder Legislativo, no prazo estabe-


lecido nas Constituições ou nas Leis Orgânicas dos Municípios.
3) As contas do Poder Executivo serão submetidas ao Poder Legislativo, com Parecer pré-
vio do Tribunal de Contas ou órgão equivalente.
4) Quando, no Município não houver Tribunal de Contas ou órgão equivalente, Câmara de
Vereadores poderá designar peritos contadores para verificarem as contas do prefeito e sobre
elas emitirem parecer.
Existe também o Controle Social, que é realizado pela sociedade, tanto nos espaços ins-
titucionais de participação, como Conselhos e Conferências, quanto nos espaços de articula-
ção da própria sociedade, como nas Redes e Fóruns.

O PULO DO GATO
Alguns autores classificam o controle social como controle privado ou popular, sendo efe-
tivado por meio de denúncias ao TCU, como determina o artigo 74 da CF/1988 em seu pa-
rágrafo 2º.

Nessa linha, temos ainda o artigo 73-A da LRF, introduzido pela LC n. 131/2009, que de-
terminou ser qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato parte legítima para
apresentar denúncia junto ao respectivo Tribunal de Contas (não só ao TCU) e ao órgão com-
petente do Ministério Público.

Podemos dizer que Controle Social é a integração da sociedade com a administração pú-
blica, com a finalidade de solucionar problemas e as deficiências sociais com mais eficiência.
Assim, o controle social efetiva a participação do cidadão na gestão pública e acaba sen-
do um mecanismo de prevenção da corrupção e de fortalecimento da cidadania.
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No Brasil, a preocupação em se estabelecer um controle social forte e atuante torna-se ain-


da maior, em razão da sua extensão territorial e do grande número de municípios que possui.
Nessa toada, o controle social revela-se como complemento indispensável ao controle
institucional, exercido pelos órgãos fiscalizadores. Entretanto, para que os cidadãos possam
desempenhá-lo de maneira eficaz, é necessário que sejam mobilizados e recebam orienta-
ções sobre como podem ser fiscais dos gastos públicos.
Além da grande extensão territorial do nosso país, a descentralização geográfica dos ór-
gãos públicos integrantes dos diversos níveis federativos – União, Estados, Distrito Federal
e Municípios também requer atenção especial, e, por isso, a fiscalização da aplicação dos
recursos públicos precisa ser feita com o apoio da sociedade.
Essa participação é importante porque contribui para a boa e correta aplicação dos re-
cursos públicos, fazendo com que as necessidades da sociedade sejam atendidas de forma
eficiente.
Em termos Orçamentários, o Controle social deve ocorrer tanto no planejamento como na
execução orçamentária.
Registre-se que a sociedade deve participar não apenas da elaboração dos instrumentos
de planejamento (PPA, LDO e LOA), mas, inclusive, do processo de apreciação e votação nas
casas legislativas.
A sociedade deve se organizar para participar da gestão desses recursos, em conjunto
com os agentes públicos.
Nosso ordenamento jurídico estabelece algumas regras para que as despesas não se
realizem arbitrariamente. Essas regras estão contidas, principalmente, na Lei das Finanças
Públicas (Lei n. 4.320/1964) na Lei das Licitações (Lei n. 8.666/1993) e na LRF -Lei de Res-
ponsabilidade Fiscal (Lei Complementar n. 101/2000).
Por isso, após participar da elaboração das peças orçamentárias, a sociedade deve acom-
panhar de perto a execução das despesas públicas, para evitar desvio e desperdício dos re-
cursos públicos.
Veja o resumo a seguir:

Plano Plurianual – PPA

Controle e Avaliação da Execução Orçamentária


Lei de diretrizes Orçamentárias – LDO
e Financeira

Execução Orçamentária e Financeira Lei Orçamentária Anual – LOA

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O ciclo orçamentário foi afetado pela EC n. 95/2016, que instituiu o NOVO REGIME FISCAL
que é estudado em tópico específico de aula posterior. Por enquanto, guarde apenas que,
após a sua entrada em vigor, durante a elaboração da LOA, na mensagem presidencial devem
ser demonstrados os valores máximos de programação compatíveis com os limites indivi-
dualizados. Além disso, na execução da LOA fica vedada a abertura de crédito suplementar ou
especial que amplie o montante total autorizado de despesas primárias que na LOA, sujeitas
aos limites individuais, não podem exceder os valores máximos constantes da mensagem
presidencial.

1.8. Prazos do Ciclo Orçamentário


Vale deixar registrado que os prazos inerentes ao ciclo orçamentário estão dispostos no
artigo 35 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT da nossa CF/1988, a
seguir transcritos com grifos nossos:

§ 2º Até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º, I e II, serão obede-
cidas as seguintes normas:
I – o projeto do plano plurianual, para vigência até o final do primeiro exercício financeiro do man-
dato presidencial subsequente, será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do
primeiro exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa;
II – o projeto de lei de diretrizes orçamentárias será encaminhado até oito meses e meio antes
do encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento do primeiro
período da sessão legislativa;
III – o projeto de lei orçamentária da União será encaminhado até quatro meses antes do encerra-
mento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa.
Ciclo Orçamentá-

PPA (gestão atual)


PPA
Grandes objetivos e
(gestão passada)
metas do governo

Início de MANDATO 1o ano 2o ano 3o ano Fim de MANDATO

LDO: LOA:
Prioriza as ações do executivo Esta é a Lei do Orçamento propria-
Indica as despesas de caplital e mente. A LOA autoriza a execução
orienta a LOA das despesas

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AFO, ORÇAMENTO PÚBLICO E DIREITO FINANCEIRO
Ciclo Orçamentário e Créditos Adicionais
Manuel Regis Pinon

Prazos do Ciclo Orçamentário


Ente
PPA LDO LOA
da Federação
União
31 de agosto 15 de abril 31 de agosto
(ADCT, art. 35)

013. (CESPE/TRE-BA/ANALISTA/2017) O ciclo orçamentário é o período de tempo em que se


processam as atividades típicas do orçamento público. Em sua concepção ampliada — ado-
tada pela Constituição Federal de 1988 —, tal ciclo desdobra-se em oito fases. Uma dessas
fases corresponde à elaboração da proposta de orçamento pelo Poder Executivo e a sua sub-
missão ao Poder Legislativo. Essa fase ocorre
a) juntamente com a proposição de metas e prioridades para a administração pelo Poder
Executivo.
b) logo após a aprovação pelo Poder Legislativo da política de alocação de recursos proposta
pelo Poder Executivo.
c) logo após a apreciação e a adequação da lei de diretrizes orçamentárias pelo Poder
Legislativo.
d) imediatamente antes da execução do orçamento pelo Poder Executivo.
e) imediatamente após a apreciação e a aprovação do plano plurianual pelo Poder Legislativo.

Guarde que o prazo para a submissão da proposta orçamentária ao Legislativo foi definido
pelo artigo 35 do ADCT da CF/1988. Confira:

III – o projeto de lei orçamentária da União será encaminhado até quatro meses antes do encerra-
mento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa.
Assim, a proposta orçamentária deve ser submetida ao Legislativo até quatro meses antes do
encerramento do exercício, que é dia 31/08.
Letra c.

014. (CESPE/TCE-PR/CONSELHEIRO-SUBSTITUTO/2016) Julgue:


O projeto de LOA da União para o exercício seguinte deve ser enviado ao Congresso Nacional
até o final do exercício corrente.

Na verdade, LOA, ainda na forma de projeto de lei, deve ser encaminhada ao Congresso Nacio-
nal até 31/08 e deve ser devolvida ao Poder Executivo até fim da respectiva sessão legislativa.
Errado.

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Ciclo Orçamentário e Créditos Adicionais
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Registre-se ainda que, para os Estados, DF e Municípios, valem os prazos dispostos res-
pectivamente nas suas Constituições Estaduais e nas Leis Orgânicas.

Veja a seguir, a título de exemplo, os prazos do Estado de Minas Gerais:

Prazos do Ciclo Orçamentário


Até a primeira Até 20/12
Até 18/7 semana de novembro Votação dos projetos
Prazo final para votação Discussão participativa de lei do PPAG e da
da LDO pela ALMG. do PPAG LOA pela ALMG

Até 15/5 Até 30/9 Até a última semana No ano seguinte


Prazo fianl para o governo Prazo fianl para o governo de novembro Acompanhamento da
enviar para a ALMG o enviar os projetos de lei Apreciação das execução das PLEs
projeto da Lei de Diretrizes da Lei Orçamentária Anual Propostas de Ação pelo Boletins de
Orçamentárias (LDO), que (LOA) e do Plano Legislativa (PLEs) que Monitoramento.
contém orientações para a Plurianual de Ação aglutinam as sugestões
elaboração do Orçamento. Governamental (PPAG) populares pela
(original e suas revisões) Comissão de
para a ALMG Participação Popular

Vele reforçar ainda, no que diz respeito aos prazos do Ciclo Orçamentário, que caso o Con-
gresso Nacional não receba a proposta orçamentária no prazo fixado, caberá ao CN apreciar
novamente o orçamento em vigência e já em execução como se fosse uma nova proposta
orçamentária.

Como os prazos do Ciclo Orçamentário ainda tem uma regulação provisória via ADCT, em fun-
ção da necessidade ainda não satisfeita de se editar uma Lei Complementar específica para
regular, dentre outras coisas, os mencionados prazos, vivemos hoje, em matéria orçamentá-
ria, a possibilidade de termos algumas incongruências.

Repare que no 1º ano de mandato de um Chefe do Poder Executivo a LDO para o ano se-
guinte é aprovada até o fim da primeira sessão legislativa ainda no primeiro semestre, ou seja,
antes do envio do PPA, que pode ser enviado até 31/08, não havendo neste primeiro ano de
envio e segundo de execução a integração com o PPA.
Outra possível fonte de descoordenação pode ocorrer nesse ano, com PPA sendo enviado
e aprovado nos mesmos prazos da LOA, o que possibilita que a LOA seja aprovada no prazo
correto e o PPA não, fazendo com que a LOA do segundo exercício do mandato presidencial
possa ser executada antes da aprovação do PPA que a orientaria.

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Ciclo Orçamentário e Créditos Adicionais
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2. Créditos Adicionais
Os créditos orçamentários se dividem em créditos iniciais e créditos adicionais.

Chamamos de créditos orçamentários ordinários ou iniciais aqueles constantes de da


LOA, que engloba os orçamentos fiscal, da seguridade social e de investimento das empresas
estatais não dependentes.
Assim, o orçamento anual contempla o montante para atender determinada despesa a
fim de executar ações que lhe caiba realizar, ou seja, contempla a dotação orçamentária para
cada despesa.
A dotação inicial corresponde ao valor inicial constante da lei orçamentária sancionada
pelo Presidente.
Nessa pegada, a LOA é organizada na forma de créditos orçamentários (ordinários), aos
quais estão consignadas dotações, sendo definido como crédito orçamentário o conjunto de
categorias classificatórias e contas que especificam as ações e operações autorizadas pela
lei orçamentária, a fim de que sejam executados os programas de trabalho do Governo.
Já o termo a dotação orçamentária corresponde ao montante de recursos financeiros
com que conta o crédito orçamentário, ou seja, é o valor monetário autorizado, consignado na
lei do orçamento (LOA), para atender uma determinada programação orçamentária.
A dotação inicial corresponde ao valor inicial constante da lei orçamentária sancionada
pelo Presidente.

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Ciclo Orçamentário e Créditos Adicionais
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Resumindo, o crédito orçamentário é portador de uma dotação que constitui o limite de


recurso financeiro autorizado.
Entretanto, na prática acontece que algumas despesas possam ser insuficientemente do-
tadas ou pode ocorrer a necessidade de realização de novas despesas, portanto, que nem
foram computadas na LOA.
Visando dotar a administração pública de um mínimo de flexibilidade em termos de dota-
ção orçamentária, principalmente devido ao lapso temporal entre a elaboração e a execução
do orçamento anual, aos créditos orçamentários iniciais foi autorizado que possam ser objeto
de alterações qualitativas e quantitativas, por meio de créditos adicionais.

Para aquelas situações em que existe a necessidade de nova dotação ou apenas de comple-
mentação de dotações existentes, é plenamente possível a abertura de créditos adicionais,
para a qual a iniciativa é sempre do Presidente da República, até mesmo que para aque-
les créditos que atendam os Poderes Judiciário e Legislativo, bem como o Ministério Públi-
co da União.

Especiais

Créditos
Extraordinário
Adicionais

Suplementares

Orçamento Orçamento

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No que diz respeito ainda as emendas à LOA e os créditos adicionais, importante deixar regis-
trado que elas precisam ser compatíveis com o PPA e com a LDO.

Colega, já sabemos que as leis orçamentárias fixam o limite máximo que pode ser gasto
pela Administração Pública em cada dotação. Entretanto, podem ocorrer, entretanto, omis-
sões de ações necessárias, falhas na previsão de gastos, fatos posteriores que exijam mu-
danças de prioridades, ou mesmo arrecadação superior à prevista, que requeiram do Governo
ações rápidas, tanto para adequar a fixação da despesa a ações e valores que permitam a
consecução dos objetivos e metas almejados, quanto para dar destino às receitas públicas
cuja arrecadação supere a previsão inicial.
Então guarde que as adequações das dotações orçamentárias constantes da lei orçamen-
tária anual são feitas por meio dos créditos adicionais.
Em outras palavras, são créditos adicionais as despesas não computadas ou insuficiente
dotadas na lei de orçamento.

015. (CESPE/PGE-PE/ASSISTENTE/2019) Para limitar os gastos governo, um dos mecanis-


mos utilizados é a publicação de decreto que disponha sobre a programação orçamentária e
financeira bem como o cronograma mensal de desembolso. Acerca desse assunto, julgue o
item subsequente.
Alterações orçamentárias, que se dividem em créditos adicionais e outras alterações orça-
mentárias, constituem formas de modificar a lei orçamentária originalmente aprovada, a fim
de adequá-la à real necessidade de execução.

Realmente, as alterações orçamentárias, que se dividem em créditos adicionais e outras alte-


rações orçamentárias, são as formas de modificar a LOA aprovada para adequá-la à real ne-
cessidade de execução. Assim, enquanto os créditos adicionais são autorizações de despesa
não computadas ou insuficientemente dotadas na LOA, as outras alterações orçamentárias
são efetivadas por meio de anulações de dotações.
Certo.

Os Créditos Adicionais classificam-se em suplementares, especiais e extraordinárias.

Créditos adicionais

Suplementares Especiais Extraordinários

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Importante ter em mente que as emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos
projetos que o modifiquem (créditos adicionais) somente podem ser aprovadas caso:
I – sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias;
II – indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de
despesa, excluídas as que incidam sobre:
• dotações para pessoal e seus encargos;
• serviço da dívida;
• transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e o Distrito Federal;
ou

III – sejam relacionadas:


• com a correção de erros e omissões; ou
• com os dispositivos do texto do projeto de lei.

O ato que abrir crédito adicional indicará a importância, a sua espécie e a classificação da
despesa, até onde for possível.

016. (CESPE/STJ/ANALISTA/2018) Com relação à programação e à execução orçamentária e


financeira e ao acompanhamento da execução, julgue o item que se segue.
Uma alteração orçamentária qualitativa para a abertura de créditos especiais pode resultar na
criação de um programa de trabalho, de uma ação com todos os seus atributos e de um novo
subtítulo de uma ação já existente.

Atente ao fato de que apenas nos créditos extraordinários e especiais que se cria um pro-
grama de trabalho, de uma ação com todos os seus atributos e de um novo subtítulo de uma
ação já existente. Confira diretamente no MTO, com grifos nossos:

Nos casos de abertura de créditos especiais ou extraordinários, em que há necessidade de criação


de um novo programa de trabalho, deve-se proceder à solicitação de uma alteração orçamentária
qualitativa. Tal alteração implica a criação de uma nova ação com todos os seus atributos, ou no
desdobramento de uma ação existente em novo subtítulo.
Certo.

Vamos agora conhecer as 3 espécies do gênero Crédito Adicional.

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2.1. Créditos Suplementares e Especiais


Os créditos suplementares são destinados ao reforço de dotação orçamentária existente.

017. (CESPE/CGM-JOÃO-PESSOA/AUDITOR/2018) Em relação à despesa orçamentária, jul-


gue o item.
Quanto aos créditos orçamentários adicionais, o crédito suplementar incorpora-se ao orça-
mento vigente, adicionando-se à dotação orçamentária que deva reforçar, ao passo que os
créditos especiais são destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária
específica.

Realmente, os créditos suplementares são destinados a reforçar dotações já existentes e os


especiais destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica.
Certo.

018. (CESPE/TCE-PE/ANALISTA/2017) Acerca dos mecanismos necessários à execução do


orçamento, julgue o item que se segue.
Crédito adicional aberto com base em autorização dada pela Lei orçamentária anual corres-
ponde a um crédito suplementar.

Em verdade, o único crédito adicional que pode estar autorizado na LOA é o crédito suplemen-
tar, constituindo-se, assim, em verdadeira exceção ao princípio da exclusividade.
Certo.

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De modo distinto, os créditos especiais são destinados a despesas para as quais não haja
dotação orçamentária específica.

Créditos Especiais

Os destinados a despesas para


as quais não haja dotação orça-
mentária específica.
(Lei n. 4.320/1964: art. 41, II)

Tanto os créditos suplementares quanto os especiais serão autorizados por lei e abertos
por decreto executivo.
É vedada a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa
e sem indicação dos recursos correspondentes.
A abertura dos créditos suplementares e especiais depende da existência de recursos
disponíveis para acorrer à despesa e será precedida de exposição justificativa.
Consideram-se recursos para o fim deste artigo, desde que não comprometidos:
I – o superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior, entendido
com a diferença positiva entre o ativo financeiro e o passivo financeiro, conjugando-se, ainda,
os saldos dos créditos adicionais transferidos e as operações de credito a eles vinculadas;
II – os provenientes de excesso de arrecadação, entendido como o saldo positivo das di-
ferenças acumuladas mês a mês entre a arrecadação prevista e a realizada, considerando-se,
ainda, a tendência do exercício. Para o fim de apurar os recursos utilizáveis, provenientes de
excesso de arrecadação, deduzir-se-á a importância dos créditos extraordinários abertos no
exercício.
III – os resultantes de anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou de créditos
adicionais, autorizados em Lei;
IV – o produto de operações de credito autorizadas, em forma que juridicamente possibi-
lite ao poder executivo realizá-las.

DICA
A reserva de contingência é fonte para abertura de créditos
adicionais de acordo com o artigo 8º da portaria STN/SOF n.
163/2001.

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019. (CESPE/MPU/ANALISTA/2013) Em relação aos créditos ordinários e adicionais, julgue o


seguinte item.
Considera-se recurso para a abertura de créditos suplementares e especiais o superávit fi-
nanceiro do exercício anterior.

A abertura dos créditos suplementares e especiais depende da existência de recursos dis-


poníveis para acorrer à despesa e será precedida de exposição justificativa. Consideram-se
recursos para o fim deste artigo, desde que não comprometidos:
I – o superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior, entendido
com a diferença positiva entre o ativo financeiro e o passivo financeiro, conjugando-se, ainda,
os saldos dos créditos adicionais transferidos e as operações de credito a eles vinculadas;
II – os provenientes de excesso de arrecadação, entendido como o saldo positivo das dife-
renças acumuladas mês a mês entre a arrecadação prevista e a realizada, considerando-se,
ainda, a tendência do exercício. Para o fim de apurar os recursos utilizáveis, provenientes de
excesso de arrecadação, deduzir-se-á a importância dos créditos extraordinários abertos no
exercício.
III – os resultantes de anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou de créditos
adicionais, autorizados em Lei;
IV – o produto de operações de credito autorizadas, em forma que juridicamente possibilite
ao poder executivo realizá-las.
Certo.

Os créditos adicionais terão vigência no exercício financeiro em que forem autorizados.


No caso dos créditos especiais e extraordinários, se o ato de autorização for promulgado
nos últimos quatro meses daquele exercício, serão reabertos nos limites de seus saldos, e
incorporados ao orçamento do exercício financeiro subsequente.

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Exercício 1 Exercício 2

Vigência Créditos Adicionais

Autorizado Término

Vigência Créditos Adicionais – Especiais e Extraordinários

Autorizado Reaberto Término


nos últimos no exercícios
quatro meses subsequente

2.2. Créditos Extraordinários


Podemos conceituar os créditos extraordinários como sendo aqueles usados para des-
pesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de uma calamidade pública (como é o
caso do COVID-19), de uma eventual comoção interna ou até mesmo de uma guerra.

020. (CESPE/SLU-DF/ANALISTA/2019) Quanto ao sistema e ao processo de orçamentação, à


estrutura programática e a créditos ordinários e adicionais, julgue o item subsecutivo.
Os créditos adicionais especiais são destinados a despesas que sejam urgentes e imprevisí-
veis e para as quais não haja dotação orçamentária específica.

Na verdade, os créditos adicionais especiais são destinados a despesas para as quais não
haja dotação orçamentária específica. Já para as despesas urgentes e imprevisíveis deve ser
usado o crédito adicional extraordinário.
Errado.

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O PULO DO GATO
Note uma pequena diferença entre as conceituações da CF/1988 e da Lei n. 4.320/1964:

Créditos Extraordinários

A abertura de crédito extraordinário


somente será admitida para atender
as despesas imprevisíveis e urgentes,
como as decorrentes de guerra, comoção
interna ou calamidade pública, observado
o disposto no art. 62.
(Constituição Federal de 1988, art. 167, § 3º)

Créditos Extraordinários
Os destinados a despesas urgentes
e imprevistas, em caso de guerra,
comoção intestina ou calamidade
pública.
(Lei n. 4.320/1964: art. 41, III)

Importante saber que despesas imprevisíveis não são despesas imprevistas, já que no
caso das imprevistas elas, por uma falha humana, poderiam estar presentes na LOA, mas não
o foram, diferentemente daquelas decorrentes de calamidade pública, de comoção interna
ou de guerra, já que eventos como esses dificilmente seriam previstos de modo a que suas
respectivas despesas possam constar na LOA, como foi o caso do CORONAVÍRUS para o Or-
çamento de 2020.

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A ideia do legislador, ao permitir a adoção de créditos extraordinários para atender às des-


pesas urgentes e imprevisíveis, foi viabilizar os recursos sem a necessidade de sua indicação
prévia, como os demais créditos orçamentários.

021. (CESPE/STM/ANALISTA/2018) Acerca de administração financeira e orçamentária e do


orçamento público no Brasil, julgue o item.
Os créditos extraordinários podem ser abertos ainda que não haja dotações orçamentárias
disponíveis para a realização da despesa.

Sim, já que os créditos extraordinários são utilizados para despesas imprevistas e urgentes.
Confira na Lei n. 4.320/1964, com grifos nossos:

Art. 40. São créditos adicionais, as autorizações de despesa não computadas ou insuficientemente
dotadas na Lei de Orçamento.
Art. 41. Os créditos adicionais classificam-se em:
III – extraordinários, os destinados a despesas urgentes e imprevistas, em caso de guerra, como-
ção intestina ou calamidade pública.
Art. 43. A abertura dos créditos suplementares e especiais depende da existência de recursos dis-
poníveis para ocorrer a despesa e será precedida de exposição justificativa”.
Certo.

Destaque ainda que a não obrigatoriedade da indicação do compensatória de cancela-


mento de créditos equivalentes em montante não contraria o princípio do equilíbrio orçamen-
tário, como disposto no artigo 62 da CF/1988, que autoriza a adoção das medidas provisó-
rias como instrumento a ser usado na abertura de créditos extraordinários, sendo aplicáveis,
nesse caso, além dos pressupostos de imprevisibilidade e urgência, também o de relevância.

DICA
Guarde, portanto, que a abertura de créditos extraordinários
por meio de medidas provisórias somente deve usado nas si-
tuações imprevisíveis, urgentes e relevantes.

Na União os Créditos Extraordinários são abertos por MP.


Nos Estados que dispuserem do instrumento de MP os Créditos Extraordinários também
devem ser abertos por MP.
Para os Municípios e Estados que não dispuserem do instrumento de MP, os Créditos Ex-
traordinários são abertos diretamente por Decreto do Executivo.

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Leve isso para a prova.

022. (CESPE/COGE-CE/AUDITOR/2019-ADAPTADA) Com base nas regras do orçamento pú-


blico dispostas na Lei n.º 4.320/1964, Julgue.
Os créditos especiais e os extraordinários serão autorizados por lei e abertos por decreto do
Poder Executivo.

Os créditos extraordinários não precisam de autorização legislativa para serem abertos.


Errado.

O que acontece e gera essa confusão é que na Lei n. 4.320/1964, fala que os “Créditos Ex-
traordinários devem ser abertos por Decreto do Executivo que deles dará conhecimento ao Poder
Legislativo”, diferentemente dos créditos suplementares e especiais que são autorizados por
lei e abertos por Decreto do Executivo.
Importante destacar que a lei de conversão não tem o condão de convalidar eventuais
vícios da respectiva medida provisória.

A competência para verificar a imprevisibilidade ou não de um crédito orçamentário para o


fim de julgar a possibilidade ou não de ele constar como crédito extraordinário em medida
provisória é do Supremo Tribunal Federal – STF.

023. (CESPE/PGE-PE/ASSISTENTE/2019) O orçamento público é um instrumento de plane-


jamento e de execução das finanças públicas. No Brasil, a iniciativa de propor as leis or-
çamentárias é do chefe do Poder Executivo. Com referência a esse assunto, julgue o item
que se segue.
Sendo necessária para combater os efeitos decorrentes de calamidade pública, uma despesa
pública que tenha sido realizada por meio de crédito adicional ao orçamento originalmente
aprovado será classificada como crédito adicional especial.

Na verdade, são os créditos extraordinários que são abertos para despesas não previstas
decorrentes de calamidade pública, enquanto os créditos especiais servem novas despesas.
Errado.

Guarde as principais características de cada modalidade de crédito adicional no dese-


nho a seguir:
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Reforço de dotação, autorização le-


Suplementares
gislativa, indicar fonte de
recursos.

Especiais Novas despesas, autorização le-


Créditos gislativa, indicar fonte de
adicionais recursos.

Guerra, comoção e calamidade;


autorização por medida provisória; não é
preciso indicar a fonte de
recursos.
Extraordinários
Se autorizado nos últimos quatro me-
ses, pode ser reaberto no ano seguinte,
no limite de seus saldos.

JURISPRUDÊNCIA
O STF firmou entendimento (ADI 408) de que termos como “Guerra”, “comoção interna”
e “calamidade pública” são situações extremas e graves, com consequências imprevi-
síveis para a ordem pública e a paz social, requerendo a adoção de medidas urgentes e
extraordinárias. Seguindo essa premissa jurisprudencial, podemos afirmar que despe-
sas correntes que não estejam qualificadas pela imprevisibilidade ou pela urgência, não
justificam a abertura de créditos, sob pena de desvio dos referidos preceitos constitu-
cionais.

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RESUMO
Começa no ano anterior,
com as fases de
planejamento, elaboração, discus-
Tem duração maior são e aprovação.
do que um ano
(um exercício financeiro).
Só termina depois do fim
do exercício financeiro em que
é executada, com a sua
avaliação e controle.
CICLO ORÇAMENTÁRIO

Resumido x Ampliado

Relembre de forma resumida, com funciona o ciclo orçamentário:

Planejamento

Controle Elaboração

Execução

O Ciclo Orçamentário é um processo contínuo, dinâmico e flexível, por meio do qual se


planeja, elabora, discute, aprova, executa, controla e avalia a programação de gastos do setor
público tanto no aspecto físico quanto no aspecto financeiro. Veja o ciclo ampliado:

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Ciclo / processo orçamentário

Discussão, votação
Elaboração Execução Avaliação e controle
e aprovação

1- 2 - Discussão,
Elaboração votação e
do PPA aprovação do
PPA

4 - Discussão, 8 - Avaliação
3-
votação e 7 - Execução e controle
Elaboração
aprovação da orçamentária da execução
da LDO
LDO orçamentária

5- 6 - Discussão,
Elaboração votação e
da LOA aprovação da
LOA

Lembre-se de que o ciclo orçamentário tem duração maior do que um ano (um exercício
financeiro), já que começa no ano anterior, com as fases de planejamento, elaboração, dis-
cussão e aprovação, e só termina depois do fim do exercício financeiro em que é executa, com
a sua avaliação e controle.

ÚTIMO ANO DO
PPA 4 ANOS
PPA ANTERIOR

LDO LDO LDO LDO LDO


ANUAL ANUAL ANUAL ANUAL ANUAL

LOA LDO LDO LDO LOA


ANUAL ANUAL ANUAL ANUAL ANUAL

1º ANO 2º 3º 4º 1º

MANDATO ATUAL PRÓXIMO MANDATO

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Ciclo Orçamentário e Créditos Adicionais
Manuel Regis Pinon

Sisitemas de Controle Sistema de Secretaria de Con- Unidades no País


da Administração Federal Controle Interno trole Interno Postas no Exterior

Secretaria de Con- Unidades das Forças


Sistema de trole Interno Armadas
Poder
Controle Externo
Executivo
Secretaria de Con- Órgãos da
Tribunal de trole Interno Presidência e AGU
Contas da União

Assessores de Con- Órgãos da


trole Interno Administração Direta
Congresso Controladoria Geral
Nacional da União
Auditorias Entidades da
Administração
Internas
Indireta

Poder Sistema de Secretaria de Con-


CNJ e Tribunais
Judiciário Controle Interno trole Interno

Poder Sistema de Secretaria de Con- Câmara,


Legislativo Controle Interno trole Interno Senado e TCU

CRÉDITOS ADICIONAIS: as adequações das dotações orçamentárias constantes da lei


orçamentária anual são feitas por meio dos créditos adicionais. Em outras palavras, são cré-
ditos adicionais as despesas não computadas ou insuficiente dotadas na lei de orçamento.
Os Créditos Adicionais classificam-se em suplementares, especiais e extraordinárias. No
quadro a seguir, guarde as principais características de cada modalidade:

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AFO, ORÇAMENTO PÚBLICO E DIREITO FINANCEIRO
Ciclo Orçamentário e Créditos Adicionais
Manuel Regis Pinon

Quadro Resumo

Crédito Crédito Crédito


Características Suplementar Especial Extraordinário

Autorização Projeto de Lei Medida Provisória

Abertura Decretos do Poder Executivo

Exercícios Exercícios financeiro. Se for autorizado


Vigência Financeiro nos 4 últimos meses, pode ser reaberto
no ano seguinte, no limite do saldo.

Reforço de Guerra, Comoção


Dotação Novas Despesas interna e
Finalidade
calamidade pública.

Poder Dispensar a
Recursos Requer indicação de recursos indicação de
Disponíveis disponíveis para abertura. recursos.

Espero que você tenha gostado desta aula e que me dê 5 estrelas na avaliação. Se não
gostou, registre onde podemos melhorar.
Como diria Thomas Edison: “Gênio é 1% inspiração e 99% transpiração”.

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Ciclo Orçamentário e Créditos Adicionais
Manuel Regis Pinon

MAPAS MENTAIS
Ciclo Orçamentário
Planejamento e elaboração
Discussão e aprovação

Contínuo Conceito Execução


Resumido
Dinâmico Processo Avaliação e Controle
Flexível

Ciclo Orçamentário PPA.

Planos nacionais, regionais e setoriais.


LDO.
O ciclo orçamentário é mais longo Elaboração da proposta de LOA.
do que o exercício financeiro, já que Conceito
Ampliado Discussão, votação e aprovação da LOA.
começa no exercício anterior com as
etapas de elaboração/planejamento da Execução orçamentária e financeira.
proposta orçamentária e de discussão/ Controle e avaliação da execução orçamentária
estudo/aprovação da lei de orçamento. e financeira.
Somente se encerra nos exercícios
seguintes com a sua avaliação e con-
trole.

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Ciclo Orçamentário e Créditos Adicionais
Manuel Regis Pinon

Créditos Orçamentários

Créditos Ordinários Constantes da LOA

Para reforço de dotação


Créditos
Autorizado por Lei e aberto por Decreto do Executivo
Suplementares
Vigência no exercício Financeiro
CRÉDITOS Requer a indicação dos recursos para abertura
ORÇAMENTÁRIOS

Para novas despesas


Autorizado por Lei e aberto por Decreto do Executivo
Créditos
Vigência no exercício Financeiro, mas se for autorizado nos
Especiais
Créditos Adicionais últimos 4 meses pode ser reaberto no ano seguinte (no limite
do saldo).
Requer a indicação dos recursos para abertura

Para despesas em caso de guerra, comoção interna e calami-


dade pública
Autorizado Medida Provisória e aberto por Decreto do Execu-
Créditos
tivo
Extraordinários
Vigência no exercício Financeiro, mas se foi autorizado nos
últimos 4 meses pode ser reaberto no ano seguinte (no limite
do saldo).
Pode dispensar a indicação dos recursos para abertura

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Ciclo Orçamentário e Créditos Adicionais
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QUESTÕES COMENTADAS EM AULA


001. (CESPE/TCE-PE/ANALISTA/2017) A respeito do ciclo, do processo e dos princípios do
orçamento público, julgue o item subsequente.
Constituído por diversas etapas, desde a proposta orçamentária até a aprovação da lei orça-
mentária, o ciclo orçamentário é, ao longo de todo exercício, um processo intermitente no que
diz respeito a análises e decisões.

002. (CESPE/DPU/AGENTE/2016) Julgue:


O ciclo orçamentário pode ser definido como um rito legalmente estabelecido, com etapas
que se repetem periodicamente e que envolvem elaboração, discussão, votação, controle e
avaliação do orçamento.

003. (CESPE/DEPEN/AGENTE/2015) Julgue:


As fases do ciclo orçamentário podem ser aglutinadas de acordo com suas finalidades e pe-
riodicidades.

004. (CESPE/STF/ANALISTA/2013) Com relação aos orçamentos públicos, julgue o


item a seguir.
Nos termos da CF, o ciclo orçamentário desdobra-se em oito fases, cada uma com ritmo pró-
prio, finalidade distinta e periodicidade definida.

005. (CESPE/DPU/AGENTE/2016) Julgue:


Para efeitos da LOA, o exercício financeiro tem início com a aprovação da lei, não coincidindo
este com o ano civil.

006. (CESPE/TRT-8/ANALISTA/2016) Julgue:


Ao aprovar a LOA, o Poder Legislativo autoriza que o Poder Executivo aplique os recursos fi-
nanceiros em gastos necessários à manutenção dos serviços públicos ao longo do exercício
financeiro, o qual não coincide com o ano civil.

007. (CESPE/SEDF/ANALISTA/2017) A respeito do orçamento público, julgue o item a seguir.


As etapas que compõem o processo orçamentário no DF incluem a elaboração da proposta
orçamentária pela Câmara Legislativa e a aprovação pelo governador do DF.

008. (CESPE/TRT-8/ANALISTA/2016) Julgue:


O legislador tem a prerrogativa de apresentar qualquer tipo de modificação à lei orçamentária
anual, quando essa é submetida à aprovação do Congresso Nacional.

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Ciclo Orçamentário e Créditos Adicionais
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009. (CESPE/TCE-PE/AUDITOR/2017) Acerca dos instrumentos de planejamento e orçamen-


to, julgue o item a seguir.
Para que determinada emenda ao projeto de lei orçamentária seja aprovada, é suficiente que
ela tenha sido apresentada na Comissão Mista de Orçamentos e não anule despesas de pes-
soal e encargos sociais, do serviço da dívida ou de transferências constitucionais.

010. (CESPE/PGE-PE/ASSISTENTE/2019) Para limitar os gastos do governo, um dos meca-


nismos utilizados é a publicação de decreto que disponha sobre a programação orçamentária
e financeira bem como o cronograma mensal de desembolso. Acerca desse assunto, julgue o
item subsequente.
O ato pelo qual determinada unidade orçamentária ou administrativa transfere a outras uni-
dades orçamentárias ou administrativas o poder de utilizar créditos que lhes tenham sido
dotados caracteriza o que se denomina descentralização de créditos.

011. (CESPE/CGM-JOÃO-PESSOA/TÉCNICO/2018) Em relação à atuação contábil, financeira


e orçamentária da União, julgue o item que se segue.
Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário devem manter, de forma integrada, sistema
de controle interno, com a finalidade de avaliar o cumprimento das metas previstas no plano
plurianual e a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União.

012. (CESPE/MDIC/AGENTE/2014) No que se refere ao ciclo orçamentário, julgue o item.


O controle externo da execução orçamentária realizada pelo MDIC constitui atribuição da
Controladoria-Geral da União, conforme previsão constitucional.

013. (CESPE/TRE-BA/ANALISTA/2017) O ciclo orçamentário é o período de tempo em que se


processam as atividades típicas do orçamento público. Em sua concepção ampliada — ado-
tada pela Constituição Federal de 1988 —, tal ciclo desdobra-se em oito fases. Uma dessas
fases corresponde à elaboração da proposta de orçamento pelo Poder Executivo e a sua sub-
missão ao Poder Legislativo. Essa fase ocorre
a) juntamente com a proposição de metas e prioridades para a administração pelo Poder
Executivo.
b) logo após a aprovação pelo Poder Legislativo da política de alocação de recursos proposta
pelo Poder Executivo.
c) logo após a apreciação e a adequação da lei de diretrizes orçamentárias pelo Poder
Legislativo.
d) imediatamente antes da execução do orçamento pelo Poder Executivo.
e) imediatamente após a apreciação e a aprovação do plano plurianual pelo Poder Legislativo.

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Ciclo Orçamentário e Créditos Adicionais
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014. (CESPE/TCE-PR/CONSELHEIRO-SUBSTITUTO/2016) Julgue:


O projeto de LOA da União para o exercício seguinte deve ser enviado ao Congresso Nacional
até o final do exercício corrente.

015. (CESPE/PGE-PE/ASSISTENTE/2019) Para limitar os gastos governo, um dos mecanis-


mos utilizados é a publicação de decreto que disponha sobre a programação orçamentária e
financeira bem como o cronograma mensal de desembolso. Acerca desse assunto, julgue o
item subsequente.
Alterações orçamentárias, que se dividem em créditos adicionais e outras alterações orça-
mentárias, constituem formas de modificar a lei orçamentária originalmente aprovada, a fim
de adequá-la à real necessidade de execução.

016. (CESPE/STJ/ANALISTA/2018) Com relação à programação e à execução orçamentária e


financeira e ao acompanhamento da execução, julgue o item que se segue.
Uma alteração orçamentária qualitativa para a abertura de créditos especiais pode resultar na
criação de um programa de trabalho, de uma ação com todos os seus atributos e de um novo
subtítulo de uma ação já existente.

017. (CESPE/CGM-JOÃO-PESSOA/AUDITOR/2018) Em relação à despesa orçamentária, jul-


gue o item.
Quanto aos créditos orçamentários adicionais, o crédito suplementar incorpora-se ao orça-
mento vigente, adicionando-se à dotação orçamentária que deva reforçar, ao passo que os
créditos especiais são destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária
específica.

018. (CESPE/TCE-PE/ANALISTA/2017) Acerca dos mecanismos necessários à execução do


orçamento, julgue o item que se segue.
Crédito adicional aberto com base em autorização dada pela Lei orçamentária anual corres-
ponde a um crédito suplementar.

019. (CESPE/MPU/ANALISTA/2013) Em relação aos créditos ordinários e adicionais, julgue o


seguinte item.
Considera-se recurso para a abertura de créditos suplementares e especiais o superávit fi-
nanceiro do exercício anterior.

020. (CESPE/SLU-DF/ANALISTA/2019) Quanto ao sistema e ao processo de orçamentação, à


estrutura programática e a créditos ordinários e adicionais, julgue o item subsecutivo.
Os créditos adicionais especiais são destinados a despesas que sejam urgentes e imprevisí-
veis e para as quais não haja dotação orçamentária específica.

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Ciclo Orçamentário e Créditos Adicionais
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021. (CESPE/STM/ANALISTA/2018) Acerca de administração financeira e orçamentária e do


orçamento público no Brasil, julgue o item.
Os créditos extraordinários podem ser abertos ainda que não haja dotações orçamentárias
disponíveis para a realização da despesa.

022. (CESPE/COGE-CE/AUDITOR/2019-ADAPTADA) Com base nas regras do orçamento pú-


blico dispostas na Lei n.º 4.320/1964, Julgue.
Os créditos especiais e os extraordinários serão autorizados por lei e abertos por decreto do
Poder Executivo.

023. (CESPE/PGE-PE/ASSISTENTE/2019) O orçamento público é um instrumento de plane-


jamento e de execução das finanças públicas. No Brasil, a iniciativa de propor as leis or-
çamentárias é do chefe do Poder Executivo. Com referência a esse assunto, julgue o item
que se segue.
Sendo necessária para combater os efeitos decorrentes de calamidade pública, uma despesa
pública que tenha sido realizada por meio de crédito adicional ao orçamento originalmente
aprovado será classificada como crédito adicional especial.

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Ciclo Orçamentário e Créditos Adicionais
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QUESTÕES DE CONCURSO
024. (CESPE/PGE-PE/ASSISTENTE/2019) O orçamento público, um instrumento fundamental
de governo, constitui o principal documento de políticas públicas. A respeito desse assunto,
julgue o seguinte item.
O ciclo orçamentário, período de tempo em que se processam as atividades típicas do orça-
mento público, é constituído das seguintes fases: planejamento, elaboração e aprovação.

O ciclo orçamentário, mesmo em sua versão resumida, tem 4 fases:


1 – Elaboração/planejamento – Realizada pelo Executivo;
2 – Estudo/Aprovação – Realizada pelo Legislativo;
3 – Execução – Realizada pelo Executivo;
4 – Controle/avaliação – Realizada pelo Legislativo.
Errado.

025. (CESPE/CGM-JOÃO-PESSOA/AUDITOR/2018) Com relação ao processo orçamentário


brasileiro, julgue o item subsequente.
Poderão ser abertos créditos suplementares ao orçamento desde que haja recursos disponí-
veis, ainda que oriundos de operações de crédito autorizadas nos termos legais.

Sim, o produto de operações de crédito autorizadas pode ser utilizado como fonte de abertura
para créditos suplementares. Confira na Lei n. 4.320/1964, com grifos nossos:

Art. 43. A abertura dos créditos suplementares e especiais depende da existência de recursos dis-
poníveis para ocorrer a despesa e será precedida de exposição justificativa.
§ 1º Consideram-se recursos para o fim deste artigo, desde que não comprometidos:
I – o superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior;
II – os provenientes de excesso de arrecadação;
III – os resultantes de anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou de créditos adicio-
nais, autorizados em Lei;
IV – o produto de operações de credito autorizadas, em forma que juridicamente possibilite ao
poder executivo realiza-las.
Certo.

026. (CESPE/STJ/ANALISTA/2018) A respeito dos principais mecanismos no planejamento e


execução do orçamento público, julgue o item que se segue.
É vedado alterar atributos dos créditos orçamentários sem autorização da lei orçamentária
anual ou de créditos adicionais.

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Ciclo Orçamentário e Créditos Adicionais
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Na verdade, tais alterações são autorizadas por atos infra legais. Confira no MCASP, com gri-
fos nossos:

Ressalte-se que, na União, as alterações dos atributos do crédito orçamentário, constantes da Lei
Orçamentária da União, tais como modalidade de aplicação, identificador de resultado primário
(RP), identificador de uso (IU) e fonte de recursos (FR) não são caracterizadas como créditos adi-
cionais por não alterarem o valor das dotações. Essas alterações são denominadas “outras alte-
rações orçamentárias” e são realizadas por meio de atos infra legais, observadas as autorizações
constantes da Lei de Diretrizes Orçamentárias do exercício financeiro correspondente.
Errado.

027. (CESPE/EBSERH/ANALISTA/2018) Julgue o item seguinte, relativo aos instrumentos e


ao processo de orçamentação.
Se o presidente da República vetar determinada dotação orçamentária, os recursos corres-
pondentes a essa dotação poderão servir de fonte para a abertura de créditos especiais.

Guarde que temos 6 fontes de recursos para abertura de créditos adicionais:


1) Superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior;
2) Excesso de arrecadação;
3) Anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou de créditos adicionais;
4) Operações de crédito;
5) Recursos sem despesas correspondentes; e
6) Reserva de contingência.
Assim, caso o Presidente da República vete determinada dotação orçamentária, os recursos
correspondentes a essa dotação poderão servir de fonte para a abertura de créditos espe-
ciais, conforme item 5 (recursos sem despesas correspondentes), com base no § 8º do artigo
166 da CF/1988.
Certo.

028. (CESPE/TRE-PI/ANALISTA/2016) Julgue:


As expressões “sistema orçamentário” e “processo orçamentário” são utilizadas indistinta-
mente para se referir ao documento orçamentário.

Em verdade, o documento orçamentário é o Orçamento Público ou LOA – Lei Orçamentária


Anual, que não é a mesma coisa que Ciclo Orçamentário que é todo o processo que abrange
as etapas do planejamento ao controle, passando pela elaboração e a própria execução da lei
orçamentária anual.
Errado.

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029. (CESPE/TCU/AUDITOR/2015) Julgue o item a seguir.


Ainda que não esteja compatível com o plano plurianual, a emenda ao projeto de lei orçamen-
tária que pretender consignar recursos para transferência a empresa estatal com o objetivo
de financiar a construção de uma usina hidrelétrica poderá ser apresentada na Comissão
Mista de Orçamento por qualquer parlamentar.

PEGADINHA DA BANCA
Nessa o CESPE quis pegar os desatentos. Pode ser apresentada sim, mas se vai ser aprovada
aí é outra história, já que para a aprovação é que existem restrições. Entretanto, não devem
ser apresentadas emendas como essa.
Certo.

030. (CESPE/PF/AGENTE/2014) Julgue:


No Brasil, o ciclo orçamentário é definido como processo contínuo, dinâmico e flexível, em que
são avaliados os aspectos físicos e financeiros dos programas do setor público.

Guarde essa definição perfeita de ciclo orçamentário segundo a banca CESPE.


Certo.

031. (CESPE/MPU/ANALISTA/2013) No que se refere à classificação orçamentária que nor-


teia a realização dos gastos de forma harmonizada com o fluxo de ingressos de recursos ao
erário, julgue o item a seguir.
O superávit financeiro é considerado uma receita do exercício de referência, desde que cons-
titua disponibilidade para utilização no próprio exercício de referência.

Na verdade, o superávit financeiro é considerado receita do exercício de referência, mas como


sua apuração ocorre no fim do exercício, somente no exercício seguinte é que é usado como
fonte para abertura de créditos adicionais.
Errado.

032. (CESPE/AGU/ADVOGADO/2012) No que se refere aos orçamentos e ao controle de sua


execução, julgue o item seguinte.
Os cidadãos são partes legítimas para denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o
Tribunal de Contas da União.

O Artigo 74 da CF/1988, em seu parágrafo 2º, prevê o Controle Social por meio do TCU. Veja:

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Ciclo Orçamentário e Créditos Adicionais
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§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da
lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.
Certo.

033. (CESPE/MPU/TÉCNICO/2010) Acerca dos conceitos e princípios orçamentários, julgue o


item que se segue.
O controle da execução orçamentária, como item do ciclo orçamentário, é executado apenas
pelo controle interno, consoante previsão constitucional.

O controle da execução orçamentária, como item do ciclo orçamentário, é executado tanto


por parte do próprio Poder Executivo por meio do seu Sistema de Controle Interno, quanto por
parte do Poder Legislativo via Controle Externo.
Errado.

034. (CESPE/MPU/TÉCNICO/2010) Julgue o próximo item, referente a orçamento público.


Segundo a Lei n.º 4.320/1964, o controle da execução orçamentária compreende as seguin-
tes modalidades de controle: legalidade, fidelidade funcional dos agentes da administração e
cumprimento do programa de trabalho.

A assertiva está em conformidade com o artigo 75 da Lei n. 4.320/1964. Confira:

Art. 75. O controle da execução orçamentária compreenderá:


I – a legalidade dos atos de que resultem a arrecadação da receita ou a realização da despesa, o
nascimento ou a extinção de direitos e obrigações;
II – a fidelidade funcional dos agentes da administração, responsáveis por bens e valores públicos;
III – o cumprimento do programa de trabalho expresso em termos monetários e em termos de rea-
lização de obras e prestação de serviços.
Certo.

035. (CESPE/MPU/TÉCNICO/2010) Considerando que a Lei Orçamentária Anual (LOA) pode


ser modificada durante sua execução, por meio de um conjunto de mecanismos com carac-
terísticas próprias, julgue o próximo item.
Caso o governo federal precise realizar uma despesa nova, não prevista na LOA, o único ins-
trumento que pode ser utilizado para esse fim é o crédito especial.

Na verdade, nesse caso, o governo federal dispõe de dois instrumentos, caso precise realizar
uma nova despesa não prevista na LOA, já que, além dos créditos especiais, pode usar tam-
bém os créditos extraordinários, destinados a despesas urgentes/imprevistas e novas.

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Errado.

036. (CESPE/MPU/ANALISTA/2010) Acerca da elaboração e do controle dos orçamentos e


balanços da União, dos estados, dos municípios e do Distrito Federal, julgue o item.
Na elaboração da proposta orçamentária, o quadro de recursos e de aplicação de capital com-
preende as despesas, receitas, dotações orçamentárias e transferências de capital efetuadas,
assim como as projeções contínuas dos períodos sub judice.

Da leitura dos artigos 23 a 26 da Lei n. 4.320/1964, em relação ao que compõe ou não o


quadro de recursos e de aplicação de capital, vemos que a assertiva apresenta algumas fa-
lhas. Confira:
1) as despesas compõem o quadro, mas somente aquelas relacionadas a despesas de capital;
2) as receitas compõem o quadro, mas somente aquelas relacionadas a receitas de capital;
3) as dotações orçamentárias não compõem o quadro;
4) as transferências de capital efetuadas não compõem o quadro. Somente as previs-
tas, compõem;
5) as projeções contínuas dos períodos sub judice não compõem o quadro.
Errado.

037. (CESPE/MPU/PROCURADOR/2004) No que diz respeito à organização e às atribuições


do Poder Legislativo e ao processo legislativo, julgue o item seguinte.
No processo legislativo do projeto de lei do orçamento anual, somente no início da votação do
projeto no plenário do Congresso Nacional é que não poderá mais o presidente da República
encaminhar mensagens propondo modificações no conteúdo dessa proposição.

Na verdade, enquanto não iniciada a votação na Comissão Mista, poderá o Presidente apre-
sentar proposta de mudanças no projeto entregue, conforme nos diz o parágrafo 5º do artigo
166 da CF/1988. Confira comigo com grifos nossos:

Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento
anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na
forma do regimento comum.
§ 5º O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor mo-
dificação nos projetos a que se refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na Comissão
mista, da parte cuja alteração é proposta.
Errado.

038. (CESPE/MPU/TÉCNICO/2010) Julgue o seguinte item, referente a noções de administra-


ção financeira e orçamentária.

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Ciclo Orçamentário e Créditos Adicionais
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A autorização de crédito extraordinário para a reconstrução de cidades atingidas por enchen-


tes depende da existência de recursos específicos destinados a tal fim.

Na verdade, somente os créditos suplementares e especiais dependem da existência de re-


cursos específicos ao contrário do que ocorre com os créditos extraordinários, já que é im-
possível prever uma situação imprevisível, como a da pandemia do Covid-19.
Reveja as principais características de cada modalidade de crédito adicional no dese-
nho seguinte:

Reforço de dotação, autorização le-


Suplementares
gislativa, indicar fonte de
recursos.

Especiais Novas despesas, autorização le-


Créditos gislativa, indicar fonte de
adicionais recursos.

Guerra, comoção e calamidade;


autorização por medida provisória; não é
preciso indicar a fonte de
recursos.
Extraordinários
Se autorizado nos últimos quatro me-
ses, pode ser reaberto no ano seguinte,
no limite de seus saldos.

Errado.

039. (CESPE/MPU/TÉCNICO/2010) No que se refere aos instrumentos de planejamento intro-


duzidos pela CF, julgue o item que se segue.
Durante o processo de apreciação do plano plurianual (PPA), devem ser observadas as mes-
mas regras de alteração do projeto pelo Poder Executivo válidas para a Lei Orçamentária Anual
(LOA), que somente permitem modificação por meio de mensagem presidencial enquanto não
iniciada a votação, na Comissão Mista de Orçamento, da parte cuja alteração é proposta.

A confirmação desse entendimento está na literalidade do dispositivo constitucional a seguir


reproduzido com grifos nossos:

Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento
anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na
forma do regimento comum.

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...
§ 5º – O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor
modificação nos projetos a que se refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na Comissão
mista, da parte cuja alteração é proposta.
Certo.

040. (CESPE/MPU/ANALISTA/2010) Considerando que a Lei Orçamentária Anual (LOA) pode


ser modificada durante sua execução, por meio de um conjunto de mecanismos com carac-
terísticas próprias, julgue o próximo item.
Se os créditos especiais e extraordinários forem autorizados e promulgados nos últimos qua-
tro meses de um exercício, eles podem ter sua vigência prorrogada para o exercício financeiro
subsequente, independentemente de novo ato da administração pública, enquanto perdurar o
saldo correspondente.

Embora esses créditos possam ter sua vigência prorrogada para o exercício seguinte, se fo-
rem promulgados nos últimos quatro meses do exercício financeiro, isso não acontece auto-
maticamente, já que, para reabri-los faz-se necessário novo ato administrativo. Confira no §
2º do artigo 167 da nossa CF/1988, com grifos nossos:

§ 2º – Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que fo-


rem autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele
exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do
exercício financeiro subsequente.
Errado.

041. (CESPE/MDIC/AGENTE/2014) A respeito de orçamento público, julgue o item a seguir.


A elaboração do orçamento inicia-se com a fixação da despesa.

No âmbito da elaboração da proposta orçamentária, as atividades preliminares inerentes à


alocação dos recursos passam pelas seguintes etapas:
1 -fixação da meta fiscal;
2 – projeção de receitas;
3 – projeção das despesas obrigatórias; e
4 – apuração das despesas discricionárias.
Errado.

042. (CESPE/MPU/ANALISTA/2015) Acerca da elaboração da proposta orçamentária e da exe-


cução do orçamento, julgue o item subsecutivo, conforme disposições da Lei n.º 4.320/1964.

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Desde que devidamente justificada, será admitida emenda ao projeto de lei de orçamento que
vise conceder dotação para instalação ou funcionamento de serviço que não esteja anterior-
mente criado.

Na verdade, de acordo com a Lei n. 4.320/1964, não pode ser admitida emenda ao projeto de
lei de orçamento que vise conceder dotação para instalação ou funcionamento de serviço que
não esteja anteriormente criado.
Confira a literalidade do seu artigo 33, com grifos nossos:

Art. 33. Não se admitirão emendas ao projeto de Lei de Orçamento que visem a:
a) alterar a dotação solicitada para despesa de custeio, salvo quando provada, nesse ponto a ine-
xatidão da proposta;
b) conceder dotação para o início de obra cujo projeto não esteja aprovado pelos órgãos compe-
tentes;
c) conceder dotação para instalação ou funcionamento de serviço que não esteja anteriormente
criado;
d) conceder dotação superior aos quantitativos previamente fixados em resolução do Poder Legis-
lativo para concessão de auxílios e subvenções.
Errado.

043. (CESPE/MPU/ANALISTA/2015) Com relação às classificações e técnicas de execução


do orçamento público, julgue o item que se segue.
O crédito para despesas urgentes, e não incluídas no orçamento, realizadas em função da
ocorrência de calamidade pública, deverá ser aberto por meio de medida provisória.

A questão aborda os créditos extraordinários, aqueles usados para despesas imprevisíveis e


urgentes, como as decorrentes de uma calamidade pública, de uma eventual comoção interna
ou até mesmo de uma guerra.
Importante saber que despesas imprevisíveis não são despesas imprevistas, já que no caso
das imprevistas elas, por uma falha humana, poderiam estar presentes na LOA, mas não o
foram, diferentemente daquelas decorrentes de calamidade pública, de comoção interna ou
de guerra, já que eventos como esses dificilmente seriam previstos de modo a que suas res-
pectivas despesas possam constar na LOA.
A ideia do legislador, ao permitir a adoção de créditos extraordinários para atender às despe-
sas urgentes e imprevisíveis, foi viabilizar os recursos sem a necessidade de sua indicação
prévia, como os demais créditos orçamentários.
O crédito para despesas urgentes, e não incluídas no orçamento, realizadas em função da
ocorrência de calamidade pública podem ser abertos por medida provisória, no caso federal e

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de entes que possuem tal instrumento, e para entes que não dispõem desse instrumento legal
usa-se decreto do Poder Executivo, dando imediato conhecimento deles ao Poder Legislativo.
De qualquer forma, atente ao fato de que o artigo 44 da Lei n. 4.320/1964 determina que serão
os créditos extraordinários devem ser abertos por decreto executivo. Confira:

Art. 44. Os créditos extraordinários serão abertos por decreto do Poder Executivo, que deles dará
imediato conhecimento ao Poder Legislativo.
Entretanto, posteriormente, com a entrada em vigor da CF/1988, passamos a ter a possibi-
lidade de edição de medida provisória para abertura de créditos extraordinários. Confira os
dispositivos:

Art. 167. (...)


§ 3º – A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas im-
previsíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública,
observado o disposto no art. 62.
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provi-
sórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares,
ressalvado o previsto no art. 167, § 3º.
Dessa forma, leve para a prova que os créditos extraordinários podem ser abertos por medida
provisória, no caso federal e de entes que possuem tal instrumento.
Note ainda que a questão é do MPU (órgão federal).
Para corroborar na prática esse entendimento, no combate à pandemia do COVID-19, o gover-
no federal abriu créditos extraordinários usando medidas provisórias.
Certo.

044. (CESPE/TCE-PR/AUDITOR/2016) Julgue:


Alterações orçamentárias são feitas por meio de atos legais elaborados pela SOF.

Verdade, quando a solicitação de crédito adicional é aprovada, os atos legais necessários à


formalização da alteração no orçamento serão preparados pela Secretaria de Orçamento Fe-
deral – SOF, Órgão integrante do Ministério da Economia.
Certo.

045. (CESPE/STM/ANALISTA/2018) Julgue o item que se segue, relativo ao Sistema de Pla-


nejamento e de Orçamento Federal (SPOF) e aos créditos orçamentários adicionais.
Os créditos suplementares previamente autorizados na lei orçamentária anual são abertos
por decreto do Poder Executivo.

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Note que como já temos autorização na Lei Orçamentária, cumprindo a previsão de autoriza-
ção legal do artigo 42 da Lei n. 4.320/1964, só falta mesmo a abertura por decreto executivo.
Confira na mencionada Lei e na CF/1088, com grifos nossos:

LEI n. 4.320/1964

Art. 42. Os créditos suplementares e especiais serão autorizados por lei e abertos por decreto
executivo.

CF/1988

Art. 165 – § 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e
à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suple-
mentares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos
da lei.
Certo.

046. (CESPE/CGM-JOÃO-PESSOA/AUDITOR/2018) De acordo com a Lei Complementar n.º


101/2000, e suas alterações, e com a Lei n.º 4.320/1964, julgue o item subsecutivos.
O superávit financeiro apurado no balanço financeiro do exercício anterior constitui fonte de
recursos para a abertura de créditos especiais e suplementares.

Na verdade, o superávit financeiro apurado no balanço patrimonial (não no balanço financei-


ro) constitui fonte de recursos. Confira na Lei n. 4.320/1964, com grifos nossos:

Art. 43. A abertura dos créditos suplementares e especiais depende da existência de recursos dis-
poníveis para ocorrer a despesa e será precedida de exposição justificativa
§ 1º Consideram-se recursos para o fim deste artigo, desde que não comprometidos:
I – o superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior;
II – os provenientes de excesso de arrecadação;
III – os resultantes de anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou de créditos adicio-
nais, autorizados em Lei;
IV – o produto de operações de credito autorizadas, em forma que juridicamente possibilite ao
poder executivo realiza-las.
Errado.

047. (CESPE/CGM-JOÃO-PESSOA/AUDITOR/2018) Com relação às técnicas e aos instru-


mentos utilizados na elaboração e na aprovação do orçamento, julgue o item que se segue.

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É vedada a utilização dos recursos provenientes de excesso de arrecadação como fonte para
a abertura de créditos suplementares ou especiais.

Na verdade, os recursos provenientes de excesso de arrecadação podem ser utilizados como


fonte para abertura de créditos suplementares e especiais. Confira na Lei n. 4.320/1964, com
grifos nossos:

Art. 43. A abertura dos créditos suplementares e especiais depende da existência de recursos dis-
poníveis para ocorrer a despesa e será precedida de exposição justificativa.
§ 1º Consideram-se recursos para o fim deste artigo, desde que não comprometidos:
I – o superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior
II – os provenientes de excesso de arrecadação
III – os resultantes de anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou de créditos adicio-
nais, autorizados em Lei
IV – o produto de operações de credito autorizadas, em forma que juridicamente possibilite ao
poder executivo realizá-las.
Errado.

048. (CESPE/CGM-JOÃO-PESSOA/TÉCNICO/2018) A respeito de orçamento público, julgue o


item seguinte.
O ciclo orçamentário inicia-se com a elaboração do projeto de lei orçamentária e se encerra
com a publicação da lei do orçamento pelo Poder Executivo, após sua aprovação pelo Poder
Legislativo.

O ciclo orçamentário realmente inicia-se com a elaboração do projeto de lei orçamentária,


porém não se encerra com a publicação da Lei Orçamentária. Essas são apenas as duas
primeiras etapas do ciclo. Relembre, de forma resumida, com funciona o ciclo orçamentário:

Planejamento

Controle Elaboração

Execução

Em outras palavras, o Ciclo Orçamentário é um processo contínuo, dinâmico e flexível, por


meio do qual se planeja, elabora, discute, aprova, executa, controla e avalia a programação
de gastos do setor público tanto no aspecto físico quanto no aspecto financeiro. Veja o ci-
clo ampliado:

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Ciclo / processo orçamentário

Discussão, votação
Elaboração Execução Avaliação e controle
e aprovação

1- 2 - Discussão,
Elaboração votação e
do PPA aprovação do
PPA

4 - Discussão, 8 - Avaliação
3-
votação e 7 - Execução e controle
Elaboração
aprovação da orçamentária da execução
da LDO
LDO orçamentária

5- 6 - Discussão,
Elaboração votação e
da LOA aprovação da
LOA

Lembre-se ainda de que o ciclo orçamentário tem duração maior do que um ano (um exer-
cício financeiro), já que começa no ano anterior, com as fases de planejamento, elaboração,
discussão e aprovação, e só termina depois do fim do exercício financeiro em que é executa,
com a sua avaliação e controle.
Errado.

049. (CESPE/COGE-CE/AUDITOR/2019) No que se refere à elaboração de proposta, à discus-


são, à votação e à aprovação de lei orçamentária anual (LOA), assinale a opção correta.
a) Emendas ao projeto de LOA, para que sejam aprovadas, devem indicar os recursos estri-
tamente necessários ao cumprimento do respectivo objeto, admitindo-se apenas recursos
provenientes de excesso de arrecadação.
b) O prazo para o presidente da República enviar mensagem ao Congresso Nacional propondo
modificação em projeto relativo ao orçamento anual se encerra com o início da discussão, na
comissão mista, da parte para a qual se propõe alteração.
c) As emendas ao projeto de LOA devem ser apresentadas diretamente ao plenário das duas
casas do Congresso Nacional, que sobre elas emitirão pareceres e as apreciarão.
d) As emendas individuais ao projeto de LOA serão aprovadas no limite de 1,2% da receita
corrente líquida prevista no projeto encaminhado pelo Poder Executivo, sendo a metade desse
percentual destinada a ações e serviços públicos de saúde.
e) A execução orçamentária e financeira das programações relativas às emendas individuais
de parlamentares ao projeto de LOA é facultativa.

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Note que o disposto, na alternativa D, está em conformidade com o disposto na CF/1988.


Confira, com grifos nossos:

Art. 166 § 9º As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária serão aprovadas no limite
de 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida prevista no projeto en-
caminhado pelo Poder Executivo, sendo que a metade deste percentual será destinada a ações e
serviços públicos de saúde.
Vamos apontar os erros das demais alternativas:
a) Errada. Serão admitidos apenas aqueles que forem provenientes de anulação de despesa,
considerando as ressalvas constitucionais do artigo 166, § 3º.
b) Errada. Em verdade, esse prazo se encerra enquanto não iniciada a votação, na Comissão
mista, da parte cuja alteração é proposta, conforme determina o artigo 166, § 5º, da CF/1988.
c) Errada. As emendas devem ser apresentadas na Comissão mista que possui a respon-
sabilidade de emitir parecer, que será apreciado no plenário das duas casas do Congres-
so Nacional.
e) Errada. É de execução obrigatória, conforme disposto no artigo 166, § 11, da CF/1988.
Letra d.

050. (CESPE/MPC-PA/ASSISTENTE/2019) Na abertura de créditos suplementares, é vedada a


utilização de recursos decorrentes de
a) restos a pagar liquidados.
b) superávit financeiro do exercício anterior.
c) excesso de arrecadação.
d) anulação parcial ou total de dotações orçamentárias.
e) operações de crédito autorizadas.

Dentre as alternativas, apenas os restos a pagar liquidados não são fontes de recursos para
abertura de créditos suplementares. Confira na Lei n. 4.320/1964, com grifos nossos e corre-
lação com as outras alternativas:

Art. 43 § 1º Consideram-se recursos para o fim deste artigo, desde que não comprometidos:
I – o superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior; (B)
II – os provenientes de excesso de arrecadação; (C)
III – os resultantes de anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou de créditos adicio-
nais, autorizados em Lei; (D)
IV – o produto de operações de credito autorizadas, em forma que juridicamente possibilite ao
poder executivo realizá-las. (E)
Letra a.

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GABARITO
1. E 37. E
2. C 38. E
3. E 39. C
4. C 40. E
5. E 41. E
6. E 42. E
7. E 43. C
8. E 44. C
9. E 45. C
10. C 46. E
11. C 47. E
12. E 48. E
13. C 49. d
14. E 50. a
15. C
16. C
17. C
18. C
19. C
20. E
21. C
22. E
23. E
24. E
25. C
26. E
27. C
28. E
29. C
30. C
31. E
32. C
33. E
34. C
35. E
36. E

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Administração Financeira e Orçamentária – 2ª Edição – Editora Juspodium – Autor Giovanni
Pacelli.

Direito Financeiro e Controle Externo – 10ª Edição – Editora Método – Autor Valdecir Pascoal.

Direito Financeiro e Tributário –Editora Atlas – Autor Kyoshi Harada.

Direito Financeiro – 6ª Edição – Editora Método – Autora Tathiane Piscitelli.

Finanças Públicas– Editora Campus – Autores Fábio Giambiagi e Ana Cláudia Duarte de Além.

Manual de Direito Financeiro – 9ª Edição – Editora Juspodium – Autor Harrison Leite.

Orçamento Público (AFO e LRF) – 10ª Edição – Editora Juspodium – Autor Augustinho Palu-
do.

Orçamento Público– Editora Atlas – Autor James Giacomoni.

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melhoria. Ficarei extremamente feliz com o feedback e trabalharei ainda mais para torná-la
ainda melhor. Tenho muito a aprender e você pode me ajudar nisso. Pode ser?
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Até a próxima ou ao fórum de dúvidas.
Professor Manuel Piñon
manuelpinon@hotmail.com

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Manuel Piñon
Atualmente, exerce o cargo de Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil e é Professor, voltado para a
área de concursos públicos.
Foi aprovado nos seguintes concursos públicos:
1 – Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil – AFRFB 2009/2010;
2 – Analista de Finanças e Controle – AFC (hoje, Auditor Federal de Finanças e Controle) da Controladoria-
Geral da União – CGU (hoje, Ministério da Transparência) em 2008; e
3 – Auditor-Fiscal do Tesouro Nacional – AFTN (Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil) em 1998.

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